Dia Mundial das Florestas

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21 de Março

Dia mundial das Florestas

Só depois da última árvore ter sido derrubada, É que o homem irá perceber que dinheiro não se come.


O que é uma floresta ? É um espaço onde existem várias árvores de diferentes tipos (espécies) em conjunto com outros seres vivos tais como plantas, animais, terra, água e muitos outros pequenos organismos que nela habitam, se abrigam e alimentam.

Qual é a importância das florestas? • fonte de riqueza viva • biodiversidade, fundamental ao equilíbrio da natureza e à manutenção da vida na Terra • renovam o oxigénio do ar, fixam o carbono atmosférico • protegem os campos e os solos • regularizam os regimes hídricos

Porquê ter um dia dedicado às Florestas? A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) sugeriu a criação do “Dia Mundial da Floresta”, em 1971 devido à importância das florestas na manutencão da vida na terra e à necessidade de preservá-las...

A desflorestação A desflorestação é a destruição intensiva dos habitats florestais. Esta, tem vindo cada vez mais a aumentar pelo que põe em risco a sua biodiversidade. As florestas têm uma importante função na regulação do clima. As árvores e a restante cobertura vegetal, ao absorverem CO2 da atmosfera, contribuindo assim para a diminuição do aquecimento global. Nas florestas, a cobertura arbórea abriga muitas outras formas de vida. Pelo menos metade da biodiversidade terrestre encontra-se nas florestas. Sendo as florestas tropicais húmidas as que têm mais biodiversidade devido à estabilidade climática. A desflorestação tem atingido todos os tipos de florestas sendo as tropicais as mais afetadas. Cerca de 80% das florestas existentes no mundo foram destruídas. O ser humano torna-se assim o principal causador da extinção de muitas espécies, visto que é o principal responsável pela desflorestação. Ao longo da história da Terra houve grandes extinções devido a catástrofes naturais, mas atualmente a principal causa deve-se ao Homem. Este tem explorado os recursos naturais de uma forma cada vez mais agressiva. Pelo que, no último século as taxas de extinção encontravam-se muito superiores ao normal.


Mocambique é um Pais rico em recursos florestais

• Cerca de 70% de país (54.8 milhões de hectares) é coberta de florestas e outras formações lenhosas (Marzoli, 2007). • A área florestal cobre cerca de 40.1 milhões de hectares (51% do país), enquanto que outras formações lenhosas (arbustos, matagais e florestas com agricultura itinerante) cobrem cerca de 14.7 milhões de hectares (19% do país). • As florestas produtivas (aptas para a produção madeireira) cobrem cerca de 26.9 milhões de hectares (67% de toda a área florestal). • As províncias com maior contribuição para as florestas produtivas são Niassa (6.0 milhões de hectares), Zambézia (4.1 milhões de hectares), Tete (3.3 milhões de hectares) e Cabo Delgado (3.2 milhões).

O que não é uma floresta ?

Uma plantação não é uma floresta, pois a única coisa que elas têm em comum é que em ambas destacam as árvores. Aí acaba a semelhança. Diferentemente da floresta, uma plantação é composta de, uma ou poucas espécies de árvores (freqüentemente exóticas) plantadas em blocos homogêneos da mesma idade, bem poucas espécies de flora e fauna, e normalemte as comunidades nao tem direito de usar ou viver nas plantacoes.


Plantações não são florestas porque as florestas contem: • Numerosas espécies de árvores e arbustos de varias as idades; • Grande quantidade de outras espécies vegetais, tanto no solo quanto sobre as próprias árvores e arbustos (trepadeiras, epífitas, parasitas, etc.); • Variedade de espécies de fauna que aí encontram abrigo, alimentos e possibilidades de reprodução; • Diversidade de flora e de fauna que interage com outros elementos, como os nutrientes do solo, a água, a energia solar e o clima, de modo a assegurar a sua auto-regeneração e a conservação de todos os elementos que a compõem (flora, fauna, água, solo); • Comunidades locais que habitam, interagem com elas e obtêm dai um conjunto de bens e serviços que garantem a sua sobrevivência. Plantações comerciais implica: • Uma ou poucas espécies de árvores de rápido crescimento, plantadas em blocos homogêneos da mesma idade; • Pouquíssimas espécies de flora e fauna que conseguem se instalar; • Preparação do solo, selecção de plantas de rápido crescimento e com características tecnológicas requeridas pela indústria; • Uso excessivo de agroquimicos e remoção da vegetação natural promovendo a erosão e o empobrecimento do solo; • As comunidades locais não habitam nas plantações comerciais, muito menos lhes é permitido o acesso, pois elas são consideradas um perigo para as mesmas; • O objectivo não é reflorestar, mas sim produzir e colher grandes volumes de madeira em menor tempo possível. plantações florestais em Moçambique A experiência com plantações florestais em Moçambique remota desde 1920 com o estabelecimento de Casuarina na foz do rio Limpopo e Ilha da Inhaca, com a finalidade de conter as areias e fixar dunas junto dos faróis. Na década de 1950 iniciaram-se plantações à escala comercial em Maputo, Manica, Zambézia e Niassa, feitas no passado maioritariamente através do investimento público (DNFFB, 2003).


A grande quantidade de terra aparentemente não usada levou a duas abordagens controversas, não apenas em Moçambique, mas também em todo o sul global. (1) usada em “defesa” dos pequenos agricultores para aumentar o uso e a produtividade da terra.; (2) para defesa de investimento estrangeiro de plantação para se dar o passo tecnológico . Nos últimos anos (desde 2005) o número de empresas florestais dedicadas ao plantio de monocultura de pinho e eucalipto tem aumentado significativamente em Moçambique, principalmente nas províncias de Niassa, Nampula, Zambézia e Manica.

