Architecture portfolio

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Klauss Borges Portfรณlio


“Somente a poesia, em todas as suas formas (e também a arte de viver) dá sentido à vida humana, e o significado é a necessidade humana fundamental.” Norberg-Schulz


Sumário

Introdução Promenade Vertical - Torre sineira Um edifício sem imagem - Aquário Contextualismo Sentimental - Edifício cultural Hibridação Sensível - Edifício multifuncional Retomada da Escala Humana - Plano urbano Simple Act - Intervenção pontual

klaussborges@live.com



Introdução

Estudante da graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, tendo cursado intercâmbio acadêmico pelo período de um ano na instituição Kingston University London. Existe arquitetura enquanto existe poesia, pois arquitetura não é apenas construção. A poesia da arquitetura é a atmosfera. A todos os lugares , bem como a todas as arquiteturas, deve ser perguntado o que eles desejam ser. E só quando o desejo intrínseco da existência de ambos é concretizado sob a forma de matéria é que a arquitetura pode expressar a sua presença no mundo do homem.



Promenade Vertical

Mapa de Londres de 1700, ressaltando a cidade intra-muros.

Uma torre de sino no centro de Londres. O projeto se situa no bairro de Aldgate, Leste de Londres, marcado por ser um território alternativo da cidade. O terreno se situa num ponto frouxo do tecido urbano da cidade, possuindo uma condição de interface entre a fronte de uma avenida bastante movimentada e dos fundos do terreno, lado para o qual muitos edifícios voltam seus serviços. Um tímido pub, uma pequena estação de ônibus e um edifício comercial são o contexto adjacente do terreno. Dessa forma, o objetivo de implantação foi o de contribuir para a rearticulação desse específico ponto do tecido urbano através do objeto implantado, posicionando-o em um local em que o edifício pudesse adquirir uma relação proporcional de torre, em relação ao entorno e sem que isso comprometesse o uso pré-existente do terreno, o de ser uma passagem. Além disso, o programa conta também com um espaço para pequenas

performances que poderia funcionar em conjunto com o pub. Dessa forma a torre foi posicionada em sua esquina e o espaço de performances disposto de forma a abraçar o terreno, criando uma pequena praça, liberando a passagem nos pontos necessários e dispondo o espaço de performance de forma a facear o pub. A torre foi pensada como um promenade urbano, que por já se tratar de um espaço dotado de um som todo especial, o do sino, foram adicionados - através de um recurso formal - momentos de abertura zenital para que a luz natural pudesse penetrar o espaço e revelar aspectos de sua construção material. A experiência culmina no espaço sob o sino, no qual o som carregado de significado e vibração se funde com a luz poética vinda do céu e a vista da cidade, tudo isso convergindo para a concretização da experiência de auto-reflexão do indivíduo.


Fotografias do contexto imediato e mais abrangente.


Diagrama exemplificando a situação do terreno no contexto.

Diagrama da implantação do edifício.


Planta baixa do tĂŠrreo.


Planta baixa da cobertura.


Seção transversal em contexto.


Seção longitudinal em contexto.


Perspectiva do espaço de reflexão sob o sino.

Seção através do espaço de performance, sem escala.


Foto do modelo situado em contexto.



Um edifício sem imagem

Implantação ressaltando a área de interesse contextual do projeto: o Farol de Mãe Luíza.

O projeto se situa num terreno à beira-mar, adjacente ao Parque das Dunas e ao Farol de Mãe Luiza, na cidade de Natal, RN. Diante de uma complexa situação, devido à estrutura urbana em que se encontra o terreno, o projeto se coloca como uma frente de resistência. Localizado à margem de uma via expressa, dentro de um específico recorte da cidade em que a estrutura urbana de ocupação, consolidada pelos edifícios do entorno, é bastante negligente e retórica, o edifício busca reorganizar e qualificar o lugar e o território em que se encontra em diferentes níveis. Como ato tectônico primordial de sua implantação no terreno, o edifício é disposto de forma a ocupar o perímetro, evidenciando, dessa forma, o desenho urbano a que está submetido e insinuando uma organização geral do teritório. Essa estratégia contribui também para uma compatibilização tipológica entre o aquário e os edifícios do bairro de Mãe Luiza, região foco do interesse contextual do projeto, no que diz respeito à escala e implantação. Por ocupar os limites do terreno, o edifício diminui as distâncias entre seu corpo material e quem percorre o lugar e, portanto, confronta a escala monumental e a experiência majoritariamente visual que a situação do terreno insinua por si só. O caráter que o edifício adquire é oriundo de uma postura que visa minimizar o impacto entre a mega-construção proposta e o bairro de Mãe Luiza, cuja identidade já está consolidada pelo Farol de Mãe Luiza, ícone vernacular. O aquário é um assentamento que revela a verdadeira identidade do seu lugar. A interiorização da experiência é utilizada como ferramenta estratégica para capturar as pessoas do nível da rua para dentro do aquário, decompondo seu programa e escala em uma experiência sequencial e sobre-

