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Special issue

LANGUAGE STORIES IN LIVERPOOL


Language Stories in Liverpool

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WELCOME

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JULIANO SACCOMANI editor-in-chief & design ANA REIMÃO BARBARA SPADARO ROSALBA BIASINI co-editors JEAN COSTA VIVIANE ALVES support editors JAMIE SAUERBIER language editor

Juliano Saccomani

NINA HOWARD ELIZABETH GOGGIN designers


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UM SABOR DE PORTUGAL EM LIVERPOOL Sarah Blohm, Juliet Boardman, Hannah Bone, Olivia Phillips O que você associa com Liverpool? Scouse, os Beatles, Superlambananas… Claro que não é a cultura portuguesa! Quando nos pediram para encontrar evidências da influência lusófona e da identidade portuguesa em Liverpool, ficámos surpresas ao encontrar uma comunidade de portugueses que tentam compartilhar a sua cultura, especialmente por meio da gastronomia. Por isso, a comida portuguesa tornou-se o foco da nossa investigação. Já conhecíamos as cadeias que vendem a comida portuguesa como Nando’s e Bem Brasil, mas queríamos encontrar e descobrir um lugar novo e mais autêntico. A nossa busca começou no centro comercial St Johns, que fica no centro do Liverpool, e encontrámos uma loja e cafeteria portuguesa. O cheiro dos famosos pastéis de nata acabados de cozer, a decoração portuguesa e a bandeira de Portugal e do futebol conduziram-nos até a loja The Continental. Ali conhecemos a Ana, a proprietária da loja, ela é Venezuelana mas os seus pais são da Madeira. Ana apresentou-nos ao seu amigo que é do Porto e ele explicou-nos muito sobre a gastronomia portuguesa e como esta se relaciona com a cultura. Veio para o Reino Unido à procura de trabalho. Ele expressou o seu amor por Liverpool, porém admitiu que tem saudades da cozinha portuguesa, dado que a sua presença é muito limitada aqui, especialmente em comparação com as cidades maiores do Reino Unido.


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Ele disse que em Londres por exemplo a cultura tem uma presença maior. Vale acrescentar que O Café Porto, o Café Mimi e The Continental Shop são os únicos locais em Liverpool que se podem visitar para saborear a autêntica cozinha portuguesa. Nesses locais é possível provar pratos tradicionais como pastéis de nata, pastéis de bacalhau, cabrito assado, feijoada à transmontana, carne de porco à alentejana entre muitos outros. A garçonete sugeriu que tomássemos um Sumol ou uma Super Bock para acompanhar as nossas refeições para que tivéssemos uma verdadeira experiência portuguesa. Estamos muito familiarizados com a cultura francesa devido à comida francesa e então, o Reino Unido não somente a aceitou, mas abraçou-a. Os brioches, as baguetes, os croissants e os croques monsieur estão em quase todos os lugares; das pequenas padarias de bairro aos enormes supermercados. A comida francesa não está apenas em todo lugar, mas se podem comprar as deliciosas iguarias francesas por uma bagatela. Se ao menos o pastel de nata humilde fosse tão popular como o pain au chocolat, podíamos estar mais cientes da cultura estrangeira como também aprendíamos a admirá-la e cobiçá-la.


