cisPE
CENTRO CULTURAL DA IMAGEM E DO SOM DE PERNAMBUCO
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO ARQUITETURA E URBANISMO JULIA VON SÖHSTEN DE SIQUEIRA
cisPE | Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco
Trabalho de Graduação desenvolvido pela aluna Julia von Söhsten de Siqueira, sob orientação do Professor Rafael Rangel, apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pernambuco como requisito para obtenção do grau de Arquiteta e Urbanista.
RECIFE 2020
“A passagem do tempo, da luz, da sombra e da transparência; os fenômenos cromáticos, a textura, o material e os detalhes..., tudo isso participana experiência total da arquitetura.”
Steven Holl
SUMÁRIO 08
INTRODUÇÃO
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JUSTIFICATIVA
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OBJETIVOS
Objetivo Geral Objetivos Específicos
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA
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A Imagem e o Som como elementos da cultura A Arquitetura e os sentidos
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PRECEDÊNCIAS PROJETUAIS
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Biblioteca Hunters Point Museu Judaico de Berlim Centro Cultural SSR Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro
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TERRITÓRIO
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Área de Estudo Caracterização geral do bairro do Poço da Panela Aspectos Urbanos Aspectos Legislativos
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PROPOSTA
Diretrizes Projetuais Memorial Descritivo Zoneamento Programa e Dimensionamento Projeto
138 CONSIDERAÇÕES FINAIS 140 REFERÊNCIAS 143 LISTA DE FIGURAS
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INTRODUÇÃO Desde a antiguidade nas cavernas que o ser humano se expressa com a arte fazendo pinturas por toda parte, cantando e dançando com as pernas. Estudando o avanço das artes modernas apreciando o que é belo de se ver, vemos que a arte é parte do ser que é racional e tem subjetividade. Enquanto existir humanidade, o fenômeno estético não irá morrer.” (GALLO, 1999, p.92).
Criada pelo homem, a arte é uma expressão direta com o mundo, com a natureza e uma linguagem consigo mesma. É impulsionada pelo sentimento e é de caráter renovável. Sendo o reflexo da essência humana, ela é determinada pela função social desenvolvida por uma bagagem histórica e cultural e assim, tem um importante papel. É responsável pelas sensações, libertação individual da personalidade humana, onde o indivíduo comunica sentimentos, pensamentos, valores e emoções. E também, ao mesmo tempo, cria a identidade cultural de cada povo (GALLO, 1999). Importante pontuar, que se tratando de cultura coletiva, a arte se torna significativa em muitas atividades humanas e assim, pode ser entendida como tudo de ordem estética, comunicativa, com uma grande variedade de linguagens, formas de expressão e sendo construída como identidade da cultura de uma sociedade. A arte,
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sendo associada com a educação, auxilia a integração do indivíduo de forma positiva no meio social e é capaz de transformar os seres humanos em agentes transformadores pois arte está vinculada com padrões sociais que formam a sociedade. Apesar de ser um produto da fantasia e da imaginação, a arte não está separada da economia, política e dos padrões sociais que operam na sociedade. Ideias, emoções, linguagens diferem de tempos em tempos e de lugar para lugar e não existe visão desinfluenciada e isolada . (BARBOSA, 1989).
Segundo Gallo (1999), o conceito de arte, assim como seu criador, é subjetivo e consequentemente, mutável diante das mudanças sociais em uma sociedade. Logo, a arte ampliou-se com o passar do tempo, sendo promovida com novos tipos de linguagens. Sua caracterização está relacionada ao “olhar”, ao “ver” e assim, engloba as artes em que a fruição ocorre por meio da visão, como exemplo, o cinema, a fotografia, dança, teatro, arte urbana, animações, arquitetura e muitas outras (ver figura 01 a 03). Vale observar também, que a arte do som, ou sonora, pode ser considerada como a reunião de gêneros artísticos que estão na fronteira entre música e outras artes. A arte sonora tem no espaço um amplo campo de exploração estética, onde
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a relação entre som e ambiente permite múltiplas possibilidades poéticas e criações plásticas através da musicalidade, ritmo, fala, etc (CAMPESATO, 2006). Diante disso, é notório entender que o campo visual e o campo sonoro são duas vertentes da arte que, normalmente, apresentam-se como o nosso primeiro contato com o mundo. Questionamentos são levantados: qual foi a sua primeira lembrança da infância? Uma música que te lembra alguma memória afetiva quando criança? Imagem que primeiro o tocou e por quê? Qual foi o primeiro filme que assistiu? E que impressão lhe causou? A imagem e o som são componentes que fazem parte dessas lembranças, pois, além de ser um ato de expressão, são, geralmente, uma das nossas primeiras experiências com a vida e, consequentemente, com a arte. A arte audiovisual é uma manifestação artística para um povo e sua cultura. E esses dois componentes, a arte visual e a arte sonora, são essenciais para o transporte de novas sensações, sensibilidade estética, perspectivas, criatividade e para a formação da identidade de uma sociedade, sendo potenciais ferramentas de aprendizado desde a infância. Dessa maneira, conhecer e valorizar a nossa cultura e a arte são auto afirmações do que somos. Entende-se, portanto, nesse trabalho, que a cultura é um forte agente de identificação pessoal e social que vem de uma bagagem passada
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entre gerações. A cultura pernambucana será tomada aqui como potencial do “ser” que também traz um valor de pertencimento de uma sociedade. Sendo uma das culturas mais ativas, ricas e diversificadas do Brasil (GUILLÉN, 2008), as raízes pernambucanas continuam sendo uma expressão viva da mesma que tem potencial de continuar sendo renovada cada vez mais. Por fim, sendo poderosa fonte de significados e significantes, as manifestações artísticas pernambucanas são capazes de ser potencializadoras dos laços comunitários, e observando a conjuntura atual do nosso Estado, vê-se cada vez menos a abordagem da valorização cultural do nosso patrimônio e assim, nesse sentido, tratar de um Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambucano é valorizar a nossa região que tem tanta riqueza e assim incentivar cada vez mais o aprendizado, a expressão, educação e liberdade e assim, portanto, mover barreiras.
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Este trabalho se inicia com a justificativa Por fim, apresenta-se a proposta composta que ressalta a relevância do estudo e abordagem pelas diretrizes projetuais, o programa e respecdo tema, os quais terá como análise de uma de- tivo dimensionamento, determinando os princimanda real de um novo equipamento cultural pais fatores que foram incorporados na proposta. para a cidade do Recife. Posteriormente, têm-se os objetivos gerais, específicos e os procedimentos metodológicos, nos quais são mostradas as etapas necessárias ao atendimento dos objetivos propostos. Em seguida, têm-se a conceituação temática, que visa expor a contribuição e estudo do fenômeno para o projeto. Esta parte é dividida em dois aspectos: o primeiro traz através de referenciais, como pode-se abordar a Imagem e o Som em equipamentos culturais e como são importantes para a cultura. No segundo, é feito um estudo acerca da relação da arquitetura com os sentidos, teorizado pelo arquiteto finlandês Juhani Pallasmaa em seu livro “O Olhos da Pele” (1996). Após a conceituação temática, apresenta-se as precedências projetuais, onde foram escolhidas algumas obras que possam auxiliar na elaboração das diretrizes projetuais através das suas relações com o conceito e programa adotados para o presente trabalho. Em seguida está a análise do território, onde o trabalho será inserido. Foram levantados dados necessários para o entendimento da área através de mapas e imagens, que possam justificar a escolha do território.
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Figura 01 a 03: Conjunto de fotos com quatro áreas das artes visuais [dança, teatro, cinema e arte urbana] . Fonte: Elaborado pela autora. Imagens disponíveis em: https://br.pinterest.com/ . Acesso em: 02/04/2020.
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JUSTIFICATIVA
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A arte é a protagonista da cultura, e sendo a manifestação artística parte da natureza humana, é visto que a falta de humanização cultural dos espaços públicos leva a uma cidade mais impessoal, opressiva e desconfortável. Dessa foma, propondo como tema, um centro cultural, torna-se um novo espaço para o entendimento geral sobre questões da cultura da Imagem e do Som da cidade e do Estado. A cultura pernambucana é uma das mais fortes e ricas do país e motivo para muito orgulho por parte dos pernambucanos. Contudo, apesar de reconhecer que existem várias práticas e potenciais espaços que geram dinamicidade nas produções artísticas no geral, percebe-se, que no cenário atual do Recife, mesmo com a injeção de R$5.6 milhões pela Prefeitura do Recife na produção cultural em 2020 (FONTE: site da Prefeitura da cidade do Recife), essa dinamicidade se torna cada vez menos visível. Isso acontece devido a decadência do sistema educacional e a falta de incentivos culturais por parte de financiamentos do Governo Federal (FONTE: site da Prefeitura da cidade do Recife). Importante pontuar também a predominância de museus e espaços de acervos culturais que se encontram nos bairros do centro histórico do Recife, como no Bairro do Recife, Boa Vista e Santo Antônio. Entretanto, a existência de espaços culturais em bairros não centralizados tam-
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bém são de extrema importância para disseminar, difundir, valorizar e preservar o patrimônio cultural do Recife para as pessoas. E assim, a proposta arquitetônica dessa pesquisa se distanciou do centro e não se encontra nos bairros do Centro Histórico da cidade. Dessa forma, exemplificando a ideia, o projeto tem como objetivo proporcionar um espaço de permanência (áreas de convívio) para o bairro e arredores e não de passagem (área de circulação) devido a sua localização, agregando a área e sendo um grande condensador e difusor de cultura no bairro do Poço da Panela e bairros arredores, na Zona Norte do Recife. Além disso, é imprescindível complementar bem como que os equipamentos culturais existentes, que em sua maioria são museus e teatros, e que são centralizados nos bairros centrais como já dito anteriormente, são contemplados e utilizados em espaços que já existentes. Exemplo disso é o Museu do Paço do Frevo que está localizado no casarão na Praça do Arsenal da Marinha no Bairro do Recife. Pode-se considerar também que o Museu Cais do Sertão é um exemplo de um objeto arquitetônico que pode ser considerado como um dos únicos expoentes de projeto que foi reformado por completo no Armazém 10 do Porto do Recife e tem com objetivo de ser um equipamento cultural arquitetônico contemporâneo de fato para cidade.
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PONTO DE PARADA TAMARINEIRA
CAMPO GRANDE HIPÓDROMO
ROSARINHO PARNAMIRIM
CASA FORTE
ENCRUZILHADA POÇO
JAQUEIRA
AFLITOS
SANTANA
TORREÃO
ESPINHEIRO TORRE
SANTO AMARO
No mapa (Figura 04), tem-se um panorama com o levantamento de equipamentos culturais (museus, centro culturais, teatros, cinemas, galerias, entre outros) localizados na cidade do Recife para contemplar a real necessidade de um novo objeto arquitetônico cultural para a cidade. Podemos concluir portanto, que a implantação do projeto na localidade vai muito além da arte em si e da reativação da área estudada. Trata-se da inclusão da sociedade e apropriação da relação cultura e espaço, criando um espaço que promova a cultura, ensino e espaços de qualidade para a cidade. Dessa maneira, o Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco servirá como articulador e meio de ligação entre pessoas e a arte, interno e o externo, a cidade e o indivíduo, trazendo toda a vitalidade e valor cultural ao local.
CORDEIRO
RECIFE
ZUMBI MADALENA
ÁREA DO ANTEPROJETO PROPOSTO
DERBY SOLEDADE
CINEMAS PRADO TORRÕES BOA VISTA
ILHA DO RETIRO
PAISSANDU
TEATROS
SANTO ANTÔNIO
MUSEUS
ILHA DO LEITE BONGI COELHOS
SAN MARTIN ILHA JOANA BEZERRA
CENTROS CULTURAIS
OBJETIVOS
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OBJETIVO GERAL
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Desenvolver um anteprojeto de um Centro Cultural da Imagem e do Som no bairro do Poço da Panela, Recife - PE, fundamentado a partir do Pesquisar referenciais arquitetônicos a fim conceito de Arquitetura Sensorial (PALLASMAA, de compreender aspectos do programa de neces1996). sidades, relação com a cidade, composição formal e conceitual relacionados ao Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco;
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Identificar os principais equipamentos culturais na cidade do Recife para entender a real demanda e necessidade de um novo objeto arquitetônico;
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Explorar o objeto arquitetônico através de atividades artísticas;
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Explorar a arquitetura sensorial como agente arquitetônico a fim de trazer experiências sensoriais aos seus usuários.
