ÍNDICE
EDITORIAL
Editorial 1
P
palavra do diretor “Minha Pátria para Cristo”
ensando sempre avante na conquista da pátria para Cristo, Missões Nacionais, desde a década de 30, rompe barreiras na vanguarda da comunicação, aproximando os missionários que estão no campo dos crentes e igrejas. É por meio da inovação que enfrentamos as distâncias de dimensões continentais.
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gente que faz missões Casa Rosa e Cristolândia Criança recebem visita da União Feminina do Espírito Santo 4 Uma Aventura ao Sertão 5
Parceria Parceria inédita entre Brasil e Estados Unidos mobiliza recursos para ribeirinhos 7
Nesses 110 anos de história o pioneirismo se tornou uma marca registrada. Em 1939, L. M. Bratcher, então diretor executivo, levava consigo uma máquina para filmar a viagem pelo vale do Tocantins. Para ele esse método de informar era o mais eficiente e proveitoso da época. Bratcher, mesmo sem saber, já nos ensinava a importância de identificar e otimizar oportunidades e recursos para transmitir e envolver o máximo de pessoas na evangelização do Brasil.
PANORAMA MISSIONÁRIO Cristolândia 8 Igreja Multiplicadora
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Capa Vida Radical: eles estão onde mais ninguém quis ir
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Na mídia Programa Seja Luz retorna em 2017 mais dinâmico e interativo
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Desde então, não temos medido esforços para compartilhar as maravilhas que Deus tem operado nos campos missionários e o número de pessoas que tiveram a vida transformada por Jesus. Foi com esse propósito que Missões Nacionais lançou, em 2012, o programa “Seja Luz”, que retorna em 2017 completamente reformulado e com novas atrações.
110 anos da JMN 110 anos de Avanço Missionário no Brasil 14 Samuel Mitt: os desafios do campo missionário
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Clubinho missionário 19
A próxima temporada está prevista para entrar no ar em maio e terá um formato mais dinâmico, interativo e moderno, com divulgação exclusiva pelas nossas redes sociais. Um estúdio foi montado com equipamentos de ponta na nova sede da JMN, para registrar e divulgar com qualidade e excelência toda semana, sempre às terças-feiras, às 21 horas, um pouco de tudo que acontece no avanço da obra de Missões Nacionais.
Cristolândia Cristolândia: desafios de um novo tempo
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IGREJA MULTIPLICADORA Voltando às velhas e boas práticas
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CAPELANIA PRISIONAL Libertando cativos e multiplicando o amor de Deus
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vida e obra Nara: uma mulher que viveu perto de Jesus e levava Jesus para perto dos outros 26 Gizalva Alves: 30 anos de atuação missionária no Nordeste do Brasil
Viver Escolhendo a Vida
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Projeto Amazônia Aqui, ali e além do Solimões!
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Nesta edição da sua revista missionária, criada também por Bratcher há 75 anos, confira os seguintes destaques: entrevista com o pastor Samuel Mitt, pioneiro nas Operações Jesus Transforma; os desafios dos jovens que se disponibilizaram para o projeto Radical Brasil e um artigo com o pastor Fabricio Freitas sobre a visão de Igreja Multiplicadora, que tem sido o norte de nossos projetos e que está alavancando a obra de evangelização em todo o país. Boa leitura!
sempre orando Povos indígenas brasileiros
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Pr. Jeremias Nunes dos Santos
PALAVRA DO DIRETOR
“Minha Pátria para Cristo”
E
m junho deste ano a Junta de Missões Nacionais completa 110 anos de existência. A motivação para sua criação foi a visão que o Senhor concedera às igrejas batistas para alcançarem cada pessoa em solo brasileiro com a mensagem de salvação, mesmo nos mais distantes rincões do Brasil. Ao longo destas décadas, milhões de pessoas foram abençoadas com proclamação das boas novas. O Espírito Santo usou inúmeros irmãos e irmãs como missionários que foram instrumentos no Reino de Deus para cumprir a missão. É maravilhoso ler sobre a história de Missões Nacionais e conhecer a visão de amor, compaixão e graça que movia o coração de todos que se dedicaram à obra de evangelização pátria, como dizia o grande missionário L. M. Bratcher. Alguns viajaram a pé, em lombo de animais, de canoas, barcos... para chegarem em lugares de difícil acesso com o poder transformador do Evangelho de Cristo Jesus. A oração, a evangelização, o discipulado, a formação de líderes, a plantação de igrejas, a compaixão e graça sempre pautaram as ações dessa agencia missionária ao longo da sua jornada. Milhares de igrejas foram plantadas, líderes formados e muitas vidas abençoadas. Louvamos e agradecemos a Deus por todos que se dedicaram e aqueles que ainda dedicam suas vidas ao Senhor na Junta de Missões Nacionais.
Não podemos perder o foco multiplicador que é uma das marcas da Igreja do Senhor Jesus desde o seu início. Avançar e proclamar, fazendo discípulos que se multipliquem é a ordem do Mestre em Mateus 28:18 – 20 (Grande Comissão). Temos inúmeros desafios em nosso país que se tornam oportunidades para demonstrarmos o amor de Deus e levarmos esperança e paz aos que estão vivendo em trevas sem conhecer a Palavra. O Brasil vive dias que não podemos perder para testemunhar, sendo sal e luz. Saiba mais do que está acontecendo nos campos missionários e as oportunidades para orar, investir e participar, acessando as informações que disponibilizamos diariamente nos meios de comunicação (website, email, facebook, youtube, etc). Você não pode deixar de participar naquilo que o Espírito Santo está fazendo em todo o Brasil. Agradeço a Deus todos os dias pelos irmãos e irmãs, igrejas, pastores e líderes que oram, apoiam e ofertam sustentando esta grande obra em nossa pátria. Rogo que todos os batistas e igrejas se envolvam com os projetos de Missões Nacionais para avançarmos muito mais, alcançando todos com as maravilhas de Cristo Jesus. “Minha Pátria para Cristo, eis a minha petição” Pr. Fernando M. Brandão
Uma publicação da Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira ISSN 2316-6843 Nossa Missão: “Multiplicar discípulos” Nossa visão: “Alcançar todos com o Evangelho”.
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Ano LXX nº 274 Tiragem: 40.000 Abril de 2017
Endereço da sede: Rua José Higino, 416, prédio 18 Tijuca - 20510-412 Rio de Janeiro – RJ Telefax: (21) 2107-1818
Direção Executiva Pr. Fernando Brandão Gerência Executiva de Comunicação Pr. Jeremias Nunes Jornalista responsável Raquel Lima • DRT/RJ 19.171/2007 Redação Rebeca Nascimento Ana Luiza Castro Revisor Adalberto A. de Sousa Arte Oliverartelucas
GENTE QUE FAZ MISSÕES
Casa Rosa e Cristolândia Criança recebem visita da união feminina do Espírito Santo
“P
ara aqueles mais envolvidos na obra missionária, existem momentos muito especiais proporcionados pela nossa Junta de Missões Nacionais, como, por exemplo, receber um missionário ‘ao vivo’ na igreja, trazendo até nós as histórias e desafios da realidade de lá. Mas deixe-me dizer uma coisa pra você, leitor e apaixonado por missões: nada se compara a experiência de colocar os pés no campo missionário! No dia 14 de janeiro de 2017, a União Feminina Missionária Batista do Estado do Espírito Santo (UFMBEES) realizou uma viagem missionária para São Paulo, com o objetivo de visitar a Cristolândia Criança e a Casa Rosa, que atende mulheres em situação de rua. Partimos em caravana com um grupo bem animado de 40 pessoas, entre elas, integrantes das Mensageiras do Rei, Juventude e Mulheres.
“Saímos de lá repletas de emoção, senso de responsabilidade, alegria e até mesmo o sentimento de incapacidade. Deixamos São Paulo pensando que poderíamos ter feito mais, que nossas igrejas poderiam ter dado melhores respostas aos desafios que foram apresentados. Participamos das atividades com as crianças, conversamos com cada uma delas, uma das adolescentes da Cristolândia aceitou Jesus. Enfim... vivemos uma experiência fantástica.
