Avaliação física 1 avaliação da aptidão física

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

LEONARDO DE ARRUDA DELGADO

INTRODUÇÃO À AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA

São Luis 2004


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações

2 Leonardo de Arruda Delgado

SUMÁRIO 1 2 3

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INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4 APTIDÃO: SIGNIFICADOS E APLICAÇÕES................................................... 6 CONCEITOS BÁSICOS ................................................................................. 13 3.1 Testes ..................................................................................................... 13 3.2 Protocolos ............................................................................................... 14 3.3 Medidas .................................................................................................. 14 3.4 Análise .................................................................................................... 16 3.5 Avaliação ................................................................................................ 16 TIPOS DE AVALIAÇÕES............................................................................... 18 4.1 Avaliação diagnóstica ............................................................................. 18 4.2 Avaliação formativa................................................................................. 18 4.3 Avaliação somativa ................................................................................. 19 PRINCÍPIOS DAS MEDIDAS E AVALIAÇÕES.............................................. 20 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO ......................................... 23 6.1 Técnicas de avaliação............................................................................. 23 6.1.1 Observação...................................................................................... 23 6.1.1.1 Anedotário ................................................................................ 24 6.1.1.2 Lista de checagem.................................................................... 25 6.1.1.3 Escala de classificação............................................................. 26 6.1.2 Inquirição ......................................................................................... 26 6.1.2.1 Questionário ............................................................................. 27 6.1.2.2 Entrevista.................................................................................. 28 6.1.2.3 Sociograma............................................................................... 28 6.1.3 Testagem ......................................................................................... 29 PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO DA AVALIAÇÃO ............................. 30 7.1 Fase de preparação ................................................................................ 31 7.1.1 Avaliar o que? .................................................................................. 31 7.1.2 Avaliar quem? .................................................................................. 33 7.1.3 Avaliar com o que? .......................................................................... 35 7.1.4 Para que avaliar? (objetivos) ........................................................... 37 7.1.5 Quando e onde avaliar?................................................................... 39 7.1.6 Como avaliar?.................................................................................. 41 7.1.6.1 Critérios para a seleção dos testes........................................... 41 7.1.6.2 Conhecimento do teste ............................................................. 42 7.1.6.3 Precisão das medidas .............................................................. 42 7.1.6.4 Preparação das fichas de registro ............................................ 44 7.2 Fase de aplicação dos testes.................................................................. 44 7.2.1 Estruturação da avaliação funcional ................................................ 45 7.2.1.1 Avaliação médica...................................................................... 46 7.2.1.1.1. Exame médico ......................................................................... 46 7.2.1.1.2. Exames complementares......................................................... 47 7.2.2 Avaliação da aptidão física .............................................................. 48 7.3 Fase de análise....................................................................................... 49 AVALIAÇÃO DO RISCO CORONARIANO .................................................... 50


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8.1 Fatores de risco ...................................................................................... 52 8.2 Fatores influenciáveis primários.............................................................. 54 8.2.1 Tabagismo ....................................................................................... 54 8.2.2 Hiperlipidemia .................................................................................. 56 8.2.2.1 Níveis de colesterol total........................................................... 56 8.2.2.2 Níveis de HDL........................................................................... 57 8.2.2.3 Níveis de LDL e triglicérides ..................................................... 58 8.2.3 Pressão arterial................................................................................ 58 8.2.4 Inatividade física .............................................................................. 62 8.2.5 Baixo condicionamento cardiorrespiratório ...................................... 63 8.2.6 Diabetes........................................................................................... 65 8.3 Fatores de risco influenciáveis secundários............................................ 67 8.3.1 Obesidade ....................................................................................... 67 8.3.2 Colesterol de baixíssima densidade (VLDL- Very LDL) ................... 70 8.3.3 Tensão e estresse ........................................................................... 71 8.4 Fatores não-influenciáveis ...................................................................... 71 8.4.1 Hereditariedade ............................................................................... 71 8.4.2 Idade................................................................................................ 72 8.4.3 Sexo................................................................................................. 72 8.4.4 Personalidade de risco .................................................................... 73 8.4.5 Raça ................................................................................................ 74 9 ANAMNESES................................................................................................. 76 9.1.1 Estimativa do risco cardíaco ............................................................ 78 9.1.2 Estimativa do nível de aptidão física................................................ 82 Anexo I: Questionário de Estresse ........................................................................ 83 Anexo II: Índice de Risco Cardíaco (RISKO)......................................................... 84 Anexo III: Avaliação dos Fatores de Risco Coronariano ....................................... 85 Anexo IV: Questionário PAR-Q ............................................................................. 86 Anexo V: Questionário Sobre o Estado de Saúde(QES)....................................... 87 Anexo VI: Avaliação do Nível de Atividade Física ................................................. 89 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 90


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INTRODUÇÃO A AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA 1 INTRODUÇÃO

O objetivo do presente trabalho é discutir como um programa de medidas e avaliação pode assumir um papel de capital importância no processo de ensino aprendizagem, como e quando empregar técnicas e instrumentos para medir e avaliar determinadas características ou habilidades com precisão, resultando em um processo calcado em bases científicas, dando, desta forma, origem a um trabalho mais credível.

Com o aumento de informação sobre atividade física, cada vez mais pessoas descobrem que o exercício é um meio saudável, para ajudar a evitar doenças hipocinéticas (coronarianas, hipertensão arterial, diabetes, osteoporose e etc), se obter o máximo das capacidades mentais e se sentir bem, energético, alegre e etc.

A Avaliação da Aptidão Física vem sendo amplamente estudada, tanto para fornecer informações e/ou classificações e, como forma de desenvolver uma melhor análise dos efeitos de treinamento com particular atenção ao crescimento e desenvolvimento do ser humano através da determinação dos índices de Aptidão Física Geral. Com a nossa pesquisa aplicada à avaliação da aptidão física, procuramos selecionar dentre os inúmeros protocolos, testes e medidas,


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aqueles que pelas suas características tivessem uma maior adequação às condições de trabalho dos profissionais de educação física.

Para uma boa avaliação física temos de analisar muitas variáveis: antropométricas; composição corporal; análise postural; avaliações metabólicas e neuromusculares; avaliações nutricionais, psicológica e social. Estas duas últimas são essenciais para que um programa de treinamento tenha pleno sucesso, porque nos dão acesso aos hábitos e à personalidade da pessoa.

Uma avaliação bem feita é aquela em que utiliza critérios e protocolos bem selecionados, fornecendo dados quantitativos e qualitativos que indique, através de análises e comparações, a real situação em que se encontra o avaliado. Em meio a tanto conhecimento técnico-científico, não se pode mais permitir a utilização do protocolo do "achismo", ainda empregado por alguns profissionais em suas avaliações. Só é possível fazer um programa de exercícios com qualidade e segurança com uma avaliação física em que se utilize metodologia, protocolos e critérios de avaliação adequados.

Além disso, as avaliações devem ser periódicas e sucessivas, permitindo uma comparação para que possamos acompanhar o progresso do avaliado com precisão, sabendo se houve evolução positiva ou negativa. Dessa forma, é possível reciclar o programa de treinamento e estabelecer novas metas.


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2 APTIDÃO: SIGNIFICADOS E APLICAÇÕES

De acordo com FERNANDES FILHO (2003, p.231) desde o surgimento dos conceitos de habilidade motora e de aptidão, nos anos 20, ênfases diversas vêm sendo dadas ao assunto, conforme a visão de homem, de aptidão e do próprio sentido que a educação física e o movimento vêm tendo ao longo dos anos.

Na década de 40, a aptidão foi inicialmente qualificada como física, e significativa tão somente à capacidade de se realizar esforços com um mínimo de gasto de energia e de fadiga.

Nesta linha, a aptidão foi e é usada, tendo como meta a afirmação política de nações e a supremacia de raças e ideologias, seja na área militar, seja na esportiva.

Na área militar os testes de aptidão, sobretudo os cardiovasculares, desenvolveram-se a partir da necessidade dos combatentes da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), onde os soldados deveriam estar preparados o combate e na utilização da performance nos esportes de alto rendimento, como fator de afirmação política das nações e visão de homem como ser dual: corpo e mente, devendo as performances máximas, absolutas, deriva sobretudo de um treinamento, com técnicas e táticas que lhes são impostam para um melhor


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rendimento; é máquina de resultados, engrenagem substituível no mecanismo do triunfo esportivo nacional.

Nos anos do pós 2a Guerra Mundial, sobretudo a partir da segunda metade dos anos 50, a ênfase na aptidão física voltada para a saúde, numa dimensão profilática de patologias classificadas como hipocinéticas, ganhou incremento nos países do primeiro mundo, por questões meramente econômicas: a hipocinesia, gerada pelos avanços da tecnologia e da maquinaria, gerou prejuízos às nações desenvolvidas, que precisaram ser prevenidos e superados pela atividade. Enfatizaram-se a aptidão física, mesmo entre não atletas, surgindo diferentes movimentos em todo o mundo, que conduziriam a esta direção.

Entrou em jogo um novo fator: a busca da aptidão qualificada, física ou fisiológica, e que ganhou terreno entre nós a partir de 1968 quando COOPER publicou o livro “Aeróbics”, traduzido para o português com o título “Aptidão Física em Qualquer Idade”, onde ele desafia as pessoas a tomarem conta de seus estilos de vida para combater as doenças coronarianas, a obesidade e os estresses da vida moderna.

Após a Copa do Mundo do México, em 1970, coincidindo com a publicação por COOPER do livro “Capacidade Aeróbica” que deu origem a impulso inicial ao movimento de aptidão física que se alastrou pelo mundo e a difusão da palavra aeróbica, representada pela corrida de longa distância, que


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geram marcações dos percursos em praias e parques, sobretudo nos grandes centros.

Correr havia virado panacéia: era bom para tudo. Todos corriam mesmo quem não podia, por contra-indicação médica, resultando deste hábito, em abusos e mortes desnecessárias. A indispensável avaliação médica era esquecida em troca de uma pretensa aptidão. Corriam o sedentário, o atleta e o doente. Era a época do “mexa-se“, do “esporte para todos”, dos circuitos, das corridas de longa distância e etc., explorados pelo regime político então vigente. A avaliação concentrou-se no VO2Max, que passou a ser considerado índice mágico. Quanto maior melhor, e para melhorá-lo, valia tudo em matéria de esforço, aeróbico e anaeróbico.

Era a época do boom das Escolas de Educação Física, do crescimento das academias, da ênfase, nas equipes, da figura do chamado “Preparador Físico ou Instrutor de Condicionamento Físico”, que surgiu na seleção Brasileira de Futebol em 1968, na Copa da Suécia, mas que, nos anos 70, foi assumida por todas as equipes de futebol, e mesmo de outros esportes. O mercado de trabalho do profissional de educação física atingiu até as clínicas, onde se fazia a recuperação e a prevenção dos coronariopatas.

Em 1968, a então “Associação Americana para Saúde, Educação Física e Recreação” (AAHPER), citada por BARROW E McGEE (1971,p.131) apud FERNANDES FILHO (op. cit.,p.234), definiu a aptidão como total, afirmando que


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“é a aptidão implica a habilidade de cada pessoa viver efetivamente em seu ambiente” e esclarece: “Aptidão implica a habilidade de cada pessoa viver mais efetivamente com o seu potencial”. Usava-se o conceito da totalidade do homem que tinha, por sua vez, e em decorrência, uma aptidão também total.

COOPER

publicaria

ainda

o

livro

“Saúde

Total”

em

1979,

acrescentando mais conhecimentos sobre a revolução da aptidão física. Ainda na década de 70, aproveitando a popularização da atividade aeróbica, Jacki Sorensen, numa tentativa de popularizar a dança, criou a Dança Aeróbica e foi seguida por Jane Fonda, Phyllis Jacobson, Richard Simon com outros programas de condicionamento físico.

No Brasil, esse movimento chegou no início da década de 80, com o nome de “Ginástica Aeróbica”, e sua prática aumentou de maneira jamais vista em qualquer atividade física. Centenas de academias foram abertas, e sua prática atingiu principalmente a população jovem. Aparelhos de ginástica, antes restritos aos clubes, passaram a ser produzido em séries, podendo ser comprados e levados para casa. O agasalho de ginástica e o tênis, antes restritos aos atletas, passaram a fazer parte da moda, subitamente se tornaram coisas de prestígio.

Como observamos em BARBANTI (1990, p. 5-14), na década de 80 os conceitos de aptidão estão todos relacionados a questão física, no entanto, iniciava-se um movimento de compreensão de homem como ser “uno”.


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Na década de 90, de acordo com FERNANDES FILHO (op.cit., p.235) o movimento humano passa então a ser cada vez mais valorizado, de modo pessoal, dele resultando as adaptações estruturais, mas também emocionais, intelectuais e sociais, fatores de construção do “eu”. O mundo é encarado como o ambiente que me cerca, e no qual vive o meu “eu”, em convívio com outros “eus”. Gera-se, no mundo, uma cultura que a tudo influencia inclusive o próprio movimento em suas diferentes expressões pessoais e sociais. Não há mais espaços para limitações ou fracionamentos do homem apto.

BOUCHARD (1990), na linha da aptidão relacionada á saúde, nos mostrou onde o bem-estar também se faz presente. Progressivamente, dá-se importância a ludicidade, ao prazer, em substituição à exaustão, ao sofrimento. A atividade física não existe para trazer sofrimento, mas para ser prazerosa e fortalecer a saúde; a “aptidão para a saúde” dos canadenses (SHEPHARD, BOUCHARD e outros) está intimamente ligada ao “bem estar”.

A Organização Mundial de saúde define “saúde” como ”estado de completo bem estar bio-psico-social” (multidimensional, portanto). Saúde não é higidez-ausência de doença, mas ultrapassa este conceito. O simples “prevenir doenças”, como se posicionou durante algum tempo ser um objeto da atividade física, fica aquém do estado de saúde. O movimento humano, hoje, é meio para se atingir saúde e bem-estar, combatendo os efeitos do estresse da vida moderna e suas repercussões patológicas no organismo, gerando o prazer de viver. É recurso profilático e que deve ser bem usado.


