Manual de Boas Práticas: Dicas para uma melhor Gestão e Conservação de Florestas Comunitárias (2012)

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Dicas para uma melhor gestão e conservação das florestas comunitárias

Manual de Boas Práticas Dicas para uma melhor gestão e conservação das florestas comunitárias

Gestão Comunitária Sustentável e boa Governação de Florestas Zambézia - Moçambique

Zambézia, Moçambique

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Dicas para uma melhor gestão e conservação das florestas comunitárias

FICHA TÉCNICA Titulo :

Manual de Boas Práticas - Dicas para uma Melhor Gestão e Conservação de Florestas Comunitárias Por: René Machoco Revisão e Edicão: Vanessa Cabanelas e Sílvia Dolores Layout e desenhos: Jano Paixão Publicacão: Justiça Ambiental Contactos: Rua Marconi Nº110, 1ºAndar, Maputo; Telefone: 21 496668

* Distribuicão Gratuita


Manual de Boas Práticas índice 1. Processo de abate Operações de Corte Durante o Abate Erros Comuns no Processo de Abate Prevenção de acidentes no corte

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2. Legislação de Florestas e Fauna Bravia Madeira Marcação de toros Lenha e carvão

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3. Protecção contra queimadas

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4. Colecta de sementes para plantio Facilidade na germinação da semente (quebra de dormência)

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5. Viveiro Constituição de um viveiro Alfobre/sementeira Repicagem Canteiro Monda Irrigação Doenças e pragas

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6. Plantio

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7. Conservação da Floresta Maneio de brotação Anelamento Compostagem Protecção do Solo Protecção de cursos de água

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8. Será que vale a pena explorar os recursos florestais na totalidade?

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Dicas para uma melhor gestão de florestas comunitárias de Muzo e Nipiode O presente manual surge no âmbito do Projecto de Maneio Comunitário Sustentável e Boa Governação de Floresta, Zambézia, e pretende apoiar as comunidades de Muzo e Nipiode, nos distritos da Maganja da Costa e Mocuba respectivamente, na gestão sustentável dos recursos florestais, abordando questões práticas.

1. Processo de Abate O presente manual surge no âmbito do Projecto de Maneio Comunitário Sustentável e Boa Governação de Floresta, Zambézia, e pretende apoiar as comunidades de Muzo e Nipiode, nos distritos da Maganja da Costa e Mocuba respectivamente, na gestão sustentável dos recursos florestais, abordando questões práticas.

QUEDA FUGA

FUGA Figura 1. Ilustração do processo de definição da direcção de fuga

1.1 Operações de corte durante o abate Esta actividade deve ser efectuada com muita técnica, pois determina a qualidade de corte. Na realização do corte recomenda-se uma equipe formada por, pelo menos, três pessoas, um motosserrista e dois ajudantes. O abate deve ser feito usando a técnica padrão de corte que envolve abertura da boca de corte diagonal e o corte de abate direccional, a desrama (extracção de ramos) e a traçagem das árvores (ou cortes em pedaços) devem ser feitas de acordo com o tamanho do toro e as especificações do mercado, incluindo a medição e registo de toros. DOBRADIÇA CORTE DE ABATE

20 cm

30 cm

BOCA

Figura 2. Técnica de corte direccional

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Manual de Boas Práticas 1.2. Erros Comuns no Processo de Abate Durante o processo de abate, é necessário que se proceda da melhor maneira possível, em função das condições adversas do terreno, de forma a prevenir a ocorrência de erros que comummente acontecem. A seguir pode-se observar alguns erros comuns no processo de abate:

DESPERDÍCIO

Figura 3. Erro na altura do corte

ERRO

INÍCIO DA RACHADURA

AUMENTO DA RACHADURA

DESPERDÍCIO

Figura 4. Erro no corte da boca (profundidade e ângulo)

CORTE ERRADO

CORTE CERTO

Figura 5. Erro na estimativa do oco (buraco no interior da árvore)

1.3. Prevenção de acidentes no corte Construir caminhos de fuga; Manter uma distância mínima entre as equipes (isto é a equipe ou equipes não devem estar espalhadas pelo campo, para reduzir risco de acidente); Uso de equipamento de segurança (fardamento, bota, luvas, capacete e óculos de protecção); Uso correcto da motosserra (o motosserrista deve estar treinado).

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2.

