Conexao shp

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CONEXÃO Nº 1 • 2015 • shp.org.br

ISSN 2446-6018 • R$ 14,90




CARTA DO EDITOR

S

aio de casa de manhã e dirijo pela feia avenida Santo Amaro de estreitas calçadas e postes que carregam um emaranhado impossível de fios. Os semáforos, sincronizados e inteligentes, percebem que estou chegando e me fazem parar em cada um deles, prolongando o trajeto até a Hípica. O asfalto com buracos e depressões é um teste para o carro e para minha habilidade de motorista. Vou com as janelas fechadas, pois algum meliante desavisado pode confundir meu relógio esportivo com um novo modelo de Rolex. Quando passo pela portaria do clube sinto que cheguei a uma ilha de excelência. Vejo isto na dedicação dos tratadores; nas pistas de piso perfeito, com obstáculos bem cuidados e “pistinhas” atenciosos; nos instrutores eficientes da sala de ginástica; nos gramados, flores e árvores cuidados por jardineiros competentes; no cafezinho, com garçons solícitos e na piscina de águas limpas sempre na temperatura ideal. É inevitável a comparação com os serviços que utilizamos em nossas atividades diárias, não só os horríveis serviços públicos, mas também os que pagamos. E de onde vem essa excelência que começou há tantos anos? Por que aqui tudo vai como deveria ir e nos sentimos bem como se fosse a casa que administramos? Difícil responder sucintamente, mas tentaremos. Há uma energia que emana de pessoas unidas por alguma aspiração comum e ela é capaz de transformar a realidade do mundo físico. É como um ser com força e vontade própria que, embora gerado a partir de seus criadores, se torna independente e mais forte. Muitos pensaram nesta energia tentando decifrá-la, domá-la e utilizá-la em decisões e, finalmente, lhe colocaram um nome: egrégora. Por uma conjunção difícil de explicar a energia de nosso clube é forte e positiva há mais de um século e sua trajetória demonstra isto. A revista da Hípica será uma comemoração a esta energia antiga e vitoriosa, batalharemos e superaremos as dificuldades para contribuir com sua evolução, esta é nossa ambição e o que nos move. Seremos o veículo de ideias e assuntos para estreitar nossa convivência e a conexão com o cavalo e a natureza. A edição será trimestral e formamos um conselho editorial informal, ansiosos pela sua contribuição. Nos reunimos semanalmente e você será sempre bem-vindo.

Jacy do Prado Barbosa Neto EDITOR DA REVISTA DA SOCIEDADE HÍPICA PAULISTA

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Somos reflexo das nossas atitudes. Eles também são.

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EXPEDIENTE DIRETORIA EXECUTIVA SHP PRESIDENTE: ROMEU

LOUREIRO FERREIRA LEITE JR. B. GERDAU JOHANNPETER DIRETOR-SECRETÁRIO: GILBERTO M. ROSSETTI DIRETORA-TESOUREIRA: PATRÍCIA FERREIRA LEITE MARCO ANTONIO VICE-PRESIDENTE: CARLOS

EDITOR DA REVISTA SHP

EQUIPE SHP

MORAIS DE OLIVEIRA COMUNICAÇÃO E MARKETING: RENATO ARANTES LOES ASSESSORIA DE IMPRENSA: CAROLA MAY ESPORTES, SALTO E ESCOLA DE EQUITAÇÃO: CONSTANTINO SCAMPINI FINANCEIRO E TÊNIS: HERMES EDUARDO MOREIRA FILHO GOLFE: CARLOS ALBERTO CORDEIRO DAMIÃO JURÍDICO: MOACIR ZILBOVICIUS OUTROS ESPORTES: ALEXANDRE KIEFFER FERREIRA PLANO DIRETOR, OBRAS E POLO: PEDRO DE MORAES DANTAS RECURSOS HUMANOS: RENATO MENDES BAPTISTA SOCIAL: PATRÍCIA FERREIRA LEITE MARCO ANTONIO VILA HÍPICA: CAIO SCANTAMBURLO COSTA

JACY DO PRADO BARBOSA NETO

ADESTRAMENTO: ALEXANDRE

ENDEREÇO SHP

Rua Quintana, 206 - Brooklin 04569-010 - São Paulo, SP - Brasil Telefone: (11) 5504-6100

CONSELHO EDITORIAL

ADRIANA CHAMLIAN, ALEXANDRE DOREA, BASSY MACHADO, DIOGO KORTE, FERNANDO STICKEL, GISELE GRAÇA, JACY DO PRADO BARBOSA NETO, LUIS EDUARDO MOREIRA CAIO, MIDORI NEY, SABRINA SPINELLI E FLAVIA SPADONI NEVES COLABORADORES DESSA EDIÇÃO ARTE DA CAPA ORESTIGAMI GASTRONOMIA ROGERIO

FASANO PARKER CRÔNICA GUGA CHACRA SELA CATARINA CAPELA HERZ DESTINOS SOPHIA R. M. BAPTISTA DE OLIVEIRA ATRELAGEM CAROLINA BORJA RANKING FLAVIA SPADONI NEVES VINHOS ROBERT

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ANUNCIE NA REVISTA DA SOCIEDADE HÍPICA PAULISTA

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ANDRÉ LEITE DIRETOR ADMINSTRATIVO JOÃO PAULO DE OLIVEIRA LEITE EDITORA EXECUTIVA BRUNA M. DE CARVALHO CARDOSO DE ALMEIDA ANA PAULA POPOLIN EDITORA LUCIANE COELHO EDITORA DE ESTILO KÁTIA HELEN COSTA PROJETO GRÁFICO E DIREÇÃO DE ARTE DANIEL MANARELLI DIRETORA DE ARTE JÉSSICA BARBOSA TRATAMENTO DE IMAGEM DA CAPA REGIS PANATO (PHOTOUCH) JORNALISTAS FERNANDA ROMERO E KADIDJA TOURE REVISÃO RAQUEL DEL MORO GERENTE COMERCIAL MÁRCIA BALIEIRO EXECUTIVAS DE CONTAS ALESSANDRA ANDRADE E MARIANA CAMPOS EXECUTIVA DE CONTAS (SÃO PAULO) CARLA REGINA STURARO FINANCEIRO PRISCILA ARAÚJO IMPRESSÃO E PRÉ-IMPRESSÃO PROL GRÁFICA

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SUMÁRIO

Nº 1 • ANO I • 2015

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10 SHP ONLINE • Confira o aplicativo da Sociedade Hípica Paulista 12 GUIA DE PRESENTES • Mimos e acessórios para todos os gostos 18 MODA • Sugestões inspiradoras para montar um look sofisticado 22 ARTES • O sucesso da SP-Arte

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24 CULTURA • Uma fina seleção para o entretenimento 26 SABORES • Conheça o império gastronômico criado pelo Grupo Fasano 30 BEBIDAS • Um perfil do crítico Robert Parker e sugestões de rótulos raros 34 HOTEL • O suntuoso resort localizado entre as montanhas do Himalaia 40 ENTREVISTA • Um bate-papo com o cavaleiro olímpico Doda Miranda

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46 HISTÓRIA • Uma viagem de volta para 1911 50 PELO MUNDO • Os jovens talentos da SHP em Wellington 54 DESTINO • Aprecie os mais belos lugares para uma cavalgada 60 NOVIDADES SHP • Confira as notícias sobre a SHP 62 ESPECIAL • Os múltiplos benefícios desse método terapêutico

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64 ESPORTES • Descubra as inúmeras modalidades praticadas na SHP 68 PERFIL • As histórias de quem está no dia a dia da SHP 70 PASSO A PASSO • Como escolher a sela ideal 72 PEDIGREE • Excelentes linhagens

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74 MODALIDADES • O glamour olímpico do adestramento 76 RANKING • O trabalho árduo de um armador de pista 78 CRÔNICA • Medo da direção, por Guga Chacra shp.org.br facebook.com/sociedadehipicapaulista instagram.com/sociedadehipicapaulista


Na cidade somos todos pedestres.

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SHP ONLINE

EM UM CLIQUE Baixe o aplicativo da Sociedade Hípica Paulista e fique por dentro de todas as novidades FOTOS: DIVULGAÇÃO FONTE: SHP

P

ara os sócios, os visitantes e os amantes do mundo hípico, o aplicativo da Sociedade Hípica Paulista é mais uma importante ferramenta de comunicação para que todos conheçam e saibam da programação esportiva e social que ocorre no clube. Com o aplicativo você tem as informações dos principais campeonatos de salto, adestramento, polo, atividades da

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escola e da programação social. Além de informações das transmissões ao vivo, das exposições e das festas. A ferramenta também dá suporte ao portal e você será notificado das principais atualizações. O aplicativo está disponível na versão Android através da Play Store, e iOS na App Store. Não perca tempo, baixe o aplicativo e fique por dentro das principais novidades de maneira rápida e prática com apenas um toque.



GUIA DE PRESENTES

TRANSMISSÃO DE MÚSICAS

CONFIRA UMA SELEÇÃO ESPECIAL PARA HOMENS QUE PROCURAM POR ELEGÂNCIA E PRATICIDADE

O sistema de música Wi-Fi Bose SoundTouch 20 possibilita a transmissão de músicas a partir de aparelhos como iPhone e iPad, sem a necessidade do uso de fios. De fácil configuração, é uma maneira muito prática de aproveitar o melhor dos serviços de streaming musical.

QUALIDADE NOS DETALHES A linha de acessórios de couro da Montblanc contempla bolsas, mochilas e carteiras elegantes, ideais para os homens de negócios. As pastas possuem todos os compartimentos necessários para um dia a dia agitado, como espaço para laptop, smartphone, tablet e documentos.

TRADIÇÃO ESCOCESA The Dalmore Trinitas é um Malte, de 64 anos, que traduz a essência do whisky escocês. Seu processo de maturação longo e os diferentes estilos de madeiras usados na fabricação criaram um sabor inigualável.

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COLEÇÃO INVERNO 2015 SIDEWALK

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GUIA DE PRESENTES

HOMENAGEM A JOHN KENNEDY As canetas Montblanc da linha Great Characters homenageiam, em cada edição, uma personalidade e a escolhida da vez é a emblemática figura do ex-presidente norte-americano John Fitzgerald Kennedy. Quem também já inspirou a coleção foram Albert Einstein, Mahatma Gandhi e Leonardo da Vinci.

EDIÇÃO LIMITADA Apenas uma peça do relógio Monterubello Power Reserve foi destinada ao Brasil e as demais 49 unidades estão espalhadas ao redor do mundo. A caixa de 38 milímetros, moldada em ouro rosê, é um dos detalhes dessa peça, que combina a expertise suíça da fabricação de relógios da tradicional Girard Perregaux e o design italiano da Zegna.

FRAGRÂNCIA FRANCESA O perfume Pour Homme Extreme da Bottega Veneta traz uma mistura única de ingredientes como bergamota, couro, ládano e patchouli, tornando a fragrância bem masculina e marcante. Sua intensidade é reforçada pelo contraste entre as fragrâncias e a inspiração artesanal, que enfatiza a assinatura da marca.

BATERIA PARA O DIA TODO O novo MacBook Air combina processadores Intel Core de quinta geração e bateria que promete durar até 12 horas. Aliás, o processamento rápido é perfeito para qualquer tarefa, desde navegar pela internet até a edição de fotos. O design unibody superfino é um charme!

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GUIA DE PRESENTES

ACESSÓRIOS E PRESENTES EXCLUSIVOS PARA UMA MULHER REFINADA E QUE NÃO DISPENSA NOVIDADES

FEITO À MÃO As joias da marca Talento são verdadeiras obras de arte feitas à mão. A pulseira Riviera, por exemplo, é uma delicada peça em ouro branco com diamantes e rubis, elegante na medida certa para ocasiões especiais.

HOMENAGEM À ALFONSINA STORNI A escritora e poetisa argentina Alfonsina Storni (1892-1938) serviu de inspiração para a criação da bolsa La Martina, que leva seu nome. O acessório, totalmente feito à mão, foi desenvolvido na Itália e produzido com o macio couro de bezerro.

CHARME PARISIENSE

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A tradição dos acessórios da Maison Michel vem desde 1936, sendo considerada uma das maiores referências no ramo da chapelaria. Para quem gosta de exclusividade, a grife também oferece um serviço personalizado, com a confecção de chapéus sob medida.


GUIA DE PRESENTES

NOVIDADE APPLE Lançado neste ano, o Apple Watch é o mais novo gadget da norte-americana especialista em criar itens tecnológicos que se tornam objetos de desejo em todo o mundo rapidamente. Os relógios são feitos em alumínio, aço ou ouro e, claro, contam com um visual super fashion.

CHAVES SEGURAS Os chaveiros Hermès fazem parte da linha de acessórios em couro da marca e, além da variação de modelos, existem também diversas combinações de cores. Pequenos detalhes que fazem diferença.

ÍCONE SECULAR O estilo atemporal da Lanvin reflete seus 126 anos de história, feito que a transforma na marca de moda mais antiga do mundo em funcionamento. Detalhes femininos e inspirações artísticas são algumas das marcas registradas da maison, famosa não apenas pelas coleções de alta-costura.

ALÉM DOS SAPATOS O italiano Salvatore Ferragamo inovou o mercado de moda através de seus sapatos feitos à mão, já que ele foi um grande estudioso da anatomia dos pés. Hoje, sua busca pela perfeição ainda pode ser notada nos acessórios criados pela grife, que levam seu nome.