“
“Participar desta viagem para mim foi e está sendo um presente de Deus. Ouvi falar daquilo que Deus tem feito por meio de homens e mulheres que se colocam à disposição da obra é muito lindo”.
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Helena Custódio (Igreja Batista Novo México)
Quero desafiar a cada pessoa que ama a obra missionária a investir um pouco do seu tempo no campo missionário, nas nossas Cristolândias, no projeto Novo Sorriso da Amazônia, Projeto Novos Sonhos, plantação de igrejas. Ter a experiência de estar no campo missionário é algo que muda a nossa vida e também nos faz pensar em nossas prioridades. Podemos fazer muito mais, podemos participar muito mais! ” Valdice Decoté Missionária de Alianças Estratégicas em Vitória (ES)
“ “
“Olhar para cada criança e mulher me fez refletir sobre o que tenho feito como serva do Senhor. É algo simples: oração; orar e agir. Me colocar à disposição de Deus, e ser usada onde Ele quiser, como Ele quiser”. Isabela Affonso (Igreja Batista de Muniz Freire)
“Uma coisa ficou no meu coração: os campos estão brancos para a ceifa, mas são poucos os trabalhadores. Há muito o que fazer e juntos eu creio que podemos fazer muito mais. Se você tiver a oportunidade de visitar algum desses espaços, vá! O tempo é agora, não podemos deixar pra depois. Tenha certeza de que não voltará o mesmo”. Olga Karina Ramos Vicente (Igreja Batista em Colina de Laranjeiras)
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Uma Aventura ao Sertão
“F
oram quatro meses de planejamento e divulgação e cerca de 70 pessoas encararam a viagem ao sertão com muita disposição na época do carnaval. Duas igrejas se uniram para este projeto: a minha, Igreja Batista da Praia da Costa e a Igreja Batista de Jardim Camburi. Saímos com nossas juventudes de Vila Velha, Espírito Santo, rumo a Bom Jesus da Lapa, na Bahia. Foram mais de 24 horas de viagem em um ônibus e um micro-ônibus pra chegar até a base missionária que fica em Paratinga, região metropolitana de Bom Jesus da Lapa. “Ali nos dividimos em várias equipes para visitar as casas e proclamar a Palavra de Deus e levar a verdadeira Esperança a todos os sertanejos da comunidade. Em cada casa que visitamos, Jesus foi apresentado, vidas foram transformadas e víamos a felicidade em cada rosto por estarem recebendo a visita dos missionários em seu lar. Em uma das casas, a dona do lar pediu que todas as equipes entrassem pois ela tinha preparado um café fresquinho. Ela pediu oração e uma bíblia, pois ainda não tinha. “Uma das grandes experiências que tivemos foi visitar a dona Maria do Carmo. Ela mora em um casebre na região e, ao ver a gente batendo palma em frente a sua casa, um misto de alegria e tristeza tomou conta do seu coração. Ela nos disse que estava ansiosa por uma visita dos missionários, mas também estava triste de nos receber na casa dela pois a casa era muito feia. Dissemos que a gente estava ali mesmo por amor a Cristo e por amor a ela e não para reparar na sua casa. Neste
momento a alegria venceu a tristeza e dona Maria do Carmo, com os olhos cheios de lágrimas, juntamente com seu filho e sua irmã, entregaram a vida a Jesus. “Mesmo com muita precariedade, em uma zona rural de difícil acesso, casas longe uma das outras, muitas pessoas se juntaram a nós para um culto ao ar livre. “Na comunidade de Favelândia, onde o trabalho é liderado pelo pastor Ralison Costa, tivemos um recorde de atendimentos médicos e odontológicos. Acho que nem preciso dizer da extrema importância que é um trabalho na área da saúde no sertão. Visitamos muitas casas onde Jesus continuou transformando vidas e a Palavra foi pregada com ousadia e alegria. “Para fechar esta experiência com chave de ouro, no fim do dia choveu, para a alegria de todos, quando estávamos na ilha Cana Brava, e presenciamos o testemunho da irmã Iraci, que ao ir para o local do seu batismo, se acidentou de bicicleta e chegou suja de lama. Mesmo assim, ela celebrou com muita alegria o momento de sua pública confissão de fé e esse foi o primeiro de muitos batismos naquela ilha! “Voltamos para casa com o coração cheio de alegria por cumprir nosso chamado. Convido você a fazer o mesmo e doar alguns dias de sua vida para evangelizar no sertão do Brasil. Existe um povo lindo, amoroso e sedento esperando para ouvir a Palavra de Deus.” Tiago Cata Pastor da Juventude Move Primeira Igreja Batista da Praia da Costa. 5
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Parceria inédita entre Brasil e Estados Unidos mobiliza recursos para ribeirinhos
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O
s batistas do Texas (EUA) estão engajados na promoção de novas oportunidades de evangelismo além de suas fronteiras. Durante o lançamento do Missionary Adoption Program (Programa de Adoção Missionária), na Baptist General Convention of Texas (Convenção Geral Batista do Texas) na sua assembleia anual, em Waco (EUA), o diretor executivo da convenção texana, David Hardage, anunciou a parceria que a organização está firmando com os batistas brasileiros. O objetivo do programa, inédito nos Estados Unidos, é mobilizar recursos para investir na plantação de igrejas nos 140 povos não alcançados que vivem na região. Os pastores Vanderlei Marins, presidente da CBB, e Fernando Brandão, diretor executivo da Junta de Missões Nacionais, estiveram no evento que deu início à parceria. Jair Campos, brasileiro atuante na convenção do Texas, será o mediador entre as igrejas americanas e os missionários no Brasil.
“Esse é um tempo muito especial. As trevas têm avançado e a única coisa capaz de impedir o avanço das trevas é a igreja do Senhor Jesus. Não podemos deixar a responsabilidade deste tempo. Não podemos recuar, nós precisamos avançar na pregação do Evangelho, e para isso contamos com cada igreja texana nesta grande parceria missionária”, afirmou o pastor Fernando Brandão. “Nós esperamos que vocês orem com suas igrejas e avaliem como sua congregação pode apoiar um missionário no Brasil, na Amazônia e além das nossas fronteiras”, afirmou Hardage ao conclamar as igrejas texanas a abraçarem o trabalho missionário dos batistas brasileiros. Os batistas brasileiros estão avançando no programa Parceiros na Ação Missionária e encontraram nos batistas texanos um coração disposto a obedecer ao Ide de Jesus. Glória a Deus por isso! 7
PANORAMA MISSIONÁRIO
Cristolândia
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Alunos da Cristolândia São Gonçalo saindo para evangelismo
Cristolândia Criança (SP)
Cristolândia de Brasília é reconhecida pelo trabalho com alfabetização
Inauguração da Escola de Panificação na unidade Macedônia da Cristolândia Pernambuco
Oração na Cristolândia BA
Trabalho feito pela Cristolândia RJ
Igreja Multiplicadora
Batismos em Icapuí (CE)
Batismos na Comunidade Ribeirinha Campinas do Norte em Manacapuru (AM)
Igreja Batista em Libras em Marituba (PA)
Nosso missionário, Pr. Charles Ramos, teve a grande alegria de batizar a própria mãe!