Legislação de Florestas e Fauna Bravia

2.1. Madeira De acordo com a legislação de Florestas e Fauna Bravia em vigor em Moçambique, só é permitida a exportação da madeira em toros de espécies preciosas, de segunda, terceira e quarta classes, obtida em regime de licença simples ou de concessão florestal. A exportação de madeira das espécies da primeira classe, só é permitida após o seu processamento na serração. No entanto, foi estabelecido um período de defeso (período de não corte) para espécies nativas, que vai de 1 de Janeiro a 31 de Março. Neste período, não se deve fazer abate, arraste e transporte da zona de corte até a junta (lugar onde são reunidos os toros para o transporte ao destino), salvo com a permissão do Ministério da Agricultura. O transporte de madeira da junta para o mercado ou indústria florestal no período em defeso, só é permitido após a confirmação dos volumes existentes através dum certificado de produto em estância (madeira abatida que não foram retiradas do local de exploração por algum motivo) emitido pelos Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia (SPFFB). Quando se faz uma exploração florestal é preciso ter em conta todos os detalhes de modo a garantir que a exploração seja sustentável e não causa danos severos ao ecossistema e às comunidades em particular. No processo de selecção das árvores a abater, entre outros factores, como o estado de saúde da árvore e rectidão do tronco, é preciso que se observe o diâmetro mínimo de corte (DMC) para cada espécie de acordo com o regulamento florestal em vigor. A tabela a seguir fornece DMC de algumas espécies de valor comercial a explorar nas comunidades de Muzo e Nipiodi: Tabela 1. Diâmetro mínimo de corte de algumas espécies de valor comercial

Nome local Pau-rosa Pau-preto Muribariba Chanfuta Mucuratebo Monzo Mbaua Jambire Umbila Pau-ferro Mutacata Murotho Mucarala Nampacala Muduro Mutube Muaga Mucequece Mussolo Nsogororo

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Nome científico Berchemia zeyheri Dalbergia melanoxylon Diospyros mespilifomis Afzelia quanzensis Albizia versicolor Combretum imberbe Khaya nyasica Millettia stuhlmannii Pterocarpus angolensis Swartzia madagascariensis Brachystegia bohemii Brachystegia spiciformis Burkea africana Julbernardia globiflora Pteleopsis myrtifolia Parinari curatelifolia Pericopsis angolensis Piliostigma thoningii Pseudolachnostylis maprouneifolia Uapaca kirkiana

DMC (cm) 30 20 50 50 40 40 50 50 40 20 40 40 40 40 40 30 40 40 30 30

Classe de espécie Preciosa Preciosa Preciosa 1a classe 1a classe 1a classe 1a classe 1a classe 1a classe 1a classe 2a classe 2a classe 2a classe 2a classe 2a classe 3a classe 3a classe 3a classe 3a classe 3a classe

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Manual de Boas Práticas Ademais, no decurso do processo de exploração é preciso, sempre que possível, procurar manter a existência de árvores dominantes (árvores de grande porte ou tamanho). Pois, para além de dificultar o manuseamento durante o processo operativo devido ao seu grande diâmetro e a capacidade do charriot, a árvore de grande porte, quando abatida, abre uma clareira arrastando consigo algumas árvores ao seu redor e outras que dependem dela para sobreviver (que em alguns casos podem ser de grande valor comercial), criando um desequilíbrio ecológico na dinâmica florestal. Por outro lado, a manutenção de árvores dominantes, contribui significativamente na continuidade de um banco de sementes viáveis na floresta, garantindo deste modo para o estabelecimento da regeneração natural.

2.2. marcação de toros Número de referência do toro e espécie florestal; este número de referência é inscrito num dos topos e corresponde ao número que o licenciado atribui obrigatoriamente a cada toro nos seus registos de movimento; Indicação dos diâmetros cruzados de ambas as faces do toro, seguida de uma coluna para inscrição do diâmetro médio achado; Colunas para o comprimento e volume total do toro; Soma final do número de toros e volume total do carregamento.

Figura 6. Pilha de toros

É importante que se tenha em mente, que os toros devem ser obrigatoriamente marcados com tinta indelével (que não se apaga), de modo a evitar situações ilegais de rectificação. Cada toro deve indicar claramente o nome da empresa concessionária (empresa que está explorar) e o número de registo do mesmo que coincide com o número que consta da lista.

2.3. LENHA e carvão A Lei de Florestas e Fauna Bravia e seu respectivo regulamento estabelece que para produção de lenha ou carvão só poderão ser utilizadas espécies da quarta classe. Todas as outras espécies não podem ser usadas para a produção de combustível lenhoso, incluindo as espécies da 1a, 2a e 3a classes ou outras protegidas. As ramadas, resultado da exploração florestal podem ser aproveitadas para o fabrico de carvão. Quando devidamente efectuado o o corte selectivo de espécies comerciais maduras não deveria afectar o uso da floresta pela população. Para a produção de carvão e lenha recomenda-se o uso de árvores com um diâmetro

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Dicas para uma melhor gestão e conservação das florestas comunitárias mínimo de 20 cm (ou um palmo e meio) e diâmetro máximo de 40 cm, portanto dois palmos. Ao respeitar-se estas medidas garante-se a sobrevivência das plantas resultantes da regeneração natural e manutenção de árvores grandes para produção de sementes, mantendo deste modo o equilíbrio do ecossistema (seres vivos e não vivos).

