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LINA POPULAR A arquiteta e curadora italiana Lina Bo Bardi interferiu duas vezes na história recente de Salvador: defendia o resgate da “alma popular“ da cidade e a valorização dos artesãos Texto KATHERINE FUNKE kfunke@grupoatarde.com.br

Ex-votos que inauguraram o MAM, agora no Solar Ferrão

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olhas de pitanga no chão, ex-votos e anjos barrocos, trajes de orixás e, lá escrito, para quem duvidasse do que via: “Esta exposição é uma acusação. Acusação dum mundo que não quer renunciar à condição humana apesar do esquecimento e da indiferença. É uma acusação não-humilde, que contrapõe, às degradadoras condições impostas pelos homens, um esforço desesperado de cultura. É a procura desesperada e raivosamente positiva de homens que não querem ser ‘demitidos’, que reclamam seu direito à vida. Uma luta de cada instante para não afundar no desespero, uma afirmação de beleza conseguida com o rigor que somente a presença constante duma realidade pode dar”. Lina Bo veio para a Bahia praticar a liberdade. Logo nesse texto de inauguração do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), em novembro de 1963, deixava clara sua posição política: para ela, que foi a primeira diretora do museu, artesanato popular nordes-

REJANE CARNEIRO | AG. A TARDE


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