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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
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O procedimento a ser utilizado para o desenvolvimento do presente trabalho foi de caráter exploratório, através de dados relativos ao tema de estudo que foram recolhidos em meio bibliográfico e em meios digitais. É importante pontuar que o embasamento teórico desta pesquisa utilizou recursos bibliográficos a partir de artigos, dissertações de mestrado, artigos científicos e outras ferramentas que foram relevantes para a elaboração e desenvolvimento do trabalho. Em um primeiro momento foi necessário entender a arte como cultura e sua importância para a construção da identidade de um indivíduo e uma sociedade. Para isso, foi preciso uma análise sobre sua origem, e como, com o decorrer do tempo, o conceito de arte muda e é subjetivo (GALLO, 1999). E partindo da análise específica da Imagem e do Som, foi estudado que essas duas vertentes são importantes para a arte e são responsáveis por conectar os indivíduos. Ainda observou-se como a formação da cultura, em âmbito regional, são auto afirmações da nossa identidade pessoal, e por isso, a importância da valorização da cultura pernambucana. Em um segundo momento, pesquisou-se sobre a Arquitetura Sensorial, fundamentada nos princípios do arquiteto Juhani Pallasmaa com o livro “Os Olhos da Pele” (1996), que serviu como referencial teórico para o desenvolvimento e con-
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ceituação do projeto. Foi analisado como a arquitetura dos sentidos é essencial para o transporte de novas sensações, perspectivas e como o processo cognitivo da arquitetura pode influenciar na possibilidade de aprendizado e na projeção de sentidos, atendendo todos os sentidos simultaneamente, reforçando a experiência sensorial. Posteriormente houve um estudo de referências projetuais sobre Centros Culturais e outros equipamentos culturais atrelados ou não a arquitetura sensorial, a fim de entender sobre questões relativas a demandas que servirão como base para o desenvolvimento do projeto. Em seguida desenvolveu-se uma análise do território ao qual o projeto está inserido no Bairro do Poço da Panela, na Zona Norte da cidade. Foram verificadas questões físicas como, aspectos legislativos da área, questões relacionadas aos tipos de usos e ocupação do solo em seu entorno, gabarito do bairro, a vegetação abundante existente e demais conteúdos que foram pertinentes. E por fim, a confecção das diretrizes projetuais que foram propostas para o projeto, bem como o programa de necessidades e do pré-dimensionamento, que foram concluídas através das informações obtidas com o auxílio dos estudos projetuais, que serviram como partido para iniciar o desenvolvimento de ideias.
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CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA
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A IMAGEM E O SOM COMO ELEMENTOS DA pensamento sobre o olhar e sentido do ser humano. Lidam com a visão como seu meio principal de CULTURA A primeira concepção etnológica da cultura foi escrita em 1871 por Edward Burnett Tylor (1832 - 1917), considerado o fundador da mesma, ressaltando o caráter de aprendizado cultural em oposição à ideia de transmissão biológica: Tomando em seu amplo sentido etnográfico [cultura] é este todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade (TYLOR, apud LARAIA, 2006, p.25)
A arte é a protagonista da cultura. A palavra deriva do latim ars, artis, que significa a maneira de ser ou agir. Com o passar do tempo, foram atribuídas variações de conceitos com novos sentidos e valores. Em resumo, arte é o lugar do conhecimento e expressão. Além disso, é concebida como ideia de colocar o homem em equilíbrio com o seu meio e se caracteriza como um reconhecimento parcial da sua natureza e da sua necessidade, tendo em vista que não é possível um permanente equilíbrio entre o homem e o mundo que o circunda, sugerindo que arte é e sempre será necessária (FISCHER, 1983). Um dos campos que tem maior destaque na arte são as artes visuais, que podem ser definidas definidas como um conjunto de manifestações artísticas. Elas compreendem toda parte de linguagem e cisPE | Conceituação Temática
apreciação e dentro dela estão englobadas diversas manifestações: desenho, arquitetura, recorte colagem, fotografia, cinema, moda, entre outros (PANOFSKY, 1989; PAULA, 2016). Assim como as artes visuais, a arte sonora também é uma importante manifestação artística, que nasce apoiada em tradições já existentes e bem desenvolvidas em campos experimentais da música e das artes visuais. Por arte sonora entende-se como a reunião de gêneros artísticos que estão na fronteira entre música e outras artes, nos quais o som é material de referência dentro de um conceito expandido de composição, gerando um processo de hibridização entre a som, imagem, espaço e tempo. Entre outras questões, a concepção estética desse repertório são responsáveis na criação musical tradicional, como o espaço, a visualidade, a performance e a plasticidade, elementos que compõem a formação da cultura (CAMPESATO, 2006). Deste modo, a imagem e o som mostram sua importância e valor nos dias atuais, transmitindo como ela é essencial para evolução, conhecimento e nostalgia. Fazendo então com que resgatemos esses valores da arte através de um objeto arquitetônico e de um espaço proporcionado pela arquitetura, se mostrando de suma importância para o meio de expressão e comunicação para a sociedade.
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Figura 05: A Incredulidade de São Tomé, Caravaggio. Disponível em: https://formacao.cancaonova.com/biblia/estudo-biblico/a-ousadia-de-tome/ .Acesso em: 02/05/2020
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A ARQUITETURA E OS SENTIDOS “As mãos querem olhar, os olhos querem acariciar.” (GOETHE, Johann Wolfgang von)
ra “que intensifique a vida” provoque todos os sentidos simultaneamente e funde nossa imagem com nossa experiência do mundo. Para a arquitetura, a sua colaboração mental essencial é integrar e acomodar e reforça a sensação de realidade e identidade pessoal. Ao experimentar a arte [arquitetura] há uma troca, o empréstimo de emoções associados ao espaço e emancipa as percepções e pensamentos dos seus usuários (PALLASMAA, 1996).
Sentido: percebido através dos sentidos, é o palpável. A arquitetura sensorial explora a inter-relação de todos os sentidos [tato, audição, visão, paladar e olfato], são responsáveis por todas as nossas experiências sensoriais e relacionadas a tatilidade, por consequente, causa diferentes sensações em determinado espaço. É uma A sensação de identidade pessoal, reforçada pela arte que desenvolve os sentidos para fazer o corarte e pela arquitetura, permite que nos envolvapo humano vibrar e tem como função orientar as mos totalmente nas dimensões mentais de sonhos, imaginações e desejos. Edificações e cidades forpessoas e promover novos experimentos, então necem o horizonte para o entendimento e o connosso contato com o mundo se dá por essas expefronto da condição existencial humana. Em vez riências e com isso, nossas identidades pessoais. de criar meros objetos de sedução visual, a arquiDe acordo com o arquiteto norte americatetura relaciona, media e projeta significados. O no Steven Holl (2011), a arquitetura tem o poder significado final de qualquer edificação ultrapassa a arquitetura; ele redireciona nossa consciência de inspirar e transformar nossa existência do dia para o mundo e nossa própria sensação de termos a dia. O ato cotidiano de agarrar a maçaneta de uma identidade e estarmos vivos. A arquitetura uma porta e abri-la a um campo banhado de luz, significativa faz com que nos sintamos como sepode se converter num ato profundo se o experes corpóreos e espiritualizados. Na verdade, essa rimentamos com uma consciência sensibilizada. é a grande missão de qualquer arte significativa. (PALLASMAA, 1996, p.11). Ver e sentir, estas qualidades físicas significam tornar o sujeito dos sentidos. Juhani Pallasmaa em seu livro “Os Olhos Contemplando com a arquitetura, os senda Pele” (1996), expõe que na medida em que as tidos são essenciais para o transporte de novas sensações, perspectivas, reforçando a experiên- edificações perdem sua tatilidade e a sua linguacia sensorial. É válido observar, que a arquitetu- gem para com o seus usuários, os mesmos se tor-
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nam mais agressivos, imateriais e principalmente mais irreais. A conexão e proximidade simbólica da construção com o ofício humano transforma ainda mais a arquitetura em cenários para os olhos com sua autenticidade, ratificando ainda mais a correlação da arquitetura e a arte visual. É válido observar também, que essa conexão simbólica da construção com seus usuários fornecem uma integração e, consequentemente, uma experiência multissensorial, sendo retratado pelo filósofo Gaston Bachelard (1971) como uma “polifonía dos sentidos”. Em última análise, a arquitetura direciona nossa atenção e experiência existencial e pertencimento no espaço, assim como Pallasmaa (1996) retrata em seu livro:
terializa e torna eternas as ideias e imagens da vida, e sua integração com o material e imaterial fortificam a experiência sensorial que são obtidas através do “palpável”.
Toda experiência comovente com a arquitetura é multissensorial; as características de espaço, matéria e escala são medidas igualmente por nossos olhos, ouvidos, nariz, pele, língua, esqueleto e músculos. A arquitetura reforça a experiência existencial, nossa sensação de pertencer ao mundo, e essa é essencialmente uma experiência de reforço da identidade pessoal. Em vez da mera visão, ou dos cincos sentidos clássicos, a arquitetura envolve diversas esferas da experiência sensorial que interagem e fundem em si (PALLASMAA, 1996, p.39).
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RELAÇÃO ESPACIAL DA ARQUITETURA E SENTIDOS: Pallasmaa (1996) discorre que através da arte e da arquitetura, a sensação de identidade pessoal é reforçada e permite que os seres humanos se envolvam totalmente nas dimensões mentais dos sonhos, imaginações e desejos. A arquitetura não cria meros objetos de sedução visual, ela projeta significados. A significação da proposta final de uma edificação ultrapassa a arquitetura, ele redireciona à consciência pessoal, individual e visão do mundo, com a própria sensação de se ter uma identidade e estar vivo. O trabalho presente irá discorrer sobre os cinco sentidos do corpo humano, estes são: tato, paladar, audição, olfato e visão, atrelados à arquitetura que foram baseados nos estudos feitos por Steven Holl (2011) e Pallasmaa (1996) que serviram de apoio para o projeto do Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco.
Importante pontuar portanto, que a função atemporal da arquitetura é concretizar nossa existência no mundo. A arquitetura reflete, ma-
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• TATO
• PALADAR
Segundo Pallasmaa (1996), todos os sentidos, até mesmo a visão são extensões do tato. Os sentidos são particularizações da pele, e todas as experiências sensoriais são decorrentes e variantes do tato. A pele é o maior órgão do corpo humano e é por meio dela que podemos ter uma comunicação direta com com a tridimensionalidade dos objetos, observando e sentindo sua textura, densidade, temperatura e muito mais. O tato é o modo sensorial que integra nossa experiência de mundo com nossa individualidade. Até mesmo as percepções visuais se mesclam e integram no continuum tátil da individualidade; meu corpo me faz lembrar quem eu sou e onde eu me localizo no mundo. Meu corpo é o verdadeiro umbigo de meu mundo, não só no sentido de ponto de vista da perspectiva central, mas como o próprio local de referência, memória, imaginação e integração. (PALLASMAA, 1996, p.10 - 11)
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Figura 06: A maciez tépida da madeira consiste uma fonta de estímulos táteis ao nível da temperatura, consistência, textura e forma.
Conforme Kneib (2014), para que o tato seja explorado em uma obra arquitetônica, é importante uma interação dos sentidos para que o corpo seja atraído a experiência tátil. A adoção de materiais naturais, por exemplo, despertam Figura 07: Materiais como betão, aço e vidro, devido aos seus desempenhos térmicos, passam uma essa vontade ao toque, visto que são materiais sensação que são muito frios ou quentes, revelam-se pouco atrativos ao toque. mais humanizados e sofrem alterações devido ao “Apesar de nossa preferência pelos olhos, a observação vitempo, logo traz uma maior curiosidade tátil ao sual muitas vezes precisa ser confirmada pelo tato.” usuários.
