EDITORIAL
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ultiplicar! Este é o chamamento que a Campanha de Mobilização de 2019 traz para nós. E é nesse alvo que prosseguimos na obra missionária no Brasil. Neste ano testemunhamos tantas maravilhas nos campos, de Norte a Sul, que não poderíamos deixar de apresentar essas conquistas em mais uma edição da revista A Pátria para Cristo. Você, leitor e parceiro, faz parte de cada uma delas, por isso desejamos que se alegre junto conosco. Regida pelos princípios da Igreja Multiplicadora, a Campanha Minha Razão de Viver: Multiplicar, além de promover a mobilização das igrejas, incentiva principalmente o crescimento cristão através de bases aprendidas com Jesus, como oração, evangelização discipuladora, plantação de igrejas, formação de líderes e compaixão e graça. Essa é a base de toda esta publicação também. A multiplicação tem sido uma realidade nos dez anos que a Cristolândia completou. Uma década na qual, em diversos estados do País, a compaixão e graça de Cristo têm sido multiplicada a homens e mulheres sem esperança. E isso é motivo de festa! Essa propagação de discípulos pode, ainda, ser vista na Amazônia, onde nossos missionários têm levado o Evangelho que liberta aos ribeirinhos. Também no Nordeste, onde uma vida como a do Pr. Manoel Moreira tem rendido frutos para a eternidade. Nesta edição, você conhecerá duas novas publicações de Missões Nacionais. Ambas abordam o tema de evangelismo e discipulado; temos a certeza de que serão uma forma de capacitarmos outras pessoas para embarcar nessa meta de multiplicação. Esperamos que estas páginas inspirem o leitor a continuar firme, orando, contribuindo e participando dessa obra que é de Deus. Que através de nossas vidas e atitudes o Evangelho de Cristo seja multiplicado com o único objetivo: promover a glória de nosso Pai.
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SUMÁRIO GENTE QUE FAZ MISSÕES
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CONHEÇA ´ AMENTOS OS LANÇ ´ PÁG
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MISSÃO AMAZÔNIA COM A 93FM
Gerente Executivo de Comunicação de Missões Nacionais
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A NOSSA MISSÃO É A SUA MISSÃO
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MATÉRIA DE CAPA
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MULTIPLICANDO PELO BRASIL
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VIDA E OBRA: PR. MANOEL MOREIRA
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TESTEMUNHOS DA CAMPANHA 2019
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Boa leitura e um abraço!
Pr. Jeremias Nunes dos Santos
IGREJAS MULTIPLICANDO DISCÍPULOS
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PANORAMA
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CLUBINHO MISSIONÁRIO
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A Pátria para Cristo | ISSN 2316-6843 Nossa Missão: “Multiplicar discípulos” | Nossa Visão: “Alcançar todos com o Evangelho”
Uma publicação da Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira. Ano LXXII | nº 280 | Tiragem: 35 mil | Outubro de 2019 Direção Executiva: Pr. Fernando Brandão | Gerência Executiva de Comunicação: Pr. Jeremias Nunes | Jornalista Responsável: Desirée Aguiar - 0040105/RJ Redação: Desirée Aguiar, Isabel Louvize e Fabiane Ventura | Revisão: Maria Stela Lopes Bomfim | Arte: Oliverartelucas
PALAVRA DO DIRETOR
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Avançar e multiplicar! “Vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim.” Gálatas 2.20
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aliança entre o Senhor Jesus e os seus discípulos implica fidelidade absoluta ao seu Reino. Ele, o Rei dos reis, passa a governar completamente a vida daqueles que se tornaram seus discípulos. O novo nascimento é um processo irreversível de regeneração, em que crucificamos a vontade do “eu carnal” para que Cristo viva plenamente em nós. Portanto, se Cristo vive em nós, a nossa vida será o reflexo daquilo que Cristo é. Ele nos enviou para multiplicar o seu amor, sua misericórdia, sua graça, sua bondade, seu Reino, sua glória... multiplicar oração, esperança, discípulos, alegria, líderes, paz, igrejas, bondade, compaixão... “Vão e façam discípulos”! A nossa razão de viver é multiplicar tudo isso e proclamar para todos a mensagem de salvação, Cristo vivendo em nós. Não podemos nos acomodar ou mesmo recuar diante de um mundo que jaz no maligno, no qual os príncipes de Sodoma querem influenciar e determinar nosso comportamento e valores. Precisamos orar muito e investir no discipulado das novas gerações. Como igreja não podemos perder o foco. É tempo de muito trabalho, súplicas, dedicação, perseverança, investimento missionário, unidade e vida cheia do Espírito Santo. O tema da Campanha de Missões Nacionais para este ano toca no ponto central da vida cristã. Quem vive em mim? Eu ou Cristo? A onda pós-moderna me lidera ou Cristo e os seus
ESPAÇ,O DO LEITOR
ensinos governam minha vida completamente? Multiplicar discípulos como fruto do mover do Espírito Santo em mim é cumprir a Grande Comissão. Mas isso tudo implica renúncia, compromisso, mortificação dos desejos carnais, santidade e submissão ao Espírito Santo. A nossa missão é gerar discípulos comprometidos com a multiplicação do amor de Deus. Louvamos a Deus, agradecemos e vibramos com o envolvimento do povo de Deus e das igrejas na Campanha de Missões Nacionais. Não podemos perder a visão missionária. As novas gerações precisam receber o bastão para continuar o movimento de multiplicação de discípulos até Cristo voltar. Por meio da Campanha buscamos transmitir a visão missionária, mobilizar para oração, despertar vocações e compartilhar o privilégio que todo crente tem de ofertar para o avanço do Reino de Deus. Esse movimento não pode parar! Meus amados irmãos, não podemos recuar! Vamos avançar e multiplicar! Um forte abraço missionário!
Pr. Fernando Brandão Diretor Executivo de Missões Nacionais
Envie sua mensagem para jornalismo@missoesnacionais.org.br. Seu comentário poderá ser publicado na próxima edição!
Missões Nacionais em muito tem contribuído para propagar o Reino de Deus neste vasto Brasil. Homens e mulheres vocacionados e convocados por Deus têm cumprindo, ao longo dos anos, o ide de Jesus. Sempre tive vontade de ir para o campo missionário e, hoje, Deus tem me permitido ir como voluntário.
Josué R. Silva Deyglison – Casimiro de Abreu, Rio de Janeiro
O trabalho de Missões Nacionais, que tenho acompanhado pela internet, tem demonstrado amor ao próximo de diversas maneiras, desde o exemplo que considero mais forte e desafiador, a Cristolândia, ao acolhimento dos nossos vizinhos venezuelanos, e, ainda, o trabalho na Amazônia.