tudo tátil, mantendo a vitalidade do espaço livre público. Dessa forma, o aquário possui seu espaço interno conectado a três outros espaços. Ao nível da rua tem-se duas possibilidades de percurso: percorrer a rampa e seguir rumo ao mirante público ou descer rumo ao Aquário. O acesso principal acontece ao descer de uma escada, envolto por uma pequena estrutura projetada a fim de marcar a passagem para o microcosmo interior, uma praça. Nela, o programa foi desmembrado em três entidades principais: o aquário enquanto museu, o híbrido café/loja e o auditório com a sala audiovisual. Dessa forma o edifício sempre pode estar vivo com diferentes dinâmicas acontecendo simultaneamente e, além disso, oferece um acesso próprio ao Instituto de Oceanografia, buscando estabelecer uma relação física de simbiose entre ambas as instituições. Cruzando a praça, acessa-se o aquário, onde três estratégias confluem para a materialização da experiência cênica da submersão. A tectônica de superfícies rugosamente perturbadas, um percurso descendente, e fontes de luz natural sempre zenitais. Estratégias que se reforçam ciclicamente ao longo do percurso. Os tanques dos aquários são posicionados, a princípio, sempre de forma a configurar um passeio estreito, de contato direto com aquela fauna e flora, que posteriormente desemboca em um espaço mais generoso para a contemplação. Ao final da experiência do aquário, chega-se a uma extensa galeria que intercala massa e vazio, numa relação em que ainda há mais massa e, por sua vez, uma luz filtrada, mas que é permeável à praça que, por sua vez, balizada como uma fortaleza, protege o indivíduo como também revela e sugere a contemplação da natureza, faceando o mar e dando passagem para a praia.


Diagrama salientando as รกreas do percurso induzido pelo projeto.

Diagrama salientando o sistema de espaรงos livres.


Edifício visto da praia.

Planta baixa do nível da praça interna -2.00m.


Seção longitudinal ilustrando os espaços livres do projeto.

Espaço interno do aquário.


Acesso ilustrando a escala humana do projeto sobretudo em seu acesso.



Contextualismo Sentimental

Mapa de Veneza ressaltando seus equipamentos públicos e a área de projeto.

O projeto foi concebido como uma resposta à proposição da plataforma de concursos Archideas, que consistia em projetar-se um edifício que pudesse servir de continente de diversos eventos ligados à arte e cultura, em Veneza. O trecho do território que foi selecionado para a implantação do edifício encontra-se em Canareggio, a região da Ilha em que foi diagnosticada a menor incidência de equipamentos públicos, a fim de trazer um pouco de oferta de lazer ao local de maior concentraçãao de residentes fixos da cidade. O terreno encontra-se inteiramente murado em seu perímetro além de ser vizinho de uma igreja e de uma residência estudantil, ambos conectados através de um pátio. A implantação do edifício busca reproduzir a condição de urbana de Veneza em uma situação para dentro do lote, dessa forma, possui-se dois acessos ao edifício, um através de um beco estreito e protegido pelo muro pré-existente e o outro através da entrada frontal faceando o canal, para embarcações. Devido à singula-

ridade da cidade e sua identidade material e imaterial, o projeto busca uma compatibilização entre edifício e contexto que tornasse imediato um diálogo harmônico entre ambos Essa compatibilização é atingida através do estudo tipológico das edificações venezianas, bem como da morfologia urbana, anteriormente citada, que se concretiza através da decisão tectônica pelos materiais vernaculares da construção e da hibridização dos tipos reconhecíveis venezianos, como o palácio, a torre, o beco, o acesso aquaviário e a praça interna. Dividido entre dois blocos e uma torre, o bloco frontal alude ao palácio veneziano e contém espaços para exposições e performances, além de um café, administração e banheiros. O bloco ao fundo, contém um cinema conversível em auditório além de estabelecer a conexão com o terraço e a torre, que por sua vez, funciona como uma galeria vertical para exposições menos convencionais, como mirante público e apelo sonoro através de seu sino.