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MODA

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ELEGÂNCIA NA MEDIDA CERTA Algumas peças-chave e acessórios que fogem do comum ajudam a transformar qualquer look em uma produção mais elaborada, mesmo para o dia a dia 1 SAPATILHA CHARLOTTE OLYMPIA • 2 CALÇA DE COURO CRIS BARROS • 3 ÓCULOS DE SOL FLASHY 228 THIERRY LASRY 4 CAMISETA MIX FOX MIXED • 5 BLAZER LONGO CHLOÉ • 6 CARTEIRA BURBERRY • 7 SUÉTER TEDDY BEAR MOSCHINO

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MODA

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PEÇAS INDISPENSÁVEIS Nossas sugestões são ideais para os homens que não dispensam combinações clássicas e, ao mesmo tempo, confortáveis. O charme fica por conta dos acessórios 1 POLO RALPH LAUREN • 2 SLIPPER EMPORIO ARMANI • 3 CARTEIRA DE COURO SALVATORE FERRAGAMO 4 TERNO SLIM FIT ERMENEGILDO ZEGNA • 5 CHAVEIRO FENDI • 6 ÓCULOS TOM FORD • 7 CINTO TOMMY HILFIGER 8 MOCASSIM DE COURO TOD’S • 9 CALÇA CHINO SAINT LAURENT • 10 GRAVATA DE SEDA BORDADA GIORGIO ARMANI

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ARTES

DIÁLOGO ARTÍSTICO Com um público de cerca de 23 mil pessoas na edição de 2015, a SP-Arte é referência no segmento de arte do Hemisfério Sul FONTE: SP-ARTE FOTO: DIVULGAÇÃO/SP-ARTE

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arte nos permite mergulhar em um universo de reflexão, onde as cores e os traços nos convidam para passear nos pensamentos mais íntimos de seu autor. Ao apreciar uma obra temos contato com uma linguagem que visa propiciar conhecimento sobre a sensibilidade artística, apresentando um discurso que seja compreendido pelo destinatário ou apenas que seja um ponto de inquietação e de questionamentos. Enfim, a Arte aceita interpretações e a possibilidade de ter acesso a esse universo traz um conhecimento cultural incalculável. Ao longo dos últimos anos, o Brasil tem ganhado destaque no cenário da Arte, com a organização de exposições de grande expressão e artista brasileiros reconhecidos pelo público internacional. Exemplo dessa efervescência artística é a SP-Arte - Feira Internacional de Arte de São Paulo, que consolidou-se como a mais relevante feira de arte do hemisfério sul, atraindo importantes galerias de arte do país e do mundo. Fundada em 2005, a SP-Arte proporciona aos visitantes a oportunidade de ter contato com obras de galerias internacionais, artistas de várias nacionalidades, curadores e outros profissionais do universo das artes. Em 2015, a décima primeira edição, realizada em abril, no Pavilhão da Bienal, contou com a participação de 140 galerias, que integram a elite do mercado nacional e internacional de arte, consolidando-se como um grande sucesso no segmento. Esse sucesso é perceptível em comparação a primeira edição, que contou com a participação

SP-ARTE TEM NÚMERO RECORDE DE 200 COLECIONADORES INTERNACIONAIS VINDOS ESPECIALMENTE PARA PARTICIPAR DO EVENTO

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de 41 galerias nacionais e somente uma do exterior. As galerias conceituadas do mercado internacional que marcaram presença foram a Marian Goodman, David Zwirner, Gagosian (NY), Michael Werner e White Cube (Londres), Kurimanzutto (Cidade do México), Continua (Milão); foi novidade na feira a vinda das galerias Alexander Gray (NY), The Approach (Londres) e Goodman Gallery (Cidade do Cabo), primeira galeria africana a participar do evento. O crescimento da presença estrangeira foi notório, com número recorde de 200 colecionadores internacionais vindos especialmente para participar do evento, como Don & Mera Rubell; Doris Beyersdorf, dona de coleções importantes em Paris e em Genebra; a italiana Guya Bertoni; Pierre Dreyfus; o alemão Kai Loebach, colecionador de arte contemporânea em Los Angeles, entre outros. Com um público de cerca de 23 mil pessoas, superando o número do ano passado, a feira também realizou atividades culturais, como o Programa Educativo de palestras e encontros e o Núcleo Editorial, com a presença de revistas, editoras de livros de artista e lançamentos de livros. Além de uma série de debates Talks – Arte como valor / Art as value, e também foi o primeiro ano de uma plataforma dedicada exclusivamente a performances. Outro papel importante da SP-Arte é o programa de estímulo à doação de obras para acervos públicos, realizado desde da edição de 2007. É uma forma de contribuir para o desenvolvimento dessas coleções, que muitas vezes não contam com muitos fundos destinados à compra de obras. A SP-Arte e muitos outros eventos contribuem para o fomento da Arte conduzindo para a sua disseminação e o aprofundamento, promovendo um diálogo entre a obra proposta do artista com o seu expectador, a partir do seu contexto e sua espacialidade.


OBRA SPHÈRE BLEUE, DO ARTISTA JULIO LE PARC, REPRESENTADO PELA GALERIA NARA ROESLER

ENTIDADE #5, DE DANIELLE CARCAV, REPRESENTADA PELA GALERIA CARAVELO

SP-ARTE 2015, NO PAVILHÃO DA BIENAL

OBRA DO ARTISTA GÁSTON UGALDE PARA A GALERIA PSH PROJECTS

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CULTURA

ESCOLHAS SINGULARES Os momentos de lazer exigem boas companhias e essa incrível seleção irá te levar para longe do lugar comum POR: FERNANDA FERREIRA ROMERO FOTOS: DIVULGAÇÃO

O SAL DA TERRA

MÚSICA COM Z ARTIGOS, REPORTAGENS E ENTREVISTAS (19572014)

Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado

BLUE TRAIN

(2014) França, Brasil Imovision Biografia, Documentário

(1957) Dol/Blue Notes Records 5 faixas Jazz

Percorrendo o mundo como testemunha da humanidade em plena transformação e registrando desde eventos trágicos até a descoberta de territórios virgens, o estudo fotográfico de Sebastião Salgado, que contempla a beleza do planeta e inspira as lentes cinematográficas de Wim Wenders e de seu filho e cineasta, Juliano. Ganhador do César de Melhor Documentário e indicado ao Oscar em 2015, o Sal da Terra é um retrato ambicioso do projeto fotográfico “Gênesis”, de Salgado.

O jazz hard bop de John Coltrane é revisitado neste álbum, que previamente foi gravado pela Blue Notes Records, no ano de 1957. O segundo álbum de sua carreira o traz como o solista principal, com canções de sua própria autoria – com exceção de “I’m Old Fashioned” – e é embalado, com sólidas evidências sonoras, pelas habilidades de Coltrane, que se reinventa como um intérprete multifacetado, tanto no hard bop, como nas baladas mais sensíveis. Sem dúvida, um registro importante e influente de toda a música jazz.

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John Coltrane

QUANDO A ARTE É GENIAL

Zuza Homem de Mello

Andy Pankhurst e Lucinda Hawksley

Evidenciando principalmente o jazz, a música popular brasileira e a norte-americana, Zuza Homem de Mello, um dos maiores conhecedores de música de nosso país, reúne 140 textos escritos ao longo de sua carreira, que trazem as experiências de um crítico que conviveu com vários dos artistas abordados nas páginas do livro. Uma entrevista inédita com Charles Mingus; um perfil de Miles Davis, a primeira entrevista de Itamar Assumpção, um encontro com Chet Baker e muitas outras incríveis histórias são reveladas com generosidade e paixão.

Uma seleção de oitenta pinturas e esculturas extraordinárias de todo o mundo e de várias épocas é analisada em argumentos concisos e apreciativos que trazem novas perspectivas para as qualidades únicas e determinantes das obras. Permite apreciar talentos inovadores e singulares de todos os tempos e revela as considerações de uma obra de arte excepcional nos tocar mais profundamente que as demais e se destacar aos nossos olhos. O livro convida os leitores a se tornarem observadores e a explorar os conceitos intrínsecos das obras.

544 páginas Música Editora 34 ISBN: 978-85-7326-555-2

224 páginas Arte GG Brasil ISBN: 978-85-6598-595-6



SABORES

CLÁSSICO ITALIANO POR: KADIDJA TOURE FOTOS: DIVULGAÇÃO

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incursão da família Fasano pelo ramo gastronômico se iniciou em 1902, quando Vittorio Fasano inaugurou seu primeiro restaurante no centro de São Paulo. Vindo da Itália, assim que chegou ao Brasil, ele inaugurou a Brasserie Paulista, na Praça Antônio Prado. Anos depois, quem assumiu o legado foi Ruggero, o filho mais novo do patriarca, iniciando um longo período de expansões. A confeitaria Fasano, por exemplo, era um dos endereços mais concorridos na rua Barão de Itapetininga, também no centro da capital paulista, e, para se juntar a ela, a rede se espalhou através de outros negócios, acompanhando o crescimento da cidade. Hoje, a gastronomia com a marca Fasano pode ser encontrada em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, através das casas Fasano, Baretto, Gero, Parigi, Nonno Ruggero, Trattoria e Buffet Fasano, além dos prestigiados hotéis, que já extrapolaram as fronteiras nacionais e chegaram até Punta del Leste, no Uruguai.

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SABORES

HOJE, A GASTRONOMIA COM A MARCA FASANO PODE SER ENCONTRADA EM SÃO PAULO, RIO DE JANEIRO E BRASÍLIA

TRADIZIONE ITALIANA

Criado em 1982, o restaurante Fasano reúne uma gastronomia clássica e é um dos mais concorridos e premiados em São Paulo. Referência de qualidade, o ambiente foi planejado pelos arquitetos Isay Weinfeld e Marcio Kogan. O chef Luca Gozzani é quem comanda a cozinha inspirada em diversas regiões italianas. Na adega, uma incrível variedade de châteaux, barolos e brunnellos, todos garimpados em Piemonte e na Toscana, por exemplo. A versão al Mare, que fica no Rio de Janeiro,

explora as delícias da culinária mediterrânea, através dos peixes e frutos do mar, sob a direção do chef Paolo Levezzini, que veio diretamente da Enoteca Pinchiorri, de Florença, que possui três estrelas no Guia Michelin. O Gero é outra marca registrada do grupo e, desde 1994, presenteia os clientes que visitam suas instalações, nos Jardins, com pratos clássicos como risotos, massas e carnes, tudo servido num ambiente que transpira o charme de um sofisticado bistrô. No Rio, o Gero está localizado em Ipanema

O RESTAURANTE TRATTORIA CELEBRA A GASTRONOMIA DO SUL DA ITÁLIA

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O AMBIENTE DA TRATTORIA FOI IDEALIZADO PELO ARQUITETO ISAY WEINFELD

O RESTAURATEUR ROGÉRIO FASANO


SABORES

A PRIMEIRA EDIÇÃO DO SELETO GUIA MICHELIN NO BRASIL, DIVULGADA NO MÊS DE MARÇO DESTE ANO, CONCEDEU UMA ESTRELA AO FASANO DE SÃO PAULO

e na Barra, onde também são conhecidos pela excelência. O encontro de duas cozinhas tão tradicionais como a italiana e a francesa não poderia ficar de fora dos planos do Grupo Fasano. Justamente por isso é que, em 1998, na cidade de São Paulo, nasceu o Parigi, que, além de fazer essa mescla inigualável, resgata o clima dos tradicionais bistrôs parisienses. Para os amantes de um bom vinho, a adega desse restaurante é considerada, por muitos, imbatível! O clima de uma verdadeira trattoria italiana pode ser apreciado no Nonno Ruggero, instalado no primeiro andar do Hotel Fasano, que fica no coração dos Jardins. O cardápio traz um incrível buffet de saladas e antepastos, além das opções quentes, como Costelletta alla Milanese e Raviolini di Mozzarella di Bufala al Pomodoro. Considerado um dos melhores bares de hotel do mundo, o Baretto – tanto a versão paulistana quanto a carioca combina coquetéis badalados com pratos leves e uma atmosfera descontraída. A inspiração para a decoração e o nome do local vieram da cidade de Londres, umas das preferidas do restaurateur Rogério Fasano, que é quem comanda o grupo atualmente.

SPAGHETTI ALLA CARBONARA: SPAGHETTI COM PARMESÃO, GEMA DE OVO E GUANCIALE OU PANCETTA

ÚLTIMAS NOVIDADES

O tradicional Guia Michelin, que elege os melhores restaurantes em várias regiões do mundo através da atribuição de estrelas, - no máximo três – divulgou sua primeira edição brasileira neste ano, e a unidade paulistana do Fasano foi um dos restaurantes agraciados com uma estrela. Aliás, essa também é a primeira edição do Guia na América Latina. Reforçando sua veia gastronômica, um dos últimos empreendimentos do grupo é a sofisticada Trattoria, que fica no Itaim Bibi e acabou de completar um ano. A proposta é homenagear as receitas clássicas do sul da Itália, como Melanzane alla Parmigiana, Spaghetti alla Carbonara e Polpettone al Forno. As sobremesas não foram esquecidas e, entre as iguarias, podemos destacar Sfogliatina di Papaya e Torta della Nonna. O resgate de pratos tradicionais e a celebração da boa gastronomia são o foco do negócio, mas a decoração do ambiente é um charme à parte. Novamente, Rogério Fasano investiu em uma pareceria com Isay Weinfeld que, através da combinação de elementos como a madeira e o couro, construiu um ambiente sóbrio e elegante. Em abril deste ano, foi inaugurado também o Parigi Bistrot, primeiro bistrô francês sob o comando de Rogério Fasano. Localizado na cobertura do Shopping Cidade Jardim, com uma vista privilegiada da capital paulista, o cardápio enxuto privilegia combinações clássicas dos bistrôs, como Oeufes Benedictes au Saumon Fumé (Ovos Beneditinos com Salmão Defumado) e Croque Parigi (Sanduíche de Presunto Cru e Rúcula com Creme de Brie Gratinado). Hoje, após mais de 100 anos desde a chegada de Vittorio Fasano ao Brasil, o pioneirismo iniciado pelo patriarca no mercado gastronômico se multiplicou, não apenas através dos restaurantes, mas por meio de sua especialíssima rede de hotéis, que é sinônimo de hospitalidade e referência na arte de hospedar.

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BEBIDAS

DEGUSTAÇÃO PREMIUM Percorremos várias regiões do mundo em busca dos melhores vinhos para sua adega

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POR: FERNANDA FERREIRA ROMERO FOTOS: DIVULGAÇÃO

entar-se à mesa ou entre amigos, abrir uma garrafa de um bom vinho e poder degustá-lo é um prazer indescritível. Sentir suas notas, seus aromas e tudo o que ele pode lhe oferecer em cada gole é uma experiência única – mesmo se o ritual se repetir algumas vezes na semana, e se a garrafa for a mesma –, há sempre algo de novo para se notar nas melhores safras. É uma bebida social, o riso fica mais fácil, as relações mais à vontade, o status social mais elevado e a vida mais simples, mais saudável (mas seja moderado). A bebida sempre teve uma aura distinta e está presente na história do mundo desde os tempos bíblicos. Surgiu antes da escrita e teve grande importância na evolução econômica e sociocultural da maioria, senão de todas, as civilizações ocidentais e orientais. Nas próximas páginas, uma lista generosa, com rótulos selecionados pela revista The Wine Advocate, assinada pelo crítico Robert Parker, o levará a diversas regiões do mundo, a vinícolas consagradas e a safras que se sobressaíram. As garrafas, que se destacam por sua história e por suas propriedades, receberam as mais altas avaliações de Parker. Encham-se as taças, façam os brindes!

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BEBIDAS

ROBERT PARKER

ROBERT PARKER DEGUSTA CERCA DE 10 MIL VINHOS POR ANO, PONTUANDO O AROMA E A TEXTURA DA SABOROSA BEBIDA

Com uma capacidade apurada de degustação de vinhos e com uma extraordinária habilidade de se lembrar de cada rótulo que chega até seu paladar, o crítico Robert Parker, um advogado também formado em História da Arte, se dedica à enologia e às avaliações de vinhos desde o ano de 1975. Sendo referência e exercendo sua influência na tomada de decisão de escolha de vinhos de presidentes, como Bill Clinton, Jacques Chirac, entre outros importantes governantes, Parker conquistou uma distinção extremamente rara a um estrangeiro, a Légion d’honneur, reconhecendo a contribuição extraordinária que o crítico fez para a divulgação do vinho para a mídia impressa na França. Com uma filosofia de escrita simples e direta que proporciona significativas contribuições ao tema, Parker apresenta, de forma independente, opiniões sobre safras e seus valores. Além de lançar a revista “The Wine Advocate”, padrão de referência para os consumidores de vinhos, ele se tornou colunista de várias revistas e é autor de 14 livros sobre o tema, que se tornaram best sellers não apenas nos Estados Unidos, mas em outros diversos países.

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BEBIDAS

DOMAINE ROMANÉECONTI 1971 CHÂTEAU MOUTON ROTHSCHILD 1945 Cultivado na região do Médoc, onde são elaborados os vinhos mais prestigiados de Bordeaux, na França, o Château Mounton Rothschild é um Premier Grand Cru Classé que o eleva ao topo do topo. Abrangendo mais de 84 hectares de vinhas no coração de Pauillac, a videira é típica do Médoc: Cabernet Sauvignon (77%), Cabernet Franc (12%), Merlot (9%), Petit Verdot (2%). A garrafa tem um sabor único, pois utiliza uma forma de vinificação incomum ao deixar o vinho na cuba após a fermentação e uma maturação mais longa em garrafa para atingir a plena maturidade. Desde 1945, o rótulo é diferente a cada ano e, muitas vezes, é ilustrado por um artista de renome, como Picasso e Miró. Considerado o vinho mais valioso do mundo desde 2006, o de 1945, foi especialmente desenhado com um “V” de Vitória, por Philippe Jullian, em comemoração ao final da Segunda Guerra Mundial.