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Talvez seja no ambiente educacional, não só no esportivo, sejam eles recreativos ou profissionais, lúdicos ou competitivos, mas inclusive na educação para a vida, na escolaridade, na educação, quando ela se fizer necessária, que os reflexos da aptidão total sejam sentidos. O ser apto é o sujeito de sua existência de si mesmo, em pleno gozo de sua liberdade responsável. Ora, educação é “posicionamento diante da vida em que se está buscando o essencial em todas as situações, de modo a que pela real capacidade de opção possa o sujeito autodeterminar-se” como disse WEINECK (1994, p.54). Este conceito difere dos modernos conceitos de aptidão? WEINECK (op.cit) disse mais: que a educação só é justificável “como meio de levar o ser humano a melhor realizar-se como tal”. É assim que o homem torna-se capaz de construir sua vida através do seu próprio escalonamento de valores.

Aptidão, bem-estar, saúde e educação não são “coisas” que se tem; são “valores” que se vive, através de uma vida ativa, em seus múltiplos aspectos, inclusive e a partir do motor. Sem a aptidão não existe mudança consciente do sócio-econômico-cultural, pois o intelecto da pessoa não se modifica e os problemas externos são assimilados passivamente por ela.

Ser apto é lutar pela qualidade de vida; melhorar as condições pessoais e sociais; encontrar seu lugar na sociedade para o trabalho e qualidade de vida; prevenir-se é lutar contra a doença hipocinética, mas é, acima de tudo, manter a saúde, em seu contexto multifatorial; é gerar seres que ainda que portadores de


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limitações (os que nós rotulamos como deficientes, em seus diversos tipos e graus, fatores que, de algum modo, todos temos) sejam pessoas aptas, e socialmente ativas no mundo do trabalho, combatendo-se a verdadeira deficiência e a exclusão, sobretudo a social.

Quando se pensa e se acompanha a aquisição e a manutenção da aptidão, com este enfoque atual, mais do que nunca se abre espaço e se encontra valor para sua avaliação.

Se nos enfoques antigos, quando importava a performance, a aptidão dita física, a avaliação já era importante para que o treinamento não se transformasse em fator agressivo, com os aspectos hoje entendidos, quando ser apto é, em última análise, ter boa qualidade de vida, avaliar para melhorar com segurança, para manter ou mesmo para readquirir a aptidão, quando se perde por doença ou outra causa, a avaliação e o acompanhamento adequado do processo de sua recuperação tornam-se elementos fundamentais.

É nesse sentido, do movimento dosado com cuidado, como quem dosa uma medicação, em seus múltiplos enfoques, que deve ser entendida hoje a avaliação nas ciências do movimento, em seus contextos educacionais, neles entendida a atividade física em seus múltiplos aspectos, a reeducação motora e a saúde.


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3 CONCEITOS BÁSICOS

Definiremos a seguir alguns dos conceitos básicos, relacionados à avaliação da aptidão física.

3.1 Testes

MARINS (1998, 19) define teste como: “...instrumento, procedimento ou técnica usada para se obter uma informação”. Já CARNAVAL (1997, 11) diz que é “...uma pergunta ou um trabalho específico utilizado para aferir um conhecimento ou habilidade da pessoa que se mede...”.

Segundo o dicionário AURÉLIO, “teste é o conjunto de provas que se aplicam a indivíduos para se apreciar o seu desenvolvimento mental, aptidão e outras, provas que se executam para aferir a eficiência ou os outros efeitos de determinadas substâncias”.

Um teste pode ser considerado como tentativa para determinar o grau de certas qualidades ou condições que formam a base para a tomada de decisões. Na realidade, na nossa vida diária nós estamos constantemente testando ou coletando informações.


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FERNANDES (op.cit, p.25) complementa as definições a levar em conta o fato que, para que haja um teste, há necessidade do questionamento. Qual é o peso? Quanto tempo leva? Quantas são as repetições? Sem questionamento não há o teste que é um instrumento, uma ferramenta, e implica em uma resposta pessoal de quem esta sendo analisado ou avaliado.

3.2 Protocolos

Um protocolo, qualquer que seja, descreve uma rotina operacional a ser cumprida e traz explicitamente uma questão, uma indagação básica. Quando se descreve um protocolo de uma verificação ergométrica, quando se transmite a técnica de HEATH-CARTER para determinar o somatotipo, e outro similar, atribuise erradamente a denominação de teste à descrição, esquecendo que ela sempre termina em um questionamento. FERNANDES (op.cit, p.25).

3.3 Medidas “...É o processo utilizado para coletar as informações obtidas pelo teste, atribuindo um valor numérico aos resultados...” (MARINS, op cit). “É uma técnica que fornece, através de processos precisos e objetivos, dados quantitativos que exprimem, em bases numéricas, as qualidades que se deseja medir. Ela proporciona dados crus”. CARNAVAL (op cit, p.12).

Medir significa determinar a quantidade, a extensão ou grau de alguma coisa, tendo como base um sistema de unidades convencionais. O resultado de uma medida se refere sempre ao aspecto quantitativo do fenômeno a ser descrito.


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FARINATTI & MONTEIRO (2000, p193) diz que quanto maior a precisão da medida, maior será a segurança para sua aplicação. Daí a necessidade de treinamento prévio do investigador no sentido de dominar bem a sua técnica. Além disso, a padronização influencia diretamente nos resultados obtidos, e medidas que não se apresentem de forma clara, não devem ser utilizadas.

FERNANDES (op.cit., p.25) lembra que, há contudo, situações em que a resposta não se pode ser plenamente quantificada e qualificada, mas julgada, a partir de alguns parâmetros e categorias. Como quantificar motivação, atenção, liderança, conceitos estéticos, emocionais, comportamentais, e outros elementos deste tipo a resposta pode, contudo ser qualificada de forma gradativa: muito, mediana, regular, pouco ou insuficiente, a partir de um dado de referência.

Sobre essa afirmação MATHEWS (1980), apud FARINATTI & MONTEIRO (op. cit), enfatiza que medidas objetivas como força e velocidade são simples e diretas, frequentemente produzindo resultados de mais confiança do que aquelas que envolvem personalidade, inteligência e atitudes.

Finalizando este conceito gostaríamos de utilizar a reflexão de FARINATTI & MONTEIRO (op. cit), ao ressaltar que para perfeita aplicação da medida, deve-se conhecer a resposta para três questões básicas que são apresentadas a seguir:


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-

O que medir?

-

Por que medir?

-

Como medir?

Somente a partir destes conhecimentos poderemos delimitar com clareza a atuação e limitação das diversas formas de medida.

3.4 Análise

São técnicas que permite visualizar a realidade do trabalho que se desenvolve, criando condições para que se entenda o grupo e situe-se um indivíduo dentro deste grupo.

São exemplos de analises comparações entre as medidas de um indivíduo com as medidas padrões e as medidas relativas dele com ele mesmo e ocasiões diferentes.

3.5 Avaliação “É um processo pelo qual, utilizamos as medidas, se pode subjetivamente e objetivamente, exprimir critérios. A avaliação julga o quanto foi eficiente o sistema de trabalho com um indivíduo ou com um grupo de indivíduos.” (CARNAVAL, op.cit)

“Determina a importância ou valor da informação coletada. Deve refletir a filosofia, as metas e os objetivos do profissional, faz comparações com algum padrão.” (MARINS, op.cit)


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De modo geral, podemos dizer que avaliação é julgar ou fazer a apreciação de alguém ou alguma coisa, tendo como base uma escala de valores. Assim sendo, avaliar consiste na coleta de dados quantitativos e qualitativos e na interpretação desses resultados com base em critérios previamente definidos, fornecendo subsídios capazes de favorecer o desenvolvimento e a aplicação de conhecimentos.

Para FARINATTI & MONTEIRO (op. cit, p.194) a avaliação abrange um aspecto

qualitativo,

podendo

tomar

dimensões

de

grande

ou

pequena

complexidade em função de:

-

Objetivos propostos;

-

Condições de trabalho;

-

Seleção dos procedimentos.

O investigador experiente deve avaliar um dado sob diversos prismas e tentar detectar qual o caminho mais aconselhado a ser colocado em prática.

Podemos exemplificar uma avaliação quando dizemos a nota da prova é regular em consideração a média das notas dos alunos de uma determinada classe, ou que o percurso realizado pelo aluno, de acordo com o seu sexo e faixa etária é classificado como bom.


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4 TIPOS DE AVALIAÇÕES Dependendo do objetivo, o avaliador pode lançar mão de três tipos de avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa.

4.1 Avaliação diagnóstica

Nada mais é do que uma análise dos pontos fortes e fracos do indivíduo, ou da turma, em relação a uma determinada característica.

Esse tipo de avaliação, comumente efetuado no início do programa, ajuda o profissional a calcular as necessidades dos indivíduos e, elaborar o seu planejamento de atividades, tendo como base essas necessidades ou, então a dividir a turma em grupos (homogêneos ou heterogêneos), visando facilitar o processo de assimilação de tarefas propostas.

4.2 Avaliação formativa

Este tipo de avaliação informa sobre o progresso dos indivíduos, no decorrer do processo ensino aprendizagem, dando informações tanto para os indivíduos quanto para os profissionais, indicando aos profissionais se ele está ensinando o conteúdo certo, da maneira certa, para as pessoas certas e no tempo certo.


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A avaliação é realizada quase que diariamente, quando a performance do indivíduo é obtida, avaliada e em seguida é feita uma retroalimentação, apontando e corrigindo os pontos fracos até atingir os objetivos propostos.

4.3 Avaliação somativa

Refere-se aos instrumentos que pretendem avaliar o final de um processo de aquisição de um conteúdo. É a soma de todas as avaliações realizadas no fim de cada unidade do planejamento, com o objetivo de obter um quadro geral da evolução do indivíduo.


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5 PRINCÍPIOS DAS MEDIDAS E AVALIAÇÕES Para que um programa de medidas e avaliações tenha sucesso, devese ter em mente certos princípios que são fundamentais durante o processo de medidas e avaliações:

-

A avaliação é um processo contínuo e sistemático. Portanto, ela não pode ser esporádica, mas, ao contrário, deve ser constante e planejada. Nessa perspectiva, a avaliação faz parte de um sistema mais amplo que é o processo ensino aprendizagem, nele se integrando.

-

A avaliação é funcional, porque se realiza em função de objetivos, ou seja, para se avaliar, efetivamente, todas as medidas devem ser conduzidas com os objetivos do programa em mente.

-

Devem ser conduzidos e supervisionados por profissionais treinados.

Não

é

qualquer

pessoa

que

pode

administrar

efetivamente um programa de medida e avaliação, as decisões poderão afetar importantes aspectos da vida de um indivíduo. -

A avaliação é integral, pois, os resultados devem ser interpretados em termos do indivíduo como um todo: social, mental, físico e psicológico; Se um indivíduo sai-se mal num teste, o profissional consciente irá verificar quais as razões que levaram a tal resultado e, na medida do possível e se necessário, prover assistência especial a pessoa. As razões de resultados "fracos" em um teste


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físico podem ser várias; entretanto, se a razão for física, o bom profissional deverá descobrir qual o ponto fraco do indivíduo e dirigir um programa para que ele possa superar tal deficiência (Kirkendall et ai, 1980). -

A avaliação é orientadora, pois não visa eliminar alunos, mas orientar o seu processo de aprendizagem para que possam atingir os objetivos propostos.

-

Tudo que existe pode ser medido, em outras palavras, qualquer assunto incluído em um programa de Educação Física deve ser medido.

-

Nenhum teste ou medida é perfeito; os profissionais, às vezes, depositam tanta confiança nos testes e medidas que acabam acreditando que eles são infalíveis. Deve-se usar sempre o melhor teste possível, mas ter sempre em mente que podem existir erros.

-

Não há teste que substitua o julgamento profissional, este talvez seja o mais importante princípio da avaliação. Como problema de fato, a avaliação é julgamento. Algumas vezes os profissionais tentam substituir medidas objetivas por julgamentos, entretanto, as primeiras não podem nunca tomar o lugar dos segundos. Se não houvesse lugar para o julgamento em medidas e avaliação, então o profissional poderia ser substituído por uma máquina ou por um técnico. Por outro lado, julgamentos feitos sem dados substanciais são sempre inaceitáveis. As medidas fornecem os dados que levam


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o profissional a fazer um melhor julgamento ou tomar uma melhor decisão -

Deve sempre existir a reavaliação para se observar o desempenho. Se a habilidade inicial do indivíduo não for medida, então não se terá conhecimento sobre o seu desempenho no programa de Educação Física. Não é possível reconhecer as necessidades do indivíduo sem se saber por onde começar, como, também, não se pode determinar o que os indivíduos aprenderam ou melhoraram, se não se souber em que nível eles estavam antes de começar o programa. Se a habilidade dos indivíduos for medida somente no fim da unidade, aula ou semestre, o teste só vai informar onde eles estão naquele espaço de tempo, isto é, não irá esclarecer nada sobre os efeitos que o programa exerceu nos mesmos. Em outras palavras, se não forem medidos tanto o começo como o final do programa, os métodos e materiais empregados permanecerão desconhecidos, sem que possam ser avaliados.

-

Usar os testes que mais válidos, fidedignos e objetivos e que se aproximam da situação da atividade. Os testes devem refletir as situações da atividade. Por exemplo, um jogador de futebol chuta a gol, tendo por objetivo que a bola entre na meta. O teste deve ser construído de tal maneira que, com um certo número de tentativas, o indivíduo deva chutar a bola a uma determinada distância e atingir um alvo.


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6 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO A Educação Física é uma disciplina que visa o desenvolvimento, ou aperfeiçoamento, do indivíduo na sua totalidade, isto é, nos aspectos biológicos, psíquicos e sociais.

Para determinar se os objetivos estão, ou não, sendo alcançados, diferentes técnicas e instrumentos de avaliação devem ser empregados, para se poder medir e avaliar o indivíduo como um todo. Assim, é conveniente conceituar o que é técnica e o que é instrumento.

