EDITORIAL TRANSFORMAÇÃO E VIDA PARA O BRASIL O apóstolo Paulo sabia bem o significado de morrer para si mesmo e viver para Deus. Homem culto e instruído, zeloso e irrepreensível quanto à justiça da lei. Tudo isto, porém, foi considerado por Paulo como perda, por amor de Cristo. O que antes era uma vantagem passou a ser como nada diante da superioridade de poder conhecer Cristo e viver para Ele. Este é o segredo da vida cristã: não vivemos para nós mesmos. Tudo em nós toma novo sentido quando entendemos que vivemos para o Senhor Jesus e somos transformados por Ele. Por isso, precisamos nos compadecer do nosso povo e da nossa gente que ainda vive sem essa esperança, sem transformação, sem vida. Precisamos nos dispor a orar pela salvação do nosso povo, de sustentar aqueles que estão nos campos alcançando os ribeirinhos na Amazônia, as comunidades no sertão nordestino, nas cidades do Sul, as crianças e universitários, usuários de drogas que vivem nas cracolândias, presidiários, surdos, os estrangeiros que estão entre nós, etc. Em 2018, vamos seguir juntos nesta missão de levar boas notícias aos pobres, anunciar a liberdade aos presos, dar vista aos cegos, libertar os oprimidos e anunciar o tempo da salvação para o Brasil. É com a convicção que a salvação em Jesus é nosso maior e melhor presente de Natal que, nesta edição especial da sua revista missionária, compartilharemos histórias de quem têm vivenciado o verdadeiro sentido desta data. É Natal para o casal de missionários de Minas Gerais que, através da adoção, agora tem a família completa. É Natal na Amazônia e no Sertão, para pessoas simples que têm o evangelho como presente. É Natal para Silvia Regina! Um Natal de transformação e vida depois de anos sem esperança! Boa leitura, Feliz Natal e um abençoado 2018!
Pr. Jeremias Nunes dos Santos Gerente Executivo de Comunicação de Missões Nacionais
SUMÁRIO
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PANORAMA
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JESUS: PRESENTE NO SERTÃO
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MATÉRIA DE CAPA
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FILHOS DO CORAÇÃO
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COMPAIXÃO E GRAÇA DO RIO À AMAZÔNIA
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FAMÍLIA PRESENTE
NATAL PARA ELAS TAMBÉM
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NATAL COM NOVOS SONHOS
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VIVENCIANDO O CAMPO MISSIONÁRIO DO AMAZONAS
A Pátria para Cristo | ISSN 2316-6843 Nossa Missão: “Multiplicar discípulos” | Nossa Visão “Alcançar todos com o Evangelho”
Uma publicação da Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira. Ano LXX | nº 276 | Tiragem: digital | Dezembro de 2017 Direção executiva: Pr. Fernando Brandão | Gerência Executiva de Comunicação: Pr. Jeremias Nunes | Jornalista responsável: Raquel Lima – DRT/RJ 19.171/2007 Redação: Rebeca Nascimento, Fabiane Ventura | Revisor: Adalberto A. de Sousa | Arte: Oliverartelucas
PALAVRA DO DIRETOR
2017:
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um ano que marcou a nossa história
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017 começou com grandes expectativas e está encerrando com conquistas históricas para Missões Nacionais. Realizamos a maior campanha de mobilização dos últimos tempos. Estamos muito gratos pelo tamanho envolvimento e dedicação do Norte ao Sul do Brasil, mas sabemos que é o poder do evangelho que anunciamos e vivemos que realiza, há 110 anos, as façanhas que impulsionam e alimentam o trabalho que avança no campo missionário entre os mais diversos contextos, contemplando pessoas em cada fase da vida. É tão bom saber que Jesus é realmente transformação e vida, e acompanhar mês a mês como de forma compassiva e gratuita Ele, que do verbo fez-se carne, manifestou-se para salvação de todos! O caminho é único e ninguém vai ao Pai senão pelo filho (João 14.6). Como Jesus foi enviado, assim estamos em missão porque uma vida vale mais do que o mundo inteiro, e sonhamos em alcançar todos com o evangelho. Mesmo num cenário de crise e insegurança fomos desafiados a sair de uma posição confortável para triplicar nossos alvos de fé. Só Deus é capaz de “fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, segundo o poder que opera em nós” (Efésios 3.20). Quando imaginaríamos que a visão de Igreja Multiplicadora chegaria à América Central, capacitando líderes na Nicarágua? Que ampliaríamos o projeto Cristolândia, chegando a oito estados e 39 unidades? Que completaríamos o primeiro aniversário da Casa Viver numa
ESPAÇ,O DO LEITOR
das comunidades mais violentas da cidade do Rio de Janeiro, realizando batismos? Que nossos missionários ministrariam compaixão e graça aos venezuelanos em Roraima, registrando numa única operação 120 conversões? “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9.6). Porque a maior expressão de amor já vista na humanidade nos redimiu, deu vida, esperança e transformação é que vamos multiplicar intencionalmente esse amor até que todo o Brasil seja alcançado para a glória de Deus. Que você esteja conosco em 2018 e possa desfrutar de uma vida plena consagrada ao Senhor. Missões Nacionais tem experimentado andar sobre as águas, marchando e tendo como certo que “aquele que começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Jesus Cristo” (Filipenses 1.6).
Pr. Fernando Brandão Diretor Executivo de Missões Nacionais
Envie sua mensagem para jornalismo@missoesnacionais.org.br. Seu comentário poderá ser publicado na próxima edição!
“Muito boa a revista e o trabalho! Deus continue nos abençoando, capacitando e levantando trabalhadores para seara!”
