ESTUDOPRELIMINAR ATELIER DE PROJETO VIII JULIA VON SÖHSTEN | MARIA ALICE CAVALCANTI | THAÍS PININGA
DensidadeEscalaRitmo | Massa Cores e Texturas
Nivaldo de Andrade JuniorConsonância e Dissonância LegislaçãoUsosMorfologia Específica
Área de HierarquiasEstudoefluxos de vias
2. Legislação Específica Implantação | VolumetriaEscala
1.SUMÁRIOIntrodução
Planta Baixa - Segundo Pavimento
3. Estudo da Contextualização da Proposta VolumetriaImplantação
5. Estudo de Caso
Planta Baixa - Primeiro Pavimento
4. Aspectos técnicos da proposta Situação | Coberta Planta Baixa - Térreo
Planta Baixa - TerceiroCortesPavimentoAA’-BB’FachadasPerspectivas
Hoje. a área que é marcada pela localização privilegiada, é bem integrada com o restante da cidade, graças a sua proximidade com a Av. Dantas Barreto, possuindo um grande fluxo de pessoas a pé que buscam o comércio local. No entanto, a falta de infraestrutura e de habitantes gera grandes consequências negativas: durante o dia as ruas estão sempre cheias, e no período da noite, se tornam vazias e não passam sensação de segurança.Dessaforma, torna-se importante destacar a propensão da área a receber
Antônio e São José, que já mostravam uma malha urbana consolidada, apre sentando ruas longas, sendo cortadas por outras de menor porte. Os bairros de São José e Santo Antônio já começavam a confirmar sua vocação para o comér cio, pois parte de seus sobrados apre sentavam comércio no pavimento térreo e habitação nos superiores.
INTRODUÇÃO
“No passado, era muito mais adensa da nos bairros de Santo Antônio, São José, grande parte da Boa Vista e o Bairro do Recife” (MOTA MENEZES, José Luiz)
Tal forma de ocupação é capaz de explicar a dinâmica do local, que é caracterizada pela grande concentração de construções barrocas e coloniais, pelos pátios, igrejas e casarões. No entanto, assim como em outros bairros do centro histórico da cidade, ao longo dos anos Santo Antônio passou por diversas intervenções que muitas vezes causaram descaracterização de imóveis (tanto em fachada quanto em área construída), implantação de mobiliário urbano de forma desordenada, diminui ção da vegetação e criação de vias que não atendem os princípios da caminha bilidade
A ocupação da cidade do Recife iniciou-se por volta do ano de 1534, no período das capitanias hereditárias, nesse época era povoada apenas com alguns pescadores que se estabelece ram na estreita porção de terra que vinha de Olinda e possuía apenas algu mas construções e uma capela, ou seja, a cidade tinha apenas a função portuária destinada ao embarque e desembarque da produção de açúcar.
05
Após a construção de aterros, o que indicava a expansão para o conti nente, em 1637, Maurício de Nassau, iniciou um plano de urbanização. Foram construídos dois palácios, pontes, esco las, igrejas, ruas e estradas. Foi dessa forma que se consolidou o que hoje é conhecido como o centro histórico do Recife, formado pelos bairros do Recife, Santo Antônio, São José, Boa Vista e Soledade.Por volta do início do séc XIX, houve uma grande expansão da cidade, principalmente no atual bairro da Boa Vista, que cresceu em direção a Santo Amaro e ao Derby. Nesse momento da história, as áreas mais populosas da cidade do Recife eram os bairros Santo
Em 1630, os holandeses chega ram no Recife, no entanto, só alguns anos depois, sob o governo do Conde Maurício de Nassau, teve início o proces so de evolução da cidade, decorrente do crescimento populacional. Com o grande processo de desenvolvimento, os atuais bairros de São José e Santo Antônio foram ocupados, recebendo a população que crescia. Ou seja, a icono grafia do Recife começa com os holan deses, que são responsáveis por seu crescimento como cidade. Antes de con quistarem Pernambuco, o Recife tinha sido apenas um povoado de pescado res.
Área de estudo
intervenções de âmbito arquitetônico e paisagístico, a fim de gerar maiores fluxos e qualidade de caminhabilidade para os usuários do local, além de esti mular o comércio e a habitação.