3.

Protecção contra queimadas

A protecção contra as queimadas deve ter início após a época chuvosa. Os membros da comunidade devem ter capacitação em parceria com os Serviços Provinciais de Floresta e Fauna Bravia (SPFFB) em estratégias de prevenção e combate a queimadas. Estudos sobre queimadas revelam que a principal causa de queimadas descontroladas é o próprio Homem para actividades como a agricultura, caça, extracção de mel, maneio de pastagens, ou até mesmo sem nenhum motivo claro. A prevenção consiste basicamente na abertura de aceiros ou quebra-fogos ao redor da floresta para evitar o fogo proveniente de áreas circunvizinhas. O quebra-fogo é a retirada de todo material no solo, ficando apenas terra a uma largura de 5 m, cercando toda floresta. Também deve-se fazer quebra-fogo no interior da floresta que é para facilitar o combate em caso de fogo no interior evitando a sua expansão. Para além desta prática, deve-se evitar fazer queimadas na floresta principalmente no período entre Junho a Dezembro. Não deve ser utilizado o fogo para a caça, recorrendo a outros métodos como armadilhas, flechas e uso de cães vacinados. Na abertura de novas áreas para machambas a limpeza da terra deve ser feita com a enxada, machado e acinho e em seguida fazer o empilhamento de todos os resíduos vegetais para posterior aproveitamento como adubo orgânico para fertilização do solo. Sempre que se justifique a queima do material então esta deve ser feita com a supervisão de de pessoal treinado na comunidade, com uso de bate-fogo, extintores e acinhos para abafar o fogo. Não devem ser deitados cigarros acesos na floresta e deve-se evitar fumar no interior da mesma. É necessária manter a área livre de cacos de vidro e outros materiais que concentrem calor ou que provoquem o chamado efeito lupa, ou seja, quando os raios solares convergem para um ponto após atravessar cacos de vidro, criam um foco de luz com muito calor, o que provoca ignição do material vegetal seco. No processo de produção de mel, as colmeias não devem ser montadas na zona produtiva da floresta e o mel deve ser extraído em dias nublados e no período nocturno para reduzir o risco de queimadas. Logo após o término da extracção

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ACEIRO

FORNO DE CARVÃO

RUA Figura 7. Ilustração de como deve ser um quebra fogo

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Manual de Boas Práticas do mel deve-se fazer o rescaldo ou vistoria da área para verificar se existe fumaça, é necessário que se faça vigilância e fiscalização do uso de fogo a partir das estruturas locais. Em lugares de muito risco deve-se fazer queima controlada e limpeza de modo a reduzir a quantidade de material seco. A comunidade deve ainda fazer barragens ou pontos de água espalhados por toda floresta, que é para ter acesso à água em caso de queimadas descontroladas. Na produção de carvão deve-se garantir o isolamento do forno através de quebra-fogo (de 5 m de largura) para que em caso de incidente o fogo não se alastre.

PASTAGEM CAPOEIRA 1-2 dias para pegar fogo 1-2 semanas para pegar fogo

MATA EXPLORADA 1-3 semanas para pegar fogo

MATA VIRGEM difícel para pegar fogo

Figura 8. Comportamento do fogo em diferentes ambientes

Na floresta explorada, cerca de metade das árvores acima de 10 cm de diâmetro (+/- largura de uma estaca) morrem devido as queimadas, provocando a destruição da regeneração natural e a diminuição da capacidade produtiva da floresta. De modo a proteger a floresta do fogo em talhões em exploração, para além de quebra fogo, é importante que se faça exploração em talhões intercalares, criando automaticamente quebra fogo natural.

Pasto em chamas

Faixa de protecção

Mata explorada Figura 9. Quebra fogo natural

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Dicas para uma melhor gestão e conservação das florestas comunitárias O controle de fogo na área de exploração é importante para garantir que as árvores remanescentes não sejam queimadas e morram. Além disso, o fogo constante e anual não permite que as árvores pequenas da regeneração natural ou plantadas cresçam e alcancem a idade adulta. Nas zonas de corte, são proibidos os fogos descontrolados. Assim, sempre que seja inevitavelmente necessário que se faça fogo para uma actividade qualquer deve-se limpar uma faixa de 5 metros em volta da área que se pretende queimar. Lugares específicos dentro da área serão determinados em conjunto para a prática da agricultura evitando assim conflitos entre a Comunidade concessionária e as populações locais.

4.

Colecta de sementes para plantio

As sementes devem ser colectadas em árvores adultas, naturais da região, de bom crescimento, livre de pragas e doenças, com tronco alto, recto, cilíndrico, alta ramificação e copa bem distribuída. A colecta deve ser feita no período de amadurecimento dos frutos, neste período aves e outros animais são atraídos às árvores. Após a colecta as sementes devem ser conservadas num lugar seco com uma temperatura fresca (abaixo de 250C).