Ana Patrícia – Caruaru, Pernambuco
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GENTE QUE FAZ MISSÕES
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Sete anos depois de ter deixado seu lar em Ceilândia (DF), ingressando no Programa Radical Brasil Cristolândia, a missionária Laíse Félix olha para trás com sentimento de gratidão. Atualmente, ela gerencia — junto de seu esposo, Pr. Raone Barcellos — a Casa Viver, em Costa Barros (RJ), e tem vivenciado diariamente milagres de Deus. Nesta foto ela está com Sara, moradora de uma das comunidades mais perigosas do Rio de Janeiro. Sara já havia falado que quando completasse 18 anos gostaria também de ingressar no Programa Radical. Nesse dia, em um culto de oração, ela confirmou seu desejo indo à frente da igreja. “Momentos como este confirmam que, mesmo com desafios, medos e renúncias, cumprir o chamado de Deus vale a pena”, diz a missionária.
O barco O Missionário recebe caravanas de diversas igrejas do Brasil para levar o Evangelho às comunidades ribeirinhas, oferecendo, também, diversos serviços assistenciais e na área da saúde. Recentemente foi a vez da caravana da Primeira Igreja Batista de Casimiro de Abreu (RJ) embarcar nessa experiência missionária. Com nossos missionários e Radicais Amazônia, os irmãos ficaram conhecendo os desafios do trabalho com os ribeirinhos e, assim, serviram nas comunidades Águia, Botafogo, Campinas do Norte, Caapiranga, Membeca e Tupé. Deus seja louvado!
Daniel Martines (em pé), 17 anos, tem usado sua vida para a multiplicação de discípulos de Cristo. Seguindo o exemplo de seus pais, Misael e Silvana Martines, Mobilizadores Voluntários, ele coordena um Pequeno Grupo Multiplicador de adolescentes em sua casa, além de sempre participar de viagens missionárias. Em seu PGM, Daniel vivenciou experiências como a conversão de Joyce, que hoje cursa enfermagem e pretende ingressar no Radical Sertão. A vida desse jovem tem influenciado outros, como Rafael, líder do PGM de juniores, que também tem multiplicado.
Missões se faz com pessoas que se dispõem nas mãos de Deus e a vida da Dona Izabel Pereira nos mostra isso. Ela é membro da Igreja Batista Boas Novas, em Fortaleza (CE), uma parceira fiel na adoção missionária. Para enviar a oferta, ela vende doces e, em tempo de Campanha, mobiliza-se ainda mais. O missionário Alberto Tomás, que atua na Amazônia, emocionou-se ao ouvir o testemunho dessa irmã. Depois de relatar as dificuldades do campo, o missionário Tomás ouviu Dona Izabel dizer: “Agora, preciso vender muito mais doces para alcançar também os ribeirinhos”. Dona Izabel é uma vida inspiradora, que encontrou a verdadeira razão de viver: multiplicar.
A PÁTRIA PARA CRISTO
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IGREJAS MULTIPLICANDO DISCÍPULOS As organizações missionárias do Brasil afora têm se envolvido na Campanha Minha Razão de Viver: Multiplicar e no Ceará não tem sido diferente. Os Embaixadores do Rei da Igreja Batista Boas Novas, em Fortaleza (CE), aceitaram o apelo missionário e decidiram multiplicar mais discípulos na comunidade local através do cuidado, além de também investir no trabalho missionário nas comunidades ribeirinhas da Amazônia. Deus seja louvado!
“Assim que recebi o material, comecei a orar, pedindo ao Senhor estratégias para mobilizar a igreja em mais uma Campanha Missionária. Foi quando pensei em confeccionar uma mala, com um missionário caracterizado com a logomarca da Campanha, e, no mesmo instante, veio o nome Malaquias”, disse Karine Moraes, da PIB em Santo Antônio de Jesus (BA). Semanalmente, Malaquias fica na casa de uma família da igreja, que deve desenvolver reflexões em cima dos três pilares missionários: orar, ir e contribuir. Assim, Malaquias não tem sido apenas um instrumento para alcançar o alvo missionário, mas também para a multiplicação de discípulos. Deus seja louvado por mais essa iniciativa!
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Louvamos a Deus por este registro histórico! Este foi o primeiro culto de mobilização por Missões Nacionais da Congregação Batista em Lago Azul, no bairro São Raimundo, em São Luís (MA), uma congregação filha da Igreja Batista Multiplicadora no Bequimão. A congregação completará um ano somente no mês de novembro, mas já se engajou na Campanha Minha Razão de Viver: Multiplicar, provando o DNA missionário vindo da igreja mãe. Glória ao Senhor!
Yan Lourenço Butkevicius tem 10 anos e é um apaixonado por missões. Mesmo tão novo ele fez um alvo pessoal para a Campanha de Missões Nacionais e resolveu fazer minisuspiros para vender. Ele e sua família frequentam a Igreja Batista Canaã (SP), pastoreada por Marcelo Gomes Longo, e sua dedicação e disposição têm sido exemplo para muitos. Vibramos com essa notícia!
A Primeira Igreja Batista em Tramandaí, em Imbé (RS), engajou-se na Campanha Minha Razão de Viver: Multiplicar e realizou um grande movimento de oração. Além dos adultos, que intercedem pela obra missionária, cada criança da igreja adotou um missionário e se comprometeu a orar por sua família e campo de atuação. Essa estratégia faz com que os pequeninos aprendam desde cedo o poder da oração, que também é uma das ênfases desta Campanha. Louvado seja Deus!