06
Terreno:
O terreno de estudo, localizado no Bairro de Santo Antônio, encontra-se em uma região privilegiada, a esquina da Rua Largo do Rosário com a Rua Estreita do Rosário, ao lado da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.
Rua Estreita do Rosário
A área, até então, de uso comer cial está inserida em um terreno que no passado abrigava um sobrado eclético, bem comum no local. Tal fato pode-se ser notado a partir das dimensões do terreno estreito e comprido, além da marcação da antiga empena que permanece marcada no muro da edifi cação vizinha.
RosáriodoLardoRua07
Ruas pedestrianizadas
FluxosTerrenode pessoas
O estudo de fluxos e hierarquias é diagnóstico da ocupação urbana e da caracterização dessa ocupação, é o des
Eixo Local /Microlocal
Sabe-se que a mobilidade exis tente no território é reflexo do desenvol vimento de um local. Ao longo dos anos, a necessidade de interligação entre a região metropolitana e até mesmo entre bairros fez com que surgissem novas vias que fossem capaz de conectar dife rentes espaços dentro e fora da cidade. Classificadas como artérias principais e vias arteriais secundárias que ligam os bairros do entorno, essas vias fazem parte do modelo radioconcêntrico, o qual a cidade foi concebida. Porém
Sentido do fluxo de carros
08
Eixo Metropolitano
Hierarquias e fluxos de vias:
EdifícioEdifíciopreenchiCaixãoPódioCasaPortaeJanelaEdificaçõesModificadas09
Apesar de muitos imóveis estarem descaracterizados pela instalação de comercial, o território é formado em sua maioria por sobrados, devido ao seu período de Foramformação.essestipos arquitetônicos que marcaram o início da urbanização do Brasil, caracterizados pela cobertas de telhas e janelas em uma quantidade considerável da estrutura era usada para garantir iluminação. Tais edificações pos suem valor histórico, artístico, cultural, arquitetônico, ambiental e possuem um valor afetivo para a população, dessa forma, é válido ressaltar a importância de respeitar as características tipológicas
A partir disso, compreende-se que o território é, em sua maioria, hori
Ainda que em sua maioria de sobrados, uma importante característica da área é que a mesma sofreu interferên cias em diferentes períodos, como já dito anteriormente, é essa individualidade que a existência de diversas tipologias, como os edifícios verticais e caixão.
Morfologia:
Como morfologia entende-se o estudo da forma, da configuração, da aparência externa da matéria. Dentro dos parâmetros arquitetônicos foram utilizados duas análises para definir a morfologia da área estudada, os gabari tos e as tipologias existentes.
Outra questão relevante é a falta de espaços residuais, já que mesmo possuindo diver sos tipos arquitetônicos, todos possuem uma mesma característica, não possuem recuos frontais e laterais, e seus quintais foram
Uso Misto (Comércio + Serviço)
ServiçoComércio
É possível identificar que, devido a sua formação e ocupação territorial, a área em estudo é bastante homogênea, fortemente marcado pela prestação de serviços e lojas que atendem a um nível regional. Dessa forma, a situação atual é clara: baixa densidade habitacional, edificações sem uso, sensação de inse gurança e pouco investimento em infraestrutura. Como pode-se ver no mapa a seguir, são poucos os comércios desti nados a população local,
pedestres.10
UsoReligiosoVazioMisto
(Resid + Serviço)
Usos:
residente do bairro, tal configuração também é consequência da falta de Outrahabitações.questão significativa e característi ca do local é a grande quantidade de barracas de rua, sejam elas de comércio informal ou formal, é exatamente esse tipo de atividade que dá apoio e comple mentação aos negócios, já que atendem diretamente aos usuários da área. Em sua maioria são vendedores de alimentos que estão localizadas principalmente nas regiões de maior fluxo de
deverão ser elaborados planos específi cos, aprovados em lei, para conserva ção, restauração ou reabilitação das áreas de ZEPH, que incentivem a sua revitalização.Dentro das ZEPH é encontrada outras duas subdivisões: as SPA e SPR. - As SPA (Setor de preservação ambiental) é constituído por áreas de transição entre o SPR e as áreas circun vizinhas.-As SPR (Setor de preservação rigorosa) são constituídas por áreas de importante significado histórico e/ou cultural que requerem sua manutenção, restauração ou compatibilização com o sítio integrante do conjunto.