A casa feita de doces, desperta nos personagens, e até mesmo aos leitores, um desejo sinestésico, O paladar, assim como o olfato, é estimu- estimulando os dois sentidos, visão e paladar, e lado por substâncias químicas. Esse sentido é o dá aquela expressão do “água na boca”. mais primitivo entre os cinco, sendo complementado pelo olfato e pela visão. O paladar humano só consegue distinguir quatro tipos de sabores, que são denominados de primários [doce, azedo, amargo e o salgado]. Para que essas informações cheguem ao cérebro, é preciso substâncias químicas que estimulem os botões gustativos, que em seu conjunto são chamados de papilas gustativas. A relação entre o paladar e a arquitetura é muito sutil, diferentemente dos outro sentidos, que criam uma interação mais direta, portanto não foi trabalhada para o projeto proposto. Segundo Pallasmaa (1996), há uma transferência sutil entre as experiências do tato, visão e do palaFigura 08: Ilustração do conto infantil “João e Maria” dos Irmãos Grimm. dar. Certas cores e detalhes delicados estimulam Disponível em: https://cursodebaba.com/joao-e-maria/ . Acesso em: 03/05/2020 as sensações orais e que são sentidas pela língua. Nossa experiência sensorial do mundo se origina na sensação interna da boca, e o mundo tende a retornar às suas origens orais. A origem mais arcaica do espaço de arquitetura é a cavidade oral. (PALLASMAA, 1996, p.56)
Um exemplo mais claro da relação visão e paladar é a casa da bruxa do conto infantil Hansel e Gretel, ou João e Maria (1812) dos irmãos Grimm.
Juhani Pallasmaa em seu livro “Os Olhos da Pele” (1996)
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Figura 10: Olho Refletindo o Interior do Teatro de Besançon, Claude-Nicholas Ledoux. Disponível em: http://warburg.chaa-unicamp.com.br/obras/view/1453. Acesso em 02/05/2020.
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• VISÃO A visão é o sentido mais significativos na questão da arquitetura, pois, além de proporcionar sensações de cor e luz através do globo ocular, também possibilita perceber o que existe à nossa volta. Segundo Pallasmaa (1996), o predomínio dos olhos e “omissão” dos outros sentidos tende a nos forçar à alienação e ao isolamento da exterioridade. Segundo o mesmo, a arte da visão oferece observar e analisar edificações imponentes e instigantes, mas ela não promove a conexão humana ao mundo a partir de uma experiência cinestésica, ou seja, com o conjunto das sensações no geral. É importante entender que a experiência espacial seja cinestésica, e não apenas visual, por isso, o sentido da visão deve ser utilizado como complemento e não como protagonista de um projeto arquitetônico. Entretanto, não é de se estranhar que a visão seja o sentido mais superestimado quando falamos de arquitetura. Afinal, é através dela que nos deslumbramos com o mundo e nos relacionamos com as pessoas. Formas, volumes e cores saltam aos nossos olhos através dos projetos arquitetônicos. As cores e a iluminação natural são formas
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de manifestação sensorial percebidas através da visão. Mais especificamente sobre as cores, elas são responsáveis por vários estímulos conscientes ou não, interferindo na sua relação com o espaço e atuando no nosso subconsciente influenciando no nosso humor. Cores frias, quentes, podem provocar/estimular irritação, calma, alegria, tristeza e outras características de humor (HELLER, 2012). Importante pontuar, também, que a iluminação natural é um fator significativo. É um dos principais elementos dentro da arquitetura, isso porque a luz natural torna qualquer ambiente vivo. A luz natural é condicionante fundamental no processo do projeto arquitetônico, sendo quase impossível desconsiderá-la. Usá-la como plano no momento conceptivo, definir formas e espaços, resultará certamente em qualificação do ambiente concebido (BARNABÉ, 2007).
Figura 09: Térreo aberto do Centro Cultural Cais do Sertão em Recife. Faz-se o uso de cobogó, trazendo uma manifestação sensorial gerado pela iluminação natural e sombras.
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“A arquitetura tem sido considerada uma forma de arte dos olhos.” Juhani Pallasmaa em seu livro “Os Olhos da Pele” (1996)
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• AUDIÇÃO
• OLFATO
A visão isola, enquanto o som incorpora; a visão é direcional, o som é onidirecional. Enquanto o senso da visão implica exterioridade, a audição cria uma experiência de interioridade (PALLASMAA, 1996). A acústica dos espaços é de grande importância para a obra arquitetônica, pois a falta ou o uso dela influencia diretamente no conforto ambiental na experiência do visitante, podendo comprometer ou não seu conforto, através de ruídos. É possível observar que existem diversos sons que são capazes de serem explorados na arquitetura e assim, criar uma experiência sonora estimulativa para a mente humana, provocando novas sensações e mudança de humor. A vegetação é um grande exemplo natural de como seus usuários são estimulados a novas sensações sonoras. E assim, o arquiteto tem um papel crucial na obra arquitetônica, para concretizar esses espaços através de boas escolhas em materiais, cores, texturas que absorvam o som da forma desejada.
Pallasmaa (1996), discorre que um cheiro específico nos faz reentrar de modo inconsciente num espaço esquecido pela memória da retina. “A memória e a imaginação permanecem associadas” (BACHELARD, Gaston)
Figura 11: Vista externa do Centro para Cegos e Deficientes Visuais do arquiteto Maurício Rocha, na cidade do México. Projeto que visa aprimorar a percepção espacial, e no sentido da audição, um canal de água atravessa o Centro de modo que o som guie os usuários pelo caminho.
Um dos palpites da ciência sobre o porquê do olfato despertar memórias emocionais mais fortes do que outros sentidos tem a ver com a proximidade entre o centro de processamento de cheiros e regiões que controlam emoções e memórias. Crucial pontuar também que por ter a capacidade fisiológica de formar e discernir recordações de aproximadamente 10.000 perfumes distintos, o ser humano tem uma grande fonte de informação indicado pelo sentido do olfato e que seus estímulos olfativos podem ter uma influência direta nas sensações acerca de uma obra arquitetônica.
Figura 12: O Centro de Reabilitação da rede Sarah em Brasília Lago Norte, utiliza áreas verdes integradas ao hall da edificação. O silêncio e os sons da natureza provocam sensações sonoras de bem-estar.
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Figura 13: Vista interna do projeto Father’s House de Qingyun Ma, localizado na China, que utiliza a arquitetura sensorial, predominando o sentido do olfato com o uso de materiais, como o bambu envernizado, que contribui olfativamente para o caráter arquitetônico dos espaços.
Com todas as informações apresentadas, o presente trabalho reconhece que a arquitetura vai muito além do que um objeto de concreto, a exploração dos sentidos projeta significados e sua integração e interação com o material e imaterial consolidam a experiência sensorial para os seus usuários. Diante disso, o projeto proposto “cisPE - Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco” vai buscar explorar esses experimentos através de quatro [tato, audição, olfato e visão] dos cincos sentidos principais, que assim, vão ser qualificados pelo espaço concebido.
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PRECEDÊNCIAS PROJETUAIS
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O arquiteto Christian Norberg-Schulz mostra a necessidade de uma “arquitetura que começa a existir quando “faz visível todo um ambiente” (SCHULZ apud NESBITT, 2008, p. 459), ou seja, a partir de construções que aproximem o homem da mesma, através das propriedades históricas e emocionais do lugar. O projeto de um centro cultural deve privilegiar todas as características sensoriais, através de fatores que estimulam emoções e sentimentos, como por exemplo, uso de materiais naturais e cores, a natureza e da própria arquitetura em si, sendo observados na Biblioteca Hunters Point, o Centro Cultural SSR e o MIS Rio de Janeiro, de Steven Holl, KEAB e Diller Scofidio + Renfro, respectivamente. Uma obra de arte, representada pela música, pintura, fotografia, cinema, é criada pelo
EXPLORAÇÃO DOS SENTIDOS
homem com o objetivo simbólico de representação de um conceito ou realidade determinada, ou, apenas, de representar a estética negativa ou positiva para o autor em determinado tema, realçada ou não pela arquitetura na qual está inserida, causando experiências individuais diversas, como por exemplo o Museu Judaico de Berlim, onde Libeskind, procura, através da arquitetura, a introspecção, sendo um espaço puramente para reflexão sobre os ocorridos na Segunda Guerra Mundial. Os projetos analisados a seguir foram selecionados por se encaixarem nas premissas desejadas na proposta de anteprojeto de um centro cultural da imagem e do som, seguindo conceitos estudados (ver croquis 01 a 03). Essas características podem ser de uso e programa, organização espacial ou exploração da arquitetura sensorial na concepção do projeto.
INTEGRAÇÃO DO EDIFÍCIO COM O EXTERIOR
ENTORNO COM FORTE SENSO DE LUGAR
Croqui 01 a 03: Ilustrações de conceitos estudados para a concepção da proposta. Fonte: Elaborado pela autora.
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• BIBLIOTECA HUNTERS POINT, 2019 Situado na cidade de Nova York, nos Estados Unidos, às margens do East River, a Biblioteca Pública Hunters Point, projetado pelo Steven Holl Architects em 2019 cria uma relação direta com o parque urbano no seu exterior através da luz natural e dos materiais densos e leves, que pode ser observado na figura 14. A envoltória de concreto pintada de branco vai além de uma fachada, é uma estrutura complexa que integra diferentes elementos estruturais. Assim, a partir de uma volumetria simples e com essa solidez estrutural permitiu-se fazer grandes aberturas para ter uma melhor integração interior e exterior e um quadro vivo da skyline de Manhattan e criando uma relação também com a escala humana, como pode ser visto na figura 15.
cisPE | Precedências Projetuais Figura 14: Vista Externa da Biblioteca Hunters Point em Nova York Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/925820/biblioteca-hunters-point-steven-holl-architects. Acesso em 18/04/2020
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A análise espacial da biblioteca não se dá em termos de áreas ou programa, mas sim em termos sensoriais e sua relação com o volume arquitetônico e de domínio de percepção visual e física. Assim, os diferentes espaços desta obra são identificados de uma forma inteiramente original através da sua matéria e da luz. É notório observar também que através destas grandes aberturas, é possível ver a organização do programa da biblioteca, assim, observa-se que a arquitetura pode sim conduzir a um programa e criar uma divisão fluida e de integração de diferentes usuários. Também válido o uso de materiais e revestimentos que permitam uma atmosfera aconchegante e convidativa como por exemplo o uso de revestimentos em bambu no seu interior.
Figura 16: Croqui da Biblioteca Hunters Point em Nova York Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/925820/biblioteca-hunters-point-ste-
cisPE | Precedências Projetuais Figura 15: Vista Interna da Biblioteca Hunters Point em Nova York Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/925820/biblioteca-hunters-point-steven-holl-architects. Acesso em 18/04/2020
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• MUSEU JUDAICO DE BERLIM, 2001 Localizado em Berlim, na Alemanha, o projeto do Museu do Holocausto (Figura 17) foi desenvolvido pelo arquiteto judeu-polonês Daniel Libeskind (1946) em detrimento de um concurso para esta área, com a finalização da sua construção em 2001. Em busca de um projeto de característica sensorial, que busca emocionar e apresentar os diversos fatos históricos ocorridos na Segunda Guerra Mundial, entre os anos 1939 e 1945, para pessoas de diferentes idades e religiões, Libeskind projetou o Museu Judaico em Berlim.
cisPE | Precedências Projetuais Figura 17: Vista Externa do Museu Judaico de Berlim Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/799056/classicos-da-arquitetura-museu-judaico-de-berlim-daniel-libenskind. Acesso em 18/04/2020
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O arquiteto toma como base, para a elaboração do seu projeto, o principal simbolismo da religião judaica, a Estrela de Davi. Libeskind desconstrói esse símbolo, na planta baixa formadora da tipologia da edificação, a fim de representar o sentimento de revolta e sofrimento dos judeus, que viveram ao Holocausto na Segunda Guerra Mundial. A representação desta quebra da forma primária da Estrela é apresentada na Figura 19, e a forma final dela pode ser observada na Figura 18.
