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CARDÁPIO

ESSENCIAL

OUTUBRO DE 2015

eDIÇÃO: Alexandre Versignassi

CAPA

VIAGEM A LUA

ESSENCIAL

UMA IMAGEM Entenda as consequências das intervenções do homem nos ecossistemas.

ORÁCULO

NASA Mais rápido que a luz.

UMA IMAGEM

POR: HEMERSON BRANDÃO

MUNDO SUPER SUPERNOVAS

REALIDADE ALTERNATIVA

A ameaça humana

ÚLTIMA PÁGINA

Intervenções do homem nos ecossistemas estão devastando cadeias alimentares e provocando extinção em massa de espécies. Poderia esse processo culminar com nosso próprio fim?


ESSENCIAL

E

squeça a colisão inesperada de asteroides, erupções vulcânicas globais ou alterações no campo magnético da Terra. Um vilão muito mais perigoso está nesse momento promovendo uma silenciosa extinção em massa de espécies. É, você adivinhou: o ser humano. Nosso planeta presenciou 5 grandes extinções em massa nos últimos 500 milhões de anos. Dentre elas, a dos dinossauros é a mais famosa. E, ao que tudo indica, o homem iniciou a sexta grande matança há milhares de anos, quando adquiriu inteligência suficiente para manipular os ecossistemas a seu bel-prazer. E hoje estamos presenciando a maior extinção em massa de plantas e animais já vista na história da Terra.

eDIÇÃO: Alexandre Versignassi

Colocar a natureza em risco também coloca em perigo a humanidade. “Os serviços e o valor econômico proporcionado pelas espécies são insubstituíveis e essenciais ao nosso bem-estar”, diz Jon Paul Rodríguez, vice-presidente da Comissão de Sobrevivência das Espécies da IUCN (União Internacional pela Conservação da Natureza, na sigla em inglês). Aí entram medicamentos extraídos da biodiversidade, recursos naturais para alimentar a população humana e até mesmo a matéria-prima para a produção dos bens de consumo mais supérfluos. O que antes estava disponível quase de graça na natureza terá de ser recriado artificialmente, custando muito caro. Será que dá pé?

No ritmo atual de destruição, num futuro próximo até os zoológicos serão coisas do passado. Sobrará Hoje, nosso planeta possui cerca de 2 milhões de apenas o lamento humano do progresso conquisespécies identificadas. Nos próximos 100 anos, tado à custa de uma rica biodiversidade. Se tanto. metade delas estará extinta! É o que afirma Edward Caso a famosa hipótese Gaia esteja correta (sugeWilson, famoso biólogo americano, no livro O Furindo que a vida na Terra faz a regulação do amturo da Vida. E o culpado é quem ele chama de “o biente planetário, inclusive domando aquecimentos assassino planetário”. “No mundo inteiro, sempre e resfriamentos globais, como se o planeta inteiro que humanos penetram em um novo ambiente, fosse uma única criatura gigante), talvez sua morte a maior parte da megafauna desaparece”, diz. Os leve à nossa também. animais grandes, lentos e saborosos são sempre os primeiros dizimados. Quando o homem extermina Há, contudo, quem afirme que a sobrevivência dos a fauna de uma região, muda-se para outra, onde a seres vivos na Terra tem solução, e o desaparecidestruição continua. mento de animais e vegetais pode ser evitado com a extinção de uma única espécie: nós. No curto período de tempo em que o homem está sobre a Terra, já poluiu o ar, o solo e o mar, proConvenhamos, pode até ser uma solução. Mas é moveu o desmatamento descontrolado, a caça e a decepcionante pensar que somos incapazes de pesca predatórias e explorou recursos naturais ao coexistir pacificamente com a natureza, ainda mais extremo. Agora ele está até mesmo alterando o cli- levando em conta todo o conhecimento que adquima do planeta inteiro pela emissão de combustíveis rimos dela nas últimas décadas. Parte dele sugere fósseis. Diversas espécies de mamíferos, pássaros, que simplesmente não podemos viabilizar nossa répteis, peixes, insetos e até vegetais já foram própria existência se destruirmos o resto da biosfeextintas. Muitas delas são extintas antes mesmo de ra, de onde tiramos nosso sustento. E o consenso é serem descobertas. que dá para fazer melhor.

eDIÇÃO: CAROL CASTRO

SUPERNOVAS coisas e fatos quentinhos


FATOS

eDIÇÃO: CAROL CASTRO

Nasa estuda forma de viajar mais rápido que a luz

Durante dez anos, pesquisadores acompanharam a vida de 184 adolescentes. Eles descobriram que as pessoas muito populares no colégio correm mais risco de enfrentar problemas ao chegar à fase adulta. Elas costumam ter menos amigos do que a média, e maior risco de envolvimento com drogas e crime.