Do ponto de vista legislativo é importante entender que, por ser consi derada referência histórico-cultural, com papel importante para a preservação da paisagem e da memória urbana e para a manutenção da identidade do bairro, com grande representatividade da memória arquitetônica, paisagística e urbanística dos séculos XVII, XVIII, XIX e XX, a área em análise está localizada dentro da ZEPH 10 (S. José/St. Antônio).
A partir da tabela acima, retirada do Plano Diretor do Recife, concluiu-se que a área de estudo deve seguir os requisitos A e U da ZEPH 10, ou seja, os parâmetros devem seguir critério do órgão competente, a fim de evitar a descaracterização da área.
Como ZEPH entende-se as Zonas Especiais de Preservação do Patrimônio Histórico-Cultural, tal classificação exige um tratamento especial na definição de parâmetros urbanísticos e diretrizes específicas, são áreas formadas por sítios, ruínas, conjuntos ou edifícios isolados de expressão artística, cultural, histórica, arqueológica ou paisagística, considerados representativos da memó ria arquitetônica, paisagística e urbanísti ca da cidade, e como já citado anterior mente, sofrem legislação específica e
Legislação Específica:
“A nova arquitetura poderá estabelecer com as preexistências relações que variam da mais absoluta consonância até a total dissonância”
A intervenção proposta foi elabo rada seguindo a metodologia presente na dissertação de mestrado de Nivaldo Andrade Júnior (2006), que trata sobre a inserção da nova arquitetura frente a contextos preexistentes, com ênfase nas definições de consonância e dissonân cia propostas pelo autor. Visando estabelecer parâmetros para a análise da forma do objeto arqui tetônico em seu contexto urbano, foram identificados aspectos principais da forma arquitetônica.
(VIEIRA DE ANDRADE, Nivaldo Júnior)
volumetricamente.ConsonanteDissonante
- Metodologia de Nivaldo de Andrade Júnior:
Volumetria
Figura 01: Fachada da Embaixada de Suíça em Berlim (Fonte: Swissinfo, 2001)
São eles: volumetria, implantação, escala, densidade ou massa, ritmo e cores e textura dos materiais. É no que diz respeito a esses aspectos que a nova arquitetura pode estabelecer com a preexistência relações de consonância ou dissonância.Comoobjeto arquitetônico conso nante entende-se uma arquitetura que apresenta características comuns com a preexistência, e como dissonante a arquitetura que não se apresentam harmoniosas com o local implantado. No entanto, é preciso destacar que para ser consonante ou dissonante não basta apresentar apenas uma dessas caracte rísticas, mas sim um composto delas, o que faz com que tal determinação seja feita de modo muito subjetivo e pessoal.
Corresponde a forma geral ou morfologia da obra, sendo um dos aspectos mais importantes na definição da aparência final da obra. Segundo ele, “a volumetria corresponde à forma geral ou morfologia da obra arquitetônica [...] uma nova arquitetura pode repetir volumetricamente as preexistências vizinhas e, ainda assim, entrar em contraste com elas”. Assim, quando uma edifica ção repete ou é similar a volumetria do entorno a mesma será consonante volumetricamente com as preexistências, assim como se houver uma introdução de um volume diferente, muitas das vezes com formas curvas, esse será dissonante
EXEMPLO DE DISSONANTE:
EXEMPLO DE CONSONANTE:
Figura 02: Vista aérea do edifício-sede Swiss Re, Londres (Fonte: Jjabrao Arquitetura, 2015)
EXEMPLO DE DISSONANTE:
Escala
Figura 05: Centro Cultural Carré d’Art (Fonte: Foster and Partners, 2019)
Figura 06: Compañia Sudamericana de Vapores, Valparaíso (Fonte: Myheimat, 2012)
Figura 03: Edifício do Chase Manhattan Bank em Milão (Fonte: Commomns, 2019)
Representa a localização do objeto arquitetônico em relação ao espaço urbano e suas preexistências com as quais se encontra em relação visual. Assim, a intervenção deve respeitar a lógica do traçado urbano do contexto preexistente e de implantação das edificações do sítio. Portanto, uma intervenção consoante será “aquela que propõe uma nova edificação sem recuos frontais e laterais, reforçando o caráter de corredor da rua, no caso de edificações de esquina esta papel de conformação do traçado urbano é ainda mais importante”, enquanto a dissonância ocorre quando “a intervenção se dá de maneira subversiva à lógica caracterizada pela pree xistência. De forma que o construído modifica consi deravelmente a leitura do espaço urbano”.
