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Índice
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O privilégio de anunciar Jesus, transformação e vida 09
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Palavra do diretor
Panorama 2016
Nós estamos preparados para uma grande campanha! 10
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A liberdade da graça 32
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Juntos, na Missão de Transformar o Brasil
Transformando a vida da igreja por meio dos PGMs
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transformação e vida para os surdos
O discípulo como agente de transformação e vida
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Missões é tempo de olhar além
A graça salvadora para os indígenas 28
Prevenir também é transformar 38
Da cracolândia para o ministério pastoral 31
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Há transformação e vida para a cracolândia
40 Dias de Oração pelo Brasil
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Gerência de Administração e Suporte Juarez Solino
A Revista do Pastor é parte integrante do material da Campanha Anual de 2017 publicado pela Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira.
Gerência Executiva de Assistência Social Anair Bragança
Copyright © 2017 da Junta de Missões Nacionais. Todos os direitos reservados.
Supervisão Editorial Camila Saldanha
JUNTA DE MISSÕES NACIONAIS
Jornalista Responsável Raquel Lima • DRT/RJ 19.171/2007
Direção Executiva Fernando M. Brandão
Redação Rebeca Nascimento
Gerência de Comunicação Jeremias Nunes Gerência de Mobilização Milton Monte
Equipe de Comunicação Alexsandro Oliveira, Andressa Rodrigues, Luciano Carvalho, Renata Lopes, Thais Velasco
Gerência Executiva de Missões Samuel Moutta
Revisão Adalberto A. de Sousa
Gerência Executiva de Evangelismo Fabrício Freitas
Arte Oliverartelucas Nossa Missão: Multiplicar discípulos. Nossa Visão: Alcançar todos com o Evangelho.
Endereço da Sede: Rua José Higino, 416 - Tijuca • CEP20510-412 Rio de Janeiro – RJ Telefax: (21) 2107-1818
ANÚNCIO 2
Palavra do diretor Amados Pastores, na manhã do dia 25 de junho de 1907, na primeira Assembleia da Convenção Batista Brasileira, em Salvador, na Bahia, a Junta de Missões Nacionais foi criada com a missão de multiplicar discípulos e com a visão de alcançar todos com o evangelho nos mais distantes rincões da pátria brasileira. Ao longo destes 110 anos, Missões Nacionais tem se empenhado com dedicação e fidelidade à conquista da Pátria para Cristo. Na verdade a Junta de Missões Nacionais coordena os esforços missionários das igrejas batistas no cumprimento da Grande Comissão no Brasil. Os missionários e os projetos são das igrejas batistas que cooperam com alegria com a obra. Milhões de pessoas foram abençoadas por meio da vida dedicada de servos e servas neste mais de um século de trabalho missionário. Em 1939, década que começou com a Grande Depressão e terminou com o início da Segunda Guerra Mundial, o diretor da Junta de Missões Nacionais, Dr. L. M. Bratcher, após uma viagem de 276 dias pelo interior do Brasil, voltava com as seguintes impressões sobre o trabalho missionário: “A maior necessidade dos batistas brasileiros é de obreiros que se dediquem ao trabalho da pregação do evangelho; o povo batista tem um profundo amor pela Junta de Missões Nacionais. Creem na sua missão, têm fé na sua integridade e nos seus planos. Deseja o seu sucesso e está se dedicando mais e mais à tarefa de levar a pátria aos pés de Jesus; precisamos triplicar os trabalhos da Junta de Missões Nacionais dentro de pouco tempo. Precisamos levantar os nossos olhos e fazer planos maiores e mais de acordo com as oportunidades que o trabalho oferece”. De fato nos impressiona a visão otimista e sonhadora deste grande obreiro da causa do Mestre numa época tão difícil e com tantas limitações e crises. Mas graças às orações e ao envolvimento das igrejas todos os anos na campanha de
Missões Nacionais, avançamos e o evangelho chegou aos mais distantes locais, como os ribeirinhos, sertanejos e povos indígenas, e muitas igrejas foram plantadas. Não podemos recuar, pois ainda há muita terra para ser conquistada. Por isso, conto com sua participação, querido pastor, na campanha deste ano. Vamos estabelecer um alvo de fé, uma oferta de amor, para que, ainda nesta geração, todos sejam alcançados com a Palavra de Deus e tenhamos uma colheita abundante. O Brasil pre cisa muito de você neste momento como líder do reino de Deus. Sua par ticipação é fundamental, pois seu envolvimento define o ritmo da campanha e a motivação dos irmãos para ofertar. Não se preocupe! Quanto mais a igreja investe em missões, mais o Senhor multiplica os recursos. A oferta missionária é um privilégio para a igreja do Senhor Jesus. Uma oportunidade indescritível para nós, seus servos, investirmos naquilo que o Espírito Santo está liderando: missões! Não deixe seu rebanho fora daquilo que o Senhor está operando por meio de Missões Nacionais em todo o Brasil. Milhares de vidas estão sendo transformadas pelo poder do evangelho. Ore e invista nisso! Vale a pena! Lidere uma grande campanha na sua igreja para a glória do Senhor Jesus. Agradeço com todo o meu coração seu envolvimento nesta campanha. Um abraço missionário e que o Senhor continue abençoando sua vida, família e ministério.
Pr. Fernando M. Brandão
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ANÚNCIO 4
Panorama 2016 Oração, evangelização discipuladora, plantação de igrejas, formação de líderes, compaixão e graça marcam, a cada ano, o avanço de Missões Nacionais, agindo na transformação de vidas. Em 2016, mesmo num ambiente de crise em vários setores do país, mantivemos o curso dos programas, nomeamos mais missionários e lançamos novos projetos. Na Amazônia, temos avançado no objetivo de erradicar a cárie nas comunidades e, para isso, temos contado com muitos voluntários. No ano de 2016, foram realizadas 8 viagens, com a participação de 260 profissionais, quando 2.005 pessoas receberam atendimento odontológico. Os batistas do Texas (EUA) se juntaram a nós nessa missão, em uma parceria inédita, que passou a mobilizar recursos para a população ribeirinha. Entre os indígenas, atuamos com 35 missionários, alcançando 45 aldeias tanto na plantação de igrejas quanto na formação de líderes e tradução da Bíblia. Estamos investindo a cada dia mais na transformação de vidas, e a Cristolândia tem sido um grande agente de transformação em todo o Brasil, levando novo futuro para a população em situação de vulnerabilidade social. Hoje, contamos com 37 unidades, onde 1.184 homens e mulheres foram acolhidos em 2016. As unidades serviram mais de 1 milhão e 700 mil refeições no ano, e, com a graça de Deus, 184 alunos foram reinseridos na sociedade. O projeto teve destaque no livro “Crack e exclusão social”, publicado pelo Ministério da Justiça e Cidadania. A obra ressaltou o importante papel da Cristolândia na geração de uma nova expectativa em relação à vida de moradores de rua. O Movimento Viver, de prevenção ao uso de drogas, lançou diversas literaturas para auxiliar as igrejas de todo o Brasil a se integrarem. Uma casa do movimento foi inaugurada em Costa Barros (RJ), com o objetivo de atender dezenas de crianças daquela região de vulnerabilidade social. Em São Paulo, o Projeto Novos Sonhos, que oferece diversas atividades para crianças da região
da cracolândia, finalizou o ano com 430 cadastrados. O ano de 2016 não foi diferente no avanço da evangelização. Desenvolvemos inúmeros projetos, como a já consagrada Operação Jesus Transforma, que alcançou mais de 29 mil adultos e crianças, contando com a atuação de 975 batistas brasileiros voluntários em 14 operações. Como fruto da visão de Igreja Multiplicadora foram batizadas 1.092 pessoas neste exercício, totalizando 7.854 membros nos projetos de plantação de igrejas. Para alinhar pastores e líderes nessa visão, promovemos a Conferência Nacional Multiplique, que contou com a participação de mais de 900 congressistas. Para mobilizar com excelência nossos irmãos batistas no cumprimento da Grande Comissão, não medimos esforços. Promovemos nossa Campanha Anual com o tema: “É Tempo de Avançar, Multiplicando o Amor de Deus”. Destacamos a unidade, a cooperação e o compromisso dos nossos parceiros na ação missionária, tão vitais nessa obra. No exercício de 2015 e 2016 alcançamos pouco mais de R$ 35 milhões e 300 mil reais. Nossa gratidão à Diretoria da Convenção Batista Brasileira, pelo apoio e liderança, e a todas as igrejas e irmãos em Cristo, que seguem firmes no propósito de conquistar toda a pátria para Cristo. E você, está disposto a pregar o evangelho e amar pessoas sem hesitar? Existem milhares de rios de oportunidade e nós investimos em gente, em transformação de vidas para a glória de Deus!