4.1. Facilidade na germinação da semente (quebra de dormência) A maioria das sementes de espécies nativas como jambirre, chanfuta e messassa por exemplo, têm a casca dura que impede a germinação, nestas condições, a casca precisa dum “desgaste” (ou tratamento que varia de uma espécie para outra), para permitir a entrada de água e oxigénio, começando assim a germinação. Os métodos comummente usados para tornar a semente mais permeável são os seguintes: tratamento com químicos, ex: embebição em ácido sulfúrico, álcool, éter e acetona; escarificação mecânica e embebição em água quente ou fria. No caso da escarificação basta raspar manualmente sobre superfície áspera ou lixa e para o último método a semente é embebida em água quente ou fria, por um determinado Figura 10. Sementes com casca dura período, em função da casca. No caso de jambire, acácias e messassas, consegue-se uma boa germinação quando a semente permanece na água à temperatura ambiente cerca de 1 dia antes da sementeira em vaso. Certas espécies mostram resistência à germinação da semente e requerem tratamento especial. Nesses casos, para um crescimento vigoroso e adaptabilidade das plantas pode-se recorrer à propagação por estacas de árvores matrizes, no viveiro, para a produção de plântulas e em último caso recorre-se a fito-hormonas para o enraizamento.

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5.

Viveiro

O viveiro é o lugar para produzir planta, é o berço da planta, onde inicia o seu desenvolvimento. Nesta fase de vida a planta requer muitos cuidados porque não consegue desenvolver-se por si só. O viveiro deve estar protegido com cercos feitos de bambu ou estaca para impedir a entrada de animais e devem ser cercados de árvores grandes para reduzir a velocidade dos ventos. Para proceder às actividades no viveiro, recomenda-se que estas tenham início em Abril, logo depois do período das chuvas, e vão desde o enchimento dos vasos plásticos até à retirada das plantas do viveiro para o campo definitivo. Os vasos plásticos podem ser adquiridos no mercado da capital da cidade ou em uma casa de venda de produtos agrários. No estabelecimento de um viveiro é preciso ter em conta essencialmente dois factores: Disponibilidade de água; Vias de acesso; Não se deve construir um viveiro num lugar onde há dificuldade de acesso à água ao longo de todo ano. O viveiro deve ser construído de preferência num lugar fértil, onde existe rio com água em todas épocas, ou num lugar fértil onde haja um poço para o fornecimento de água sempre que se precisar. Adicionalmente a isto, não adianta um excelente viveiro se o acesso é impossível durante determinadas épocas do ano, ou seja o viveiro deve ser construído num lugar onde a qualquer altura pode-se ter acesso, mas este lugar deve ser o mais parecido possível com o do local onde será feito o plantio definitivo.

5.1. constituição de um viveiro O viveiro deve ser constituído por duas partes fundamentais: a área produtiva e a não produtiva. A área produtiva compreende o alfobre, canteiros, zona de repicagem e fonte de água, enquanto que a área não produtiva é basicamente constituída por caminhos para a circulação, casa do viveirista (se for necessário) e lugar de armazenamento de equipamentos.

5.1.1. Alfobre/sementeira É o lugar onde são lançadas as sementes de tamanhos pequenos e difíceis de contar ou sementes que levam muito tempo para germinar. Normalmente possui molduras (um rectângulo) de 1 m de largura e 10 m de comprimento e é cercado por estacas (podendo usar um pau de 1 m de comprimento como referência na medição). Antes de se lançar as sementes no alfobre é necessário que se faça o nivelamento (isto é, manter o terreno plano) e rega do mesmo para conter humidade.

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Dicas para uma melhor gestão e conservação das florestas comunitárias Depois faz-se o lançamento das sementes de uma maneira uniforme e tapase as mesmas com uma camada de areia fina para que estas não possam voar e ser comidas por animais e por último faz-se a rega diária. De referir que no alfobre as plantas devem ser cobertas por capim ou rede a uma altura de 50 cm para que o sol não incida de maneira intensa e directa. As plantas permanecem no alfobre até possuírem 3 folhinhas ou 5 cm de altura, dependendo da espécie, e de seguida serem retiradas para os vasos. Este processo chama-se repicagem.