Jovens cool viram adultos tristes Anestesia apaga memórias ruins O gás xenônio, que é usado em faróis de carro (pois gera luz quando recebe eletricidade) e também como anestésico, tem uma terceira utilidade: eliminar memórias traumáticas. Pelo menos em cobaias de laboratório. A descoberta é de cientistas americanos, que submeteram um grupo de ratos* a uma situação desagradável - quando tocava um determinado som, eles levavam um choque. As cobaias que inalaram xenônio se esqueceram desse fato, e passaram a ignorar o alerta sonoro. O efeito acontece porque o gás bloqueia a ação de um aminoácido chamado NMDA, que é necessário para a preservação das memórias.

Agência tenta desenvolver nave espacial capaz de deformar o espaço - e alcançar os pontos mais longínquos do Universo Com a tecnologia atual, a humanidade não vai conseguir chegar longe no Cosmos. As distâncias são muito grandes - e nossos foguetes, muito lentos. Mas um grupo da Nasa diz que é possível construir uma espaçonave capaz de um feito incrível: voar mais rápido do que a velocidade da luz (300 mil quilômetros por segundo). Isso permitiria ir a lugares muito remotos e alcançar os planetas habitáveis mais próximos da Terra. Para fazer isso, a nave teria de deformar o espaço, comprimindo o que está à sua frente e esticando o que está atrás dela, criando a chamada dobra espacial. Pela Teoria da Relatividade, é possível. Só que não é fácil. Seria preciso pegar uma quantidade enorme de massa, equivalente à do planeta Júpiter, e transformá-la em energia (colidindo essa matéria com antimatéria, que pode ser produzida num acelerador de partículas). Inviável. Mas o físico Harold White, da Nasa, diz que é possível aperfeiçoar o processo - e gerar a energia usando apenas 500 kg de matéria. A energia alimentaria anéis na frente e na traseira da nave, que produziriam um campo gravitacional artificial - deformando o espaço. “Seria o suficiente para alcançar dez vezes a velocidade da luz”, diz. Daria para ir até a estrela mais próxima, Alfa Centauri, em meros cinco meses. Para chamar atenção para seu projeto, White produziu um desenho da nave (veja acima). Ficou linda. Mas ainda é cedo para saber se vai virar realidade. Esses 500 kg de massa ainda são muita energia: cerca de 25 mil tWh (terawatts-hora), tudo o que os EUA consomem em um ano. White, por ora, tem planos mais modestos. Está bolando um teste para demonstrar que é realmente possível gerar uma dobra espacial. A conferir.

Caveira estimula consumismo

Psicólogos realizaram um estudo com 95 pessoas. Metade delas viu um anúncio que trazia a imagem de uma caveira. A outra metade viu esse mesmo anúncio, mas sem a caveira. Quem viu a caveira ficou com mais vontade de comprar o produto. É que pensar na morte reduz nossa capacidade de resistir a tentativas de persuasão - como a publicidade.

Posição política influi no cheiro do corpo Voluntários taparam suas axilas com gaze por um dia. Em seguida, 125 pessoas* cheiraram as gazes - e tentaram adivinhar a posição política (esquerda, direita ou centro) de quem as usou. Erraram. Mas, inconscientemente, acertaram: os odores que cada pessoa considerava mais agradáveis eram de voluntários que tinham a mesma ideologia que ela.

Cachorros podem ser pessimistas

Quarenta cães foram treinados para responder a dois sons. Quando um era tocado, eles ganhavam água. Quando o outro soava, ganhavam uma guloseima. Os bichos logo entenderam. Mas aí os cientistas* começaram a tocar outros sons. Alguns cães, otimistas, atendiam ao sinal na esperança de ganhar comida. Outros eram pessimistas - e nem se mexiam.


COISAS

eDIÇÃO: CAROL CASTRO

Apple Watch chega ao Brasil A Apple finalmente adicionou à loja virtual brasileira os preços em reais para o relógio inteligente Apple Watch. Ainda não há data de lançamento para a comercialização do produto em território nacional, mas você já pode começar a economizar desde já — acredite, você vai precisar. A boa notícia é que a variedade é grande. Os modelos mais em conta (o que não significa que são baratos) estão todos na linha Apple Watch Sport e saem inicialmente por R$ 2.899. Há a possibilidade de pagamento à vista em certos relógios, o que pode garantir um pouco mais de R$ 200 em desconto. Os Apple Watch Edition, luxuosos e até em ouro, contam com valores astronômicos: o mais caro sai por nada menos que R$ 135 mil.