Figura 19: Desconstrução da Estrela de Davi, por Daniel Libeslind Disponível em: https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.081/273. Acesso em: 18/05/2020
cisPE | Precedências Projetuais Figura 18: Vista aérea do Museu Judaico de Berlim Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/799056/classicos-da-arquitetura-museu-judaico-de-berlim-daniel-libenskind. Acesso em 18/04/2020
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A partir desta simbologia, como partido do projeto, Libeskind desenvolve espaços internos variando diversos fatores na própria arquitetura, como escala, pés direitos, desníveis no piso, finas entradas de luz, como também os próprios materiais que criam eco, para mostrar sensações intencionais em cada parte da exposição e “retratar” um pouco do sentimento de sofrimento que o povo judeu sofreu, e assim criar um espaço não propriamente convidativo, mas sim um espaço de introspecção. A relação do sujeito com o espaço dialoga com significado neste museu envolvente de sensações e emoções. O sujeito se torna modificador do espaço, devido a interações dos dois e ali torna-se um espaço único para reflexão.
cisPE | Precedências Projetuais Figuras 20 e 23: Vistas internas do Museu Judaico de Berlim Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/799056/classicos-da-arquitetura-museu-judaico-de-berlim-daniel-libenskind. Acesso em 18/04/2020
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Uma das salas (Figuras 22 e 23), além de possuir pés-direitos diferentes, aberturas propositais e uma inclinação sutil no piso, possui máscaras de ferro no piso, que na medida em que o sujeito anda, interage com o espaço fazendo ruído. Estas máscaras ao se chocarem provocam ecos e toda esta intenção agrava a sensação do sujeito modificador do espaço.
cisPE | Precedências Projetuais Figuras 20 e 23: Vistas internas do Museu Judaico de Berlim Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/799056/classicos-da-arquitetura-museu-judaico-de-berlim-daniel-libenskind. Acesso em 18/04/2020
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As salas possuem vazios e cortes finos nas alvenaria de concreto aparente (ver Figura 20 e 21). Estes possibilitam a percepção do visitante quanto a ausência e a perda dos diversos judeus mortos, funcionam com a intenção de mostrar a “não existência”, trazendo também uma pouca relação do exterior e interior, visto que sua intenção é ser um espaço para refletir. Neste caso a percepção do espaço do sujeito tem relação direta com a essência da arquitetura, da forma como esta foi intencionada. O museu, devido ao formato da planta baixa, (ver figura 18) possibilita a sensação de um labirinto, com objetivo de causar a perda da noção do espaço pelos visitantes, sempre tornando presente a lembrança de possíveis conflitos internos dos próprios judeus torturados e mortos nos campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial Nos corredores, o visitante caminha num espaço estreito, entre paredes cegas, que fazem a sensação, no âmbito da poesia, insignificante frente à força contida nas paredes e sem liberdade de seguir outro caminho, sem saber o que esperar em seguida. Esta relação do sujeito com o espaço e do espaço com o sujeito é bem desenvolvida e manipulada pelo arquiteto, tornando a própria edificação um objeto de arte.
cisPE | Precedências Projetuais Figura 24: Vista externa do Museu Judaico de Berlim. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/799056/classicos-da-arquitetura-museu-judaico-de-berlim-daniel-libenskind. Acesso em 18/04/2020.
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• CENTRO CULTURAL SSR, 2019 Localizado na cidade de Gunsan, na Coreia do Sul, o projeto do Centro Cultural SSR (Figura 25) foi desenvolvido pela equipe de arquitetos do escritório KEAB com finalização da sua construção em 2019. O equipamento cultural teve como partido arquitetônico dois conceitos: a da arquitetura mínima, onde não prejudica a paisagem natural e o declive do local, e a de uma arquitetura humanística que revela a vida do cliente. O projeto foi desenvolvido com o objetivo de ser um espaço cultural complexo que transportasse a uma “Viagem com a Natureza” em uma pequena colina em Susan-ri.
cisPE | Precedências Projetuais Figura 25: Vista externa do Centro Cultural SSR. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/928601/centro-cultural-ssr-keab?ad_source=search&ad_medium=search_result_all Acesso em 03/09/2020.
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O projeto foi projetado de forma que pudesse ser “colocado” no morro sem interferir muito na natureza local, com fundação planejada para ter espessura mínima e pensada para respeitar as árvores preexistentes. A fim de mostrar dramaticamente o ambiente natural como ele é, suas aberturas são amplas, fazendo que os visitantes sintam o valor da natureza natural, mantendo sempre um contato visual com essas paisagens, construindo conexões internas e externas usando o olhar para a natureza e assim, dessa forma, o projeto produz uma ligação forte entre o meio ambiente e arquitetura.
Figura 27: Conexões externas do Centro Cultural SSR. Disponível em: https://www.archdaily.com. br/br/928601/centro-cultural-ssr-keab?ad_source=search&ad_medium=search_result_all Acesso em 03/09/2020.
cisPE | Precedências Projetuais Figura 26: Vista interna do Centro Cultural SSR. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/928601/centro-cultural-ssr-keab?ad_source=search&ad_medium=search_result_all Acesso em 03/09/2020.
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Figura 28: Vista interna do Centro Cultural SSR. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/928601/centro-cultural-ssr-keab?ad_source=search&ad_medium=search_result_all Acesso em 03/09/2020.
Figura 29: Vista interna do Centro Cultural SSR. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/928601/centro-cultural-ssr-keab?ad_source=search&ad_medium=search_result_all Acesso em 03/09/2020.
Figura 30: Vista externa do Centro Cultural SSR. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/928601/centro-cultural-ssr-keab?ad_source=search&ad_medium=search_result_all Acesso em 03/09/2020.
Figura 31: Vista externa do Centro Cultural SSR. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/928601/centro-cultural-ssr-keab?ad_source=search&ad_medium=search_result_all Acesso em 03/09/2020.
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• MIS - MUSEU DA IMAGEM E DO SOM DO RIO DE JANEIRO O projeto para a nova sede do Museu da Imagem e do Som em Copacabana, no Rio de Janeiro, aconteceu em virtude de um concurso de projetos realizado em 2009. O escritório de arquitetura americano Diller Scofidio + Renfro venceu a concorrência e em 2011 iniciou a construção da edificação, todavia ainda hoje não foi finalizada. A nova sede do Museu da Imagem e do Som é um espaço que tem como objetivo reproduzir a identidade carioca. Em sua concepção arquitetônica é uma reprodução do famoso calçadão de Copacabana projetado pelo arquiteto Burle Marx, como visto nas figuras 33, 34 e 35.
cisPE | Precedências Projetuais Figura 32: Perspectiva externa do projeto idealizado do MIS Rio de Janeiro Disponível em: https://www.mis.rj.gov.br/arquitetura/. Acesso em 18/04/2020
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Figuras 33 a 35: Concepção arquitetônica do calçadão de Copacabana Disponível em: https://www.mis.rj.gov.br/arquitetura/. Acesso em 18/04/2020
Figuras 36: Perspectiva externa do projeto idealizado do MIS Rio de Janeiro Disponível em: https://www.mis.rj.gov.br/arquitetura/. Acesso em 18/04/2020
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O museu foi desenvolvido a partir da particularidade do lugar e em seu programa contém oito andares onde estão contempladas salas de exposições temporárias e de longa duração, incentivando a história e cultura do local, espaços destinados à pesquisa, acervo na história da cultura do cinema, música e imagens, salas para atividades didáticas, cinema, loja, cafeteria, restaurante panorâmico, bar/terraço, boate e mirante. O edifício possui uma longa escadaria na periferia da edificação que faz essa relação do exterior com o interior do edifício e consequentemente com o usuário. E no seu último andar se encontra terraço com um cinema a céu aberto com um mirante para a praia. A sua própria arquitetura da fachada já estimulam experiências sensoriais pela escolha dos materiais e como a volumetria se “movimenta” com o externo fazendo esse jogo de como reentrâncias e saliências como visto nas Figuras 32 e 36.
Estudo de Caso X Programa
MIS Rio de Janeiro
Bilheteria Café Restaurante Administração Estacionamento Interno Cinema Auditório Midiateca Setor Educativo Acervo Loja Exposição
Longa duração e temporárias
Centro de Documentação e Pesquisa Observação
Oito andares de experiências sensorias diversas relacionadas ao áudio visual
Fonte: Elaborado pela autora.
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TERRITÓRIO
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Fundação Joaquim Nabuco e Museu do Homem do Nordeste
Terreno escolhido
Jardim Secreto
Igreja Nossa Sra. da Saúde
Praça de Casa Forte
Estrada Real do Poço
• ÁREA DE ESTUDO A fim de elaborar mapas e seus estudos e análises, foi escolhido o bairro do Poço da Panela, onde se encontra o terreno que foi utilizado na elaboração do projeto arquitetônico. A área possui uma população residente de 4.615 pessoas, de acordo com o CENSO demográfico da cidade do Recife, realizado no ano de 2010. O bairro em questão merece destaque quando se trata da Região Metropolitana e Zona Norte da cidade, tendo em vista que se trata de uma área de alto valor histórico e patrimonial. Para a definição e potencial de ocupação do lote que ocupará o projeto do Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco - cisPE, foram feitos e analisados diferentes mapas, como o de legislação, uso, cheios e vazios, gabaritos, cobertura vegetal e principais vias da região, além de uma análise específica do lote, sendo observado seus condicionantes legais, como seus parâmetros urbanísticos e acessos.
Figura 38: Antigo Casarão no Poço da Panela. IPHAN. Fonte: Menezes, 2019
Figura 39: Poço da Panela em 1847. Fonte: Bassler, W. Poço da Panela. Litografia, 1847. In: Certeza, G. Raras e Preciosas Vistas e Panoramas do Recife, Fundarpe, 1984.
Rio Capibaribe cisPE | Território Figuras 37: Mapa Apresentação da área de estudo Fonte: Elaborado pela autora, 2020.1
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• CARACTERIZAÇÃO GERAL DO BAIRRO tórico que foi responsável pela reconfiguração socioeconômica, sendo o bairro que foi um dos mais DO POÇO DA PANELA O Poço da Panela é um bairro na Zona Norte da cidade do Recife, na RPA 3, e microrregião 3.1. Possui uma área territorial de 81 hectares e uma taxa geométrica de crescimento anual de 1,43. O Poço da Panela faz fronteira com os bairros de Casa Forte, Casa Amarela, Santana, Iputinga, Cordeiro e Monteiro, além de ser banhado pelo Rio Capibaribe. O bairro surgiu por volta do século XVIII e tem suas origens nas iniciativas de facilitar o escoamento da produção açucareira dos armazéns dos engenhos das redondezas, como o Engenho Casa Forte, Monteiro e Dois Irmãos (MENEZES, 2019). No início era um simples povoado em meio às grandes plantações de cana-de-açúcar, porém, a partir de 1746 esse perfil começou a ser modificado. Com uma grande epidemia de cólera na cidade, alguns médicos divulgaram que os banhos no trecho do Rio Capibaribe tinham propriedades medicinais no combate à doença. A notícia ganhou força e fez com que essa região recebesse a visibilidade dos ricos da cidade, que começaram a ocupar a área e construir casarões (SILVA, 2009). O bairro passou por muitas configurações espaciais para a crescente da população, a enchente de 1975 foi um importante momento his-
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impactados pela chuva, muito moradores, principalmente de baixa renda tiveram que sair e se relocaram para outros bairros (LIMA et al, 2016). Hoje em dia, o bairro do Poço da Panela nos remete ao Recife do século XIX e início do século XX, com suas ruas ainda constituídas por grandes pedras irregulares e grandes casarões tombados, herança da arquitetura eclética, fato pelo qual foi declarado pela Lei de Uso do Solo como Zona de Preservação Histórica. A escolha do bairro deve-se a sua posição de alto valor histórico e, como dito anteriormente no capítulo da Justificativa, à uma necessidade de promoção de novos equipamentos culturais a fim de promover uma maior vitalidade urbana, junto com intervenções culturais para a área.
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cisPE: Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco TERRENO ESCOLHIDO HABITAÇÃO SERVIÇO
• ASPECTOS URBANOS
COMÉRCIO
1. OCUPAÇÃO
USO MISTO
1.1. USOS A área em estudo possui uma grande variedade de usos, dispondo de uma predominância de habitações, tanto formais como informais, seguido por comércio e serviço em sua minoria. Nas quadras imediatamente vizinhas ao entorno observa-se esses três usos de uma forma bastante notória, bem como uma grande variedade de comércios e serviços, como farmácias, padarias, escolas, lavanderias, laboratórios e equipamentos culturais, como a Fundação Joaquim Nabuco e o Museu do Homem do Nordeste.