Figura 11. Alfobre

5.1.2. repicagem Após a germinação das sementes, realiza-se a repicagem das mudas para os vasos plásticos. A repicagem é uma operação delicada e deve ser executada com todo cuidado, a sequência de operações deve ser obedecida rigorosamente para garantir a sobrevivência das plântulas. Ora, esta deve ser feita nas primeiras horas do dia, de preferência das 5 as 7:30hrs ou em dias nublados, húmidos e com pouco vento. Neste processo, deve-se primeiro regar o alfobre para facilitar a retirada das mudas e com ajuda de um pauzinho retira-se as mudas cuidadosamente, uma por uma para um recipiente com água; faz-se a selecção das Figura 12. Seleção de mudas mudas, descartando-se as mal formadas e defeituosas. De seguida as selecionadas são colocadas em vasos. É importante realçar que as mudas não devem estar mais de 10 minutos no recipiente e não se deve lavar as raízes, na hora de enterrar as mudas no vaso, é necessário que as raízes fiquem direitas e no sentido vertical. Monta-se uma sombra a uma altura de dois palmos (50 cm) para reduzir a incidência do sol durante cerca de 20 dias, regando diariamente de forma suave.

5.1.3. canteiro É o lugar onde são repicadas as plantas vindas do alfobre e onde as sementes podem ser semeadas directamente nos vasos, de preferência sementes fáceis de contar (ex: chanfuta, massala, jambire), e em cada vaso devem ser colocadas 2 sementes para aumentar as chances de germinação.

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Manual de Boas Práticas No caso das 2 sementes germinarem retira-se 1 das plantinhas para outro vaso e deixa-se a outra. O tamanho dos vasos varia em função do tamanho das sementes, isto é, sementes grandes para vasos maiores e pequenas para menores. Os vasos são enchidos de terra com estrume ou húmus (material “podre” da floresta, ou terra extraída por baixo de grandes árvores de uma área fechada, perto dum curso de água) e areia grossa, na proporção de 4 para 1 respectivamente ou seja na preparação do substrato (areia para o vaso), deve conter, por exemplo, mistura de 4 baldes de terra com húmus e 1 balde de areia grossa, mantendo-se a rega diária; na Figura 13. Muda em saco preto altura da sementeira, com ajuda de um pauzinho fazse um buraco no centro do vaso com altura de uma polegada ou primeiro risco do dedo indicador, colocam-se as sementes ou a muda (no caso de repicagem) no buraco e tapa-se superficialmente com a ponta do dedo. Geralmente para este trabalho, as mulheres tem mais jeito. Os canteiros são constituídos por molduras feitas de estacas num terreno plano com 1 m de largura e 3 metros de comprimento. As plantas ficam nos canteiros até atingirem 30 cm de altura em seguida são levadas para o campo definitivo no tempo chuvoso.

Figura 14 e 15. Alfobre ou canteiro com plântulas

5.1.4. monda Quando as mudas estão nos canteiros, é preciso que se faça o controlo de ervas daninhas (capim), para tal é necessário que se faça a monda. A monda consiste na limpeza de ervas daninhas que aparecem espontaneamente nos viveiros, arranca-se manualmente as ervas daninhas. O solo deve estar húmido, portanto esta actividade deve ser antecedida de rega. No caso de as ervas se encontrarem bem desenvolvidas, e se arrancadas prejudicam as mudas, deve-se cortar a parte aérea destas ervas.

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5.1.5. irrigação Na época quente a rega do viveiro deve ser feitas duas vezes ao dia, portanto, no início do dia (6 horas) e fim da tarde (16 horas) e na época fria uma vez ao dia (7 horas), usando regadores com furos muito finos para evitar espalhar as sementes e partir plantas. A rega não pode ser excessiva, um regador de 10 litros pode regar 2 molduras e meia de 1 m de largura e 3 m de comprimento. Quarenta e cinco dias antes das plantas irem ao campo definitivo, deve-se reduzir a quantidade de água, mas nunca deixar de regar, isto é ao invés de 10 litros para 2 molduras e meia, passa para por exemplo para 6 litros, que é para a planta se ir habituando as condições de campo.

Figura 16. Rega no viveiro

5.1.6. doenças e pragas

Figura 17. Exemplo de tombamento

6.

O responsável do viveiro deve estar sempre atento a qualquer anormalidade que surja no desenvolvimento das mudas. Assim, pode-se detectar a doença no seu estágio inicial. O tombamento, damping-off ou mela, é a doença mais comum nos viveiros. Pode atacar a semente para não emergir, pode enfraquecer o caule da planta ou mesmo secar as folhas. O tombamento é mais severo ou frequente quando o viveiro é excessivamente regado, uma boa medida quando aparecem os primeiros casos é suspender a rega até a diminuição da humidade e isolar as mudas afectadas no viveiro. Outro problema que o viveirista pode se deparar na produção de mudas, é o ataque por insectos; existe nas lojas agrárias uma grande quantidade de defensivos para combater as pragas, alguns são altamente tóxicos ao homem, devendo ser manuseado com muito cuidado por parte do aplicador de acordo com as instruções do rótulo.

