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South Kanarchor, Bangladesh
Desafio A mudança climática, o aumento da temperatura e o consequente aumento do nível da água do mar representam ameaças imediatas para países de baixa altitude, como Bangladesh. A elevação permanente do nível da água do mar de 1 metro, por si só, apagaria 20% do país, e as enchentes aumentaram drasticamente nos últimos 20 anos. Bangladesh é definida pelos dois grandes rios Brahmaputra e Ganges, e as cidades e vilas foram desenvolvidas às margens do rio porque forneciam terras férteis e infraestrutura. Hoje, o aumento das enchentes torna as margens do rio quase inabitáveis.
Contribuição
Razia Alam decidiu fundar uma escola para crianças carentes por meio de sua fundação, a Maleka Welfare Trust. Encontrar um local de construção seco revelou-se, contudo, impossível com o orçamento disponível, e ela decidiu utilizar um terreno à beira do rio que ficava submerso em até 3 metros de água de monções durante um terço do ano. A construção de uma base de prédio alta o suficiente para proteger as instalações educacionais da água poluída do rio que fosse forte o suficiente para proteger a estrutura de danos seria impossível de obter dentro do orçamento limitado. Em vez disso, um arquiteto local, Saif Ul Haque Sthapati, apresentou uma solução alternativa que permite à escola acompanhar o nível da água e ser colocada no solo durante a estação seca e flutuar na água, ancorada no local, durante a estação chuvosa.
A estrutura anfíbia usa pneus para amortecimento, bambu para ancoragem e como principal material de construção e tambores de aço para flutuação. O bambu é leve e barato e pode ser comprado na aldeia local próxima para minimizar os custos de transporte e, ao mesmo tempo, apoiar a comunidade local. Após a construção, o bambu foi tratado com líquido de fruta gaab fervida para fins de manutenção, um método tradicional local para impermeabilizar o material. A maioria das juntas usa corda em vez de aço para prevenir a corrosão, e quase toda a construção foi feita com ferramentas manuais. O design cria uma estrutura leve e flexível que se adapta ao clima e aos arredores, em vez de tentar resistir ao ecossistema existente. O edifício da escola é resiliente a inundações, foi construído com baixos custos e com recursos locais e de fácil manutenção.
Fotos: Aga Kahn Trust for Culture / Sandro di Carlo Darsa
Origem/equipe
Maleka Welfare Trust, Saif UI Hague Sthapati
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Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável
Os oceanos do mundo – sua temperatura, química, correntes e a vida que habita neles – conduzem sistemas globais que tornam a Terra habitável para a humanidade. Nossa água da chuva, água potável, tempo, clima, litorais, grande parte de nossa comida e até mesmo o oxigênio no ar que respiramos, são todos fornecidos e regulados pelo mar. Ao longo da história, os oceanos e os mares têm sido canais vitais para comércio e transporte.
A gestão cuidadosa desse recurso global essencial é um elemento chave para um futuro sustentável. No entanto, no atual momento, estamos vivenciando uma deterioração contínua das águas costeiras devido à poluição, e a acidificação do oceano está tendo um efeito adverso sobre o funcionamento dos ecossistemas e da biodiversidade, o que impacta também, negativamente, a pesca.1
Para saber mais sobre o Objetivo nº 14, visite: https://www.un.org/sustainabledevelopment/oceans/
A maior parte do ambiente construído está situada na terra firme, mas edifícios, assentamentos e infraestrutura, bem como a produção e construção de estruturas construídas, afetam os oceanos.
A indústria da construção afeta os oceanos por meio do transporte de materiais de construção por mar, enquanto os edifícios, assentamentos e cidades existentes descarregam águas residuais e outros resíduos nos oceanos. Para ajudar a preservar a vida na água, devemos reduzir o transporte de materiais de construção e componentes por longas distâncias através do mar, por meio do desenvolvimento de indústrias e instalações de produção locais. Além disso, devemos abolir a embalagem plástica de uso único de materiais e componentes para reduzir as fontes de resíduos não degradáveis que acabam nos oceanos.
O projeto paisagístico e o planejamento urbano devem garantir que poluentes como pesticidas, nitrogênio e resíduos humanos sejam tratados no local e não atinjam os lençóis freáticos ou os oceanos. Isso significa que os sistemas de esgotos, bacias de transbordamento e estações de tratamento de águas residuais são partes centrais da relação do ambiente construído com os oceanos. Por meio da arquitetura, do planejamento e do design, podemos desenvolver soluções que reduzam custos e tragam ainda benefícios complementares à infraestrutura de gerenciamento de água. O projeto paisagístico também pode garantir processos regenerativos em terras poluídas perto do mar ou onde a vida na água está esgotada.
Deve-se ter cuidado quando edifícios ou assentamentos são implantados na costa ou em ecossistemas costeiros frágeis; por outro lado, pesquisas e instalações de aprendizagem arquitetonicamente significativas e cuidadosamente localizadas em ecossistemas costeiros frágeis podem gerar novos conhecimentos e ajudar a aumentar a proteção e a conscientização de todos.