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2 O Baile do Simonal revela novas interpretações para o rei do suingue 6

SALVADOR QUARTA-FEIRA 9/12/2009

MÚSICA CD/DVD com sucessos do cantor carioca reúne várias gerações do rock, samba, pagode e MPB

RAFAEL TIAGO NUNES

A luta de Max de Castro e Wilson Simoninha para reintroduzir a obra de Wilson Simonal na história da música popular brasileira continua. E, para fechar o ano com chave de ouro – que teve um saldo positivo devido à boa repercussão do documentário Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei –, os filhos do rei do suingue lançaram o CD/DVD ao vivo O Baile do Simonal. Segundo Max, foi o presidente da EMI Marcelo Castelo Branco que teve a ideia de fazer esse projeto e convidou ele e Simoninha para serem os encarregados de realizar essa homenagem. “Eu fico duplamente feliz. Primeiro como filho, por poder ter a chance de presenciar esse momento que foi tão esperado durante anos. Ficávamos pensando se as pessoas iriam ou não se interessar pela obra do Simonal. Então, ficamos felizes pelo resultado. E, por outro lado, ficamos felizes duplamente, porque não só estamos vendo, mas também colaborando para que tudo isso aconteça”, conta Max. Os dois irmãos foram os responsáveis pela produção e direção musical da homenagem gravada em 11 de agosto, na casa Viva Rio, no Rio de Janeiro. Simoninha e Max recrutaram um supertime de artistas, de distintas gerações e estilos, para homenagear a obra do Simonal. Foram escalados para cantarSeu Jorge, Samuel Rosa (Skank), Marcelo D2, Mart‘nália, Rogério Flausino (Jota Quest), Fernanda Abreu, Diogo Nogueira, Péricles e Thiaguinho (ambos do Exaltasamba), Frejat, Maria Rita, Os Paralamas do Sucesso, Sandra de Sá, Orquestra Imperial, Ed Motta, Caetano Veloso e Alexandre Pires, além dos próprios Max e Simoninha. Sem esquecer do Lulu Santos que, mesmo não podendo ir, enviou uma releitura pop da cançãoZazueira (Jorge Ben).

“Fico feliz por presenciar esse momento tão esperado” MAX DE CASTRO filho de Simonal

trar o melhor da obra dele era pegando artistas de várias áreas”. Max de Castro acredita que a recolocação do trabalho de Simonal na história da música brasileira é um processo natural. Até por causa de toda a polêmica envolvida com a personalidade e com as atitudes dele. “O filme foi importante por-

que quebrou um pouco a polêmica, e a biografia meio que encerra esse assunto. E, agora, com esse disco, a gente pode ouvir o Simonal, ao invés de só ficar discutindo a vida dele”, falou. Wilson Simoninha vai um pouco mais além e vê esse disco como uma forma de aproximar, cada vez mais, o trabalho do rei

do suingue das novas gerações. “Isso é superimportante, até porque, para muita gente, isso está soando como música inédita. Tem uma geração que não conheceu ou que conhece algumas canções, mas só que identifica na voz de outros artistas. A gente tem também que fazer essa reparação histórica”, assinala.

Washington Possato / Divulgação

Aceitação Max de Castro mostra satisfação ao lembrar a aceitação dos artistas, que, diz, desde que começou a ligar para os cantores e convidá-los, só teve surpresas agradáveis. Todos toparam de imediato e realmente queriam participar. Mas, como era de se esperar, existe uma explicação para tamanha mistura. “Duas coisas que a gente queria era tentar buscar um elenco de artistas que não fosse da geração do Simonal. Até para poder saber e investigar qual a influência da música dele nas novas gerações. Se é grande e de que forma ela tem caminhado”. Ele conta ainda que, pelo fato do Simonal ser dono de um repertório muito diverso e, ao mesmo tempo em que ele era um cara que cantava muito bem, sempre na companhia de músicos fantásticos, o artista era um músico superpopular. “Ele cantava para a massa, para o povo. Isso determinou na escolha. A gente não queria um elenco que pertencesse a um único estilo de música. Tanto que tem o pessoal do samba, do rock, do pagode, da MPB. A melhor maneira de homenagear e mos-