ConsonanteDissonante
EXEMPLO DE CONSONANTE:
Implantação
ConsonanteDissonante
Figura 04: Vista geral da Prefeitura de Salvador (Fonte: Vitruvius, 2005)
Condiz com a relação entre as dimensões da nova arquitetura e as preexistências, podendo ser o aspecto definidor do seu caráter harmonio so ou não. Então, o gabarito de uma construção pode torná-la diferente pela proporção do objeto no seu entorno. Quando existe um alinhamento e um respeito ao gabarito das construções existen te será consonante na escala, sendo o seu constraste dissonante na escala.
EXEMPLO DE CONSONANTE:
EXEMPLO DE DISSONANTE:
Consonanteritmo.Dissonante
EXEMPLO DE DISSONANTE:
EXEMPLO DE DISSONANTE:
Figura 07: Centro galego de Arte Contemporânea, Santiago de Compostela (Fonte: Archdailly, 2017)
Figura 10: Museu Judaico de Berlim (Fonte: Vitruvius, 2007)
“O ritmo se refere a sequência estabelecida pela repetição dos elementos que caracterizam as superfícies externas do objeto arquitetônico. Ex: Aberturas, materiais, texturas, acabamen tos, elementos de decoração, estrutura, etc”. Então, buscando repetição da frequência das superfícies o objeto será consonante no ritmo do entorno, da mesma forma que se o objeto inserido quebar a sequência este será disso nante no
Figura 09: Edifício do Chase Manhattan Bank em Milão (Fonte: Commomns, 2019)
EXEMPLO DE CONSONANTE:
Figura 08: Musée de la Romanité, França (Fonte: Forbes Brasil, 2019)
EXEMPLO DE CONSONANTE:
ConsonanteDissonante
“Esse aspecto corresponde à massa, densida de ou peso aparente do objeto arquitetônico. A densidade pode ser considerada um apecto intrinsecamente vinculado ao volume, na medida em que ela pode reforçá-lo ou esvane cê-lo, dependendo dos materiais de construção utilizados”. Portanto, o tamanho das aberturas é um ponto de extrema importância para a carac terização da massa. Assim, a consonância nesse aspecto significa buscar referências na preexistência principalmente na relação entre cheios e vazios, a preexistência se dá de forma dissonante quando há a utilização exarcebada de materiais de grande leveza.
Ritmo
Densidade e Massa
São as características dos materiais usados na nova arquitetura em relação aquelas utilizados nas preexistências, a consonância ocorre “se duas superfícíes adjacentes estão tratadas da mesma maneira, o limite de massa adquire continuidade e acentua a concentração da massa”. Pode-se utilizar materiais tradicionais e suas cores características ou materiais contem porâneos pintados em tons próximos aos predominantes no contexto, desde que deixan do clara a modernidade através do uso do vidro e da estrutura de concreto ou aço aparente, por Enquantoexemplo. a dissonância é o contrário, trata dando de maneiras distintas, a continuidade desaparece e a concentração se debilita, “materiais de acabamento com cores e texturas significamente distintos daquelas que caracteri zam as preexistências criam um forte contraste na
EXEMPLO DE CONSONANTE:
e Texturas
Figura 11: MACBA - Museu de Arte Contemporânea de (Fonte:BarcelonaWikipédia, 2019)
EXEMPLO DE DISSONANTE:
Figura 12: Casa Cicogna (Fonte: Pinterest, 2011)
paisagem”.ConsonanteDissonante
Cores
Volumetria
A volumetria segue a forma do edifício ou sua morfologia, sendo de fundamental importân cia , visto que é a aparência final da obra. Portan to, após ter sido feita a análise das tipologias e gabaritos existentes, chegou-se as seguintes formas:
está localizado no Bairro de Santo Antô nio, e se encontra dentro de uma área de ZEPH, mais especificamente dentro da SPR 4, que está inserida na área de ZEPH 10. De acordo com a lei de uso e ocupação do solo da cidade do Recife, tal região deve seguir os requisitos A e U da ZEPH 10, ou seja, os parâmetros devem seguir critério do órgão compe tente, a fim de evitar a descaracterização da área. Vale ressaltar que como a área não possui parâmetros pré definidos, foram realizados estudos a fim de estabelecer questões legislativas, são eles:
ANÁLISE DOS LEGISLATIVOSPARÂMETROS