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REFLEXÃO

Algumas semanas atrás, nós tivemos a oportunidade de conhecer o Juliano Saccomani, um estudante de doutorado e chefe de redação da revista Fala aí que é publicada pela Universidade da Geórgia. O Juliano explicou-nos que o objetivo deste projeto era mostrar as investigações dos estudantes em Liverpool e também compartilhar a nossa experiência desta atividade cultural ensinando a mobilidade da cultura lusófona e depois publicá-las na revista. Estávamos em grupos pequenos de 2-4 pessoas, tivemos de nos organizar para ter êxito e cumprir o prazo. Quando nos pediram para encontrar evidências da influência lusófona e da identidade portuguesa em Liverpool, ficámos surpresas ao esbarrar com uma comunidade de portugueses que tentam compartilhar a sua cultura, especialmente por meio da gastronomia. Por isso, a comida portuguesa tornou-se o foco da nossa investigação. Tivemos a sorte de encontrar umas pessoas portuguesas muito amáveis que queriam partilhar conosco e que ficaram surpreendidas com o nosso nível de português. Antes disso, tive medo que talvez não nos levassem a sério e pensassem que não podíamos dominar a língua. Eles foram muito honestos e explicaram que a presença do Portugal em Liverpool é muito limitada em comparação com outras cidades grandes do Reino Unido. Além disso, eles nos disseram que é normal sentir saudades de casa quando a gastronomia é muito diferente, a comida pode ser reconfortante e pode trazer boas lembranças da infância e da família. Depois desta experiência com os portugueses estávamos motivadas e decidimos procurar mais, descobrimos um restaurante português autêntico e pequeno para almoçar. Tivemos mais olhos que barriga. Graças a este projeto desenvolvi um leque de competências, por exemplo: escrever em português de maneira comunicativa, editar um texto para um propósito comunicativo, além das minhas habilidades de comunicação e conversa espontânea com estranhos. Acho que como uma equipe trabalhamos muito bem juntas, tivemos as mesmas ideias, tais como: não decidir sobre um tópico e esperar para ver onde nossas entrevistas nos levariam. Apesar de ser uma pessoa muito motivada a aprofundar os meus estudos em português, foi muito animador falar com lusófonos que complementam o nosso nível de português. Além disso, este projeto foi uma boa ideia e uma excelente forma de sair da minha zona de conforto. Aprendi que posso pensar rápido e responder depressa em Português. Não entanto tínhamos barreiras, ao princípio não podíamos pensar em locais ou lojas portuguesas, todas somos um pouco tímidas e falar com pessoas portuguesas que não eram da universidade foi intimidador . Em geral posso dizer com segurança que este projeto aumentou a minha confiança e competências de investigação, aprendi que faça o que fizer é imprescindível falar com lusófonos para praticar o sotaque e que quanto mais eu treinar, mais autoconfiante vou ser

Sarah Blohm


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L’ARTE ITALIANA A LIVERPOOL E LE OPPORTUNITÀ DI CONOSCERE ITALIANI IN CITTÁ ISABELLE BLAKE AND EMMA DENNING Nella nostra missione per trovare un

prezzo della cultura italiana a Liverpool, abbiamo voluto anche mostrare l’importanza della storia italiana in città. Liverpool è una città piena di musei e di gallerie d’arte, e non è stato difficile trovare delle opere del Rinascimento italiano. La Walker Art Gallery ha una stanza decorata come la casa di una famiglia ricca, con un’esplosione di dipinti bellissimi, di arazzi elaborati, e di sculture affascinanti.


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L'arte Italiana MA PERCHÉ QUESTA RICCHEZZA? Durante il Rinascimento, gli artisti prosperavano in città come Firenze, Venezia e Roma, ed i loro capolavori erano conosciuti in tutta Europa. La produzione artistica e artigianale prosperava nonostante I contrasti politici come quello tra i repubblicani e contro il dominio della famiglia Medici a Firenze. La stanza italiana alla Walker Gallery contiene molte opere d’arte famose come ‘la cena di Emmaus’ di Tiziano e ‘Madonna con bambino, Santi e donatore’ di Vincenzo Catena. LA CULTURA ITALIANA Questo museo è molto importante per la cultura italiana a Liverpool perché offre l’opportunità di vedere dell’arte italiana e di mantenere viva la cultura italiana a Liverpool. L’arte è un linguaggio che tutti (italiani e inglesi) possono ammirare e condividere, per esempio incontrandosi come visitatori di una galleria. IL LINGUAGGIO DELL’ARTE La nostra esperienza ha dimostrato che c’è una grande visibilità della comunità italiana attraverso ristoranti e pizzerie a Liverpool, ma che possiamo apprezzare anche altri aspetti parte della cultura italiana: l’arte. Il linguaggio dell’arte è prezioso per cogliere la presenza della cultura italiana in Italia e nel mondo. Visitando la Walker Gallery abbiamo potuto scoprire degli aspetti della presenza della cultura italiana a Liverpool di cui non eravamo a conoscenza. È stato un'esperienza molto unica e piacevole, e la raccomandiamo a tutti con un interessa della cultura italiana.


