CORRESPONDÊNCIA INTERNACIONAL Nº30 . Maio . Agosto 2011 . UIT-CI
Especial Líbia
Um triunfo da milícia popular
Adeus Kaddafi
Miguel Lamas (Unidade Internacional dos Trabalhadores- Quarta Internacional UIT-CI) As milícias rebeldes conquistaram Trípoli e o ditador Kaddafi fugiu. É
meses de guerra civil, se armando como as armas que conseguiram tirar do exército da ditadura demoliram o regime. Ainda que a interpretação do imperialismo, a mídia e até setores da esquerda é que se trata de um triunfo da OTAN, foi em realidade a milícia rebelde quem conquistou Trípoli.
Correspondência Internacional
um extraordinário triunfo da rebelião popular que em seis
Especial Líbia
Correspondência Internacional
Bombardeio da OTAN em território líbio
O Conselho Nacional de Transição (CNT) reúne-se com o governo imperialista de Sarkozy
Especial LĂbia
CorrespondĂŞncia Internacional
Especial Líbia
Rebeldes comemoram a tomada de Trípoli
O regime de Kaddafi
Correspondência Internacional
Kaddafi iniciou-se como um regime nacionalista burguês árabe há 40 anos. Nacionalizou o petróleo e teve confrontos com o imperialismo. Foi parte do nacionalismo árabe encabeçado naquela época pelo egípcio Gamal Abdel Nasser. No entanto, o caráter burguês e ditatorial do regime o foi aproximando de procurar um acordo com o imperialismo, o que conseguiu há mais de 20 anos. Privatizou as grandes empresas estatais (diversas em mãos de sua própria família) e entregou o petróleo as grandes multinacionais imperialistas. A desenfreada corrupção do regime, começando pela família de Kaddafi o fez muito parecido com os outros ditadores árabes. Ainda que sua população tenha melhor nível de vida que em outros países africanos, produto dos altos ingressos petrolíferos, este nível de vida começou a deteriorar-se nos últimos anos. Somado ao ódio à ditadura e à corrupção. Por isso sua derrocada é uma obra do povo líbio e não, como afirma o chavismo, uma operação imperialista para “se apropriar do petróleo”, visto que com Kaddafi, já tinham o controle do petróleo. É absolutamente insustentável a posição daqueles que, como Chávez, pretendem apoiar “pela esquerda” o
desde uma suposta posição “antiimperialista” o regime de Kaddafi que ademais de entregar o petróleo às multinacionais, assinou um acordo de luta “antiterrorista” com Bush, era amigo pessoal do ultra direitista Silvio Berlusconi e colaborou com Israel e Egito do derrubado Mubarak para bloquear Gaza. Repudiamos os bombardeios da OTAN contra Líbia. Mas estes não converteram Kaddafi em antiimperialista. Até último momento Kaddafi esteve procurando, inclusive publicamente, um acordo que lhe permitisse salvar seu regime e continuar os bons negócios com o imperialismo. O próprio filho Saif AL Islam, explicou, em plena guerra, ao jornal argelino Al Jabar (11/07) que o governo francês estava negociando com o regime de Kaddafi: “Agora estamos negociando com París, temos contatos com a França. Os franceses nos afirmaram que o CNT lhes obedece, inclusive nos disseram que caso chegassem a um acordo conosco em Trípoli, imporiam um alto ao fogo ao CNT”. Por outra parte, o regime líbio continuou entregando petróleo ao imperialismo até dois meses atrás, e o imperialismo continuou pagando pelo petróleo a Kaddafi.
Especial Líbia
Todo poder às milícias populares na Líbia! Fora intervenção imperialista!
Miguel Ángel Hernández*
Correspondência Internacional
Desde que o povo tunisiano se alçou contra a ditadura próimperialista de Ben Alí um poderoso processo revolucionário se pôs em marcha em todo o Mahgreb e Oriente Médio, colocando em xeque ditaduras e monarquias da região. Com a queda do ditador Mubarak no Egito, a revolução dá um salto importante e cambaleia ainda mais o maltratado poder do imperialismo, em pleno processo de retirada do Iraque e Afeganistão. Protestos massivos e insurrecionais populares explodem em Bahrein, Yêmen, Jordânia, Síria e Líbia. A maioria das organizações operárias e de esquerda árabes se colocam do lado dos povos em luta e defendem suas demandas. Em todo esse processo só o chavismo e uma parte do estalinismo se atrevem a colocar-se do lado das ditaduras. Por essa razão o debate sobre as revoluções árabes, e particularmente sobre a revolução líbia adquire muita importância na Venezuela.
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CORRESPONDÊNCIA INTERNACIONAL Nº30 . Maio . Agosto 2011 . UIT-CI
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Adeus Kaddafi
Todo poder às milícias populares na Líbia! Fora intervenção imperialista! Unidade Internacional dos Trabalhadores UIT-CI http://uit-ci.org/