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ANÚNCIO 6
Campanha 2017
“Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens.” (Tito 2.11) Há 110 anos, Missões Nacionais tem trabalhado, incansavelmente, na transformação de vidas para a glória de Deus. Nossa visão é alcançar todos com o evangelho, sem fazer acepção de pessoas. Atuamos nas principais necessidades, em que a ausência de Deus tem ceifado almas e abatido a sociedade. Temos a firme convicção de que a salvação se manifestou para todos os homens por meio de Jesus, o autor e consumador da nossa fé.
pelas autoridades que recebeu pela primeira vez um atendimento odontológico; na mulher sertaneja que desejava água da chuva, mas recebeu a fonte da água da vida; no preso que foi liberto pela Palavra de Deus, mesmo atrás das grades; no surdo que pôde ouvir falar em sua língua sobre o amor de Jesus; na criança que vivia em uma comunidade violenta, sem conseguir enxergar um futuro digno e hoje pode sonhar.
Missões Nacionais almeja cuidar de cada pessoa neste país repleto de mazelas, desafios e incertezas. O que buscamos todos os dias, ao longo da nossa jornada, não é só olhar, mas enxergar o nosso próximo com a mesma compaixão e graça do nosso Pai.
Não podemos ficar apáticos à obra de Cristo! É preciso celebrar, se envolver, participar, mobilizar e contribuir com o avanço da obra no campo missionário! Convocamos o povo batista brasileiro a voltar os olhos para a seara, onde tantos jovens e adultos têm dedicado a vida a serviço do Rei. É certo que as experiências que virão serão transformadoras também na vida e no coração de cada seguidor do evangelho.
Cada um de nós é coadjuvante e cooperador da grande obra que Deus está realizando no Brasil. O evangelho e a fé em Cristo é o que nos torna desbravadores da missão de ganhar a pátria para Cristo e multiplicar discípulos. Temos o privilégio de fazer parte disso, e ver vidas sendo salvas e transformadas pelo poder de Deus. Muitos cristãos têm vivido dentro das igrejas sem ter a real dimensão do que Deus está promovendo no nosso país. Você se imaginaria fora disso? A obra de Deus começa operando em nós para ser perpetuada. Somos agentes dessa multiplicação. É preciso despertar dentro do nosso coração o ardor missionário e contagiar homens e mulheres batistas para atingirmos o objetivo de salvar vidas. O poder transformador de Cristo habita e está entre nós, atua na pessoa que antes estava perdida no mundo das drogas e que foi regenerada; no ribeirinho esquecido
Jesus é TRANSFORMAÇÃO e VIDA para todas as pessoas! Na Campanha Nacional de Mobilização 2017, levaremos essa mensagem e mostraremos ao Brasil o que Deus tem feito neste país, convocando todos os cristãos a se envolverem na proclamação do evangelho, que é poder de Deus para todo aquele que crê. Olhe em volta e veja o que Cristo tem feito. Conte a quem está perto de você! Seja também um agente da transformação que Deus usa para abençoar sua comunidade e gentios em nosso país! Com fé, Deus é poderoso para mudar qualquer cenário. Acreditamos que essas pessoas podem ir além do que todos esperam. E você, também acredita?
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ANÚNCIO
O privilégio de anunciar Jesus, transformação e vida
Nos conselhos de Paulo a Tito está um dos textos mais claros das Escrituras sobre a obra de Cristo: sua graça se manifestou a todos, e ela nos ensina a vivermos de uma forma nova, transformada, enquanto aguardamos a vinda de nosso Senhor (Tt 2.11-15). Cada um de nós, pastores e líderes, experimenta isso a cada dia, tanto em nossa própria vida como na vida daqueles que são alcançados pelo ministério que recebemos de Cristo. Temos o privilégio de ser canais dessa mensagem e, à semelhança do lavrador, sermos os primeiros a usufruir dos frutos, da alegria de vermos uma alma morta em seus delitos e pecados experimentar transformação e vida! É comum um pastor trabalhar 10 ou 12 horas por dia, levando essa palavra e orientando a sua comunidade. É com este sentimento pastoral que precisamos pensar nos diversos grupos étnicos ou culturais, bem como nos diversos municípios, que ainda não foram plenamente alcançados com a pregação do vangelho, e assim conduzir a igreja que lideramos à prática de um dos princípios mais importantes dos batistas, o da cooperação, afinal, se esperarmos atender primeiro a todas as necessidades de nossa igreja ou de nossa cidade, demoraremos mais para cumprirmos plenamente nossa tarefa. As necessidades de perto não nos eximem de interceder e contribuir para que as necessidades de longe também sejam supridas e, de fato, a graça se manifeste salvadora a todos os homens! Em tempos de Campanha de Missões Nacionais, precisamos ver pastores despertando igrejas do Sul, onde
temos uma igreja batista para cada 75 mil habitantes (especificamente no Rio Grande do Sul) a fazer uma grande campanha de oração e ofertas para que as Cristolândias de São Paulo continuem funcionando e transformando vidas perdidas por conta das drogas, resgatando pessoas das ruas e lhes devolvendo a dignidade, além da salvação. Que as igrejas de São Paulo, com seus 172 municípios sem a presença batista, orem e ofertem para que mais igrejas sejam plantadas no sertão do Rio Grande do Norte. Que os sertanejos, carentes de oportunidades, orem e ofertem para que os ribeirinhos da Amazônia também ouçam de Cristo. Que os ribeirinhos e indígenas orem e ofertem para que os Lares Batistas em Tocantins e na Bahia continuem alcançando crianças em vulnerabilidade social. Que, juntos, não olhemos somente para o que já fazemos por Missões, como as ações com as congregações filhas de cada igreja, mas nos desafiemos a ir além, a nos importarmos com as necessidades de perto ou de longe, e assim desafiemos toda a nossa membresia a envolver-se com o privilégio que é interceder e ofertar para a obra missionária. Que anunciemos Jesus, transformação e vida, em toda a Pátria!
MIlton Monte Gerente de Mobilização de Missões Nacionais
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Nós estamos preparados para uma grande campanha Era final da tarde quando o telefone tocou na nossa Central de Atendimento e uma boa surpresa estava do outro lado da linha. Ao atender, um senhor se identificou e pediu informações sobre os nossos projetos missionários. A irmã Carol foi esclarecendo uma a uma as dúvidas que lhe eram apresentadas. A conversa demorou alguns minutos e chegou a um desfecho inesperado. Com voz confortável e decidida o homem do outro lado da ligação fez uma última pergunta: – Quantos missionários Missões Nacionais têm?
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Carol informou: – Seiscentos e oitenta. E o que ele disse depois deixou Carol surpresa. Ainda de forma decidida, o homem, que se identificou como um empresário do interior do país, disse: – Quero que você faça uma adoção em meu nome para cada um dos missionários, pois quero contribuir mensalmente com todos esses projetos! E não é só isso: cada vez que um novo missionário for contratado eu quero ser informado, pois farei mais uma nova doação. – Uau! Serão quase setecentas contribuições missionárias mensais a mais em um único atendimento! Deus seja louvado! Quando soube desse fato fiquei pensando: o que levou esse irmão a tomar tal decisão? O que foi determinante para que ele entrasse em contato e contribuísse dessa forma com a obra missionária? Entrar na cabeça ou no coração das pessoas é uma tarefa difícil, mas passei e consegui identificar três fatores determinantes para a decisão de ofertar para missões e quero compartilhar com você: o primeiro deles é a relevância, o segundo a transparência no uso dos recursos, e o terceiro é o resultado alcançado. Uma boa conclusão que tirei dessa investigação é que Missões Nacionais tem bons indicadores nesses três fatores. Como disse no início, estamos preparados!
Relevância
Vamos ao primeiro: relevância. Esse fator diz respeito à percepção do quanto o que fazemos é importante para o reino de Deus, para a vida das outras pessoas e para a nossa própria vida. A Visão de Missões Nacionais é alcançar todos com o evangelho de Cristo Jesus, e nossa Missão é multiplicar discípulos do Senhor. Costumo dizer, quando vou falar para pessoas sobre o que fazemos, que como gestor eu tive oportunidade de trabalhar em diversos projetos de grande envergadura. Agora, no entanto, estou envolvido no maior projeto da minha vida, no mais importante e relevante que está em desenvolvimento no Brasil e no mundo, que é anunciar a Jesus Cristo e ajudar a conquistar discípulos para Ele. Não é de admirar que o nosso irmão da história inicial tenha percebido a relevância do que Deus está fazendo. Você se sente motivado? Eu me sinto. E esta motivação me faz estar em movimento, em Missões Nacionais, no Caminho e em Jesus!
Transparência Mas não basta perceber a relevância. Transparência no uso dos recursos também é importante que as pessoas se engajem. Se o que fazemos aqui em Missões Nacionais é relevante, transparência é o que estamos perseguindo sempre. Talvez você não saiba, mas todas as ofertas que são recebidas são tratadas por sistemas informatizados de primeira geração. Não há nada manual no tratamento dos recursos, tudo aqui é registrado, tornando possível o rastreamento de todas as operações, o que é atestado por nossos auditores. É importante dizer que Missões Nacionais é acompanhada durante todo o ano por nosso Conselho Fiscal, que nos au-
xilia, audita e avalia. Por dois momentos no ano recebemos também uma empresa de auditoria externa. O papel dela é nos “virar do avesso”. São profissionais de mercado que têm o objetivo de encontrar falhas, orientar e atestar nossa conduta, e glória a Deus por esse trabalho! Repetidamente, há alguns anos, Missões Nacionais tem sido auditada em suas demonstrações contábeis e avançado com louvor nas auditorias. Para quem conhece mais de contabilidade, nossos pareceres de auditoria têm concluído: “sem nenhuma ressalva de balanço”. Nossas contas são apresentadas em todas as assembleias e reuniões de diretoria, e também estão publicadas. A relação entre pessoas de Missões Nacionais na sede e no campo é comparável a países de primeiro mundo, sendo de 12,5%, o que significa que investimos a grande maioria dos recursos nos missionários diretamente no campo. Queria que você soubesse desses fatos porque eles demonstram que estamos no caminho certo, e queremos trabalhar a cada dia com mais transparência. Nosso lema é fazer tudo com excelência para a glória de Deus, e vamos fazer (Cf. 1Co 10.31).
