2 minute read
Sydney, Austrália
Desafio A zona de transição entre a terra e o mar em áreas urbanas ou industrializadas é frequentemente abrupta, composta por cais planos inadequados para habitats marinhos. Os paredões podem ser completamente achatados e desprovidos de fendas, minimizando assim o potencial de colonização de organismos. Devido à acidificação, poluição e destruição generalizadas de habitats naturais em nossos oceanos, esses paredões urbanos podem ser concebidos ou convertidos de forma a apoiar e promover novos habitats marinhos costeiros. Ter uma biodiversidade rica de organismos que se alimentam por filtração, que podem absorver e filtrar poluentes, significa que manter os habitats marinhos não é apenas uma questão de fortalecer a biodiversidade, mas também parte da solução para se obter um mar mais limpo.
Contribuição
O projeto Living Seawalls baseia-se em anos de pesquisa de engenharia ecológica marinha que mostra que reformar os quebra-mares existentes com unidades que influenciam positivamente o habitat pode melhorar o desempenho ecológico de estruturas artificiais. O projeto é realizado em uma parceria entre o Sidney Institute of Marine Science e o escritório de arquitetura Reef Design Lab, e é viabilizado por patrocinadores governamentais, filantrópicos e corporativos.
O projeto investiga como figuras geométricas impressas em 3D podem ser usadas para criar um habitat para espécies marinhas que vivem em paredões. O habitat é criado por elementos de revestimento que podem ser adaptados aos paredões existentes. Eles são projetados para imitar as características do habitat natural das costas rochosas de Sydney e para resistir ao clima das ondas locais, com a expectativa de permanecer nos paredões por pelo menos 20 anos. Cada elemento tem 55 cm de diâmetro e uma forma hexagonal única que permite que peças de diferentes formas sejam fixadas em uma malha que se adapte às condições do local ou aos requisitos estéticos. Por meio do monitoramento abrangente de projetos-piloto, o objetivo é encontrar projetos que incentivem as espécies nativas a colonizar e, assim, promover a biodiversidade, a fim de desenvolver metodologias para incorporar esses projetos à infraestrutura marinha em maior escala. Um desses projetos-piloto está instalado em quebra-mares na parte norte de Sydney e é o maior retrofit de um quebra-mar com vida marinha na Austrália. Ao longo do trecho do porto, 108 novos elementos de habitat foram adicionados, em cinco padrões desenvolvidos pelo Reef Design Lab.
A empresa Volvo também instalou 50 de suas próprias ‘telhas de mangue’ que foram ligeiramente modificadas para imitar a raiz das árvores de mangue. No futuro, a equipe prevê o desenvolvimento de estruturas adicionais de melhoramento do habitat com boa relação custo-benefício, como blocos de quebra-mar, que podem ser produzidos e instalados durante a construção ou reforma do quebra-mar. A equipa prevê ainda a expansão do projeto a outras infraestruturas marinhas artificiais, como estacas e quebra-mares.
Origem/equipe
Instituto de Ciência Marinha de Sidney Reef Design Lab, GHD, North Sydney Council, Governo de Nova Gales do Sul (NSW Environmental Trust Grant), a Fundação Harding Miller, Fundação James N. Kirby, a Fundação Ian Potter, Iniciativa Lim Sutton, a Fundação SIMS, Volvo Australia.
Fotos: Alex Goad