De acordo com as definições pro postas por Andrade Júnior para se alcançar a consonância, um dos fatores de grande importância é a legislação vigente para a área de estudo, uma vez que é ela que determina as limitações e exigências que, quando aplicadas, podem confrontar com a preexistência. Assim, torna-se necessário traçar estra tégias para a consonância com a implan tação, a volumetria e a escala, visto que são esses os parâmetros mais conside rados nas análises nos órgãos competentes.Como
já dito anteriormente, o lote utilizado para intervenção
Como visto anteriormente, segundo Nivaldo, a implantação corresponde à localiza ção do objeto arquitetônico em relação ao espaço urbano e suas preexistências com as quais se encontra em relação visual. Além disso, através do mapa de cheios e vazios que foi observado, viabilizando as opções de implanta ção que poderiam existir respeitando a preexis tência da área. Como se pode observar no mapa ao lado, foi analisado a partir de linhas de força que delimitam as implantações presentes na rua para entender a futura implantação proposta.
Implantação
Linha de força do terreno
INTERNOPÁTIO
Linhas de força do entornoTerreno
Escala
Após a análise do entorno com os parâ metros da área, observou-se a necessidade de manter a escala do entorno, visto que a maior parte das edificações respeitam a média de 13m de altura, onde 3m são relativos a base da edificação. Dessa forma, visando trazer ainda mais a escala local para o edifício, usou-se a base, o corpo e o coroamento a fim de o tornar consonante com o espaço.
QUINTAL
QUINTAL
ESTUDO DE CHEIOS E VAZIOS NO LOTE: CHEIO
existentes na área de estudo mostram que a ocupação da edificação no lote tem uma alta por centagem em relação a massa construí da, característica que se relaciona a tipo logia do traçado urbano da região.
As quadras são compostas por lotes que apresentam em sua maioria, características em comum de implanta ção, com com afastamento frontal nulo, criando uma relação direta entre o pedestre e a construção. Suas divisas laterais são coladas na delimitação do lote, e muitas ainda apresentam caracte rísticas de um dia terem possuído quin tais nos fundos. No entanto, Tais arranjos arquitetônicos levam as edificações a oferecerem poucas estratégias de venti lação dos espaços internos, por isso, a formação do pátio interno além de trazer melhor iluminação e ventilação, fazem uma releitura mais contemporânea dos antigos quintais, permitindo a implanta ção de solo natural e conectando os diversos espaços comerciais existentes no térreo. A partir dessa análise, a implantação do novo edifício incorpora tais características a fim de se tornar con sonante com o entorno
Implantação
ESTUDO DA CONTEXTUALIZAÇÃO DA PROPOSTA
Após estudo aprofundado da tese de Nivaldo Andrade Júnior (2006), con cluiu-se que o projeto trata-se de uma construção de nova edificação em con textos preexistentes, correspondendo a uma nova unidade arquitetônica que surge de maneira diretamente vincula a área que vai ser implantada. O objetivo final é que tal edificação seja de total consonância com seu entorno imediato, levando em consideração os seis parâ metros propostos por Nivaldo, de forma atual e
Ascontemporânea.implantações
Outros
EdifícioEdifícioCaixãoPódioEcléticoCasa
Porta e SobradoJanelaIgrejaGalpão
Edificações Modificadas truída
Ritmo
PROPOSTA
PROPOSTA
Após identificar que as tipologias predominantes são de sobrados, foram propostos alguns dos aspectos da com posição desta fachada para o desenvol vimento do ritmo da intervenção em con sonância, como aberturas retangulares. No entanto, quando se trata de organiza
Escala
Quando observamos o território de estudo como um todo, percebe-se que as alturas das edificações são em torno de térreo + 2 pavimentos, princi palmente nas ruas do Estreito do Rosá rio e Largo do rosário. Em alguns pontos específicos nota-se uma discre pância de altura que respalda as dife rentes épocas e formas arquitetônicas da área, no entanto, uma questão importante a ser identificada é que, em muitos casos, as edificações de gabari tos mais altos possuem uma base que segue as alturas existentes, enquanto seu corpo se posiciona de forma mais recuada da rua, trazendo ao pedestre uma ilusão em relação a real altura dos edifícios.