Resultados Mas o que dizer dos resultados? Tenho certeza que o nosso irmão empresário, citado no início deste texto, quer investir onde haja frutos, e ele está certo. Resultados são muito importantes. Não adianta ter relevância e transparência e não apresentar resultados. Missões Nacionais se preocupa com resultados, em investir bem, estabelecer objetivos e alcançar metas. Resultados são consequência de raízes bem plantadas na verdade das Escrituras Sagradas e são colhidos para a glória de Deus. Você pode conhecer alguns deles na página 6 desta revista. É simples assim: Ele fez e a glória e louvor são dele! Foram esses resul-
tados que a irmã Carol apresentou para convencer de pronto o nosso irmão empresário. Falamos dos três tópicos: relevância, transparência e resultados. Evidentemente não tivemos a intenção de esgotar o assunto. Penso, no entanto, que compreendo melhor o que motivou aquele irmão citado a fazer uma oferta tão generosa. Ele queria trazer relevância para a sua vida e trabalho, mas ele queria fazer isso aplicando recursos onde percebesse transparência, para que pudesse se sentir seguro quanto aos resultados. Ele acreditou em Missões Nacionais, ele acreditou que conosco estaria contribuindo para que a graça de Deus se manifeste salvadora para todos os homens (Cf. Tt 2.11). Espero que essas informações encorajem você a participar. “Jesus: transformação e vida” é o tema de nossa campanha deste ano. Esta precisa ser a maior campanha de todas. Você me entende quando eu faço essa afirmação? Você e eu precisamos fazer acontecer, nossa família precisa, nossas igrejas precisam, o nosso Brasil precisa de Cristo. Estamos preparados para recrutar, preparar, enviar, cuidar e acompanhar. Faça parte conosco desta história. Vamos transformar o Brasil ainda nesta geração. Deus nos abençoe!
Leia mais sobre esse assunto no site da Campanha www.missoesnacionais.org.br Juarez Solino Gerente Executivo de Administração e Suporte de Missões Nacionais
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Amazônia 12
Na Amazônia estão mais de 24 milhões de pessoas, em cerca de 35 mil comunidades ribeirinhas e 147 etnias indígenas. Os batistas brasileiros têm se empenhado na evangelização dos povos do norte do Brasil por intermédio do barco O Missionário, que tem conduzido caravanas de igrejas brasileiras pelas comunidades ribeirinhas onde atuam os nossos missionários, e também recebido caravanas de igrejas ligadas à Convenção Batista do Texas, parceira na adoção missionária.
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O Projeto Amazônia tem sido uma ferramenta eficaz, reunindo os princípios da Igreja Multiplicadora com a inserção dos Radicais Amazônia nas comunidades ribeirinhas. Líderes são treinados e capacitados no Centro de Formação Missionária da Amazônia. Eles vivem e se relacionam com o povo local, plantam igrejas por meio das bases missionárias, formam líderes multiplicadores e realizam ações de compaixão e graça por meio do Projeto Novo Sorriso da Amazônia, que tem por objetivo erradicar a cárie nas comunidades ribeirinhas onde atuam nossos Radicais e/ ou missionários em formação. O Novo Sorriso tem atuado juntamente com o barco O Missionário, gerando ações estratégicas como as Trans Saúde, que têm levado esperança aos ribeirinhos.
Fernanda Souza Desde muito pequena, a radical Amazônia Fernanda Souza teve suas primeiras experiências com Deus. Foi curada de doenças e alcançou toda a sua família para Cristo. Hoje, aos 25 anos, ela está numa pequena comunidade chamada Campinas do Norte, em Manacapuru, no Amazonas. Ela descobriu o seu chamado missionário bem jovem, depois de um apelo feito num congresso de missões pelo pastor Donaldo Santos, coordenador do Projeto Radical Amazônia. Fernanda já está perto de completar os dois anos do programa de formação. E do campo já soma belas histórias de transformação, como de Tainá, uma jovem que tem lutado para abandonar o vício nas drogas e se tornar uma líder local. Por meio do exemplo e do carisma de Fernanda, o sonho da jovem também é de se tornar um dia uma radical e poder ser uma referência positiva, se distanciando dos erros do passado e vivendo uma nova vida escrita por Deus. Quando a radical se recorda de como foi chegar na comunidade, pela primeira vez, ela fala das dificuldades que encontrou e teve que superar uma a uma. Para uma jovem acostumada ao conforto do seu lar foi um verdadeiro desafio e choque cultural. Junto da missionária Kelma, sua dupla no período de Radical, foi necessário construir com as próprias mãos o templo
onde são realizados os cultos, da estrutura até os bancos. As pessoas se reuniam na porta da casa das radicais, e por ser uma comunidade ribeirinha, mesmo alagada em alguns períodos do ano, o trabalhou avançou e, desde então, Campinas do Norte mudou. Percorrendo a comunidade vemos como o trabalho de Fernanda e Kelma está influenciando o local e a casa-templo já está pequena para o número de membros. A radical decidiu obedecer à voz de Deus. O isolamento, a saudade de casa, todos os gigantes que têm se levantado a cada dia não a paralisaram. Mesmo jovem, ela tem sido um poderoso instrumento de Deus na transformação de vidas. Para a radical é incrível tudo o que Deus é capaz de fazer, e Ele vai além do que se possa imaginar. Fernanda diz que em nada tem a própria vida como preciosa, se não seguir o ministério que lhe foi dado, seguindo os passos dos apóstolos em Atos 20.24. E assim, por meio da vida e ousadia dela, pessoas estão descobrindo que só Jesus é transformação e vida. Para ela é impossível viver de forma que as pessoas não conheçam esse amor!
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Capelania Prisional Confiantes na transformação de vidas pelo poder do evangelho, seguimos avançando também nos presídios brasileiros. A Capelania Prisional Batista tem por objetivo liderar um movimento de plantação de igrejas em todos os presídios no Brasil, visando alcançar todos os presos com o evangelho. Para isso, foi estabelecido um trabalho de mapeamento, buscando não só a localização dos presídios, mas também as igrejas mais próximas a eles.
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Hoje, o projeto é desenvolvido no Paraná com o missionário Luis Carlos, no Rio Grande do Norte com os missionários Dário e Pâmela, e em Minas Gerais com a missionária Mônica Peixoto, além dos mais de 300 voluntários em diversos estados do Brasil, buscando alcançar a população carcerária do país, que hoje já conta com mais de 600 mil presos.
Patrícia Estamos tão habituados com a liberdade que só nos damos conta de quão preciosa ela é quando a perdemos. Sofremos uma catarse, um choque, ao conhecer mais profundamente a situação de um encarcerado. Imagine o que é passar grande parte da sua vida atrás das grades, pagando por crimes, justamente, ou não? O tempo deve passar de vagar, mas do lado de fora ele não para, e, na verdade, voa na alta velocidade das dúvidas e incertezas sobre essa lacuna de vida que não se sabe como está sendo preenchida. Nosso primeiro pensamento é de julgamento. Entretanto, depois que mergulhamos no repertório de vida dessas pessoas, descobrimos que as circunstâncias, muitas vezes, não foram favoráveis também. Constatamos o real valor da família e das amizades na construção da sociedade e em como o meio influencia diretamente o futuro de gerações. Patrícia caminha pelo Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto e carrega nos braços a pequena menina de que terá que se despedir em poucos meses, quando completará seu primeiro aniversário. Aos 31 anos ela não é mãe de primeira viagem, mas quer ter a oportunidade de refazer a vida de modo diferente: superando a dependência química e dando o amor que não soube entregar para todos os outros filhos. O sonho dela é deixar a prisão e reencontrar sua família. Desde que a interna conheceu o projeto Casa Alma Livre, liderado pela missionária de Missões Nacionais Mônica Peixoto, que há mais de uma década trabalha com capelania prisional em Minas Gerais, ela acredita ter encontrado
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o apoio necessário para abandonar os erros do passado. Para Patrícia é a grande oportunidade de virada. Como ela existem outras que estão se preparando para o dramático momento do adeus. A maternidade, naturalmente, é algo que sensibiliza até num rápido “até já”. Mas para onde correr? Como fugir quando seu principal rival é você mesmo? Essas meninas têm conhecido um refúgio, um esconderijo em que podem descansar, ter abrigo, esperança e tratamento; onde podem recostar e ter as lágrimas enxugadas pela saudade de seus filhos e a certeza de um recomeço sem rótulos e vestígios. É no Altíssimo que tudo se faz novo e a transformação vai acontecendo um dia de cada vez, de grão em grão. Só o amor de Deus é capaz de vencer qualquer barreira para que elas acreditem que podem ir além do que o mundo espera.