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CHÂTEAU MARGAUX 1900 Uma das maiores obras-primas da humanidade, o Château Margaux da safra de 1900 é considerado, por muitos enólogos, o melhor vinho do século XIX. Isso se deu porque em 1900, o calor do verão e a falta de chuvas na época da colheita – características essenciais para uma boa safra – fizeram com que os vinhos da região de Bordeaux atingissem níveis de qualidade raramente vistos e o Margaux logo despontou como o melhor daquele ano. Curiosamente, o vinho foi considerado tão bom na época que os produtores chegaram a duvidar de seu potencial de envelhecimento, ou seja, ele pioraria com o passar dos anos até se tornar intragável. As décadas seguintes provaram que esse foi um grande erro de avaliação, tornando o Château Margaux um vinho imortal.

São 1.500 anos de história, com registros perdidos no tempo e muitas garrafas tomadas. É o número 1 dos tintos colecionáveis do mundo e sua procura cresce a cada safra. E essa joia da Borgonha, na França, está acima de tudo, até de avaliações ruins. O vinho francês, produzido em Vosne-Romanée, na Côte de Nuits, é classificado como “Grand Cru” e reverenciado por enólogos e enófilos de todo o mundo. Feito exclusivamente com uvas Pinot Noir, o Conti resulta em um vinho elegante, de sabores florais, manteiga, frutas vermelhas, terra e animal. Ele se distingue dos outros terroirs da mesma região pela sua coloração rubi, por seu sabor aveludado e pelos aromas que encantam. Atinge seu ápice de maturação entre 6 e 12 anos, com colheita tardia e fermentação de um mês com temperatura controlada, depois disso, o vinho envelhece por cerca de 18 meses em barris de carvalho novo de sua terra. O rótulo de 1971 foi considerado um dos melhores do século XX e, como sempre, tem uma aura incrível.

PETRUS POMEROL 1982 Não há um palácio real nos 11,4 hectares de vinhas das terras do Pomeral, o que explica o porquê o vinho é geralmente chamado simplesmente como Petrus e não Château Petrus. Feito quase inteiramente da uva Merlot, Petrus é um vinho de Bordeaux, um dos mais conceituados e caros vinhos do mundo. Localizado em um planalto na porção oriental do Pomeral, o vinhedo é constituído das variedades de uva Merlot (95%) e Cabernet Franc (5%). Na colheita, as uvas são colhidas inteiramente à mão e fermentadas em temperaturas controladas em tanques de concretos, sendo o vinho envelhecido em barricas de carvalho francês durante 20 meses. A safra de 1982 teve condições climáticas ímpares, fazendo o rótulo ser aclamado pelos melhores enólogos ao redor do mundo.


BEBIDAS

CHAMPAGNE KRUG GRANDE CUVÉE 1928 CHÂTEAU LAFITE 1953 O vinhedo de 103 hectares dividido em três partes – as montanhas em torno do castelo, o planalto a oeste e uma parcela de 4,5 hectares na cidade vizinha de Saint-Estèphe, com videiras compostas de uvas a 71% Cabernet Sauvignon, 25% Merlot, 3% Cabernet Franc e 1% Petit Verdot centenárias, compõe o Château Lafite e sua história a partir do século XVII, quando a propriedade pertencia à família Ségur. É, a partir de 1680, o primeiro vestígio da existência de um importante vinhedo, que foi modernizado e, os padrões implantados, seguidamente, pelo Barão James de Rothschild, que adquiriu o Château, em 1868, e confirmou a existência lendária do vinho, considerado por Luís XV, a “Fonte da Juventude”. O ano de 1953 teve uma colheita única, com condições climáticas favoráveis e sua maturação foi feita de 18 a 20 meses em barris de carvalhos novos.

CHÂTEAU MONTROSE 1970 Com uma história que inspiraria livros e filmes, os vinhedos de Château Montrose, na região de Medoc, na França, tem um enredo que começa no século XVIII com Alexandre de Ségur, o “Príncipe das Vinhas”, que promoveria os vinhedos para um destino de prestígio. Durante anos e séculos – e alguns donos, todos dedicados a estabelecer um elevado nível de exigência e contribuindo para a fama dos vinhos – foram feitas bebidas de cores profundas, quase negras. Envelhecido por 19 meses em um tonel de carvalho, sustenta os taninos maduros e ricos da uva, o que mantém seu aroma picante e revela uma boa concentração de frutas e essências florestais. A garrafa de 1970 é excepcional. Com 65% de Carbenet Sauvignon, 25% de Merlot e 10% de Caberner Franc, revela notas de frescor, fruta preta, alcaçuz e tabaco. Ao tomar, é complexo, ambicioso, completo e equilibrado, com um acabamento sedoso e harmonioso.

Há 166 anos, na região de Champagne, na França, a Vinícola Krug faz a melhor obra artesanal para ser engarrafada: a Champagne Krug Grande Cuvée. É um champagne maduro e complexo. As melhores e mais memoráveis safras já produzidas da bebida, dizem os especialistas, saíram dessa vinícola e jamais serão repetidas. Uma delas, em especial, é a safra de 1928, considerada “um dos melhores, senão o melhor champagne já feito na história”, isso porque a bebida contém a precisão exata de detalhes, como a quantidade adequada de sol, calor, chuva e secura em sua produção, o que gerou uvas excelentes. A época da produção também teve fator decisivo: as uvas foram colhidas ao final de setembro, assim, os teores altos de açúcar e acidez, proporcionaram um longo e fundamental período de envelhecimento para a safra. Ao final, notas acentuadas de mel e damasco deram o toque final no que foi a melhor e mais cara safra de champagne já produzida, o Champagne Krug 1928. Um exemplar de requinte excepcional!

QUERCETO CHIANTI CLASSICO RISERVA 1955 Um vinho italiano, devidamente executado, com aromas de qualidade, frutado e defumado, com uma boca equilibradíssima e bom volume, boa acidez e taninos com aquele toque de rusticidade que tanto encantam nos Chianti. Assim é a garrafa de 1955. Produzido em uma esplêndida área dedicada a Baco, onde histórias e tradições são passadas de geração a geração e exalam por todos os cantos de uma velha fazenda nas colinas pacíficas do Querceto, na Itália. Um antigo mosteiro, do século XV, com uma arquitetura espetacular, e um número de casas espalhadas ao redor já guardava algumas adegas. Com o passar dos anos e dos séculos, a área da fazenda transformou-se em um grande vinhedo, com 11,2 hectares, que estão entre 420 e 480 metros de altitude, na qual todas as vinhas são cultivadas utilizando o sistema “cordonesperonato”.

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HOTEL

SUNTUOSIDADE NO TIBETE The St. Regis Lhasa Resort combina serviços luxuosos com a tranquilidade típica do país oriental POR: KADIDJA TOURE FOTOS: DIVULGAÇÃO

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ocalizado na Cordilheira do Himalaia, o Tibete é uma das regiões mais altas de todo o mundo e, além das peculiaridades naturais, ele é habitado por diversos grupos étnicos e um dos lugares mais importantes para quem segue a filosofia budista. Os turistas estrangeiros precisam de uma autorização especial para entrar no país, além do visto chinês. Porém, mesmo com os problemas de acesso, vale a pena planejar uma estadia na cidade de

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Lhasa, a capital, pela incrível experiência espiritual e cultural. Aliás, é em Lhasa que está localizado um dos resorts mais encantadores da rede St. Regis, considerado um dos melhores da região e detentor de cinco estrelas. Somente no ano de 2013, ele foi agraciado com prêmios como o Condé Nast Traveller, um dos mais respeitados da área. O St. Regis Lhasa fica na parte oriental da cidade, num dos endereços mais cobiçados da região. O deslumbre já começa pelas belas paisagens

naturais que cercam o resort, dignas de serem contempladas e exploradas calmamente. Conhecida por ser uma das cidades mais altas do mundo, Lhasa está a 3.680 metros acima do nível do mar, e numa região que remonta a uma história milenar. A apenas seis minutos de carro do resort, está o Potala Palace, que já foi a residência oficial do Dalai Lama, até a 14ª geração e, hoje, funciona como um museu. Bem próxima, também, está a área comercial de Barkhor, que

O AMBIENTE DO RESORT TRANSPIRA OS ENCANTOS E A SERENIDADE PROCURADA PELOS TURISTAS QUE VÃO ATÉ O TIBETE




HOTEL

O ST. REGIS LHASA FICA NA PARTE ORIENTAL DA CIDADE, NUM DOS ENDEREÇOS MAIS COBIÇADOS DA REGIÃO

abriga a rua mais antiga da cidade e é cheia de bancas e mercados com produtos locais. INSPIRAÇÃO ORIENTAL

O ambiente do resort transpira os encantos e a serenidade procurados pelos turistas que vão até o Tibete. A arquitetura, extremamente trabalhada, retrata detalhes que encantam pelo seu misticismo e elegância. No Spa Iridium, os hóspedes entrarão no clima tibetano através de serviços personalizados, tratamentos holísticos e ambiente que transmite uma incrível tranquilidade. O jardim de meditação é o espaço ideal para essa prática, e, logo pela manhã, todos são convidados para participar das exclusivas aulas de yoga. Antes de iniciar os tratamentos, cada pessoa passa por uma avaliação para que os especialistas do spa determinem quais tratamentos e tipos de ervas são os mais indicados e benéficos, incluindo procedimentos para rejuvenescimento e tradicionais terapias tibetanas, por exemplo. Estando em um lugar tão especial e diferenciado, vale a pena descobrir a fundo alguns detalhes surpreendentes de sua cultura tão rica. Então, que tal uma aula de culinária local para se aproximar ainda mais das tradições do Tibete? Durante o curso, na Cooking School do resort, os alunos aprendem a essência da autêntica gastronomia da região, desde os ingredientes até as técnicas, tudo supervisionado por chefs experientes. Ao final, todos são convidados para experimentar as delícias que foram preparadas. As belezas do Tibete também estampam as decorações dos 121 quartos, 27 vilas privadas e 14 suítes do The St. Regis Lhasa Resort. A simplicidade da madeira, o luxo de uma autêntica tapeçaria e outros ricos detalhes tradicionais compõem um ambiente exuberante e sofisticado, que combina perfeitamente com as paisagens naturais da região. Claro que os recursos tecnológicos não podem faltar, e cada aposento é equipado com aparelhos eletrônicos que permitem o acesso à internet comodamente. As camas suntuosas ficam ainda mais convidativas com os legítimos lençóis de 350 fios. A infraestrutura

completa ainda contempla serviços de quarto duas vezes ao dia, banheiro com piso aquecido e banheira. Linhas clássicas e uma paleta de tons neutros dão o toque final na decoração, que preza pela simplicidade e elegância. O mobiliário segue a mesma tendência, com cores cleans e suaves, como bege, branco e cinza, que contrastam com a madeira natural. As vilas do resort são as acomodações perfeitas para quem viaja em família, por exemplo. Os quartos oferecem uma vista privilegiada para um jardim exuberante e oferecem o máximo de conforto possível. Nas dependências do resort, os hóspedes têm à sua disposição três restaurantes completos e eficientes. No Social, são servidas todas as refeições, desde o café da manhã até o jantar. O menu à la carte oferece opções de cozinhas de todo o mundo, como a italiana e a chinesa, por exemplo. O local acomoda até 80 pessoas e ainda tem uma sala de jantar privada para até 10 hóspedes. Um resort na principal cidade tibetana não poderia deixar de ter como opção a legítima gastronomia local. Esse é o caso do Si Zi Kang, que além de ser luxuoso, convida os clientes a apreciar uma experiência tradicional através dos aromas de uma culinária singular, tudo acompanhado por excelentes vinhos. O terceiro restaurante é o Yan Ting, que conta com 138 lugares e serve a autêntica comida chinesa. Durante os dias de verão, o jantar é servido ao ar livre e a vista estonteante da belíssima paisagem é um ponto a mais. Além dos restaurantes, ainda há o Decanter by Haut-Brisson, um charmoso bar que, além de bebidas sofisticadas, dispõe de um cenário elegante e requintado, perfeito para relaxar e aproveitar bons drinks. Fazendo jus à fama da rede de hotéis The St. Regis, a unidade de Lhasa é uma opção luxuosa para quem visita as terras orientais, seja por sua estrutura e concepção arquitetônica tradicional, ou pelos excelentes serviços, como spa, piscina energizante, três restaurantes especializados e até mesmo mordomo - exclusividades que tornam qualquer estadia ainda mais especial.

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“QUERO MUITO DEFENDER O BRASIL NOS JOGOS DO RIO 2016 E FAREI O POSSÍVEL PARA BRIGAR POR UMA MEDALHA POR EQUIPES E INDIVIDUAL”


ENTREVISTA

DODA MIRANDA: EMBAIXADOR DO HIPISMO BRASILEIRO O cavaleiro olímpico concede uma entrevista exclusiva sobre a sua vida e as expectativas para os Jogos Olímpicos Rio 2016 POR: CAROLA MAY FOTOS: LUIS C. RUAS/ARQUIVO PESSOAL

Q

uando se fala em hipismo, sem dúvida, o cavaleiro olímpico Doda Miranda é um dos grandes ídolos brasileiros. Foi aos 23 anos que o cavaleiro paulista integrou a equipe brasileira de Salto que conquistou a primeira medalha olímpica com o bronze em Atlanta 1996 e, quatro anos depois, em Sydney 2000, veio o segundo bronze. Em atividade no circuito europeu há cerca de 20 anos, Doda, 42, tetracampeão brasileiro sênior em 1996, 2001, 2003 e 2005, computa mais de 100 vitórias em GPs internacionais. Durante seis anos consecutivos, entre 2007 e 2012, - os dois primeiros na Sociedade Hípica Paulista e outros quatro na Sociedade Hípica Brasileira no Rio -, o Athina Onassis Horse Show colocou o país na rota dos principais eventos 5 estrelas do hipismo mundial

TODOS OS TREINADORES QUE PASSARAM PELA MINHA VIDA CONTRIBUÍRAM PARA O QUE SOU HOJE

e em muito contribuiu para divulgação do esporte. Entre 4 e 6 de junho de 2015, a praia de Pampelonne em Saint-Tropez, recebe o evento pelo segundo ano consecutivo. Agora o CSI-W Indoor na Sociedade Hípica Paulista (SHP) tem sido o principal compromisso esportivo de Doda no Brasil, que prestigiou o concurso em 2013 e 2014. “É muito legal saltar em casa perante o público brasileiro e ajudar a divulgar e ver o esporte se desenvolvendo no meu país”, garante Doda, que reside na Holanda e passa boa parte do ano fora de casa. O cavaleiro já tem data marcada para voltar ao Brasil: no CSI-W Longines Indoor, que chega a sua 25ª edição, entre 8 e 11 de outubro, no picadeiro fechado da SHP, maior vão livre sem pilastras das Américas. Porém, antes a meta é defender o país nos Jogos Pan-Americanos 2015, no Canadá, em que o Brasil busca o hexacampeonato por equipes. Nessa primeira edição da revista da Sociedade Hípica Paulista, Doda falou de sua carreira, metas e também sobre suas expectativas para os Jogos Olímpicos Rio 2016.

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ENTREVISTA

DODA COM O CAVALO PENUMBRA, NA 1a COPA DE HIPISMO DA SOCIEDADE HÍPICA DE ORLÂNDIA

SHP • Os times jovens do Brasil - com cinco participantes da SHP - também fizeram bonito na Copa das Nações da Juventude em Wellington. Comente a importância dessa experiência. Doda Miranda • Disputar uma Copa das Nações é muito importante para esses jovens que já vão se acostumando com a pressão e com o espírito de equipe necessários em grandes competições, como Olimpíadas, Jogos Pan-Americanos e Mundiais. Acredito que com todo apoio de suas famílias e da comissão técnica da CBH estejam no caminho certo e ainda vamos ouvir falar muito dessa nova geração do esporte. SHP • Quais foram os seus principais mestres ao longo da sua carreira?