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Video Project

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BY JOAN SIMPSON, BRYONY CHAPMAN, TOBY PENNY

Para conhecer melhor a mobilidade da cultura lusófona em Liverpool, visitámos duas lojas portuguesas e brasileiras no centro comercial St John’s. Primeiro, encontrámos uma lojarestaurante com muitos clientes brasileiros, ouvimos muitas conversas em português, e os letreiros eram só em português, mostrando que este é um espaço especialmente para lusófonos, que os ingleses talvez não conheçam. A segunda loja especializa-se em produtos portugueses. Falámos com o dono, que nos deu uma perspetiva interessante da cultura portuguesa em Liverpool. Ficámos surpreendidos ao aprender que há cerca de três mil portugueses na cidade, dado que fora de estes sítios, não ouvimos falar muito português em Liverpool. Segundo o dono, a sua loja é muito importante para a comunidade, porque é a única do seu género, e toda a gente é orgulhosa de a frequentar e a sustentar. No entanto, aprendemos que a cultura portuguesa em Liverpool não é só para os portugueses - ele disse-nos que muitos dos seus clientes são romenos e espanhóis. Parece que os imigrantes gostam da companhia uns dos outros! E finalmente, o seu produto mais popular é, evidentemente, o pastel de nata!


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Depois de visitar as lojas portuguesas no St John’s Centre, decidimos entrevistar alguns estudantes da universidade de Liverpool e testar o seu conhecimento sobre o mundo lusófono. Quando perguntámos-lhes se sabiam que língua se fala no Brasil: a maioria respondeu “português”, mas algumas pessoas disseram “espanhol” ou “brasileiro” embora esta última não exista. A segunda pergunta era “Sabes como dizer uma frase em português”: muita gente não conhecia uma frase, mas algumas pessoas disseram “obrigado”, “olá” e “tchau”. Quando lhes perguntámos “O que sabes sobre Portugal?”, “Madeleine McCann” foi uma resposta popular talvez por causa do novo documentário em Netflix. Finalmente demos-lhes um pastel de nata, perguntámos-lhes se sabiam o que era e pedimos-lhes a sua opinião sobre a massa. Através destas entrevistas, descobrimos que o conhecimento de estudantes ingleses sobre a cultura lusófona é bastante limitado, e Portugal é principalmente conhecido como um destino de férias. Muitas das pessoas que entrevistámos eram estudantes de línguas, que sabiam um pouco mais. No entanto, é provável que se fossem perguntas sobre Espanha ou França, as pessoas saberiam mais sobre a cultura.

Assita ao vídeo


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Reflexão

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Depois de sermos inspiradas pelo trabalho de Juliano Saccomani e sua revista Fala Aí, a tarefa era simples. Em grupos, tivemos que investigar a mobilidade da língua portuguesa e da cultura lusófona em Liverpool. O grupo direcionou nossa investigação para a conscientização e aceitação cultural, mas acreditámos que seria interessante considerá-las de ambos os lados. Em primeiro lugar, visitámos uma pequena loja portuguesa, onde perguntámos ao dono sobre sua vida em Liverpool e o sucesso da sua loja. Ele explicou que a razão por detrás da abertura de sua loja era compartilhar uma parte da sua cultura com uma cidade que ele amava e que o aceitara de braços abertos. Para mostrar o outro lado da moeda, decidimos fazer um vídeo que envolveu entrevistar alguns estudantes da Universidade de Liverpool, questionando-os sobre o seu conhecimento sobre o mundo lusófono. Assim que começamos a filmar, ficou evidente que a consciência da cultura lusófona era notavelmente limitada. Das respostas, parece que Portugal é definido por suas praias e futebol e que o espanhol é falado no Brasil, assim como muitos não sabem de nenhuma influência lusófona em Liverpool. Até certo ponto, esperávamos que este fosse o caso porque sabíamos que se tivéssemos feito perguntas sobre outras culturas, como a hispânica, a francesa ou a italiana, os resultados teriam sido diferentes. Nós enfrentamos vários desafios ao longo da atividade. Muitas pessoas não quiseram participar. No entanto, o maior desafio era algo que é comum entre estudantes de idiomas: ter a confiança de falar a língua com um falante nativo. Contudo, a pequena conversação com o lojista permitiu praticar e provar que conseguimos fazê-lo. No geral, adoramos estar envolvidas com essa atividade. Forneceu uma mensagem importante sobre a aceitação de diferentes culturas dentro de uma sociedade. O desconhecimento de cultural geral dentro de Liverpool é algo que precisa mudar. Como estudantes aprendendo português, sentimos que estamos em vantagem, um pouco mais perto do que alguns em nos tornar cidadãs globais, e a atividade nos incentivou ainda mais a aprender a língua e a abraçar as maravilhosas culturas que ela traz consigo. BRYONY CHAPMAN