plantio

O plantio é o processo de colocar a planta no terreno definitivo e deve ser feito na época chuvosa (geralmente de Dezembro a Março). Para tal procede-se à abertura de covas com 20 cm de profundidade (ou um palmo e meio) e uma bacia (limpeza ao redor da cova) de 1 m de diâmetro ou da largura de um passo normal de uma pessoa adulta, usando a enxada. Tira-se o plástico da planta de forma a não destruir o torrão de terra

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Manual de Boas Práticas junto às raízes, coloca-se a parte da raíz juntamente com a terra do vaso no buraco e tapa-se o buraco deixando o caule da planta de fora ou acima do solo. De seguida pisa-se em redor da planta para dar mais consistência ao plantio. É importante realçar que deve ser dada prioridade a espécies locais, que ocorrem na concessão, fazendo uma mistura de espécies numa determinada área como acontece na natureza. As plantas usadas nesta operação para além de ser produzidas no viveiro, podem também ser recolhidas na própria floresta, especialmente nas áreas onde a densidade de plântulas (ou pequenas plantas) é muito grande. No entanto, esta actividade de recolha de plântulas não dispensa a necessidade de estabelecimento de um viveiro.

7.

Figura 18. Plantio

Conservação da Floresta

A área de conservação destina-se à protecção de ecossistemas frágeis, como por exemplo as encostas, fontes e cursos de água, etc., espécies raras ou em perigo de extinção, entre outros. Nas áreas de conservação da concessão podemos distinguir actividades permitidas das não permitidas, onde as permitidas são: eco-turismo, ritos e cerimónias tradicionais, pesquisa florestal, colheita de sementes, extracção de produtos florestais não madeireiros (PFNM) para auto-consumo das comunidades locais de acordo com regras previstas no plano de maneio e protecção contra queimadas, e as não permitidas as seguintes: abertura de machambas, abate de árvores, queimadas descontroladas, construção de habitações e outras infra-estruturas e qualquer actividade que implica abate de árvores ou perturbação do ecossistema. O objectivo principal da conservação é manter o stock da floresta e melhorar o crescimento da regeneração e das árvores remanescente. Entretanto, para manter o stock florestal é necessário deixar árvores remanescentes e fazer plantio em clareiras de espécies com problemas de regeneração natural. Nesse tipo de plantio, com objectivo de manter a diversidade, recomenda-se um espaçamento de 3x3 m entre plantas com características parecidas de crescimento ou da mesma espécie. Para espécies mais exploradas, recomenda-se o plantio de 3 - 4 árvores para cada planta adulta extraída.

7.1. maneio de brotação A maior parte das espécies de miombo, são citadas por possuir capacidade de rebrotar a partir do cepo que permanece no solo depois do abate da árvore, tais rebrotos têm um crescimento maior comparado às árvores produzidas a partir de sementes. Esta habilidade pode ser aproveitada para a regeneração da floresta, especialmente das espécies preciosas e da primeira classe, as quais são muito exploradas no país, tais como jambire (Millettia stuhlmannii), umbila (Pterocarpus angolensis), monzo (Combretum imberbe) e messassas (Brachystegia sp), só para citar alguns exemplos.

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Dicas para uma melhor gestão e conservação das florestas comunitárias A eficiência da regeneração por brotação depende de vários factores dentre eles, a espécie, altura do cepo, maneio e condução da brotação e protecção de rebentos, portanto, para o agrado, informações disponíveis indicam que espécies comerciais mais importantes em Moçambique brotam facilmente e podem ser regeneradas a partir de rebentos, no que respeita à altura de cepo, recomenda-se que seja cerca de 15 cm. O maneio de brotos consiste na redução do número de brotos por cepo, mantendo apenas entre 2 a 3 rebentos mais vigorosos e bem implantados, adicionalmente, tais brotos devem ser protegidas da competição com vegetação natural, através da limpeza ao redor.

7.2. anelamento O anelamento é uma técnica de eliminação lenta de árvores para restauração natural, que consiste na retirada da casca de árvore, impedindo assim a condução de alimento para as raízes da planta. No entanto, esta técnica tem sido mal usada, destacando-se como uma das principais causas do desmatamento. O recurso ao anelamento das árvores para a abertura de novas áreas para a prática de agricultura, continua sendo um mal que contribui para a devastação da floresta em grande escala, e se continuar ao mesmo ritmo, num futuro próximo, Figura 19. Árvores aneladas pode se estar diante de uma situação em que a comunidade corre o risco de perder a sua floresta e todos benefícios que esta proporciona. Como forma de reduzir esta prática, deve-se evitar ao máximo a abertura de novas áreas para a agricultura, aproveitando o uso de áreas já existentes, através de técnicas de divisão da área aberta em compartimentos e rotação de culturas. Os compartimentos permitirão pelo menos a cada dois anos, que parte destes entrem em pousio ou repouso enquanto se usa outra porção dos compartimentos que noutra altura se encontravam em repouso. Deste modo, todo o material vegetal que se encontra na porção em pousio, não deve ser retirado, deve-se deixar crescer e/ou decompor ou apodrecer em conjugação com o plantio as leguminosas, como a leucaena por exemplo, pois, traz grandes vantagens tais como: Melhoria das propriedades físicas e orgânicas do solo, uma vez que a matéria orgânica das plantas depositada no solo enriquece e auxilia a estrutura do solo; Traz para a superfície do solo, os nutrientes minerais do subsolo, pois as suas raízes profundas conseguem extrair os nutrientes que se encontram abaixo da camada normalmente utilizada pelas plantas;