SHP • Quais os cavalos que mais o marcaram e quais suas principais montarias atualmente? Doda Miranda • Cada cavalo teve o seu momento importante. Comecei a montar aos nove anos e, no início da minha carreira no Salto, a confiança e o amor pelo esporte se consolidaram com uma eguinha tordilha chamada Penumbra, meu anjo da guarda! O Bawani foi incrível, um anglo árabe pequeno com atitude de cavalo grande e que me deu muitos títulos nas categorias Junior e Young Rider. Mais para frente o Aspen, que em janeiro de 2015 completou 30 anos, foi o cavalo que me projetou internacionalmente e, se hoje sou o cavaleiro que sou, devo muito a ele. Foi ele que me possibilitou integrar as equipes brasileiras e conquistar importantes medalhas, como os dois bronzes olímpicos em 1996 e 2000, e ouro no Pan-Americano de Winnipeg em 1999. Esse ano pensando no Pan, minhas principais opções em busca de uma vaga na equipe brasileira são AD Rahmannshof ’s Bogeno, AD Nouvelle Europe Z e a AD Zarisma. SHP • Agora você também conta com um manège em Wellington na Flórida, principal point do hipismo a cada início de temporada. Qual a importância desse concurso para você? Doda Miranda • Em 2015, comecei a temporada em Wellington pela terceira vez. É muito bom poder fugir um pouco do inverno na Europa e saltar no clima mais ameno do Winter Equestrian Festival na Flórida, onde encontramos condições ideais para colocar os cavalos em forma com provas de todas alturas até o mais alto nível de competição, ao lado de alguns dos melhores conjuntos do mundo. Esse ano, tive três vitórias, duas com o AD Amigo e uma com AD Argos. Como o evento tem 12 semanas de duração, a convivência com os amigos, família e convidados também é muito boa e sempre sobra um tempinho para momentos de lazer.

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Doda Miranda • Todos os treinadores que passaram pela minha vida contribuíram para o que sou hoje. Mathias Rodrigues da Silva foi meu primeiro professor no Clube Hípico de Santo Amaro, depois vieram o Marcello Artiaga e o Coronel Renyldo Ferreira, responsável por minhas principais conquistas na adolescência. Também treinei com Jean Maurice Bonneau, Jos Lansink, George Morris e sempre com Nelson Pessoa, o Neco, um dos melhores cavaleiros e mestres de todos os tempos. Também não posso deixar de lembrar do apoio do meu pai Ricardo e toda a família, que em todos os momentos da minha carreira foram fundamentais em minhas conquistas. SHP • Sua esposa Athina também vem se destacando cada vez mais no hipismo. Como você vê a evolução dela no esporte? Doda Miranda • A Athina é super determinada, dedicada e vem colhendo os merecidos resultados nos principais eventos internacionais. Acho que o segredo é o amor dela pelos cavalos. Todos os cavalos que ela comprou são muito bons, é claro, mas também evoluíram com ela. Quando a gente sai de férias, sempre falamos sobre os cavalos e após dois, três dias ela já quer voltar. Como sou o principal treinador dela, às vezes não é fácil para o casal. Mas ela se esforça muito, sempre vê o que pode ser melhorado e independentemente do resultado nunca põe a culpa nos cavalos. Tenho certeza que a Athina vai chegar ao topo e, por outro lado, ela também me apoia em tudo. DODA COM AD BOGENO RAHMANNHOF´S NOS JOGOS EQUESTRES MUNDIAIS 2014, NA NORMANDIA


DODA MONTA ASPEN NOS JOGOS OLÍMPICOS DE ATLANTA 1996

FOTO: REPRODUÇÃO HISTÓRIA DO HIPISMO BRASILEIRO/CEL. RENYLDO FERREIRA


ENTREVISTA

SHP • A sua filha Viviane também está cada vez mais afiada nas pistas. Como pai e cavaleiro, como você se sente?

brasileiro - especialmente aqui em solo nacional - chegue a um padrão ainda melhor?

Doda Miranda • Fico muito orgulhoso em ver a determinação, foco e o amor dela pelos cavalos. Esse ano ela já está saltando provas mais altas e tem tudo para ir longe e alcançar seus objetivos.

Doda Miranda • Os cavaleiros e amazonas brasileiros são muito conhecidos por sua habilidade, mas observamos que ainda falta mais investimento no trabalho de base com a devida calma - respeitando o tempo de cada cavalo - para que possam chegar ao mesmo alto nível de competição. A realização de provas internacionais no Brasil também é um importante passo. Ao mesmo tempo acredito que a experiência no exterior, especialmente na Europa, onde a cada semana há inúmeros concursos de 3 estrelas a 5 estrelas, seja fundamental para evolução de cada atleta.

SHP • Em especial nos últimos dois anos, a sua presença no Indoor da Hípica Paulista foi fundamental para divulgação do evento e também para atrair o público. Quais as suas expectativas para a edição 2015? Doda Miranda • Para mim, é sempre um prazer saltar no meu país e, em especial, na Sociedade Hípica Paulista. Em 2013 e 2014, graças ao empenho do Romeu Ferreira Leite, um amigo muito importante em minha vida, o Indoor resgatou sua importância e sua visibilidade. Fico muito satisfeito em poder participar e contribuir na divulgação do evento e do esporte como um todo. Em 2015, a minha ideia é vir com cavalos próprios, assim como o Rodrigo Pessoa. SHP • O Athina Onassis Horse Show agora tem endereço novo: a badalada praia de Pampelonne em Ramatuelle, Saint-Tropez. Qual a sua expectativa? Doda Miranda • O local não poderia ser melhor e a cada edição a gente busca melhorar e tornar o evento o mais agradável e competitivo possível. Esse ano, os 35 melhores cavaleiros do ranking mundial saltam no Internacional 5 estrelas e 65 amadores terão a oportunidade de saltar a série 2 estrelas. As minhas expectativas são as melhores possíveis e estamos muito satisfeitos em contar com o patrocínio da Longines. No GP Final, a 1.60 metro, que encerra o evento em 6 de junho, vamos distribuir 300 mil euros em premiação. SHP • No hipismo e também em outros esportes, aprendemos a buscar a vitória, mas também a perder. Cair, levantar e sempre recomeçar também faz parte do jogo. Como você lida com esse eterno aprendizado? Doda Miranda • Recentemente nos Jogos Equestres Mundiais 2014, na 1ª passagem na Copa das Nações, o meu cavalo refugou e acabei caindo. Foi um baque muito grande. Em 30 anos de hipismo, nunca tinha passado por isso em uma competição desse nível, mas faz parte do esporte. Com apoio da minha família e dos meus companheiros de equipe, a fé em Deus e o carinho do público, consegui buscar forças e zerar o percurso no dia seguinte. Acho que foi o zero falta mais importante da minha vida. Ao final, terminamos em 5º lugar, com 16.95 pontos perdidos (pp), a 0.23 pp de uma inédita medalha por equipes, e pouco mais de uma falta (4 pontos) da Holanda, campeã, com 12.83 pp. SHP • Em sua opinião, o que falta para que o hipismo

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SHP • Comente um pouco sobre a estrutura do seu haras, em Valkenswaard, na Holanda. Doda Miranda • A nossa estrutura é espetacular com uma equipe de profissionais de altíssimo nível. Temos um excelente picadeiro coberto, uma pista de areia e uma de grama perfeitos. Também é muito bom contar com outros centros hípicos ao redor e grandes eventos, em especial, a 12ª Etapa do Global Champions Tour de Valkenswaard, que acontece no manège do Jan Tops, praticamente ao lado de casa. SHP • O que você faz para driblar as saudades do Brasil? Doda Miranda • Convivemos com muitos brasileiros na região e estamos sempre agitando alguma coisa. Uma vez por semana, fazemos um churrasco e costumamos jogar futebol. É bom para entrar em forma, mas futebol não é meu forte (risos). Mas é sempre um bom jeito de matar a saudade do Brasil e de reunir os amigos. SHP • Em sua opinião, qual o principal ponto a ser observado para um iniciante do hipismo? Doda Miranda • O amor pelos cavalos. Depois disso, os pais e cada jovem analisam se querem seguir no hipismo como lazer ou profissionalmente. A partir deste momento, a dedicação, ambição e garra são primordiais. Também não podemos nunca esquecer que a humildade é única maneira de jamais deixar de aprender e ser sempre respeitado. SHP • Quais as suas expectativas para os Jogos Olímpicos Rio 2016? Doda Miranda • Meu sonho é competir em casa em 2016. Pois, representar seu país em qualquer competição é uma responsabilidade muito grande, ainda mais em uma Olimpíada. Quero muito defender o Brasil e farei o possível para brigar por uma medalha por equipes e individual. Mas o esporte é tão excitante justamente pelo fato de não ter favoritos. Há muitos cavaleiros bons e, ao mesmo tempo, sempre é possível a gente se recuperar e surpreender.



HISTÓRIA

1911 A Belle Époque cafeeira

– Que vida maravilhosa! (Um rico no início do século)

E

m uma tarde de julho de 1911, o Conde de Prates lia com curiosidade uma revista que havia recebido para opinar e que em breve seria lançada. “O Pirralho”, um periódico vanguardista de Oswald de Andrade que pretendia repensar a arte brasileira. O pequeno grupo silenciou para ouvir a estranha notícia do roubo da Monalisa e a prisão do pintor espanhol Pablo Picasso e do poeta francês Apolinare como suspeitos do roubo do famoso quadro que, desde a Revolução Francesa, estava exposto no Louvre. A chácara do Conde (nem os íntimos o chamavam de Eduardo) ocupava toda uma quadra com frente para avenida Rio Branco e fundos para a rua Guaianases. Protegidos do sol pela sombra de uma frondosa e antiga copaíba, sobrevivente da Mata Atlântica,

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estavam sentados em poltronas guarnecidas por almofadas perfumadas, de tecido imaculadamente branco e podiam observar, com conforto, a pista de areia com obstáculos feitos para que os filhos do Conde, Guilherme e Eduardo, pudessem praticar equitação. O Conde se calou e todos voltaram suas atenções para a pista. Guilherme montava o cavalo preferido do pai, um mestiço de sangue hackney que provocava risos por ser rabicó, mas que saltava como um gato e possuía a coragem de um leão. Era com ele que frequentava as aulas de equitação do capitão René Demirgian, oficial francês da missão de 1906. O estilo ensinado era o de Saumur, durante o salto o cavaleiro lançava o peso do corpo para trás até a região lombar quase apoiar no dorso do cavalo,


HISTÓRIA

como se estivesse reclinando em uma cadeira. Foi com esse baio desengonçado que Guilherme venceu o primeiro concurso hípico de São Paulo, organizado pelo cônsul da Áustria, no Parque Antártica, junto à fábrica de cerveja Bavária dois anos antes. Dr. Carlos José Arruda Botelho, Secretário da Agricultura, havia comprado, em 1892, um sítio no caminho que vai para Santo Amaro, junto ao Córrego do Cambuci e ali construiu um parque aberto ao público e o chamou de Jardim da Aclimação. Dr. Carlos ocupava a poltrona ao lado do Conde e lhe falou em tom mais baixo, como se fosse só para ele escutar: – Seu filho Guilherme e meu filho Totó pediram que eu cedesse as instalações do Parque da Aclimação para que pudessem fundar um clube hípico. Eles já têm um nome, irá se chamar Sociedade Hípica Paulista. Concordei desde que fosse com sua anuência. O Conde o olhou dentro dos olhos, como era seu costume. A aparência nobre e fidalga do patriarca de uma das famílias mais ricas da cidade impunha algum constrangimento aos convidados. Eduardo era um bonito homem de 51 anos, com a barba impecavelmente aparada, vestia um terno branco apropriado para um domingo radioso de final de inverno. – Eu sei. Pediram-me para que fosse o primeiro presidente. Concordei. Será bom para a cidade, para fomentar a criação de cavalos e desenvolver a equitação fora dos quartéis. Também sou presidente e fundador da sociedade rural brasileira. Gosto de sua cópia do Jardin d’Acclimatation, sinto-me na França. Eu o achava um visionário louco quando começou a transformar o sítio Tapanhoim num parque com zoológico e aquário, mas conseguiu.

EM 1911, HAVIAM GRANDES NARRATIVAS DE UM FUTURO QUE COM CERTEZA LOGO CHEGARIA, HARMÔNICO, BONITO, REDIMINDO A ANGÚSTIA DE UM PRESENTE QUE, POR VEZES, PARECIA PROVINCIANO

– Agora, nos finais de semana, pode-se chegar de bonde. Tenho uma construção vazia, é a réplica de um moinho de trigo com um belo gramado na frente, era um campo de futebol que se transformará em uma pista. Servirá bem de sede ao clube. O Totó fez um belo escudo: uma ferradura emoldurando as iniciais SHP entrelaçadas. Preto e branco serão nossas cores. Faremos uma reunião em minha casa no dia 31 para a assinatura da Ata de Constituição da Sociedade Hípica Paulista. Seria uma honra se pudesse estar presente. – Não poderei. A remodelação do Vale do Anhangabaú tem me tirado o sossego, estou acabando as negociações para a doação do solar dos Barões de Itapetininga. Ficará lindo e transformará São Paulo em uma metrópole. Mas aceitarei a presidência do clube, meu filho Guilherme me representará. Aliás, ele me contou que talvez nos tornemos parentes, suas intenções com Cândida, sua sobrinha, são firmes. Ficarei feliz com essa união. – Também ficarei, a energia do Guilherme me lembra dos tempos da França, da faculdade de medicina, do começo de minha carreira política, nada era impossível, difícil ou longe. Bons anos da minha juventude! Fui deputado e senador moço, a energia transbordava. Meu pai, o velho Conde do Pinhal, conservou sua energia até morrer, esse era o segredo. Estamos elaborando uma diretoria para o clube: o Eduardo da Fonseca Cotching será seu vice-presidente; Otto de Freitas Backheuser e José de Alencar Ramos Piedade, secretários; o Guilherme e o Totó, diretores técnicos. Temos 16 presenças confirmadas para a reunião.