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Vida com Vida
O caminho do discipulado de crianças
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discipulado de crianças contempla três dimensões principais: chamar discípulos, acolher discípulos e aperfeiçoar discípulos. Em cada uma delas há fundamentos bíblicos a seguir. A primeira dimensão, chamar discípulos, envolve a semeadura abundante do evangelho, o compartilhamento da fé e do plano de salvação. Já na segunda dimensão, acolher discípulos envolve a integração, na igreja local, de cada criança que se decide por Jesus. Há, ainda, a terceira dimensão, aperfeiçoar discípulos, que envolve levar o máximo de crianças alcançadas nas duas primeiras dimensões ao crescimento de vida, atravessando as áreas intelectual, emocional e espiritual. Cada servo de Jesus que se dispõe a dar as mãos a uma criança para conduzi-la à presença dele precisa fazê-lo munido de fé, ânimo e coragem, além de um compromisso profundo com a Palavra de Deus e a oração. É essencial que discipuladores de crianças tenham corações calorosos para que os vínculos sejam fortes. As pessoas a quem somos vinculados, de certa forma, fazem de nós quem somos. Essas pessoas seguem vivas dentro de nós, mesmo quando se vão. Do mesmo modo, um fiel discipulador deixará as marcas de Cristo na vida das crianças que por ele passarem. Além disso, ter uma vida resplandecente, com testemunho pessoal aliado a um grau de influência na vida das crianças, trará resultados duradouros. É exatamente por causa dessa proposta que Missões Nacionais lança mais uma ferramenta que visa munir o líder discipulador de crianças com um recurso que possibilitará atuar no desenvolvimento espiritual, no desenvolvimento do caráter e no desenvolvimento de habilidades socioemocionais - o livro Vida com Vida. Ele possui uma sequência de 52 lições para encontros semanais, a fim de ser usado em escolas bíblicas discipuladoras ou em escolas dentro das ações do Movimento Viver. Pensar, portanto, em discipulado é bem mais do que elaborar um bom currículo de ensino. Na verdade, é compartilhar vida. A mensagem é aprimorada não somente na transmissão de conhecimentos, mas pelas verdades essenciais transmitidas através de experiências envolventes, relevantes e marcantes, que se revelam no dia a dia da criança com seu discipulador. Jaqueline da Hora Santos Coordenadora do Programa de Evangelização Discipuladora de Crianças e Colaboradora do livro
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Clamor do Silêncio
Evangelização Discipuladora de Surdos
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livro Clamor do Silêncio: Evangelização Discipuladora de Surdos é uma grande ferramenta para aqueles que desejam ver os surdos alcançados pelo Evangelho de Cristo, conhecedores da Bíblia e envolvidos com a multiplicação de discípulos. O livro aborda sobre a identidade sociocultural do surdo, o que propicia uma ampla compreensão de quem são as pessoas surdas e como estabelecer um vínculo com esse povo, além de oferecer conhecimento sobre o uso da língua de sinais para melhor comunicar o que temos de mais precioso - a Mensagem de Cristo Jesus. A evangelização discipuladora dos surdos é algo urgente e estratégico para alcançarmos suas comunidades. Com esse livro procuro atender às solicitações de igrejas, pastores e líderes que desejam atuar com a evangelização discipuladora de surdos – creio que sirva como um manual capaz de transformar as vidas de muitas pessoas surdas. Essa transformação virá na medida em que um relacionamento discipulador consistente for construído, pequenos grupos intencionais forem formados e um esforço diligente for empreendido em prol da formação de uma liderança sólida nos ensinamentos bíblicos, capaz de ensinar e testemunhar a respeito da Verdade, em sua geração, nas comunidades surdas de todo Brasil. Assim, comprovaremos que a salvação é para todos e que o mandamento da Grande Comissão deve ser obedecido: “Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; ensinando-lhes a obedecer a todas as coisas que vos ordenei; e eu estou convosco todos os dias, até o final dos tempos” (Mt 28.19-20). Meu desejo é que esse livro ajude para que todos olhemos essa população como alvo do amor de Deus. E à medida que avançarmos na leitura, que sejamos discipuladores de pessoas surdas, a fim de que muitas delas venham a se tornar discípulas de Jesus. Marília Manhães Coordenadora do Ministério com Surdos e Autora do livro
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Pr. Tadeu Bresciane e um grupo de irmãos da Igreja Batista Central, em Campo Grande (RJ), realizando casamentos na comunidade ribeirinha do Moreira, Codajás (AM), durante uma expedição da igreja no barco O Missionário.
A nossa missão
é a sua missão
“É justo que eu me sinta assim a respeito de todos vós, pois estais em meu coração, já que todos sois participantes comigo da graça, tanto nas minhas prisões quanto na defesa e na confirmação do evangelho.” Filipenses 1.7
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igreja de Filipos era muito especial para Paulo, pois nasceu sob perseguição e prisão (At. 16), cresceu em generosidade e se expandiu por todo o mundo daquela época por causa da sua visão e paixão missionárias demonstradas por meio da cooperação. Aliás, essa é a palavra-chave e o tema de todo o parágrafo de Fp 1.3-8: a cooperação para com a causa do evangelho! Era uma igreja extraordinária, completamente envolvida, comprometida e engajada com a causa de Cristo e seu Reino. Por isso, o apóstolo faz referência à sua enorme alegria e ação de graças, todas as vezes que se lembrava dos irmãos filipenses. Já pensou sobre isso? Todas as vezes que Paulo se lembrava deles era sempre com alegria, orações e gratidão! (Fp. 1.3-4). E qual era a razão de tão nobres sentimentos? O versículo 5 responde: a cooperação dos filipenses com a causa do evangelho! A igreja dos filipenses era, de fato, um exemplo para as demais igrejas, não porque seus membros fossem ricos. Veja o que Paulo escreve aos coríntios (2Co 8.1-5), exortando-os a um maior comprometimento com a cooperação na causa do evangelho: que os filipenses viviam em extrema pobreza, mas em intensidade de alegria! Não parecem conceitos ou situações contraditórias? Extrema pobreza e intensa alegria? E ele continua: os filipenses transbordaram em riqueza de generosidade, enquanto enfrentavam duríssima prova de tribulação. Mas como? Generosidade na tribulação? Isso é fruto de uma profunda consciência da vida cristã! O texto sagrado continua: os filipenses deram de si, além de suas posses, deram a si mesmo, seus corpos, seu tempo, sua prioridade, seus filhos, suas vidas!