Falou em Simonal, agora todos querem participar Como unir em um mesmo show artistas de gêneros musicais distintos como Marcelo D2, Samuel Rosa, Frejat, Maria Rita e Alexandre Pires para uma celebração da obra de Simonal? A resposta é fácil. É só reunir uma banda-base de qualidade. E foi exatamente isso que Wilson Simoninha e Max de Castro fizeram. Eles reuniram os músicos Samuel Fraga (bateria), Robinho Tavares (baixo), Walmir Borges (guitarra e violão), Xuxa Levy (teclados, programações e flauta), Marcelo Maita (piano), Adilson Didão e Laércio da Costa (percussão), Ubaldo Versolato (sax-barítono e flauta), Josué dos Santos (sax-tenor), Wil Boné (trombone), Daniel D‘Alcântara e Walmir Gil (trompete e flugelhorm) para comandar, de forma extraordinária, a gravação do DVD ao vivo O Baile do Simonal, em 18 das 20 canções. A banda-base só parou para descansar nas músicas Mustang Cor de Sangue, que foi tocada pelos Paralamas do Sucesso, e Terezinha, cha cha cha pilantra de Carlos Imperial, apresentada pela Orquestra Imperial. Destaque para as apresentações de Mart’nália, que cantou, sem alterar a letra original, Mamãe Passou Açúcar em Mim com muita animação e incorporando a característica malandragem do samba. E para a de Maria Rita, que, com um vestido azul reluzente, fez uma bela interpretação de Que Maravilha, clássico de Jorge Ben Jor. Mas quem surpreendeu mesmo foi o rapper Marcelo D2 com Nem Vem Que Não Tem. Quem não conhece a composição, deve ter pensado que a música é dele, pois D2 inseriu o “samba estilo Sabotage e o rap estilo Simonal”, com muita autonomia. Mas a noite, realmente, estava iluminada. O que não faltaram foram belas interpretações, com arranjos inovadores. Péricles e Thiaguinho, do Exaltasamba, ficaram muito à vontade no acento latino Na Galha do Cajueiro. Seu Jorge, que foi de País Tropical, incorporou um autêntico Simonal do século XXI. Carango ganhou uma grande interpretação de Samuel Rosa, da banda Skank. Rogério Flausino fez um feijão-com-arroz em Meia Volta (Ana Cristina). Quem deixou a desejar foi Lulu Santos, que não pôde comparecer para apresentar o pop funk criativo que fez para Zazueira, que acabou ficando como faixa-bônus do DVD. BAILE DO SIMONAL / EMI / DVD: R$ 34,90 / CD: R$ 29,90

O músico Simoninha em momento de êxtase, durante a celebração no Viva Rio, no Rio de Janeiro, dia 11 de agosto

Gildo Lima / Ag. A TARDE

Flora Matos é nova promessa no rap

Mozart faz bem a bebês prematuros

Carmem em Milão tem aplausos e vaias

No território masculino que é o rap brasileiro, não é comum uma mulher entoando rimas. E Flora Matos aparece como um nome promissor. A MC de 21 anos participou de O Jogo É Hoje (2008), mixtape com direção musical de Ice Blue e Mano Brown (Racionais MC's), acompanhou com suas rimas os principais DJs de rap e vem se apresentando com o Instituto, banda na qual já cantou Sabotage. Ela oge dos agudos de Negra Li e não chega ao tom áspero de Nega Gizza. Ao vivo, impressiona pelas diferentes levadas com que canta. Veja em myspace.com/flora matosvsstereodubs.

Os sons de Mozart podem ajudar a desacelerar o metabolismo de bebês prematuros, potencialmente ajudando-os a ganhar o peso necessário, revelou um estudo israelense. A maioria das pesquisas sobre o chamado “efeito Mozart” feitas até agora se concentrou na hipótese de que ouvir o compositor possa beneficiar o QI dos ouvintes. Cientistas estão encontrando evidências de que a música pode ajudar bebês prematuros a ganhar peso e crescer. A constatação é que o metabolismo dos bebês se desacelerou em média 13% após 10 a 30 minutos ouvindo o CD Baby Mozart.

A ópera Carmen, de George Bizet, uma história de amor, ciúmes e assassinato, abriu a temporada do La Scala de Milão, na segunda-feira, entre aplausos para os cantores mas vaias para a criadora de sua encenação austera, Emma Dante. O público glamuroso da noite de estreia incluiu o autor de O Código Da Vinci, Dan Brown, que descreveu a performance como “espetacular” e disse que podia imaginar-se criando cenas para seu próximo livro. Mas o cenário sombrio criado por Emma Dante – armazéns altos e ameaçadores e muros em volta da arena de touros – não agradou a todos.

Sonia Rangel lança livro

Sônia Rangel, professora da Escola de Teatro e Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia lançará, dia 11, às 18 horas, na Escola de Teatro, Olho desarmado (foto), com exposição


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