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HISTÓRIA

Em 1911, havia grandes narrativas de um futuro que, com certeza, logo chegaria, harmônico, bonito, redimindo a angústia de um presente que, por vezes, parecia capenga, provinciano, limitado. O futuro previsto no começo do século XX tinha um ponto de chegada incontrolavelmente brilhante, deslumbrante. Os avanços tecnológicos, as criações artísticas e literárias, ideias filosóficas com novos valores, faziam surgir uma nova cultura que, no mundo analógico de então, limitava-se a uma elite, mas influía no restante da sociedade. Em São Paulo, o dinheiro do café vinha, aos borbotões, até as mãos dessa pequena elite para financiar as grandes mudanças da sociedade e da cidade. O novo Palácio do Governo, o parque em estilo francês em frente ao Museu do Ipiranga, a monumental Estação da Luz, o Vale do Anhangabaú, o Theatro Municipal refletiam os sonhos, os desejos, as ambições do povo que habitava às margens do Tietê. Na primeira década do século, São Paulo cresceu de 21 mil edificações para 32 mil sob os olhos atentos de nosso primeiro prefeito Antônio Prado. Começavam a aparecer as elegantes mansões europeizadas da avenida Paulista e de Higienópolis nas mãos de artífices italianos vindos entre os imigrantes destinados à lavoura. São Paulo tinha quase meio milhão de habitantes. O Tietê e o Pinheiros abrigavam uma intensa quantidade de vida e exalavam um agradável cheiro de umidade. Quando as águas das enchentes do Anhembi se recolhiam, uma quantidade de peixes ficava presa no capim alto das várzeas, a morrer e secar ao sol, transformando-se em piratiningas, alimento preferencial de batalhões de formigas vorazes, que chegavam seguidas por tamanduás em busca do banquete fácil. Os caminhos que se formavam com essa busca eram chamados pelos índios de Tamanduateí. No Brasil, ainda se discutia as vantagens da república sobre a monarquia e o destino da família imperial no exílio ainda era motivo de discussões acirradas. Londres era o centro financeiro do ocidente e o sol continuava a não se pôr no império. A Alemanha, derrotada nas guerras de 1870,

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desenvolvia-se tecnologicamente e se armava, desejando a primeira grande guerra que deveria lhe abrir os caminhos negados até então. Mas o que todos desejavam era falar francês e pensar como um parisiense. Paris, a cidade das luzes, ditava a moda, a arte e tudo o que era moderno, refinado e de bom gosto. O Capitão Demirgian desmontou e veio à mesa falar ao Conde e ao secretário. Seu francês era claro e pausado, mas, mesmo assim muitos, que não dominavam a língua, não o entendiam e, durante as aulas, tinham que perguntar aos outros o que havia sido dito. O capitão vestia seu impecável uniforme de oficial francês e as botas pareciam à prova de poeira tal era o brilho que possuíam. – Senhores, gostaria de propor para comemorar a fundação de nosso clube uma competição que anda muito em moda na Europa. A senhora Olívia Guedes Penteado nos convida a realizar, em sua propriedade no Alto de Sant’Anna, uma caça à raposa e nos oferece como troféu uma escultura em bronze chamada “Question d’Amour Propre”. O segundo prêmio será uma ferradura de ouro, cravejada de rubis. Eu orientarei sobre o percurso e as dificuldades, atravessaremos o Tietê de balsa e cavalgaremos na serra do Tucuruvy. Para fazer o papel de raposa, que não há no Brasil, escolheremos um bom cavaleiro com um laço em um dos braços. Poderemos repetir esta competição no Guarujá, o Grande Hotel seria um belo ponto de partida. O Conde respondeu em francês castiço: – Irei com prazer assistir a esta prova, mas acho que uma prova de saltos também seria bem-vinda. Farei parte do júri. Foi Dr. Carlos quem respondeu: – Faremos uma prova no Velódromo, pois na

SÓCIOS E CONVIDADOS NA DÉCADA DE 20


HISTÓRIA

PRIMEIRA SEDE DA SOCIADADE HÍPICA PAULISTA NO JARDIM DA ACLIMAÇÃO

NOS PRIMEIROS 10 ANOS DE EXISTÊNCIA A SEDE DE CAMPO DA SOCIEDADE HÍPICA PAULISTA FOI NO JARDIM DA ACLIMAÇÃO, NO ESPAÇO CEDIDO PELO DR. CARLOS DE ARRUDA BOTELHO Aclimação ainda não haverá condições. Faremos também um desfile de viaturas. O Velódromo ainda é o lugar preferido, a rua da Consolação é muito perto e fácil de se chegar. Vi o Spyder de 2 cavalos de Jorge Chaves e o Phaeton de Guilherme Prates, o público adoraria. – Minha preferida é a charrete de um cavalo da Maria Penteado. O Conde poderia oferecer o troféu - falou o capitão, corando levemente o rosto com o pedido. – Mas, na Aclimação se pode jogar o push-ball? o Conde perguntou ao Dr. Carlos em português afastando o capitão da conversa. – Pode sim. É difícil conseguir formar dois times, mas são jogos muito divertidos. No push-ball se empurrava uma bola com o peito do cavalo em direção a um gol, como em um jogo de polo. Os times tinham 6 jogadores cada e o interessante era o tamanho descomunal da bola de couro, que precisava de dois dias para ser enchida.

A crise dos preços do café de 1906 foi debelada com o convênio de Taubaté, que controlou a superprodução e a elite paulista continuou a viver confortavelmente com o café exportado principalmente para os Estados Unidos. Todos se conheciam e eram aparentados, São Paulo parecia ser um grande clube. Continuou-se a viver a belle époque e parecia que tudo seria sempre assim, até que a Primeira Guerra Mundial trouxe outra realidade. Nos primeiros 10 anos de existência, a sede de campo da Sociedade Hípica Paulista foi no Jardim da Aclimação, no espaço cedido pelo Dr. Carlos de Arruda Botelho, mas havia também uma sede central no Palacete Prates, com bilhar, bar, jogo de cartas e feijoada aos sábados, onde mulher não entrava.

FONTE: JOÃO ATALIBA DE ARRUDA BOTELHO POR: JACY DO PRADO BARBOSA NETO FOTOS: ARQUIVO SHP

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PELO MUNDO

THALES DE LIMA MARINO COM BALLA 12 NA CATEGORIA MIRIM

TALENTOS PROMISSORES Jovens talentos da Sociedade Hípica Paulista brilham em Wellington POR: CAROLA MAY FOTOS: LUIS C. RUAS

N

o início da temporada 2015, a nata jovem do hipismo brasileiro disputou a 3ª edição da Copa das Nações da Juventude das categorias Mirim, Juniors e Young Riders na oitava semana do badalado Winter Equestrian Festival, point do hipismo norte-americano e internacional a cada início de temporada. Após um temporal no sábado, 28/2, ninguém esmoreceu e a decisão foi adiada para o domingo, 1/3, no Palm Beach International Equestrian Center em Wellington, na Flórida. A Sociedade Hípica Paulista esteve muito bem representada na competição com quatro sócios: Giulia Scampini montando Keep on Fighting e Sarah Vasconcellos com Warthagena na categoria Junior, Thales de Lima Marino com Balla 12 na categoria Mirim e Luis Antonio Piva montando Zaterdag Cooper na Young Riders. O cavaleiro olímpico e treinador Caio Sérgio de Carvalho, coordenador das equipes brasileiras de Salto, e Constantino Scampini, diretor das categorias de base da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), ambos sócios da SHP, lideraram a delegação ao lado de toda equipe da CBH. A equipe Junior (14 a 18 anos), categoria disputada a 1,40 metro, foi formada por Giulia Scampini com Keep on Figthing (0/4), Sarah Vasconcellos com Warthagena (8/0), Vittorio Burger (4/4) e Alberto Sinimbu com Sharapova (4/4), totalizando 16 pontos perdidos, um resultado que lhes rendeu a medalha de bronze, após dois ouros em 2013/2014.

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PELO MUNDO

A SHP ESTEVE MUITO BEM REPRESENTADA PELOS SÓCIOS: GIULIA SCAMPINI, SARAH VASCONCELLOS, THALES DE LIMA MARINO E LUIS ANTONIO PIVA

SARAH VASCONCELLOS COM WARTHAGENA NA CATEGORIA JUNIOR

Na categoria Young Rider (16 a 21 anos), na altura a 1,45 metro, defenderam as cores verde e amarelo: André Reichman com Elle de Laubry, duplo zero falta, João Victor Aguiar com Wamira (0/8), Yasmin Almendros com Piaf de Quintin (4/12) e o nosso representante Luis Antonio Piva Filho com Zaterdag Cooper (12/12), totalizando 24 pontos perdidos, conquistando uma inédita medalha de prata após o bronze em 2013. A equipe Mirim (12 a 14 anos), disputada com obstáculos a 1,20 metro, foi formada por Thales Marino com Balla 12, único a garantir duplo zero falta nos dois percursos, Carlos Eduardo Assumpção com Rima TW (4/0) e Pedro Egoroff com Anton 640 (4/0), Felipe Menezes com Palm DoAnjo, (0/4) conquistou a medalha de prata na competição, totalizando apenas 4 pontos perdidos. Em 2013, os Mirins foram ouro e agora computam duas medalhas de prata em 2014/2015. Lembrando que a cada rodada da Copa das Nações, o pior dos quatro resultados é descartado para efeito de contagem por equipes.

LUIS ANTONIO PIVA MONTANDO ZATERDAG COOPER NA CATEGORIA YOUNG RIDERS

HIPISMO: ETERNO APRENDIZADO

A representante da SHP, Giulia Scampini, 17, bicampeã americana Junior Individual e por equipes 2013/2014 e integrante da equipe bicampeã Junior na Copa das Nações da Juventude 2013/2014 e bronze 2015 em Wellington, comentou a importância da experiência e suas metas no esporte. “Aprendemos a conviver também com a derrota e isso é essencial pois fortalece o atleta, nos motiva a buscar aprimoramento cada vez maior e dar ainda mais valor à vitória”, pondera Giulia. “Os campeonatos internacionais são muito importantes pois vão nos acostumando com a pressão e a responsabilidade de representar o Brasil. Também podemos avaliar nosso nível técnico e aprender muito com outros atletas de diferentes países e alto nível técnico”, acrescenta a jovem amazona que monta há cerca 12 anos.

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“Comecei a montar aos 6 anos e vou completar 18 anos. Esse ano está sendo muito difícil conciliar montaria com o período pré-vestibular, mas pretendo me preparar para o Hermès Young Talent 2015, os Campeonatos Brasileiro e Americano e também disputar boa parte dos GPs 1,45/1,50 metro. É um ano de transição para mim”, conta Giulia, que pretende seguir em frente com o hipismo. “Sonho em estar bem colocada no ranking da Federação Equestre Internacional e em participar de um Mundial, Olimpíada ou Pan-Americano pelo Brasil. Sei que é

muito difícil e que nosso país possui muitos talentos, mas vou trabalhar para isso”, revela Giulia, que treina com José Luiz e Caio Sérgio Carvalho, na parte de Salto, e agora também tem o apoio de Sarah Waddell no trabalho de plano/adestramento. “Também gostaria de destacar a importância do trabalho em equipe e tratamento dos cavalos que há por trás. Muitas vezes nem todas pessoas que tornam nossos sonhos possíveis são reconhecidas. Por isso, sou muito grata ao meu tratador Adriano, sempre muito atencioso, e ao veterinário Rogério Saito e sua equipe. Bem como


GIULIA SCAMPINI MONTANDO KEEP ON FIGHTING NA CATEGORIA JUNIOR

REDUTO DOS CAMPEÕES Wellington abriga anualmente a maior competição do mundo equestre

pela infraestrutura da Sociedade Hípica Paulista que contribui muito para evolução da minha carreira no esporte”, enfatiza a jovem campeã. Certamente, a conquista da medalha de prata na categoria Mirim será inesquecível para todos os integrantes do Time Brasil. Em especial para Thales, aniversariante do dia completando 14 anos e único a garantir duplo zero falta na prova final, o que lhe rendeu o título de campeão individual. Thales monta no Centro Hípico Granja Vianna, de propriedade de sua família, com o instrutor Everaldo Mendes e também é sócio da Sociedade Hípica Paulista. “Foi muito bom ser o melhor lá em Wellington”,

contou Thales, que esse ano vai seguir disputando a categoria Mirim. O jovem campeão também quer levar o hipismo a sério a longo prazo. “Vou estudar administração para que possa dirigir bem a minha própria hípica. Quero um dia disputar uma Olimpíada”, revela o jovem talento com uma boa receita para alcançar seus objetivos. “Muito trabalho, determinação e tentar ganhar sempre.” Finalmente, Giulia também deixou uma mensagem para aqueles que estão iniciando no esporte. “Nunca desanimem e desistam dos seus sonhos. Perseverança, dedicação e muito trabalho nos farão chegar lá!”.

Wellington, na Flórida, é destino certo para os apaixonados por equitação. E o motivo é o WEF – Winter Equestrian Festival, a maior e mais longa competição do mundo equestre. Com duração de 12 semanas, o Festival de Inverno mais famoso do mundo é um show à parte, onde os cavaleiros de mais de 30 países se reúnem sempre no início de cada ano. Wellington se tornou o grande anfitrião do mundo equestre. Hoje, o pequeno vilarejo, comparado à sua glamurosa vizinha Palm Beach, que fica a 20 minutos a leste, tem vida própria. É sinônimo de País dos Cavalos de Classe mundial. Além do WEF, Wellington abriga também mais de 40 semanas de competições durante o ano todo. Um dos grandes diferenciais do WEF é o fato de todos os participantes – cavaleiros de todos os níveis - e público frequentarem os mesmos lugares no espaço do concurso. Normalmente, em outros eventos do mundo, o público não tem acesso aos cavaleiros. Durante o evento, os cavalos costumam ficar nos próprios manages ao redor do espaço do concurso, mas os cavalos que participam das séries mais fortes têm que ficar estabulados em cocheiras no próprio concurso. Nos anos 90, Wellington criou um distrito de mais de 3 mil hectares, com o intuito de proteger a indústria equestre. E, economicamente falando, Wellington é um pólo que atrai anualmente mais de 250 mil pessoas que assistem o espetáculo. Um verdadeiro paraíso para marcas que querem se posicionar no mercado. Além de mostrar ao mundo os melhores cavaleiros e cavalos, o WEF atribui mais de US$ 7 milhões em prêmios.

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DESTINO

MONT SAINT MICHEL, EM NORMANDIA, NA FRANÇA

O ENCANTO DAS CAVALGADAS Percorrer caminhos de peculiar beleza e enfrentar as mais adversas alterações climáticas são sensações de realizar uma cavalgada pelo mundo POR: SOPHIA R. M. BAPTISTA DE OLIVEIRA FOTOS: SABINE STUEWER, PAULA DA SILVA, SILVIA FOCO E ÉRIC RENARD

HÁ 18 ANOS, O EMPRESÁRIO E CRIADOR DE MANGALARGA MARCHADOR MARCELO BAPTISTA DE OLIVEIRA CONHECEU A PUBLICITÁRIA SOPHIA R. M. BAPTISTA DE OLIVEIRA EM UMA CAVALGADA. AMBOS SÃO SÓCIOS DA SOCIEDADE HÍPICA PAULISTA (MARCELO DESDE 1993 E SOPHIA DESDE 1998) E O CASAL JUNTOU A PAIXÃO PELOS CAVALOS AOS PASSEIOS TURÍSTICOS, COM CAVALGADAS REALIZADAS PELO BRASIL E PELO MUNDO. EM UM BELO RELATO, SOPHIA NOS CONTA ALGUMAS DESSAS CAVALGADAS.

E

m 2010, a Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), nos convidou para participar do recém-criado Projeto Vitrine do Mangalarga Marchador, cujo objetivo é divulgar e promover a raça na Europa. Aceitamos com prazer o convite, já antevendo a

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possibilidade de fazer as cavalgadas que tanto amamos, montando nossos cavalos em outras latitudes. Então, em novembro daquele ano, embarcamos nossos cavalos Patek de Maripá e Urano de Maripá para Frankfurt, junto com cavalos de outros criadores. Astrid Oberniedermayr e Dieter Mader, respectivamente presidente e diretor da European Association of the Mangalarga Marchador (EAMM), nossos parceiros no Projeto Vitrine, vêm, desde então, tornando nossa raça conhecida pelos europeus participando de feiras, eventos esportivos e exposições em vários países da Europa. O Mangalarga Marchador é uma excelente opção de cavalo para passeios e vem despertando muito interesse. É um cavalo talhado para percorrer grandes distâncias, com conforto inquestionável,

temperamento excelente, coragem, resistência e rusticidade. Agrada e encanta a todos por onde passa! E foi assim que, em maio de 2011, embarcamos para a Espanha para realizar o velho sonho de percorrer o Caminho de Santiago de Compostela, não só a cavalo, mas em nossos cavalos. Patek e Urano tinham então quatro anos e nós não sabíamos como seria a adaptação deles à Europa e, como não conhecíamos bem Astrid e Dieter, não imaginávamos como estariam “trabalhados”, então pedimos ao amigo de longa data, Sérgio Beck, ex-árbitro da ABCCMM e professor do curso superior de Ciências Equinas da PUC-PR, que fosse com os cavalos da Alemanha para a Espanha duas semanas antes da nossa viagem e os montasse e os preparasse para a cavalgada.