Leonardo Garcia Dias Curitiba (PR)
“Sou fruto de um trabalho da Junta de Missões Nacionais, talvez por isso me apaixonei por tudo isso e aceitei o chamado de Deus. Amo fazer parte dessa obra maravilhosa e linda.”
Verginia Maciel de Matos Santa Vitória (MG)
PANORAMA A Igreja Multiplicadora está avançando dentro das unidades prisionais do Brasil através da Capelania Prisional de Missões Nacionais em parceria com igrejas multiplicadoras de todo o país. Na Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu (PR), 14 internos entregaram a vida a Cristo e se batizaram!
O evangelho tem chegado aos Surdos em todo o Brasil! Mais quatro irmãos se juntaram à família da fé da Igreja em Libras de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, onde atua o missionário surdo pr. Rafael Nascimento.
A Igreja Batista Multiplicadora em Abaetetuba (PA), celebrou o batismo de vários irmãos frutos dos Pequenos Grupos Multiplicadores. Novas vidas se rendendo ao Senhor!
A Igreja Batista Vida Nova em Passo Fundo (RS) celebrou uma linda festa com 7 batismos e o recebimento de mais 6 irmãos! O evangelho está avançando no Sul do Brasil!
O Sertão do Brasil tem sido alcançado pela transformação e vida de Cristo! Glorificamos a Deus por mais 8 irmãos sertanejos que confessaram publicamente sua fé através do batismo na comunidade Carnaíba de Dentro, em Juazeiro (BA), onde atua o missionário Ralison Medeiros.
A Casa Viver de Costa Barros (RJ) completou um ano de atividades com uma linda festa! Um dos momentos emocionantes foi o do batismo das crianças assistidas pelo projeto.
A Comunidade Terapêutica Élcia Barreto Soares, que fica em Campos dos Goytacazes (RJ) completou 8 anos de atuação na recuperação de mulheres dependentes químicas. A festa foi marcada pelo batismo de quatro alunas.
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Jesus:
presente no Sertão Um presente especial de Natal vem agora do Sertão Nordestino. É algo especial, pois vem do coração de um simples menino. O jovem rapaz pensou em algo que pudesse durar a vida inteira, Um presente que não se acabe com a fome, com a seca e não fosse besteira. Presente assim é algo arretado de bom, Traria acalento, paz e verdadeira satisfação. Sendo muito diferente de tudo que tem nesse nosso Sertão. Avexado então o pequenino saiu a procurar, Rompendo porteiras, subindo ladeiras, nada o conseguiu segurar. Descobriu que nada no sertão parecia com o que queria lhe presentear. Procurando o presente, viu tanta da gente que por demais vivia a prantear. Um povo aguerrido, mas muito sofrido, que fazia preces para quem não podia escutar. Sentou-se em um toco e debaixo do umbuzeiro parou a matutar: – O que farei por minha gente? Será que meu presente a todos poderia ajudar? Chupando o umbu, pediu ao Painho do Céu para o seu povo socorrer. Pediu o seu presente de Natal, do jeitinho que sonhou, Mas que fosse a toda gente, a ninguém quis esquecer. Com os olhos fechados, e bem concentrado, em Jesus se confiou. O Jesus que o missionário tinha ensinado, e que nunca tinha falhado. Pensou em você, no sertanejo e no Jesus que por amor Deus enviou, Lembrou do Natal, que o Salvador nasceu, e assim a esperança chegou. Já descobriu enfim o presente qual seria E que a você, e ao seu querido Sertão, ele daria. Simples mas certeiro, eterno e verdadeiro, Um presente perfeito, para ninguém botar defeito: Salvação de toda gente, assunto melhor que qualquer repente. Caminhando na roça o menino saiu a prosear, Rindo de alegria, pois seu presente de graça iria entregar. Indo para o seu povo com este presente no coração, Saiu a anunciar a todos que Jesus é a salvação do Sertão Transformando tudo por onde passava este presente ia. Ô presente arretado! Ô menino abençoado! Ô Natal de esperança e alegria! Pedro Veiga Coord. de Plantação de Igrejas no Nordeste
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CAPA
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SILVIA REGINA: o milagre de Natal
“Silvia Regina Ferreira é meu nome. Fugi de casa aos 9 anos. Treinada para o crime pelo próprio pai, vivi no mundo do roubo até ser presa, deixando minha filha com menos de um ano de vida aos cuidados de minha mãe. Passei 25 anos em presídios. Quando finalmente a liberdade veio, fui aprisionada pelas drogas. Um abismo chama outro abismo, como dizem as Escrituras de Deus. Com quase 60 anos de vida, contabilizo 40 natais não comemorados, longe da família. Como isso tudo aconteceu? Ah, faz tanto tempo... As marcas das histórias estão no meu corpo, espírito e alma. Elas doeram tanto, mas Jesus as sarou, e as cicatrizes servem como prova da história que trilhei. Fugir do conforto da casa dama mamãe pareceu ser a melhor solução porque não encontrei o conforto emocional que precisei. Um novo membro na casa não nos trouxe harmonia, e isso magoou o meu coração de menina. Quis defender minha mamãe, porém bronca e brigas foram o meu prêmio. “Toda garotinha projeta no pai um herói, um guerreiro. O meu era um, sim, mas do lado cruel e sombrio da vida. Foi ele quem me ensinou a tirar objetos dos outros. Com esse ensinamento, potencializei e tirei vidas. Lembro-me de uma vez em que quase fiz isso: procurei vingar-me de uma cafetina por ter me dado uma surra sem motivo aparente (depois descobri: ciúmes sem fundamento). O abraço do meu pai tentou me impedir, só que nada me aplacaria. Ele cedeu e me concedeu um revólver. Tiros certeiros no ombro, na barriga e no joelho dela. Com o passar do tempo, meus esquemas se refinaram. Roubei caminhões, farmácias e casas. Roubar e atear fogo