-

Técnica: é o método usado para se obter as informações.

-

Instrumento: é o recurso usado para se obterem as informações:

Basicamente há três técnicas para se obterem as informações: observação, inquirição e testagem.

6.1 Técnicas de avaliação 6.1.1 Observação

Segundo o dicionário, observar é: olhar atentamente; examinar com minúcias; espreitar; estudar; cumprir, respeitar as prescrições ou preceitos de; obedecer a; praticar; usar; ponderar; notar.


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A observação é uma técnica que permite ao profissional conseguir informações sobre atitudes, hábitos de estudo, ajustamento social, qualidade de liderança e habilidades físicas, podendo ser empregada também, em menor escala, para se obter informações acerca de habilidades cognitivas.

Quando do contato com os indivíduos, durante as sessões de atividades físicas, tem-se uma excelente oportunidade para observar os comportamentos que não são considerados como sendo normais; estes devem ser registrados a fim de ser estudados e, se possível, solucionados.

Para se fazer uma análise objetiva, devem ser empregados instrumentos adequados para registrar o que foi observado. Entre os instrumentos de observação, os mais utilizados na Educação Física são: Anedotário, Lista de checagem, Escala de classificação.

6.1.1.1

Anedotário

É uma breve descrição daquilo que ocorreu durante um certo tempo. Estas anotações podem formar a base e/ou prover o profissional de um instrumento de consulta para entender e/ou ajudar os indivíduos cujos comportamentos estão fora dos padrões considerados como sendo normais.


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25 Leonardo de Arruda Delgado

Exemplo de Registro Anedotário:

21/03/95 — Hoje começou nossa unidade em ginástica. Pedro, que está além do seu peso ideal, foi ridicularizado pelos demais elementos da equipe por não conseguir fazer puxadas na barra. Logo após este episódio pediu para ser dispensado porque estava se sentido enjoado.

25/04/95 — Pela segunda vez Pedro pediu para ser dispensado, desta vez com uma nota de pedido de dispensa. Durante uma conversa admitiu sentir-se embaraçado por causa dos fracassos sucessivos diante da equipe. Ele se prontificou a fazer um regime.

6.1.1.2

Lista de checagem

Consta, em geral, de uma série de comportamentos relacionados na ordem em que se espera que ocorram. O profissional marca, com um sinal convencionado, os comportamentos, à medida que vão ocorrendo. A lista de checagem pode ser construída em folhas individuais ou constituir um quadro para a equipe (Quadro 1.1).

Comportamento/aluno Cláudio Carlos Pedro Arnaldo

Obedece regras X X X

Acata as decisões dos árbitros X X

Não discute com os companheiros X X

Não discute com os adversários X X X X


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26 Leonardo de Arruda Delgado

6.1.1.3

Escala de classificação

Constitui-se de uma série de características, seguidas de um contínuo, que descreve a maneira pela qual cada uma delas se manifesta.

Exemplo de escala de classificação Participação dos alunos nas aulas: Nenhuma Pouca Razoável Boa Ótima

( ( ( ( (

) ) ) ) )

O avaliador deve ter cuidado, ao preparar a escala de classificação, para que os termos usados realmente representem os diferentes pontos do contínuo da característica em questão.

6.1.2 Inquirição

Segundo o dicionário, inquirir é: procurar informações sobre; indagar; investigar; pesquisar sobre; fazer perguntas a.

Esta técnica é bastante utilizada na obtenção das seguintes informações:

a) Opinião do indivíduo sobre determinada atividade;


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27 Leonardo de Arruda Delgado

b) Quem o indivíduo admira; e c) Interesse do indivíduo.

Muitas informações sobre o domínio afetivo podem ser obtidas, rapidamente, através de uma inquirição sistemática. Entre os instrumentos de inquirição podem ser citados: Questionário, Entrevista e Sociograma.

6.1.2.1

Questionário

Constitui-se de uma lista de perguntas feitas por escrito, onde o respondente é solicitado a dar uma resposta. É mais utilizado para se obter informações sobre as opiniões e as atitudes dos respondentes.

Não deve ser confundido com o conjunto de perguntas pertencentes ao conteúdo de diferentes disciplinas. Este tipo de instrumento pertence à testagem.

Os questionários têm aplicações e obedecem a técnicas específicas de construção de acordo com a sua finalidade.

Há dois tipos principais de questionário: Inventário e Escala de atitudes.


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28 Leonardo de Arruda Delgado

-

Inventário: é um instrumento que se constitui de uma série de informações; é pedido ao respondente que assinale aquelas com as quais concorda.

-

Escala de atitudes: é um misto de características do inventário e da escala de classificação; é solicitado ao respondente sua atitude em relação a determinada afirmação, assinalando sua resposta dentro de uma escala em um contínuo.

6.1.2.2

Entrevista

Podem ser divididas em dois tipos: Formais e Informais.

-

Formais: seguem um plano preestabelecido, em que o entrevistador segue um roteiro de perguntas anteriormente formuladas.

-

Informais: são mais livres; nelas o entrevistador vai formulando as perguntas de acordo com o desenrolar da entrevista.

6.1.2.3

Sociograma

É um instrumento usado para revelar características sociais do indivíduo perante o grupo, diferenciando os populares e os rejeitados pela equipe.


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29 Leonardo de Arruda Delgado

6.1.3 Testagem

Segundo o dicionário, teste é: conjunto de provas que se aplicam a indivíduos para se apreciar o seu desenvolvimento mental, aptidão e outras; provas que se executam para aferir a eficiência ou os efeitos de determinadas substâncias.

Um teste pode ser considerado como tentativa para determinar o grau de certas qualidades ou condições que formam a base para a tomada de decisões. Na realidade, na nossa vida diária nós estamos constantemente testando ou coletando informações. De uma maneira geral os testes podem ser divididos em dois tipos: Testes de escolaridade (não serão tratados aqui por não constituírem o propósito deste estudo) e Testes padronizados.

Geralmente os testes padronizados são organizados em baterias de testes e comercialmente distribuídos. Para a escolha e aplicação dos testes há necessidade de pessoal especializado no campo (psicólogos, orientadores educacionais, profissionais de Educação Física). Dentre os testes padronizados encontram-se os de inteligência, os vocacionais, os de personalidade e os de aptidão, onde estão incluídos os antropométricos, os físicos e motores e os cardiorrespiratórios.


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30 Leonardo de Arruda Delgado

7 PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO DA AVALIAÇÃO

A construção de um programa de avaliação pressupõe que se tenha definido, a priori, alguns parâmetros básicos. Definir o plano de avaliação, sua filosofia, seus princípios, sua estrutura e sua finalidade, deve anteceder, sempre, qualquer elaboração programática.

Para que um programa de avaliação funcione adequadamente e forneça, a quem o utiliza, informes verdadeiros e consistentes, capazes de produzir dados utilizáveis, sobretudo quando se lida com a área do movimento humano em toda a sua potencialidade atualmente explorada, é indispensável que haja uma administração adequada do processo. O êxito depende de uma série de diferentes e cuidadosas atitudes, nas quais, havendo falha em um segmento, o todo fica comprometido, e que podem ser grupados em três momentos interdependentes e seqüenciais: Fase de preparação, Fase de aplicação dos testes e Fase de análise.

Sendo a avaliação um processo que pressupõe a aplicação de testes, a coleta dos resultados e o seu tratamento e interpretação analítica, em etapas periódicas, é necessária uma absoluta segurança de atuação durante todo o processo, mantendo-se rígidas diretrizes, passíveis de serem expressão fiel dos indicadores que nortearão a interpretação dos resultados, para que possam


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31 Leonardo de Arruda Delgado

orientar o processo de utilização, seja num contexto formativo-educativo, seja num de manutenção ou de recuperação ou de reeducação.

7.1 Fase de preparação

Geralmente os testes padronizados são organizados em baterias e comercialmente distribuídos. Há perguntas que não podem deixar de ser respondidas: Avaliar o que? Quem avaliar? Com que avaliar? Para que? Quando e onde avaliar? Como? e submetê-los à aprovação segundo determinado critério.

7.1.1 Avaliar o que?

Dentre as variáveis de condicionamento que podem ser treinadas na escola e/ou academias, podemos citar:

Variáveis Médicas -

Histórico médico

-

Pressão arterial, freqüência cardíaca, temperatura;

-

Níveis de lipídios sanguíneos, glicose e etc

Variáveis Cineatropométricas -

Composição corporal

-

Somatotipo


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32 Leonardo de Arruda Delgado

-

Proporcionalidade

-

Estado nutricional

-

Crescimento e desenvolvimento

Variáveis Metabólicas (cardiopulmonares) -

Sistema energético aeróbico

-

Sistema energético anaeróbico alático

-

Sietama energético anaeróbico lático

Variáveis Neuromusculares -

Força

-

Potência

-

Resistência muscular localizada e flexibilidade

Variáveis Psicomotrizes -

Velocidade

-

Coordenação

-

Ritmo

-

Agilidade

-

Equilíbrio

-

Descontração

Variáveis Técnicas -

Biomecânica do movimento

-

Eficiência técnica

Variáveis Psíquicas -

Ansiedade


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33 Leonardo de Arruda Delgado

-

Motivação

-

Inteligência

-

Personalidade

7.1.2 Avaliar quem?

Na área da ciência da motricidade humana o quem sempre será um homem que, pela sua situação atual, pode revelar diversas condições que, para o êxito do trabalho, devem ser consideradas. Há questões, nitidamente pessoais, que devem ser respondidas: se há atividade prévia ao teste que possa alterar a fisiologia normal; uso de medicamentos, álcool, fumo o outras drogas; hora e tipo da última alimentação; horas de sono normal e imediatamente anteriores ao teste, e outras.

É fundamental, de início, saber se:

-

Esse homem apresenta ou não algum desvio da normalidade, capaz de interferir no seu agir, seja em que área este agir se posicione/

-

Estamos diante de uma pessoa de vida ativa habitual?

-

De um sedentário?

-

De um paciente em recuperação de uma patologia?

-

De um portador de algum tipo de limite: sensorial, comportamental, motor, social, intelectual, cultural, ou de outro tipo?


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34 Leonardo de Arruda Delgado

Com o objetivo de direcionar um trabalho mais coerente, GOMES (1995, p.6), realizou a seguinte analise do perfil do perfil das pessoas que praticam atividade física.

Quanto aos motivos que o levaram a procurar a atividade física, o autor cita os seguintes:

-

Social:

muitos

alunos

inicialmente

procuram

a

atividade,

principalmente em academias, com a expectativa de um “saudável convívio social”. -

Moda: esta na moda ter corpos malhados e com o mínimo possível de gordura.

-

Estético: é a busca incessante pelo corpo perfeito, valendo de tudo desde silicone, lipoaspiração, dietas malucas e que podem levar a estados patológicos como anorexia, câncer e etc.

-

Lazer: muitas pessoas procuram a atividade física como um meio de ocupar o seu tempo livre de maneira a lhe proporcionar o tão almejado prazer.

-

Clínicos: normalmente indicados pelos profissionais de saúde, enquadram-se

aqui

os

portadores

de

vícios

posturais

e

necessidades especiais e de reabilitação, cardíacos, hipertensos, diabéticos, obesos e etc.


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35 Leonardo de Arruda Delgado

-

Preparação física: visando a melhora da condição física, neste grupo podemos definir dois trabalhos distintos a preparação física desportiva e o condicionamento físico para sedentários.

Quanto ao estado inicial de condicionamento físico, analisando o comportamento de indivíduos que nunca ou há muito tempo não praticam atividade física periodicamente, observamos que alguns deles, às vezes, podem apresentar um bom nível de aptidão inicial devido a sua carga genética. Portanto, para melhor compreensão, apresentaremos alguns aspectos que de alguma maneira, identificam um baixo nível de aptidão:

-

Baixa capacidade aeróbica (VO2MAX);

-

Força reduzida;

-

Amplitude articular reduzida (flexibilidade);

-

Baixo nível de coordenação.

7.1.3 Avaliar com o que?

Muitos são os fatores que irão interferir para realização de uma boa avaliação e o primeiro passo é fazer uma boa medida. VICTOR MATSUDO (1999) no CD-ROM Testes em ciências do esporte, lembrar alguns aspectos que ajudarão bastante nesse sentido. Segundo ele, para analisarmos o nível de


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36 Leonardo de Arruda Delgado

aptidão física precisamos medir o maior número de suas variáveis, dentro de uma filosofia de trabalho que use:

-

Material não sofisticado

-

Técnicas não complexas

-

Métodos que possam ser aplicados a grandes grupos

Entre os principais equipamentos utilizados na avaliação podemos citar: Esfignomanômetro

e

Estetoscópio,

Balança,

Estadiômetro,

Fita

Métrica,

Paquímetro e Compasso de Dobras Cutâneas, Colchonete, Banco de Wells, Cronômetro, Freqüencímetro, Ergômetro (Campo, Banco, Bicicleta Ergométrica e Esteira Rolante), nos parece suficiente para uma avaliação funcional em uma academia, sabendo que se pode ainda utilizar outros instrumentos como a Maquina de Lactato, Bio-impedância e etc..

Os instrumentos de medida deverão merecer especial atenção quanto:

-

Aquisição: devemos selecionar aquele equipamento que mais se ajuste às condições reais de trabalho.

-

Manipulação: equipamento

procuraremos antes

de

conhecer

iniciarmos

a

o

uso

adequado

operação

dos

do

testes

propriamente ditos, fato que dará melhor qualidade de medida e um menor tempo de execução.


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37 Leonardo de Arruda Delgado

-

Calibração: todo instrumento de medida deverá ter sua calibração conferida antes do inicio dos testes. Lembre-se que uma simples balança mal calibrada poderá por todo seu trabalho por terra.

-

Conservação: os equipamentos sempre significam um investimento financeiro e prolongar sua vida média de uso é um hábito que o avaliador deve cultivar. Assim, devemos ter atenção com: limpeza adequada; o uso somente por pessoa habilitada ou sob supervisão; manutenção em local seguro, com boas condições de ventilação.