O MANGALARGA MARCHADOR É UMA EXCELENTE OPÇÃO PARA PERCORRER GRANDES DISTÂNCIAS

TIROL, NA ÁUSTRIA


CATEDRAL DE SANTIAGO DE COMPOSTELA, NA ESPANHA

BADEN BADEN, NA ALEMANHA CALA DI FORNO, TOSCANA, NA ITÁLIA

TOSCANA, NA ITÁLIA CASTELO DE CHEVERNY, VALE DO LOIRE, NA FRANÇA

CAMINHO DE SANTIAGO DE COMPOSTELA, NA ESPANHA NORMANDIA, NA FRANÇA


DESTINO

Quando partimos de Ponferrada para percorrer 300km do Caminho, nossos cavalos estavam simplesmente maravilhosos: em excelente forma, muito bem adaptados ao Velho Mundo! Andamos mais ou menos de 30 a 35km por dia, a uma velocidade média de 9km/h, o que já era nossa rotina em nossas cavalgadas no Brasil, e mantivemos os mesmos hábitos na Europa. Saíamos por volta de 9h30 com nosso guia Juan Bajo de Ysasi, seguindo a mesma trilha dos peregrinos que iam a pé, que sempre nos faziam festa e pediam para tirar fotos com os cavalos quando contávamos que eram brasileiros. Parávamos para almoços deliciosos em algum restaurante reservado pelo nosso outfitter Aurélio Tagua del Pozo, que nos esperava com o “carro de apoio” e o caminhão dos cavalos nos lugares previstos para o descanso destes. Então, deixávamos nossas montarias e íamos almoçar. A trilha de Santiago, ao contrário do que eu pensava, é um lugar muito místico e muito especial. Fiquei muito impressionada com os peregrinos de todos os cantos do mundo, nem sempre tão jovens, que mancavam pelo caminho, às vezes trocavam curativos de pés cheios de bolhas na beira da trilha, mas que seguiam firmes e sorridentes em suas jornadas geralmente de gratidão por coisas boas que aconteceram ao longo de suas vidas. O trecho que corta a Galícia é, particularmente, bonito e pitoresco. Nossa viagem foi excepcionalmente bem organizada pelo amigo Paulo Junqueira Arantes (Cavalgadas Brasil), e daí, a partir dessa experiência tão única e tão bem sucedida, partimos para outras aventuras com esses cavalos do Vitrine. Em maio do ano seguinte, atravessamos os Alpes. Saímos de Lechbruck, no sul da Alemanha, numa manhã gelada e chuvosa, e seguimos pelo Tirol até o norte da Itália. Passamos por Unterammergau, Oberammergau, Zugspitze, Lermoos, Imst, Landeck, Pfunds, Nauders, Resia, San Valentino, Burgusio, Lasa, Castelbello, Naturno e, finalmente, Merano. Uma das nossas maiores aventuras a cavalo! Dessa vez, não tínhamos muita mordomia, mudávamos de hotel invariavelmente todos os dias, e nem havia grandes restaurantes no caminho. Mas, sim, algumas das paisagens mais espetaculares do planeta! No Tirol, fez um frio congelante e seguimos durante vários dias por uma trilha construída pelos romanos, a Via Claudia, hoje muito utilizada por ciclistas. Em sua parte cavalgável, era muitas vezes desafiadora, para não dizer perigosa. E, nesses trechos, estávamos sós, pois não havia acesso para “carro de apoio” e muito menos para o caminhão dos cavalos. Em muitos lugares, nem celular pegava… Atravessamos corredeiras de gelo, pontes estreitas sobre rios caudalosos, encostas cheias de pedras soltas, muito mais íngremes do que se poderia desejar… Enfim, foi um grande teste para os nossos cavalos, que enfrentaram tudo sem nenhum contratempo. Ainda em 2012, em outubro, fomos para o Vale do Loire. Essa foi uma viagem de sonhos! Ali, quem organizou tudo foi outra amiga antiga, Christine Chauvin (Adventures on Horseback), em parceria com David Delbourg, que conhece absolutamente todas as trilhas para cavalos na França. Partimos do Château de Montpoupon (que não conhecíamos), “pequena” propriedade com 25 salas inteiramente dedicadas à história de tudo o que diz respeito a cavalos e à caça. De Montpoupon seguimos para Epeigné-Les-Bois, Montrichard, Chenonceau, Amboise, Chaumont, Pontlevoy, Cheverny e Chambord. Estando na França, é desnecessário contar que

comemos e bebemos muito bem nessas trilhas, pois havia sempre bons restaurantes por perto! Em junho de 2013, fomos para o Périgord. Dessa vez, levamos Patek de Maripá e Fandango de Maripá. De novo sob os cuidados da Christine e do David. Outra semana a 9km/h na sela. Só que debaixo de chuva simplesmente todos os dias. Mas, isso não estragou nosso bom humor e nos divertimos muito, como sempre! Partimos de Trémolat, e seguimos pelo vale do rio Dordogne para Limeuil, Castelnaud, Domme, Vitrac, Sarlat, Campagnac, Meyrals, Le Buisson du Cadouin, La Halle de Montferrand, e Monpazier, onde nos despedimos de nossos cavalos e selas ensopados! Muitos desses lugares normalmente não se visitam quando se faz essas viagens de carro. A França é possivelmente o país da Europa onde mais existem trilhas para cavalos, já que eles alegam que foram os inventores das “randonnées” (passeios) a cavalo, e viajantes com suas montarias são bem-vindos em qualquer vila no interior do país. Em outubro desse mesmo ano, fomos para a Toscana numa viagem organizada, mais uma vez, pelo Paulo Junqueira Arantes. Começamos no Val D’Orcia e acabamos, sete dias depois, no Parco Nazionale della Maremma. Dessa vez, o tempo ajudou e tivemos dias maravilhosos, de céu azul e não muito calor. Cavalos mais do que bem trabalhados, simplesmente “na ponta dos cascos”, prontos para qualquer trilha em qualquer lugar! Um verdadeiro prazer ir montado de uma vila a outra até chegar, ao final do dia, a algum ponto onde o caminhão estivesse nos esperando para resgatar os cavalos e nós seguirmos de carro para algum hotel bacana nas redondezas. Cavalgamos também por lugares pouco conhecidos, em trilhas que, às vezes, cruzavam a estrada romana Via Francigena: Castelvecchio, Castiglioncello Trinoro, Sartreano, Fonte Vetriana, Radicofani, Bagno Vignoni, Ripa D ‘Orcia, Talamone, Cala di Forno, considerada uma das 10 praias mais lindas da Itália, Spergolaia - os três últimos lugares já no Parque Nacional de Maremma, terra natal dos cavalos, dos cachorros e do gado Maremmanos, e dos “butteri”, os “vaqueiros” locais. Ano passado, em junho, fomos para a Floresta Negra, sul da Alemanha. Ficamos em Baden Baden, uma das mais bacanas cidades alemãs, e fizemos passeios pelos arredores, no Parque Nacional da Floresta Negra, guiados por Eric Wieland, dono do estábulo onde nossos cavalos ficaram hospedados na Lichtentaler Allee, a 10 minutos (a pé) do nosso hotel. Tudo maravilhoso! Em setembro passado, fomos assistir às provas de adestramento dos Jogos Equestres mundiais na Normandia, e, ato seguinte, montamos nossos Patek e Fandango e fomos conhecer mais de perto os campos e as vilas normandos. Christine e David organizaram trilhas impecáveis, restaurantes idem, o tempo esteve bom, e passamos mais uma semana absolutamente inesquecível em companhia dos nossos companheiros de tantas histórias. Percorremos, além de algumas praias, principalmente o Pays D’Auge, berço dos Calvados, Cidres, Pommeaux, dos queijos Pont L’Évêque, Livarot, Camembert, e também de um terço dos cavalos de corridas criados na França. Blonville-Sur-Mer, Baie du Mont Saint Michel, Beauvron En Auge, Cabourg, Beaumont En Auge, dentre outros vilarejos, foram parte do nosso itinerário. A cavalgada na Baía do Mont Saint Michel foi simplesmente de tirar o fôlego!

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NOVIDADES SHP

CAMPEÃ NA ESPANHA Luciana Diniz realiza sonho e vence o GP Longines no Global Champions Tour em Madri POR: CAROLA MAY FOTOS: LUIS C. RUAS

N

o dia 2 de maio, Luciana Diniz, amazona olímpica da Sociedade Hípica Paulista que defende as cores de Portugal, realizou um sonho: vencer um GP do Global Champions Tour, o mais badalado circuito hípico do mundo. Montando Winningmood, de 16 anos, Luciana foi a única a garantir duplo zero falta no GP Longines, a

1.60 metro, no Club de Campo Vila de Madrid, principal prova da 3ª Etapa do Global Champions na capital espanhola. O GP foi o primeiro desde 2011 que não teve desempate e contou com armação de Santiago Varela Ullastres. “Eu desenvolvi uma parceria com o Winningmood. Só posso agradecer a ele, a toda minha equipe, a minha família

que me apoia e o público”, comemorou Luciana, 44, que está radicada na Alemanha há mais de 20 anos. “Comecei o dia me sentindo bem e confiante. Essa vitória foi uma resposta ao meu trabalho e tudo que tenho feito. Vencer um GP do Global Champions Tour é um sonho que se tornou realidade.”

GPS INTERNACIONAIS Trio de cavaleiros da SHP lidera o Campeonato Brasileiro Senior Top Em 2015 já rolaram três de oito GPs, válidos pelo Campeonato Brasileiro Hyundai Senior Top, ranking Longines da FEI e observatória para os Jogos Pan-Americanos 2015, no Canadá. José Roberto Reynoso Fernandez Filho, vencedor da 1ª Etapa e com boas classificações nas demais, lidera a competição, seguido por

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Fábio Sarti, campeão na 2ª Etapa, e Pedro Junqueira Muylaert, com dois terceiros lugares na 2ª e 3ª Etapa. O próximo grande desafio da caravana da elite do hipismo brasileiro acontece na 44ª Copa São Paulo na Sociedade Hípica Paulista, entre 28 e 31/5, com o GP da 4ª Etapa do Campeonato Brasileiro Hyundai Senior Top.



ESPECIAL

MOMENTO LÚDICO Usando técnicas que visam estimular o desenvolvimento de pessoas com deficiência e necessidades especiais, a equoterapia é reconhecida como um importante método terapêutico POR: KADIDJA TOURE FOTO: LUIS C. RUAS

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econhecida como um método terapêutico de reabilitação pelo Conselho Federal de Medicina, a equoterapia utiliza abordagens multidisciplinares em busca de um melhor desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e com necessidades especiais. Para isso, há uma integração entre as áreas da saúde, educação e equitação, garantindo atividades dinâmicas e inúmeras possibilidades que visam um melhor desenvolvimento. “Pode-se iniciar na equoterapia a partir dos dois anos de idade, sendo que ela é indicada para tratamentos complementares em pessoas com deficiência motora, visual, intelectual, auditiva, por exemplo; transtornos de desenvolvimento, síndromes genéticas, distúrbios de aprendizagem, hiperatividade e déficit de atenção (TDAH), distúrbio emocional ou psicoafetivo”, enumera Lilian Fernanda Chateau, coordenadora clínica da equoterapia e equitação da Sociedade Hípica Paulista (SHP). A movimentação tridimensional do passo do cavalo é similar à marcha humana e resulta

A EQUOTERAPIA É UM TRATAMENTO MULTIDISCIPLINAR EM QUE O CAVALO ATUA COMO PRINCIPAL AGENTE DE DESENVOLVIMENTO MOTOR, SENSORIAL, EMOCIONAL, COGNITIVO E SOCIAL

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em benefícios físicos para o praticante de equoterapia. Enquanto se monta os estímulos são transmitidos ao sistema nervoso central, resultando em respostas neuromusculares que beneficiam o equilíbrio, tônus muscular entre outras habilidades motoras que viabilizam a independência funcional. Aspectos psicológicos também são trabalhados durante a equoterapia, pois o contato com o ambiente equestre e a natureza possibilita que o praticante tenha novas conquistas e encontre novas perspectivas. Além disso, o dia a dia com o cavalo, um animal de grande porte, ajuda a encarar medos, ansiedade e insegurança. Técnicas lúdicas e pedagógicas utilizadas durante a montaria são exercícios que estimulam habilidades cognitivas, de memória e atenção. “De acordo com a necessidade do praticante, a equoterapia pode ser personalizada. A equipe da SHP é multidisciplinar com uma atuação interdisciplinar, composta por profissionais das áreas da saúde (fisioterapeutas, psicólogos, psicomotricista e terapeutas ocupacionais), educação (psicopedagogos), equitação (instrutor de equitação) e auxiliares guia. O praticante é avaliado pela equipe no início do tratamento e de acordo com suas necessidades é definido o programa que participará”, destaca Lilian. A SHP também realiza ações, como jantares e leilões beneficentes visando arrecadar fundos para atendimento gratuito a jovens carentes e está firmando uma parceria com a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD).


O OBJETIVO DA EQUOTERAPIA É DESENVOLVER AS HABILIDADES DO PRATICANTE, MINIMIZANDO SUAS DIFICULDADES


ESPORTES

FOTO: ELAYNE MASSAINE

HERANÇA NOBRE A Atrelagem é a mais antiga modalidade equestre e requer do atleta técnica e entrosamento com o cavalo para uma execução de excelência POR: CAROLINA BORJA FOTOS: INTERAGRO LUSITANOS/ELAYNE MASSAINE

H

á citações sobre Atrelagem na Guerra de Tróia e nas famosas corridas de bigas, no Império Romano. A corrida equestre também era destaque nos Jogos Olímpicos da Antiguidade, em 776 a.C., na época da Grécia Antiga, em Olímpia, cidade conhecida pela estátua de Zeus. Em seu passado, é possível notar a fascinação que a Atrelagem despertava naqueles que buscavam status ou a sensação de adrenalina. Com o passar dos séculos, a Atrelagem se limitou ao uso como meio de transporte, mas a partir do século XV, na Europa, as carruagens ornamentadas,

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utilizadas pela realeza europeia, deixavam de ser apenas um meio de locomoção para voltar à prática de competições. Atualmente, a modalidade vem se desenvolvendo rápido no Brasil, agregando, a cada ano, novos competidores. No país, a Atrelagem esportiva é nova, com seu início datado do ano de 2009, mas reconhecida pela Federação Equestre Internacional (FEI) desde 1970. A Atrelagem é uma modalidade extremamente elegante e pode ser realizada por condutores de todas as idades. É comum que os bons treinadores de Atrelagem sejam também bons conhecedores


ESPORTES

ATUALMENTE A MODALIDADE VEM SE DESENVOLVENDO RÁPIDO NO BRASIL, AGREGANDO A CADA ANO NOVOS COMPETIDORES de equitação, para alcançarem o mais excepcional desempenho. Portanto, para aprimorar os andamentos, a postura e a flexibilidade dos animais fazem exercícios montados de baixa escola - que consiste em um conjunto de exercícios imprescindíveis para tornar o cavalo seguro e confortável quando montado. Os resultados desses exercícios contribuem para uma perfeita execução na Prova de Adestramento do Concurso Completo de Atrelagem (CCA), como também na de Maneabilidade do CCA. A prova pode ser realizada com números diferentes de cavalos engatados ao carro, podendo ser um cavalo (singular), dois (parelha) ou quatro (quadra), sendo o condutor a principal figura para comandar os animais. O Concurso Completo de Atrelagem (CCA) é, de certa forma, parecido com o Concurso Completo de Equitação (CCE). Na Europa, o CCA é, hoje, mais conhecido e praticado, e acontece, a cada dois anos, um campeonato mundial promovido pela FEI. O campeonato é dividido em três tipos de provas, realizadas uma em cada dia. No primeiro dia, os participantes realizam a prova de adestramento, onde os juízes avaliam técnica e estética do conjunto, com destaque para o estado geral do veículo, arreamentos e vestimentas do condutor e ajudantes, conhecidos como grooms. No mesmo dia ocorrem as reprises (série de figuras obrigatórias) da prova de adestramento, em que se avalia as manobras e movimentos realizados, muito semelhante ao adestramento clássico. Nesse momento, a qualidade de condução é de extrema importância, exigindo do condutor domínio e estilo na conclusão dos movimentos. Na prova Maratona, no segundo dia, se avalia a condição física dos cavalos e como o condutor controla o animal, além do tempo gasto e faltas cometidas, como erro de percurso, refugos ou da queda do condutor ou do groom. A prova normalmente possui obstáculos naturais, como inclinação acentuada do terreno ou passagem por água, muito próximo do que é realizado na prova de fundo do CCE. A prova de maneabilidade, no terceiro e último dia do campeonato, visa evidenciar a obediência e a flexibilidade dos cavalos após a participação na maratona. O circuito possui obstáculos montados por cones, no máximo 20, com uma bola móvel em cima para acusar o toque. A prova é realizada ao cronômetro e o percurso chega a ter de 500 a 800 metros.