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nas casas eram marca gelada do meu coração. Em um dos incêndios, um som familiar me fez relembrar a minha filha. Na hora em que estava indo embora, escutei o choro de uma criança. Encontrei um bebê de mais ou menos dois meses, deitado no berço. Seus pais não estavam em casa. Rapidamente, amarrei-o em mim, passamos a salvo pelas chamas e pulamos o muro. Com ele no colo, andei tranquilamente pela rua. Até sua fralda troquei. Observei do outro lado da rua da delegacia, até que alguém o pegasse no cestinho no qual o deixei. Entrega feita, entrei num táxi e me mandei. Mas não voltei para minha filha. Ao contrário, meus passos vacilantes me conduziram ao aprisionamento físico, espiritual e emocional. Imaginava que nunca mais iria encontrar minha família, porque o tempo passava e passava e eu não saía da prisão. Não conseguia sair. Ao invés de tentar ajudar a mim mesma, a raiva crescia e as confusões estendiam meu tempo aprisionada. Quando mamãe morreu, tive vontade de voltar para casa, pois senti a responsabilidade de cuidar dos familiares. No entanto, pensava que não seria aceita como irmã, mãe ou nada, porque nunca fiquei nem cuidei deles. Quando saí da cadeia, não sabia o que fazer. Não os encontrei na antiga casa. O medo de ser rejeitada me fez fugir novamente. Quando tive a oportunidade de possivelmente encontrar meu irmão Davi no seu trabalho, a coragem faltou. Um rapaz lá falou para eu esperar, porém saí sem deixar recado, não fiz nada pelo medo de não ser aceita ou… vai que não era ele mesmo? Eu ficaria mais triste. Já estava tão cheia de problemas e
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iria ficar procurando um fantasma?! Então fui embora durante 14 anos… O meu irmão, tendo saudades de mim, fez um propósito: se Deus o ajudasse a achar a irmã, ele lhe entregaria a vida. Ele queria saber sobre mim. Viva ou morta ele me queria. E eu estou viva! A Cristolândia me encontrou. Hoje, o Davi é presbítero, servo de Deus. Nas ruas e cadeia, pensei na Adriana. Como estaria a minha filha? Será que se alimentou? Ganhou presente? Alguém está cuidando dela? Já sofri muito com esses pensamentos. Graças a Deus, essas fases horríveis passaram. Minha filha se tornou uma adulta, esposa e mãe. Fico triste porque perdeu um filho, e isso não é para qualquer um – na verdade, não é para ninguém. Eu nem consigo imaginar como está o coração dela. Passei por várias situações, mas nunca pela morte de um filho, que deve ser a maior dor do mundo. Deus sabe o que faz. Ele deu o seu Filho para salvar o mundo. Talvez Deus tenha tirado o meu neto para salvar alguém, para que nosso coração fosse tocado. Adriana demorou a me aceitar de volta. Sinto-me muito feliz porque ela conseguiu enxergar realmente o que Deus fez e está fazendo em mim. Ele restaurou a minha condição de ser humano e me mostrou como deveria viver. Vejo que ela também está vendo e sentindo isso.
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O convite que recebi dela para participar deste Natal em família foi surpreendente! Os meus dois irmãos estarão lá (Davi e Ruy, que manteve distância até agora). Tenho lugar na família, da qual, hoje, sou a mãe mais velha. O que ela deseja é o que nós queremos: ter a família unida e reunida. Será difícil encarar a ausência da minha mãe e do meu neto. Contudo, desejo preencher o coração da minha filha com amor. Estarei presente, de corpo e alma. Acredito que vamos nos reconstruir direitinho como sonhamos. Vai ser um lindo Natal. Perdi todos os outros. Isso agora é passado. Em 2017 finalmente terei meu grande, verdadeiro e primeiro Natal em família.” Amor gera bênçãos: compreensão, perdão, carinho. Silvia tem vivenciado esses milagres porque sua vida foi transformada por Jesus. O milagre do Natal, do nascimento do Salvador mudou o seu coração. E mudou sua família também.
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Texto de Andressa Brito de Andrade, inspirado na história de Silvia Regina Ferreira
Em 2017 finalmente terei meu grande, verdadeiro e primeiro Natal em família.
Filhos do Coração
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u e Thiago nos conhecemos em 2011 quando cursávamos teologia na Faculdade Batista de Minas Gerais. Entre tantas coisas em comum, como o chamado missionário, o desejo de adotar era um deles. Nos casamos em dezembro de 2014 e desde os primeiros meses de casados o desejo por ter filhos só aumentava. Mas não queríamos ser precipitados. Foi em 2015 que tivemos uma experiência que reforçou o desejo de adotar, quando fomos a um abrigo na cidade de São Joaquim de Bicas, próximo a Betim. Foi nessas visitas que começamos a cogitar a possibilidade de adotar crianças maiores. Permanecemos em oração para decidir quando iniciaríamos o processo. Apenas em 3 de abril de 2017 que demos entrada na documentação do Processo de Habilitação para Adoção. Foi um misto de alegria e medo, pois filhos exigiriam muito de nós.