7.1.4 Para que avaliar? (objetivos)

Dentre os diversos tipos objetivos da avaliação da aptidão física, podemos citar:

-

Obter informações quanto ao estado inicial do indivíduo ao iniciar um programa de treinamento e ou condicionamento;

-

Determinar e acompanha o progresso do indivíduo;

-

Classificar e selecionar os indivíduos;

-

Impedir que a atividade física seja um fator de agressão;

-

Motivar no sentido de melhorar sua performance;

-

Manter padrões de performances e servir como feedback durante o processo de treinamento;

-

Experiência indivíduo/profissional e diretrizes para pesquisa;


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações

38 Leonardo de Arruda Delgado

WEINECK (1999, p.44) distingue duas formas de avaliação: uma imediata e outra não-imediata. Segundo ele, a avaliação imediata examina os efeitos imediatos após cada sessão de treinamento. A avaliação não-imediata estuda os efeitos de um conjunto de sessões de treinamento, de um período de treinamento e seus efeitos globais.

A correlação entre avaliação imediata (ou seja, de minúcias de uma sessão de treinamento) e a avaliação não-imediata (ou seja, de efeitos globais) é de grande importância, porque os efeitos de sessões isoladas não são tão observáveis como o são após algum tempo de treinamento.

Os

procedimentos

de

treinamento

adotados

são

descritos

objetivamente na documentação de treinamento (Carl em Rothig 1992). A avaliação imediata e a não-imediata do treinamento permitem esclarecer as seguintes questões:

-

Se os objetivos de uma sessão (ou bloco de sessões) de treinamento foram atingidos;

-

Se os objetivos correspondem ao potencial para desempenho do grupo ao qual se refere;

-

Se as condições locais foram utilizadas adequadamente para o treinamento;

-

Se os exercícios foram adequadamente escolhidos;


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações

39 Leonardo de Arruda Delgado

-

Se a abrangência e intensidade dos estímulos foram avaliadas corretamente;

-

Se o programa e o período planejados para o treinamento foram respeitados;

-

Se os métodos e o programa de uma sessão (ou bloco de sessões) de

treinamento

correspondem

ao

objetivo

preestabelecido

(adequação ao objetivo geral do treinamento); -

Se a relação entre o estímulo e a recuperação foi adequadamente avaliada.

7.1.5 Quando e onde avaliar?

Este aspecto relaciona-se à questão espaço-temporal como:

-

Quais as condições que serão encontradas no local da avaliação?

-

De que instalações e equipamentos se dispõem?

-

Adequam-se à realidade de nosso avaliado?

-

Quando será efetuada: dia, hora?

-

Quanto tempo encontra-se disponível para um procedimento de avaliação?


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40 Leonardo de Arruda Delgado

Condições adequadas para avaliação física:

-

Dimensão: mínima 20m² e máxima 48 m², com decoração discreta e existência de um telefone e de uma pia.

-

Luz: de boa qualidade.

-

Som: o mínimo possível

-

Temperatura: 21 a 24° C

-

Condições climáticas: a umidade relativa do ar, com valores oscilando entre 40 e 60%.

-

Condições do solo: é importante que o piso seja firme, antiderrapante, sem desníveis ou imperfeições.

-

Segurança: o procedimento de segurança habitual inclui a presença de pelo menos dois avaliadores, sendo, preferencialmente, um deles médico e de equipamentos de emergência que deveram estar guardados em local discreto, para não assustar o avaliado. Dentre os equipamentos médicos podemos citar: luvas, gaze, algodão e materiais convencionais para curativos, soluções glicosadas, soluções de eletrólitos, analgésicos, antitérmicos e etc.

-

Trânsito de pessoal: é importante que durante a avaliação evitar o transito de pessoas no local.

Alguns testes, como o cicloergométrico em bicicleta eletromagnética, exigirão a presença de rede elétrica. Por outro lado, quando possível a medida de pressão atmosférica e umidade relativa do ar é uma prática recomendável.


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41 Leonardo de Arruda Delgado

7.1.6 Como avaliar?

Geralmente os testes padronizados são organizados em baterias e comercialmente distribuídos. Para a seleção dos testes, deve-se submetê-los à aprovação segundo determinado critério.

7.1.6.1

Critérios para a seleção dos testes

Esta é uma das mais importantes fases do programa de medidas e avaliações. Para que se possa fazer uma seleção adequada dos testes que irão medir o que se quer eles meçam, alguns pontos importantes devem ser levados em consideração:

Validade: quão bem um teste mede o que se quer medir. Diz-se que um teste é válido quando o mesmo mede o objetivo proposto.

Confiabilidade ou Fidedignidade: grau de consistência dos resultados de um teste em diferentes testagens, utilizando-se sempre os mesmos sujeitos. Está ligada à consistência da medição. Em outras palavras podemos dizer que ao realizarmos uma determinada medida (por exemplo: dobra cutânea), em determinado indivíduo, devemos esperar que minutos depois, ao repetir a mesma medida, sobre as mesmas condições, está apresente resultado idêntico.


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42 Leonardo de Arruda Delgado

Objetividade: grau de concordância dos resultados de um teste entre os testadores. Depende da técnica e habilidade dos avaliadores para reproduzirem resultados idênticos. As direções e procedimentos devem ser padronizados e rigorosamente seguidos para que não haja interferência nos resultados obtidos.

SAFRIT (1981) apud MARINS (op cit., 28) sugere a seguinte tabela: Tabela 1 Tabela de validade, fidedignidade e objetividade. Aceitabilidade Excelente Bom Regular Fraco

7.1.6.2

Validade 0,80-1,00 0,70-0,79 0,50-0,69 0,00-0,49

Fidedignidade 0,90-1,00 0,80-0,89 0,60-0,79 0,00-0,59

Objetividade 0,95-1,00 0,85-0,94 0,70-0,84 0,00-0,69.

Conhecimento do teste

Os testadores devem ter perfeito conhecimento da técnica e do procedimento de aplicação do teste. Para isto é necessário que o teste seja entendido também por quem a ele se submete.

7.1.6.3

Precisão das medidas

A precisão das medidas depende, em primeiro lugar, da exatidão dos instrumentos. Quanto mais refinado ele for melhor será o resultado da medida. Existem dois tipos de erros comuns: Erro de Medida e Erro Sistemático.


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43 Leonardo de Arruda Delgado

Erro de Medida: nos erros de medidas encontram-se inseridos:

-

Erro de Equipamentos: quando o equipamento não é aferido previamente; por exemplo balança não tarada, cronômetro não zerado, treina defeituosa e etc.

-

Erro do Medidor: quando o medidor erra ao fazer uma leitura do cronômetro, na contagem do número de vezes de execução, na leitura da trena, na leitura do instrumento pela colocação incorreta perante o aparelho e outros.

-

Erro Administrativo: quando existe algo errado na administração do teste; por exemplo, bola fora dos padrões normais de medidas, aquecimento prévio para a execução do teste, quando não esteja contido nas normas do teste, uma bateria que deveria ser aplicada em dois dias e o foi em apenas um dia e outros.

Erro Sistemático: como erro sistemático pode-se citar as diferenças biológicas; por exemplo, se a medida da estrutura de um indivíduo for realizada nas primeiras horas da manhã, ter-se-á uma medida, se for realizada à tarde haverá uma diferença na medição do mesmo indivíduo, devida a influencia da força da gravidade sobre o corpo, principalmente nos espaços intervertebrais; onde existe uma diminuição, ocasionando a diferença de estatura obtida nas duas medidas.


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44 Leonardo de Arruda Delgado

7.1.6.4

Procurar

Preparação das fichas de registro

ter

nas

fichas

todas

as

informações

necessárias

à

identificação do indivíduo, (nome, sexo, idade,...) assim como dados a respeito do teste.

7.2 Fase de aplicação dos testes

De acordo com FERNANDES FILHO (2003, p.255) o trabalho bem planejado é expectativa de acertos e de êxito de aplicação. Tudo estando previamente estruturado deve a execução acontecer com um mínimo de problemas, pois sempre é possível a falha de algum equipamento, a interferência de fatores externos como o clima.

Existem alguns aspectos que irão influenciar a aplicação do teste e que precisam merecer nossa atenção, tais como:

1) Quanto ao número de avaliados, pois alguns testes como na maioria deste manual são estritamente individuais, enquanto outros podem ser coletivos.


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45 Leonardo de Arruda Delgado

2) Quanto ao número de avaliadores, da mesma forma, a maioria dos testes aqui descritos exige apenas um avaliador, mas há ocasiões que mais de um avaliador é necessário. 3) Quanto à demonstração: que poderá ser útil e em muitos casos imprescindível para um perfeito entendimento do teste. 4) Quanto à duração: que poderá estar dentro dos limites da aula, do período de treinamento ou de fadiga. 5) Quanto à coleta dos dados: que deverá ser feita em folha de protocolo adequada e por anotador competente. 6) Quanto à ordem: que procurará ser em uma bateria de testes a mais "fisiológica" possível, colocando no princípio os testes que exijam condições próximas às de repouso e deixando para o final os testes que envolvam esforço máximo.

7.2.1 Estruturação da avaliação funcional

O modelo sistêmico em Avaliação Funcional tem como primeiro passo seu propósito. Ele é o aspecto fundamental do sistema, pois fixa suas expectativas e a partir dele é desenvolvido e avaliado. No propósito estão incluídos os objetivos de testes e a determinação das normas a serem utilizadas para sua interpretação.

Vários autores concordam que a Avaliação Funcional é composta pela Avaliação Médica e pela Avaliação da Aptidão Física. De acordo com POLLOCK


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46 Leonardo de Arruda Delgado

(1993, p.240-233) os procedimentos de avaliação necessários para que os indivíduos integrantes de um programa de atividades físicas possam dele participar com segurança, envolvem geralmente sua história clinica, a analise dos fatores de risco para o desenvolvimento de Doenças Arterial Coronária (DAC), além de uma avaliação do condicionamento físico do indivíduo em questão. A avaliação do condicionamento ou da aptidão física envolve as seguintes áreas: Cardiorrespiratória (capacidade funcional), composição corporal, flexibilidade, endurance e força muscular.

7.2.1.1

Avaliação médica

A Avaliação Médica deve ser realizada por um médico, se possível com formação em Medicina do Esporte. Um exame clínico consta, basicamente, de duas partes. Na primeira é realizado o exame médico, e na segunda, serão ser solicitados alguns exames complementares. A ACSM recomenda a realização de uma rotina mínima de exames físicos e laboratoriais como parte integrante da avaliação médica.

7.2.1.1.1. Exame médico

Nesta etapa, deverá ser realizado um exame sumário abrangendo aspectos cardiovasculares, pulmonares e ortopédicos, incluindo-se ai os seguintes tópicos: freqüência e regularidade de pulso; pressão arterial deitado, sentado e de


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47 Leonardo de Arruda Delgado

pé; ausculta pulmonar com atenção especial para a uniformidade dos sons respiratórios em todas as áreas (ausência de estertores, roncos e sibilos); palpação do impulso cardíaco apical; ausculta cardíaca com atenção especial para os sopros, galopes, cliques e atritos; palpação e ausculta das artérias carótidas, abdominais e femorais; palpação e inspeção dos membros inferiores para verificação de edema e de pulsos arteriais; ausência ou presença de xantomas ou xantelasmas; problemas ortopédicos.

7.2.1.1.2. Exames complementares

Feito em consultório ou laboratório, dependendo do exame. Serve para confirmar ou controlar com mais precisão o perfil patológico do avaliado. Em geral, enquadram-se os exames:

-

Dentário: semestralmente ou anualmente uma visita ao dentista para tratamento ou para evitar futuros problemas nos dentes que poderão vir a afetar a saúde;

-

Otorrinolaringológico: para evitar focos nas amídalas, carne esponjosa obstruindo o nariz ou desvio no septo.

-

Radiológico: serve para assegurar ao médico a integridade do coração, pulmões e vísceras, além de controle pela comparação dos exames posteriores com o inicial.

-

Oftalmológico: tem por finalidade verificar a visão.


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-

Sangue: constitui-se num exame importantíssimo, pois verifica a quantidade de hemácias ou glóbulos vermelhos, leucócitos ou glóbulos braços, taxa de colesterol, glicose e etc.

-

Urina:

verificam

os

elementos

anormais,

microscopia

da

sedimentação, densidade e reação; -

Fezes: verificação da existência ou não de parasitas intestinais, ainda que na sua forma ovular.

7.2.2 Avaliação da aptidão física

As avaliações mais utilizadas para determinação do estado inicial e de desenvolvimento das componentes da aptidão física relacionada com a saúde são:

-

Anamnese: entrevista inicial onde se visa recolher todas as informações sobre o aluno. O formulário da anamnese deve incluir um registro da história pessoal e familiar de coronariopatias e dos fatores de risco associados, a medicação e o tratamento a que está submetido, os hábitos alimentares e uma análise da dieta, história de tabagismo e os padrões atuais de atividade física. Além disso, quaisquer outros problemas clínicos pertinentes ou incapacidades físicas devem ser registrados.


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49 Leonardo de Arruda Delgado

-

Análise postural: que consiste em avaliar e registrar, se possível através de fotografias, os desvios posturais ou atitudes erradas dos alunos.

-

Medidas antropométricas: são as medidas de altura, peso, diâmetros, circunferências e dobras cutâneas.

-

Avaliação da composição corporal: onde são determinados os percentuais e peso de gordura, massa corporal total e magra, peso ideal teórico, peso residual, peso ósseo e peso muscular. Além da somatotipologia.

-

Avaliação das capacidades neuromusculares: flexibilidade, força e RML.

-

Avaliação das Capacidades Metabólicas: resistência aeróbica e anaeróbica.