PGM no Lar Batista David Gomes
Projeto Sertão em Barreiras (BA) 9
CAPA
Vida Radical:
eles estão onde mais ninguém quis ir E
m locais remotos do Brasil e em áreas marginalizadas, homens e mulheres têm dedicado a vida para levar amor e esperança. Nas comunidades ribeirinhas da Amazônia, nas Cracolândias e no sertão nordestino, o Evangelho de Cristo tem alcançado muitos corações por intermédio da vida desses que aceitaram o chamado. Eles saíram do conforto para viver de forma radical. “Entreguei a Ele tudo o que poderia entregar de melhor: meu emprego com um bom salário, a faculdade que estava cursando, minha família, os amigos e, na época, um relacionamento. O único arrependimento que tenho é de não ter feito isso antes.” Relatos impactantes como esse da Radical Cristolândia Érika Tavares, de 26 anos, são comuns entre outros jovens que se dispuseram a servir no campo. Gente que “largou tudo” para obedecer à principal ordenança de Cristo: pregar o Evangelho a toda a criatura. Nas Cristolândias, já são 9 anos de atuação dos radicais. Nas Missões e Centros de Formação Cristã, eles atuam desde a evangelização do público atendido e dos alunos até a limpeza diária de todo o es-
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paço de atendimento. São parte da obra transformadora que Cristo tem executado na vida de pessoas que antes estavam perdidas no mundo das drogas. Na Amazônia, viagens de barco, atendimento na área de saúde bucal, agricultura de subsistência e atividades de plantação de igrejas fazem parte da rotina dos jovens, muitos na faixa dos 20 anos, que trocaram a vida na cidade pelo isolamento. Eles entenderam a urgência de chegar às cerca de 30 mil comunidades ribeirinhas isoladas daquela região. No sertão nordestino, poucas cadeiras colocadas no chão de barro debaixo do sol são preenchidas por um povo sedento da água que só Cristo pode dar. Para chegar às pessoas que se dispuseram a aprender mais do Evangelho, quilômetros são percorridos a pé pelo agreste brasileiro. Viver de forma radical pode ter inúmeros significados para o público jovem, mas glorificamos a Deus porque esses abraçaram a melhor definição. A disposição em pregar o Evangelho e falar do amor e graça de Cristo tem sido recompensada diariamente com experiências marcantes e enriquecedoras para o Reino.
Amazônia
“N
ão foi uma decisão fácil sair da agitação do Rio de Janeiro diretamente para a Amazônia. Que loucura! Mas Deus aos poucos me mostrou que Ele tinha um plano muito maior para mim, que só bastava eu confiar nele. Então, Ele me mostrou que existia um lugar onde a urgência de anunciar a sua Palavra era muito maior e que também existia um povo que precisava de amor. “A Amazônia é uma terra rica em beleza e cultura, mas que por trás de tanto encanto esconde realidades sofridas. Atualmente trabalho em uma comunidade ribeirinha, que fica localizada na região do médio Solimões. Certa vez um dos moradores do local disse: ‘há tempos eu pedia a Deus que Ele enviasse pessoas que nos ensinassem sobre a Bíblia;
agora eu sei que Ele ouviu as minhas orações porque nos enviou vocês’. “Quando nos colocamos à disposição de Deus, Ele nos capacita e usa a nossa vida para sermos objeto de transformação na vida daqueles que são sedentos da Sua Verdade. É quando vemos que os nossos sonhos e as nossas vontades não valem de nada em comparação aos sonhos e planos que Deus tem para nós. “E nessa caminhada como missionária vejo que não existe nada melhor do que dedicar a minha juventude ao Senhor. Deus se faz presente em cada momento do meu dia, e contemplar a sua obra tem se tornado o meu fascínio e, ao mesmo tempo, o motivo do meu viver.” Renata Nascimento, 23 anos Radical Amazônia
Sertão
“E
m 2015, fiz uma viagem missionária para o sertão de Pernambuco e Deus falou ao meu coração que era no sertão que eu iria dedicar minha vida na obra. Eu não poderia ficar calado nem parado. No povo sertanejo muitas famílias ainda não foram alcançadas pelo Evangelho. Em 2016, pedi demissão da empresa em que trabalhava, abri mão do meu conforto e do meu comodismo e cumpri o Ide. “Nesse período no campo, tenho encontrado grandes desafios. Conheci uma família cujos membros queriam tirar a própria vida. Quando começamos a conhecê-los e a falar do amor de Deus e de suas promessas, eles começaram a buscar a Deus e a confiar. E, por meio da fé que nasceu neles, a situação começou a mudar e eles passaram a
não sentir mais os desejos de suicídio. Eles entregaram a vida para Jesus. “Sem Deus, nada podemos fazer. Devemos sempre confiar naquele que nos chamou para a grande obra. Porque Deus é bom o tempo todo e suas misericórdias não têm fim. Ele é Deus dos mínimos detalhes. O povo sertanejo precisa ouvir e saber que Jesus é o caminho, a verdade e a vida e que não existe outro caminho que nos leve à salvação. “Estou muito feliz por fazer parte dessa equipe como Radical Sertanejo e por poder ser um canal de bênção na vida do povo sertanejo. Toda a honra e glória é para Deus!” Danilo Rodrigo de Souza, 24 anos Radical Sertanejo atuando na área rural de Exu (PE)
Cristolândia
“M
esmo com todas as experiências que tive na vida cristã, nenhuma delas teve um impacto tão profundo em minha vida como participar do Radical. Entreguei ao Senhor tudo o que poderia entregar de melhor: meu emprego com um bom salário, a faculdade de Psicologia que estava cursando, minha família, os amigos e, na época, um relacionamento. O único arrependimento que tenho é de não ter feito isso antes. “Me lembro até hoje de ver os olhos dos meus pais cheios de lágrimas e a incerteza do que eu encontraria pela frente. Deus me mostrou que seria difícil, mas Ele também disse que estaria comigo e que minha alma poderia se aquietar.
“Meu primeiro contato com as pessoas em situação de rua me deixou profundamente emocionada e eu dizia ao Senhor: ‘É por eles que estou aqui, é para cuidar deles’. O abraço apertado, a conversa e o carinho deles comigo ganhou meu coração para sempre. “Ser uma Radical Cristolândia me ensinou algo que Seminário Teológico nenhum ensina: a servir e servir com excelência. Nenhum salário paga o prazer de ver a ação de Jesus na vida dessas pessoas. Eu louvo o Senhor porque por intermédio do Radical Cristolândia eu cheguei ao centro da vontade de Deus para a minha vida.” Érica Dayane Rodrigues Tavares, 26 anos Radical Cristolândia no Distrito Federal 11
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Programa Seja Luz
retorna em 2017 mais dinâmico e interativo
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ensando sempre avante na conquista da pátria para Cristo, Missões Nacionais, desde a década de 30, rompe barreiras na vanguarda da comunicação aproximando os missionários que estão no campo aos batistas e alvos de fé. É por meio da inovação e de recursos midiáticos que nossa organização enfrenta as distâncias e dimensões continentais. Nesses quase 110 anos de história o pioneirismo se tornou uma marca registrada. Em 1939, L.M.Bratcher levara consigo uma máquina para filmar em viagem pelo vale do Amazonas. Para ele esse método de informar era o mais eficiente e proveitoso da época. Bratcher, mesmo sem saber, já nos ensinava a importância de identificar e otimizar oportunidades e recursos para transmitir e envolver o máximo de pessoas na evangelização do Brasil. Desde então, não temos medido esforços e investimentos para compartilhar as maravilhas que Deus tem operado nos campos missionários e o número de pessoas que tiveram as vidas transformadas através dos nossos projetos e da permissão do Senhor. Foi com esse propósito que Missões Nacionais lançou, em 2012, o programa “Seja Luz” que retorna em 2017 completamente reformulado e com novas atrações.
A nova temporada está prevista para entrar no ar no mês de maio e terá um formato mais dinâmico, interativo e moderno, com divulgação exclusiva pelas nossas redes sociais. O Diretor Executivo, Pr. Fernando Brandão, irá dialogar diretamente com as igrejas, os parceiros, intercessores, vocacionados e voluntários que participam ativamente da grande comissão. Um novo estúdio foi montado com equipamentos de ponta na sede administrativa, na cidade do Rio de Janeiro, para registrar e divulgar com qualidade e excelência as atividades e projetos que tem contribuído com a expansão do Reino de Deus. Cada um dos investimentos reforça um dos nossos principais valores institucionais: ética, transparência e integridade, que agora retornam de forma ainda mais acessível para os batistas e lares brasileiros. Toda semana, sempre às terças-feiras, às 21h, vamos levar até você um pouco de tudo que acontece no avanço da obra de Missões Nacionais. Como certeza, você vai ser inspirado a conhecer, se envolver e promover todas as maravilhas que Deus tem realizado, nunca esquecendo de que o chamado é para todos nós!
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110 anos de Avanço M Primeira viagem de L.M. Bratcher no Baixo Tocantins
Lar Batista FF Soren
〉 Sede da JMN na cidade do Rio de Janeiro. 〉 Realização da primeira viagem missionária de L.M. Bratcher pelos Vales do Tocantins e Araguaia.