PROPOSTA
Ainda que se trate de uma área que sofreu alterações ao longo dos anos, suas edificações se mantiveram dentro de uma margem de proporção que caracteriza o centro histórico, com edificações de pequeno porte. A escala diz respeito a correspondência entre as dimensões da nova arquitetura e aque las da preexistência na qual a interven ção ocorre.Com a intenção de manter os padrões de escala do entorno, manten do seu gabarito próximo ao existente, foram feitas médias entre as maiores e menores alturas do entorno imediato, chegando ao valor de 13m de altura (tendo seu térreo com em média 3m), é importante entender que tal gabarito também se torna consonante com a igreja de Nossa Senhora do Rosário dos pretos.
Nível de gabarito do entorno
PROPOSTA
Nível de gabarito da proposta
5 a 10 pavimentos 11 a 20 pavimentos32TerrenoTérreo1pavimentopavimentosa4pavimentos
Tomando como base o histórico da área de estudo visto anteriormente, pode-se perceber que ao longo das mudanças ocorridas no entorno as tipo logias coloniais são mais presentes na área, como o sobrado. Apesar de rece berem modificações ao longo do tempo, ainda mantém suas características
PROPOSTAde
AsPROPOSTAaberturas com tamanhos semelhantes às da preexistência, mesmo tendo um novo ritmo e organização, con ferem a mesma sensação de densidade, portanto age de forma consonante com o entorno, seguindo os preceitos da leitura pesada dos materiais de arquitetura colonial.
Densidade e Massa
Cores e Texturas
Figura 14: Estudo de cores e texturas da proposta. (Fonte: Julia, Maria Alice e Thaís)
As cores do entorno se caracteri zam principalmente por tons coloridos, porém mais claros, muitas vezes por conta do desgaste do acabamento, além da grande presença do branco presente na Igreja, por exemplo. As paredes são em sua maior parte rebocadas e pinta das, as texturas estão presentes princi palmente nos ornados de janelas, portas e coroamentos das edificações colo niais. Os telhados também são de grande importância nesse aspecto, e em grande parte são constituídos de telhas cerâmicas com sua cor típica (terracota avermelhado).Dessaforma o projeto foi concebi do para ser aparentemente consonante com o entorno, fazendo uso do branco em sua maior parte, mas com pequenos pontos de cor, com diferentes acaba mentos. Suas aberturas em vidro trans parente e a coberta em telha cerâmica o tornam um elemento de estética harmo niosa com a preexistência.