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INSTITUCIONAL CULTURAL RELIGIOSO EDUCACIONAL VAZIO/SEM USO
66 Figura 40: Mapa de Usos Fonte: Elaborado pela autora, 2020.1
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1.2. TIPOLOGIAS Após uma análise micro de tipologias que existem no entorno do terreno escolhido, conclui-se que há uma grande de variedades de tipos, mas com a predominância de casas soltas no terreno e casas sem recuos laterais. É notório observar que há casas na Avenida Dezessete de Agosto que foram completamente modificadas para terem a função de serviço/comércio. 1
3
4 3
Figura 43: Casa solta no lote no Poço da Panela. Fonte: Google Maps (2019). Acesso em: 30/05/2020
4
5
TERRENO ESCOLHIDO
Figura 41: Casarão no Poço da Panela. Disponível em: https://visit.recife.br/en/onde-comer/barchef/onde-comer-barchef-lista/. Acesso em: 30/05/2020
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Figura 44: Edifício singular (Fundação Joaquim Nabuco) no Poço da Panela. Fonte: Google Maps (2019). Acesso em: 30/05/2020
5 CASA SEM RECUO LATERAL CASA SOLTA NO LOTE EDF. SOBRE PILOTIS
2 1
EDF. PÓDIO EDF. SINGULAR CASARÃO OUTROS Figura 42: Edifício sobre pilotis no Poço da Panela. Fonte: Google Maps (2019). Acesso em: 30/05/2020
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Figura 46: Mapa Tipologias Fonte: Elaborado pela autora, 2020.1
Figura 45: Casas geminadas modificadas no Poço da Panela. Fonte: Google Maps (2019). Acesso em: 30/05/2020
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cisPE: Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco TERRENO ESCOLHIDO EIXO URBANO EIXO LOCAL
s
ixa
e r. S
.D Av
de o Ag sto
Figura 47: Mapa Caminhos Viários Fonte: Elaborado pela autora, 2020.1
PONTO DE ÔNIBUS
7
70
EIXO MICRO LOCAL .1 Av
es
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Via do Eixo Urbano no território estudado, tendo em vista que ela é a principal via dos bairros de Casa Forte, Poço da Panela, Monteiro, Santana e Parnamirim na Zona Norte da cidade. Dentre as vias locais pode-se encontrar as Ruas: Estrada Real do Poço, Rua do Chacon e Rua Dona Olegarinha da Cunha. Por fim, percebe-se uma grande quantidade de vias micro-locais, as quais articulam o bairro. O terreno para o projeto proposto possui três acessos por duas vias locais, Avenida Dr. Seixas e Rua Luiz Guimarães, e pela Via de Eixo Urbana de alto fluxo de automóveis e pedestres, a Avenida Dezessete de Agosto.
rã uima uiz G Rua L
1.3. CAMINHOS VIÁRIOS E MEIOS DE TRANSPORTE Sabe-se que uma boa mobilidade no território é reflexo do desenvolvimento de uma cidade. Segundo o dicionário, mobilidade significa “facilidade para se mover”, isto tem como objetivo tornar o movimento fluído e prático. Ônibus, carros, bicicletas, outros transportes coletivos e até mesmo a promoção da navegabilidade fazem partes das soluções de mobilidade e têm o intuito de facilitar as pessoas. Importante observar que o Rio Capibaribe é de grande importância para a cidade do Recife, e seu potencial para navegabilidade também é uma boa solução para uma boa mobilidade. O grau de importância e de repercussão de uma via na articulação do território é definido por meio da análise urbana. Para que se entenda o funcionamento dessa conexão, é relevante perceber que o principal critério para a definição hierárquica das vias é a questão do seu impacto de articulação com o entorno dentro ou fora do Centro Continental. Essas vias, então, são definidas como Vias Metropolitanas, Vias do Eixo Urbano, Vias Locais e Vias Micro-Locais. Na área de estudo é possível observar três dos quatro tipos de corredores viários [Vias do Eixo Urbano, Vias Locais e Vias Micro-Locais]. A Avenida Dezessete de Agosto é um exemplo de
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1.4. CHEIOS E VAZIOS Por meio da análise do mapa de cheios e vazios da área (Figura 41), observa-se que o perímetro é bastante adensado, porém acaba existindo espaços abertos e vazios urbanos dentro do bairro. O terreno é um lote-quadra totalmente vazio, enquanto que o entorno imediato é bem adensado, porém seguindo as exigências legislativas de recuos laterais e frontais. Muitos lotes encontram-se em desuso, outros possuem o uso de estacionamento e ademais foi observado na análise, que a maioria dos espaços abertos são áreas verdes livres, principalmente nas margens do Rio Capibaribe em decorrência da legislação de 1970.
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72 Figuras 48: Mapa Cheios e Vazios Fonte: Elaborado pela autora, 2020.1
cisPE: Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco TERRENO ESCOLHIDO TÉRREO
1.5. GABARITO Com a análise do polígono em estudo nota-se facilmente que a predominância do gabarito na área é de térreo e de até 1 pavimento. Entretanto, há grandes disparidades em algumas áreas com edificações que chegam a mais de 20 pavimentos, como é o caso de três edifícios residenciais que estão colados ao terreno escolhido, concluindo que, mesmo sendo um bairro histórico com legislação rigorosa, em suas extremidades, perto da Avenida Dezessete de Agosto, há uma variedade de gabaritos. Isso é devido a construção dessas edificações que foram legalizadas e executadas antes da regulamentação da Lei nº 16.719/01, ou conhecida popularmente como a Lei dos 12 Bairros. Assim, é notável claramente a disparidade de edificações antes da lei, como o caso desses três edifícios (acima de 20 pavimentos) e o depois, como vai ser o caso do Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco, que poderá ter um gabarito de no máximo 24 metros de altura respeitando a lei.
2 PAVIMENTOS 3 A 4 PAVIMENTOS 5 A 10 PAVIMENTOS 10 A 20 PAVIMENTOS ACIMA 20 PAVIMENTOS
Figura 49: Foto representando a baixa verticalização que se encontra no bairro do Poço da Panela. Fonte: Aline Vieira, 2019.
Figura 50: Foto aérea do terreno escolhido. Disponível em: https://www.diariodepernambuco. com.br/noticia/vidaurbana/2019/08/moradores-do-poco-da-panela-contra-construcao-de-atacado-dos-presentes.html. Modificado pela autora. Acesso em: 24/05/2020
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74 Figuras 51: Mapa Gabaritos Fonte: Elaborado pela autora, 2020.1
cisPE: Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco TERRENO ESCOLHIDO
1.6. COBERTURA VEGETAL Assim como o transporte de massa, a maioria das cidades sabe que as árvores são boas, mas poucas estão dispostas a pagar o preço justo por elas. Esse passo busca expressar o pleno valor das árvores e justificar os maiores investimentos que merecem em quase toda a cidade. (SPECK, 2016)
Bem como dito por Jeff Speck (2016), sabe-se a importância das massas vegetais no ambiente urbano, são elas as responsáveis por manter a sensação de conforto em uma caminhada, melhoram a qualidade do ar e beneficia a saúde mental e física da população. Diante da área de estudo, foram definidas, para diagnóstico da cobertura vegetal, as peças verdes e das redes de espaços verdes. Como peças verdes entende-se como pequenas manchas verdes, isoladas e sem continuidade, que influenciam mais seu entorno imediato, e contrapartida, as redes de espaços verdes possuem continuidade e uma ligação entre si, isso faz com que a malha seja capaz de interferir no clima e trazer benefícios e conforto ambiental não só para utilizadores de uma região específica. Analisando mais profundamente o território, percebe-se que é um ambiente bastante arborizado. O bairro do Poço da Panela tem como principal peça verde toda a extensão ribeirinha
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do Rio Capibaribe. Outro fator importante da área, é que sendo uma área predominantemente de casas residenciais, é notório observar que as mesmas possuem grandes quintais bastante arborizados com árvores de grande porte, contribuindo, portanto, para uma melhor sensação de conforto ambiental no bairro. Importante ressaltar que a presença de uma generosa cobertura vegetal é um fator decisivo para o bem estar e por isso, é um elemento que precisa ser analisado e inserido ao projeto do Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco.
76 Figuras 52: Mapa Cobertura Vegetal Fonte: Elaborado pela autora, 2020.1
cisPE: Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco TERRENO ESCOLHIDO ZAC CONTROLADA
• ASPECTOS LEGISLATIVOS O bairro do Poço da Panela encontra-se dividido em quatro zonas básicas, são elas: 1. ZEIS: Zona Especial de Interesse Social; 2. ZEPH: Zona Especial de Preservação Histórico; 2.1 SPR: Setor de Preservação Rigorosa 2.2 SPA: Setor de Preservação Ambiental 3. ZAC: Zona de Ambiente Construído; 4. ZAN: Zona de Ambiente Natural. 4.1 ZAN Capibaribe Sobre os aspectos específicos do terreno escolhido, ele se encontra em uma Zona de Ambiente Construído Controlada II (ZAC Controlada II). De acordo com a Lei do Uso e Ocupação do Solo da cidade do Recife Art. 96, 96, consideram-se Zona de Ambiente Construído como áreas caracterizadas pela ocupação intensiva, pelo comprometimento da infra-estrutura existente, objetivando controlar o seu adensamento. Ademais, a área de estudo é considerada como ZAC Controlada II, que compreende-se as frações territoriais dos bairros do Derby, Graças, Espinheiro,
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IEP
Aflitos, Jaqueira, Parnamirim, Casa Forte, Poço da Panela, Panela, Monteiro, Santana, Apipucos e Tamarineira, correspondendo aos 12 (doze) bairros componentes da Área de Reestruturação Urbana (ARU) que foi sancionada no ano de 2001 pelo até então prefeito da cidade do Recife, João Paulo Lima e Silva. Vale ressaltar também que, o terreno de estudo escolhido está localizado no Setor de Reestruturação Urbana 3 - SRU 3, definida como “área que margeia o Rio Capibaribe e apresenta tipologia predominante unifamiliar, requerendo parâmetros urbanísticos capazes de conservar elementos singulares ainda existentes em termos de sua paisagem natural.” (RECIFE, 2001). Do ponto de vista do mercado imobiliário, a Lei dos Dozes Bairros limita e “engessa”, certas áreas dos bairros determinados, visto que os parâmetros construtivos são mais rigorosos e restritivos. No bairro específico do Poço da Panela, a lei proíbe a construção de edifícios com gabarito elevado, bem como a descaracterização dos casarões, fazendo dele uma área de alto valor patrimonial e histórico. A preservação da paisagem natural como principal orientação para a SRU 3 influenciou diretamente na diretriz projetual de preservação de massa vegetal existente no terreno. Todos os parâmetros urbanísticos que se aplicam ao terreno definidos pela lei encontram-se no subtítulo 6.4.1 sobre os condicionantes legais do projeto.
IPAV ZAN CAPIBARIBE ZEPH SRA ZEPH SPR ZEIS
78 Figuras 53: Mapa Legislação. Fonte: Elaborado pela autora, 2020.1
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O TERRENO:
u mínimo ZAC (II)
REQUISITOS ESPECIAIS
2,0
80
, 75
1
m
12.002 m²
4m
CUT (u)
53,94 m
8,0
ZONA
• Condicionantes Legais Sobre os aspectos específicos do terreno escolhido, ele se encontra em uma Zona de Ambiente Construído Controlada II (ZAC Controlada II) e é um Setor de Reestruturação Urbana, estabelecido pela Área de Reestruturação Urbana (ARU) de acordo com a Lei nº 16.719/01, popularmente conhecida como a Lei dos 12 Bairros. Dessa forma, com o Anexo 6 que retrata os condicionantes legais sobre os Setores de Reestruturação Urbana (SRU), a área em destaque segue os parâmetros urbanísticos da SRU 3 e da ZAC II, o qual define:
15
Após a escolha e análise do bairro, realizou-se pesquisa a respeito de mapa de áreas em potencial na região que atendessem os critérios para um Centro Cultural. Dessa forma, o terreno escolhido possui 12 mil metros quadrados (conjunto de lotes) e está localizado na esquina da Avenida Dezessete de Agosto com a Avenida Dr. Seixas e com a Rua Luiz Guimarães, nº 2069. O lote está situado no limite entre os bairros do Poço da Panela e Casa Forte, e cerca do bairro do Monteiro.
cisPE: Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco
94,00 m
Afastamentos TSN
u máximo
Afi Frontal*
Afi Lateral e Fundos
2,0
A: 8,00 B: 5,00 C: 5,00
1 ou 2 pav = Nulo/1,5m. Mais de 2 pav = 3m
Figura 54: Foto aérea do terreno escolhido. Disponível em: https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/vidaurbana/2019/08/moradores-do-poco-da-panela-contra-construcao-de-atacado-dos-presentes.html. Modificada pela autora. Acesso em: 24/05/2020
60%
O terreno escolhido para proposta atende todas as exigências legais. Foi escolhido a opcão de não remembrar (podendo assim, alcançar edificações com gabarito até 24 metros, devido ao SRU-3) dos lotes, porém, vale salientar que o gabarito máximo do projeto atende aos 12 metros de altura por questões projetuais e de respeito à média geral de gabaritos do bairro/entorno.