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ESPORTES

MODALIDADES PARA TODOS OS GOSTOS A infraestrutura oferecida pela Sociedade Hípica Paulista não contempla apenas espaços próprios para as modalidades equestres, pelo contrário, variados tipos de esportes podem ser praticados no local, desde atividades típicas de academia até golfe POR: KADIDJA TOURE FOTOS: DIVULGAÇÃO

PARA OS FÃS DE TÊNIS Apesar das divergências sobre o local de seu surgimento, o tênis se popularizou na França no final do século XII, através de um jogo chamado “jeu de paume” (jogo de palma), onde não eram usadas as tradicionais raquetes, mas apenas as mãos. No Brasil, o esporte ganhou visibilidade com a ascensão do tenista Gustavo Kuerten, que em 1997 conquistou sua primeira taça em Roland-Garros (França), feito que se repetiu em 2000 e 2001. Os associados da Sociedade Hípica Paulista (SHP) têm à sua disposição três quadras de tênis fast, além disso, o clube promove diversos torneios simples e de duplas entre os sócios, convidados e profissionais.

ESPORTES AQUÁTICOS Para aqueles que preferem praticar esportes na piscina, a estrutura oferecida conta com academia e piscina semiolímpica aquecida, onde é possível ter aula de natação, tanto para adultos quanto crianças. Aliás, a academia da SHP funciona todos os dias e as atividades são acompanhadas por profissionais. “Os professores orientam as aulas durante os horários de funcionamento da academia, desde os alongamentos até as práticas coletivas”, destaca Alexandre Kieffer Ferreira, sócio da hípica há 40 anos e, hoje, diretor de esportes.

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ESPORTES

COMPETIÇÃO PARA SÓCIOS E CONVIDADOS Ao longo de todo o ano, a SHP promove competições de biathlon, - esporte que envolve natação e corrida – que, neste ano, se iniciaram em abril e a última competição está programada para o final de novembro. As provas ocorrem aos sábados nas categorias simples e duplas, ambas com provas de 3 km de corrida e 500 metros de natação. A novidade é que, na categoria de duplas, o associado da SHP poderá convidar um amigo que não seja sócio do clube para fazer parte do seu time. Todas as informações sobre datas e inscrições são fornecidas pela Secretaria de Esportes.

NOVIDADE OLÍMPICA A edição de 2016 dos Jogos Olímpicos, na cidade do Rio de Janeiro, marcará a volta do golfe como um dos esportes oficiais das Olimpíadas, após um hiato de mais de 100 anos. Criado na Escócia em meados do século XV, a modalidade teve suas regras definidas somente três séculos depois, e para os Jogos da Cidade Maravilhosa, são esperados cerca de120 golfistas disputando as medalhas. O driving range da SHP é próprio para praticante com mais de 300 jardas e o clube conta com um ranking interno que, entre outras coisas, tem campeonatos disputados nos emblemáticos campos da Fazenda Boa Vista, interior de São Paulo.

PARA O CORPO E A MENTE Febre em muitas academias e escolas especializadas, o método pilates foi desenvolvido pelo alemão Joseph Hubertus Pilates e alguns de seus princípios envolvem concentração, respiração e controle, garantindo uma perfeita integração entre o corpo e a mente. Os benefícios são incontáveis, pois além de ser uma prática de baixo impacto nas articulações, auxiliam o fortalecimento da musculatura, melhora a respiração e a flexibilidade. Entre os resultados, estão o estímulo da circulação e o aumento da sensação de bem-estar, só para citar alguns. Claro que todas essas vantagens também são proporcionadas aos sócios da SHP, através das aulas oferecidas em horários específicos. Não deixe de aproveitar! SOCIEDADE HÍPICA PAULISTA

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PERFIL

HISTÓRIA INSPIRADORA Deixando suas impressões na Sociedade Hípica Paulista, o depoimento de Tôka Kôkan revela um pouco mais sobre sua dedicação ao trabalho POR: CAROLA MAY EDIÇÃO: FERNANDA FERREIRA ROMERO FOTOS: DIVULGAÇÃO/SHP

N

o universo hípico brasileiro, dominado por homens, uma trajetória exemplar e de muito amor pelos cavalos chama a atenção: a da tratadora Hellen Cardoso - conhecida como Tôka Kôkan. Imersa em simpatia e com uma comunicação singular, a tratadora nutre uma admiração pelos animais desde pequena e a paixão definitiva pelos cavalos surgiu quando teve uma oportunidade de se hospedar na casa de uma prima bióloga, no Mato Grosso, e teve contato direto com os cavalos. “Foi sensacional e suficiente. Fiquei encantada e naquele momento tive a certeza que havia me encontrado, nascia uma intimidade a mais”, conta. Por meio de uma indicação, iniciou o curso de Gestão em Equinocultura, na Universidade de Sorocaba. Quando terminou o curso, Tôka voltou para São Paulo e iniciou o Curso de Medicina Veterinária na Faculdade Metropolitanas Unidas (FMU). Conquistando experiência em diversos locais, desde 2014 é contratada da Sociedade Hípica Paulista e, mesmo com uma rotina que exige cuidados, Tôka ainda se dedica em estágios no setor de enfermagem. No dia a dia, ela cuida, com muita competência, dos cavalos das amazonas Gabriela e Paola Hsieh. Quando recebeu a oportunidade de trabalhar na Hípica, por meio do cavaleiro Cláudio Guedes e da gerente Érica Nogami, abraçou a proposta com toda a força e disposta a fazer o seu melhor. “No princípio, muitos faziam a mesma pergunta: como era trabalhar como tratadora, se gostava e quais eram as maiores dificuldades. Sempre respondia e respondo: é jeito e não força. Até

“COM HABILIDADE E COM CARINHO TUDO DÁ CERTO E CHEGAMOS A UM BOM RESULTADO” Hellen Cardoso (Tôka Kôkan) TRATADORA

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A TRATADORA HELLEN CARDOSO, MAIS CONHECIDA COMO “TÔKA KÔKAN”

porque nem mesmo um homem conseguiria conter um cavalo se ele não quisesse. Com habilidade e com carinho tudo dá certo e chegamos a um bom resultado. Pude provar isso e quebrar um pouco desse machismo. Claro que há esforço físico, mas o esforço maior é da equipe: proprietário, tratador, treinador, médico veterinário, fornecedores e por aí vai. Acredito que consegui passar minha dedicação e por consequência

tive o respeito”, ressalta a jovem estudante. Para todos os que lutam por um objetivo e, principalmente para as mulheres, Hellen, com toda a dedicação e compromisso com os cavalos, diz que, para crescer, é preciso amadurecer começando pelo reconhecimento e a humildade de saber quando começar e quando parar. “Levo comigo que se deu certo, é por mérito e por esforço”, finaliza.


PERFIL

LENDA VIVA NA SHP Cavaleiro de Campeonatos Brasileiros com diversas vitórias, Gilberto Azambuja revela verdadeira paixão por cavalos e pela Sociedade Hípica Paulista POR: CAROLA MAY EDIÇÃO: FERNANDA FERREIRA ROMERO FOTOS: DIVULGAÇÃO/SHP

GILBERTO AZAMBUJA, MAIS CONHECIDO À ÉPOCA COMO CONDE, EM AÇÃO COM DROBNIK

A

paixão de Gilberto Azambuja por cavalos começou na infância e trilhou uma história que se funde à própria história da Sociedade Hípica Paulista. O Conde, como era chamado por causa da elegância de seus trajes nos concursos e pelos acessórios exclusivos que seus cavalos usavam, é conhecido por suas boas histórias e humor perspicaz. Xerife, seu novo apelido e com seus atuais 87 anos,

é um dos sócios mais queridos. “Eu sempre tento tornar o ambiente que frequento o mais agradável possível”. Ao longo dos anos a experiência vivida com os animais e o feeling apurado, proporcionaram a Gilberto ter bons cavalos, procurando trabalhá-los do modo mais perfeito possível. Ele gostava de investir em um cavalo e ver seu sucesso. Entre os cavalos que passaram por suas mãos estiveram

“PARA MIM, A HÍPICA PAULISTA É O CLUBE MAIS LINDO DO MUNDO” Gilberto Azambuja SÓCIO

o Desacato e a Copacabana, uma égua argentina, cedida ao cavaleiro Nelson Pessoa, o Neco, ícone do hipismo mundial. Montando Copacabana, Neco garantiu diversas vitórias na Europa. “Passei um período na Europa acompanhando o Neco, um grande amigo a quem procurei incentivar e que também morou comigo aqui em São Paulo. É realmente uma pena que a criação de cavalos argentinos tenha acabado, pois assim como a Copacabana, havia muitos cavalos de grande potencial que fizeram história no hipismo brasileiro”. Gilberto Azambuja foi também grande amigo de José Roberto Reynoso Fernandez, o Alfinete, um dos maiores cavaleiros do país. Falecido em 2002, dentre os inúmeros títulos conquistados, destaca-se a medalha de ouro por equipes no Pan-Americano do Canadá, em 1967. “Tenho a melhor lembrança possível do Alfinete. Para mim ele era o cavaleiro mais completo: unindo estilo, técnica e competitividade. Era muito bonito vê-lo montando. Além de ser um grande amigo, enfim, uma pessoa que faz muita falta.” Segundo Gilberto Azambuja Filho, o Tinho, seu pai sempre foi e é um dos maiores apaixonados pelo cavalo que já conheceu no mundo, não só o de hipismo, mas qualquer cavalo do mundo. “Quando se fala em hipismo nacional, não se pode esquecer nunca de meu pai. Em uma época infinitamente mais difícil do que as coisas hoje, ele e o João Reynoso, tio do Alfinete, seu grande parceiro, tiveram um legado como o Jorge Gerdau Johannpeter nas últimas décadas. Para ter uma ideia: levar um cavalo para Europa de navio demorava 16 dias, já imaginaram?”

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PASSO A PASSO

SELA PERFEITA A escolha de uma sela, seja ela para salto ou adestramento, é uma decisão difícil, não só pela grande diversidade de marcas e modelos, mas também pela falta de padronização das medidas de largura entre os fabricantes. Portanto, confira algumas dicas para fazer a melhor escolha POR: CATARINA CAPELA HERZ FOTOS: DIVULGAÇÃO/CATARINA CAPELA HERZ

1

MEDIDA INICIAL Você sabia que descobrir o tamanho da sua sela é a parte fácil? Basta sentar-se numa cadeira e medir a distância do joelho ao final do quadril. Esta medida é colocada em uma tabela de conversão para obtermos seu tamanho em polegadas. Pronto, já sabe qual é a sela ideal para você! Mas, uma sela ser adequada para o cavaleiro não é suficiente, ela deve também servir para o animal. Então, para descobrir as medidas do cavalo, sem o auxílio de um profissional, é necessária uma régua flexível de 60 cm, que pode ser encontrada em uma loja de materiais artísticos.

MEDIDA DA PERNA (cm)

TAMANHO DA SELA (pol)

< 41

15”

41 a 46

16”

46 a 50

16.5”

50 a 54

17”

54 a 58

17.5”

58 a 62

18”

62 a 66

18.5”

66 a 70

19”

2

DEMARCAÇÃO DA CERNELHA O cavalo deve estar parado com as quatro patas alinhadas. Estendendo a pata dianteira do cavalo para frente, marcamos a área da cernelha para onde a escápula se desloca. Essa é a região correta em que a sela deve ser colocada, pois possibilita a rotação do ombro e é nesse espaço que posicionamos a régua. Molda-se a régua no contorno do dorso do cavalo de ambos os lados. Para maior detalhamento do dorso, pode-se fazer mais dois moldes semelhantes a 15 cm e 30 cm de distância do primeiro ponto.

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PASSO A PASSO

3

DEMARCAÇÃO DO DORSO Demarca-se, também, o contorno da coluna espinhal do animal, a partir do mesmo ponto da cernelha até a altura da última costela, a 18o vértebra (ponto do qual a sela não pode passar). Transferem-se estas formas para um papel margeando a parte interna da régua. Esses moldes, enviados para selaria, permitem descobrir qual a largura exata da sela para o seu cavalo.

4

LARGURA DAS SELAS A largura das selas, na maioria das vezes, é classificada como narrow, medium, wide e extra-wide, existindo algumas selas narrow-medium e medium-wide. Outras marcas fornecem as medidas da árvore de suas selas em centímetros, ou então as classificam como M +/- “X” cm (aumento ou redução de centímetros a partir do tamanho médio). Como o tamanho das barras da árvore difere em cada marca, não existe uma tabela padrão de largura. Atualmente, marcas tradicionais têm modelos com larguras ajustáveis, o que facilita a compra. Já as abas da sela devem estender-se até a metade das panturrilhas do cavaleiro montado.

INFORMAÇÕES ONLINE

TECNOLOGIA 3D

Conhecendo todas essas medidas, podemos partir à procura da sela e, se preferir, isso pode ser feito pela internet. Um site que se destaca é o The Tack Guide, consultor de selas de marcas europeias. Inserindo o tamanho e a largura da sela na área “saddle search” obtemos a cotação de todos os exemplares da marca pesquisada, contendo, inclusive o preço do frete para o país que será enviado. Também esclarece quaisquer dúvidas quanto a tirar as medidas do cavalo, qual o tamanho indicado e descreve com detalhes cada tipo de sela.