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Não é à toa que Paulo tinha tanto carinho e gratidão pelos crentes filipenses. Eles eram totalmente missionários! Viviam intensamente a sua missão de multiplicar discípulos em todos os lugares! Aí chegamos no versículo que está em destaque: Paulo trazia os filipenses no seu coração! Essa é uma expressão de enorme carinho e demonstração de afeto do velho apóstolo, mas é também uma expressão de cunho teológico e missiológico, pois significa que onde o missionário estava, em cada viagem, em todas as igrejas plantadas, em todas as cartas doutrinárias, também nas prisões, açoites e perseguições, isto é, em todo o empreendimento missionário de Paulo, os filipenses estavam com ele, em seu coração! Os filipenses estavam juntos de Paulo, apesar da distância. Sofriam com Paulo cada prisão, açoites e perseguição. Eles o sustentavam, em tudo, por meio de suas orações, ofertas e envolvimento. Também celebravam cada vitória junto a Paulo e em tudo, adoravam a Deus pela expansão e multiplicação da igreja. Eles eram participantes ativos, diretos e efetivos do ministério de Paulo! Essa é uma verdade muito especial, que merece ser destacada nos dias atuais: Paulo, bem como os demais apóstolos, sabiam que o ministério não era deles, e que eles não fariam nada sozinhos. Sabiam que a tarefa missionária foi entregue à igreja, ou melhor, às igrejas locais. Cada membro de cada igreja deveria fazer sua parte, cooperando todos juntos para o avanço do evangelho, conforme os dons e a vocação de cada um. Essa mesma percepção e compreensão da missão devem nos envolver, ainda hoje. Cada pastor, cada líder, cada criança,
adolescente, jovem, adulto ou ancião da igreja, todos nós devemos entender que é nossa, da igreja local, a tarefa missionária de alcançar o bairro, a cidade, o estado, o Brasil e o mundo, fazendo discípulos no cumprimento da Grande Comissão. Aí surge uma pergunta intrigante: então, por que Juntas Missionárias? Se cada igreja local já é uma “agência missionária”, para que organizar e manter outras? A resposta é bastante simples: os batistas entendem, por princípio, que a cooperação de esforços entre igrejas irmãs viabiliza maiores resultados através da otimização de custeios e de logística, maximização de potenciais e multiplicação dos pontos de apoio, pastoreio, capacitação e orientação dos missionários. É aquela antiga máxima: juntos somos mais fortes. Desde o início da igreja o Senhor chamou todos para serem missionários onde estavam, fazendo discípulos. Mas Ele separou alguns para deixarem sua terra natal e cumprirem a Grande Comissão em um lugar distante, em um empreendimento missionário pioneiro, entre povos não alcançados ou não engajados. É a igreja local que envia e sustenta esses obreiros. Mas as igrejas batistas em todo o mundo, e de modo especial aqui, no Brasil, resolveram criar duas Juntas Missionárias, para unir os esforços de cooperação de todas as igrejas e alcançar o Brasil e o mundo. Tudo parte da igreja local e nela se consuma. É por isso que o apóstolo Paulo dizia que os filipenses eram participantes diretos de seu ministério missionário, e que estavam em seu coração! É por isso que nós enfatizamos em Missões Nacionais que cada membro de uma igreja batista é um participante direto de todos os trabalhos e projetos em cada campo missionário em nossa Pátria. Deixe-me dar um exemplo para ilustrar. Recentemente, um colega pastor veio me perguntar, com muita educação e carinho, mas um pouco preocupado: “É verdade que Mis-
sões Nacionais está consagrando pastores na Amazônia?”. Que bom que ele me perguntou, pois pude esclarecer que não! Em junho de 2019, alguns rapazes concluíram o curso teológico e foram consagrados por suas próprias igrejas, com todo o respaldo e apoio da seção local da Ordem de Pastores. Esses rapazes são missionários de Missões Nacionais, ou melhor, missionários das igrejas batistas por meio de sua agência Missões Nacionais. E nós nos alegramos muito, celebrando esse passo importante na vida ministerial de nossos colegas missionários. É isso que quero enfatizar: a tarefa é da igreja, de cada igreja local, de todos os seus membros. A cooperação entre as igrejas para o avanço missionário no Brasil se efetiva por meio das ações coordenadas pela Junta de Missões Nacionais. Quem ganha e discipula os futuros vocacionados? A igreja local. Quem batiza? A igreja local. Quem prepara para o campo? A igreja local. Quem envia para o Seminário e acompanha o vocacionado? A igreja local. Quem recomenda à Junta? A igreja local. Quem comissiona? A igreja local. Quem consagra pastores? A igreja local. Quem é que batiza no campo missionário? A igreja local. Quem organiza igreja no campo missionário? A igreja local. Enfim, tudo começa e se consuma na igreja local! A própria Junta de Missões Nacionais é das igrejas locais. E o mesmo acontece nos níveis estadual e mundial. Nossa sincera oração é que se cumpra cada vez mais, entre as igrejas batistas brasileiras, o que acontecia em Filipos: que cada igreja esteja continuamente no coração dos missionários, como participante direta e efetiva do seu ministério, orando, visitando, interagindo, sustentando, ofertando e, dessa forma, cooperando para a expansão da causa do evangelho no Brasil! Pr. Samuel Meira Moutta Gerente Executivo de Expansão Missionária de Missões Nacionais
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Missão Amazônia:
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Uma experiência entre os ribeirinhos
omo é importante trocar experiências com gente que faz diferença nessa terra...
Essa história começa há alguns anos, em uma troca de ideias entre mim e o pastor Fernando Brandão. Ele me contava, animadamente, sobre o projeto em que dentistas iam à Amazônia tratar a população ribeirinha. Após esse encontro, algo foi plantado em meu coração. A resposta veio em agosto deste ano. Pense na experiência mais marcante de sua vida! Pois bem, foi isso que vivi no barco O Missionário. A rádio 93FM (Rio de Janeiro) foi convidada a viajar em uma aventura missionária e eu embarquei, literalmente, nessa experiência única, juntamente do meu chefe de jornalismo, Juliano Medeiros. Nosso objetivo era fazer uma cobertura jornalística. Na verdade, isso foi apenas uma parte da história. Já no encontro com Germana e André, líderes do Projeto Amazônia e missionários em tempo integral, pude perceber um olhar diferente e um evangelho peculiar, que não encontramos com facilidade nos grandes centros. Já na primeira explicação, percebi uma estrutura de algo grandioso em todos os sentidos. Além de ambicioso, apresentava grandes desafios logísticos e financeiros. Esse foi apenas o começo... Ao chegarmos ao aeroporto, ponto inicial de encontro do grupo, deparamo-nos com os demais voluntários, gente de todas as partes do Brasil, com um largo sorriso no rosto. Médicos, enfermeiros, profissionais de outras áreas, todos com uma intenção: doar seu tempo em prol dos menos favorecidos. De lá, seguimos para o porto de Manaus. Acreditem! Só para chegar ao primeiro destino viajamos 9 horas em um barco “rápido”. Ali o tempo já era outro. O tempo na Amazônia passa mais devagar e as coisas demoram a acontecer. Lá, fast food não tem vez e internet não reina. Quem reina é uma natureza que preenche nossa visão e invade nossa alma. Vimos as paisagens mais lindas do mundo, conhecemos um Brasil que sequer fazíamos ideia de como é, em beleza e cultura. A experiência de navegar nos rios da Amazônia, ser voluntário missionário e ouvir tantas pregações e testemunhos fizeram um “detox” em minha alma. Ratifiquei minha crença, na prática, de que dar é melhor do que receber. Cada olhar e sonho compartilhado de um ribeirinho ou de um Radical, de jovens missionários que estão nas comunidades, encheram minha alma de alegria e esperança.
Se você quiser assistir a essa experiência, acesse as reportagens que o jornalismo da 93FM produziu. Esse material incrível está disponível no Youtube!