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C

I Criminisi


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“Because there was a lot of other migrant groups, such as Indian or African, they all learned English together and all helped each other. Every day my Nonna would go to the corner shop on her road and practise the alphabet with her neighbours.�


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BY ANNELOUISE O’NEILL, EMILY KENNY, JORDAN THOMAS, NATHAN GREENSDALE

ARTES MARCIAIS MISTAS (AMM)

SE MUDOU PARA O BRASIL

Darren Till nasceu em Liverpool em 1992, começou a treinar Muay Thai aos 12 anos de idade e se tornou profissional aos 15 anos. Aos 17 anos, ele decidiu lutar Artes Marciais Mistas (AMM). Contudo, em 2012, ele esteva envolvido numa briga numa festa, e foi esfaqueado nas costas duas vezes, milímetros da morte.

Ele se mudou para o Brasil, e prosseguiu a sua carreira em AMM e também começou a ensinar Muay Thai. Ele inicialmente tinha planeado estar no Brasil seis meses, mas seu treinador queria que ficasse no Brasil pelo máximo tempo possível e, ao fim, ele ficou por três anos e meio.

Como resultado deste incidente, ele foi aconselhado por seu treinador a se mudar para o Brasil, porque acreditava que Liverpool era uma distração. AMM é muito popular no Brasil e, esta foi a razão pela qual o treinador de Darren Till o enviou para este país.

Enquanto ele estava morando no Brasil ele teve um bebê e a criança ainda mora no Brasil por isso eles se comunicam em Português. Apesar de viver muito longe de sua filha, ela é uma grande parte de sua vida e essa conexão com o Brasil sempre estará presente.


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“Não é fácil ficar longe da minha filha porque eu a amo e ela é um pouco da luz do dia. Isso é tudo para ela e para mim e para a mãe dela, porque quero que todos tenhamos uma boa vida.” Por isso, é claro que o Brasil é muito especial para Darren e, portanto, ele já investiu dinheiro em um restaurante temático brasileiro chamado Santa Maluco. Embora o restaurante seja em Liverpool, descobrimos que há muitos links com o Brasil, como o menu. Por exemplo, rodízio é um serviço de restaurante "all you can eat" comum no Brasil. No Santa Maluco os clientes pagam um "preço fixo" e os garçons levam amostras de pizza para cada cliente várias vezes durante a refeição, até que os convidados sinalizem que já comeram o suficiente. Darren criou ligações pessoais com a cultura brasileira através da sua carreira em AMM e através da sua vida privada. Além disso, com a sua participação no restaurante Santa Maluco, Darren estendeu o seu amor pela cultura brasileira a toda a cidade.


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No mês passado, os meus colegas e eu recebemos uma tarefa que deveríamos completar em pequenos grupos. Para a atividade, tivemos de encontrar uma ligação entre Liverpool e a cultura portuguesa, seja em Portugal ou no Brasil. Como a minha amiga e eu somos ambas de Liverpool, encontramos uma ligação rapidamente: decidimos completar essa atividade sobre um lutador famoso de Artes Marciais Mistas (AMM), Darren Till. Escolhemos completar a tarefa sobre Darren porque ele nasceu na mesma cidade que nós e é a ligação entre o Liverpool e a cultura portuguesa por causa da carreira que escolheu desde que o MMA é muito popular no Brasil, que é onde ele morava. Mesmo que a decisão tenha sido tomada entre a minha amiga e eu, havia duas outras pessoas no nosso grupo, mas eles estavam muito felizes com a decisão. Além disso, uma parte da tarefa era criar um documento que contivesse a informação que encontrámos e então tivemos de apresentá-la no final da semana. Por isso, decidimos dividir os papéis e acho que funcionou muito bem. No início da semana, um membro do grupo nos disse que ele não poderia entregar a apresentação conosco e, portanto, decidiu que escreveria muito no documento como compensação por sua ausência. Ao realizar a nossa pesquisa, descobrimos que o Brasil é muito especial para Darren e, portanto, ele investiu dinheiro num restaurante brasileiro que é chamado Santa Maluco e por isso, decidimos visitá-lo. Da mesma forma que meu colega, não pude visitar o restaurante no dia em que escolhemos. Portanto, também decidi que escreveria muita informação sobre o documento como compensação por a minha ausência também. Eu fico contente por ter optado por escrever a maior parte do documento porque eu acho que teve um grande impacto no desenvolvimento do meu português. Quando a minha professora leu o documento, ela deu-nos o comentário e, assim, eu acredito que isso ajudou-me a melhorar as minhas habilidades de escrita. Depois, tivemos de apresentar o nosso documento ao Juliano e ele ficou impressionado e isso deu-me um pouco mais de confiança. Resumindo, eu diria que a tarefa foi muito benéfica e ajudou os meus colegas e eu a nos envolver com portugueses fora da sala de aula. Como resultado dessa tarefa, sinto-me mais confiante e motivada para aprender português e, portanto, se for possível, sugiro que nós realizemos tarefas semelhantes no futuro.