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Cristolândia Desde 2009, a Cristolândia tem sido um ponto de apoio que leva esperança em meio ao caos das drogas nas capitais brasileiras. Atualmente, as Cristolândias estão em 7 estados, com 37 unidades onde mais de mil alunos estão em reabilitação e cerca de 1 milhão de refeições são servidas anualmente para quem procura ajuda nas unidades. Pessoas antes escravas das drogas e abandonadas pela sociedade têm encontrado refúgio, esperança e transformação em Cristo. Com a ajuda do povo batista brasileiro, a Cristolândia continuará sendo uma referência nacional entre programas de recuperação para usuários do crack, como apontou o livro “Crack e exclusão social” (2016), publicado pelo Ministério da Justiça e Cidadania.
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O projeto Cristolândia hoje conta com mais de 1.100 pessoas abrigadas. Atende diariamente centenas de pessoas nas capitais onde está instalado e todos os serviços são gratuitos. Nestes atendimentos são oferecidos banho, café da manhã, almoço, troca de roupa e cortes de cabelo. O subsídio para manutenção das unidades é originário de doações, ofertas e parcerias. O projeto é sustentado por ofertas e doações e conta com o trabalho de missionários e voluntários.
Silvia Regina
Silvia Regina tem 60 anos, é missionária em formação e estuda no Centro Integrado de Educação e Missões (Ciem), no Rio de Janeiro. É membro da PIB de São Paulo e estagia na PIB do Andaraí (RJ). Quem vê sua alegria no serviço cristão não tem ideia da história de dor, abandono e drogadição em que viveu. Hoje, resgatada e regenerada por Cristo, ela é um exemplo do poder transformador do evangelho. Silvia se envolveu ainda criança com o tráfico e perdeu 25 anos da vida enquanto estava na prisão. Ao sair, sem rumo nem amparo, recorreu à fabricação de crack para ganhar dinheiro e tornou-se viciada. Ficou conhecida como ‘a bruxa da cracolândia’. Ela perdeu mais 14 anos no mundo das drogas até encontrar libertação. Vivendo na cracolândia de São Paulo e pesando cerca de 40 kg, ela buscava socorro, mesmo que fosse na morte. “Um dia, a Fernanda [Radical Cristolândia] me deu um
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abraço e disse no meu ouvido que Jesus me amava. Isso mexeu comigo. Ela mexeu com meu coração. Eu queria tomar banho. Estava suja. Eu me sentia muito cansada. Eu lembro que ainda fiz um trato com Deus e disse que se eu saísse das drogas eu ia servi-Lo de verdade. Eu ia arrumar um jeito”, conta Silvia durante seu testemunho. Com o apoio da Cristolândia, Silvia foi alimentada não só de comida física, mas espiritual. Foi lá que ela conseguiu ajuda para reencontrar a família e apoio para estudar. No início do ano, sua história chegou a diversas famílias do país através do programa Fantástico. Hoje, seu testemunho tem sido um referencial de transformação de vida possível apenas através do poder do evangelho de Cristo.
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Viver
Foi observando o crescimento desenfreado do número de usuários de drogas que Missões Nacionais percebeu a necessidade de, além do trabalho de recuperação, concentrar esforços na prevenção. É com o PROGRAMA VIVER que estamos voltando nossos olhares para as crianças do nosso país que, sem orientação, têm escolhido o caminho das drogas. No VIVER, levamos igrejas e organizações a disseminarem em sua comunidade a importância de fazer a escolha certa, a escolha pela vida!
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Como povo batista, movidos de compaixão e graça, seremos também uma referência no desenvolvimento do programa de prevenção às drogas – VIVER, para que alcancemos crianças de todo o país com a conscientização de uma escolha certa, longe das drogas e junto de Cristo.
Leandro
Ao olhar para a realidade de Leandro, um adolescente de 12 anos, que vive em Costa Barros, comunidade do Rio de Janeiro conhecida pelo alto índice de violência e tráfico de drogas, muitos imaginariam que seu destino estivesse traçado e não fosse muito promissor. Abandonado pela mãe ainda bebê e filho de um pai analfabeto e dependente químico, Leandro passou a infância percorrendo as ruas da comunidade, em caminhos que muitas vezes o levaram a ver e ouvir coisas que marcariam negativamente uma época de sua vida que deveria ser de alegria e aprendizado. A transformação dessa realidade veio com a inauguração da Casa Viver em Costa Barros, onde atuam os missionários pastor Raone e Laíse Barcellos, na missão de assistir crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social e mostrar-lhes escolhas longe das drogas. Foi ali que Cláudia Santos, tia de Leandro, viu um ponto de esperança para o menino, que já na adolescência e estando na 5ª série, não sabia ler nem escrever e tinha problemas até para diferenciar as cores. “Nós tínhamos muitas queixas do Leandro, na escola, com a avó dele, e foi aí que veio o projeto e depois disso
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ele melhorou bastante. O projeto é uma bênção na vida do Leandro. Um dia eu liguei para a Laíse e falei para ela que quando ele começou a frequentar o projeto ele começou a viver, a ter infância. Porque uma criança que sai de casa e a mãe e o pai não sabem nem onde está... isso não é infância. Ali sim ele começou a viver!”, contou Cláudia. A mudança veio também no aprendizado. Com um trabalho intensivo de reforço escolar na Casa Viver, Leandro hoje, após alguns meses de acompanhamento, já consegue ler e escrever e não sente mais vergonha de estar entre os colegas de classe. A alegria estampada no rosto do menino reflete a nova perspectiva de vida e os sonhos que já começam a ganhar forma. Um deles: ser pastor.
Sertão O sertão nordestino, região com 1.050 municípios, lembrada sempre pela pobreza e escassez de água, tem sido cenário para as transformações que apenas a água da vida pode causar. O Projeto Sertão atua em comunidades isoladas e tem mostrado aos sertanejos uma nova perspectiva de vida abundante.
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O objetivo do Macroprojeto Sertão é a multiplicação de discípulos, plantação de igrejas multiplicadoras autóctones, formação e desenvolvimento de líderes multiplicadores locais, ações de relevância social e desenvolvimento sustentável, visando alcançar com o verdadeiro evangelho os mais de 20 milhões de habitantes, dos quais pouco mais de 5,5% se declaram evangélicos. Nossos missionários locais estão envolvidos na formação de equipes nativas de evangelistas e plantadores de igrejas investindo em líderes locais, os Radicais Sertanejos, que têm como missão levar o seu povo a conhecer mais de Deus. Jovens treinados e capacitados para atuar de diversas maneiras. Entre elas destacamos a evangelização discipuladora de sertanejos e a implementação das práticas de higiene bucal por meio do Projeto Novo Sorriso do Sertão, que tem por objetivo erradicar a cárie nas comunidades sertanejas onde atuam os Radicais Sertanejos e/ou os missionários em formação.
Dalzirene Santos O que podemos esperar de um lugar onde a seca e a escassez representam a realidade? Não é simplesmente conviver com o pouco, mas sobreviver a partir do nada. Não estamos falando sobre miséria, nem tampouco pobreza extrema. Estamos apontando um cenário onde nem o solo nem o céu são capazes de reproduzir vida.
Nesse semiárido, água só cai uma vez por ano e até a flora nativa é espinhosa. Mas é nesse ambiente que a graça de Deus tem se manifestado de forma exuberante, porque até o homem enfrenta severas dificuldades para acessar comunidades sertanejas tão isoladas, abstidas de qualquer mínima infraestrutura. Em Bom Jesus da Lapa, no interior da Bahia, onde atua o missionário pastor Ralison Medeiros Costa, que é coordenador do Radical Sertanejo e um dos coordenadores do Projeto Sertão, milagres estão acontecendo.
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Dalzirene Santos consegue descrever, com detalhes, toda a transformação que Jesus realizou em sua vida e continua promovendo todos os dias. Hoje, ela tem um Pequeno Grupo Multiplicador em sua casa e discipula moradores da comunidade que vive. A conversão dela é resultado do Projeto Sertão. É desta forma que Deus vai se revelando e mostrando para um povo com tantas carências o seu poder e majestade. No Sertão, Ele tem levantado desbravadores e multiplicadores da fé. É tarefa árdua anunciar as Boas-Novas para aqueles que acreditam que foram completamente esquecidos. Entretanto está nascendo neles o sonho por dias melhores. Cristo tem sido a fonte de água viva inesgotável que alimenta os sedentos e transforma o semiárido num lugar de graça e abundância.
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Surdos Viver em uma sociedade onde sua língua e cultura é desconhecida é a realidade de 9,6 milhões de surdos brasileiros, que são inibidos de se comunicar, participar da sociedade como cidadãos ativos e, principalmente, de experimentar a alegria de conhecer o seu criador. Eles têm que ouvir a mensagem do evangelho, e isso deve acontecer de forma contextualizada. Estamos avançando na capacitação de líderes e disseminação do grande desafio de alcançarmos esse grupo estratégico. Pela graça de Deus, atualmente temos missionários em 5 projetos de Plantação de Igrejas em Libras e diversos PGMs em Libras no Brasil.