PoĂŠtica e mistĂŠrio do beco veneziano.


O transporte atravĂŠs dos canais e o canal como fonte de luz natural.


Planta do nível térreo do edifício.

Seção longitudinal.


Performance de dança contemporânea no átrio central do edifício.

Seção transversal.


Perspectiva externa do edifício exposto à névoa veneziana.


Perspectiva explicitando o caráter público da praça interna do edifício.

Elevação frontal em contexto.



Hibridação Sensível

Imagem conceito exemplificando uma relação tipológica entre a Rua Primeiro de Março colonial e um edifício contemporêneo do OMA.

Um edifício comercial no Flamengo. O eifício se situa na quadra em frente à sede do IAB - RJ e do museu do telefone Oi Futuro. A distribuição programática do edifício compreende 60% da massa construída sob forma de áreas comerciais, salas de pequeno porte, espaços de co-working e pavimentos inteiros para empresas maiores. Os outros 40% da massa compreendem uma biblioteca pública proposta para atender a demanda de espaço do acervo do IAB, um hostel, um restaurante, studios redidenciais e lojas. A ideia central do projeto é a de combater os efeitos da produção de cidade genérica, buscan-

do consolidar tectonicamente uma leitura da cultura arquitetônica brasileira. Dessa forma, há uma pesquisa sobre a memória arquitetônica brasileira e dessa forma se propõe uma hibridação tipológica e historicista entre o que viria a ser essa memória e o que vem sendo produzido enquanto arquitetura contemporânea. No lugar, o edifício se dispõe no terreno a fim de criar um espaço livre público dotado de um sentimento de proteção, resguardado, porém rico de experiência. Dessa forma o edifício busca o contexto na microescala quanto na macro.


Área de projeto em contexto local e geral.

Planta baixa do térreo sem escala.


Maquete mostrando uma relação de polarização cultural, entre o edifício e o entorno, rebatida sobre o espaço livre.

Maquete volumétrica do conjunto.


Perspectiva mostrando a biblioteca do edifício enquanto elemento atrativo.

Corte ilustrando as transições entre a rua e o espaço livre público no miolo da quadra, sem escala.


Perspectiva da praça interna do projeto.

Corte através da torre empresarial e das residências, ressaltando a praça no miolo da quadra.


Diagramas do desenvolvimento da implantação do ediíficio e a geração de um espaço livre e público central.

Corte através dos espaços de co-working e da torre empresarial.


Planta do nível térreo setorizada.

EMPRESAS CORPORATIVO

ESCRITORIOS CO WORKING

rest./bar lojas biblioteca BE

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Diagramas de uso do edifício.



Retomada da Escala Humana

Panorama de um conjunto de edifícios da Avenida Presidente Vargas, Rio de Janeiro.

O projeto é uma proposição que foi apresentada para um concurso presencial na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e cujo todo o processo, desde a concepção até a execução final, deveria estar compreendido num intervalo de tempo de trinta horas. O enunciado do concurso trazia uma provocação sobre o nefasto legado olímpico deixado à cidade do Rio de Janeiro e convidava os participantes a escolherem uma área urbana e produzirem uma mudança positiva na mesma. O trabalho desenvolvido em uma equipe de três pessoas, teve como principal questão teórica o “habitar o Centro”. Esvaziado de habitação e majoritariamente palco de relações comerciais e de trabalho, o Centro do Rio de Janeiro perscreve movimentos pendulares entre picos de intensa atividade urbana e outros de extrema inércia. Comumente descrito como uma área saturada de construções, o que hipoteticamente impossibilitaria a implantação de um plano efetivo de habitação no bairro, encontrou-se uma oportunidade ao longo da Avenida Presidente Vargas. Uma infraestrutura viária superdimensionada projetada em meio à distopia moderna, a avenida conta