EMILY KENNY


LA FAMIGLIA GIANELLI

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BY ANNA CHODKIEWICZ Questa è la storia di due fratelli e una sorella, Frank, John e Marie, tre discendenti di immigrati italiani a Liverpool. Vivevano su Scotland Road nella zona di ‘Little Italy’ con gli altri immigrati italiani. Hanno ereditato la patatineria (fish and chips shop) gestita dalla famiglia da 40 anni, portandola avanti per altri 40. Erano molto determinati a fare funzionare il negozio qualsiasi cosa potesse succedere. Per esempio, durante la Seconda Guerra Mondiale la zona era devastata dalle bombe e una notte del 1941, una di queste è caduta proprio a fianco del negozio. La famiglia ha semplicemente rimosso i detriti e il giorno dopo per cena era pronta ad aprire. Tanta determinazione anche in popolarità : i Gianelli avevano la reputazione di fare i migliori fish and chips di Liverpool e molte celebrità del tempo come Frank Sinatra, Frankie Laine o ancora Johnny Ray sono andate a mangiare in questo posto. Sfortunatamente, come molto bar e negozi di Liverpool, oggi non ci sono più tracce di questo fish and chips, la città ha deciso di costruire un’autostrada e il negozio è dunque stato demolito. Come molte famiglie di immigrati provenienti dall’Italia i Gianelli non sapevano molto di Liverpool, ma sono diventati parte della storia della città. Questo sia adottando aspetti della cultura e delle tradizioni del paese, che gestendo un’attività incentrata su un piatto tipico inglese. Questa è ancora ricordata oggi dai più anziani: ad esempio in una conversazione su un internet forum che risale al 2007, la gente si lagnava che il negozio era stato demolito, si ricordava delle patatine deliziose e aveva addirittura dato un soprannome a John Gianelli : ‘Johnnie Gianelli Chippy’.

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Café Porto Em Rodney Street, perto do centro de Liverpool fica um dos cafés portugueses da cidade que se chama ‘Café Porto’. Pedro Almeida, um nativo da cidade do Porto, fundou o café em 2007 para dar aos ingleses algo da experiencia culinária lusa. Na cozinha os chefes preparam pratos típicos e tradicionais de Portugal com ingredientes quer importados de Portugal, quer da área local de Merseyside.


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Um lugar onde os clientes podem sentir que estão em Portugal... O dono do café, Pedro Almeida, trabalhava como garçom no Porto e, numa ocasião, serviu o príncipe inglês Edward. Depois de trabalhar como garçom durante muitos anos Pedro decidiu estabelecer o seu próprio restaurante no Porto, e por fim, mudou-se para o Reino Unido para abrir este restaurante em Liverpool. O menu oferece uma variedade de pratos de Portugal e tem também o nome do prato em português e uma tradução em inglês. Neste restaurante os clientes têm as opções de escolher pratos de muitas regiões de Portugal e não somente do Porto. Por exemplo, oferece carne de porco, cozida da maneira alentejana, e há um prato de feijoada à transmontana. Além disso, oferece petiscos típicos de todo do país como bolinhos de bacalhau ou pasteis de nata. Tal como a comida, o vinho é de Portugal. Surpreendentemente, o cliente não pode comer francesinha, o prato muito icónico da cidade do Porto. O Café Porto não só é um lugar onde se pode comer, mas também um lugar onde os clientes podem sentir que estão em Portugal. O restaurante tem muitas decorações simbólicas de Portugal como o Galo de Barcelos e há uma pintura da ponte Dom Luís que conecta as cidades do Porto e Vila Nova de Gaia. Se tiverem a oportunidade de visitar Liverpool, terão uma experiência agradável e saborosa se visitarem este restaurante.