Nosso processo foi muito rápido e tivemos no mês de abril algumas entrevistas com a psicóloga do fórum para avaliação e determinar o perfil para adoção. No dia 17 de maio recebi a ligação da psicóloga do fórum perguntando se era possível ir lá do dia seguinte e confirmei a nossa ida. Quando chegamos, imaginei que falariam de alguma criança. Dito e feito! Só que não era uma, mas sim TRÊS! Isso mesmo, três lindas crianças que fazem parte de um grupo de seis irmãos! Saímos do fórum com o coração ao mesmo tempo alegre e com medo! Adotar três crianças de uma vez só parecia irresponsabilidade e loucura. Como as sustentaríamos? Como faríamos com o quarto? E a escola? Mal conversamos no retorno para casa. Chegamos em casa e oramos a Deus para saber o que era a vontade dele! Diferente de muitas histórias de adoção, o nosso primeiro encontro não foi cheio de faíscas e conexões. Chegamos lá decididos que 3 era loucura então brincamos com todas as crianças sem distinção. Voltamos para casa e nossa conversa foi basicamente buscando justificativas para dizer NÃO às psicólogas. Choramos muito, doía pensar que eles continuariam no abrigo. Doía imaginar que eles não experimentaram o verdadeiro amor em família. MAS DEUS TINHA OUTRO PLANO PARA A NOSSA VIDA! No domingo, fomos ao culto à noite, e basicamente a mensagem foi a respeito da provisão e sustento de Deus. Ao longo da semana TODOS os textos devocionais que recebemos foram sobre provisão, sustento e cuidado de Deus por seus filhos. Quando eu e Thiago tivemos coragem para conversar novamente a respeito da adoção, as nossas respostas eram outras. Deus mudou o nosso coração e nos deu certeza e segurança da decisão! Só posso dizer que foi Ele! Me emociono em lembrar que Deus agiu de uma maneira linda e surpreendente, tratando nossos medos, inseguranças e dúvidas. Que pai não tem medo? Quantos casais eu conheço que ao receber o resultado do exame de gravidez surtam! Por que seria diferente conosco, uma vez que é uma gestação do coração? Não estou dizendo que às vezes não dá um frio na barriga, mas digo que nenhum medo é maior do que a minha convicção de que Deus nos escolheu para sermos pais do Wallace, André e Ketlen. Mais importante do que as faíscas e conexões no primeiro encontro é ter certeza da vontade de Deus. A partir daí começamos a conviver com as crianças. Mas as despedidas eram cheias de abraços e choros, regadas da esperança de que Deus muito em breve nos uniria definiti-
vamente. No dia18 de agosto saiu a nossa habilitação! Agora sim poderíamos adotar! No dia 06 de setembro, por volta das 14h30 recebi uma das melhores ligações da minha vida! Fui informada de que a guarda das crianças foi dada para nós! Liguei para o Thiago e dei a melhor notícia: saiu a guarda das crianças!!! A voz embargou e ele todo carinhoso falou: “ontem completamos 5 anos de namoro e hoje chegaram os nossos presentes!”. Choramos! Aí foi a correria para irmos ao fórum no final da tarde e buscarmos as crianças no abrigo! Última vez que os buscaremos no abrigo! Agora é para sempre! Que emoção! Desde o dia 06 de setembro as crianças estão morando definitivamente conosco e estamos com o coração cheio de expectativa em relação ao Natal, que será o primeiro juntos! Amamos o Natal e Deus nos deu filhos que também amam! Eles em sua inocência e cheios de sonhos pediram para escrever cartinhas, mas explicamos que papai Noel não existe, mas sim o Papai do Céu, com o qual sempre falamos em nossas orações. Então, para não tirar a alegria deles em relação às cartas, falamos para escreverem cartinhas para Deus (nosso Pai) agradecendo uma bênção recebida e fazendo dois pedidos (uma bênção e um presentinho). O coração não aguentou ao ler “obrigada porque agora tenho uma mamãe e um papai», «obrigado porque tenho uma família e três Pituquinhos” e “muito obrigado pela família que agora tenho”! Amamos esse período de festas e o melhor é poder ensinar aos nossos filhos sobre Jesus e o real sentido do Natal. Ao entendermos o chamado de Deus para a nossa vida e o servirmos no campo missionário, nos fez estar mais sensíveis para o outro, abrir mão da nossa vontade e estar prontos para servi-lo da maneira que ele deseja. Com isso, a adoção não é uma caridade e sim uma maneira de termos filhos e expressarmos o amor de Deus. Temos também a oportunidade de criar três lindas crianças no caminho do Senhor e desde novos os ensinar a servir a Deus. Somos imensamente gratos a Deus pela nossa família! Vimos diariamente o cuidado e provisão do Senhor. Sabemos que somente nele podemos confiar! “Os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que ele dá. Como flechas nas mãos do guerreiro são os filhos nascidos na juventude. Como é feliz o homem cuja aljava está cheia deles! Não será humilhado quando enfrentar seus inimigos no tribunal” (Salmo 127.3-5). Isabelle Marque Gonçalves Meireles Missionária na Cristolândia em Betim (MG)
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Compaixão e graça N
do Rio à Amazônia
a Amazônia estão mais de 24 milhões de pessoas, em cerca de 35 mil comunidades ribeirinhas e 147 etnias indígenas. Nessas comunidades vivem milhares de crianças, que enfrentam inúmeras dificuldades, entre elas o acesso à educação e à uma boa estrutura para os estudos. Em outro canto do Brasil, crianças que vivem uma realidade bem diferente foram motivadas a serem solidárias àquelas que vivem em uma região que elas conheciam pela beleza e riqueza da fauna e flora. É na Barra da Tijuca, bairro nobre do Rio de Janeiro, que crianças do ensino fundamental de uma escola privada estão agindo com compaixão e graça, talvez ainda pouco sabendo o que essas palavras significam. Uma proposta da professora Joelma de Mattos, membro da Igreja Batista Atitude da Barra, foi acatada por toda a comunidade escolar, que agora se mobiliza para arrecadar kits de materiais escolares que serão doados aos estudantes da comunidade ribeirinha de Manacapuru, onde atuam os Radicais Amazônia da Junta de Missões Nacionais.