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com sua família era quase inexistente. Aos 17, sabia pouco de Libras e não frequentava a escola. Quando passou a aprender, a falta de instrução e comunicação o levou aos piores caminhos.
José A cácio
Imagine viver em um mundo sem poder se comunicar com as pessoas à sua volta. Foi assim que viveu o jovem José Acácio durante anos. Nascido surdo em uma família de Magé, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RJ), seus pais por muito tempo não sabiam qual era o problema que o fazia não entender instruções básicas, e a comunicação
“Minha vida no passado era muito complicada. Eu queria ter dinheiro igual aos outros jovens. Então comecei a roubar as pessoas para beber e usar drogas. Eu era um cara muito violento, muito nervoso. Minha comunicação em casa era muito difícil. Não entender o que as pessoas estavam falando me dava uma tristeza muito grande e eu ficava pensando que era o único surdo no mundo. Aquilo trouxe uma angústia e uma depressão muito grande na minha vida”, conta José, hoje com 27 anos. Nas primeiras vezes que foi à igreja, José sentia-se deslocado, pois ninguém podia traduzir para ele o que era falado. Para ele, era impossível conhecer a mensagem do evangelho. Foi apenas com a visita da missionária Marília Manhães, do Ministério com Surdos de Missões Nacionais, que ele foi apresentado a Jesus, que poderia transformar sua situação. “Foi o momento mais feliz para mim quando eu entendi o que as pessoas falavam. Depois do dia que eu entendi quem era Jesus, que eu recebi Jesus e Ele transformou a minha vida, eu comecei a desejar aprender mais de Deus e nunca mais quis pensar em viver aquilo que eu vivia antes.” Depois que conheceu a mensagem do evangelho, cresceu no coração de José Acácio o desejo de compartilhar com outras pessoas sobre Jesus, principalmente outros surdos, que viviam tão distantes do entendimento de Deus. Hoje, junto com o pastor Rafael Nascimento, da Igreja Batista em Libras de Vila Isabel, Rio de Janeiro (RJ), José Acácio é um líder de Pequeno Grupo Multiplicador em Libras (PGML) e tem levado transformação e vida por meio do evangelho para a comunidade surda ao seu redor.
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Uma
coisa tem intrigado meu coração: o que leva um pastor de uma igreja batista a não envolver sua igreja a contribuir com a Agência Missionária de sua denominação? Afinal, os relatórios apresentados nas Câmeras Setoriais de Missões nas últimas Assembleias Nacionais mostram que apenas 40% de nossas igrejas estão investindo na Obra Missionária realizada pelos batistas brasileiros. Imagino sinceramente que alguns fatores podem influenciar nessa decisão, e quero aqui refletir em algumas linhas sobre essa questão.
H á aqueles que são tomados pela dúvida de que os recursos cheguem de fato ao campo missionário: “Alguém disse que conhece alguém que falou alguma coisa”. Todo o trabalho denominacional é submetido a relatórios quadrimestrais, além da Assembleia Anual. Missões Nacionais tem inclusive se submetido a uma auditoria particular visando a cada ano ser melhor na gestão e organização financeira. Nossos relatórios têm sido aprovados sem nenhuma restrição. O que mostra o cuidado com a administração das ofertas que são enviadas com tanto carinho pelas igrejas. Nosso investimento em despesas administrativas foi de 11,5% em 2016, e isso ainda inclui investimentos em Plano de saúde, e agora odontológicos, dos nossos missionários. Não tenha dúvida de que nosso alvo é melhorar cada vez mais, de modo a investirmos sempre em projetos desafiadores que de fato façam história na transformação de vidas em nossa Pátria, sem perdermos de vista o cuidado com o bem mais precioso que temos, que são as famílias missionárias. Há um grupo também que não conhece a relevância da obra que estamos realizando. E por isso não se sentem de-
Juntos, na missão de transformar o Brasil safiados a avançarem conosco. Por alguma razão ficaram distantes, e não tomam conhecimento das ações planejadas que temos por realizar. Missões Nacionais tem um Planejamento Estratégico! Nós sabemos exatamente aonde queremos ir, e na dependência do Senhor estamos organizados para realizar ações otimizadas em busca do nosso objetivo central, que é evangelizar e discipular cada pessoa em solo brasileiro. Hoje temos uma equipe vibrante e absolutamente comprometida com a nossa missão. Bom seria que mais igrejas conhecessem nossa proposta e lutassem conosco por um Brasil transformado!
mos ideias, e de sonharmos juntos outra vez! Ações de transformação poderiam ecoar mais forte e pujante em cada cantinho deste imenso Brasil de tantas dificuldades e oportunidades.
Mas não podemos deixar de ponderar que Missões Nacionais não é a única forma de investimento missionário para transformação de nossa Pátria! E é claro que muitas igrejas não estão conosco, mas estão de algum modo investindo também na transformação do Brasil. Estão também comprometidas com a Missão que têm recebido do Senhor. Para essas igrejas, permita-me hoje considerar: imaginem o que é que nós não faríamos se juntássemos forças?! Um princípio marcante em nossa denominação desde o início sempre foi a cooperação. Seria tão bom se tivéssemos oportunidade de iniciar um novo diálogo, de discutir-
Desafio você a nesta campanha missionária somar forças com outras igrejas batistas do Brasil por intermédio de Missões Nacionais. Temos muitas possibilidades de efetivamente participar de grandes mudanças na vida de muitos brasileiros. Venha conosco. Vamos juntos avançar pela transformação de Nossa Pátria!
Eu não tenho dúvida: a graça de Deus é para todos os brasileiros! Ele não quer perder ninguém! A minha missão não é mais importante que a sua. A sua, não é mais relevante que a minha. Mas eu e você, juntos, seremos mais fortes, chegaremos mais longe e alcançaremos mais pessoas com a transformação do evangelho de Cristo Jesus.
Fabiola Molulo Tavares Gerente de Alianças Estratégicas de Missões Nacionais
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Transformando a vida da igreja por meio dos PGMs Nos últimos três anos temos vivido uma transformação em nossa visão de ser igreja. Conceitos do Novo Testamento começaram a ser desenvolvidos no seio de nossa igreja para uma virada em nosso cotidiano. Hoje buscamos viver os princípios da Igreja Multiplicadora (IM) para que nossa vida seja voltada para cumprir a Grande Comissão. Por isso, peço a Deus que este testemunho saia destas páginas e transforme vidas.
Os Pequenos Grupos Multiplicadores (PGMs) têm-nos feito viver nas duas asas da igreja, o templo e as casas, e por isso almejamos voos mais altos. A igreja tem vivido princípios e valores que nos fazem mergulhar na vida da igreja primitiva e no entendimento do que é ser uma Igreja Multiplicadora. Ver novos líderes de todas as idades (adolescentes até idosos) me faz perceber que o PGM é um celeiro de liderança e da vivência do sacerdócio individual do cristão, onde há relacionamentos evangelísticos e discipuladores que geram milagres todos os dias, conversões todos os dias, crescimento todos os dias, ajuda ao próximo todos os dias.