Figura 18: Estudo de cores e texturas do entorno. (Fonte: Google Maps, 2019)
Figura 13: Estudo de cores e texturas da proposta. (Fonte: Julia, Maria Alice e Thaís)
Figura 16: Estudo de cores e texturas do entorno. (Fonte: Google Maps, 2019)
Figura 17: Estudo de cores e texturas do entorno. (Fonte: Google Maps, 2019)
Figura 15: Estudo de cores e texturas do entorno. (Fonte: Google Maps, 2019)
A PROPOSTA PLANTA DE ESCALA_____COBERTA1/100 30% ELEVADOR 1 2 3 4 5 6 12 11 10 8 18 17 16 15 14 7 13 19 BOX 01 BOX 02 BOX 03 BOX 04 BOX 05 BOX 06 BOX 12 BOX 11 BOX 10 BOX 09 BOX 08 BOX 07 PLANTA BAIXA TÉRREO ESCALA_____ 1/100 MEDIDORESCASA DELIXOGÁSA A'B'B A A'B'BPLANTA DE ESCALA_____COBERTA1/100 30% ELEVADOR 1 2 3 4 5 6 12 11 10 9 18 17 16 15 14 7 13 19 BOX 01 BOX 02 BOX 03 BOX 04 BOX 05 BOX 06 BOX 12 BOX 11 BOX 10 BOX 09 BOX 08 BOX 07 PLANTA BAIXA - TÉRREO ESCALA_____ 1/100 MEDIDORESCASA DELIXOGÁSA A'B'B A A'B'B ELEVADOR 28 27 26 25 33 32 31 30 20 21 22 23 29 24 363534 ÁREA COMUM WC PNE WC PNE ESCALA_____ 1/100 PLANTA BAIXA - 1 PAVIMENTO ESCALA_____ 1/100 B A A'B'B ELEVADOR 28 27 26 25 30 20 21 22 23 29 24 ÁREA COMUM WC PNE ESCALA_____ 1/100 B
SERVIÇO SERVIÇO PLANTA BAIXA 2 PAVIMENTO ESCALA_____ 1/100 WC PNE SERVIÇOELEVADOR 45 44 43 42 50 49 48 47 46 535251 A A' B' SERVIÇO SERVIÇO PLANTA BAIXA 2 PAVIMENTO ESCALA_____ 1/100 PLANTA BAIXA - 1 PAVIMENTO ESCALA_____ 1/100 WC PNE WC PNE SERVIÇOELEVADOR 45 44 43 42 50 49 48 47 37 38 39 40 46 41 535251 A A'B'BB' PLANTA BAIXA 3 PAVIMENTO ESCALA_____ 1/100 SERVIÇO SERVIÇO WC PNE WC PNE SERVIÇO PLANTA BAIXA - 4 PAVIMENTO ESCALA_____ 1/100 DEPÓSITO ELEVADOR 62 61 60 59 67 66 65 64 54 55 56 57 63 58 706968 ELEVADOR 79 78 77 76 84 83 82 81 71 72 73 74 80 75 878685 A A'B'B A A'B'B
CORTE ESCALA:AA’1/100 CORTE ESCALA:BB’1/100
ESCALA:
DA RUA ESTREITA DO ROSÁRIO
DA RUA LARGO DO ROSÁRIO
1/100
1/100
FACHADA
FACHADA
ESCALA:
ESTUDO DE CASO - EDIFÍCIO IPÊ
Figura 19: Edifício Ipê, Salvador, BA, 1962 (Fonte: Arquivo Paulo Ormindo de Azevedo)
Projeto de Paulo Ormindo de Azevedo Localização - Centro histórico de Salva dor AnoBAFE-1964/1965Construído
Figura 20: Edifício Ipê, Salvador, BA, 1962 (Fonte: Arquivo Paulo Ormindo de Azevedo)
(AZEVEDO, 1965, p.17)
no Centro Histórico de Salvador, próximo à Igreja e Convento de São Francisco, o edifício da Rua do Bispo é referência de intervenção na preexistência histórica. Assim, seguindo as diretrizes contidas na tese de Nivaldo Andrade júnior, observou-se que tal pro jeto apresenta características de consonância com seu entorno.
Do ponto de vista de implantação, Ormindo respeita alinhamentos, recom pondo a esquina e consolidando um edifício de uso misto na região. Além disso, a volumetria foi composta a fim de alinhar alturas e o ritmo compositivo dos edifícios à sua volta. Um outro fator de fundamental importância é a materialida de, Ormindo exploda aspectos construtivos tradicionais da arquitetura baiana como o telhado cerâmico, a treliça e as esquadrias de madeira.
Edifício Ipê
“A restauração não deve se limitar aos edifícios em separado. Deve recriar a atmosfera dos espaços externos como ladeira, vielas, largos e encostas, através das restauração das relações de cores das calçadas e pisos, espé cies vegetais, etc. A reintegração paisa gística do conjunto com a cidade que cresceu em torno deve ser estudada a partir dos locais públicos de obersa ção.”
É a partir do trecho acima que se torna clara a preocupação de Ormindo em projetar uma edificação que anos depois seria tido como consoante de acordo com os seis princípios de Nival do.
Figura 21: Edifício Ipê, plantas pavimentos térreo e tipo Salvador, BA, 1962 (Fonte: Arquivo Paulo Ormindo de Azevedo)