〉 Nomeação do casal José Júlio da Silva Junior e Carmem Guarita para evangelização dos hansenianos na Colônia de Marituba, PA
1918 a 1928
1940 a 1950
〉 Organização da Junta de Evangelização Nacional, mais tarde, Junta de Missões Nacionais 〉 Criação da Sede da JMN na cidade de Campos, RJ 〉 Realização de 15 batismos em Paranaguá, PR, por William Buck Bagby
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〉 Lançamento da revista “A Pátria Para Cristo”
〉 Ida de Zacharias e Noemi Campello para evangelização dos índios Kraôs.
1907 a 1917
Wiliam Buck Bagby
〉 Inauguração do Lar Batista Francisco Fulgêncio Soren em Itacajá, TO
1929 a 1939 〉 Início das atividades do Colégio Batista do Tocantins, TO 〉 Nomeação de Sarah Cavalcanti como primeira enfermeira dos batistas brasileiros e ida para Pedro Afonso, GO
Missionária Enfermeira Sara Cavalcante
1951 a 1961 〉 É iniciado o trabalho entre os índios Xerente, GO, com o Pr. Guenther Carlos Krieger e Wanda Braidotti Krieger 〉 Primeiro Congresso Missionário com a presença de 44 obreiros do Vale do Tocantins
o Pr. Guenther Carlos Krieger com Xerentes
Missionário no Brasil Paul Vandoros Missionário na Casa de Detenção de SP
Lar Batista David Gomes
〉 Início da evangelização da tribo Munduruku, PA 〉 Inauguração do Lar Batista David Gomes, em Barreiras, BA
1962 a 1972
〉 Realização da Primeira Clínica de Crescimento de Igreja (CCI).
〉 715 missionários
〉 Início do Plano Nacional de Evangelização
〉 392 projetos de plantação de igrejas
〉 Início da evangelização na Casa de Detenção de São Paulo, SP
〉 37 unidades Cristolândia em 7 estados
1984 a 1994
1973 a 1983 〉 Realização da Operação Transtotal, projeto missionário na Transamazônica. 〉 Início das atividades no Dispensário Batista de Pacatuba, SE
Pastor Xavier na TransTotal
〉 2 lares
2006 a 2017
1995 a 2005 〉 A Tenda da Esperança foi montada em Juazeiro do Norte, CE 〉 Tenda da Esperança em Belém do Pará, durante o Círio de Nazaré 〉 Criação do Radical Brasil
Tenda da Esperança
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Samuel Mitt: os desafios do campo missionário A
tivo na obra cristã aos 85 anos, o pastor Samuel Mitt pode ser considerado um dos grandes nomes do trabalho missionário batista no Brasil. Contemporâneo de David Gomes, serviu como missionário ao lado de sua esposa, Marlene, em campos brasileiros e estrangeiros, foi diretor do Instituto Batista Teológico de Carolina (MA) e serviu, por 10 anos, como diretor executivo da Junta de Missões Nacionais. Há cerca de 10 anos é capelão da Faculdade Teológica Batista do Paraná e hoje atua também como conselheiro geral do Ministério Em Células da Igreja Batista do Bacacheri, em Curitiba (PR), onde usa sua experiência como missionário e pastor para a mentoria. Como missionário e administrador, suas ênfases foram: a plantação de igrejas, despertamento da autonomia das igrejas nos campos missionários e sustento condigno dos obreiros. Foi através de sua visão missionária que, em 1974, a Junta de Missões Nacionais realizou a primeira Operação Transtotal, que percorreu a Transamazônica para pregar o Evangelho, e hoje acontece em todo o Brasil com o nome de Operação Jesus Transforma. Em 1978, o pastor Samuel Mitt deixou a administração da JMN com a seguinte frase: “Que jamais percamos de vista a finalidade para a qual esta Junta existe, que é levar o homem brasileiro a confrontar-se com Cristo crucificado”. Em tantos anos de experiências e trabalho missionário, não faltam histórias e testemunhos do que Deus fez e tem feito no Brasil. 16
APPC - Pastor, fale-nos um pouco sobre os desafios do campo missionário durante sua época de atuação. S.M. - Depois de ter estado no contexto brasileiro, boliviano e de Portugal e da Europa, eu chego à conclusão de que nós estamos enfrentando a mesma realidade do tempo de Jesus. Grande é a seara, mas poucos os ceifeiros. Entendo que chegou o tempo de nós clamarmos ao Senhor, segundo a ordem dada por Jesus, para que nós peçamos mais obreiros para a seara. E não apenas mais obreiros, porém mais obreiros qualificados, que se dediquem, que se lancem à obra com o coração e aquele desejo sincero de ver Cristo sendo glorificado por intermédio das pessoas que o aceitem como seu salvador pessoal. APPC - Como surgiu a ideia da Operação Transtotal? S.M. - Naquela altura a Rodovia Transamazônica já estava aberta desde Marabá até Itaituba (PA) e também a estrada Cuiabá-Santarém estava em construção, e fomos visitar. Tivemos contato com muitos colonos, sabendo do que estavam pensando e de onde vieram, e pela noite tivemos um culto na casa de um deles. E durante aquele culto Bill Morgan disse uma coisa bonita: “Que tal se nós enviássemos equipes aqui para a Transamazônica para a evangelização? ”. Essa palavra foi impactante. No dia seguinte, na hora da oração, nós sentimos uma presença poderosa de Deus e todos nós sentimos que Deus queria que algo acontecesse na Transamazônica, mas não sabíamos exatamente como isso seria realizado. Isso foi em junho de 1974, quando nós estávamos tendo a ideia e foi estabelecido que esse projeto seria executado em dezembro do mesmo ano.
eles alcançavam não apenas a mente mas o coração das pessoas. Então os colonos vinham à noite para os cultos nas casas. Foi muito lindo ver como houve pessoas que fizeram sua decisão. Foi impactante ver Deus agindo no coração de tantos colonos. APPC - Faça uma análise da evolução do trabalho evangelístico no Brasil. S.M. - Hoje em dia eu percebo que há uma grande ênfase na semeadura e na colheita, no sentido de conservação dos resultados, que vem por intermédio do discipulado. Essa mudança se torna muito significativa porque quando a pessoa se torna um mentor de um novo convertido, ela vai transferindo seus conhecimentos, suas experiências, suas vivências e o novo convertido passa a crescer ao lado de um crente mais experiente. Ele vai crescendo e desenvolvendo a sua fé contra as doutrinas estranhas que existem por aí. Gosto de ver que o Evangelho está sendo pregado na sua essência: Cristo morreu pelos nossos pecados, foi sepultado e ao terceiro ressuscitou. Isso que é importante! É dizer: “Venha e tenha essa experiência com Cristo”. Então, é semelhante no sentido de que a pregação do Evangelho consiste em levar pessoas a uma experiência pessoal com Cristo, mas a diferença é trabalhar em um programa organizado de discipulado desses novos convertidos.
“A alegria é minha, mas a glória é do Senhor.”
