XULIO GUTIÉRREZ NICOLÁS FERNÁNDEZ
Ocultos ANIMAIS EXTRAORDINÁRIOS
JAGUAR Panthera onca
É o maior dos felinos do continente americano. É muito parecido com o leopardo-africano no que diz respeito ao pelo, constituição e forma de caçar. O jaguar é um animal solitário. Domina um extenso território que percorre incansavelmente. O seu melhor momento para caçar é ao anoitecer e pouco antes do amanhecer. A sua magnífica visão em condições de pouca luz deixa-o em vantagem em relação a presas que veem pior do que ele. O jaguar é o terceiro felino em tamanho depois do leão e do tigre. As suas patas, dotadas de potentes músculos, permitem-lhe correr a grande velocidade e dar grandes saltos para alcançar as presas. Mas não é lá muito resistente; por isso, quando não acerta ao primeiro ataque, bate em retirada. Contrariamente a outros felinos, movimenta-se muito bem na água. Sempre que pode, prefere caçar em lugares encharcados, como pântanos ou zonas de selva que ficam inundadas nalgumas estações. Este grande caçador tem umas mandíbulas muito poderosas, armadas de grandes colmilhos e enormes dentes. O jaguar desliza por entre a vegetação, mal roçando nas plantas entre as quais se esconde. Avança lentamente, com a vista fixa na sua presa e os músculos em tensão. De vez em quando para e espera totalmente imóvel até que, de repente, arranca com velocidade e investe sobre a sua vítima sem lhe dar tempo para reagir. Depois crava-lhe os afiados colmilhos no pescoço ou no crânio, destroçando os ossos, tendões e cartilagens da sua presa como se fossem de papel. Pode capturar animais grandes tais como veados, capivaras, tapires, crocodilos e serpentes; mas normalmente contenta-se com animais pequenos como rãs, ratos, aves, peixes ou animais domésticos.
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Até há 100 anos atrás vivia em todas as selvas tropicais entre o sul dos Estados Unidos e a Patagónia. Hoje só se encontra nas regiões mais inacessíveis entre o norte do México e o norte da Argentina.
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Caçador nas sombras Quando caça, o jaguar desloca-se em silêncio. Os seus movimentos são lentos e precisos. Não faz barulho nenhum ao pisar porque tem umas almofadinhas carnosas nas plantas das patas que mitigam qualquer som que possa produzir. O seu pelo cor de canela com manchas castanhas e pretas imita na perfeição os reflexos dos troncos e das folhas existentes nas profundezas da selva. Assim, pode aproximar-se muito das suas presas sem ser visto nem ouvido.
LEBRE-ÁRTICA Lepus arcticus
É um mamífero herbívoro da família do coelho. É branca no inverno e parda no verão para passar discretamente na tundra. Vive na tundra ártica, a norte do Canadá e nas costas da Gronelândia.
A lebre-ártica possui uma grossa capa de pelo para suportar as temperaturas extraordinariamente baixas da tundra. Também tem o corpo compacto e as patas muito curtas para reduzir a perda de calor. Graças às suas grandes patas pode distribuir bem o peso e andar sobre a neve sem se atolar. No verão, a lebre-ártica alimenta-se de líquenes, musgos, sementes, ervas e frutos. Com o seu apuradíssimo faro é capaz de encontrar alimento a grande distância, até debaixo da neve. Durante os meses mais frios escava na neve com as patas traseiras em busca de comida. Utiliza os seus longos dentes incisivos para perfurar o gelo e arrancar a casca dos ramos do salgueiro, que é praticamente o seu único alimento no inverno. Na tundra não há árvores e quase não há arbustos para se esconder dos predadores. A sua melhor defesa é não se deixar ver; por isso, no longo inverno ártico, o seu pelo é branco, à exceção de uma pequena mancha preta na ponta das orelhas. Isto permite-lhe passar despercebida na neve. Durante o curtíssimo verão, quando o gelo derrete, as plantas germinam e a tundra enche-se de flores e de cores. Então, o pelo da lebre torna-se pardo-acinzentado para se confundir com a terra ocre, com os líquenes cinzentos que cobrem as rochas e com os ramos castanhos das plantas e dos arbustos que dominam esta paisagem. No verão a lebre-ártica mostra-se muito ativa: abandona a vida solitária que leva no inverno e anda de um lado para o outro à procura de alimento e de companhia. Às vezes junta-se com outras lebres formando grupos de mais de 200 indivíduos. Quando fogem de um predador correm em formação e mudam de direção como se fossem um só animal.
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Casaco invisí vel Grandes predadores como o urso-polar, a raposa-do-ártico e a coruja-do-ártico, deambulam pela tundra em busca de presas desprevenidas. Se algum deles se aproximar, a lebre-ártica fica muito quieta tornando-se, assim, quase invisível. Caso seja descoberta ainda tem outra opção: dá um enorme salto no ar, impulsionada pelas suas vigorosas patas traseiras, e lança-se numa corrida veloz, dando voltas acrobáticas e fazendo vertiginosas mudanças de direção para desorientar o seu perseguidor. Durante a corrida pode atingir os 65 km à hora.
Ocultos é o quarto volume da coleção Animais Extraordinários. Nesta obra apresentam-se alguns dos mais espetaculares exemplos de camuflagem e mimetismo, assim como as mais sofisticadas estratégias de engano que alguns animais utilizam para sobreviver. Nos próximos títulos desta coleção acompanharemos os animais que fazem as viagens mais longas e arriscadas. Também iremos descobrir como veem doze animais que possuem olhos muito diferentes dos dos seres humanos. Outros títulos publicados: Bocas Nascer Construtores