Já imaginou poder mapear o dorso do cavalo digitalmente? Esta tecnologia já está disponível em alguns países da Europa, nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia e chama-se Horseshape . Ela utiliza um scanner 3D portátil para mapear a superfície do dorso, com precisão milimétrica, em 1,5 segundos e estes dados são transferidos para um programa de computador que manda as medidas para uma das selarias parceiras, entre elas Albion, G.Passier & Sohn, Kieffer, KN, Ideal e Schleese.

thetackguide.com

horseshape.com

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PEDIGREE

TRÊS VEZES CAMPÃO DO MUNDO, BALOUBET DU ROUET É CONSIDERADO O MELHOR PERFORMER DE TODOS OS TEMPOS

PADRÕES GENÉTICOS Métodos de seleção se tornaram de extrema importância e determinam como a nova linhagem de garanhões se mantém no topo do ranking EDIÇÃO: FERNANDA FERREIRA ROMERO FOTOS: DIVULGAÇÃO/SHP

Ê

xitos na criação de cavalos têm sido observados com interesse ao redor do mundo e, fora do eixo França, Alemanha e Benelux (Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo), o sucesso é de pouca expressão, com destaque para o Brasil, um dos poucos países que produziu medalhistas olímpicos. O cavaleiro e estudioso do tema Caio Costa afirma que, através de grandes investimentos em genética, o Brasil foi capaz de importar matrizes e garanhões

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premiados na Alemanha e na França, “desse modo, o Brasil conquistou um caminho importante no estudo e criação de cavalos”, diz. De uma forma mais pragmática, os americanos estão optando por se posicionar nesse mercado como usuários de cavalos prontos, ou seja, ao invés de investir em genética, como o Brasil e outros países, os Estados Unidos da América preferem ir à Europa e adquirir os animais já prontos para competição a partir dos

7 anos de idade. “Especula-se que os motivos para tal decisão envolvam tempo e o risco da criação, acesso limitado ao material genético das matrizes, falta de mão de obra para preparar os cavalos e ainda outros diversos motivos que impedem o desenvolvimento”, explica o cavaleiro – , o que leva os EUA a não possuírem um studbook com visibilidade internacional. Refletindo o trabalho de seleção genética construído ao longo de


COM TAMANHO E FORÇA EM DESTAQUES, KANNAN TRAZ O SANGUE HOLANDÊS QUE O TORNOU UM GRANDE EXPOENTE

DIAMANT DE SEMILLY É UM REPRODUTOR DE EXCELENTE LINHAGEM, ALÉM DE APRESENTAR PERFORMANCES EXCEPCIONAIS NA PISTA

COM TRADIÇÃO, HISTÓRIA, FILOSOFIA E CULTURA POR TRÁS DE SEUS CRUZAMENTOS, OS GARANHÕES FRANCESES E ALEMÃES APARECEM NA SEQUÊNCIA DO RANKING, CADA UM COM SEUS RESULTADOS E GRANDES MÉRITOS décadas pelos studbooks de criação de cavalo de salto, o Ranking de Garanhões da World Breeding Federation for Sport Horses (WBFSH), única federação mundial que reuni os studbooks de raças de cavalos de esporte, através da sua integração com a Federação Equestre Internacional (FEI), constitui-se na principal métrica de performance para a criação mundial. De acordo com Costa, com base nos resultados oficiais dos concursos internacionais de diversas categorias, a WBFSH produz rankings de cavalos para as modalidades de salto, adestramento e concurso completo de equitação. “E, no último ranking divulgado pela WBFSH para a

modalidade de salto, figuram 5 garanhões de linhagem europeia: Kannan (KWPN – Holandês); Cornet Obolensky (BWP – Belga); Diamant de Semilly (SF – Francês); Baloubet du Rouet (SF – Francês) e For Pleasure (HANN – Alemão)”. A procedência destes cavalos explica, parcialmente, a tradição na criação de cavalos de saltos no mundo e demonstra o enfoque moderno de alguns países. “A ascendência surpreende pela sua diversidade e pelo impacto de fortes traços culturais nos cruzamentos”, explica o cavaleiro. Um grande exemplo é o pai do atual campeão olímpico e campeão da Copa do Mundo de 2015, o renomado garanhão Kannan, que representa o perfil pragmático da criação holandesa. Nascido na Holanda, o garanhão nº 1 do mundo, é filho de Voltaire, Hanoveriano, filho do Sela Francês Furioso II e neto do também Hanoveriano, Gotthard. “Os holandeses, com uma visão comercial extremamente aguçada, foram até a Alemanha em busca de um garanhão que pudesse alavancar a sua criação, trazer potência e técnica”, diz Costa. “E, utilizando éguas de linhagens tradicionais da sua criação que já traziam sangues Holsteiner (Farn) e Francês (Le Mexico), foram capazes de produzir um cavalo de nível internacional”. O segundo colocado do ranking, Cornet Obolensky, confirma a tradição belga na criação. Nascido com Windows van het Costerveld, Cornet é filho do olímpico Clinton, um garanhão Holsteiner (alemão) em uma mãe filha do importante garanhão holandês Heartbraker. Atualmente, todos os principais cavaleiros do mundo tem um filho de Cornet Obolensky nas cocheiras. “Um fator de grande relevância para a criação desse garanhão foi a falta de compromissos filosóficos de longo prazo, de amarras culturais e bairrismo que permitiram à Bélgica a produção de um cavalo com esse pedigree”, explica o ginete. Com tradição, história, filosofia e cultura por trás de seus cruzamentos, os garanhões Franceses e Alemães aparecem na sequência do ranking, cada um com seus resultados e grandes méritos. “Se olharmos para os resultados destes rankings ao longo dos últimos 10 anos, notamos a hegemonia notória destes dois países na criação”, revela Costa. “Cada studbook regional da Alemanha tem um histórico de éguas premium, com famílias catalogadas desde o início do século XIX e, na França observa-se uma grande influência dos puros-sangues e dos anglo-árabe, utilizados para dar um choque de sangue ao longo de muitas décadas de evolução da raça”. O cavaleiro conclui que o sucesso na criação é influenciado por tradição, histórico e cultura. “E uma visão moderna e uma abertura para experimentar as diferentes características na busca pela perfeição é essencial na criação de grandes cavalos de esporte”.

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MODALIDADES

CHARME OLÍMPICO O adestramento é uma das modalidades mais elegantes e clássicas dos Jogos Olímpicos POR: KADIDJA TOURE FOTO: AMBAR

O

adestramento, também conhecido como dressage (palavra derivada do termo francês “dresser”, que significa preparar), é a modalidade mais clássica do hipismo e, desde Estocolmo 1912, figura entre os esportes olímpicos. Aliás, o esporte remonta às tradições da Grécia Antiga, época em que os cavaleiros gregos treinavam seus cavalos para as guerras. Porém, a técnica de adestramento passou por um período de ostracismo e ressurgiu durante o Renascimento, sendo que um dos pontos altos da história da modalidade data do século XVIII, época em que foi criada a Escola Espanhola de Cavalaria (Spanische Hofreitschule), em Viena, Áustria, e seu nome foi inspirado na raça Lipizzan, originária da Península Ibérica. Além de ser uma disciplina olímpica, o adestramento é considerado base de todas as modalidades equestres. No adestramento são executados variados movimentos em crescente grau de dificuldade na escala de treinamento, com o objetivo de preparar o cavalo para demonstrar todas as suas habilidades. Ou seja, o cavaleiro precisa atuar como preparador físico e um maestro em busca da perfeição. Jovens talentos que representaram o Brasil em diversos eventos internacionais

O ADESTRAMENTO SIGNIFICA A EXECUÇÃO PRECISA DE VARIADOS EXERCÍCIOS, COM O OBJETIVO DE PREPARAR O CAVALO PARA DEMONSTRAR TODAS AS SUAS HABILIDADES

de adestramento passaram pelos picadeiros da SHP, como é o caso de Luiza Tavares de Almeida, a atleta mais jovem de toda a história a participar do hipismo em uma Olímpiada, graças à sua estreia nos Jogos de Pequim (2008), aos 16 anos. Ela também foi a mais jovem amazona da modalidade adestramento no Pan Rio 2007, quando integrou a equipe medalha de bronze. Ao lado dos irmãos Pedro e Manuel Tavares de Almeida, Luiza está entre os representantes da SHP que disputam uma vaga no Pan 2015 no Canadá. Sarah Waddell e Leandro Silva que treinam na entidade também são fortes candidatos a defender o Brasil. Destaque também para os jovens talentos da casa como a tetracampeã brasileira Giovana Pass e o habilidoso Igor Chen Wu. O renomado cavaleiro e treinador Alexandre Morais de Oliveira, diretor de Adestramento da SHP, dedica parte de seu tempo para ministrar aulas na Escola de Equitação da SHP visando atrair novos adeptos para a modalidade. O hipismo é um esporte por toda vida e única modalidade olímpica em que homens e mulheres competem em igualdade, no caso do adestramento desde Helsinque 1952. O austríaco Arthur Von Pongracz, aos 72 anos, foi o competidor mais velho nos Jogos de Berlim 1936 e em Londres 2012, o japonês Hiroshi Hoketsu, 71, participou no adestramento na condição de atleta mais velho dos Jogos. Qual o segredo do adestramento? Além de outros tantos predicados, o ideal é que os comandos do cavaleiro sejam praticamente invisíveis, afinal de contas, o dressage é considerado a modalidade mais artística entre os esportes equestres.

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RANKING SHP

O EXPERIENTE CAVALEIRO RONALDO MILAN COM CARRIERE

O CAVALEIRO AMADOR CAIO COSTA COM BILLY BIRR

A REPRESENTANTE DA GERAÇÃO FUTURA JULIA MIGUEL COM PRINCE

EXCELÊNCIA EM PERCURSO Quem aprecia as belas provas de salto, muitas vezes, nem imagina o trabalho essencial do armador para desenvolvimento do percurso POR: FLAVIA SPADONI NEVES FOTOS: DIVULGAÇÃO/SHP

A

trás do espetáculo dos cavalos e cavaleiros em uma prova de salto há o trabalho árduo de um armador de pista. Muitas pessoas se perguntam sobre como se desenha um percurso: uma tarefa difícil e complexa. Deve-se levar em conta cada detalhe, desde o lugar exato onde estará um obstáculo, a distância entre cada um, o número e tipo de salto, passando

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pela cor de cada vara, o objetivo da prova, se é uma classificatória ou uma final, até a análise dos conjuntos que provavelmente participam daquela prova especificamente. Para o course-designer olímpico norte-americano Steve Stephens, “é um sucesso se todos os obstáculos caírem em algum momento durante a competição. Mais do que isso, eu quero que os meus percursos sejam uma

boa experiência para o cavaleiro e para o cavalo, para que então eles possam ir em frente para os próximos eventos”. O objetivo de um bom armador é desenhar um percurso fluído, agradável para os conjuntos, com as dificuldades encontradas nos detalhes e não de forma agressiva. Esse é o motivo do Clube procurar chamar bons armadores para desenhar as pistas do seu Ranking de Salto.


AS INFORMAÇÕES DA CLASSIFICAÇÃO E DO CALENDÁRIO DO RANKING ESTÃO DISPONÍVEIS NO SITE E NO APP DA SHP

A JOVEM AMAZONA CAROLINA MACIEL COM DON CAMILLO TAIS DE SOUZA ARRUDA COM LITTLE PRETTY PRINCESS: UMA DUPLA PERFEITA

O CAVALEIRO TOP BARTHOLOMEU BUENO DE MIRANDA, O TOTTY, COM GELINOTTE

Bons percursos formam bons conjuntos e as diversas etapas do Ranking são ótimas oportunidades tanto para amadores e iniciantes, como para os profissionais. Cada etapa conta com provas para todos os níveis e categorias, de 0.60 a 1.40 metro, e em algumas delas é realizado um Grande Prêmio, a 1.40 metro. O Grande Prêmio, especialmente, é um ponto forte do Ranking SHP, uma vez que, além de ser um ótimo treino para provas importantes do circuito nacional, tem uma premiação em dinheiro significativa. Já as outras disputas têm um caráter diferente, pois, sendo abertas a várias categorias, permitem que cavaleiros de diversas faixas etárias saltem juntos, podendo pais e filhos saltarem a mesma prova, amigos competirem uns com os outros, formando um ambiente caseiro e tornando a experiência de saltar uma prova mais acolhedora. Em 2015, estão programadas 14 etapas ao longo da 24ª edição do Ranking, ocupando pelo menos um final de semana por mês, de fevereiro a dezembro. Valendo lembrar que no biênio 2013/2014 houve um aumento de participação de cerca 300%. É nesse ambiente que sócios e convidados podem passar um final de semana agradável: um encontro de famílias e amigos unidos em torno do esporte que dá origem ao nome do Clube. O Ranking de Salto da Sociedade Hípica Paulista é uma ocasião que sempre aponta para qualidade única do hipismo em que as diversas gerações de cavaleiros e amazonas competem lado a lado em um mesmo ambiente. Sendo assim, os finais de semana possibilitam o aprimoramento no esporte sem perder de vista a oportunidade do convívio social. Afinal, a competição entre amigos é sempre mais divertida!

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CRÔNICA

MEDO DA DIREÇÃO por Guga Chacra

U

m dos maiores erros que uma pessoa pode cometer na vida é se recusar a aprender a dirigir. Não se trata de aprender um esporte, como jogar tênis, ou de tocar um instrumento musical, como piano. Afinal, uma pessoa não terá uma vida limitada mesmo sem ser tenista ou pianista. Mas certamente terá menos aventuras e liberdade se não for um motorista. Nasci em 1976. Meu aniversário de 18 anos foi em 1994. Mas, nos anos 1990, diferentemente dos dias atuais, as pessoas da minha idade começavam a dirigir por São Paulo aos 16 anos ou até antes disso. Muitos “roubavam” o carro dos pais para ir a baladas, ou boates, como falávamos na época. Outros chegavam a ter o seu próprio carro mesmo sem ter carteira de motorista. Estes que dirigiam, antes ou depois de completar 18 anos, levavam vantagem. Pegavam o carro em Juquehy e dirigiam até Maresias para ir ao Sirena. Nós, os não motoristas, íamos de carona. Mas não era o mesmo glamour. Quem tinha carro encantava as meninas e os próprios amigos. A maioria também queria ter o seu o quanto antes. Aos 17 e 18 anos, dirigir e ter seu próprio carro era um objetivo tão importante quanto entrar no vestibular – em alguns casos, a pessoa se esforçava para ser aprovada na Fuvest apenas para ter um carro. Mas eu não queria. Não sei dizer o motivo. Talvez fosse

pela mesma chatice que me fazia torcer pelo Palmeiras, de preferir Pepsi a Coca ou pera a maçã. Enfim, para ser do contra. Completei 18 anos e era “o Guga que não sabia dirigir”. Algo sem sentido, especialmente para um jovem boa pinta jogador de pólo aquático do clube Paulistano. O Gargamel, outro amigo nosso, tampouco dirigia. Mas ele era nerd, fazia sentido não saber dirigir. Aos 19 anos, porém, decidi tirar carta. Foram seis reprovações. Todas na baliza. Na sétima tentativa, em Araçatuba, conseguir finalmente a minha carta quando já completava 20 anos. Uma vergonha. Fiquei com raiva de mim mesmo por ter perdido a chance de ter liberdade, de decidir, 11h da noite de uma sexta, viajar para a praia. De buscar a namorada para ir a um restaurante. Hoje, porém, moro em Nova York há nove anos. Nos últimos dois, sem carta, que venceu. Afinal, ando de metrô ou táxi, como todos meus amigos. Outro dia, porém, queria ir para os Hamptons, o “Litoral Norte” daqui. E comecei a ver trem, ônibus ou carona. Foi quando percebi que tinha perdido a minha liberdade ao não ter mais carro. Está na hora mesmo de renovar a carteira de motorista. E o Gargamel, acreditem, ainda não dirige. Isso não o impediu, porém, de virar o mega produtor de cinema Rodrigo Teixeira e hoje ser sócio do Scorsese, além de ser casado e ter dois filhos. Mesmo sem carro, ele chegou longe.

Guga Chacra, mestre em relações internacionais pela Universidade Columbia, é comentarista da Globo News e do Grupo O Estado de S. Paulo em Nova York.

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