- No SRU 3, independentemente da Categoria de dimensionamento da via, só serão permitidas edificações com até 24m (vinte e quatro metros) de gabarito máximo OU 12m (doze metros) em função de remembramento de lotes. - * Avenida Dezessete de Agosto = Via A / Avenida Dr. Seixas = Via B / Rua Luiz Guimarães = Via C Figura 55: Esquema com os lotes não remembrados do terreno proposto. Fonte: não identificada.
cisPE | Território
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cisPE | Território
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PROPOSTA
cisPE: Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco
• DIRETRIZES PROJETUAIS As diretrizes para o cisPE - Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco foram o conjunto de toda parte teórica dos objetivos, os temas de conceituação temática e o entorno para o desenvolvimento de um edifício que atenda como um novo equipamento cultural para a cidade. Tendo isso em vista, as diretrizes para a evolução do trabalho foram:
1. PEÇAS VERDES
Promover relação do usuário com a área verde local considerando a grande massa vegetativa existente do terreno:
cisPE | Proposta
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cisPE: Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco
2. CONEXÕES
3. RELAÇÃO ENTORNO
Propor conexões físicas através de agenRelacionar o edifício com a paisagem arciamentos que integrem a rua com a espaço e quitetônica e natural do entorno através do jogo conexões visuais através da relação interno e ex- de alturas do skyline com a arquitetura preexisterno, de modo a trazer uma permeabilidade do tente: edifício com a via:
cisPE: Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco
4. MULTISENSORIALIDADE
Criar estratégias de arquitetura sensorial • SOBRE O TATO: Áreas de transição onde os espaços podem através do uso da materialidade, natureza existente, estratégias de iluminação, sonoras e olfa- ser explorados com materiais que permitam sons tivas, com o intuito de proporcionar ao visitante e interação com o usuário. diferentes estímulos sensoriais, conforme a seguir: • SOBRE A AUDIÇÃO: Septos e elementos que permitam a reverberação do som e uma boa acústica.
• SOBRE A VISÃO: Exploração de cores, iluminação natural e formas, ampliando com o conjunto de todos os outros sentidos explorados.
Figuras 56 a 62: Ilustração de diretrizes projetuais. Fonte: Elaborado pela autora, 2020.2
cisPE | Proposta
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cisPE: Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco
• MEMORIAL DESCRITIVO O Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco - cisPE, localizado no bairro do Poço da Panela, convida o visitante para um refúgio e imersão da cultura da imagem e do som. Busca sempre, através das disposições arquitetônicas e urbanas, tornar o edifício e parque urbano mais que um local de encontro ou um centro cultural, mas sim a própria experiência imersiva da visita. O visitante acessa ao Centro a partir da Av. Dezessete de Agosto com um generoso espaço verde, resultado do afastamento da edificação ao limite de todas as vias do lote (Av. Dezessete de Agosto, Av. Dr. Seixas e Rua Luiz Guimarães) e a TSN (taxa de solo natural). Dessa forma, traz benefícios urbanísticos para todo o entorno com o aumento das larguras das calçadas e mais espaços públicos de convivência e de passagem. Também tem-se na proposta, a relocação do ponto de ônibus existente no local para um espaço urbano mais agradável. O terreno foi zoneado de forma a criar atmosferas diferentes no espaço, acompanhando a vegetação existente, cria-se espaços mais introspectivos para apreciação da natureza e áreas de convivências. Além de espaços mais extrovertidos, sempre explorando a sensorialidade dos usuários através de uso de cores, texturas e elementos que chamem a atenção do mesmo.
cisPE | Proposta
O percurso pelo lote é o grande responsável por conectar esses ambientes e promover diferentes experiências aos observadores em sua caminhada, levando-os à entrada principal do edifício do Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco, onde essa imersão experimental se materializa em três blocos independentes que são conectados através de uma passarela. Ao longo de uma larga escada/arquibancada e duas grandes rampas que vão se alargando até o semi-enterrado, o visitante entra em um universo onde várias atividades estão acontecendo. Tem-se uma grande área de convivência, com bancos e área verde, café, uma suntuosa obra de arte interativa, lojas de artesanatos locais, um grande telão projetado na própria fachada cega - para filmes, documentários, arte no geral, e um vão amplo e adaptável, que surja de acordo com a necessidade de algum tema e abordagem efêmera do centro cultural. A estrutura do cisPE foi pensada com o objetivo do centro ser um grande espaço com vãos livres e amplos, dessa forma, os blocos acabam se tornando três pórticos e sua estrutura é o concreto protendido, onde é capaz de fazer grandes aberturas e que, além de sustentá-la, é capaz de suportar aos dois pavimentos atirantados através por cabos de aço, trazendo leveza para o projeto. A única entrada e saída para os outros pa-
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cisPE: Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco
vimentos se encontra nesse espaço. Dessa forma, o semi-enterrado, já bastante movimentado, se torna um espaço de bastante interação e integração. Vale salientar que todos os blocos do cisPE são bastante permeáveis, com pés-direitos duplos e grandes aberturas, mantendo essa permeabilidade visual para quem está dentro do edifício e também para quem está fora. Já na entrada e na visão da própria Av. Dezessete de Agosto, é possível ver toda a extensão de uma grande passarela metálica no primeiro e segundo pavimentos na cor laranja, cor que, segundo a cromoterapia, estimula o trabalho físico e mental, trazendo assim, bom humor e alegria. Após a passagem pela bilheteria do centro no semi-enterrado, o visitante sobe pelos elevadores panorâmicos e assim chega no primeiro pavimento, dedicado a exposições com foco na arte da imagem com diferentes escalas e sensações. Seguindo para os outros blocos através dessa promenade metálica, o viajante é direcionado para as seguintes atividades e exposições, onde encontra salas abertas para workshops, espaços para exposições permanentes e temporárias. Ao final do percurso, chega-se a biblioteca; um amplo espaço com pé-direito duplo, com área para leitura e estantes de livros baixas, para manter essa permeabilidade proposta. Ao subir para o segundo pavimento por um
cisPE | Proposta
segundo elevador panorâmico, o visitante chega no segundo pavimento da biblioteca. Seguindo o percurso da passarela, ele se depara com salas de workshop, espaços de exposição de curta e longa duração com foco dessa vez com atividades relacionadas com a arte do som. O passeio por essa atmosfera acaba quando o percurso dessa promenade chega ao fim, o visitante pega novamente o elevador panorâmico, voltando ao semi-enterrado, por onde tudo começou e assim, a visita termina. Toda a área e acesso de serviço foi projetada para a via menos movimentada, a Rua Luiz Guimarães. Os funcionários e os caminhões de carga e descarga passam por uma portaria de controle. Vestiários, banheiros, copa e uma grande área de estar estão inseridas na Norma Brasileira de Acessibilidade 9050, de forma a abrigar também funcionários com limitações. Os caminhões de médio porte deixam suas cargas na doca, onde imediatamente vão para o acervo e para o centro de documentação e pesquisa e assim, seguir para o elevador de carga, com capacidade de 3.500 kg para ser distribuído para as áreas de exposições. A administração do museu também se encontra posterior à área de serviço. O cisPE - Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco respeita as edificações vizinhas e aborda a contemporaneidade com a arquitetura sensorial. Ele é um momento, uma atmos-
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cisPE: Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco
cisPE: Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco
• ZONEAMENTO
fera no meio urbano, onde a natureza, cultura e arquitetura se encontram e se tornam cruciais e indispensáveis.
CONEXÃO ENTRE BLOCOS PASSARELA
D C B
D
A
BLOCO A • Exposições temporárias • Exposições permanentes • Entrada e saída|bilheteria BLOCO B • Exposições temporárias • Exposições permanentes • Lojas • Café
BLOCO C • Sala workshops • Ateliê • Biblioteca • Acervo BLOCO D • Banheiros • Depósitos + DML
Figuras 63: Diagrama de zoneamento. Fonte: Elaborado pela autora, 2020.2
cisPE | Proposta
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cisPE | Proposta
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cisPE: Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco
PROGRAMA E DIMENSIONAMENTO SERVIÇO
ESPAÇO cisPE • • • • • • • • •
Recepção 01 __________________ 60 m² Recepção 02 __________________ 30 m² Biblioteca do bairro ____________ 425 m² Lojas (04 módulos + Depósito) ____ 98 m² Bicicletário ____________________ 40 m² Café _________________________ 175 m² Módulo WC __________________ 19,30 m² Cinema ao ar livre Área exposições/livre __________ 724 m² ÁREA = 1.571,30 m²
• • • • • • • • • • • •
Setor Administrativo _____________ 21 m² Vestiários e BWC ______________ 27 m² Estar + Copa _______________ 65,15 m² Carga e Descarga _______________ 19 m² Depósito e Acervo ______________ 83 m² Depósito de manuntenção ________ 95 m² DML ___________________________ 19 m² Lixo e Gás __________________ 15,50 m² Gerador + Medidor _____________ 16 m² Subtração ______________________ 8 m² Portaria ________________________ 5 m² Estacion. Funcionários _________ 10,15 m² ÁREA = 383,80 m²
ESPAÇO IMAGEM - 1º PAVIMENTO • • • •
Exposições temporárias ________ 175 m² Exposições permanentes ________ 400 m² Ateliês Workshop _______________ 250 m² WC (02 módulos) _____________ 38,62 m² ÁREA = 863,62 m²
Figura 64: Quadro de áreas. Fonte: Elaborado pela autora, 2020.2
cisPE | Proposta
ESPAÇO SOM - 2º PAVIMENTO • • • •
Exposições temporárias ________ 175 m² Exposições permanentes ________ 400 m² Ateliês Workshop _______________ 165 m² WC (02 módulos) _____________ 38,62 m² ÁREA = 778,62 m²
TOTAL PARA PROPOSTA (m²) = 3.597,34 TOTAL ÁREA VERDE (m²) = 7.201,09
90
CA
LÇ
AD
A
+ 0,00m 85°
O ST
2 ,0 94
AS
EIX
.S
DR
GO
A DE TE
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AV
A
ID EN
AV
04
9,
EN
ID
A
DE
ZE
SS
E
DE
AG
,71
175
OS
ÃES GUIMAR
53,56
TO
IZ RUA LU
CE A DE S RAMP 4% i=
ET
122 °
AV
81°
15
78°
B
- 1,50m
DR
.S EIX AS
SCE RAMPA DE i = 7%
03
02
01
AV EN I
DA
06 05 04
viga invertida. h = 1,60 m
+ 0,00m - 1,50m
C'
C viga invertida. h = 1,60 m
+ 12,00m ,00
viga invertida. h = 1,60 m
viga invertida. h = 1,60 m
O UR
LIM
E.