7.3 Fase de análise

As principais tarefas desta fase são:

-

Comparar os resultados com classificações e padrões;

-

Comparar os resultados com resultados anteriores do próprio aluno;

-

Interpretar o resultado e estabelecer um diagnóstico;

-

Utilização dos resultados;


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50 Leonardo de Arruda Delgado

8 AVALIAÇÃO DO RISCO CORONARIANO

As doenças cardiovasculares estão em primeiro lugar entre as causas de morte no Brasil, vitimam 300.000 brasileiros ao ano são 820 óbitos por dia 34 por hora um evento fatal a cada dois minutos. São a principal causa de gastos em assistência médica (16,22% do total), implicando 10,74 milhões de dias de internação pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Dentro do grupo das doenças circulatórias, o infarto do miocárdio e as doenças cérebro-vasculares (AVCs) são aquelas com maiores índices de mortalidade. Além disso, muitos que sobrevivem com esses problemas têm grandes limitações em suas vidas. Dentro do termo genérico - Doenças Cardiovasculares, estão as coronariopatias, a hipertensão, os acidentes vasculares cerebrais (AVCs), a insuficiência cardíaca, as valvulopatias e a cardiopatia reumática.

As coronariopatias quase sempre são resultantes de arterioclerose, de que resulta uma estenose das artérias coronarianas, ou seja, das artérias que irrigam o músculo cardíaco (ou miocário).

A hipertensão é a forma de doença cardiovascular mais prevalente. A hipertensão nada mais é do que uma condição na qual a tensão arterial encontra-


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51 Leonardo de Arruda Delgado

se cronicamente elevada, acima daqueles níveis considerados desejáveis ou saudáveis para a idade e o tamanho da pessoa.

Nos países desenvolvidos, os índices de mortalidade em função das doenças cardiovasculares só começaram a cair depois que a população começou a se conscientizar da importância de certas medidas preventivas, o que se traduziu na mudança de hábitos de vida.

A epidemiologia é o ramo da medicina que estuda as relações entre os vários fatores que determinam as freqüências e a distribuição de uma doença. No que diz respeito à coronariopatia e á hipertensão, a epidemiologia tem tentado identificar aqueles fatores que estão associados a estas condições. Quando presentes estes fatores, colocam aquele indivíduo específico sob um maior risco para o desenvolvimento prematuro ou precoce e para a subseqüente manifestação da doença.

O fato das doenças cárdio-circulatórias degenerativas, alcançarem proporções epidêmicas na maioria das sociedades tecnologicamente avançadas fizeram que os órgãos responsáveis pela saúde pública investissem em pesquisas, no sentido de identificar quais seriam os fatores, ou atitudes do meio ambiente e características corporais, que poderiam agir sobre o organismo, tornando-o doente.


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Esses fatores denominados de risco estão altamente relacionados ao desenvolvimento prematuro de doenças cardiovasculares, podendo os mesmos, serem então classificados e modificados ou não, segundo a possibilidade de intervenção preventiva, maior ou menor conforme sua importância.

8.1 Fatores de risco

PY (1998, p36) define fatores de risco, como parâmetros ambientais, circunstanciais, constitucionais e genéticos que quando identificados indicam maior suscetibilidade do indivíduo a desenvolver doença cardiovascular. Dados epidemiológicos apresentados em trabalhos científicos e de pesquisa em todo o mundo revelam maior incidência das doenças do sistema cardiovascular quando um ou mais fatores de risco estão presentes.

Atualmente, os fatores de risco para a doença coronariana são classificados em duas categorias, a saber: fatores de risco primário e fatores de risco secundários, ou de contribuição.

-

Fator de risco primário: é o fator que sozinho pode causar dano ao órgão correspondente, ou seja, são aquelas características que estão altamente associadas a um problema de saúde específico, independentemente de outras variáveis.


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-

Fator de risco secundário: estão altamente associados ao problema de saúde somente quando outros fatores de risco estão presentes, ou seja, corresponde ao que o fator em combinação com outro pode causar de doença ao órgão.

-

Fatores de risco não influenciáveis: nos fatores de risco não influenciáveis, trata-se de fatores endógenos, a cuja influência todo homem está exposto. Entretanto, sua influência, no conjunto, é menor que a influenciável ou evitável (AHLHEIM 1980, 434, apud WEINECK, 1991, p.382).

-

Fatores de risco influenciáveis: do ponto de vista preventivo, os fatores de risco influenciáveis tem maior significado que os não influenciáveis, pois eles abrangem às pessoas possibilidades de influência.

De acordo com HOWLEY & FRANKS (2000, p. 20-21) uma nova revisão sobre os fatores de risco, concluíram que a inatividade física e a diabetes, que eram fatores de risco secundários, e o condicionamento cardiorrespiratório que nem estava listado sob nenhuma categoria de risco, são agora classificados como fatores de risco primários.

Outros acreditam, com base em algumas evidências, que a obesidade, uma dieta alta em gordura ou o fibrinogênio alto são fatores de risco primário, e não secundários. Logo a tabela de fatores de risco primários e secundários de doenças cardíacas sofreu modificações.


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Tabela 2 Fatores de risco Fatores de Risco Não Influenciáveis

Histórico familiar Idade avançada Sexo masculino Personalidade de risco Raça

Influenciáveis Fatores de Risco Primário Fumo (Tabagismo) Colesterol total alto Colesterol de baixa densidade (LDL) alto Colesterol de alta densidade (HDL) baixo Hipertensão (pressão arterial alta) Inatividade física Condicionamento cardiorrespiratório baixo Diabetes Fatores Secundários Obesidade Colesterol de muito baixa densidade (VLDL) alto Incapacidade de lidar com o estresse e tensão Dieta alta em gordura Fibrinogênio alto

8.2 Fatores influenciáveis primários 8.2.1 Tabagismo

O resultado de mais de 100.000 pesquisas científicas sobre as conseqüências negativas do fumo sobre o organismo humano é resumido em uma única frase pelo OMS:

“Através de nenhuma outra medida isolada puderam ser salvas mais vidas humanas e evitadas mais doenças do que pelo não-fumar”.

O fumo crônico de cigarros é hoje o fator de risco de longe mais importante para a formação de doenças cárdio-circulatórias degenerativas.


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O tabagismo pode ser um dos melhores prognósticos de coronariopatia e o risco está relacionado diretamente ao número de cigarros fumados. A probabilidade de morte por doenças cardíacas nos fumantes é quase duas vezes maior que nos não fumantes.

As doenças cardio-circulatórias degenerativas incidem cerca de 4 vezes mais freqüentemente nos fumantes que nos não fumantes. O risco de sofrer infarto é 7 vezes maior nos jovens fumantes, quando comparados com pessoas da mesma idade.

A mortalidade nos fumantes com menos de 10 cigarros por dia é cerca de 26% maior que a mortalidade média estatística; nos fumantes com 10-19 cigarros por dia, 116%; e os fumantes com mais de 40 cigarros por dia, cerca de 142%.

Em primeiro lugar das causas de morte através de tabagismo, estão as doenças do coração (84%), dos quais 77% somente de doenças dos vasos arteriais cerebrais (10%), aneurisma da aorta (4%) e outras doenças circulatórias (2%).

Ao parar de fumar, o risco de coronariopatia costuma igualar-se ao dos não fumantes. O tabagismo pode aumentar o risco de cardiopatia através de seu efeito sobre as lipoproteínas séricas; os indivíduos que fumam apresentam níveis


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mais baixos de colesterol HDL, em comparação com os não-fumantes. A boa notícia é que, ao parar de fumar, o HDL pode retornar aos níveis normais.

8.2.2 Hiperlipidemia

Um maior nível de lipídeos no sangue recebe a designação de hiperlipidemia ou dislipidemias. Há uma relação direta entre dislipidemias e aterosclerose, especialmente com relação a níveis elevados de colesterol total, triglicérides, LDL ou valores reduzidos de HDL.

O Conselho Brasileiro de Dislipidemias recomenda que todos os adultos com idade superior a 20 anos conheçam seu perfil lipídico (colesterol total, triglicérides, HDL e LDL). Obtendo-se um perfil desejável e na ausência de outros fatores de risco, as determinações laboratoriais devem ser repetidas a cada cinco anos.

8.2.2.1

Níveis de colesterol total

Um valor do colesterol de 230 mg/dl aumenta o risco de ataque cardíaco para aproximadamente duas vezes aquele de uma pessoa com 180 mg/dl, enquanto um valor de 300 mg/dl aumenta o risco quatro vezes.


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A tabela abaixo apresenta os níveis desejáveis de colesterol total (mg/dl) e níveis acima dos quais os adultos devem receber tratamento, de acordo com a National Institutes of Consensus to Prevent Heart Development Conference Statement, 1985, apud McARDLE (1992, 460).

Tabela 3 Níveis de Colesterol sanguíneo Total e sua Classificação. Fonte SCOTT GRUNDY, 1989, apud DOMINGUES FILHO, 2002, 104. Tabela Referente aos Níveis de Colesterol Sanguíneo Total e sua Classificação Desejável

< 200 mg/dl

Limítrofe Alto

200-239 mg/dl >240 mg/dl

Tabela 4 Níveis de Colesterol Total e Risco Coronariano. Fonte: National Institutes of Consensus to Prevent Heart Development Conference Statement, 1985, apud McARDLE (1992, 460) Idade 20-29 30-39 > 40

8.2.2.2

Objetivo < 180 mg/dl < 200 mg/dl < 200 mg/dl

Risco moderado 200-220 mg/dl 200-240 mg/dl 240-260 mg/dl

Alto risco >220 mg/dl > 240 mg/dl > 260 mg/dl

Níveis de HDL

WEINECK (1991, p.390) apresenta uma tabela com os valores de colesterol HDL em homens e mulheres com relação ao risco coronariano. Tabela 5 Níveis de HDL para homens e mulheres.

Tabela 5 Níveis de HDL para homens e mulheres Fração de colesterol Homens Mulheres

Prognóstico favorável (mg/dl) > 55 > 65

Risco padrão (mg/dl) 35-55 45-65

Indicador de risco (mg/dl) < 35 < 45


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8.2.2.3

Níveis de LDL e triglicérides

Em relação aos níveis de triglicérides e LDL, vale:

-

LDL abaixo de 150 mg/dl só necessita de tratamento quando simultaneamente a taxa de triglicérides estiver acima de 200 mg/dl (MAHR 1980, 405, apud WEINECKop. cit, 390);

-

Quando a parcela de LDL é de 150-180 mg/dl, outros fatores de risco, que estejam atuando, bem como o nível HDL baixo, decide-se sobre possível tratamento medicamentosos;

-

Uma taxa de LDL acima de 180 mg/dl necessita de tratamento, também quando há uma taxa alta de HDL (SEIDEL 1983, 28).

Tabela 6 Níveis de LDL e Triglicerideos Níveis Valores idéias Valores limites Valores de intervenção

LDL <150 150-180 >180

Triglicérides (mg/dl) <100 150-200 >200

8.2.3 Pressão arterial

A pressão arterial é a pressão que o sangue bombeado pelo coração exercer dentro do sistema arterial durante um ciclo cardíaco. WEINECK (1991, 94) define a PA como a força motriz da circulação do sangue, provocada pelo bombeamento do coração que oscila entre pressão sanguínea sistólica (16 kPA = 120 mmHg) e diastólica (10 kPa = 80 mmHg).


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De acordo com a Organização Mundial de Saúde (O.M.S.), hipertensão arterial é definida como sendo uma pressão sanguínea sistólica elevada, igual ou superior à 160mm de Hg e uma pressão sanguínea diastólica igual ou superiora 95mm de Hg, estando o indivíduo em repouso físico e mental.

O Instituto para o Desenvolvimento da Saúde Universidade de São Paulo, no seu Manual de Condutas Médicas (2002, p.276), revisou esse critérios e, estabeleceu que o limite arbitrário adotado operacionalmente é que um indivíduo adulto é considerado hipertenso quando os níveis da pressão arterial são iguais ou maiores do que 140/90mmHg. A tabela abaixo apresenta a classificação dos níveis da pressão arterial para pessoas adultas. Tabela 7 Classificação da pressão arterial em repouso em maiores de 18 anos. Variação da PA mmHg

Categorias Pressão Sistólica (PAS)

<130 130-139 140-159 160-179 >179 <85 85-89 90-99 100-109 >109

Normal Normal Limítrofe Hipertensão Leve (Estágio 1) Hipertensão Moderada (Estágio 2) Hipertensão Grave (Estágio 3) Pressão Diastólica (PAD) Normal Normal Limítrofe Hipertensão Leve (Estágio 1) Hipertensão Moderada (Estágio 2) Hipertensão Grave

Obs: em recentes congressos a recomendação de pressão normal que antes era 120/80 mmHg, hoje é de 110/70 mmHg.


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Procedimentos para mensuração da PA em repouso

A mensuração da PA na artéria braquial pode ser feita de maneira simples, seguindo as seguintes etapas:

-

Certifique-se que o avaliado não está com bexiga cheia, não praticou exercício físico, não ingeriu bebidas alcoólicas, alimentos ou café e nem mesmo fumou 30 minutos antes da medida;

-

Deixe o avaliado descansar 5 a 10 minutos em ambiente calmo, com temperatura agradável;

-

Localizar artéria braquial por palpação;

-

Colocar manguito adequando ao tamanho do braço, firmemente, 2-3 cm acima da fossa antecubital, centralizando a bolsa de borracha sobre a artéria braquial. A largura da bolsa de borracha do manguito deve corresponder a 40% da circunferência do braço e seu comprimento, envolver pelo menos 80% do braço.

-

Manter o braço na altura do coração;

-

Posicionar os olhos no mesmo nível da coluna de mercúrio ou do mostrador do manômetro aneróide;

-

Palpar o pulso radial, inflar o manguito até seu, para estimar o nível da pressão sistólica, desinflar rapidamente e aguardar 15-30 segundos antes de inflar novamente.