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“Foi um projeto gerado no coração de Deus. Vimos a necessidade de compartilhar o pouco que nós temos com crianças iguais aos nossos alunos mas que, infelizmente, não têm condições de ter material escolar”, contou Joelma. O projeto, chamado Natal com Educação, já acontece pelo terceiro ano. Em 2016, mais de 600 kits foram enviados às comunidades ontem atuam Radicais Amazônia. A importância da solidariedade tem sido ensinada aos pequenos com o intuito de que se tornem cidadãos responsáveis. “Falamos de ajudar independente de termos o contato com essas pessoas, físico ou não. Todo ano nós promovemos várias ações solidárias, que possam fazer com que nossos alunos saiam das quatro paredes”. Ações aparentemente simples como a da escola carioca têm mostrado que é com compaixão e graça que podemos entender o verdadeiro significado do Natal. Louvamos a Deus porque, por todo o Brasil, outras pessoas e grupos têm mobilizado tempo e recursos para que Cristo se mostre em outros cantos do país.
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Presenteando
Jesus
Você pode colaborar para que o evangelho chegue aos ribeirinhos. Acesse o QR Code ou o site www.atos6.com/ missoesnacionais
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atal: a data escolhida para relembrar e comemorar o nascimento do menino Jesus. No entanto, na maioria das vezes, o que se vê e comemora é o consumismo, as pessoas e suas demasiadas preocupações com presentes, comidas e festas.
Meu Natal tem tido um significado diferente. O motivo? Tenho dado de presente ao Aniversariante meu melhor: a minha vida em suas mãos! Neste ano, em especial, sinto que essa data será ainda mais significativa, pois poderei estar junto ao meu amado povo ribeirinho, mostrando o verdadeiro significado do Natal: a salvação chegou a nós! Tamanha é a alegria em poder viver esta maravilhosa experiência proporcionada por Deus: um Natal na Amazônia! Um chamado para viver e contemplar sua obra. Ele faz com que meu coração transborde de alegria ao ver o olhar de cada adulto, o sorriso de cada criança. Meus presentes são ver vidas sendo transformadas e sonhos sendo restaurados. A ceia não será cheia de luxo, talvez não haja uma mesa farta, mas não há problema nenhum quanto a isso, pois quando penso que o próprio menino Jesus nasceu em uma manjedoura, em meio a um estábulo, lembro que Ele também era e é simples, e que tudo isso vale a pena por ele. Meu Natal não é e nunca mais será o mesmo! Você também pode fazer com que seu Natal tenha outro significado! Entregue-se, coloque sua vida à disposição e obedeça ao chamado que ele lhe deu. Você também é um missionário e há muitas pessoas esperando-o(a) para poderem conhecer Jesus, que é transformação e vida! Gabriela Muzy Radical Amazônia
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Família
le era dado como morto pela avó. A tia pensava que estivesse preso. A mãe faleceu sem saber o paradeiro do filho, que tinha pouco mais de 30 anos. Viciado em drogas desde os 13, Rodrigo Carneiro da Silva passou os últimos cinco anos sem contato algum com a família. Mesmo tendo encontrado acolhimento e carinho em sua família de fé – a Cristolândia do Rio de Janeiro – ele sentia falta daqueles que tanto se preocupavam com ele. Neste Natal, Rodrigo recebeu um grande presente: o reencontro com sua família. O sorriso nas fotos do reencontro retrata uma realidade muito diferente da vivida pelo jovem de apenas 34 anos durante muito tempo. Aos 24 anos – depois de 10 anos viciado em maconha e cocaína – Rodrigo foi viver nas ruas. A partir daí, pouco via sua família. Como ele mesmo descreveu, se encontrava em um estado em que nenhuma pessoa merece estar. “Vivia nas ruas, abandonado, sem expectativa. Estava vivendo para morrer. Um dia, quando eu vi, vinha aquele monte de gente, todos de amarelinho, louvando ao Senhor. Um homem chegou perto de mim, estava chovendo, ele não teve vergonha, nojo nenhum. Sentou do meu lado e perguntou se eu queria mudar de vida”, conta o jovem, que foi alcançado
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pres
durante uma Operação Jesus Transforma nas ruas do Rio de Janeiro em julho deste ano.
