Virtualidade, Jogos e Educação Katya Garabetti LINCA-Laboratório de Investigação de Novos Cenários de Aprendizagem Escola do Futuro - USP
ENCANTAMENTO “Uma educação autêntica não pode privilegiar a abstração no conhecimento. Ela deve ensinar a contextualizar, concretizar e globalizar. A educação transdisciplinar reavalia o papel da intuição, do imaginário, da sensibilidade e do corpo na transmissão dos conhecimentos.” (artigo 11 da Carta da Transdisciplinaridade)
Pintura "Jogos Infantis", do flamengo Pieter Brueghel, de 1560, mostra 84 atividades lĂşdicas
O Lúdico O fato do homem interagir com o lúdico desde o início de sua existência indica uma forma particular que tem de conhecer e conceber a vida. O jogo é uma maneira da pessoa se situar no mundo, de experimentar, aprender. Verifica-se desde a sociedade primitiva a presença do jogo e já com as características:
ordem, tensão, movimento, mudança, solenidade, ritmo e entusiasmo. Enquanto ocorre o jogo podemos unir o afetivo ao cognitivo, podemos integrar o lúdico e o pedagógico. (Huizinga)
Pintura, “Meninos Brincando” de Cândido Portinari - 1955
O Lúdico e o Belo Uma das características do jogo é a maneira pela qual ele cria ordem e é ordem, ou seja, o fato de possibilitar uma perfeição temporária e limitada, uma ordem suprema e absoluta à imperfeição e confusão da vida e relaciona esse fato a uma tendência que o jogo tem para ser belo. O jogo possibilita a criação de formas ordenadas e possui elementos também relacionados à estética como: tensão,
equilíbrio, compensação, contraste, variação, solução, união e desunião. (Huizinga)
Desenhos de crianรงas de brincadeira de corda e de Amarelinha
O Lúdico e a Educação Se desejamos formar seres criativos, críticos e aptos para tomar decisões, um dos requisitos é o enriquecimento do cotidiano infantil com a inserção de contos, lendas, brinquedos e brincadeiras. (Kishimoto)
Pintura “Bandeirinhas” de Alfredo Volpi - 1960
O Lúdico e a Cultura
A cultura forma a inteligência e a brincadeira de papéis favorece a criação de situações imaginárias, reorganizando as experiências vividas. (Vygotsky)
Cabe à escola a tarefa de tornar disponível o acervo cultural dos contos, lendas e brincadeiras tradicionais que dão conteúdo à expressão imaginativa da criança e abrir espaço para que a criança receba outros elementos da cultura que não a escolarizada, para que beneficie e enriqueça seu repertório imaginativo. Enfim, trazer para o cotidiano da criança o Bom, o Belo, o Verdadeiro, resgatando as raízes da cultura brasileira.
Ilustração da capa da Revista MovimentAção, feita pelo aluno Gilvan Alves Ribeiro de Duque de Caxias - RJ
O Lúdico e a Tecnologia Cada tecnologia modifica algumas dimensões da nossa interrelação com o mundo, da percepção da realidade, da interação com o tempo e o espaço. Uma mudança significativa -que vem acentuando-se nos últimos anos - é a necessidade de comunicar-nos através de sons, imagens e textos, integrando mensagens e tecnologias multimídia. A comunicação torna-se mais e mais sensorial, multidimensional, não linear. Ao mesmo tempo que nos sentimos mais cosmopolitas - porque recebemos influências do mundo inteiro em todos os níveis - procuramos encontrar a nossa identidade no regional, no local e no pessoal; procuramos o nosso espaço diferencial dentro da padronização mundial tanto no nível de país como no individual. (Moran)
Desenho do jipe da Equipe Conquistamazon de Vit贸ria da Conquista-BA, no 1潞 Rally Virtual da Amaz么nia
O Lúdico e a Virtualidade No Projeto Telemar Educação - PTE, as atividades lúdicas a distância tornam possível a interação entre indivíduos de diferentes localidades. proporcionam que pessoas se movimentem em busca de parcerias e na exploração de atividades e objetos, comunicando-se com seus pares, expressando-se através de múltiplas linguagens, descobrindo regras e tomando decisões. As atividades lúdicas a distância são elementos integradores em uma Comunidade Virtual de Aprendizagem ao promoverem a interação dinâmica e criativa de seus membros.
O Lúdico e a Competição / Cooperação No jogo de construção (Piaget) a forma se subordina ao conteúdo, ou seja, a ênfase é dada ao processo, no qual as relações ou estruturas são meios para a realização do conteúdo. O gozo no jogo de construção é definido pelas vivências do processo e do resultado a que se chega. Esse jogo nos remete à vida social, à vida de trabalho, à vida adaptativa. Ele permite ao indivíduo a livre construção, para que possa se dispor às exigências da vida adaptativa, dessa entrega ao real que faz parte do ser social. Herda a imaginação criativa, a vivência antecipada do real, por meio do desenho, do fazde-conta, do ser grande. (MACEDO)
Palavras-chaves de uma Atividade Lúdica a Distância Vetor Metáfora
Desafio Colaboração Equipe Conquistas
Parceria Determinação Lúdico Belo
Conhecimento Busca
Projeto Telemar Educação
Referências
www.projetotelemareducacao.com.br Revista Eletrônica MovimentAção
www.projetotelemareducacao.com.br/movimentacao 1º Rally Virtual da Amazônia
www.projetotelemareducacao.com.br/rally Professor José Manuel Moran
www.eca.usp.br/prof/moran
Centro de Educação Transdisciplinar
www.cetrans.com.br
Referências Homo Ludens: O jogo como elemento da cultura. São Paulo. EDUSP, 1971. KISHIMOTO, Tizuko. M. Jogos tradicionais Infantis. São Paulo. Vozes, 1993. MACEDO, Lino de, PETTY, Ana Lúcia Sícoli e PASSOS, Norimar Christe. Quatro cores, senha e dominó: oficinas de jogos em uma perspectiva construtivista e psicopedagógica. São Paulo. Casa do Psicólogo, 1997. VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 2.ed., 1988. HUIZINGA, Johan.