-

Colocar o estetoscópio nos ouvidos com curvatura voltada para frente;


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-

Posicionar campânula do estetoscópio sobre artéria braquial, na fossa antecubital, evitando compressão excessiva;

-

Solicitar ao avaliado para não falar durante a medida;

-

Inflar rapidamente, 10-10 mmHg por segundo, até o nível estimado da pressão sistólica;

-

Desinflar lentamente 2-4 mmHg por segundo;

-

Determinar pressão sistólica no aparecimento do primeiro som (Fase I de Korotkoff), que se intensifica com aumento da deflação;

-

Determinar pressão diastólica no despareciemtno do som (fase V de Korotkoff). Auscultar 20-30mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e proceder à deflação rápida e completa. Quando os sons persistirem até o zero, determinar a diastólica no abafamento dos sons (Fase IV de Korotkoff);

-

Registrar os valores da pressão realmente obtidos na escala do manômetro, que varia de 2 em 2 mmHg, evitando arredondar para valores terminados em zero ou cinco.

-

Esperar um a dois minutos antes de realizar nova medida;

-

O avaliado deve ser informado sobre os valores da pressão e possível necessidade de acompanhamento.


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8.2.4 Inatividade física

O risco relativo a DCC fatal entre os sedentários é cerca de duas vezes maior que para os indivíduos mais ativos. Tanto para homens como para mulheres, a manutenção da aptidão física por toda a vida também proporciona uma proteção significativa em termos tanto dos fatores de risco quanto da ocorrência de doença real.

Numerosos estudos têm demonstrado que pessoas mais ativas apresentam um risco menor de doenças cardíacas que indivíduos sedentários; entretanto, antigamente, a inatividade física era considerada menos importante que o controle de colesterol sérico, a pressão arterial e o tabagismo.

Estudos recentes indicam que a atividade física (com o gasto de 2.000 kcal por semana em exercícios) e os altos níveis de condicionamento cardiorrespiratório (como agüentar por bastante tempo um teste de esteira) são os principais fatores relacionados à prevenção de doenças cardíacas e á mortalidade por qualquer causa. A inatividade física e os baixos níveis de condicionamento merecem ser incluídos com a mesma ênfase nos fatores de risco primários tradicionais.

A atividade física contribui para a manutenção da força muscular, da estrutura e função das articulações e para o desenvolvimento ósseo adequado na


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infância e na juventude, o que lhe confere um papel importante na prevenção e no controle de problemas articulares e de desenvolvimento de osteoporose. Adicionalmente as possibilidades de manter uma vida autônoma e independente.

Há evidências que o exercício regular esteja relacionado à redução do risco de desenvolvimento Doenças Cardíacas, resultando em uma melhora nos níveis de colesterol sérico, na pressão arterial, na tolerância à glicose, no fibrinogênio e na gordura corporal. Além de influenciar em outros fatores como: Ansiedade, dor nas costas, câncer, doenças pulmonares crônicas, depressão, diabetes, hipertensão, obesidade, osteoporose, acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e etc.

8.2.5 Baixo condicionamento cardiorrespiratório

A introdução usual do condicionamento cardiorrespiratório (CCR), como fator primário, em termos de Doenças Crônicas Degenerativas, ocorreu devido ao consenso geral entre as investigações mais recentes que preceitua uma relação constante emerge entre um estilo de vida sedentário e uma maior probabilidade de cardiopatia.

Existe um consenso entre os autores FOX (1979 & 1991), WEINECK (1986, 1991 & 1999), McARDLE (1991), GOMES (1995), LEITE (1996) & MONTEIRO (2000 & 2001), no sentido de se atribuir ao VO2

Máx

a função de


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medida mais representativa da aptidão cardiorrespiratória, pois, em geral, ele resume o que ocorre no sistema de transporte de oxigênio, podendo também ser chamado de potência aeróbica máxima.

A medida do VO2Máx expressa as adaptações do treinamento e as potencialidades genéticas através dos diversos fatores relacionados com o sistema cardiovascular e com a musculatura esquelética, por isso que é aceito como um dos principais indicadores de saúde cardiorrespiratória.

De

uma

maneira

geral

a

classificação

da

Aptidão

Física

Cardiorrespiratória deve ser especifica em função do sexo, idade e população avaliada. Citaremos como referência duas classificações a proposta da American Heart Association (1980) que foi estabelecida a partir de indivíduos sadios não atleta e pode ser utilizada como meio de acompanhamento da aptidão cardiorrespiratória, e a de Cooper (1982), segundo GOMES (1995, 64). Tabela 7 Nível de Aptidão Física do American Heart Association para Homens e Mulheres em VO2MÁx em ml(kg.min)-1. Fonte: A.C.S.M, 1980 F. Etária 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69

Muito Fraca < 24 < 20 < 17 < 15 < 13

F. Etária 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69

Muito Fraca < 25 < 23 < 20 < 18 < 16

Mulheres em ml/Kg.min Fraca Regular 24-30 31-37 20-27 28-33 17-23 24-30 15-20 21-27 13-17 18-23 Homens em ml/Kg.min Fraca Regular 25-33 34-42 23-30 31-38 20-26 27-35 18-24 25-33 16-22 23-30

Boa 38-48 34-44 31-41 28-37 24-34

Excelente >48 >44 >41 >37 >34

Boa 43-52 39-48 36-44 34-42 31-40

Excelente >52 >48 >44 >42 >40


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Tabela 8 Classificação da Aptidão Cardiorrespiratória de Cooper para Homens e Mulheres VO2max ml(kg.min)-1.Fonte: COOPER, 1982 F. Etária 13-19 20-29 30-39 40-49 50-59 > 60

Muito Fraca < 35 < 33 <31,5 < 30,2 < 26,1 20,5

Fraca 35,1-38,3 33,1-36,4 31,6-35,4 30,3-33,5 26,2-30,9 20,6-26,0

F. Etária 13-19 20-29 30-39 40-49 50-59 > 60

Muito Fraca <25 <23,6 <22,8 <21,0 <20,2 <17,5

Fraca 25,1-30,9 23,7-28,9 22,9-26,9 21,1-24,4 20,3-22,7 17,6-20,1

Homens Regular 38,4-45,1 36,5-42,4 35,5-40,9 33,6-38,9 31,0-35,7 26,1-32,2 Mulheres Regular 31,0-34,9 29,0-32,9 27,0-31,4 24,5-28,9 22,8-26,9 20,2-24,4

Boa 45,2-50,9 42,5-46,4 41,0-44,9 39,0-43,7 35,8-40,9 32,3-36,4

Excelente 51,0-55,9 46,5-52,4 45,0-49,4 43,8-48,0 41,0-45,3 36,5-44,2

Superior >56,0 >52,5 >49,5 >48,1 >45,4 >44,3

Boa 35,0-38,9 33,0-36,9 31,5-35,6 29,0-32,8 27,0-31,4 24,5-30,2

Excelente 39,0-41,9 37,0-40,9 35,7-40,0 32,9-36,9 31,5-35,7 30,3-31,4

Superior >42,0 >41,0 >40,1 >37,0 >35,8 >31,5

8.2.6 Diabetes

A Diabete também foi removido da lista de fatores secundários para a lista de fatores primários. A Diabetes Mellitus é uma patologia que se caracteriza pelo comprometimento da produção de insulina pelo pâncreas e/ou pela diminuição do número ou da afinidade dos receptores de insulina, causando o aumento dos níveis de glicose sanguínea, mesmo a pessoa estando em jejum. CARNAVAL (1995, p.118)

WEINECK (op.cit., 394) diz que a Diabets Mellitus, também conhecida como doença do açúcar, existe, quando a taxa de açúcar no sangue está constantemente elevada. As taxas de açúcar no sangue, em jejum, abaixo de


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120mg% são consideradas normais; as taxas que ultrapassam 140 mg% devem ser classificadas como diabéticos, segundo a recomendação da OMS.

Tabela 8 Tabela de valores de referência para glicemia, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, 1996. Classificação Normal Elevado Diabetes

Glicose Até 100 mg/dl 100 - 139 mg/dl Maior de 140 mg/dl

Pode ter como causas vários fatores tais como a hereditariedade, a obesidade, a inatividade física, o estresse, a alimentação inadequada, a gravidez, o envelhecimento e etc. está estreitamente correlacionada com um grande número de fatores de risco, como por exemplo, a pressão sanguínea alta, a hiperlipidemia e a hiperiuricemia.

A Diabetes age sobre os vasos sanguíneos de forma semelhante à hipertonia, ou seja, a longo prazo e de forma difusa. Como mecanismos patológicos, discutem-se a taxa de insulina, compensatória aumentada, que deve perturbar determinados mecanismos reguladores (lipoproteinlipase), que deve cuidar da mobilização e transporte das gorduras: a gordura excedente, então, penetra na parede do vaso, levando ao aparecimento de focos ateromatosos.

Além do maior risco do diabético em relação ao aparecimento de doenças coronarianas, a freqüência de doenças como apoplexia e angiopatia também é maior, chegando a ser 2-3 vezes maior que nas pessoas normais, assim como a freqüência da gangrena (necrose de tecidos), que é 10 vezes maior.


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Existem dois tipos de diabetes Mellitus:

-

Tipo 1: também conhecida como diabetes juvenil (classificação da O.M.S.), ou insulino-dependente, caracterizada pela redução ou pela não produção de insulina pelo pâncreas. Ocorre normalmente até os 24 anos e, também é, normalmente hereditária.

-

Tipo 2: também conhecida como diabete adulta (classificação da O.M.S.), ou não -insulino- dependente, caracterizada pela diminuição do número ou da afinidade dos receptores de insulina das células, proporcionando uma resistência à ação da insulina. Ocorre normalmente após os 24 anos e é associada à obesidade que pode ser a responsável pela insuficiência insulínica.

8.3 Fatores de risco influenciáveis secundários 8.3.1 Obesidade

De acordo com POLLOCK (1993,47) "excesso de peso" é definido como aquela condição onde o peso do indivíduo excede ao da média da população, determinada segundo o sexo, a altura e o tipo de compleição física.

WEINECK (op.cit., 393) diz que partindo do peso chamado "Peso Normal", ele é calculado a partir da altura e equivale à altura menos 100, o


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excesso de peso é caracterizado como um aumento de 10 a 20% em relação ao peso normal estabelecido. RAMOS (1999, 92) complementa este dois autores ao diz que o excesso de peso é uma classificação muito ampla, uma vez que o componente responsável pelo peso elevado pode ser: massa corporal magra, quantidade de gordura corporal e a associação dos dois fatores, anteriormente citados.

RAMOS (op.cit,93) define obesidade como uma taxa elevada de gordura corporal, onde nesse quadro se encaixam homens que possuam no mínimo 20% e mulheres com, no mínimo, 30% ou mais de gordura corporal.

Os valores para gordura corporal estimada, como recomendada por LOHMAN (1992), apud HEYWARD (2000, p. 5), são apresentados na tabela 9. A média de %GC é de 15% para Homens e 23% para Mulheres. O padrão de obesidade que coloca o indivíduo em risco de doenças é acima de 25% para Homens e 32% para Mulheres. Os níveis mínimos saudáveis de %GC são estimados em 5 a 8% para homens e 8 a 12% para Mulheres.

Tabela 9 Valores para gordura corporal estimada. Dados de LOHMAN (1992, 80), apud HEYWARD (2000, p.5) CLASSIFICAÇÃO Risco Abaixo da Média Na Média Acima da Média Risco

HOMENS < 4% 5 a 8% 9 a 16% 17 a 24% > 25%

MULHERES < 8% 9 a 14% 15 a 22% 23 a 29% > 30%


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De acordo com Programa Saúde da Família, com grande grau de aproximação, é possível, somente com medidas de peso e altura, chegar a um diagnóstico adequado da adiposidade. Utilizando-se para isso índice de Massa Corporal (IMC) ou índice de Quetelet IMC (kg/m2) = PC (em kg)/ AL2 (em m). Para calcular o IMC, o peso do corpo deve ser medido em quilogramas e a altura convertida de centímetros em metros (cm/100).

Este índice constitui uma alternativa bastante valida, pois se uma população apresenta valores elevados de IMC podemos afirmar que isso ocorre em função do excesso de componente gordura corporal, já que na maioria das pessoas que apresentam excesso de massa isso não ocorre por excesso de massa magra.

Tabela 10 Classificação do sobrepeso e obesidade pelo IMC, adaptado de Whro (1997), apud Costas 2001, p.40) Classificação de Obesidade Baixo Peso Normal Sobrepeso Obesidade Obesidade Mórbida

I II III

IMC(kg/m²) < 18,5 18,5-24,9 25,0-29,9 30,0-34,9 35,0-39,9 > ou = 40,0

Outra medida que pode ser utilizada é a relação da cintura para o quadril (RCQ) é fortemente associada à gordura visceral e parece ser um índice aceitável de gordura intra-abdominal. A RCQ é simplesmente calculada dividindo a circunferência da cintura (medida em cm) pela do quadril (medida em cm), quanto à classificação dos valores podemos utilizar a tabela 11.


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Tabela 11 Normas para a proporção entre Circunferência da Cintura e do Quadril (RCQ) para Homens e Mulheres. Fonte: HEYWARD & STOLARCYK (op.cit, 91) Sexo

Homens

Mulheres

Risco Estimado Idade

Baixo

Moderado

Alto

Muito Alto

20-29

<0,83

0,83-0,88

0,89-0,94

>0,94

30-39

<0,84

0,84-0,91

0,92-0,96

>0,96

40-49

<0,88

0,88-0,95

0,96-1,00

>1,00

50-59

<0,90

0,90-0,96

0,97-1,02

>1,02

60-69

<0,91

0,91-0,98

0,99-1,03

>1,03

20-29

<0,71

0,71-0,77

0,78-0,82

>0,82

30-39

<0,72

0,72-0,78

0,79-0,84

>0,84

40-49

<0,73

0,73-0,79

0,80-0,87

>0,87

50-59

<0,74

0,74-0,81

0,82-0,88

>0,88

60-69

<0,75

0,76-0,83

0,84-0,90

>0,90

A perda de peso e a subseqüente redução na quantidade de gorduras, independentemente de ter sido obtida através da dieta ou do exercício, em geral normalizam os níveis de colesterol e de triglicerídeos e exercem um efeito benéfico sobre a pressão arterial e os diabetes com início na vida adulta.