O que acontece nas Plantações comercias em Moçambique? A nível social

• Geram emprego directo, fundamentalmente, nas fases de plantio e abate das arvores, tanto que após o plantio, numero de trabalhadores reduz substancialmente; • Os escassos empregos gerados são, em geral, de muito baixa qualidade, geralmente de carácter temporário, com baixos salários e com contractos precários ; • Os acidentes e as doenças de trabalho são frequentes e geralmente ignora-se Lei de trabalho em vigor; • O uso de terras marginais é uma utopia: é comum que essas plantações sejam instaladas em terras das comunidades destinadas à agricultura de subsistência – Situações de conflito ; • Em quase todos os casos, as plantações trazem como resultado a expulsão da população local, promovendo migração para as cidades e em condições de miséria – Usurpação da terra; • Só há promessas, mas não instalam no local a fabrica de processamento da matéria prima, concentram-se apenas em exportação directa do material bruto; • O objectivo das empresas florestais não consiste na geração de emprego, mas sim, na geração de lucros para seus accionistas, aproveitam-se desse falso argumento, para justificar socialmente o seu investimento.


A nível ambiental:

• Degradação de solos causando erosão, principalmente por solo se encontrar exposto nos primeiros anos da plantação e na fase da colheita; • Compactação do solo, pelo uso de maquinaria pesada, o que dificulta a penetração da água das chuvas, causando o escoamento superficial; • Difícil reconversão do mesmo solo para a agricultura; • Após a instalação das plantações, o volume de água disponível tende a diminuir; • Promovem o desmatamento, pois a sua instalação é precedida pelo corte ou queima de florestas naturais; • Destruição de habitats naturais e perda da biodiversidade de plantas e animais;

A nível da legislação:

• Atropela-se sempre a Lei de terra, Regulamento de reassentamento e Directiva geral sobre o processo de participação publica; • As comunidades são expulsas das suas próprias terra sem que haja uma indemnização justa; • As consultas comunitárias são manipuladas a favor do investidor; • Nas consultas limitam-se a fazer falsas promessas de emprego, construção de escolas, hospitais, furos de agua, sem no entanto falar dos verdadeiros impactos do investimento; • Em muitos casos subornam as elites locais, como os lideres comunitários, régulos, chefes das localidade e outras pessoas influentes na comunidade; • As consultas não tem sidas justas democráticas e transparentes.

O caso da navigator company (portucel)

O grupo Navigator ( Portucel ) adquiriu 173 mil hectares de terra para um projeto de plantação de eucaliptos na Zambezia, e uma área de 182.886 hectares na província de Manica que culminará com a construção de uma fábrica de papel na província da Zambézia. Portucel destruiu casas dos Camponeses locais, sob o pretexto de ter sido concedida a terra pelo Conselho de Ministros de Moçambique.


Considerações finais 1. As plantações não constituem uma solução eficaz para o desenvolvimento sustentável de Moçambique e para mitigação a mudanças climáticas; 2. O fenómeno de usurpação de terras em Moçambique infelizmente ainda continua a não ser levado a sério pelo governo e tal tende a crescer; 3. Ainda se continuam a verificar conflitos de natureza laboral (carga horária, excessiva, baixos salários, despedimentos), responsabilidade social, falta de clareza nos processos de delimitação de terras, consultas não participativas e abragentes ; 4. Falta de espaço para diálogo franco e aberto, e de reivindicação dos direitos das comunidades, devido ao poder e à arrogância que caracteriza certas companhias de investimento privado; 5. As empresas apenas dão informações sobre os benefícios de emprego e não dão a conhecer às comunidades sobre as implicações futuras no caso de ocupação das suas terras , a realidade da quantidade de hectares a ocupar, os efeitos negativos como a expropriação de terras das comunidades, a diminuição dos números dos trabalhadores, o uso de adubos químicos nas terras e não explicam às comunidades que aquilo são “plantações florestais” e não se trata de “reflorestamento”. 6. A falta de um acordo escrito deixa espaço para interpretações dispares e cria expectativas (por parte da comunidade) que a empresa não tem possibilidade ou vontade de cumprir. 7. As decisões são tomadas sempre a favor dos interesses do governo, deixando de fora as aspirações das comunidades; 8. Os EIA- Estudo de Impacto Ambiental só são usados para legitimar processos e geralmente são finalizados após o início o do investimento. Sabias que ? • • • • • • • •

Mais de 300 milhões de pessoas vivem em florestas 80% das florestas da Terra foram destruídas O carbono nas florestas excede a quantidade de carbono atualmente na atmosfera As florestas cobrem 31% da área total da terra O mundo perde o equivalente a 68 mil campos de futebol todos os dias ,50 campos por minuto Mais de 40% do oxigênio do mundo é produzido pela floresta tropical As florestas, são o lar de 80% da biodiversidade terrestre mundial As florestas e os solos florestais, armazenam mais, de um trilhão de toneladas de carbono


50% das florestas tropicais do mundo foram limpas ou degradadas. Alguns passos que podemos tomar para evitar o Desflorestação são: 1. Plante árvores 2. Boicote empresas destrutivas 3. Reduza a quantidade de embalagens compradas 4. Apoie as empresas que produzem produtos de papel de forma responsável 5. Boicote as empresas e produtos internacionais que usam óleo de palma 6. Recicle e compre produtos reciclados 7. Apoie as organizações que combatem a Desflorestação

Ja4change

Lute pelas nossas Florestas!


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