Durante os seis meses que está acolhido pela Cristolândia, Rodrigo conheceu a esperança que só Cristo oferece. Voltou a estudar, fez cursos profissionalizantes, conheceu o evangelho. Mas algo faltava. De acordo com o relato do missionário Juan, da Cristolândia Campo Grande, Rodrigo andava triste pelos cantos da unidade e chorava ao relembrar de sua família, principalmente da filha que ele não pôde ver crescer. Milena, que passou a adolescência sem o pai, conta que ficou triste por não o ter perto em seu aniversário de 15 anos. Hoje, com 16, ela diz que não guarda mágoa por sua ausência, mas sim agradece esse presente. “Quando eu soube dele eu me emocionei e agradeci muito a Deus. Porque há dois meses eu perdi minha avó, então ele foi um presente de Natal.” Depois de anos orando pelo sobrinho, a tia de Rodrigo, Ana Cristina, considerou um milagre o reencontro. “Minha mãe achava que ele tinha morrido. Eu pensava que ele estivesse preso. É uma droga muito devastadora. Um dia os missionários chegaram a minha casa e perguntaram se eu conhecia aquele rapaz. Naquele dia eu vi que Deus resgatou meu sobrinho das drogas. Alguns olhavam e diziam que não
Fotos: Laís Lima
s ente
tinha mais jeito, mas nós sabemos que para Jesus tem jeito.” O coordenador da Cristolândia do Rio de Janeiro, Aider Gouveia, descreve a importância de proporcionar reencontros como esse. “Quando eu perguntei qual presente ele gostaria de receber neste Natal, ele disse que queria ver a família. A restauração dele junto à família é algo que nós perseguimos. Porque família é algo de Deus e nós sabemos a força que ela dá para ele se recuperar. Momentos como esse do Rodrigo fazem a gente ficar muito feliz; isso faz parte da compaixão e graça. Hoje ele tem convicção de que a vida dele está na mão de Cristo. ” Ao lado da avó, da filha, da tia, de primos e sobrinhos, Rodrigo sorri com esperança de um futuro diferente. “Hoje me encontro na presença de Deus. Fui resgatado pela Cristolândia e tenho uma nova vida. Eu não tinha esperança nenhuma de viver, mas, para honra e glória do Senhor, Ele usou pessoas para me resgatar. Só Jesus pode curar e transformar a vida. Foi Deus que me deu essa oportunidade de ter minha família de volta. Agora eu só quero dar orgulho para minha família.”
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Natal:
a manifestação do Deus-menino Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Isaías 9.6
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Natal é a comemoração simbólica do nascimento do Deus que se fez menino, Jesus. É uma data comemorada globalmente por milhões de pessoas, mas poucas sabem que ele nasceu para morrer e ressuscitar 3 dias após a morte. No Natal, então, nasce a salvação da humanidade. Nascido no estábulo, posto em uma manjedoura, viria a salvação de todo o que nele crer. Como acreditar? Um dos riscos da ideologia do Natal é a infantilização do Salvador. Sem percebermos, ela pode causar um desmerecimento da história do único Deus-Homem que a humanidade já teve. Da história daquele que, por um amor jamais visto, escolheu se fazer um de nós para livrar-nos dos pecados e assim termos livre acesso ao Deus Pai. Com um nome acima de todo nome, com um foco contínuo em sua missão, o carpinteiro, o homem simples, foi poderoso em seus feitos e milagres. Caminhou, ensinou, resistiu à tentação em que no Jardim caímos. Foi um homem de oração, cuja humildade ultrapassou os limites, pois ele sabia que era Rei, mas lavou os pés dos seus súditos; mais do que isso, não recusou uma
coroa de espinhos – sendo inocente. Filho do Espírito Santo, obedeceu. Pelos bons, como diz a Palavra, alguém até pode morrer, entretanto, pelos maus ele morreu. Viveu em prol dos pecadores. Andou pelas ruas, abraçou, resgatou prostituta, deu nova pele aos leprosos. Pregou sobre vida, nos ensinou que ele mesmo é o caminho, a verdade e a vida. Nos ensinou a esperar com esperança a glória eterna que está por vir e, enquanto ela não vem, prometeu estar conosco todos os dias até a consumação dos séculos. Por causa dele damos Glória a Deus nas alturas! Ele é a paz! Trouxe paz. Enquanto aqui esteve não teve guerra na terra. Eu trabalho em Missões Nacionais porque creio em tudo isso. Creio que o Cristo, filho do Deus vivo, tem poder para salvar. Missões Nacionais existe porque milhares de pessoas se unem no propósito de fazer um Natal em cada coração humano. E se não for assim, toda comemoração é vã. Fabiane Ventura
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l a t a N
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o pensar em Natal, crianças, alegria, presentes e um cenário harmonioso vêm à mente. E quando se fala em compaixão e graça nessa data emblemática do calendário cristão, muitos vão ter como primeiro pensamento crianças em vulnerabilidade social, pessoas que não têm o que comer ou famílias que têm que lidar com perda de entes queridos. Mas também existem elas. Em locais nada bonitos ou convidativos, completamente alheios ao “espírito de Natal”, grupos de mulheres segregadas e condenadas pela sociedade dão ouvidos ao discurso de outras mulheres, que dizem que há sim esperança de uma nova vida e que essa esperança é o verdadeiro significado do Natal. O trabalho com mulheres em casas de prostituição na região central de Belo Horizonte (MG) acontece há anos com o objetivo de mostrar o Jesus transformador para aquelas que não veem outro caminho senão aquele em que estão. As ações são realizadas pelo Projeto ComPaixão, coordenado pela missionária Delma Soares, da IB do Barro Preto, em Belo Horizonte, que há anos atua em parceria com Missões Nacionais. São cerca de 28 hotéis para mulheres, além de 4 hotéis para travestis, que recebem visitas das missionárias. Batendo de porta em porta, elas entregam bíblias, lembranças e oferecem ajuda para as que desejarem mudar de vida. Na época de Natal, o trabalho é ainda mais delicado, pois muitas dessas mulheres não têm o que comemorar, não têm um lugar para passar a ceia ou de quem receber carinho numa data em que o mundo inteiro se dedica a isto.