8.3.2 Colesterol de baixíssima densidade (VLDL- Very LDL)

O papel da VLDL não esta muito claro até, agora, mas é crítica a situação, que a VLDL pode ser transformada em LDL no plasma e, por fim, transporta para o tecido adiposo os triglicérides sintetizados do açúcar.


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8.3.3 Tensão e estresse

Várias pesquisas vastamente divulgadas no meio científico vêm evidenciando o estresse como o mal do século, pois, em condições de estresse elevado, o mecanismo de defesa do corpo entra em ação: aumenta a freqüência cardíaca, eleva a pressão arterial, os músculos ficam tensos e o resultado pode ter uma doença cardíaca. Calcule o seu nível de estresse utilizando a anamnese do anexo I p. 84.

8.4 Fatores não-influenciáveis 8.4.1 Hereditariedade

A hereditariedade parece desempenhar algum papel no risco de ataque cardíaco.

Por

exemplo,

as

pessoas

que

sofrem

um

ataque

cardíaco,

particularmente em idade jovem, contam uma história familial de ataques cardíacos na juventude.

Pela mesma razão, os que não sofrem de ataques cardíacos em geral pertencem a famílias nas quais esses ataques só ocorrem raramente. Até hoje este fator de risco só foi pesquisado cientificamente num âmbito muito restrito e também é muito difícil ser pesquisado. Assim, por exemplo, é muito difícil comprovar, o quanto às conseqüências da disposição familiar realmente se


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baseiam influências genéticas e não são decorrentes de hábitos de vida e alimentação dentro da família.

Como doenças hereditárias, estão às formas primárias das doenças metabólicas diabetes, hiperlipidemias e gota. Uma relação maior existe entre pressão sanguínea alta e excesso de peso, que também podem depender de transmissão hereditária.

8.4.2 Idade

A idade é um dos possíveis fatores que podem deixar a disposição para uma determinada doença metabólica manifestar-se. Em geral, quanto mais avançada for a idade, maior será o risco de ataque cardíaco, as pessoas com menos de 40 anos, por exemplo, sofrem com menos freqüência de hipertonia e diabetes que as pessoas com mais de 40 anos.

8.4.3 Sexo

A incidência de coronariopatia é maior em homens jovens do que em mulheres jovens. Por exemplo, a taxa de mortalidade em homens brancos entre 35 e 44 anos de idade é seis vezes maior que a de mulheres braças da mesma idade. Entretanto, com o avançar da idade, a incidência de coronariopatia passa a ser praticamente a mesma em homens e mulheres.


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Do ponto de vista fisiológico, a menor taxa de morte devido à doença cardíaca entre mulheres jovens parece está relacionada com o hormônio sexual feminino, o estrógeno. Por qualquer razão, esse hormônio, tem um papel de protetor contra a coronariopatia. Por exemplo, a administração de estrogênio em homens que já tiveram um ataque cardíaco reduz o número de ataques subseqüentes. Após a menopausa, o nível de estrogênio cai drasticamente e, portanto, explica o risco comparável de doenças cardíaca coronariana na mulher e do homem mais idosos.

8.4.4 Personalidade de risco

Na década de 70, vários pesquisadores começaram a acreditar que uma das causas mais importantes do aparecimento prematuro das doenças coronarianas era um tipo de comportamento específico que foi designado comportamento Tipo A.

Segundo os defensores dessa teoria, na ausência do padrão do Comportamento Tipo A, a doença coronariana nunca ocorre antes de 70 anos de idade, mesmo com uma alimentação inadequada rica em gorduras, ou com o fumo, assim como com a falta de exercícios. Com esse padrão de comportamento presente a doença pode parecer facilmente aos 30 ou 40 anos.

O padrão de Comportamento Tipo A é um complexo de traços da personalidade, que inclui um impulso competitivo excessivo; agressividade.


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Impaciência e um devastador sentido de urgência de tempo. Os indivíduos que ilustram esse padrão parecem estar comprometidos com uma luta crônica, incessante e freqüentemente infrutífera, contra si mesmo, com os outros, e com as circunstâncias e algumas vezes com a própria vida.

Por outro lado, existe o padrão de Comportamento Tipo B, que é exatamente o oposto do Tipo A. Esse tipo, ao contrário do Tipo A, é raramente atormentado por desejos de obter cada vez mais, ou de participar coisas no menor tempo possível. Ele pode ter as mesmas ambições do Tipo A, mas seu caráter é tal que pondera, dá confiança e segurança, ao invés de incitá-lo, irritá-lo e enfurecê-lo como no Tipo A.

As pessoas do Padrão de Comportamento Tipo A são mais propensas a exibir os fatores de riscos das doenças coronarianas ou seja, maior nível de coleterol, triglicerídeos, traços precursores da diabetes, fumam mais, exercitam-se menos (porque eles não têm tempo!!!), comem mais alimentos ricos em colesterol, e também têm pressão mais elevada e por fim vivem estressadas.

8.4.5 Raça

Existem povos e raças, nas quais as doenças coronarianas quase não acontecem, no Oriente quase não ocorrem casos de arteriosclerose, entre os índios Navajo e africanos, as doenças coronarianas e os infartos do coração são


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raros. Estas particularidades, no entanto, provavelmente se baseiam na ausência de determinados fatores de risco como tabagismo, excesso ou carência alimentar, falta de movimento e etc., e não em uma diferença racial ou genética.

Entretanto, também existem diferenças que repousam puramente na raça, ou seja, quando pessoas de duas raças vivem sob as mesmas condições de vida: desta forma, os de raça negra apresentam taxas de colesterina e triglicérides significativamente mais baixa que os representantes da raça branca; a menor taxa de gordura também não aumenta com aumento da idade.

Em se tratando de hipertensão, para os adultos nos Estados Unidos, cerca de 20% de homens e mulheres brancos são hipertensos, enquanto cerca de 30% de homens e mulheres negros são hipertensos, logo, a população negra apresenta um risco substancialmente mais elevado do que a população branca, embora não seja este o caso em relação à coronariopatia.


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9 ANAMNESES

A palavra anamnese vem do grego e significa recordar. Esta recordação é verbalizada através de dados que são referidos pelo avaliado como respostas formuladas pelo avaliador.

A anamnese ocorre na forma de entrevista e representa um importante elemento na etapa de coleta de dados (Diagnose). Seu direcionamento deve ser voltado para diagnosticar alguns dos principais aspectos que poderão selecionar os alunos, no sentido de ajudar a prescrever o programa de atividades físicas ideal para um público específico.

FARINATTI & MONTEIRO (2000, p.201) ressaltam que um dos ingredientes mais importantes da anamnese é o bom relacionamento entre o avaliador e o avaliado. A narrativa do avaliado precisa ser atentada e especialmente ouvida, devendo o avaliador despertar a confiança de seu entrevistado através da atenção e interesse pelos dados relatados.

O profissional que conduz a anamnese deve ser suficientemente treinando

para,

frente

à

ansiedade,

limitação

de

memória,

inibição

e

particularidade sócio-culturais do avaliado, fornecer condições de relato correto de dados através de conduta mais ou menos informal.


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Em uma anamnese enfocam-se itens tais como: Histórico familiar sobre doenças coronarianas; tratamento e medicamento em usos; hábitos alimentares; tabagismo e atividade física, entre outros.

Para conduzir uma anamnese voltada para a investigação dos aspectos relevantes à prática de atividade física, propomos as seguintes etapas:

1- Coletar dados de identificação: como nome, idade, profissão, data de nascimento, telefone, endereço e etc. 2- Objetivos do entrevistado: conhecer os objetivos que levam o aluno a procurar a praticar atividade física. 3- Atividade física: esta parte é dedicada à investigação do passado e presente de atividades físicas do avaliado, bem como de suas atividades preferidas. 4- Dados clínicos relevantes à prática de atividade física: a) Fatores de risco para doenças coronarianas; b) Medicamentos em uso: c) Problemas ósteo-mio-articular; d) quaisquer outras características descritas pelo médico que se façam necessárias. 5- Quais os hábitos do aluno: tais como horas de sono, se é fumante, tipo de alimentação, e etc. 6- Considerações finais: este tópico pode ser dividido em duas partes. Inicialmente, o avaliador poderá anotar os dados referentes à disponibilidade de dias e horários para a prática de atividades físicas. Por fim, poderá ser incorporado à anamnese qualquer relato não-


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abordado anteriormente que seja importante para a elaboração do programa de atividades físicas. Geralmente, o avaliador pergunta ao entrevistado se existe algum aspecto não indagado que ele julgue relevante relatar.

Os dados obtidos na anamnese irão influenciar na escolha ou reestruturação dos testes físicos, bem como encaminhamento do avaliado para realização de exames complementares.

Desta forma, acredita-se que se possa desenvolver uma espécie de triagem, procurando detectar aquelas pessoas que possam apresentar uma elevada probabilidade de desenvolvimento de algum risco de cardiopatia, e aquelas pessoas que, a princípio, estariam fora da faixa de risco, possuindo parâmetros para a partir daí estabelecer o tipo de avaliação a ser feita, bem como a atividade física adequada para cada indivíduo.

9.1.1 Estimativa do risco cardíaco

Já foram feitas muitas tentativas de quantificar a suscetibilidade individual para coronariopatia; isso resultou na elaboração de inventários de risco coronariano, denominados comumente “estimativas dos riscos”. A maioria dos inventários dos riscos atribui valores diferentes aos diferentes aspectos do estilo de vida de uma pessoa. Habitualmente, as atribuições desses valores são


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bastantes arbitrárias e não se baseiam em pesquisas conclusiva que tivesse demonstrado um risco real relacionado quantitativamente a determinado traço do estilo de vida. Assim sendo, esses inventários dos riscos devem ser usados e interpretados com cautela, só devendo ser utilizados como um critério geral.

Entre os principais testes que podem ser utilizados para nos fornecer uma estimativa do risco, citaremos: O Questionário RISKO do Michigan Heart Association, o Questionário de Prontidão Física (Physical Activity Readiness Questionnarie) ou “PAR-Q” e o Questionário Sobre o Estado de Saúde de HOWLEY & FRANKS (2000,38-41).

A Associação Americana de Cardiologia publicou um teste semelhante a um jogo, denominado RISKO, que pode ser usado para estimar seu risco de coronariopatia. O Questionário RISKO do Michigan Heart Association, nada mais é que uma anamnese, contendo 8 fatores de risco coronariano, onde cada fator possui uma resposta e cada resposta possui um valor numérico, essa anamnese visa quantificar o risco coronariano, mediante o somatório dos fatores de risco e sua posterior classificação de acordo com a tabela de risco relativo (ver anexo II). Atualmente este questionário sofreu algumas modificações devido à mudança dos pesos atribuídos a fatores de risco (ver anexo III)

De acordo com autores como MONTEIRO (2001, p.23) e POLLOCK (1992), o PAR-Q possui uma sensibilidade de 100% para detecção de contraindicações médicas ao exercício e uma especificidade de 80%. No Canadá, o


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PAR-Q tem sido recomendado como padrão mínimo de triagem pré-atividade antes do inicio de programas de atividade física leve e moderada. Nas últimas duas décadas, o PAR-Q foi administrado com sucesso em diversos países, e mais de um milhão de pessoas foram submetidos a atividades físicas após triagem feita pelo questionário, sem nenhum problema cardiovascular sério relatado.

Em 1992, o PAR-Q sofreu modificações visando melhorar a sua validade. Após a realização de estudos comparativos entre o questionário original e o revisado, o PAR-Q revisado passou a ser adotado como um screening para avaliação de candidatos à prática regular de atividade física, visto sua maior sensibilidade e especificidade (ver anexo IV).

Pode-se dizer que o questionário PAR-Q avalia três principais parâmetros, a saber:

a) Cardiovascular (perguntas 1, 2, 3 e 6); b) Óseto-mio-articular (pergunta 5); c) Outros problemas, onde geralmente estão inseridos os problemas de ordem metabólica e/ou pulmonares (pergunta 4 e 7)

A avaliação das respostas ao questionário é realizada da seguinte forma:


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a) PAR-Q Positivo: uma ou mais respostas positivas. Nesse caso, o avaliado deve consultar um médico antes de aderir a um programa regular de atividades físicas; b) PAR-Q Negativo: todas as perguntas negativas. O avaliado tem uma razoável garantia de apresentar condições adequadas para a participação em um programa regular de atividades físicas.

O questionário sobre o estado de saúde apresentado por HOWLEY & FRANKS (2000,38-41)(ver anexo V) que fornece informações sobre: problemas médicos diagnosticados; características que aumentam o risco de problemas de saúde; sinais ou sintomas indicativos de problemas de saúde; comportamento de estilo de vida relacionados à saúde boa ou ruim.

O questionário é dividido em quatro partes, a primeira parte fornece informações pessoais e de emergência prontamente disponíveis no caso de precisar chamar o médico ou a família.

A segunda parte inclui seu histórico clinico e de sua família. Essa informação auxiliará o coordenador do programa de condicionamento a decidir sobre os programas de condicionamento educacionais e de atividade física apropriados.


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A terceira parte trata de comportamentos conhecidos por estarem relacionados à segurança e à saúde. Você poderá ajudar o participante a modificar esses comportamentos para um estilo de vida mais saudável.

A quarta parte enforca atitudes relacionadas à saúde que estão associadas à vida saudável. Perguntas individuais e partes de perguntas que estão codificadas para auxiliar o professor a utilizarem as informações. A chave para os códigos estão incluídos no final do QES.

9.1.2 Estimativa do nível de aptidão física

É um índice proposto por SHARKEY, destinada a avaliar e classificar a categoria de Aptidão Física. Para isso é utilizado um questionário onde são analisados três componentes da atividade física: Intensidade, Freqüência e Duração (ver anexo VI).

A classificação do nível de aptidão física baseia-se no seguinte:

-

Sedentário: não realizou nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos durante a semana.

-

Insuficientemente ativo: realiza atividade física por pelo menos 10 minutos por semana, porém insuficiente para ser classificado como ativo.