Hoje, após toda essa marcante experiência, tenho convicção de que projetos assim, além de servirem como exemplos, devem ser divulgados, ampliados e reproduzidos. Definitivamente deixei um pedaço de mim na Amazônia. Fiz amigos e posso dizer que hoje sou porta-voz desse projeto, seja influenciando e divulgando, seja doando ou orando para que esse lindo projeto cresça e continue abençoando a vida de tantos brasileiros que não têm recursos, mas que poderão contar com a boa vontade de todos nós e, sobretudo, com a Palavra de Deus em seus corações. Andrea Maier Coordenadora Geral de Jornalismo da Rádio 93FM
CAPA
O clamor das ruas foi ouvido
Cristolândia completa 10 anos multiplicando compaixão e graça
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lho. Os primeiros que desceram às águas, acompanhados por líderes batistas de todo o Brasil, foram alunos da Cristolândia que vieram das ruas, o que abriu caminho para igrejas locais fazerem o mesmo, hoje em dia. “Lembro bem desta ocasião, quando aconteceram 48 batismos! Um dos oradores dessa Assembleia foi o Dr. John Upton, presidente da Aliança Batista Mundial, no período, e ele voltou para os Estados Unidos entusiasmado, falando o tempo todo da Cristolândia e desafiou o mundo inteiro a fazer o que Missões Nacionais estava fazendo”, disse o Pr. Fausto Aguiar de Vasconcelos, atual presidente da Convenção Batista Brasileira. A relevância da Cristolândia não se restringe ao meio batista, o que também é um marco histórico. Com o tempo, o trabalho — que teve início no meio da cracolândia de São Paulo, a maior do País — tomou proporções maiores e ganhou espaço no cenário de ação social no Brasil. Em 2016, foi usado como exemplo entre programas de recuperação para usuários do crack, no livro “Crack e Exclusão Social”,
á dez anos, o clamor das ruas chegou a Missões Nacionais! Em um momento em que pouco se falava sobre dependência química dentro das igrejas, surgiu a Cristolândia. Seguindo o exemplo do Senhor Jesus, que em vários momentos encheu-se de compaixão diante da multidão que perecia como ovelhas sem pastor (Mateus 9.36), este ministério viu a necessidade no caos social, provocado pelas drogas, e veio para trazer a possibilidade de uma nova vida com Cristo. Em dez anos essa trajetória de trabalho possui marcos que para sempre serão lembrados. O primeiro, que vale ser citado, aconteceu em 2012, em Foz do Iguaçu (PR), quando, pela primeira vez, a Assembleia da Convenção Batista Brasileira foi cenário de batismos de pessoas transformadas pelo Evange-
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Alunos da Cristolândia foram os primeiros batizados em uma Assembleia da CBB
Em dez anos de Cristolândia: 1.297.500 atendimentos na Missão Batista Cristolândia;
12.800 pessoas acolhidas; 12.377.000 refeições servidas; 26,79% de pessoas
acolhidas reinseridas na sociedade, trabalhando e estudando;
25% de ex-alunos na Equipe da
Cristolândia (212 pessoas atuam na Cristolândia pelo Brasil).
publicado pelo Ministério da Justiça e Cidadania. Em 2018, a importante atuação neste e em outros ministérios deste cunho, levou o Pr. Fernando Brandão, diretor executivo de Missões Nacionais, a conquistar o cargo de Conselheiro Nacional de Assistência Social. “A camiseta amarela com os dizeres Jesus Transforma se tornou conhecida. O bom trabalho realizado pela Cristolândia chegou até mesmo na Casa Civil da Presidência da República: lugares que jamais tínhamos imaginado chegar”, lembra o Pr. Fernando, que também é o idealizador do ministério. É possível mencionar, ainda, mais um ponto alto desses dez anos de Cristolândia: a divulgação espontânea. O trabalho foi assunto de centenas de reportagens de televisão, rádio, além de jornais e revistas, impressos e on-line. A emblemática matéria do programa Fantástico, veiculada em 2017 na Rede Globo, que contou a história da missionária Silvia Regina, foi apenas um dos grandes exemplos que fizeram a Cristolândia chegar até mesmo à imprensa internacional, como a BBC World Service e outras. “Nós não precisamos fazer nenhum investimento para isso e, ainda se tivéssemos feito, poucas redes abririam espaço para esta divulgação, mas pelo poder de Deus conseguimos. E nós celebramos não somente pelo ministério estar nas grandes TVs, mas porque em cada reportagem o nome de Jesus foi proclamado através da Cristolândia”, ressalta o Pr. Fernando. Todo esse movimento causou um grande despertamento de pessoas, ministérios e igrejas, o que revela mais uma referência. A Cristolândia resultou em um grande boom no Programa Radical Brasil, que trouxe para as ruas das cracolândias jovens vocacionados; fez enfatizar a necessidade de um movimento como o Viver, por exemplo, que teve início
O Movimento Viver surgiu como um recurso para prevenir a existência das cracolândias com um trabalho de prevenção às drogas e hoje também abrange temas como bullying, depressão, suicídio, entre outros, e ainda impulsionou o trabalho de igrejas locais no tratamento e prevenção de drogas. O lugar de esperança para uma nova vida se tornou uma nova chance para quem não tinha nada. Até agora, foram cerca de mil pessoas abrigadas, a cada ano, para tratamento em unidades de todo o Brasil; o trabalho que começou com apenas um galpão, hoje se realiza em 43 unidades, em nove Estados e no Distrito Federal. Abençoando alunos, famílias e até mesmo missionários e parceiros, nesse tempo o ministério atendeu mais de 600 pessoas todos os dias e, além de acolhimento, ofereceu encaminhamentos médicos, dentários e psicológicos, banhos, refeições e a palavra libertadora do Evangelho de Cristo. Estes primeiros dez anos marcam apenas o início dessa história. Infelizmente, o recente relatório do Observatório do Crack, monitoramento feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), indica que 96% dos municípios brasileiros têm problemas relacionados ao consumo de drogas. Estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro ultrapassam 95% de municípios com problemas relacionados ao crack. Esses dados evidenciam a necessidade de a Cristolândia avançar cada vez mais! “Ver todos estes milagres nestes anos nos traz às mãos a grande responsabilidade deste ministério. A Cristolândia ocupa um espaço essencial em nossa sociedade, hoje em dia, e precisamos avançar e alcançar novos Estados para a glória de Deus”, diz Renato Antunes, gerente executivo de Ação Social de Missões Nacionais. Hoje, milhares de pessoas podem declarar que, de fato, Jesus Transforma, e este é o verdadeiro motivo para celebrar dez anos de muitas vitórias! Mas somente com a sua participação a Cristolândia alcançará mais pessoas que necessitam da compaixão e graça de Cristo!
Conheça mais deste trabalho, no site atualizado, e faça parte!
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Frutos do Evangelho que Transforma Duas pessoas que ficaram conhecidas através da Cristolândia são os atuais missionários Sérgio Luis e Silvia Regina. Ambos viveram por muito tempo pelas ruas da cracolândia de São Paulo e têm histórias impactantes acerca do que a droga é capaz de fazer com o ser humano. Mas, hoje, transformados pelo evangelho de Cristo, eles vivem uma nova vida e, em breve, irão colar grau no Curso de Missiologia, no Centro Integrado de Educação e Missões (CIEM).
Nome: Sérgio Luis Souza
Nome: Silvia Regina Ferreira
Idade: 50 anos
Idade: 62 anos
Profissão: Missionário
Profissão: Missionária
Testemunho: Depois de anos vivendo como travesti, entorpecido pela heroína, na Europa, e pelo crack, no centro de São Paulo, Sérgio é hoje um homem transformado pelo poder restaurador de Jesus. “Uma vida cheia de ilusão, uma prisão. Eu estava cego”, é como ele descreve sua antiga vida.