“Nosso objetivo é levar o amor de Cristo a este público, dar-lhes uma atenção especial, passar um momento maior com elas e, no fim, dar um presente a todas elas e também um presente para que elas possam levar para seus filhos, uma vez que muitas mulheres ali não terão condições sequer de presentear seus filhos”, contou a missionária Delma Soares. O projeto promove também um lanche ou ceia de Natal, onde mulheres e suas respectivas famílias são convidadas a participar gratuitamente. As ações são possíveis com o apoio de inúmeros parceiros e voluntários. Muitas mulheres alcançadas relatam que nunca tiveram um momento como aquele na vida e, por meio dessa simples ação, passam a entender melhor o amor de Cristo e o valor que sua vida tem. “Trabalhamos o ano todo nestes hotéis com a finalidade de mostrar a elas a importância delas para Deus e o que Ele pode fazer por elas. São pessoas sem esperança, sem motivação. A maioria não acredita que tudo que fazemos para elas é de graça, que não tem que pagar nada. Os lanches, os aniversários que fazemos, os chás de bebê, as programações especiais, é simplesmente o cuidado de Deus com estas vidas. Louvamos a Deus por nos permitir ver vários frutos deste ministério, várias famílias restauradas, vários homens e mulheres conhecendo o Deus que pode mudar toda a situação”. Pode ser Natal para elas também porque outras mulheres têm se disposto a levar o evangelho a lugares onde essa data ainda não faz sentido. Você pode apoiar essa obra, orando ou sendo um parceiro, para que, a cada ano, Deus se revele a mais pessoas que ainda não conhecem o sentido do Natal.
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A PÁTRIA PARA CRISTO
para tam
a elas mbém
A PÁTRIA PARA CRISTO
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Natal com
Novos Sonhos
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o Projeto Novos Sonhos, acolhemos diariamente crianças que sofrem as mais variadas violências, passam fome e estão extremamente carentes da presença de agentes do Reino, que ousam superar as suas próprias dores para servir ao próximo em comemoração dAquele que nasceu em amor a todos nós. Quando pensamos em Natal, imediatamente nos lembramos das comidas, festas e da confraternização em família. Conhecendo a realidade de centenas de famílias que não têm sequer suas necessidades básicas supridas, separamos o dia 10 de dezembro todos os anos para demonstrar a essas pessoas o amor de Jesus. Sabendo a realidade de centenas de famílias que não têm sequer suas necessidades básicas, assim separamos o dia 10 de dezembro e demonstramos a essas pessoas o amor de Jesus. Neste dia, tivemos 3.000 atendimentos: distribuímos 1.450 cestas básicas, 40 cortes de cabelo, 89 atendimentos odontológicos e clínico geral que fizeram orientações básicas, e tivemos acima de tudo o amor de Deus sendo refletido em cada rosto! É impossível acabar com a fome, mas podemos dar um pouco a quem nos pede e necessita da nossa ajuda. E quando assim agirmos, o faremos a Jesus.
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Quem trata bem os pobres empresta ao Senhor, e ele o recompensará (Provérbios 19.17). Joana Machado e Lael Rodrigues Coordenadores do Projeto Novos Sonhos em São Paulo
Dê Novos Sonhos às crianças de São Paulo neste Natal. Acesse o QR Code ou o site www.atos6.com/ missoesnacionais
Você pode investir na evangelização dos povos da Amazônia. Acesse o QR Code ou o site https://www.atos6. com/missoesnacionais/
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er de perto uma realidade conhecida apenas através de leituras e histórias de missionários pode ser impactante e desafiador. Por isso, Missões Nacionais convidou pastores parceiros da obra missionária para uma viagem à região do Alto Solimões, no Amazonas, onde o evangelho tem chegado de forma muito especial para os nativos de inúmeras comunidades isoladas. Os seis pastores e dois médicos saíram do Rio de Janeiro, Curitiba, Brasília e Recife. Das grandes capitais para as pequenas aldeias, onde mora gente simples, de cultura rica e de coração aberto para a Palavra de Deus. Mas quem espalha a Mensagem não são apenas os missionários. Nas comunidades, líderes locais têm se levantado e sido capacitados para dar continuidade à evangelização. O pastor Valdir Soares, missionário de Missões Nacionais responsável pelos projetos entre povos da Amazônia, relatou um pouco sobre a realidade do povo e a necessidade de investir na formação de líderes locais. “O investimento na formação de líderes é uma das maiores estratégias que nós temos para alcançar pessoas através dos próprios líderes locais. Precisamos chegar àqueles ainda não alcançados pela Palavra. A formação de líderes é para multiplicar o número de discípulos, para que esse evangelho alcance a todos. Desafiamos pastores, líderes e profissionais a se envolverem nesse projeto de compaixão e graça no Alto Solimões.” Difícil acesso, necessidade de atendimento médico, falta de líderes para o trabalho com crianças... esses são alguns desafios enfrentados pelos missionários e líderes que atuam na região de Alto Solimões. Desafios que foram vistos de perto pelo grupo de pastores na viagem, que aconteceu no fim de novembro. Entre eles estava o pastor Luiz Roberto Silvado, presidente da Convenção Batista Brasileira, que compartilhou o quão significativo foi conhecer o alcance do investimento dos batistas brasileiros na obra missionária.
Vivenciando o campo missionário
do Amazonas 26
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“Conhecemos o trabalho e ficamos mexidos em presenciar onde os batistas brasileiros têm chegado, respeitando culturas, mas levando o Evangelho que traz libertação e uma possibilidade de vida. Temos um pastor coordenador atuando e fazendo um trabalho com casais dos povoados. Ele nos acompanhou nas visitas e percebemos o quanto ele é amado e respeitado. Visitando comunidades, conhecemos as necessidades e o potencial de cada uma. Os próximos líderes do trabalho ali estão sendo treinados por outros líderes locais que foram capacitados e fazem isso com muito amor. Foi muito gratificante a experiência de conhecer todo este trabalho.” O trabalho de evangelização e compaixão e graça realizado no Alto Solimões e em tantas outras localidades do Norte do Brasil carece de atenção! São muitos povos ainda não alcançados pelo evangelho, que podem ouvir sobre Cristo através de missionários e dos próprios líderes locais. São rios de oportunidades que devem alertar o povo de Deus para a necessidade urgente de investir na obra missionária.