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Anexo I: Questionário de Estresse

Assinale a freqüência com que você vivenciou nos últimos dois meses cada um dos itens abaixo: Você sente dores de cabeça freqüentemente? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Você tem tido problemas de insônia? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Você como em excesso? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Sente dor na parte inferior das costas (região lombar)? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Problemas com úlcera ou gástrico? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Problemas como nervosismo? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Pesadelos? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Problemas com pressão arterial? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Mãos e pés frios e suados? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Ingestão de álcool ou remédios sem receita médica? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Palpitações cardíacas (taquicardia)? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Falta de apetite? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Dificuldades sexuais? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Preocupações excessivas? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Náuseas, vômitos? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Irritabilidade? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Perda do apetite ou diarréia? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Dores nos músculos do pescoço e ombros? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Períodos de depressão? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Pequenos acidentes? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Sentimento de raiva? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Pontuação: Sem estresse – Menos de 4 pontos Estresse Moderado – de 4 a 20 pontos Estresse intenso – de 20 a 30 pontos Estresse muito intenso – Acima de 30 pontos


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Anexo II: Índice de Risco Cardíaco (RISKO) 1 Idade ( ) 10 a 20 anos (1) ( ) 21 a 30 anos (2) ( ) 31 a 40 anos (3) ( ) 41 a 50 anos (4) ( ) 51 a 60 anos (6) ( ) 61 a 70 anos (8) 2 Hereditariedade ( ) Nenhuma história conhecida (1) ( ) 1 parente com mais de 60 anos com doença cardiovascular (2) ( ) 2 parente com mais de 60 anos com doenças cardiovasculares (3) ( ) 1 parente com menos de 60 anos com doença cardiovascular (4) ( ) 2 parentes com menos de 60 anos com doença cardiovascular (6) ( ) 3 parentes com menos de 60 anos com doença cardiovascular (8) 3 Peso ( ) mais de 2,3 kg baixo do peso padronizado (0) ( ) –2,3 a+2,3 kg do peso padronizado (1) ( ) Excesso de peso de 2,5 a 9 kg (2) ( ) Excesso de peso de 9,1 a 15,8 kg (3) ( ) Excesso de peso de 16,2 a 22,6 kg (5) ( ) Excesso de peso de 23 a 29,5 kg (7) 4 Fumo ( ) Não-fumante (0) ( ) Charuto e/ou cachimbo (1) ( ) 10 cigarros ou menos por dia (2) ( ) 20 cigarros por dia (4) ( ) 30 cigarros por dia (6) ( ) 40 cigarros ou mais por dia (10) 5 Exercício ( ) Esforço ocupacional e recreativo intenso (1) ( ) Esforço ocupacional e recreativo moderado (2) ( ) Trabalho sedentário e esforço recreativo intenso (3) ( ) Trabalho sedentário e esforço recreativo moderado (5) ( ) Trabalho sedentário e esforço recreativo leve (6) ( ) Ausência completa de qualquer exercício (8) 6 Colesterol ou % de gordura na dieta ( ) Colesterol total de 180 mg% ausência de gorduras animais ou sólidas na dieta(1) ( ) Colesterol de 181-205 mg 10% de gordura animal ou sólida na dieta (2) ( ) Colesterol de 206-230 mg% 20% de gordura animal ou sólida na dieta (3) ( ) Colesterol de 231-255 mg% 30% de gordura animal ou sólida na dieta (4) ( ) Colesterol de 256-280 mg% 40% de gordura animal ou sólida na dieta (5) ( ) Colesterol de 281-330 mg% 50% de gordura animal ou sólida na dieta (7) 7 Pressão arterial ( ) Limite superior de 100 (1) ( ) Limite superior de 120 (2) ( ) Limite superior de 140 (3) ( ) Limite superior de 160 (4) ( ) Limite superior de 180 (6) ( ) Limite superior de 200 (8) 8 Sexo ( ) Mulher com menos de 40 (1) ( ) Mulher com 40-50 (2) ( ) Mulher com mais de 50 (3) ( ) Homem (5) 6-11 ( ) Homem atarracado (6) 12-17 ( ) Homem careca e atarracado (7) 18-24 Nota:________________ 25-34 32-40

41-62

Se sua nota for: Risco bem baixo da média Risco abaixo da média Risco na média geral Risco moderado Risco no nível perigoso Perigo urgente. Consulte seu médico


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Anexo III: Avaliação dos Fatores de Risco Coronariano 1 Histórico Familiar de Doenças Cardíacas ( ) Normal (0) ( ) 1 acima de 50 anos (2)

( ) 1 abaixo de 50 anos (3)

2 Eletrocardiograma de Repouso ( ) Negativo (0) ( ) Duvidoso (1)

( ) Positivo (3)

3 Eletrocardiograma em Exercício ( ) Negativo (0) ( ) Duvidoso (4)

( ) Positivo (8)

4 Fumo - cigarros /dia ( ) Nenhum (0)

( ) 1-10 cigarros (2)

( ) 11 a 30 (3)

( ) 31 ou + (4)

5 Excesso de Peso Corporal ( ) Normal (0) ( ) 10 – 15% (2)

( ) > 15% (4)

6 Prática de Atividade Física ( ) Regular (0) ( ) Infrequente (2)

( ) Nenhuma (4)

7 Nível de Colesterol Total ( ) 200 (0) ( ) 201-230 (1) ( ) 246-275 (3) ( ) > 276 (4)

( ) 231-245 (2)

8 Nível de Triglicérides ( ) 80 (0) ( ) 151-250 (3)

( ) 116-150 (2)

( ) 81-115 (1) ( ) > 251 (4)

9 Nível de Glicose Sanguínea ( ) <98 (0) ( ) 99-104 (1) ( ) 111-118 (3) ( ) > 119 (4)

( ) 105-110 (2)

10 Nível de Stress ( ) Normal (0) ( ) Alto (3)

( ) Muito Leve (1) ( ) Muito Alto (4)

( ) Moderado (2)

( ) 121-130/81-86 (1)

( ) 131-140/87-96 (2)

11 Pressão Arterial ( ) 120/80 (0) ( ) +140/+97 (3)

Se sua nota for: 0-4 5-14 15-24 25-34 35-45

Risco coronariano muito baixo Risco coronariano baixo Risco coronariano moderado Risco coronariano alto Risco coronariano muito alto


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Anexo IV: Questionário PAR-Q 1 Alguma vez um médico lhe disse que você possui um problema do coração e recomendou que só fizesse atividade física sob supervisão médica? ( ) Sim ( ) Não 2 Você sente dor no peito causada pela prática de atividade física? ( ) Sim ( ) Não 3 Você sentiu dor no peito no ultimo mês ? ( ) Sim ( ) Não 4 Você tende a perde a consciência ou cair, como resultado de tonteira? ( ) Sim ( ) Não 5 você tem algum problema ósseo ou muscular que poderia ser agravado com a prática de atividade física? ( ) Sim ( ) Não 6 Algum médico já recomendou o uso de medicamento para a sua pressão arterail ou condição física? ( ) Sim ( ) Não 7 Você tem consciência, através da sua própria experiência ou aconselhamento médico, de alguma outra razão física que impeça sua prática de atividade física sem supervisão médica? ( ) Sim ( ) Não Se Você Respondeu - Sim, para uma ou mais perguntas: você deve procurar um médico recentemente, consulte seu médico por telefone ou pessoalmente antes de aumentar sua atividade física e/ou fazer uma avaliação de condicionamento. Diga a seu médico a que perguntas você respondeu sim no PAR-Q ou apresente sua cópia do PAR-Q - Não, para todas as perguntas: se você respondeu o PAR-Q precisamente, você possui razoável garantia de sua adaptação para um programa de exercícios progressivos e uma avaliação de condicionamento.


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Anexo V: Questionário Sobre o Estado de Saúde(QES)

Instruções: complete cada questão com informações precisas. Toda informação fornecida é confidencial se você optar por submeter esse formulário à analise de seu instrutor de condicionamento. Parte1: Informações sobre o individuo RG_________________ Data:_________Telefone:____________/____________ Nome Completo:_________________________________ Apelido:____________ Endereço para Correspondência:_______________________________________ ______________________________e-Mail:______________________________ Nome do seu médico:____________________________Fone:_______________ Pessoa para contato de emergência:________________Fone:_______________ Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Data de nascimento:_____/____/_____ N° de horas trabalhadas por semana: ( ) Menos de 20 ( ) 20 a 40 ( ) 41 a 60 ( ) Mais de 60 Mais de 25% do tempo despendido no trabalho ( ) Sentado na cadeira ( ) Carregando peso ( ) Em Pé ( ) Caminhando ( ) Dirigindo Parte 2: História Médica Indique aquele(s) que tenham falecido de ataque cardíaco antes dos 50 anos ( ) pai ( ) mãe ( ) irmão ( ) irmã ( ) avô/avó Data/ano do último exame médico:__________ Último teste de condicionamento:___________ Indique as operações que você tenha feito: ( ) Coluna ( ) Coração ( ) Articulações ( ) Hérnia ( ) Rim ( ) Pescoço ( ) Pulmão ( ) Olhos ( ) Outras:________________________________ Indique o(s) problema (s) abaixo para o(s) qual você tenha sido diagnosticado ou tratado por um médico ou profissional da saúde: ( ) Alcoolismo ( ) Problema renal ( ) Enfisema ( ) Anemia ( ) Dor no pescoço ( ) Dor nas costas ( ) Visão ( ) Flebite ( ) Artrite reumatóide( ) Cardiopatia ( ) Câncer ( ) Tireóide ( ) Hipoglicemia ( ) Concussão ( ) Defeito Congênito ( ) Sangramento ( ) Diabete ( ) Anemia falciforme ( ) Doença Mental ( ) Epilepsia ( ) Asma ( ) Obesidade ( ) Gota ( ) Audição ( ) Bronquite ( ) AVC ( ) Hipertensão ( ) Cirrose ( ) Úlcera ( ) Hiperlipidemia ( ) Outros:_______________________ Indique qualquer medicamento tomado nos últimos 6 meses: ( ) Anticoagulante ( ) p/ Epilepsia ( ) Nitroglicemia ( ) p/ Diabete ( ) p/ Coração ( ) p/ estômago ( ) p/ Pressão ( ) Diurético ( ) Insulina ( ) Outros:__________________________ Qualquer um destes sintomas que ocorrem freqüentemente é a base para atenção médica. Indique a freqüência que você tem cada um: Tosse com sangue ( )Nunca ( )Raramente ( )Ás Vezes ( )Com certa freqüência ( )Muito freqüentemente Dor abdominal ( )Nunca ( )Raramente ( )Ás Vezes ( )Com certa freqüência ( )Muito freqüentemente Dor na região lombar


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( )Nunca ( )Raramente ( )Ás Vezes ( )Com certa freqüência Dor no braço ou no ombro ( )Nunca ( )Raramente ( )Ás Vezes ( )Com certa freqüência Articulações inchadas ( )Nunca ( )Raramente ( )Ás Vezes ( )Com certa freqüência Sentir se fraco ( )Nunca ( )Raramente ( )Ás Vezes ( )Com certa freqüência Tontura ( )Nunca ( )Raramente ( )Ás Vezes ( )Com certa freqüência Falta de ar com esforço leve ( )Nunca ( )Raramente ( )Ás Vezes ( )Com certa freqüência Palpitação ou batimento cardíaco acelerado ( )Nunca ( )Raramente ( )Ás Vezes ( )Com certa freqüência Fadiga incomum com atividade normal ( )Nunca ( )Raramente ( )Ás Vezes ( )Com certa freqüência

( )Muito freqüentemente ( )Muito freqüentemente ( )Muito freqüentemente ( )Muito freqüentemente ( )Muito freqüentemente ( )Muito freqüentemente ( )Muito freqüentemente ( )Muito freqüentemente

Parte 3: Comportamento relacionado à saúde Você fuma atualmente? ( ) Sim ( ) Não Se você é fumante, indique a quantidade de cigarros que você fuma por dia? ( ) 40 ou mais ( ) 20-39 ( ) 10-19 ( ) 1-9 Você se exercita regularmente? ( ) Sim ( ) Não Quantos dias por semana você acumula 30 minutos de atividade moderada ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 quantos dias por semana você normalmente despende pelo menos 20 minutos com exercício vigoroso? ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 Você pode caminhar 6,4 km rapidamente sem fadiga? ( ) Sim ( ) Não Você pode caminhar continuamente 4,8 km em um ritmo moderado sem desconforto? ( ) Sim ( ) Não Peso Atual_______ kg Há um ano:________kg Com 21 anos:_______kg Parte4: Atitude relacionada à saúde Estas são características que têm sido associadas ao comportamento propenso à coronariopatia. Indique a que corresponde a como você se sente: Sou um indivíduo impaciente, pontual ao extremo e difícil de conduzir ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo moderadamente ( ) Discordo ligeiramente ( ) Concordo ligeiramente ( ) Concordo modernamente ( ) Concordo totalmente liste tudo que ainda não foi incluído neste questionário que lhe possa causar problemas em um teste ou programa de condicionamento ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________


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Anexo VI: Avaliação do Nível de Atividade Física INTENSIDADE ( ( ( ( (

) Muito Leve (1) ) Leve (2) ) Discreta Respiração e Freqüência Cardíaca (3) ) Moderada Respiração e Freqüência Cardíaca (4) ) Intensa respiração e Freqüência Cardíaca (5)

FREQÜÊNCIA ( ( ( ( (

) Nenhuma ou raramente (1) ) Algumas vezes por Mês (2) ) De uma a duas vezes por semana (3) ) De 3 a 5 vezes por semana (4) ) Diariamente ou quase diariamente (5)

DURAÇÃO ( ( ( (

) Menos de 10 minutos (1) ) De 10 a 20 minutos (2) ) De 20 a 30 minutos (3) ) Acima de 30 minutos (4)

CLASSIFICAÇÃO Pontuação 1 a 20 21 a 40 41 a 60 61 a 80 81-100

Categoria Muito Pobre Pobre Razoável Médio Ótimo

Avaliação Sedentário Insuficiente Aceitável - deve melhorar Aceitável Estilo de Vida Muito Ativo


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