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Reflexão

Durante a semana de 18 a 22 de Março eu participei de um evento em que tive a oportunidade de compartilhar com outra gente sobre os exemplos da cultura portuguesa em Liverpool. Primeiramente encontrei Juliano Saccomani, assim como os outros estudantes, que nos apresentou a revista ‘Fala Aí’ e disse que ele precisava de nossa ajuda com o seu projecto. Tivemos de encontrar exemplos da cultura lusa na cidade e criar um blog explicando as nossas descobertas. O meu grupo (que compôs-se de mim e outro estudante) escolheu escrever sobre um pequeno restaurante que se chama ‘Café Porto’ perto do centro da cidade. Conseguimos falar com uma empregada sobre a origem do restaurante e provámos alguns pratos tradicionais de Portugal que o menu oferece tal como bolinhos de bacalhau e pastéis de nata. Por estas razões, achávamos que seria um tema interessante para nosso texto. Com relação a minha contribuição ao projecto, tentei contribuir tanto quanto possível sabendo que só havia duas pessoas no grupo. Dividimos o trabalho pela metade para assegurar que cada membro contribuiu o mesmo ao projecto. Graças a isso, estou mais motivado para aprender português no meu tempo livre porque gostei de usar a língua autenticamente no restaurante e quando escrevemos o texto. Além disso, havia muitas vantagens neste projecto. Por exemplo, agora espero ansiosamente o próximo ano académico em que irei para Portugal para estudar. O destaque do evento era quando encontrei alguns pacotes de sal com expressões típicas do norte de Portugal tal como ‘baixa a bolinha’ que de acordo com o pacote quer dizer ‘acalma-te’. Me pareceu um aspecto muito interessante do restaurante. Apesar de estas experiências positivas, se tivesse que escolher um desafio que encontrei durante a semana, diria que era a dificuldade de resumir toda da informação para que o texto não fosse muito grande. Embora tivéssemos muitos detalhes e fatos interessantes a incluir para explicar tintim por tintim a influência portuguesa de Café Porto, o artigo teve que ter só 300 palavras. Portanto, por melhor que todo o conteúdo fosse, não podíamos incluir tudo na revista. Se realizasse a actividade de novo, visitava o restaurante que se chama ‘Deli 1386’ em Merseyside porque parece ser um restaurante muito interessante que serve uma mistura de comidas tradicionais de Portugal e o seu nome é inspirado por um tratado do ano 1386 entre Portugal e Inglaterra para criar uma aliança entre estes países. Infelizmente, já tínhamos começado a escrever quando ficamos sabendo deste restaurante então por mais que eu quisesse incluir este restaurante para compará-lo com Café Porto, não tive tempo de pesquisálo antes do prazo final.


ITALIANI SU FACEBOOK A LIVERPOOL You just moved to Liverpool: how would you meet people who speak your language? Joelle has asked to some Italian friends to find out...