APPC - Quais foram as dificuldades para realizar a Transtotal? S.M. - A maior dificuldade, a meu ver, eram as distâncias. O plano era que nós atingíssemos 500 quilômetros, depois se estendeu para mais 15. No fim, havia 1.000 quilômetros para serem alcançados. APPC - Como foi a receptividade do povo às equipes da Trans? S.M. - Quando as equipes chegavam nós percebíamos que havia como que uma sede. Porque os colonos estavam lá a uma distância muito grande de um para o outro. Então, quando a equipe chegava, simpática,
APPC - Como o senhor se sente por ser parte da história dos batistas brasileiros na evangelização da pátria? S.M. - A alegria é minha, mas a glória é do Senhor. Essa glória pertence a Ele porque Ele usou um instrumento frágil, limitado, que sou eu. Eu sei de quantas limitações eu tenho na realização do trabalho. Ao longo desses anos todos eu tenho confiado no Senhor e o Senhor tem suprido cada necessidade minha. Eu tenho uma palavra final para você, missionário, você, voluntário. Essa palavra é o último versículo do capítulo 15 de 1 Coríntios, que diz assim: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor”. Eu desejo a vocês a maior bênção dos céus, para que tudo seja feito para a glória d’Ele. A alegria será de vocês que participam, mas que a glória pertença a Ele! Que Deus abençoe a todos vocês. 17
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CRISTOLÂNDIA
Cristolândia: desafios de um novo tempo A
pós anos de trabalho, a Junta de Missões Nacionais agradece a Deus o desempenho das Cristolândias ao redor do país. Atualmente, estamos em 7 estados com 37 unidades, que atendem diariamente e de forma intensiva, homens, mulheres e crianças envolvidas ou afetadas pelo vício no crack. Pessoas antes escravas das drogas e abandonadas pela sociedade têm encontrado refúgio, esperança e transformação em Cristo. Para a glória de Deus, mais pessoas têm chegado para somar a esse trabalho. O ano de 2017 começou com três novas coordenadorias, nos estados do Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia. São muitos os desafios deste novo tempo, mas cremos que, com a ajuda de Deus e a parceria do povo batista brasileiro, seguiremos
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avançando neste projeto, que tem dado tantos frutos. No Estado do Rio de Janeiro, o pastor Aider Gouveia assumiu em julho de 2016 a coordenação do trabalho, que inclui a Missão Cristolândia, em Madureira; três unidades de atendimento feminino, entre elas a Cristolândia Sonho de Mãe, para mães e seus filhos; três unidades masculinas e a Casa Viver, que atende crianças em Costa Barros. Para o pastor, o desenvolvimento do VIVER no estado é um dos principais objetivos. “Hoje temos um foco muito lindo, que é o Movimento Viver. Oramos para que o povo batista esteja empenhado em se envolver com esse movimento, pois ele será primordial para que nossas Cristolândias tenham menos alunos. É isso que queremos e por isso o
povo batista deve orar e investir na prevenção. Nossas crianças têm que ser alcançadas por esse movimento para que elas não cheguem às Cristolândias”, afirmou. O Viver também tem sido motivo de oração em Pernambuco, onde atua o pastor Gildo Gomes desde julho de 2016. No estado, paralelo ao trabalho das Cristolândias, o Viver tem sido enfatizado nas igrejas com oficinas e palestras. A coordenação no estado enfrenta o desafio de cuidar de uma capital que sofre com o aumento de mulheres envolvidas com o crack. “Temos o desafio de iniciar uma Casa Feminina. A gente sabe a realidade da drogadição, que ataca muito os homens, mas tem crescido nos últimos dias o número de mulheres usuárias de crack. A Fiocruz de Recife fez uma pesquisa e usou como base uma casa da prefeitura e o resultado que eles tiveram foi que, no Brasil, a capital em que mais cresce o número de mulheres usuárias de crack é o Recife. É uma necessidade uma Casa Rosa e a gente quer abrir uma casa feminina não na área rural, mas na área urbana, para ter acessibilidade e mobilidade para as igrejas, voluntários, ser próximo de hospitais e de escolas, para facilitar o atendimento das mulheres”, explicou o pastor.
Na Bahia, com a graça de Deus, a Casa Rosa já é uma realidade, graças à parceria com o povo batista. A coordenação das Cristolândias no estado está contando com o pastor Raphael Scotelaro que, há cinco anos, vem desenvolvendo trabalhos voluntários e missionários nas Cristolândias do Rio e desde agosto de 2016 assumiu as unidades da Bahia. Com a Casa Rosa inaugurada, o casal missionário Raphael e Joyce pede a Deus que envie mulheres e homens desejosos de somar à obra. Celebramos a já vista evolução no trabalho que está sendo feito naquele estado. Antes atendendo apenas cerca de 15 pessoas diariamente com café da manhã e cortes de cabelo, atualmente a Cristolândia Salvador recebe mais de 40 pessoas, oferecendo café, almoço e cuidados com a saúde física e espiritual, chegando a distribuir cerca de 1.500 almoços em um mês. “Há muita coisa a ser feita. Oramos para que Deus nos dê a direção para encontrarmos o foco de cada momento, as prioridades. Temos caminhado assim, na esperança de avançar e fazer o trabalho de Deus com excelência”, comentou o pastor. O trabalho tem dado lindos resultados, como a abertura da Padaria Escola na Cristolândia Recife, uma parceria com igrejas e com o Sindicato de Panificação do estado, que proporcionará o curso profissionalizante para os alunos, fazendo com que muitos deles sejam absorvidos pelo mercado após a conclusão. Unidade
Contatos
No Rio, o cenário também é animador, com muitos relatos de alunos transformados. “Temos visto alunos reinseridos na sociedade, com carteira de trabalho assinada, outros de volta à família, outros com boas notas do Enem e entrando na faculdade. Essas coisas mobilizam muito a gente”, relatou o pastor Aider. O trabalho não pode parar! Nas três unidades, os líderes clamam a Deus pelo envolvimento das igrejas com o trabalho realizado nas unidades das Cristolândias. É preciso juntar esforços para que o trabalho continue sendo realizado com excelência, fazendo com que a Cristolândia continue sendo uma referência nacional entre programas de recuperação para usuários do crack, como apontou o livro “Crack e exclusão social” (2016), publicado pelo Ministério da Justiça e Cidadania, com organização de Jessé Souza. O programa e a forma de trabalho das unidades Cristolândia foram analisados no livro ao lado de projetos laicos de todo o Brasil. A Junta de Missões Nacionais agradece a Deus e a todos os parceiros da Cristolândia pela bênção de sermos uma referência no combate às drogas. Sabemos que apenas por intermédio de Jesus é possível uma transformação verdadeira em qualquer pessoa. Queremos continuar sendo bênção na vida de tantas pessoas e famílias por meio das Cristolândias. Você pode nos ajudar a continuar esse lindo trabalho! Seja um parceiro orando, doando ou se voluntariando!
Cristolândia RJ
Cristolândia PE
Cristolândia BA
AIDER GOUVEIA DE SIQUEIRA
GILDO GOMES DE FREITAS E ANA NERY PEREIRA DA SILVA
RAPHAEL PAULO SCOTELARO E JOICE MODESTO CORIOLANO SCOTELARO
Cristolândia Rio de Janeiro (21) 2263-3153
Cristolândia Recife (81) 3072 5728
Cristolândia Salvador (71) 3415 4556 • Pelo casal missionário;
Ore!
• Pelo movimento Viver, para que o povo batista se empenhe e envolva com esse movimento.