Testemunho: Silvia se envolveu ainda criança com o tráfico e perdeu 25 anos da sua vida enquanto estava na prisão. Ao sair, sem rumo nem amparo, recorreu à fabricação de crack para ganhar dinheiro e tornou-se viciada. Ela perdeu mais 14 anos no mundo das drogas, até encontrar libertação. Vivendo na cracolândia de São Paulo e pesando cerca de 40 kg, ela buscava socorro, mesmo que fosse na morte.
Através do trabalho da Cristolândia, além de Sérgio ganhar novas perspectivas para uma nova vida, Deus também lhe deu uma esposa abençoada, Mirian Monteiro Souza. Hoje, os dois testemunham sobre o poder sobrenatural de Deus e ajudam pessoas em situação tão difícil quanto era a de Sérgio, na Cristolândia, no Rio de Janeiro.
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Com o apoio da Cristolândia, Silvia foi transformada pelo Evangelho. Foi lá que ela conseguiu ajuda para reencontrar a família e apoio para estudar. Hoje, resgatada e regenerada por Cristo, ela é um exemplo do poder transformador do evangelho e tem compartilhado sua experiência através do serviço de capelania nos presídios femininos, no Rio de Janeiro, e, ainda, nas Cristolândias.
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MULTIPLICANDO PELO BRASIL
Na comunidade ribeirinha Macumirim, em Manacapuru (AM), os missionários Radicais Amazônia, Matheus e Fabiano, foram enviados, graças ao seu investimento na obra missionária, para multiplicar discípulos. Como resultado desse trabalho, já foram realizados 11 batismos, somente este ano. Magnificado seja Deus!
Que grande alegria! Graças ao seu envolvimento, há quase cinco anos a Palavra de Deus tem sido semeada no Pavilhão Feminino do Complexo Penal Agrícola Dr. Mario Negócio, em Mossoró (RN), e foram realizados os primeiros batismos. Foram sete mulheres que tomaram a decisão de caminhar com Jesus Cristo e desceram às águas, cumprindo essa ordenança de Deus.
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Durante o Alcance Surdos em Taubaté (SP), em julho, Tânia Pimenta entendeu a importância do Evangelho e decidiu tomar a decisão do batismo. Ela foi batizada pelo Pr. Luciano Santaguéda, na Primeira Igreja Batista de Taubaté, após compreender melhor seu compromisso com o Reino, explicado por nosso missionário surdo Josivaldo Beda.
O jovem refugiado Jhonatan Blanco, oriundo de Anzoátegui, estado da Venezuela, veio para o Brasil por causa da grande crise econômica em seu País. Por compaixão e graça dos parceiros da obra missionária no Brasil, teve a chance de recomeçar aqui. Ele passou pela Missão Brasil Venezuela e pela Casa Minha Pátria, até ser acolhido pela Primeira Igreja Batista do Andaraí (RJ), onde professou sua fé em Jesus Cristo, para glória de Deus.
A largada oficial da Campanha Minha Razão de Viver: Multiplicar se deu em grande festa na Primeira Igreja Batista em Mondubim, Fortaleza (CE). Uma grande festa, sim, porque essa também foi a data escolhida para o batismo de seis novos irmãos. Eles são frutos do empenho do missionário Ítalo Matoso, que com o apoio dos parceiros da obra missionária tem realizado um grande trabalho na multiplicação de discípulos através do evangelho.
Celebrando 11 anos do trabalho missionário na cidade de Sapiranga (RS), quatro novos irmãos desceram às águas. Alex, Priscila e Karol — pai, mãe e filha — e o jovem Lucas, aluno do Judô, um esporte que é oferecido pelo projeto, professando sua fé em Cristo Jesus.
Grande foi a emoção do irmão João da Costa e de sua família, ao ver sua filha Lilian da Costa sendo batizada. Lilian desceu às águas confessando Jesus Cristo como Salvador e é o sétimo fruto do Pequeno Grupo Multiplicador Choró, em Beberibe (CE), onde atua a missionária Zilanda Maurício.
Festa no céu! Toda a equipe missionária da região e, ainda, a primeira caravana do Barco O Missionário que chegou a Tefé (AM) presenciaram os batismos de cinco novos irmãos. Eles agora são membros da Congregação Batista Fonte de Água Viva, trabalho de plantação de igrejas realizado por Missões Nacionais através de nossos parceiros.
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VIDA E OBRA
Pr. Manoel Moreira: Mais de 20 anos de uma trajetória plantando igrejas
“E
sta sempre foi minha paixão e essa função nunca deixei de exercer com muito entusiasmo”, afirma o Pr. Manoel Moreira, ao analisar seu tempo de atuação na plantação de igrejas no Nordeste do Brasil. O missionário iniciou sua carreira no Rio Grande do Norte e chegou a coordenar o trabalho em outros três estados do Nordeste - Ceará, Paraíba e Pernambuco. Em sua vasta caminhada ele exerceu também cargos denominacionais, como presidente da Ordem dos Pastores do Rio Grande do Norte, da Juventude Batista do Oeste e da Associação das Igrejas Batistas do Oeste, além de coordenador de Missões do estado. Contudo, o Pr. Manoel insiste em dizer que prefere ser lembrado como plantador de igrejas. E é isso que ele pretende fazer, ainda, por pelo menos mais dez anos de sua vida. Conheça, a seguir, um pouco mais sobre essa trajetória de diversas experiências singulares, que reflete uma ação estratégica coordenada pelo Espírito Santo desde o início da expansão da igreja. MISSÕES NACIONAIS: Como iniciou sua caminhada com Cristo? PR. MANOEL: Nasci em um lar onde o evangelho já era uma realidade. Meus avós eram donos de um terreiro de candomblé, mas minha mãe teve a oportunidade de conhecer Jesus Cristo como seu Salvador, em 1957, em Salvador (BA), e, graças a isso, cresci ouvindo de Jesus na Escola Bíblica, realizando cultos domésticos e tudo mais. Aos 11 anos idade, em culto realizado em uma Congregação Batista na comunidade de pescadores por nome Cabuçu, no município de Saubara (BA), entreguei minha vida ao Senhor Jesus. Foi uma noite de quarta-feira inesquecível! Marcou a minha vida, porque mesmo sendo filho de uma mulher temente a Deus, neste dia entendi que precisava de Jesus
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como meu Salvador e Senhor. Essa decisão me levou a viver comprometido com Jesus, fui discipulado por um homem por nome Antônio Silveira. Homem simples, mas que conhecia Deus de perto e realizava o que chamamos hoje de Relacionamento Discipulador com maestria. Cresci no conhecimento da Palavra e aos 14 anos fui batizado pelo Pr. Isaias Couto, na PIB de Saubara. MISSÕES NACIONAIS: Quando entendeu o chamado de Deus para se tornar e um multiplicador de discípulos? PR. MANOEL: Cresci ouvindo as histórias dos nossos missionários e participando das Campanhas Missionárias. Minha mãe amava muito este trabalho e sempre orou para que um de seus filhos pudesse atender a este chamado, mas eu só
soube disso um dia antes de ela falecer. No dia anterior, após ter me ouvido pregar pela primeira vez, ela me chamou, contou e completou dizendo que entendia que era eu a resposta de Deus à sua oração. Com apenas 14 anos não levei a sério, era muito novo para entender algo tão grande e majestoso. Mas aos 16 anos de idade, participando de um congresso de jovens, realizado pela Associação das Igrejas Batistas do Vale do Paraguaçu, na cidade de Cruz das Almas (BA), senti Deus me chamando para o ministério. Não tive dúvidas, percebi claramente Deus falando comigo que havia me separado para algo especifico. Dali em diante nunca duvidei do chamado pastoral e entendo que sou a resposta de oração de uma mulher que pediu a Deus que chamasse um dos seus filhos para ser pastor. Os meus planos eram outros, mas me rendi sem reservas aos planos de Deus e sinto-me deveras honrado por Deus ter me chamado para realização de tão grande obra.