OF
ÍTR
3 h=
m
M viga invertida. h = 1,60 m
viga invertida. h = 1,60 m
ARREMATE. h = 2,00 m
viga invertida. h = 1,60 m
LAJE PLANA IMPERMEABILIZADA (i = 5%)
+ 12,00m viga invertida. h = 1,60 m
viga invertida. h = 1,60 m
A' viga invertida. h = 1,60 m
viga invertida. h = 1,60 m
A
ARREMATE. h = 0,15 m
PASSARELA
LAJE PLANA IMPERMEABILIZADA (i = 5%)
RAMPA SOBE i = 8%
viga invertida. h = 1,60 m
ra
ARREMATE. h = 2,00 m LAJE PLANA IMPERMEABILIZADA (i = 5%)
LAJE PLANA IMPERMEABILIZADA (i = 5%)
PE
cis
|
ro
nt
Ce
C
tu ul
da
em
A
A'
e
do
m
So
de
Perna
mbuco
RESERVATÓRIO INFERIOR CAPACIDADE: 114.000 LITROS
Im
ag
PLANTA DE LOCAÇÃO E COBERTA ESCALA
ra
1/300
PE
cis
01/12
56 VAGAS
N
DA CA LÇ A
02
viga invertida. h = 1,60 m
04
ARREMATE. h = 2,00 m
viga invertida. h = 1,60 m - 3,00 m
ARREMATE. h = 0,15 m
01
LAJE PLANA IMPERMEABILIZADA (i = 5%) viga invertida. h = 1,60 m
ARREMATE. h = 2,00 m
CE ES AD MP = 20% i
RA
RUA LUIZ
+0,00m
MAR GUI ÃES . TE MA m RE 0,15 R A h=
I
OL
A
ÇAD
CAL
R MU
ACESSO VEÍCULOS
LAJE PLANA IMPERMEABILIZADA (i = 5%)
E
OF
TR MÍ
= .h
0m
3,0
Perna
mbuco
PLANTA BAIXA SUBSOLO 1/300 PRANCHA
B'
ELEVADORES PANORÂMICOS
Im
ESCALA
N
viga invertida. h = 1,60 m
da
e
de
ag
C
PRANCHA
+ 12,00m
viga invertida. h = 1,60 m
|
ro
nt
Ce
tu ul
em
do
m
So
03 05
02/12
LEGENDA 1 - ENTRADA ESTACIONAMENTO 2 - PLATAFORMA
ELEVATÓRIA 3 - ESCADA SUBSOLO 4 - SALA MEDIDOR 5 - GERADOR
CA
LÇ
AD
A
17
16 + 0,00m
AV
EN
CE A DE S RAMP 4% i=
ÁREA VERDE A = 820 m²
ID
A
DE
ZE
SS
ET
E
DE
AG
OS
TO
ÁREA VERDE A = 305 m² B
- 1,50m .S EIX AS
SCE RAMPA DE i = 7%
B proj. coberta
DR
proj. coberta 03
02
01
AV EN I
DA
06 05 04
01
+ 0,00m
15 - 1,50m
C'
proj. 1º pavimento
proj. passarela
16
proj. 1º pav.
01
04 proj. viga
proj. coberta
01 02
03
ÁREA VERDE A = 75 m²
C
ÁREA VERDE A = 1.415 m²
03
02 ÁREA VERDE A = 1.305 m²
C'
C
RO
MU
14
OF
ÍTR
LIM
h E.
0m
,0
=3
05 04 14 ÁREA VERDE A = 90 m²
10
14 proj. 1º pavimento
06
06
14
08
09
02
11
proj. passarela
proj. passarela
18
12
05
04
ÁREA VERDE A = 1.205 m²
29 RAMPA SOBE i = 8%
proj. coberta
E
OBRA DE ARTE DE GRANDE PORTE SEGUNDO A LEI Nº 14.239
18
P cis
|
ro
nt
Ce
Cu
de
Perna
mbuco
PLANTA BAIXA SEMIENTERRADO / TÉRREO 1/300 PRANCHA
03/12
LEGENDA
4 - ÁREA DE
9 - DEPÓSITO
16 - BICICLETÁRIO
21 - OBRA DE ARTE
27 - ELEVADOR DE
31 - COPA
36 - ENTRADA CARGA
32 - BWC/VESTIÁRIO
37 - ESTACIONAMENTO
FEMININO
FUNCIONÁRIOS
1 - ENTRADA
CONVIVÊNCIA/
10 - DML
17- PONTO DE
MÉDIO PORTE
CARGA
PRINCIPAL
EXPOSIÇÃO
11 - WC FEMININO
ÔNIBUS
22 - TRIAGEM DE
28 - ENTRADA
2 - BILHETERIA/
5 - OBRA DE ARTE
12 - WC FEMININO
18 - SALAS DE
ACERVO
FUNCIONÁRIOS
33 - BWC/VESTIÁRIO
38 - LIXO
CENTRO DE
39 - GÁS
GRANDE PORTE
13 - DEPÓSITO LOJAS WORKSHOP
23 - ACERVO
29 - ESCADA
PNE
INFORMAÇÕES
6 - CAFÉ
14 - LOJAS
19 - ESCADA SUBSOLO
24 - ADMINISTRAÇÃO
EMERGÊNCIA
34 - BWC/VESTIÁRIO
3 - ELEVADOR
7 - COZINHA CAFÉ
15 - CINEMA AO AR
20 - PLATAFORMA
PANORÂMICO
8 - WC PNE
LIVRE
ELEVATÓRIA
25 - GUARITA/PORTARIA 30 - ESTAR 26 - DOCA FUNCIONÁRIOS
11 ra
proj. coberta
MASCULINO 35 - ENTRADA SUBSOLO
13 2º proj.
19
A AD
22 30
03
32
proj. passarela
24 26
27
25
proj. marquise
RUA LUIZ MAR
GUI ÃES
37
39 38 I
OL
ÇAD
CAL
R MU
E.
OF
TR MÍ
,00
3 h=
m
35
16
28
03
04 07
01
05
01 09
29
16 15
16
36
34 33
03
A ACESSO VEÍCULOS
ÁREA VERDE A = 802 m²
31
ÁREA VERDE A = 1.100 m²
12
ento
pavim
proj. tensio rede nada
CA LÇ
23
E
P cis
|
ro
nt
Ce
tu ul
da
em
e
do
m
So
de
Perna
mbuco
Im
ag
PLANTA BAIXA 1º PAVIMENTO
C
ESCALA
1/300 PRANCHA
14
20
09
10
ag
Im
A
B'
04
21
da
e
do
m So
ESCALA
N 02
proj. 1º pavimento
ra
ltu
em
06
A'
A
proj. coberta 01 02 03 04 05 06 07 08 09
04 07
07
13
03
10
A'
25
08
N
proj. passarela
proj. 2º pavimento
06
B'
04/12
LEGENDA
6 - WC MASCULINO
12 - ATELIÊ WORKSHOP
1 - ELEVADOR
7 - DML
13 - GALERIA
PANORÂMICO
8 - APOIO EXPOSIÇÕES
EXPOSIÇÃO ATELIÊ
2 - EXPOSIÇÕES
9 - ESCADA EMERGÊNCIA
13 - ÁREA DE LEITURA
LONGA DURAÇÃO
10 - EXPOSIÇÕES
14 - RECEPÇÃO
3 - WC PNE
TEMPORÁRIAS
BIBLIOTECA
4 - DEPÓSITO
11 - GALERIA
15 - ELEVADOR DE
5 - WC FEMININO
EXPOSIÇÃO ATELIÊ
CARGA
16 - BIBLIOTECA
B proj. coberta
C'
C
01 02 01 LAJE CONVENCIONAL
proj. coberta
LAJE PROTENDIDA
VIGA INVERTIDA
PASSARELAS METÁLICA NA COR LARANJA
GUARDA-CORPO METÁLICO COM CABO DE AÇO
TIRANTES METÁLICOS SUSTENTADO EM LAJE PROTENDIDA
FECHAMENTO EM ARGAMASSA ARMADA DUPLA
PELE DE VIDRO FIXO EM ESTRUTURA METÁLICA
VIGA INVERTIDA
+12,00m
01
02
05
07
11
01
02
05
06
11
10
ACESSO SERVIÇO/ADM
07 01
02
08
03
02
03
04
+7,60m
12
+4,30m
ACESSO SERVIÇO/ADM
+0,00m
10
08
03 -3,00m
09
04 07
05
GRELHA PARA VENTILAÇÃO E ILUMINAÇÃO DO SUBSOLO
06
A'
A
09
10
ra
tu
tro
proj. coberta
PE
11
cis
|
l Cu
n Ce
da
em
e
do
m
So
d
e Perna
mbuco ra
Im
ag
PLANTA BAIXA 2º PAVIMENTO ESCALA
1/300 PRANCHA
N B' 13
14
12
03
04 07
01
05
01 09 15 16
06
05/12
LEGENDA
6 - WC MASCULINO
PARA LEITURA
1 - ELEVADOR
7 - DML
13 - ÁREA DE LEITURA
PANORÂMICO
8 - APOIO EXPOSIÇÕES
14 - RECEPÇÃO
2 - EXPOSIÇÕES
9 - ESCADA EMERGÊNCIA
BIBLIOTECA
LONGA DURAÇÃO
10 - EXPOSIÇÕES
15 - ELEVADOR DE
3 - WC PNE
TEMPORÁRIAS
CARGA
4 - DEPÓSITO
11 - SALAS WORKSHOP
5 - WC FEMININO
12 - REDE TENSIONADA
16 - BIBLIOTECA
PE
cis
|
ro
nt
Ce
C
tu ul
da
em
e
do
m
So
de
Perna
mbuco
Im
ag
CORTE AA' ESCALA 1/300
PRANCHA
06/12
LEGENDA
8 - ÁREA DE
1 - WC MASCULINO
CONVIVÊNCIA/EXPOSIÇÃO
2 - WC FEMININO
9 - ESTACIONAMENTO
3 - CAFÉ
10 - ÁREA DE CINEMA
4 - COZINHA CAFÉ
AO AR LIVRE
5 - EXPOSIÇÕES
11 - BIBLIOTECA
6 - GALERIA
12 - ELEVADOR
7 - ÁREA WORKSHOP
PANORÂMICO
GUARDA-CORPO METÁLICO COM CABO DE AÇO
06
-1,20m
+0,00m -1,50m
04
08
FECHAMENTO EM ARGAMASSA ARMADA DUPLA
PASSARELAS METÁLICA NA COR LARANJA
LAJE PROTENDIDA
VIGA INVERTIDA
03
+7,60m
+7,60m
02
03
+4,30m
+4,30m
+0,00m
+0,00m
-1,50m
-1,50m
04 05
01
PE
cis
|
ro
nt
Ce
ra
ltu
da
+12,00m
02
07
Cu
+12,00m
em
e
do
m
So
de
TIRANTES METÁLICOS SUSTENTADO EM LAJE PROTENDIDA
02
LAJE PROTENDIDA
VIGA INVERTIDA
03
04
03
04
01
07
06
GUARDA-CORPO METÁLICO COM CABO DE AÇO
PELE DE VIDRO FIXO EM ESTRUTURA METÁLICA
LAJE PROTENDIDA
PELE DE VIDRO FIXO EM ESTRUTURA METÁLICA
03
03
08
03
03
08
+7,60m
02
-1,50m
mbuco
ESCALA 1/300
PRANCHA
07/12
LEGENDA
6 - LOCAL PARA
1 - CAFÉ
PROJEÇÃO DE
2 - EXPOSIÇÕES
CINEMA
3 - PASSARELA
7 - ESCADA CINEMA
4 - ÁREA VERDE /CONVIVÊNCIA 5 - OBRA DE ARTE GRANDE PORTE
+4,30m
+0,00m
Perna
CORTE BB'
PELE DE VIDRO FIXO EM ESTRUTURA METÁLICA
01
05
ag
Im
PASSARELAS METÁLICAS NA COR LARANJA
ra
tu
E
P cis
|
ro
nt
Ce
l Cu
da
em
e
do
m
So
de
Perna
mbuco
ag
Im
CORTE CC' ESCALA 1/300
LEGENDA
6 - OBRA DE ARTE
1 - ÁREA DE
GRANDE PORTE
CONVIVÊNCIA 2 - ELEVADOR
8 - RAMPA PRANCHA
08/12
PANORÂMICO 3 - EXPOSIÇÕES 4 - PASSARELA 5 - ESCADA CINEMA
7 - PAREDE PARA PROJEÇÃO DE TELA DE CINEMA 8 - ÁREA PARA WORKSHOP
FECHAMENTO DE PAREDE DUPLA
TIRANTES METÁLICOS SUSTENTADO EM LAJE PROTENDIDA
LAJE PROTENDIDA VIGA INVERTIDA
PELE DE VIDRO FIXO EM ESTRUTURA METÁLICA
PASSARELAS METÁLICA NA COR LARANJA
GUARDA-CORPO METÁLICO COM CABO DE AÇO
PELE DE VIDRO FIXO EM ESTRUTURA METÁLICA
PELE DE VIDRO FIXO EM ESTRUTURA METÁLICA
PELE DE VIDRO FIXO EM ESTRUTURA METÁLICA
+12,00m
+7,60m
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+4,30m
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CORTE DD' ESCALA 1/300
PRANCHA
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LEGENDA
5 - ADMINISTRAÇÃO
1 - ESTACIONAMENTO
6 - BIBLIOTECA
VISITANTES
7 - ESCADA DE
2 - ELEVADOR DE
EMERGÊNCIA
CARGA
METÁLICA
3 - DOCA
8 - TORRE DE
4 - PORTARIA
BANHEIROS + DML
SERVIÇO
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FACHADA AV. DEZESSETE DE AGOSTO ESCALA 1/300
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FACHADA AV. DEZESSETE DE AGOSTO ESCALA 1/300 PRANCHA
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FACHADA AV. DR. SEIXAS ESCALA 1/300 PRANCHA
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FACHADA RUA LUIZ GUIMARÃES ESCALA 1/300 PRANCHA
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Figura 65: Perspectiva externa. Fonte: Eduardo Cysneiros, 2020.2
Figura 66: Perspectiva externa. Fonte: Eduardo Cysneiros, 2020.2
Figura 67: Perspectiva externa. Fonte: Eduardo Cysneiros, 2020.2
Figura 68: Perspectiva externa. Fonte: Eduardo Cysneiros, 2020.2
Figura 69: Perspectiva externa. Fonte: Eduardo Cysneiros, 2020.2
Figura 70: Perspectiva externa. Fonte: Eduardo Cysneiros, 2020.2
Figura 71: Perspectiva externa. Fonte: Eduardo Cysneiros, 2020.2
Figura 72: Perspectiva externa. Fonte: Eduardo Cysneiros, 2020.2
Figura 73: Perspectiva externa. Fonte: Eduardo Cysneiros, 2020.2
Figura 74: Perspectiva externa. Fonte: Eduardo Cysneiros, 2020.2
Figura 75: Perspectiva externa. Fonte: Eduardo Cysneiros, 2020.2
Figura 76: Perspectiva externa. Fonte: Eduardo Cysneiros, 2020.2
Figura 77: Perspectiva interna. Fonte: Eduardo Cysneiros, 2020.2
Figura 78: Perspectiva interna. Fonte: Eduardo Cysneiros, 2020.2
Figura 79: Perspectiva externa. Fonte: Eduardo Cysneiros, 2020.2
Figura 80: Perspectiva externa. Fonte: Eduardo Cysneiros, 2020.2
Figura 81: Perspectiva externa. Fonte: Eduardo Cysneiros, 2020.2
cisPE: Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco
CONSIDERAÇÕES FINAIS O Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco, cisPE, tem a importante função de ser um espaço de inclusão da sociedade, a apropriação da relação cultura e espaço e também, servirá como articulador entre as pessoas, arquitetura e arte. Equipamentos Culturais são de extrema importância para um sociedade no geral. A proposta tem em seu uso, junto a Fenomenologia, o cuidado de explorar os detalhes nos ambientes e espaços para que estes possam ser explorados e sentidos de forma mais sensitiva pelos seus usuários. A proposta abrange desde aspectos urbanísticos, como mais um parque urbano público para o Poço da Panela, até o desenvolvimento do projeto, abrangendo o espaço livre, externo à edificação, e ao projeto do centro em si, com seu programa diversificado, atendendo a todos os públicos e de todas as idades. Portanto, ressalto a importância do cisPE como um espaço público e cultural, buscando a valorização das artes sonoras e visuais, criando um espaço mediador, articulador e atrativo para a cidade do Recife.
