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CADERNO 2
TARRAXAS
GUITARRA BAIANA
Regula a tensão das cordas, possibilitando a afinação do instrumento
Conheça o instrumento
GUITARRA BAIANA
SALVADOR, DOMINGO, 27/1/2008
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1ª
SOL
2ª
RÉ
3ª
LÁ
4ª
MI
GUITARRA CONVENCIONAL
HISTÓRIA DO PAU ELÉTRICO Instrumento ganhou tecnologia, mantendo as suas origens
Quinta corda Introduzida por Armandinho, na década de 80. É um dó mais grave que o mi
2005 5ª DÓ
ANOS
ANOS
00
90
TRAVA Mantém fixa a tensão das cordas
CORDAS O primeiro pau elétrico tinha braço de cavaquinho e a mesma afinação do bandolim e do violino
NUT
37,2 cm
DISTÂNCIA ENTRE PONTE E NUT Na original, era 34,8 cm. No final da década de 90, Aroldo Macedo e Elifas Santana aumentaram a distância, para evitar estridências
TIPO DE MADEIRA Antes Cedro
2008 3,5cm
5cm CORPO Aroldo Macêdo e Elifas Santana descobriram que aumentar o volume cúbico da madeira contribuía para o som ser menos estridente, mais aveludado e mais grave. Guitarras de Elifas têm espessura média de 5 centímetros, contra os habituais 3,5
Possui sistema de microafinação e trava. Não existia nas guitarras baianas originais. Foi introduzida na década de 80
Hoje Dois captadores
CHAVE DE POSIÇÃO Aciona um ou os dois captadores
MICROAFINAÇÃO Para ajustes finos na afinação
FONTE Elifas Santana/Aroldo Macêdo
1993
Elifas Santana, de Aracaju (SE) faz uma guitarra baiana para Armandinho, baseado nos pedidos e orientações do músico. Elifas passa a produzir guitarras baianas. Cria modelos especiais para Luiz Caldas, Pepeu Gomes e Aroldo Macêdo
O luthier Jorge de Itacaranha produz o primeiro bandolim de dez cordas, idealizado por Armandinho dez anos antes
atual produz som menos estridente ALAVANCA
Antes apenas um captador, no meio
1995
Sessenta crianças, de 9 a 15 anos, passam a aprender a tocar a guitarra baiana em projeto social organizado por Aroldo Macêdo e mantido por patrocinadores
CONTINUAÇÃO DA CAPA ❚ Instrumento
Hoje Cedro Freijó Vinhático
CAPTADORES
2007
BOTÕES Volume e tonalidade. Botões básicos. Antes, havia apenas o de volume. Na década de 50 Dodô incluiu o de tonalidade INFOGRAFIA Katherine Funke/Nemo Sampaio
Do pau elétrico à guitarra baiana KATHERINE FUNKE kfunke@grupoatarde.com.br
As guitarras baianas de hoje não são mais as mesmas de antigamente. O modelo que Armandinho usa talvez seja o último em que a distância entre a ponte e o nut respeita o cálculo original. As atuais, produzidas por Elifas Santana a partir de pesquisa feita junto com Aroldo Macêdo, possuem distância quase quatro centímetros maior, o que confere ao som menos estridência. Também possuem corpos mais espessos, com o mesmo objetivo. "A estridência era um problema técnico grande, que chegava a incomodar", explica o luthier, "precisávamos definir uma sonoridade mais aveludada e mais grave". Santana passou a produzir guitarras baianas há 13 anos. Sua primeira obra-prima, Armandinho usa até hoje. Santana não tinha muita experiência como luthier antes de ser intimado por Armandinho a fazer uma guitarra baiana. Artista plástico e auditor tributário em Aracaju, com curiosidade pela música, havia produzido três guitarras convencionais em Salvador, junto com o amigo Júnior Sartes. No Carnaval de 1995, Santana prometeu ao filho de Osmar que lhe faria um instrumento novo, até com alavanca. Em seis
meses, a guitarra ficou pronta. Foi o início de um trabalho reconhecido hoje por músicos de diferentes tendências, como Kiko Loureiro, Pepeu Gomes e Luiz Caldas. Depois da morte de Dodô, em 1978, a produção de guitarras baianas se dispersou. Diferentes luthiers continuaram reproduzindo o modelo original, com variações de formato de corpo, como Vitorio Quitanilha, da Del Vecchio, a marca Jog, Luizinho Dinamite, Jorge de Itacaranha e Jader, de Feira de Santana. "Elifas é o único que produz a guitarra baiana baseado em pesquisa criteriosa", diz Aroldo Macêdo. O luthier fabrica três linhas do instrumento: a Caicó, com captadores Kent Armstrong ou Select/EMG, sai por R$ 700. A Estúdio, que tem captadores EMG e é mais profissional, sai por R$ 1.700. Há também as da linha Star Série, feita sob encomenda, que saem em média R$ 4.500, com o projeto. Para Macêdo, a dedicação do sergipano é promessa de evolução do instrumento. Elifas Santana já produz guitarras baianas acústicas. E, nas elétricas, está testando a aplicação da placa Variax em substituição aos captadores, o que permitiria uma maior gama de timbres em um modelo especial. O colunista João Ubaldo está em férias
ANOS
80
1985 Luizinho Dinamite produz uma guitarra baiana com alavanca
1981 Armandinho acrescenta uma quinta corda à guitarra baiana. A corda dó, mais grave, inspirada em violino de Jean-Luc Ponty, violinista de jazz-fusion
1978 Morre Dodô, o inventor e principal fabricante das guitarras baianas até então. Outros luthiers passam a produzir o instrumento, mas de forma assistemática
ANOS
70
1975 No ano em que o trio elétrico completa 25 anos, o trio passa a ter formato de banda pop, com baixo, bateria e cantor. Moraes Moreira faz uma música chamando o instrumento de guitarra baiana
ANOS
60 ANOS
50
ANOS ANO
40 4 1941 1
1942
A fábrica da Gibson passa a produzir o modelo log, criado por Les Paul, considerada a primeira guitarra de corpo sólido do mundo
Dodô e Osmar assistem a um show de Benedito Chaves, o Guru, no Cine Guarani, tocando violão elétrico. Os baianos ficam pirados com a idéia de eletrificar o som do violão. Dodô, técnico em eletrônica, começa a fazer testes. Transformar a caixa do violão em algo maciço é seu desafio. Assim nasce o pau elétrico