• Pelo casal missionário; pela equipe atuante nas unidades; • Pelos alunos em processo de transformação; • Para que Deus envie mais voluntários e missionários
• Pela equipe de missionários e voluntários; • Para o desenvolvimento do Viver na Bahia; • pela reforma das unidades; • pela Casa Rosa BA, inaugurada neste ano 21
IGREJA MULTIPLICADORA
VOLTANDO ÀS VELHAS E BOAS PRÁTICAS
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esde 2010 a Junta de Missões Nacionais, em parceria com as convenções, associações e igrejas, tem investido no retorno aos princípios do Novo Testamento. Só em 2016 foram realizados mais de 300 encontros em que mais de 36 mil líderes foram desafiados a olhar para o Novo Testamento e retornar às práticas da oração, da evangelização discipuladora, da plantação de igrejas, da formação de líderes e da compaixão e graça. Aprendemos com o passado, mas prosseguimos totalmente focados em viver o presente já fazendo a diferença no futuro. O que temos feito não tem nada de novo. Estamos apenas voltando para nossas antigas práticas. Em décadas passadas, nós, batistas brasileiros, fomos despertados a esse retorno por meio de diversas publicações da Junta de Educação Religiosa e Publicações (JUERP). Duas delas foram escritas por Waylon B. Moore: Integração segundo o novo testamento (1976) e Multiplicando discípulos: o método neotestamentá22
rio para o crescimento da igreja (1983). Essas obras mostram a grande importância de um discipulado que envolva o cuidado efetivo um a um, isto é, um discipulado que aconteça em meio a um relacionamento intencional entre um discípulo e outro, visando ao seu aperfeiçoamento para a multiplicação. Observe os seguintes trechos do segundo livro citado: “Os líderes eclesiásticos, por toda parte, estão começando a perceber o vasto potencial que existe na abordagem feita a pequenos grupos, e especialmente no discipulado um a um, para conseguir a multiplicação efetiva. (...) “O discipulado no nível pessoal, um a um, é a maneira mais rápida que conheço para se desenvolver líderes espirituais que podem multiplicar outros discípulos”
Esse cuidado um a um é o que a visão de Igreja Multiplicadora apresenta como Relacionamento Discipulador, que é o relacionamento intencional entre um discípulo multiplicador com outra pessoa visando torná-la outro discípulo multiplicador. É algo que acontece desde antes da conversão. De fato, a comunicação do Evangelho deve se dar em meio a um relacionamento intencional que compreenda o convívio, o acolhimento, a intercessão, o zelo pela pessoa, o ensino e a solicitação de contas. Esses elementos do Relacionamento Discipulador são descritos no livro Igreja Multiplicadora: cinco princípios para crescimento, dentro do princípio da evangelização discipuladora. Segundo propomos, os Pequenos Grupos Multiplicadores são o ambiente em que esse relacionamento discipulador é potencializado, gerando edificação mútua. Desde a década de 70, autores como Cecil G. Osborne se tornaram defensores dessa forma bíblica de ser igreja, como ensina em seu livro A arte de conhecer a si mesmo, também publicado pela JUERP em 1976: “A ideia de grupo pequeno é uma das forças espirituais mais dinâmicas do século vinte… Sob vários nomes, pequenos grupos são formados com grande rapidez, em igrejas e denominações. Homens e mulheres estão redescobrindo que os serviços e atividades rotineiras da igreja local não trazem motivação suficiente para o crescimento espiritual significativo.” Quando falaram dessa relação de cuidado efetivo um a um e mutualidade, esses e outros autores foram influenciados pelo Movimento dos Navegadores (The Navigators – www.navigators.org), que teve início na década de 1930 por Dawson Trotman. O objetivo do movimento era espalhar as Boas-Novas por meio de relacionamentos intencionais que capacitassem novos discípulos à multiplicação. O fundamento era a palavra de Paulo em 2 Timóteo 2.2: “O que ouviste de mim, diante de muitas testemunhas, transmite a homens fiéis e aptos para também ensinarem a outros”. Os Navegadores se baseavam no cuidado individual modelado por Barnabé a Paulo e por este a Timóteo, Tito e tantos outros. Enfatizavam a importância de passarmos horas com novos crentes, individualmente e em pequenos grupos. Buscavam estudar a Bíblia, orar, encorajar, aconselhar e ensinar aqueles que estão nos primeiros passos da caminhada cristã. É a transmissão de verdade e vida por meio dos relacionamentos. Aliás, muitas vezes
encontramos nos escritos do movimento a expressão “vida na vida”. A influência dos Navegadores abraçou muitos batistas americanos. O grande evangelista Billy Graham convidou Dawson Trotman para ajudá-lo a capacitar discipuladores para atender os milhares de pessoas alcançadas pelas suas cruzadas evangelísticas. Segundo narra David Earley em seu livro Transformando Membros em Líderes , durante esse tempo, Dawson Trotman e Billy Graham se tornaram amigos próximos, a ponto de evangelista ser o pregador em seu funeral, em 1956, quando testemunhou: “Creio que ele tocou mais vidas do que qualquer outra pessoa que já conheci. Nós hoje representamos milhares de pessoas tocadas por esse grande homem”. A influência desses princípios chegou até nós no Brasil ainda na década de 70, com os livros de Waylon Moore já mencionados acima. Também vemos esse sentimento de inconformismo com a falta de multiplicação de discípulos no Manual da Escola Bíblica, de 1986, escrito por Cathryn Smith: “Quando uma igreja se satisfaz com os membros que tem e aqueles que espontaneamente se apresentam, não se interessando em alcançar as multidões, ela deixa de cumprir integralmente a sua missão como igreja.” Isso nos mostra que os batistas brasileiros têm se esforçado há pelo menos quatro décadas para trazer de volta o discipulado relacional e o cuidado recíproco entre irmãos em pequenos grupos. Portanto, a visão de Igreja Multiplicadora não é uma formulação de última hora para acompanhar tendências. É um chamado para assumirmos de uma vez por todas aquilo que, como batistas brasileiros, temos praticado muito timidamente ao longo de todos esses anos. Centenas de igrejas de todo o Brasil já estão vivendo este retorno aos princípios. Deus continua agindo em nosso meio para fazer isso acontecer, pois Ele é o mesmo “ontem, hoje e eternamente” (Hb 13.8). Diante de tudo isso, sinto-me encorajado, como batista brasileiro, a intensificar a multiplicação de discípulos onde estou. Que tal fazermos isso juntos?
Fabrício Freitas Gerente executivo de Evangelismo da Junta de Missões Nacionais 23
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CAPELANIA PRISIONAL
LIBERTANDO CATIVOS E MULTIPLICANDO O AMOR DE DEUS
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afael e Luana. Um casal separado pelas grades da Casa de Custódia de São José dos Pinhais (PR). Ele, preso há um ano e 4 meses após um assalto e tentativa de homicídio. Ela, do lado de fora, com o sonho de se casar. A situação que poderia ser considerada pela sociedade como mais uma família destruída pelo crime se tornou um testemunho de transformação, fé e amor dentro do presídio por meio do trabalho de evangelização da Capelania Prisional da Junta de Missões Nacionais. “Eu sempre quis casar. Só que ele sempre dizia que, já que a gente estava morando juntos, não precisávamos casar. Foi través da igreja, que vem fazendo cultos dentro do presídio, que ele encontrou Deus, me trouxe também para dentro da igreja e resolveu nos unir”, contou Luana Moura, que hoje frequenta a Igreja Batista do Bacacheri, em Curitiba (PR). A graça de Cristo alcançou Rafael no momento de maior dificuldade, porém, de mais sensibilidade para uma mensagem de esperança. Ao chegarem nos presídios, nossos missionários e voluntários encontram homens retraídos, sem alegria e introspectivos. É com tempo, trabalho e oração que eles abrem o coração e passam a participar dos cultos e estudos promovidos pela Capelania Prisional. “Trabalhamos para que o evangelho também seja um privilégio para aquela pessoa que está presa. Nosso objetivo é ter uma igreja dentro de cada presídio e, para isso, a gente precisa conscientizar as igrejas batistas da necessidade que os presos também têm de ouvir o evangelho e a Palavra de Deus”, explica o pastor Luis Carlos
Magalhães, missionário que coordena o trabalho no estado do Paraná. Além do trabalho realizado no Paraná, que abrange a Penitenciária Federal de Catanduvas, a Junta de Missões Nacionais tem atuado direta e indiretamente em outros três presídios federais: em Mossoró (RN), com o missionário Dario Fonseca; em Porto Velho (RO), com o trabalho de voluntários e em Campo Grande (MS), por meio de parcerias. Missões Nacionais também tem trabalhado para alcançar as mulheres presidiárias e ex-presidiárias. Por intermédio da Casa Alma Livre (MG). Ainda com o trabalho do Projeto Fase para Cristo, coordenado pela missionária Adriana Abraão, temos levado o evangelho para menores infratores internos e egressos da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (FASE) em Porto Alegre (RS). Em meio ao caos do sistema prisional brasileiro, Deus tem levantado pessoas conscientes de que a Palavra deve ser pregada para todos, inclusive para homens e mulheres que estão presos. É apenas aceitando nossa responsabilidade como cristãos e levando o evangelho às pessoas desacreditadas pela sociedade que poderemos testemunhar a transformação em Cristo na vida de pessoas como o Rafael.
“Graças a Ele e sua misericórdia infinita foi no presídio que eu tive a maior aproximação com o Senhor.”