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Manual de Boas Práticas Promove a retenção de humidade do solo, devido à cobertura morta das plantas depositadas no solo, impedir que a água evapore pela acção das altas temperaturas; Controle da erosão, pois são espécies que germinam e crescem rapidamente, recobrindo e protegendo o solo; Aumenta a produção em quase todas as culturas. A rotação de culturas consiste em alternar, anualmente, espécies vegetais, numa mesma área agrícola. As espécies escolhidas devem ter, ao mesmo tempo, propósitos comercial ou consumo e de recuperação do solo, como por exemplo a rotação entre amendoim e milho, milho e feijão. As vantagens da rotação de culturas são inúmeras. Além de proporcionar a produção diversificada de alimentos e outros produtos agrícolas, se conduzida de modo adequado e por um período suficientemente longo, essa prática melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo, auxilia no controle de ervas daninhas ou capim, doenças e pragas, repõe a matéria orgânica e protege o solo da acção das alterações climáticas.

7.3. COMPOSTAGEM Do mesmo modo que a rotação e conjugação de culturas, a compostagem estimula o desenvolvimento das raízes das plantas, promovendo maior eficiência na absorção de água e outros nutrientes do solo, na infiltração da água, reduz a erosão, mantém estável a temperatura do solo e dificulta ou impede a germinação de sementes de plantas invasoras ou não desejadas. O que é isto de compostagem? A compostagem é um processo biológico através do qual microrganismos e insectos decompõem a matéria orgânica (como palhada de cereais, capim inútil, folhas das árvores, serraduras, casca de ovos e de frutas, fezes de animais, entre outros) numa substância homogénea, de cor castanha, com aspecto de terra e com cheiro a floresta - O Composto. O processo também ocorre na natureza sem a intervenção humana. Na floresta os restos de animais e vegetais mortos são decompostos e transformados em húmus.

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Figura 20. Reciclagem natural de nutrientes

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Dicas para uma melhor gestão e conservação das florestas comunitárias Qual a importância de se fazer a compostagem? Ao reciclar a matéria orgânica produz se um fertilizante natural que não polui o solo com produtos químicos que servirá também para a machamba. Onde e como fazer a compostagem? É uma técnica muito simples, com custo muito reduzido e fácil, tanto que qualquer pessoa pode fazer. Pode ser feita mesmo no quintal da casa ou num outro lugar que desejar. Para tal, escolhe-se um local seco, arejado, com sol e sombra, de fácil acesso e perto de água. Os resíduos para fazer o composto podem-se encontrar na floresta, serração, jardim, quintal, cozinha ou em outros lugares e podem ser classificados em verdes ou castanhos e em resíduos proibidos à compostagem.

LIXO

REFEIÇÕES ALIMENTOS

CICLO DA MATÉRIA

RESTOS ALIMENTARES

PILHA DE COMPOSTAGEM NO RECIPIENTE

FERTILIZAÇÃO

FERTILIZAÇÃO Figura 21. Ciclo da matéria orgânica

Resíduos verdes: restos de vegetais crus, restos e cascas de frutas, folhas verdes, resto de relva cortada e flores, casca de ovos esmagadas, aparas de árvores e arbustos; Resíduos castanhos: palha, aparas de madeira, folhas secas, ramos pequenos, papelão de embalagem de ovos ou de tubos de papel toalha ou higiênico rasgados, papéis brancos, ramos de poda e pó de serra e outros matérias vegetais secos apresentam decomposição mais lenta, mas contêm muito carbono. Resíduos proibidos a compostagem: restos de carne, peixe e marisco, óleos e gorduras, ossos e espinhas, plantas doentes ou infestadas com insectos, tintas e têxteis, pilhas, vidro, metal, plástico, medicamentos, produtos químicos.

