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Cidade do Cabo, África do Sul
Desafio A urbanização é uma tendência global que cria uma enorme pressão nas cidades em todo o mundo. A carência de moradias populares e acessíveis a todos acentua a desigualdade social nas cidades e impede que comunidades inteiras alcancem o seu potencial. Na Cidade do Cabo, essa tendência é extrema, embora o ‘direito de acesso a moradia adequada’ para todos esteja previsto na Constituição pósapartheid da África do Sul.
Contribuição
O assentamento informal de Khayelitsha na Cidade do Cabo tem muitos desafios. Não há saneamento básico, não há segurança contra incêndio e a área carece de infraestrutura social adequada, o que implica em graves riscos de segurança e saúde para os habitantes. O projeto Empower Shack é um ambicioso projeto de parceria e um protótipo sobre como enfrentar todos esses desafios de uma forma holística e sustentável.
O projeto consiste em uma estrutura flexível de vários andares que pode ser expandida à medida que a família cresce. As unidades possuem uma planta compacta, para que possas ser acomodadas mais facilmente em diversos contextos, com espaço para outras unidades e mais espaço público ao redor das edificações. O design é modular, com materiais locais e adaptados para a autoconstrução, e o risco de incêndio é minimizado pelas paredes à prova de fogo entre cada unidade.
O projeto também inclui uma ferramenta de planejamento digital de código aberto que possibilita o planejamento digital da implantação das unidades em um bairro ou uma quadra, proporcionando aos municípios e comunidades um panorama das possibilidades em seu local específico. Esquemas de microfinanciamento também estão incluídos nas ferramentas de planejamento, para que os residentes possam fazer pequenos empréstimos, compatíveis às suas realidades, ao construir uma Empower Shack ou ao adicionar outro andar. Os residentes atualmente pagam uma média líquida de 14% do custo de construção por meio de um programa de microfinanciamento, com base na dimensão da habitação e nas avaliações de acessibilidade familiar.
Origem/equipe
Urban Think Tank, Alfredo Brillembourg, Ikhayalami, BT Section Site C Development Committee, Cidade do Cabo, Design Space Africa, The Swiss Re Foundation, Vhernier and Individual Donors, De Villiers & Hulme, ETHZ, Transolar, OKRA Landscape Architects, Arturo Brillembourg, Riverside Consulting
Fotos: Urban Think Tank LLC
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Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável
É hora de repensar como crescemos, compartilhamos e consumimos nossos alimentos de formas mais sustentáveis. Quando bem planejadas, a agricultura, a silvicultura e a pesca podem fornecer alimentos nutritivos para todos e gerar renda digna, apoiando o desenvolvimento rural centrado nas pessoas e protegendo o meio ambiente.
Neste momento, nossos solos, água doce, oceanos, florestas e biodiversidade estão sendo rapidamente degradados. A mudança climática está ameaçando ainda mais os recursos dos quais dependemos, aumentando os riscos associados a desastres, como secas e inundações. Muitas mulheres e homens de zonas rurais não podem mais sobreviver em suas terras, e são forçados a migrar para cidades em busca de oportunidades.1
Para saber mais sobre o Objetivo nº 2, visite: https://www.un.org/sustainabledevelopment/hunger/
O ambiente construído pode contribuir para a segurança do abastecimento de alimentos por meio de projetos de planejamento, paisagismo e edificações que protejam os ecossistemas existentes e priorizem a preservação e a expansão das áreas de produção de alimentos.
A criação de condições que apoiem a agricultura sustentável deve ser parte integrante do desenvolvimento da construção, especialmente onde a terra fértil é escassa devido à densidade urbana, condições climáticas adversas ou acesso restrito. O planejamento, o paisagismo e o projeto de arquitetura podem contribuir com o desenvolvimento de ambientes construídos que favoreçam o uso da terra para a produção de alimentos em várias escalas. Alguns exemplos podem ser encontrados em projetos de agricultura urbana, iniciativas de micro jardinagem para refugiados, cooperativas de produção e projetos paisagísticos regenerativos. O ambiente construído pode também ajudar a manter e reconstruir a diversidade de espécies em terrenos abertos, bem como em assentamentos suburbanos e até mesmo em áreas urbanas densas. Isso requer trabalhar com a geografia local, as condições climáticas e as culturas adaptadas localmente no projeto de áreas para a produção de alimentos.
O projeto de áreas para a produção de alimentos, tanto em pequena quanto em larga escala, deve ser robusto e levar em consideração as mudanças climáticas, como climas mais extremos, secas e inundações. Além disso, um ecossistema de produção local pode coexistir com a produção de materiais de construção, como madeira ou tijolos, e alimentos, sendo importante considerar os meios em que a produção de alimentos interage com a produção de materiais de construção. Por fim, os projetos de arquitetura e paisagismo devem envolver os usuários finais ao projetar áreas com a finalidade de produção de alimentos a fim de garantir a relevância e a longevidade dessa produção.