cisPE | Considerações Finais
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cisPE: Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco
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LISTA DE FIGURAS Figuras 01 a 03: Conjunto de fotos com quatro áreas das artes visuais [dança, teatro, cinema e arte urbana] . Fonte: Elaborado pela autora. Imagens disponíveis em: https://br.pinterest.com/ . Acesso em: 02/04/2020. Figura 04: Mapa de parte da cidade do Recife com levantamento de alguns equipamentos culturais que funcionam atualmente. Fonte: Elaborado pela autora, maio/2020 Figura 05: A Incredulidade de São Tomé, Caravaggio. Disponível em: https://formacao.cancaonova. com/biblia/estudo-biblico/a-ousadia-de-tome/ .Acesso em: 02/05/2020 Figura 06: Fachada do Inter Crop Office, Bangkok. Disponível em: https://www.archdaily.com/895772/ inter-crop-office-stu-d-o-architects?ad_medium=gallery. Acesso em: 04/05/2020. Figura 07: Materiais como betão, aço e vidro, devido aos seus desempenhos térmicos, passam uma sensação que são muito frios ou quentes, revelam-se pouco atrativos ao toque. Disponpivel em: https://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2019/07/26/predio-com-fachada-envidracada-pode-ser-26percent-mais-prejudicial-ao-meio-ambiente-diz-estudo-da-usp.ghtml. Acesso em: 04/05/2020. Figura 08: Ilustração do conto infantil “João e Maria” dos Irmãos Grimm. Disponível em: https:// cursodebaba.com/joao-e-maria/ . Acesso em: 03/05/2020. Figura 09: Térreo aberto do Centro Cultural Cais do Sertão em Recife. Disponível em: https://www. vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/18.216/7193. Acesso em: 04/05/2020. Figura 10: Olho Refletindo o Interior do Teatro de Besançon, Claude-Nicholas Ledoux. Disponível em: http://warburg.chaa-unicamp.com.br/obras/view/1453. Acesso em 02/05/2020.
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Figura 11: Vista externa do Centro para Cegos e Deficientes Visuais do arquiteto Maurício Rocha. Disponível em: https://www.archdaily.com/158301/center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha . Acesso em: 04/05/2020
Figuras 20 a 23: Vistas internas do Museu Judaico de Berlim. Disponível em: https://www.archdaily. com.br/br/799056/classicos-da-arquitetura-museu-judaico-de-berlim-daniel-libenskind. Acesso em 18/04/2020.
Figura 12: Centro de Reabilitação da rede Sarah em Brasília Lago Norte. Disponível em: https:// www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/13.153/4865 . Acesso em: 04/05/2020.
Figura 24: Vista externa do Museu Judaico de Berlim. Disponível em: https://www.archdaily.com. br/br/799056/classicos-da-arquitetura-museu-judaico-de-berlim-daniel-libenskind. Acesso em 18/04/2020.
Figura 13: Vista interna do projeto Father’s House de Qingyun Ma, localizado na China. Disponível em:https://urbannext.net/fathers-house/ Acesso em: 04/05/2020. Figura 14: Vista Externa da Biblioteca Hunters Point em Nova York. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/925820/biblioteca-hunters-point-steven-holl-architects. Acesso em 18/04/2020 Figura 15: Vista Interna da Biblioteca Hunters Point em Nova York. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/925820/biblioteca-hunters-point-steven-holl-architects. Acesso em 18/04/2020. Figura 16: Croqui interno da Biblioteca Hunters Point em Nova York. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/925820/biblioteca-hunters-point-steven-holl-architects. Acesso em 18/04/2020 Figura 17: Vista Externa do Museu Judaico de Berlim. Disponível em: https://www.archdaily.com. br/br/799056/classicos-da-arquitetura-museu-judaico-de-berlim-daniel-libenskind. Acesso em 18/04/2020. Figura 18: Vista aérea do Museu Judaico de Berlim. Disponível em: https://www.archdaily.com. br/br/799056/classicos-da-arquitetura-museu-judaico-de-berlim-daniel-libenskind. Acesso em 18/04/2020. Figura 19: Desconstrução da Estrela de Davi, por Daniel Libeskind. Disponível em: https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.081/273. Acesso em: 18/05/2020.
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Figura 25: Vista externa do Centro Cultural SSR. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/ br/928601/centro-cultural-ssr-keab?ad_source=search&ad_medium=search_result_all. Acesso em 03/09/2020. Figura 26: Vista interna do Centro Cultural SSR. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/ br/928601/centro-cultural-ssr-keab?ad_source=search&ad_medium=search_result_all. Acesso em 03/09/2020. Figura 27: Conexões externas do Centro Cultural SSR. Disponível em: https://www.archdaily.com. br/br/928601/centro-cultural-ssr-keab?ad_source=search&ad_medium=search_result_all . Acesso em 03/09/2020. Figura 28: Vista interna do Centro Cultural SSR. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/ br/928601/centro-cultural-ssr-keab?ad_source=search&ad_medium=search_result_all. Acesso em 03/09/2020. Figura 29: Vista interna do Centro Cultural SSR. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/ br/928601/centro-cultural-ssr-keab?ad_source=search&ad_medium=search_result_all. Acesso em 03/09/2020. Figura 30: Vista externa do Centro Cultural SSR. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/ br/928601/centro-cultural-ssr-keab?ad_source=search&ad_medium=search_result_all. Acesso em 03/09/2020.
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Figura 31: Vista externa do Centro Cultural SSR. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/ br/928601/centro-cultural-ssr-keab?ad_source=search&ad_medium=search_result_all. Acesso em 03/09/2020.
Figura 45: Casas geminadas modificadas no Poço da Panela. Fonte: Google Maps (2019). Acesso em: 30/05/2020
Figura 32: Perspectiva externa do projeto idealizado do MIS Rio de Janeiro. Disponível em: https:// www.mis.rj.gov.br/arquitetura/. Acesso em 18/04/2020. Figuras 33 a 35: Concepção arquitetônica do calçadão de Copacabana. Disponível em: https://www. mis.rj.gov.br/arquitetura/. Acesso em 18/04/2020. Figura 36: Perspectiva externa do projeto idealizado do MIS Rio de Janeiro. Disponível em: https:// www.mis.rj.gov.br/arquitetura/. Acesso em 18/04/2020. Figura 37: Mapa Apresentação da área de estudo. Fonte: Elaborado pela autora, 2020.1 Figura 38: Antigo Casarão no Poço da Panela. IPHAN. Fonte: Menezes, 2019 Figura 39: Poço da Panela em 1847. Fonte: Bassler, W. Poço da Panela. Litografia, 1847. In: Certeza, G. Raras e Preciosas Vistas e Panoramas do Recife, Fundarpe, 1984.
Figura 46: Mapa Tipologias. Fonte: Elaborado pela autora, 2020.1 Figura 47: Mapa Caminhos Viários. Fonte: Elaborado pela autora, 2020.1 Figuras 48: Mapa Cheios e Vazios. Fonte: Elaborado pela autora, 2020.1 Figura 49: Foto representando a baixa verticalização que se encontra no bairro do Poço da Panela. Fonte: Aline Vieira, 2019. Figura 50: Foto aérea do terreno escolhido. Disponível em: https://www.diariodepernambuco.com. br/noticia/vidaurbana/2019/08/moradores-do-poco-da-panela-contra-construcao-de-atacado-dos-presentes.html. Modificado pela autora. Acesso em: 24/05/2020 Figuras 51: Mapa Gabaritos. Fonte: Elaborado pela autora, 2020.1 Figuras 52: Mapa Cobertura Vegetal. Fonte: Elaborado pela autora, 2020.1
Figura 40: Mapa Usos. Fonte: Elaborado pela autora, 2020.1
Figuras 53: Mapa Legislação. Fonte: Elaborado pela autora, 2020.1
Figura 41: Casarão no Poço da Panela. Disponível em: https://visit.recife.br/en/onde-comer/barchef/onde-comer-barchef-lista/. Acesso em: 30/05/2020
Figura 54: Foto aérea do terreno escolhido. Disponível em: https://www.diariodepernambuco.com. br/noticia/vidaurbana/2019/08/moradores-do-poco-da-panela-contra-construcao-de-atacado-dos-presentes.html. Modificada pela autora. Acesso em: 24/05/2020
Figura 42: Edifício sobre pilotis no Poço da Panela. Fonte: Google Maps (2019). Acesso em: 30/05/2020 Figura 43: Casa solta no lote no Poço da Panela. Fonte: Google Maps (2019). Acesso em: 30/05/2020 Figura 44: Edifício singular (Fundação Joaquim Nabuco) no Poço da Panela. Fonte: Google Maps (2019). Acesso em: 30/05/2020
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Figura 55: Esquema com os lotes não remembrados do terreno proposto. Fonte: não identificada. Figuras 56 a 62: Ilustração de diretrizes projetuais. Fonte: Elaborado pela autora, 2020. Figuras 63: Diagrama de zoneamento. Fonte: Elaborado pela autora, 2020.2
cisPE | Lista de Figuras
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cisPE: Centro Cultural da Imagem e do Som de Pernambuco
Figura 64: Quadro de áreas. Fonte: Elaborado pela autora, 2020.2 Figura 65 a 81: Perspectiva. Fonte: Eduardo Cysneiros, 2020.2
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