Recentemente em um encontro de Líderes de PGMs, um deles levou um novo crente, e eu aproveitei a oportunidade e fiz uma entrevista com aquele novo irmão. Perguntei-lhe como se deu a sua conversão, o que foi importante para ele reconhecer Jesus como Senhor e Salvador de sua vida, o que ele mais gostava na igreja. A resposta foi uma descrição da visão de um verdadeiro relacionamento discipulador. Ele se converteu após entender que havia grande prazer das pessoas do PGM em servir a Jesus e que se sentiu impactado com o interesse na vida dele, principalmente porque as pessoas não queriam nada em troca, apenas estavam interessadas na vida dele. Ele reconheceu que Jesus é o Senhor e Salvador dele ao perceber que não há felicidade sem ter Deus em sua vida, e que no PGM ele foi ensinado que viver Cristo é amar a Deus e ao próximo. Lá ele se relacionou, conviveu com “o povo da igreja”, houve um empenho para ajudar sua família, houve cuidado com os seus problemas e que ele ficou impressionado quando descobriu que oravam por ele já fazia muito tempo. Agora quando não vai ao PGM parece que falta
27 algo na sua vida e quando não pode ir ao templo fica tudo sem graça, pois perde a oportunidade de viver e ver Deus nos relacionamentos que agora tem. Ao responder à última pergunta, o que ele mais gostava na nossa igreja, ele foi lacônico – MEU PGM! É isso que ele mais gosta na igreja. Os líderes se emocionaram, e eu fiquei me lembrando da transformação que estamos experimentando por meio da visão IM e dos PGMs, de como vencemos tantas lutas juntos para chegarmos a esse patamar. Cuidar de pessoas e amá-las tem sido a nossa vida, uma caminhada transformadora no seio da igreja. Traz para mim um novo tempo, um novo ar, um entusiasmo espiritual e vocacional. Essa visão tem transformado meu ministério, minha vida de pastor. Em 2017 completo 20 anos de pastor batista e agradeço a Deus por estar me dando oportunidade de ver no nosso meio essa mudança. Vivo hoje em uma igreja animada, cumprindo a Grande Comissão, preocupada com pessoas e em ver a vida delas sendo transformada pelo amor de
Deus; vejo a igreja voltando aos Princípios Neotestamentários, preocupada com Missões. Nesses últimos anos, levantamos as maiores ofertas missionárias de nossa história e abrimos uma nova frente com a junção de alguns PGMs. Tenho tido oportunidade de ajudar outras igrejas nessa jornada e, da mesma forma, tenho grande gratidão e alegria ao vê-las caminhando na visão, mudando o foco e crescendo na multiplicação de discípulos. Igrejas crescendo nos Relacionamentos e por isso tendo um novo fôlego, um novo momento. Vejo igrejas ardendo de amor pelos perdidos, saindo do templo e de casa em casa buscando vidas por intermédio da Evangelização Discipuladora. Agradeço a Deus, pelo momento que vivemos, uma transformação de vidas, de ministérios e de igrejas. Jeferson Dantas Pastor da 1ª IB de Imperatriz (MA)
Missões: é tempo de olhar além 28
“Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente”. Este é o maior mandamento e o mais importante. E o segundo mais importante é parecido com o primeiro: “Ame os outros como você ama a você mesmo”. (Mateus 22.37-39) A obra missionária faz parte do DNA dos batistas, é a nossa identidade. E nós temos esse valor porque missões faz parte do grande projeto de Deus para aqueles que são discípulos de Jesus. Quando eu invisto na obra missionária, estou cultivando o meu olhar para fora, para uma sociedade sem Deus e para as suas necessidades. Estou olhando para além da minha vida e da minha igreja, e isso tem relação com o mandamento que Jesus ensinou sobre amar a Deus com toda a força e entendimento e amar o próximo como a nós mesmos. Quando eu invisto na obra missionária estou declarando o meu amor ao próximo e dizendo que estou interessado no seu destino eterno, em seu bem-estar físico, seu progresso intelectual, em sua família, em sua vida como um ser integral. Quando vou à cracolândia e resgato uma pessoa; quando vou a uma escola e ajudo uma criança;
quando vou ao Sertão e coloco uma cisterna; quando implanto uma igreja; quando prego o evangelho e ajudo a reconstruir uma família, eu estou amando o próximo. Quando eu invisto na obra missionária também estou dizendo que creio que Deus tem amor pelas pessoas. Eu não olho só para a pessoa ao meu lado, mas obedeço a Deus, que diz “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho”. Assumo uma postura de servo e de discípulo. Aos pastores batistas de todo o Brasil, o desafio é entender como podemos cumprir com excelência a Grande Comissão. Se queremos ser mais batistas, devemos fazer MAIS missões, se queremos ser uma igreja verdadeiramente batista, devemos fazer MAIS missões, porque isso faz parte da nossa identidade. Igrejas batistas que estão vivas, que crescem e têm prosperado são igrejas ativamente envolvidas na obra missionária, porque missões traz vida para a igreja.
L. Roberto Silvado Pastor da IB do Bacacheri (PR); presidente da CBB
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A graça salvadora para os indígenas
A proclamação do evangelho por meio dos nossos missionários nos campos indígenas, há décadas, tem como objetivo principal comunicar de uma forma eficaz a pessoa salvadora do nosso Senhor Jesus Cristo. Os esforços para desenvolvermos ações relevantes entre povos minoritários que ainda não tiveram a oportunidade de ouvir das Boas-Novas tem pautado a nossa caminhada nesses mais de 110 anos de trabalho transcultural.
Somos conscientes da existência das barreiras culturais e linguísticas para comunicar a Palavra de Deus a esses povos, o que tem contribuído com o preparo e aperfeiçoamento contínuo daqueles que se colocam à disposição do ministério entre indígenas. Quando os missionários estão bem preparados, confiando no Senhor e dispostos a capacitarem os indígenas para que eles mesmos trilhem o seu caminho, o resultado é o nascimento de uma igreja genuinamente indígena, com liderança nativa, autopropagadora e automantenedora. Um exemplo é o que temos vivido junto ao povo Macuxi, em Roraima. Os Macuxi somam cerca de 34.000 pessoas, vivendo em dezoito comunidades situadas em “terras com demarcações descontínuas”, “ilhas” no norte e nor-
deste do estado, sendo ligadas por estradas de terra aos municípios de Boa Vista e Bonfim.
Trata-se de um contexto desafiador, porém, que tem recebido a Palavra do Senhor por intermédio dos missionários em formação Jonaldo e Júnia Macuxi, indígenas, que não têm medido esforços para visitarem aldeia por aldeia, criando relacionamentos discipuladores e dedicando tempo ao ensino e cuidado das famílias que demonstram interesse em conhecer do evangelho. Mesmo recebendo convites para trabalhar secularmente, Jonaldo não abriu mão de dedicar tempo integral à evangelização discipuladora do seu povo. O impacto do evangelho foi tamanho na vida dessa família, que hoje dedicam-se totalmente ao alcance de outros indígenas e à formação de novos líderes. O casal indígena é acompanhado pelos missionários Wanderlei Pina e Solange, que dão suporte ao avanço na Serra da Lua e têm focado o seu ministério na formação de líderes indígenas e no ensino bíblico de crianças. Pr. Valdir Soares e Ana Maria Pereira da Silva Coordenadores do trabalho indígena de Missões Nacionais
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ANÚNCIO 30
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Da cracolândia para o ministério pastoral Maravilhosa Graça! Maior do que podemos entender. Jesus tem os seus métodos de alcançar-nos de maneira única. Foi isso que Ele fez, alcançou-me de forma peculiar no meu contexto. Isso aconteceu numa madrugada, quando eu voltava da cracolândia em São Paulo. Foi lá onde Deus usou Jessé, um usuário de crack. Já fazia três anos que eu usava crack, estava morto. Permaneci junto com Jessé para acompanhá-lo para a Cristolândia para ser acolhido, pois não aguentava mais. Eu orava: “Senhor Deus, tem misericórdia de mim, pois eu sozinho não consigo sair dessa situação. Socorro! Ajude-me, Senhor. Socorro! É assim que eu te oro em nome de Jesus, amém”. Em 27 de janeiro de 2011 entrei na Cristolândia como aluno e foi isso que fez Jesus: transformação e vida me deu. Passei pelo CFC I, em Salvador (BA), depois pelo CFC II em Bauru (SP), e no término do meu tempo fui selecionado pelo pastor Hugo Eduardo Urquizo Montes, em meio a 50 alunos, para fazer o Radical Brasil, e ele enviou somente três para o Radical. Fui para Recife em 04/08/11 para o treinamento, e em 16/11/11 inauguramos a Cristolândia Recife. Ao término do Radical, apesar de que “Uma vez Radical, Radical para sempre!”, queria continuar agora como pastor, mas precisava terminar os estudos, pois só tinha a 7ª série do ensino fundamental. Deus demonstrou sua graça em minha vida da mesma forma como em Mateus 19.29. Isso aconteceu na prática! Uma senhora voluntária chamada Eliude me apresentou para o professor Amaro, que começou a contribuir comigo e me levou até Capungópolis, o Acampamento da Igreja da Capunga, onde conheci a minha mamãe adotiva de Pernambuco, a senhora Glícia
Pessoa, ocasião em que soube do meu sonho de terminar os estudos, entrar no Seminário e fazer o Mestrado e o Doutorado em Teologia. Ela matriculou-me no curso de supletivo. Pedindo a Deus uma resposta de como deveria ser a minha atitude naquele momento, fui direcionado pelo Espírito Santo a ir falar com o pastor Ney Silva Ladeia para pedir auxílio. Ele me orientou a terminar os estudos e voltar para falar com ele e foi isso que eu fiz. Então fui morar no Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil (STBNB). Eu ia às igrejas compartilhar o que Deus estava fazendo em minha vida e por meio dela. Foi em um congresso para jovens no sítio em Silvânia que conheci Diana, e nós nos interessamos um pelo outro, depois começamos a namorar. Em 2016 tive grandes conquistas. Em 16 de janeiro casei-me com ela. Formei-me no STBNB, concluí o curso de Teologia, e pós-graduação em Ciências da Religião pela Faculdade de Teologia Integrada (FATIN) em Igarassu (PE). Em 2017 Deus abençoou-me com o maior presente que já poderia ter ganhado, o meu filho, Mateus, e no mesmo dia recebi a notícia de que havia sido aprovado pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) no Mestrado em Teologia. Em 26/03/17 fui consagrado ao ministério pastoral na Igreja Batista da Capunga. Isso é só o começo da jornada que tenho que percorrer, mas o que seria de mim sem a maravilhosa graça de Jesus?