“Graças a Ele e sua misericórdia infinita foi no presídio que eu tive a maior aproximação com o Senhor. Independentemente do lugar em que eu me encontro, tenho orgulho de dizer que tenho intimidade e amor com o Todo-Poderoso, que me deu a vida e sei que, estando com Jesus, nada nunca vai me abalar. ” 25
VIDA E OBRA
Nara:
uma mulher que viveu perto de Jesus e levava Jesus para perto dos outros
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eus chamou para si, no dia 11 de março, a missionária Nara Rúbia Taetes, que atuava há 17 anos como missionária entre os indígenas e, há cerca de três anos, lutava contra o câncer. Ela descansou de seu sofrimento terreno, deixou de ser peregrina em terra estranha e adentrou os portais da eternidade, a Santa Cidade, a sua verdadeira pátria. Missões Nacionais registra suas considerações a esta grande serva de Deus, uma guerreira, uma heroína, uma missionária que honrou e dignificou o Mestre durante toda a sua caminhada, ao lado do Pr. Elias, seu esposo e seus dois filhos Nayane e Eliseu. Nara Rúbia da Silva Coelho Taets nasceu no dia 13 de julho de 1977, na cidade de Goiânia, GO. Filha de Josimar e Maria Helena Coelho. O avô de Nara Rúbia era chefe de um posto da Funai e seu pai foi criado na aldeia Xavante, no Mato Grosso. Seu pai sempre contava histórias sobra a vida dos índios e ensinava algumas palavras em Xavante. A família frequentava a Igreja de Cristo em Goiânia, onde havia conferências missionárias periodicamente e Nara ouvia pessoas falando sobre os índios. Começou a observar as necessidades dos índios e sentiu um despertamento missionário em seu coração. Terminou o ensino médio, fez o curso teológico e também de linguística, este último na Missão ALEM, em Brasília (DF), onde conheceu Elias de Oliveira Taets, que tinha o mesmo chamado para levar à mensagem de Cristo aos indígenas. Casou-se com Elias, no dia 11 de julho de 1998. Foram contratados como missionários de Missões Nacionais em 9 de outubro de 1999, para atuarem entre indígenas, em Roraima. O casal tem dois filhos: Nayane (13 anos) e Eliseu (11 anos). 26
O casal chegou em Boa Vista (RR) em outubro de 1999 e passou a trabalhar com indígenas de uma tribo que habita o Brasil e a Venezuela, e que, somente no Brasil, somam mais de 15 mil pessoas distribuídas em 255 aldeias, 197 dessas em Roraima. Não foi fácil conquistar a amizade desse grupo. Mas Nara fez muitos amigos. As mulheres dessa etnia, quando vão dar à luz, só permitem a presença do parente mais próximo, geralmente as mães. Mas certa ocasião, quando Nara estava grávida de seu filho Eliseu, a índia Xepla permitiu que Nara a vise dando à luz uma linda menina. Pela primeira vez Nara presenciou um parto, uma prova da confiança e da amizade que tinha naquele povo. Nara deixou como legado a participação na tradução do Novo Testamento para essa etnia (que está em fase de conclusão) e um projeto sobre Histórias Bíblicas para as crianças indígenas. Toda família de Missões Nacionais está triste com esta perda, mas confortados pela certeza da vitória de Cristo sobre a morte e pela garantia de que um dia não haverá mais separação e que todos nós estaremos juntos eternamente. Precisamos agora responder ao desafio que Nara nos deixou em uma de suas cartas: “Precisamos da sua ajuda para que os povos indígenas se rendam aos pés de Deus”. Este clamor foi escrito para você! Ao Senhor da seara, nossa gratidão pela preciosa vida de Nara e nossa oração para que muitos se levantem com o propósito de levar Cristo aos distantes pontos da Pátria.
Gizalva Alves:
30 anos de atuação missionária no Nordeste do Brasil
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uantas vidas podem ser impactadas por uma só mulher em 30 anos? Mesmo sem termos a resposta exata para essa pergunta, sabemos, com a convicção de que o trabalho em Cristo não é vão, que centenas de pessoas foram influenciadas pela atuação da nossa missionária Gizalva Alves de Menezes, que dedicou três décadas exclusivamente ao trabalho missionário no Nordeste do Brasil, pela Junta de Missões Nacionais. No Dia Internacional da Mulher, ao contar um pouco da história da missionária Gizalva, queremos honrar todas as mulheres que têm juntado esforços na obra missionária do Brasil. Hoje atuante em Lagarto, cidade do agreste de Sergipe, a missionária Gizalva é natural do mesmo estado, onde, na cidade de Japaratuba, teve o primeiro contato com o evangelho, através da missionária aposentada Zênia Birzniek, também da JMN. Aos 6 anos e de família católica, seus pais não gostavam que frequentasse a casa da missionária. Mesmo assim, atraída pela palavra do evangelho, Gizalva aceitou a Cristo em seu coração através da pregação da missionária. Em 1982, ingressou no Seminário de Educação Cristã – SEC e em 1986 foi chamada pela Junta de Missões Nacionais. Desde então, passou por 8 campos missionários, realizando o trabalho de plantação de igrejas. Em todos esses locais, ajudou pessoas, levou o amor de Cristo, influenciou e abençoou vidas com seu testemunho, e fez muitos discípulos para a glória de Deus. Ela agradece a Deus pela oportunidade de servir em Sua obra. “Agradeço por ter sido escolhida por Ele para exercer esse trabalho maravilhoso na conquista de vidas para Cristo e poder dar a minha parcela de contribuição para o crescimento do Reino de Deus. Eu nunca me vi fazendo outra coisa a não ser sendo missionária”, afirmou Gizalva.
Foi um tempo de muitos desafios, como mulher, mãe, esposa e missionária. Um dos maiores foi na cidade de Pedro Alexandre (BA) “Ao iniciar, em 2006, havia dificuldade de água, transporte e as pessoas eram muito arredias ao evangelho. E foi onde eu tive que me separar da minha filha Maely, com apenas 6 anos de idade na época, para que ela não fosse prejudicada nos estudos. Mas Deus é bom, vidas foram sendo salvas e ali ficou um grupo firme para a glória do Pai”, conta Gizalva. Mesmo se aposentando após os 30 anos, a missionária Gizalva já afirmou que o trabalho missionário ainda fará parte de sua vida! Ela celebrou as três décadas de atuação e dedicou a Deus o mérito de um trabalho que rendeu lindos frutos. “Completo esse tempo com alegria, sensação de trabalho realizado e satisfação. E agradeço porque o Senhor me deu saúde suficiente para levar esse trabalho adiante durante todo esse tempo. Quero mais trinta anos para continuar esse ministério”, completou a missionária. A missionária Gizalva encoraja as mulheres cristãs a se envolverem com a obra missionária. Ela considera o serviço cristão como um privilégio. “Na minha opinião a obra missionária não existe sem o envolvimento da mulher. Ela é parte fundamental, relevante nesse trabalho, porque ela é capaz de se doar, de se entregar inteiramente. Mulher, você faz parte desse ministério! Vale a pena servir ao Senhor como missionária no campo ou no ministério que Ele lhe confiou para realizar. É um privilégio. Se você sente esse chamado diga SIM. Missões é investir em vidas e esse investimento não dá prejuízo porque é para a eternidade”, finalizou a missionária Gizalva.