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INGLESE IL SOGNO AMERICANO

di Federica Frisari


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ENGLISH THE AMERICAN DREAM


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BASQUE STUDIES AT LIVERPOOL Basque Studies at Liverpool is a unique academic endeavour. It is not just the sole academic position in the UK that combines provision of Basque language tuition with research in the field of Basque Studies but also the only one of that kind in the whole of Europe – except for those positions based in geographic areas with strong historical links with the Basque Country, such as Bordeaux or Madrid. The University of Liverpool first introduced Basque Studies in 2011 by means of an agreement with the Etxepare Basque Institute whereby tuition in Basque language and culture became an optional component of degrees in Hispanic Studies. The strong commitment that the Department of Modern Languages and Cultures at Liverpool has long shown to fostering the diversity of languages and cultures in the Iberian Peninsula led to the transformation in 2014 of that agreement into the creation of a Lectureship endowed with research duties. Thus, Basque Studies nowadays frequently reach out to students of other disciplines such as Politics, History and beyond. The activities around the Lectureship involve frequent events aimed to raise awareness of the Basque language and culture among local audiences. Such is the Annual Manuel Irujo Lecture in Basque Studies that features world-leading specialists in various disciplines. This event honours the memory of Manuel de Irujo Ollo, a lawyer a prominent politician who worked for the recognition of political rights for the Basques and was forced into exile in London after the Republic was defeated in the Spanish Civil War. The University of Liverpool’s Special Collections and Archives are host nowadays to Manuel de Irujo’s private library, which was kindly handed over by his descendants in England – granddaughters Miren and Ane Button-Irujo – as recognition to the University for its support of Basque language and culture. The late 19th and early 20th centuries saw how a small but stable Basque community settled down in Liverpool due to the connections that a few shipping companies owned by Basque families set up between Bilbao and Liverpool. Basque Studies at Liverpool are proud to contribute to the preservation of the memory of those connections. Liverpool-born Miren de Eguia, whose Basque parents exiled into England escaping Francoist repression, was the speaker this year at the Annual Manuel Irujo Lecture and talked us through the project she is about to finalise in collaboration with Basque writer Jesús Etxazarraga to put out the biography of her father, Captain Joaquín de Eguia, who played a prominent role as head of the Basque Auxiliary Navy in key episodes in the history of the Spanish Civil War in the Basque Country. Miren’s wish to learn Basque, her father’s first language, put her first in contact with the Lectureship, where she came across Professor Xabier Irujo’s expertise, who encouraged her to start the project – an idea she had not previously envisioned. The book on Captain de Eguia will be published soon – an example par excellence of the calibre of the achievements we pursue at Liverpool.


EUSKADIKO IKASKETAK LIVERPOOLEN University of Liverpool-en euskara eta euskal ikasketak lantzen dira. Proiektu akademiko bakana da: ez da soilik Erresuma Batu osoko unibertsitate plaza bakarra euskara irakasteaz bat euskal gaietan egin beharreko ikerketa ere barne hartzen duena; mota horretako plaza bakarra da Europa osoan ere – Euskal Herriarekin lotura historikokultural sendoak dauzkaten guneetan dauden beste batzuk salbu, Bordele edota Madrilekoa, kasu. Proiektuaren barruan, Liverpooleko zein inguruko jendeari euskal hizkuntza eta kultura ezagutzera emateko ekitaldiak ere egiten dira. Horietako bat da Manuel Irujo hitzaldia, zeinak urtez urte hainbat diziplinatako adituak ekartzen baititu Liverpoolera. University of Liverpool-ek Manuel de Irujo zenaren liburutegi pribatua dauka gordeta bere bilduma eta artxibo berezien artean, haren Ingalaterrako ondorengoek – Miren eta Ane Button-Irujo bilobek, alegia – unibertsitateari opari eman ziotenetik euskara eta euskal kulturari eskainitako sostengua eskertuz. 2019ko Manuel Irujo hitzaldia Miren de Eguiak egin du. Miren Liverpoolen jaio zen bere gurasoek 1936ko gerratik ihes egin eta gero. Miren Joaquín de Eguia bere aita zenaren biografia bukatzen ari da Jesus Etxezarraga idazlearen laguntzarekin. Joaquín de Eguia Euzko Itsas Gudarosteko buru izan zen, rol garrantzitsua 36ko gerra hartako hainbat pasartetan, Matxitxakon, besteak beste. Mirenek euskara ikasi gura zuen, aita zenaren ama-hizkuntza baitzen. Horrek unibertsitatera ekarri zuen eta bertan Xabier Irujo irakaslea ezagutu zuen, Liverpoolera Renotik gonbidaturik etorria zena. Xabierrek aitaren biografia idazteko proiektua iradoki zion Mireni – ordura arte beroni burutik pasa ez zitzaion ideia. Eguia kapitainaren gaineko liburua laster argitaratuko da, Liverpoolen euskara eta euskal gaien inguruan helburu ditugun emaitzen adibide paregabea dena.

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FROM BILBAO TO LIVERPOOL: A BASQUE SEA CAPTAIN’S JOURNEY THROUGH TIMES OF PEACE, CONFLICT AND EXILE


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e a d o M Fashion Surprises

Designers

i d r o c i R


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The making of a dress is an industrial secret. Different components are made in separate places with hundreds of people involved.