Marcio Gonçalves Campos Pastor de Missões Urbanas da Igreja Batista da Capunga (PE)
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A liberdade
No alto de uma montanha de difícil acesso, em frente a um portão de três metros de altura, depois de três horas gastas em ônibus e metrô para chegar até aquele portão, a cena é de viaturas entrando e saindo, com homens armados e apressados. Pacientemente aguardamos os guardas chamarem nosso nome, o portão se abrir, para sermos revistados e levados até as celas ou pátios onde os presos tomam banho sol. Portamos apenas nossa bíblia. Ficaremos horas trancados com os presos, sem termos controle sobre nada. Estaremos na total dependência de Deus. Difícil acreditar que já se passaram 12 anos em portarias de presídios, dedicados a compartilhar o evangelho, que é para TODOS, evangelho que não exclui! Evangelho que acolhe! Que inclui cada um que está atrás das grades, cada agente penitenciário que não é reconhecido nem valorizado pela sociedade, cada pessoa que foi vitima de criminosos e chora junto com sua família, porque são vítimas da violência que assola nossa nação. Você quer saber se valeu a pena? No Brasil a conta não fecha. Temos mais 600 mil presos e pouco mais de 300 mil vagas nas prisões. Não podemos nos esquecer dos mais de 500 mil mandados de prisão em aberto, aguardando serem cumpridos. Temos cerca de 60
mil agentes penitenciários que trabalham para custódia e controle desta população prisional. Nossas prisões não regeneram, mas segregam, insensibilizam e tornam os presos ainda mais embrutecidos, mais violentos.
Triste é a realidade do ex-presidiário, o egresso do sistema prisional. Aquele que realmente almeja por uma nova vida encontra a maioria das portas lícitas fechadas, enquanto as portas do crime o convidam, o assediam, tentando convencê-lo de serem a única saída.
Triste é a realidade da família dos presos que passam por revista íntima no dia de visita. Essas pessoas são marginalizadas e em muitos casos omitem em seu trabalho, escola e igreja que têm alguém de sua família preso. Famílias sem voz, que não podem denunciar maustratos por medo de represálias. É comum encontrar irmãos em Cristo na porta das prisões a visitar seus filhos e que precisam muito do nosso apoio e orações. Triste é a realidade dos familiares dos agentes penitenciários. Agentes que não são reconhecidos e valorizados pelo Estado e pela sociedade como deveriam. A família deles vive a insegurança e o medo das frequentes ameaças que os agentes recebem por parte dos presos. Ameaças que envolvem a vida do
de da graça agente e a vida de seus familiares. Em sua igreja há agentes penitenciários ou agentes de polícia? Talvez sua igreja possa iniciar um trabalho com eles. Triste é a realidade dos familiares das vítimas ocasionadas pelos crimes cometidos por estes mais de 600 mil presos. A quem essas familías irão recorrer? Quem irá ouvi-las? Quem irá à casa delas, sentar-se ao seu lado e as acolher? Talvez sua igreja possa abraçá-las.
Triste também é a realidade da igreja que desconhece o poder que há no sangue de Jesus. Que omite a salvadora graça manifestada a todos. Se valeu a pena? Olhando para trás e podendo ver todas as vidas que foram transformadas pela graça de Deus que se manifestou salvadora a todos os homens, posso afirmar com total certeza e clareza: sim! Valeu cada minuto destes 12 anos visitando as prisões. Valeu cada versículo compartilhado, pois a Palavra não volta vazia. Valeu cada aperto de mão, cada abraço, cada olhar, pois era o próprio Cristo se manifestando a todos os presos, agentes, familiares e vítimas. Querido pastor, precisamos de você nesta grande missão! Queremos conhecer os vocacionados de sua igreja. A JMN está pronta para capacitar uma equipe de
sua igreja, para que vocês possam atuar dentro e fora das prisões. Estamos prontos para lhe dar assessoria e caminhar junto com você na solução de dúvidas e dificuldades que são próprias desta área. Estamos prontos para mais 12 anos servindo nas prisões e quantos mais o Senhor permitir. Você pode fazer parte desta grande obra! Juntos faremos a melhor campanha de todos os tempos! Há pessoas em trevas, clamando por ajuda. Juntos somos a resposta de oração para a vida deles. No material da campanha você encontrará muitos testemunhos de presos que tiveram a vida transformada. Juntos somos mais fortes e iremos mais longe.
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Mônica Felicia Peixoto Missionária de Capelania Prisional de Missões Nacionais em Minas Gerais
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Transformação e vida para os surdos Em todo Brasil são 9,6 milhões de surdos; apenas em Nova Iguaçu, cidade do Rio de Janeiro onde atuo com minha esposa, são cerca de 27.550 (IBGE 2010). Chamados por Deus para plantar a Igreja Batista em Libras de Nova Iguaçu temos o desafio falar do amor de Deus a este povo não alcançado em sua própria língua.
A maioria deles já frequentou alguma igreja evangélica, mas abandonaram. Há falta de um trabalho específico em Libras para eles. Em poucas igrejas batistas há um Ministério com surdos atuante. A Igreja Multiplicadora em Libras deseja alcançar os surdos de maneira integral para que cresçam como Jesus em graça, sabedoria e estatura diante de Deus e dos homens. Os cinco princípios da Igreja Multiplicadora atendem perfeitamente a esta necessidade. Em João 10.10 Jesus diz. “Eu vim para que tenham vida em abundância”. Jesus deseja transformar completamente e dar uma vida de qualidade. Por intermédio da evangelização discipuladora, minha esposa, Gláucia, alcançou uma surda chamada Andreia Mendonça. A Gláucia começou a desenvolver um relacionamento discipulador (RD) com ela. Pouco a pouco Andreia começou a pedir que a Gláucia mostrasse versículos bíblicos que falassem sobre as dificuldades que estava vivendo no momento. Elas começaram a fazer estudos bíblicos. Na época Andreia vivia com um rapaz, mas ela
sentia que não estava certa diante de Deus. Ela, apesar da insistência da família e do rapaz, decidiu se separar dele. Hoje ela está batizada e é uma líder em treinamento num Pequeno Grupo Multiplicador em Libras (PGML) que temos em Cabuçu – Nova Iguaçu (RJ). Ela mesma tem testemunhado a outros surdos e agora sonha em fazer materiais para alcançar crianças surdas. Ela também tem alcançado muitas vitórias pessoais por meio da oração. Outro testemunho de como Jesus transforma vidas é o Fhilipe Cassio. Outro surdo com quem desenvolvemos um RD. Durante algum tempo não houve decisão, mas depois de um sério problema de saúde que o deixou sem andar por dois meses, Fhilipe se decidiu a Jesus e se batizou. Por meio da fé em Jesus e da oração hoje ele está andando e também é um líder em treinamento que tem atuado na plantação da igreja e no PGML de Cabuçu. A graça salvadora de Deus tem sido manifestada a todos, inclusive aos surdos. É Jesus o motivo de transformação e vida. Glória a Deus. Marco Aurélio Sales Misionário de Missões Nacionais e Pastor Missão Batista em Libras de Nova Iguaçu (RJ)
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O discípulo como agente de transformação e vida 36
Pensar na Grande Comissão como um encargo nos faz sonhar com uma multiplicação de discípulos de Jesus sobre esta terra. Ouvimos vários discursos e sermões sobre o “ide” e o “fazei”, mas acredito que durante as últimas décadas faltou à comunidade dos salvos a intencionalidade de Relacionamentos Discipuladores como mola impulsionadora para o cumprimento da Grande Comissão; como o caminho apresentado por uma “teologia Relacional”, que desafia a igreja a entender e viver relacionamentos como meio pelo qual se pode testemunhar e apresentar o plano da salvação em qualquer contexto da nossa nação, seja entre os sertanejos, os ribeirinhos, ou até mesmo em projetos, como o da Amazônia, a Cristolândia e o Viver. Esse novo caminho ou orientação, conhecido hoje pelos batistas na visão da Igreja Multiplicadora, não é uma estrutura ou estratégia, mas um princípio, do qual nossos irmãos da igreja primitiva se utilizaram como estilo de vida: “Todos os que criam mantinham-se unidos(...) e, todos os dias no templo, bem como de casa em casa (...) e, tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava todos os dias os que iam sendo salvos” (Atos 2.42-47). Ser cristão comprometido com a Grande Comissão é ser agente de transformação, é ser discípulo que gera discípulo. “Erguer os olhos e ver os campos brancos para a colheita” (Cf. João 4.35) é ser sensível ao clamor da nossa gente,
da nossa terra, é prontificar-se em levar a esperança que traz sentido à vida – JESUS É A ESPERANÇA. O desafio, enquanto discípulos de Cristo, não consiste em construções faraônicas de megatemplos e impérios eclesiásticos, mas em que “(...) a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens”(Tito2.11). Portanto, querido leitor, como pessoas já alcançadas por esta graça, somos discípulos. Logo, somos agentes de transformação comissionados para compartilhar vida na vida. “As palavras ecoam, mas os exemplos arrastam.” Para a formação de agentes de transformação é necessário haver exemplos a serem seguidos. Quando se vive o discipulado prático por meio da intencionalidade relacional, o processo da evangelização, por ser esta discipuladora, exige do discípulo muita transparência e autenticidade. Na verdade a Grande Comissão é precedida por uma orientação de testemunho de vida: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras”, e aqui seria fácil cair na armadilha da autoadmiração, mas Jesus continuou: “e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16).1 É necessário que o discípulo tenha consciência de que o seu discipulador é um agente do processo de transformação e que torna Deus conhecido no mundo por meio de relacionamentos discipuladores. Uma das ferramentas para que isso aconteça são os 1
Mark Dever, Nove Marcas de uma igreja Saudável.