Compaixão e graça E
aos venezuelanos
m meio a um cenário caótico, a Operação Jesus Transforma em Roraima alcançou centenas de famílias venezuelanas com compaixão e graça entre os dias 8 e 17 de dezembro. Voluntários de todo o país promoveram atendimentos médicos e odontológicos, atividades com as crianças, além de levar o evangelho aos imigrantes. Os venezuelanos têm buscado abrigo no estado, fugindo da crise econômica e política em seu país e tentando encontrar melhores condições de vida no Brasil. As famílias têm vivido em condições precárias nas ruas e abrigos. Foram cerca de 50 voluntários concentrados em um ginásio do bairro Tancredo Neves, em Boa Vista, onde cerca de 700 venezuelanos estão abrigados no pátio e em barracas, dividindo apenas uma cozinha e alguns banheiros. Além dos atendimentos da área de saúde, eles carecem de roupas, colchões e comida. No lado externo do ginásio, barracas da Defesa Civil abrigavam mais famílias, que viviam em condições precárias. Os imigrantes formavam filas para receber água, comida, medicamentos e itens de higiene pessoal. Entre os voluntários estavam 5 dentistas e 4 médicos. Foram feitos 245 atendimentos médicos e 308 atendimentos
odontológicos, com a entrega de 1.500 medicações. Também foram entregues 1.100 kits de higiene pessoal, com escova, pasta de dentes, sabonete e absorvente, para as pessoas que estavam no ginásio e abrigadas nas ruas. Durante os 10 dias, foram distribuídas 3.450 refeições, usando cerca de 80 quilos de carne e 200 quilos de frango. Foram distribuídas 40 cestas básicas, 150 lençóis e 30 redes. Para a glória de Deus, 120 pessoas se renderam a Cristo! “Tenho gratidão no meu coração por ver tudo que Deus fez neste lugar. Foi uma semana muito intensa e de muito trabalho, mas pudemos ver a mão do Senhor agindo. É uma alegria viver e ver tudo isso que Deus está fazendo. Tivemos 67 conversões em um local extremamente triste de ver as famílias, mas muitas pessoas querendo a vida transformada por Jesus”, relatou a missionária Germana Matheus, dentista e coordenadora do projeto Novo Sorriso da Amazônia. Deus fez grandes coisas em Roraima! Agradecemos a mobilização dos parceiros e voluntários de todo o Brasil, que investiram neste ato de compaixão e graça que levou transformação, vida e esperança àquelas famílias.
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Natal é sinônimo de
esperança e alegria para nós!
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urante os 15 anos de trabalho no Lar Batista F.F. Soren (TO) recebemos crianças e adolescentes com histórias de vida que acreditamos que nunca ninguém deveria viver. São histórias tristes, que trazem marcas profundas, e entendemos que somente o amor de Deus pode ajudá-los a superar. Durante todo o ano nós lhes vamos ensinando a Palavra de Deus e mostrando que são capazes de sonhar e ter seus desejos realizados.
Lembro-me de um Natal em que assamos vários frangos, fizemos farofa, arroz, saladas, sobremesa. Nossa mesa ficou linda e chique! Foi algo impactante! No dia seguinte, um de nossos adolescentes recebeu a ligação de um irmão. Era interessante e engraçada a forma como ele contava da nossa ceia de Natal. Ele dizia: “Mano, você tinha que ver, era cada frangão que estava na mesa! Muita coisa gostosa! E a gente é que se servia!”. Vi a alegria e satisfação dele de ter participado daquela ceia, talvez a primeira de sua vida.
Como trabalhamos com este público procuramos sempre comemorar as datas importantes do calendário. Vemos que eles amam festas e nós também!
Embora estejam longe de seus familiares e orem para que suas famílias sejam restauradas por Deus, saindo das drogas e prostituição, ou que sejam adotados e pertençam a alguém, eles têm tido esperança no Deus que têm conhecido e com quem se relacionam no dia a dia.
Não é diferente no Natal. Logo no início de dezembro começamos a enfeitar todo o Lar, dando colorido em tudo e trazendo no ar um clima de festa. Árvores são montadas, luzes, frases, murais, cartazes, usamos nossa criatividade e ideias dadas por eles também! Recebemos visita de empresas e grupos de igrejas que escolhem o mês de dezembro para realizar o apadrinhamento das crianças e adolescentes, dando-lhes presentes e realizando alguns sonhos. Estes momentos são muitos bons! Todos os anos, recebemos um grupo da 1ª IB do Rio de Janeiro, que há mais de 30 anos visitam o Lar realizando um Natal fora de época, bem no início do mês. São dias inesquecíveis! Na véspera de Natal, dia 24, fazemos nossa ceia, momento só nosso, ocasião em que nos reunimos no nosso auditório e participamos de um culto e logo depois ceamos juntos.
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Não! Aqui no Lar Batista não há tristeza no nosso Natal nem durante o ano porque cada acolhido tem conhecido a alegria, esperança, paz, perdão, superação que vêm por meio da morada de Jesus em cada coração. Quando se finda este ano e nos aproximamos do Natal, temos muito a agradecer a Jesus por tantas bênçãos, como crianças e adolescentes sendo adotados e tendo a oportunidade de pertencerem a alguém. Que você tenha um maravilhoso Natal, é o nosso desejo, e que sua vida seja um testemunho vivo do amor de Deus por toda a humanidade. Judite Rocha Missionária diretora do Lar Batista FF Soren (TO)