“
Ingressei no Seminário aos 20 anos de idade, cheio de alegria e fervor, com a certeza de que essa era a vontade de Deus para minha vida. Deixei emprego e todos os outros sonhos, e aos 23 anos fui ordenado ao ministério a pedido da Igreja Batista Betânia na cidade Senhor do Bonfim (BA). MISSÕES NACIONAIS: Conte como iniciou sua carreira missionária.
eu e minha esposa demos entrada no processo de nomeação em Missões Nacionais. Com o coração na obra e o desejo de fazer mais, fomos nomeados em dezembro daquele ano. Permanecemos em Assú até o início de 1996 e a igreja, que foi revitalizada, contava, naqueles dias, com 146 membros ativos e ainda algumas congregações filhas. MISSÕES NACIONAIS: Para o senhor, quais são os desafios do trabalho missionário no Nordeste? PR. MANOEL: O Nordeste é uma região grande e desafiadora. Formada por nove estados distintos, cada um tem a sua própria cultura e religiosidade, não é fácil, para quem vem de outras regiões, adaptar-se. A maior parte da população nordestina está no semiárido, gente sofrida, que sabe o que é padecer e, por isso, para sobreviver, se apega às suas crenças, que se tornam refúgio de fé. O nordestino é um povo de fé e o sofrimento o leva a acreditar que os “santos” irão ajudar, e é justamente nesta dificuldade que mais trabalhamos, apresentando o verdadeiro ajudador, Jesus Cristo.
Vale a pena investir a vida em outras vidas para glória de Deus!
PR. MANOEL: Quando ainda era seminarista, tive a oportunidade de participar de Mutirões Missionários. Naquela época, os seminaristas eram convidados para esses projetos, no período das férias, e Missões Nacionais fazia um investimento com passagens e alimentação; assim pude conhecer o sertão do Rio Grande do Norte, em 1984.
Foi inesquecível para mim! Como nasci no litoral da Bahia e não conhecia o Sertão, naquela oportunidade fiquei a pensar, vendo a seca de perto: Como eles conseguem viver aqui? Isso me deixou inquieto e comecei a aprender sobre o semiárido. Voltei lá outras vezes, nas férias, para pregar e realizar outras atividades, até que, no início 1989, recebi um convite para pastorear no estado e vim como missionário conveniado com Missões Nacionais. Foi um tempo difícil, mas de muita disposição. Jovem, cheio de saúde e amor no coração cheguei à cidade de Canguaretama (RN), no litoral, onde estive por um ano e meio. Organizamos a igreja, ajudei as congregações filhas na cidade de Baía Formosa, Barra do Cunhaú e a igreja na cidade de Pedro Velho e assim, começamos a nossa trajetória no Rio Grande do Norte. Em junho de 1990, mudamos para cidade do Assú, para pastorar a PIB do Assú, que contava com apenas 8 membros, e o desafio era revitalizar uma igreja no sertão. Ainda como missionário conveniado, enfrentando muitas dificuldades financeiras, com dois filhos pequenos, em 1991,
MISSÕES NACIONAIS: E em mais de 20 anos atuando no campo, o que mudou? PR. MANOEL: Posso afirmar que tudo! Os desafios mudaram, mas também a forma de fazer missões. Hoje temos uma grande dificuldade que é a dependência química, mas a plantação de igrejas ainda é um grande desafio, não só para o sertão ou cidades do interior, mas também para os grandes centros.
Hoje, temos muitas facilidades como carro, computador, telefone e muito mais. No passado ter uma bicicleta já era um luxo, mas o que não muda é a paixão missionária. MISSÕES NACIONAIS: Ao olhar para trás, valeu a pena investir sua vida na obra de Deus? PR. MANOEL: Meus filhos têm sido um belo exemplo de que vale servir no Reino de Deus. Os três se converteram na infância, foram batizados ainda como juniores e sempre foram integrados na vida ministerial. Mesmo com dificuldades, agora estão adultos, formados e graduados. A mais velha está concluindo doutorado em Psicologia, um é formado em Direito, o outro em Engenharia Mecânica. O meu Deus cuidou de tudo! Quando olho os seus feitos em nossas vidas, digo sempre: vale a pena ser parceiro de Deus, trabalhar com Ele e para glória dele. A Segunda Igreja Batista do Assú, uma igreja de gente humilde e que nasceu com o DNA missionário, nesses 17 anos já ajudou a plantar mais de duas dezenas de igrejas. Além de manter um Centro de Formação Missionária, por meio do qual, neste ano, formamos a primeira turma com 17 líderes nativos, e temos mais 25 novos alunos. Vale a pena investir a vida em outras vidas para glória de Deus!
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Seminário do Sul recebe novos coordenadores do EAD e lança o primeiro curso 100% on-line
ilhos de pastores metodistas, Paula Corrêa Welte Boechat Sales e Pr. João Ricardo Boechat Sales se conheceram aos 17 anos e já traçaram um caminho em direção à expansão do Evangelho e também ao ensino das Escrituras. Hoje, aos 29 anos, eles possuem currículo apropriado para a função de Coordenadores do Núcleo de Ensino a Distância (EAD) do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, no Rio de Janeiro, iniciado em julho deste ano. João é graduado em Teologia pela Faculdade Teológica Sul Americana e em Relações Internacionais pela Cândido Mendes; é Mestre em Sociologia Política pela Universidade Estadual do Norte Fluminense; Doutor em Ciência da Religião e em Sociologia Política, ambos pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Paula é Graduada em Teologia pelo Instituto Benetti, em Letras (Inglês) pela Universidade Estácio de Sá e tem especialização em Docência em Língua Inglesa pela mes-
ma universidade. Os novos Coordenadores relataram que as opções por essas formações decorreram das necessidades encontradas no campo missionário. “O diploma de Relações Internacionais, por exemplo, surgiu pela necessidade de intermediar diálogos no campo de refugiados”, explicou João. Iniciando os trabalhos, a modalidade on-line da instituição foi lançada no mês de agosto. Com a duração de 60 dias e a carga horária de 80 horas, o curso Como Preparar Mensagens Bíblicas disponibiliza videoaulas com os pastores Fausto Aguiar, João Emílio Cutis, Carlos Elias Santos, Jilton Moraes e João Reinaldo Purin Jr., que também é o coordenador do curso. Além das mensagens e palestras gravadas durante o seminário presencial, que ocorreu em agosto, o aluno também terá acesso às apostilas e a outros recursos. Acesse www.seminariodosul.com.br e saiba mais detalhes deste e de todos os cursos.