Zambézia, Moçambique

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Manual de Boas Práticas Para que o processo decorra de um modo correcto e rápido, deverás colocar os materiais em várias camadas. Intercalando os materiais secos (folhas secas e ramos) com materiais húmidos (estrumes e resíduos verdes). Cinzas de fogão, também podem ser colocadas mas em pequena quantidade. A proporção recomendada é de uma relação de 3/4 de restos vegetais dos dois tipos para 1/4 de esterco animal. Para fazer o composto, faz-se uma cova de 1 m3 ou seja 1 metro de comprimento, 1 metro de largura e 1 metro de altura, usando um pau de 1 metro para verificar as dimensões. Corta-se os resíduos castanhos e verdes em bocados pequenos, no fundo da cova ou compostor coloca-se ramos grossos. Coloca-se uma camada de 5 a 10 cm de pedacinhos castanhos e uma pequena quantidade de terra, no máximo uma mão. Acrescenta-se uma camada de verdes seguido de outra camada de castanhos e regar cada camada. Faz-se a repetição do processo até se atingir a altura de 1 metro, neste caso, a superfície do solo, mas a última camada deve ser sempre de resíduos castanhos de forma a evitar cheiros e invasão de bichos e outros animais. É importante que no meio da pilha colocar um tubo ou bambu para garantir a circulação de ar e por vezes é necessário mexer a pilha para arejar. O composto está pronto a ser utilizado como fertilizante passados 4 a 12 meses do início do processo, quando o composto tiver as seguintes características : aspecto homogéneo textura semelhante a terra cor castanha cheiro a floresta Figura 21. Composto final

Experimente! Pois, as machambas vão gostar desta comida natural e poderão-lhe agradecer devolvendo frutas e verduras muito mais saborosas.

7.4. Protecção do Solo Deve-se evitar o uso de maquinaria em tempo chuvoso ou em solos molhados, ficando excluído o uso de esteiras e pneus com trilhos agressivos em áreas sensíveis à erosão evitando também o excesso de peso nos eixos dos veículos. Nos trilhos devem ser colocados materiais vegetais e pedras para reduzir o grau de compactação e destruição do solo. Antes de se realizar a actividade de abate, deve-se definir a direcção de queda das árvores, para se evitar a danificação das árvores restantes e facilitar o arraste, reduzindo deste modo os impactos negativos da exploração. Na actividade de arraste em terrenos muito inclinados não devem ser feitos trilhos de arraste por causa do perigo da erosão das águas. Também deve-se evitar trilhos de arraste com muitas curvas porque alonga o seu comprimento.

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Justiça Ambiental


Dicas para uma melhor gestão e conservação das florestas comunitárias Evitar construção de caminhos desnecessário na floresta, porque estes podem ser o início da erosão. Para a construção das juntas devem ser seleccionados terrenos planos que não favorecem a erosão nem a inundações ou cheias. O tamanho das juntas deve corresponder as necessidades de espaço para armazenagem e movimento, evitando assim fazer juntas demasiadamente grandes sem justificação. Quando as juntas forem abandonadas, devem ser cobertas com restos vegetais para proteger o solo, da erosão e da incidência directa dos raios solares. Nas zonas com erosão devem ser desenvolvidas actividades de recuperação com a mão-de-obra local e serão de fácil execução com destaque para os canais de desvio de água (valetas), sulcos de infiltração, coberturas de solo com restos vegetais e muros de contenção.

7.5. Protecção de cursos de água A floresta exerce uma influência reguladora do fluxo de água aumentando a infiltração no solo. Não deve ser permitida a destruição da vegetação das bermas dos rios, lagos, lagoas e nascentes devendo-se respeitar uma distância mínima de 25 a 100 metros segundo a largura do curso de água ou inclinação das suas margens. Contudo, em algumas destas áreas poderão ser exploradas espécies de valor económico ocorrendo exclusivamente ao longo dos rios. Nestes casos a comunidade concessionária deve apresentar antecipadamente o plano de intervenção e de protecção.

8.

Será que vale a pena explorar os recursos florestais na totalidade?

É importante saber que ao derrubar uma floresta, perde-se uma cadeia de valores, pois: Compromete o equilíbrio ambiental, reduzindo a qualidade de ar que respiramos; Destroi o abrigo de animais, fazendo com que estes fujam tornando-se difícil a caça; Afugenta as abelhas, que é a fonte de mel para o consumo, isto porque as abelhas precisam de plantas para produzirem o mel; Cria condições para secagem dos rios, ficando sem água e peixe, bem como a diminuição de pasto para os animais doméstico como cabritos, bois, entre outros; Degrada o solo, ficando difícil a prática de agricultura devido a não existência de solos férteis; Reduz a quantidade de material de construção; Perdem-se algumas árvores produtoras de frutos típicos da região e compromete os lugares para as cerimónias tradicionais; Contribui para escassez de plantas medicinais, porque estas plantas só permanecem se existir florestas. A floresta constitui a base de sobrevivência da comunidade, portanto é preciso preservá-la. “Pare e pense o que seria do dia à dia da comunidade sem floresta”!

Zambézia, Moçambique

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Manual de Boas Prรกticas


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