Pequenos Grupos Multiplicadores (PGMs), por meio dos quais temos visto, do Norte ao Sul do Brasil, um despertar de discípulos que decidiram gerar discípulos, por acreditarem que se formam agentes de transformação com exemplos a serem seguidos. A tese é que em qualquer lugar do Brasil e em qualquer contexto, como citado acima, as boas influências em uma comunidade de cristãos comprometidos uns com os outros podem ser instrumento nas mãos de Deus para que haja transformação de vidas, que acabam transformando também o seu meio social. Nenhum outro paradigma é necessário para defender essa nossa tese que não seja a vida do próprio Jesus, que, sabedor da importância de ser exemplo, modelou sua liderança intencionalmente a fim de que seus discípulos reproduzissem no comportamento as marcas de todo o ensino-aprendizagem por Ele ministrado. Costumeiramente refere-se a Cristo como um líder bem-sucedido devido ao processo no qual Ele não precisava pedir a alguém que fizesse ou fosse algo que Ele mesmo não tivesse sido o primeiro a fazer ou demonstrado em sua própria vida. Não é diferente nos nossos dias, pois as pessoas são atraídas pelos exemplos, não por discursos ou explicações. Portanto, precisamos entender que a construção da identidade de um discípulo e de uma evangelização discipuladora que se proponha levar a mensagem da salvação precisa decodificar esse processo, moldan-
do-se a um estilo de vida em que o conhecimento empírico da fé tenha caráter transformado e transformador. O evangelho de Cristo, ou o cristianismo em si, não pode ser visto como uma filosofia, religião ou um compêndio teológico. Não pelo discípulo dele. O discípulo de Cristo, enquanto agente de transformação e vida, vê o cristianismo como estilo de vida, como projeto de autoria divina para restaurar o que o pecado danificou – O HOMEM. Portanto, avancemos no lançar a semente da esperança com intencionalidade de formar agentes de transformação e vida, à semelhança de Jesus, dos pais apostólicos, que empregando Vida na Vida, geraram um movimento de multiplicação de discípulos. Tudo isso é possível quando o conceito de discipulado transpõe o cognitivo e o relacional passa a ser incorporado ao estilo de vida da comunidade cristã. O apóstolo Paulo, seguindo o modelo do seu Mestre, deixa claro que é preciso que os novos discípulos conheçam a verdade acompanhada da demonstração daqueles que se permitem ser o exemplo: “Tornem-se meus imitadores, como eu o sou de Cristo” (1Co 11.1 – NVI).
Walmir Andrade Pastor da 2ª IB em Palmas (TO)
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Prevenir também é transformar 38
O quadro de violência, drogas e tráfico tem aumentado e agravado exponencialmente, e o acesso a esses males tem se tornado fácil e comum na vida de muita gente. As cracolândias crescem gradativamente e já invadiram espaços pelas cidades do nosso país. Os usuários de drogas não se escondem mais; não há lugar que caiba um número tão grande deles. 8 mil mortes por ano no Brasil estão diretamente relacionadas ao uso de drogas. Dos 370 mil usuários de crack, 50 mil são crianças e adolescentes, segundo a Fiocruz. A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2015 constatou que 278 mil crianças do 9º ano usaram drogas durante a pesquisa de que participaram. E esse número está só aumentando. Qual será o futuro dessa geração que está crescendo em meio a esse cenário devastador? Podemos de alguma forma mudar o rumo desses novos cidadãos? O movimento VIVER é um programa de prevenção ao uso de drogas, que tem como objetivo alcançar crianças e adolescentes de dentro e fora das igrejas, por meio de ações intencionais e contínuas de prevenção que ensinem as crianças a fazer boas escolhas, inclusive a de dizer não às drogas. O foco do movimento é formar uma geração forte e decidida ao não uso de drogas e que seja influenciadora e multiplicadora dessa visão. Nossas igrejas têm um papel essencial na implementação e disseminação desse movimento no desenvolvimento de
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ações do VIVER nas programações diárias que promovem. Como pastores, precisamos incentivar nossa juventude e líderes de ministérios com crianças a se envolverem com essa causa, pois as crianças e adolescentes são os protagonistas desse grande movimento. Transformar a vida das crianças e adolescentes por meio de ações preventivas é fazer dos encontros regulares, que a igreja já tem, um estudo bíblico intencional, convidando as crianças a seguirem os passos de Jesus e de todos que escolheram viver de forma agradável a Deus. Trabalhar a prevenção é transformar a vida da criança antes que ela tenha contato com as drogas, é transformar um futuro de miséria, pecado, tristeza e destruição, consequente das drogas, em um futuro de alegria, responsabilidade, crescimento e principalmente compromisso com Deus. E nós podemos ter inúmeras estratégias para ajudar, mas a principal é apresentar Jesus como a melhor escolha que podemos fazer. “Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles” (Provérbios 22.6). Raone Barcellos Menezes Pastor e coordenador da Casa Viver em Costa Barros, Rio de Janeiro (RJ)
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Há transformação e vida para a cracolândia
Quero iniciar a minha palavra com o texto que sem dúvida nor teou a minha conversão e que tem nor teado o ministério para o qual o Senhor me chamou: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8.32). E foi a verdade do evangelho que iniciou a transformação na minha vida e na de muitos homens e mulheres que já haviam sido desenganados pela sociedade e hoje estão sendo alcançados pela Graça. Hoje pela misericórdia do Senhor sou pastor e missionário dos batistas brasileiros por Missões Nacionais no Centro de Formação Cristã Cristolândia São Gonçalo/RJ, mas aproximadamente há sete anos estava exatamente na mesma situação em que se encontram os que auxilio hoje. Por dois anos estive numa das maiores cracolândias do Brasil, a de São Paulo/SP. Devido a minhas escolhas erradas me tornei um dependente químico quando ainda morava no interior de São Paulo com minha mãe e irmã. Iniciei como a maioria com o cigarro e álcool, mas logo pela pressão social comecei também com a cocaína, que, não mais me satisfazendo, me levou à pedra do crack. Perdi tudo que mesmo com a pouca idade havia conquistado: emprego, moto e apartamento, inclusive meu bem mais precioso, minha família. Minha mãe precisou sair da sua pró-
pria casa por não saber mais o que fazer. Acabei com tudo, me vi dormindo num papelão na minha própria casa. Uma dívida com o tráfico me fez parar em São Paulo, direto na cracolândia, onde fiquei por quase dois anos. Mas a graça de Deus começava a chegar na terra do Crack. E um dia, convidado para um café, banho e roupa limpa, conheci a Cristolândia, que frequentei inicialmente pelo serviço social, mas um dia quis saber que Verdade era aquela que tanto pregavam que poderia mudar minha vida. A pregação era sobre o endemoninhado gadareno. Naquele dia me rendi aos pés de Jesus. Fui internado e meses depois batizado, retomei o relacionamento com minha família, iniciei meus estudos e me casei. Em dezembro de 2015 o Senhor me deu o privilégio e responsabilidade de me formar no seminário e ser ordenado o primeiro pastor batista fruto da Cristolândia, e aquele que começou a sua obra é fiel para cumprir até o dia que o Senhor voltar.
Wellington Amorim Pastor e coordenador da Cristolândia São Gonçalo (RJ)
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Durante a Campanha 2017, convidamos você a participar também da Campanha dos 40 Dias de Oração pelo Brasil. No Kit da Campanha você encontrará o Guia Devocional, com 40 motivos de oração para esse período.
Nossas Metas
• 500 mil intercessores
• 250 mil famílias orando 40
• 2.000 igrejas realizando a campanha • 2.000 igrejas realizando a ação evangelística no dia 12 de outubro • 2.000 vigílias de oração (12 horas de oração no dia 7 de setembro) • 24.000 horas de oração • 1.440.000 minutos de oração
Nossos Objetivos
• Mobilizar os batistas brasileiros para orar sem cessar pela transformação do Brasil • Demonstrar nosso amor pelo Brasil através da intercessão • Levar as famílias a orarem juntas
• Alcançar pessoas do nosso relacionamento que ainda não conhecem a Jesus ou estão afastadas da igreja
Como Realizar a Campanha • Junto com a campanha de Missões Nacionais, promova a Campanha dos 40 Dias de Oração pelo Brasil. • Comece informando a igreja sobre a campanha de oração, compartilhando sua importância para a transformação do Brasil. • Motive o maior número de membros a realizar a campanha em suas famílias. • Envolva as crianças da igreja. Uma nova geração de intercessores nascerá se nós orarmos com os pequeninos e os ensinarmos a orar. • Disponibilize este Guia Devocional ao maior número de membros. • Promova o Culto de Lançamento da Campanha na igreja, que será no domingo, 3 de setembro.
Como Acessar o Material da Campanha de Oração Acesse o site de Igreja Multiplicadora e se cadastre no Espaço do Líder (www.igrejamultiplicadora.org.br/espacodolider). Clique em Arquivos para Baixar e abra a primeira pasta intitulada 000 – 40 Dias de Oração pelo Brasil. Baixe o material promocional da mobilização, inclusive este Guia Devocional em PDF. Que durante estes 40 dias clamemos com todo amor e fervor a Deus pela transformação da nossa nação! Afinal, nossa oração não mudou: “Salve Deus a minha pátria, Minha pátria varonil; Salve Deus a minha terra, Esta terra do Brasil!”
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