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Minha Razão de Viver:
Multiplicar Oração
Quando o Pr. Jefferson Dantas assumiu a Primeira Igreja Batista de Imperatriz (MA), ele não imaginava os desafios que encontraria. Em 2014, começou a implantar a visão de Igreja Multiplicadora, em seu ministério, mas enquanto a igreja reagia entusiasmada ao retorno dos princípios da igreja primitiva, ele começou a enfrentar diversos problemas de saúde com sua família. Mesmo em meio às dificuldades, sempre firmados em Deus e na oração, eles avançaram na multiplicação de discípulos. Hoje, a igreja tem mais de 300 membros, duas congregações e uma nova igreja organizada.
Discípulos O Colégio Batista de Carolina (MA) também multiplica discípulos para a glória de Deus. Com um ensino pautado na Palavra de Deus, a missionária Adriana Dias, diretora da instituição, preocupa-se com que todas as áreas estejam ligadas à visão da Igreja Multiplicadora. Os alunos, por sua vez, também já têm essa consciência e multiplicam discípulos através de seus encontros semanais no culto Aviva. Esse trabalho tem rendido conversões e batismos, frutos para a eternidade.
Igrejas Quando os missionários Edmundo e Rosinélia Aragão chegaram em Taquari, Palmas (TO), em 2012, encontraram a Congregação Batista Moriá com apenas 8 membros e com um grande esfriamento na fé. Após sete anos de trabalho, a Igreja Batista Moriá no Jardim Taquari foi organizada em setembro deste ano, com 60 membros e frequência de 120 pessoas nos cultos dominicais. Este avanço aconteceu graças ao seu investimento na obra missionária no Brasil e também ao incentivo da Igreja Batista Ebenézer, igreja mãe do trabalho.
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Líderes Avançando na multiplicação de discípulos, neste ano a Amazônia deu um grande passo na Formação de Líderes para a obra missionária. Em uma parceria de Missões Nacionais com o Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, a primeira turma do Programa de Formação Missionária, formada por 17 jovens, concluiu seu curso e, agora, mais capacitados, seguem atuando na região.
Compaixão e Graça Natural de Costa Barros (RJ), Jéssica Araújo, 22 anos, mesmo com pouca idade já sofreu muito devido às escolhas erradas. Ela usou drogas, até durante a gravidez de sua filha, e quase perdeu sua vida após sofrer retaliações de traficantes. Em uma maca de hospital, ela recebeu a compaixão e graça de Cristo por intermédio da missionária Neuzimar Farias, da Cristolândia em Guaratiba (RJ), e a partir disso, sua vida foi transformada.
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Faça parte.
PANORAMA O programa de reinserção da Cristolândia Bahia visa à recolocação dos alunos no mercado de trabalho, após a conclusão do período de tratamento. O diretor executivo de Missões Nacionais, Pr. Fernando Brandão, visitou a padaria da unidade e se alegrou com os alunos, pois vidas que antes estavam entregues às drogas, hoje podem sonhar. “Parece impossível, mas é real. Deus é maravilhoso!”, afirmou Pr. Brandão.
A multiplicação de discípulos através de um relacionamento intencional tem alcançado o Brasil. A Igreja Batista Emanuel, em Boa Viagem, recebeu o Congresso Multiplique Regional Recife (PE), e pastores e líderes compartilharam a visão da Igreja Multiplicadora. Entre eles estavam o gerente executivo de Evangelismo, Pr. Fabrício Freitas, e a missionária na Amazônia, Kelma Paes, que compartilharam com os congressistas a razão de viver de suas vidas: multiplicar.
A Igreja Batista de Acari (RJ) recebeu a primeira edição do Go! Esse é o evento de Missões Nacionais que leva informações, à juventude, sobre as possibilidades de envolver-se com a obra missionária no Brasil. O bate-papo leve entre os missionários Márcio Levyr (Projeto Sertão/BA), Laís Lima (Casa Viver/RJ), Andressa Rodrigues (Radical Amazônia) e Jônatas Menezes (Cristolândia/RJ) foi o início de uma nova proposta para a juventude no Brasil.
Em setembro de 2018, Valdinei e Alaine, ambos usuários de crack, chegaram ao Rio de Janeiro com os filhos, sem perspectivas. Mas, para a glória de Deus, eles foram alcançados pela Cristolândia e iniciaram seus tratamentos: Valdinei foi para Pádua e Alaine e as crianças para o projeto Sonho de Mãe, em Itaperuna. Em setembro deste ano (2019), eles oficializaram a união e hoje, vivem uma nova vida com Cristo!
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Atendendo às necessidades evangelísticas do Centro-Oeste do Brasil, Missões Nacionais inaugurou o Programa Radical Cerrado, comissionando a primeira turma para atuar nessa região. O culto de abertura aconteceu na Igreja Batista Verdade e Vida, em Goianésia (GO). O trabalho é mais uma frente de multiplicação de discípulos!
Os cuidados com a saúde e higiene são priorizados no Lar Batista David Gomes, em Barreiras (BA). Periodicamente, os internos são levados ao dentista para tratamentos odontológicos e ainda aprendem a importância de um cuidado preventivo na infância. Isso é possível através da sua parceria!
Três casais participaram do primeiro casamento coletivo realizado pela Congregação Batista Fonte de Água Viva, em Tefé (AM), onde atua o casal missionário Douglas e Camila Nascimento. Um desses casais, que já vivia junto há 25 anos, durante o processo de discipulado compreendeu o valor do casamento e manifestou o desejo de regularizar sua situação conjugal diante de Deus e também da lei dos homens.
O Sertão recebeu, em outubro, novos obreiros para atuarem na seara - seis homens e quatro mulheres - que formam a 7ª Turma de Radicais Sertanejos. Eles estarão em treinamento por três meses e passarão dois anos atuando na região semiárida do Nordeste. É lindo ver o agir de Deus através da Formação de Líderes, que além de ser um dos princípios da Igreja Multiplicadora, é também uma das ênfases da Campanha de Mobilização, em 2019. Interceda por esses novos obreiros e também pelos missionários que coordenam o projeto!
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