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ANNE GORDON

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Commentary on Letters from John Woods to his family from Italy When I was a little girl at the beginning of the Second World War, my father was called up for the army like nearly all young men. He was an illustrator by profession, called John Woods, and he wasn’t sent off to be a fighting soldier, but started his army career giving illustrated lectures to the soldiers in England. Somehow the army discovered that he has an aptitude for languages and he was soon sent to learn Italian and was sent to Italy to work as an interpreter to seek out Italians working against the Allied Forces. He was not able to tell his family in England anything about the work he was doing, nor exactly where he was, but when his letters came home it became clear that he was in Sicily. These letters came intermittently, and they were exciting events as they contained wonderful drawings of the people and things that he was seeing. I was five or six at the time and had always been fascinated by illustrations (I still am!) and would spend a lot of time looking and looking at them. Even at a young age I could see the drawings were something special. As I got a bit older I appreciated that they told a lot about the difficult life of the Sicilians at that time – and some of the comments were fascinating as well as amusing (if heartrending in cases).

Previous page Apart from the detailed picture of the carabiniere in his out of date uniform, the drawing at the bottom of the malnourished mother and her baby shows just how dire the situation was for many Sicilians. I love the old man beside the carabiniere (almost reminiscent of Leonardo’s old men), with the comment “For snappy interpreting give me a toothless old fool who can’t read and who speaks only Sicilian”. Not to be taken literally, I’m sure.


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Later on I married and moved away to Liverpool, and I never asked my elderly mother what had happened to the letters. I didn’t dare ask really, because I didn’t want to be told that they had been chucked out. When, eventually my mother died (aged 91) I was clearing out her house and there, I found a package of parts of the letters with the drawings – and saw again some of the ones that I had particularly liked and remembered in some detail. I could have cried to see them again after about 55 years! Here is a selection of some of my favourites! On this page The two old men on the right are wearing traditional clothes – stocking caps and cloaks and shawls. The man below comes accompanied with a quote that refers to the constant movement of immigrants from the American continent back to Italy. The man at the bottom-right wears a shirt that is “ miracles of repair work”.


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Above The little boy will apparently “get you anything you want”. The mother and daughter we are told show ”scenes of family affection worthy of Raphael but they turn out to be looking for nits”. At the bottom is a sketch of my father who was prone to getting bitten by insects ”Most chaps dress as above, but in order to cover my suppurating bites from the flies I am wearing long sleeves and trousers, with the result that I look like something left over from Garibaldi”. Beside Ms. Gordon, showing one of the drawings at the Dante Alighieri Society meeting, Liverpool Chapter


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The picture to the left shows an almost medieval spaghetti-making machine, but is also interesting because it shows that my father had to make use of any bits of paper that he could find. This reminds us that the juxtaposition of the official letterhead, stamps and drawings is a visual reminder of the signifying layers in the history of these documents, namely of war, politics, parental affection and travels


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As a small child this was my very favourite – the joke about the old woman just appealed to my sense of humour at age six! “The old girl who used to sit in the bath establishment waiting room was a great one for the warmth. (My friend) said ‘You like to get near the brazier!’ She replied, ‘That’s nothing; I’ve another one under here!’ ”


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Ana ReimĂŁo

Mee th Professo


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Barbara Spadaro

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Rosalba Biasini


I hope you liked the third special issue of Fala AĂ­. I also hope that you learned a little more about the cultures related to the Lusophone and Italian immigrants in the city of Liverpool. But now it is time to hear from you. Please, let us know what you thought about this issue. If you have comments or ideas do not hesitate to inform us. You can follow the link below to take a quick survey about this issue and make suggestions for the upcoming ones. And if you feel like writing for our next issue, please send it our way. The same goes for images, if you happen to have pictures or drawings related to the Lusophone world, we will be happy to include it in our next edition. Whatever way you find fit to get in touch with us, we will be delighted to hear from you. As always, a special thank you to our sponsors:

Please fill out a quick survey to let us know what you think of Fala AĂ­. Just follow the link below

falaai@uga.edu

facebook.com/falaaiuga


Special issue

July

Special Edition 2019

UGA Portuguese Program & University of Liverpool Department of Modern Languages and Cultures


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