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Paquistão

Vários locais, Paquistão

Desafio O Paquistão está geograficamente localizado em uma falha geológica entre placas tectonicas altamente ativa , oque torna o país sujeito a terremotos. Ao longo da história, a atividade sísmica matou centenas de milhares de pessoas e deixou milhões de desabrigados.¹ Terremotos destroem edifícios e infraestruturas e podem deslocar grandes quantidades de água, causando tsunamis nas zonas costeiras. Além disso, o país sofre inundações recorrentes devido ao derretimento das geleiras no norte, e a arquitetura nessas regiões deve, portanto, ser resistente a terremotos e inundações, além de acomodar todos os residentes, de todas as classes sociais.

Contribuição

Em 2005, um terremoto de magnitude 7,6 na escala Richter atingiu a região da Caxemira no Paquistão e matou pelo menos 73.000 pessoas além de deixar mais de 3,3 milhões de desabrigados.¹ Desde este desastre, e com as inundações frequentes, uma equipe liderada pelo arquiteto paquistanês Yasmeen Lari refinou o design e as técnicas de construção de abrigos de socorro e ajudou a desenvolver mais de 50.000 abrigos de bambu, cal e lama no norte do Paquistão e na província de Sindh.

As estruturas são projetadas como abrigos de baixo custo e baixa emissão de carbono, usando materiais e tecnologias locais e contando com a ajuda de estudantes voluntários, artesãos locais treinados e moradores para apoiar a capacitação nas comunidades locais. Os abrigos consistem em paredes de adobe/lama e fortes estruturas cruzadas de bambu (dhijii) que provaram ser uma técnica estrutural resistente à atividade sísmica. Os abrigos variam em tamanho, os maiores podem acomodar até 5 pessoas e incluem varanda, cozinha, toalete e banheiro.

A estratégia envolve evitar o uso de madeira ilegalmente extraída e, em vez disso, usar um bambu de crescimento rápido. Além disso, o uso de materiais locais, como solo argiloso e calcário, auxilia a regeneração econômica das comunidades afetadas. Estruturas de lama, especialmente com o uso de rebocos de cal, criam um habitat confortável e bem isolado, adequado para o clima local de calor extremo, chuva e umidade. Usando materiais e técnicas indígenas simples, a equipe teve sucesso na capacitação local e no desenvolvimento de casas econômicas e sustentáveis, mas também resistentes a enchentes e terremotos.

Como parte da capacitação, um centro para mulheres foi construído em Moak Sharif em 2011-2015 para fornecer um lugar para as mulheres se socializarem e compartilharem o treinamento em empresas “descalças”. Origem/equipe

Fundação do Patrimônio do Paquistão

Foto: Heritage Foundation of Pakistan

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REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES

Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles

Desigualdades com base em renda, sexo, idade, deficiência, orientação sexual, raça, classe, etnia, religião e oportunidade continuam a persistir em todo o mundo, dentro dos países e entre eles. A desigualdade ameaça o desenvolvimento social e econômico de longo prazo, dificulta a redução da pobreza e destrói o sentimento de realização e autoestima das pessoas. Isso, por sua vez, pode gerar crime, doenças e degradação ambiental.

Mais importante ainda é considerar que não podemos alcançar o desenvolvimento sustentável e tornar o planeta melhor para todos se as pessoas forem excluídas de oportunidades, serviços e da chance de ter uma vida melhor. Reduzir a desigualdade nos países e entre os países é, portanto, um objetivo prioritário.1

Para saber mais sobre o Objetivo nº 10, visite: https://www.un.org/sustainabledevelopment/inequality/

1 Trecho do relatório da ONU: POR QUE ISSO É IMPORTANTE? – DESIGUALDADES REDUZIDAS – PDF

O ambiente construído pode atuar como um amplificador e reforçador de desigualdades. Para reduzir as desigualdades, o planejamento e a construção devem priorizar projetos que garantam inclusão e acessibilidade para todos, incluindo cidadãos marginalizados, em risco ou pessoas com deficiência.

Cidadãos com deficiência correm o risco de ficarem restritos a suas casas, ou impossibilitados de trabalhar, porque escadas, degraus, sistemas de informação, acústica e outras características de projeto podem tornar ruas, sistemas de transporte e instituições inacessíveis. Minorias religiosas e étnicas, cidadãos LGBT+ e mulheres ficam confinados a áreas designadas ou isoladas de instituições educacionais e de lazer. As qualidades da paisagem, como uma praia ou vista, podem ser fechadas ao público por meio de projeto e planejamento que as tornem acessíveis apenas aos proprietários ou clientes.

Para reduzir as desigualdades, a arquitetura deve ser pensada e executada de forma que seja socialmente responsável, inclusiva e leve em consideração as necessidades de todos os membros da sociedade, não deixando ninguém para trás. Edifícios, assentamentos e áreas urbanas devem ser projetados tendo a acessibilidade como uma funcionalidade central; desde garantir superfícies uniformes, elevadores, rampas e recursos de orientação até dar atenção às portas e à altura dos utilitários. Significa também que a responsabilidade social e a inclusão devem nortear a programação, o planejamento e o projeto de edificações e áreas urbanas de modo que apoiem e permitam o uso por todos, no respeito à cultura e às necessidades locais. Os exemplos vão desde instituições de última geração que aderem ao design universal, passando por iniciativas de apoio a grupos específicos em necessidade, até comunidades projetadas para incluir e priorizar cidadãos marginalizados.

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