Nova câmera ajuda a ser criativo Em todos os pontos turísticos e monumentos pelo mundo, pode-se dizer que 99% das pessoas tiram as mesmas fotos. Incomodado com isso, o designer alemão Phillipp Schmitt decidiu criar a Camera Restricta, uma câmera fotográfica teimosa que se nega a captar uma foto se ela já tiver sido feita à exaustão. Usando o corpo de uma câmera criado em impressora 3D, o designer acoplou um smartphone com GPS e conectado à internet. Toda vez que a câmera é ligada, ela compara a imagem captada pela lente às bilhões de imagens presentes na internet, sendo capaz de identificar se uma foto é clichê demais ou não. E se a resposta for afirmativa, a câmera simplesmente bloqueia o botão de disparo e proíbe você de clicar aquela foto. E aí, você levaria uma dessas para sua viagem de férias?

COISAS

eDIÇÃO: CAROL CASTRO

Realidade virtual Recentemente, a Sony anunciou que os seus óculos de realidade virtual, antes conhecidos como Project Morpheus, passaram a se chamar PlayStation VR. Ainda não há uma data de lançamento ou mesmo preço definido, mas Andrew House, chefe da Sony Computer Entertainment Inc., revelou que eles vão ter um preço parecido com o dos consoles.


CAPA

eDIÇÃO: bruno garattani

A viagem do homem à Lua foi uma farsa? Muitos acreditam que o homem não foi a lua. Nessa reportagem iremos esclarecer a teoria mais conspiratória de todas. Reportagem: Luiz Carlos Marin Foto: Dulla Val Ilustração: Karina Paula Design: Flávio Pessoa Edição: Bruno Garattani


eDIÇÃO: bruno garattani

EM

setembro, o governo americano anunciou sua disposição de voltar a fazer vôos tripulados à Lua. Mas, mais de 30 anos após a Apolo 11 levar o homem ao satélite pela primeira vez, ainda há quem duvide que isso de fato ocorreu em 20 de julho de 1969. Em livros, filmes e sites, há cada vez mais argumentos “científicos” para defender a idéia de que tudo não passou de uma conspiração americana para cumprir o objetivo proposto, em 1961, pelo presidente John Kennedy, de que os EUA fariam uma viagem tripulada à Lua antes do fim da década de 1960 (tudo para passar à frente dos soviéticos na chamada corrida espacial). A cara e cuidadosa farsa teria sido preparada e realizada num estúdio no estado de Nevada, sob a direção de ninguém menos que Stanley Kubrick, o realizador de 2001 - Uma Odisséia no Espaço. Confira aqui algumas das “provas” dessa teoria conspiratória. Você pode se divertir... ou acreditar.

Uma teoria da conspiração espacial

Luz, vento, vácuo, estrelas. O que sobra e o que falta nas fotos daNasa, segundo os incrédulos

Na penumbra: A “farsa” da Nasa Como só há uma fonte de luz na Lua (o Sol) e como não há atmosfera para difundi-la, as sombras não deveriam formar as regiões de penumbra mostradas nas fotos. Além disso, objetos paralelos não têm sombras paralelas, o que prova que havia mais de uma fonte de luz: os refletores do estúdio. Verdade ou mentira? Além do Sol, havia fontes de luz secundárias a reflexão da luz solar na Lua, nas roupas dos astronautas e no módulo lunar. Boa parte dos raios refletidos na superfície do satélite “bate” de novo nos objetos e espalha-se em diversas direções, o que explica o aparecimento da penumbra. Quanto ao paralelismo, a transposição de 3 dimensões para 2 provoca as distorções. Tremulando: A “farsa” da Nasa As fotos e os vídeos exibidos mundo afora mostram a bandeira americana tremulando. Como isso é possível se na Lua não há atmosfera nem vento? Esta é mais uma prova de que a tripulação da Apolo 11 simulou a alunissagem num estúdio, onde começou a ventar acidentalmente. Verdade ou mentira?