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Escolhendo a Vida
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egundo pesquisas feitas nas Cristolândias em todo o Brasil, 85% dos alunos em tratamento nas unidades já tiveram contato com nossas igrejas, mas por algum motivo não permaneceram e acabaram se envolvendo com as drogas. Histórias como essas não são difíceis de encontrar. Somos desafiados a mudar essa realidade atuando de forma preventiva com as crianças e adolescentes, para que as próximas gerações não façam parte dessa estatística tão triste. O VIVER é o Movimento Nacional de Prevenção ao Uso de Drogas da Junta de Missões Nacionais. O objetivo é investir nas crianças e adolescentes de dentro e fora da igreja, incentivando-as a fazerem boas escolhas, formando assim uma geração forte, que seja influenciadora para o não uso de drogas. A ideia é que cada igreja reconheça a necessidade de seu bairro e implemente ações de prevenção contínuas e intencionais, visando mudar a realidade de drogas e consolidando essas crianças e adolescentes na Palavra de Deus, para que cresçam firmes em sua fé e decisão por Cristo. No dia 20 de novembro de 2016 foi inaugurada a Casa VIVER em Costa Barros, Rio de Janeiro (RJ), um lugar onde o movimento VIVER é realizado de forma prática. Situado em uma das comunidades mais perigosas do Rio, o projeto visa tra-
balhar os princípios do movimento de prevenção com crianças entre 4 e 14 anos que vivem diariamente em uma realidade de drogas, tráfico e violência. Funcionando de terça a sábado, das 9h às 17h as crianças são atendidas com atividades diversas: aula de reforço escolar, futebol, balé, recreação, estudo bíblico, atendimento e acompanhamento social, aula de inglês, escola de pais, oficinas, etc. Todas as atividades com a intencionalidade de prevenção, mostrando a cada um que eles têm potencial e oportunidade de desenvolverem seus talentos e terem uma expectativa de vida diferente do que eles estão acostumados a ver. Todos têm lugar no reino de Deus, e com certeza há algo em você que pode ser útil na obra missionária. Se você não pode estar presente, invista nesse projeto por intermédio do PAM. Sua contribuição vai ajudar a salvar vidas! E não se esqueça de orar pelos missionários, pelas crianças que moram perto do projeto, pela família das crianças e por todas as barreiras que precisam ser quebradas para que a salvação chegue a cada um. Você pode ser um grande parceiro nesse movimento que vai mudar nosso país. Laíse Félix Coordenadora da Casa Viver 29
Aqui, ali e além do Solimões! N a Amazônia estão mais de 24 milhões de pessoas, em cerca de 35 mil comunidades ribeirinhas e 147 etnias indígenas. Os batistas brasileiros têm se empenhado na evangelização dos povos que estão no norte do Brasil. O Projeto Amazônia, da Junta de Missões Nacionais, tem sido uma ferramenta eficaz, reunindo os princípios da Igreja Multiplicadora e projetos a fim de alcançar região. Com o projeto Amazônia, colocamos em prática os cinco princípios bíblicos que Deus deseja para igreja: oração; evangelização discipuladora, com a inserção dos Radicais nas comunidades ribeirinhas, vivendo e se relacionando com o povo local; plantação de igrejas, por meio das bases missionárias para plantação de igrejas; formação de líderes multiplicadores, no Centro de Formação Missionária da Amazônia; compaixão e graça, por meio do Projeto Novo Sorriso da Amazônia e de caravanas missionárias, utilizando o barco O Missionário, como a Trans Saúde, que aconteceu pela primeira vez no início do ano.
TRANS SAÚDE
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A bordo do barco O Missionário estava uma equipe comprometida e feliz em fazer parte de um projeto que transforma vidas, a começar das que ali estavam. O mais importante não era a profissão que estavam exercendo ali, mas o Deus que iriam apresentar. Assim foi a 1ª Trans Amazônia. Todas as ações de saúde foram ferramentas para que o Evangelho fosse pregado. Nenhuma pessoa saiu do consultório sem que fosse ministrada com uma oração e uma palavra do Senhor. O grupo de profissionais levou compaixão e apresentou a Graça aos ribeirinhos da Amazônia. Participaram da caravana de 28 voluntários: 5 médicos, 6 dentistas, 8 enfermei-
ros, 1 farmacêutico, 1 psicólogo e 7 profissionais de outras áreas, que formaram a equipe de apoio. Foram atendidas cerca de 500 pessoas em 7 comunidades. A mobilização aconteceu em Costa do Jussara, Itapeua, Jacaré, Japiin, Ubin, Moreira e Fátima, onde a Junta de Missões Nacionais já tem Radicais que desenvolvem o trabalho de evangelização discipuladora – essa é uma estratégia que abre portas e possibilita aos Radicais mais aproximação com a comunidade. Dentre as pessoas atendidas que ouviram o Evangelho, 31 se decidiram por Cristo. Na evangelização de crianças, 145 ouviram sobre o Amor de Jesus e 45 decidiram entregar a vida a Cristo. Vinte e duas bíblias foram distribuídas. A equipe médica atendeu 469 pessoas, sendo 271 adultos e 198 crianças. No atendimento odontológico, 412 pessoas foram atendidas, sendo 243 crianças e 169 adultos. Foram feitos 534 procedimentos odontológicos. A equipe também ofereceu atendimento psicológico, consultando a 7 adultos e 3 crianças. Ao todo, a equipe médica distribuiu 1045 medicamentos e 412 kits odontológicos para a comunidade ribeirinha. “Deus usou as situações que encontramos entre os ribeirinhos para me mostrar que preciso olhar mais em volta e não usar o meu trabalho só de uma maneira técnica, mas que eu lido com seres humanos que precisam da Graça de Deus”, contou Vivian Teles, dentista e membro da IB de Magé (RJ). A Trans Saúde, que aconteceu nos dias 21 a 29 de janeiro, foi uma ação evangelística realizada pela JMN, ligada ao Projeto Novo Sorriso da Amazônia, que é coordenado pelos missionários e dentistas André e Germana Matheus. Torne-se um parceiro de Missões Nacionais e faça parte da evangelização dos ribeirinhos. Acesse o site www.missoesnacionais.com.br e saiba mais.
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SEMPRE ORANDO
POVOS INDÍGENAS BRASILEIROS 1 Por mais iniciativas da sociedade civil com relação à oferta de projetos de desenvolvimento sustentável nas aldeias brasileiras. 2 Pela revisão do novo dicionário bilíngue Xerente-Português (em andamento) - Tocantins 3 Pelos profissionais da saúde que participarão de ações de compaixão em aldeias do Amazonas. 4 Pelos indígenas universitários, para que consigam assimilar o conteúdo ensinado e se tornem protagonistas das mudanças positivas para os seus povos. 5 Por novos vocacionados para o trabalho de tradução de literatura para línguas indígenas. 6 Por mais vocacionados que querem dedicar seus dons e talentos em favor dos povos indígenas. 7 Pela capacitação dos líderes indígenas que fazem parte da equipe de Missões Nacionais, para que continuem sendo relevantes nas áreas da educação, da saúde e do ensino da Palavra de forma contextualizada. 8 Pela proteção das lideranças indígenas que sofrem perseguições por parte de alguns grupos de fazendeiros, madeireiros e outros exploradores da sua terra. 9 Pelos órgãos governamentais e não governamentais indigenistas, para que tenham zelo e responsabilidade com o trato das questões indígenas. 10 Pela paz entre as etnias que vivem no Vale do Javari, Amazonas, local onde foram registrados sérios conflitos nos últimos anos. 11 Pelo amparo e respeito da população não indígena pelos indígenas, 32
lançando fora todo preconceito e indiferença que alguns ainda mantêm. 12 Por um levante dos cristãos brasileiros contra o desmatamento das nossas florestas. 13 Pela implantação dos programas de formação de líderes autóctones no Norte e Nordeste. 14 Pela expansão dos projetos sociais entre indígenas de Roraima. 15 Pela saúde física e emocional dos missionários e seus filhos. 16 Pela implantação do Programa Novo Sorriso (erradicação da cárie) entre povos indígenas. 17 Por uma ampliação da visão da igreja brasileira sobre as oportunidades que temos de servir entre os povos não alcançados. 18 Pela implantação do programa VIVER (prevenção ao uso de álcool e drogas) em aldeias indígenas. 19 Pela equipe de missionários que está sendo formada no norte da Bahia. 20 Por uma política de demarcação de terra que seja justa, técnica e que respeite os direitos dos povos indígenas. 21 Pelo fim dos casos de suicídio entre povos indígenas.
22 Por iniciativas das igrejas que auxiliem na preservação da cultura indígena e promovam o fortalecimento de cada povo. 23 Contra a precariedade dos serviços de saúde prestados a muitas comunidades indígenas. 24 Por um envolvimento maior das igrejas evangélicas na oração pelos povos indígenas. 25 Pela publicação das histórias bíblicas nas línguas indígenas. 26 Pelos parceiros e igrejas que participam fielmente no sustento e cuidado dos missionários. 27 Pelo CONPLEI (Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas), para que avance na implantação de projetos relevantes. 28 Para que mensagem do Evangelho seja anunciada de forma contextualizada, respeitando as características culturais de cada etnia. 29 Por novos intercessores e mantenedores dos projetos indígenas. 30 Pelo trabalho de tradução do Antigo Testamento na língua Xerente, que está em andamento.