Além da haste vertical, a bandeira tinha um suporte horizontal, para manter-se aberta. Ao ser fincado no solo, o mastro foi girado, criando o movimento. Justamente porque não existe atmosfera em solo lunar o movimento durou algum tempo (não há ar para brecá-lo). Além disso, as dobras do pano reforçam essa impressão. Aliás, se havia vento no estúdio, por que não se vê poeira? Ultra-resistente: A “farsa” da Nasa As temperaturas na superfície lunar variam de 120o Celsius negativos a 150o Celsius positivos. O fato é que nem filmes especiais seriam capazes de resistir a tamanha oscilação. Por isso, todas as fotos que você já viu sobre o homem na Lua (inclusive as que ilustram estas páginas) são, é claro, 100% falsas. Verdade ou mentira? De fato, nenhum filme agüentaria tais condições de temperatura. Só que os filmes não foram expostos a elas. No vácuo lunar o calor não se propaga por condução ou convecção, só por irradiação (incidência direta de luz) e seus efeitos podem ser muito reduzidos com proteção reflexiva. Por isso, as câmeras foram envolvidas com material branco - como as roupas.


eDIÇÃO: bruno garattani Ouvir Estrelas: A “farsa” da Nasa Como só há uma fonte de luz na Lua (o Sol) e como não há atmosfera para difundi-la, as sombras não deveriam formar as regiões de penumbra mostradas nas fotos. Além disso, objetos paralelos não têm sombras paralelas, o que prova que havia mais de uma fonte de luz: os refletores do estúdio. Verdade ou mentira? Além do Sol, havia fontes de luz secundárias a reflexão da luz solar na Lua, nas roupas dos astronautas e no módulo lunar. Boa parte dos raios refletidos na superfície do satélite “bate” de novo nos objetos e espalha-se em diversas direções, o que explica o aparecimento da penumbra. Quanto ao paralelismo, a transposição de 3 dimensões para 2 provoca as distorções. Tem fogo aí?: A “farsa” da Nasa As fotos e os vídeos exibidos mundo afora mostram a bandeira americana tremulando. Como isso é possível se na Lua não há atmosfera nem vento? Esta é mais uma prova de que a tripulação da Apolo 11 simulou a alunissagem num estúdio, onde começou a ventar acidentalmente. Verdade ou mentira?

Além da haste vertical, a bandeira tinha um suporte horizontal, para manter-se aberta. Ao ser fincado no solo, o mastro foi girado, criando o movimento. Justamente porque não existe atmosfera em solo lunar o movimento durou algum tempo (não há ar para brecá-lo). Além disso, as dobras do pano reforçam essa impressão. Aliás, se havia vento no estúdio, por que não se vê poeira? Siga as Pegadas: A “farsa” da Nasa As temperaturas na superfície lunar variam de 120o Celsius negativos a 150o Celsius positivos. O fato é que nem filmes especiais seriam capazes de resistir a tamanha oscilação. Por isso, todas as fotos que você já viu sobre o homem na Lua (inclusive as que ilustram estas páginas) são, é claro, 100% falsas. Verdade ou mentira? De fato, nenhum filme agüentaria tais condições de temperatura. Só que os filmes não foram expostos a elas. No vácuo lunar o calor não se propaga por condução ou convecção, só por irradiação (incidência direta de luz) e seus efeitos podem ser muito reduzidos com proteção reflexiva. Por isso, as câmeras foram envolvidas com material branco - como as roupas.

Por que o homem nunca mais voltou à Lua? Simples: porque não há muito mais o que fazer por lá. Bastaram outras missões nãotripuladas, americanas e russas, para trazer inúmeras amostras de rochas lunares e realizar outras pesquisas sobre o ambiente do satélite. “Elas não foram suficientes para conhecer toda a formação da Lua, mas não vai ser um número reduzido de missões que vai trazer um progresso significativo”, diz o astrônomo Augusto Damineli, da USP. Hoje, a ciência prefere fazer pesquisas próximas da órbita da Terra, como na Estação Espacial Internacional, e enviar missões não-tripuladas a outros planetas. Ambas as opções trazem menos custos e mais benefícios do que voltar ao satélite. Além do mais, a corrida à Lua foi um evento mais político do que científico. Na época, Estados Unidos e União Soviética viviam o auge da Guerra Fria. A conquista do satélite servia, portanto, como uma excelente peça de propaganda, tanto que, quando os soviéticos colocaram o primeiro homem em órbita (o russo Yuri Gagárin, em 1961), o então presidente americano John Kennedy prometeu que, até o final da década, seu país mandaria alguém para a Lua. Em 1969, a promessa foi cumprida - e a batalha vencida. Mas saiu caro: o programa Apollo, que durou até 1972 e levou 12 homens à Lua, consumiu cerca de 20 bilhões de dólares (o equivalente a 85 bilhões nos valores de hoje). Para ter uma idéia, a missão do Mars Pathfinder, o carro-robô que pousou em Marte em 1997, custou uma fração disso: 250 milhões de dólares.














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