com dezesseis faixas de automóveis no Centro da cidade, totalizando mais de cem metros de comprimento, números comprovadamente bastantes superiores à sua real demanda. Desta forma, a ideia do projeto se consolida sob forma da ocupação de duas das pistas centrais da avenida, totalizando quarenta metros de largura, a serem destinados para a implantação de edifícios de uso misto majoritariamente habitacional, ao longo da avenida, partindo-a em duas. A proposta se escora também numa segunda questão de retomada da escala humana, uma vez que a escala monumental da avenida compromete não só o conforto físico de percorrer grandes distâncias em sua travessia, mas também o psicológico, afetando a sensação de segurança. Dessa forma o projeto consiste num plano de implantação de edifícios de uso misto e gabarito reduzido, ao longo dessas faixas designadas no meio da avenida e também edifícios de interesse especial, de uso majoritariamente cultural, em pontos-chave onde a conexão entre os dois lados da avenida é desejada, como por exemplo na ligação de praças e edifícios históricos e/ou de interesse cultural.


EQUIPE 22

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Perspectiva ilustrando a nova quadra central e a tipologia predominante de seus edifícios.

Diagramas dos pontos-chave de conexão localizados no mapa da avenida.

Praça do Edifício Banco Central

Metro Uruguaiana

Palácio Itamaraty

Escola Municipal

Biblioteca Parque Estadual

Praça Duque de Caxias

Campo de Santana

Praça Procópio Ferreira

Mapa contendo envergadura da proposição.


e, posteriormente, o segundo trecho, até a estação da Cidade Nova, concomitante ao parcelamento das franjas da via e obedecendo uma lógica linear da ocupação desses lotes no sentido da Candelária à Cidade Nova.

As novas quadras são loteadas, buscando diversidade entre os edifícios e uma melhor relação com a rua. A linha de edifícios se estende por toda a Avenida, se elevando sobre cruzamentos e passagens de pedestres

Relação com a Rua

O Presente

A Avenida presidente Vargas como é hoje, com 16 pistas de rolamento e mais de 70 metros de travessia

Edifícios elevados, em vermelho, são alocados sobre pontos de conexão entre áreas de interesse público. Em cinza escuro, as massas edificadas buscam uma maior relação com a rua, com térreo voltado para comércio. Em cinza claro, elas são recuadas, preservando a escala da rua

Criando Habitabilidade

Espaços Catalizadores

As novas quadras são loteadas, buscando diversidade entre os edifícios e uma melhor relação com a rua. A linha de edifícios se estende por toda a Avenida, se elevando sobre cruzamentos e passagens de pedestres

Aproveitamento de Coberturas

Os edifícios híbridos possuem acesso público à cobertura. Já os demais, permitirão a utilização de suas lajes superiores como hortas comunitárias

Relação com a Rua

Edifícios elevados, em vermelho, são alocados sobre pontos de conexão entre áreas de interesse público. Em cinza escuro, as massas edificadas buscam uma maior relação com a rua, com térreo voltado para comércio. Em cinza claro, elas são recuadas, preservando a escala da rua

Criando Habitabilidade

Os edifícios vazados são híbridos, abrigando usos institucionais, culturais, etc. Entre os lotes padrões, o Estado seleciona uma porcentagem para habitação social, oferecendo o restante para a iniciativa privada, que se compromete a construir majoritariamente edifícios residênciais em troca da viabilização do projeto

Perspectiva ilustrando uma tipologia de edifício estabelecendo conexão entre lados da avenida através de seu térreo. Aproveitamento de Coberturas

Os edifícios híbridos possuem acesso público à co-

Escola Municipal

Biblioteca Parque Estadual

Praça Duque de Caxias

Praça Procópio Ferreira

As pistas de rolamento dão lugar a novas quadras, re-costurando os dois lados da via e transformando a avenida em duas, restabelecendo a escala humana

Campo de Santana

Criando Permanências

Os edifícios vazados são híbridos, abrigando usos institucionais, culturais, etc. Entre os lotes padrões, o Estado seleciona uma porcentagem para habitação social, oferecendo o restante para a iniciativa privada, que se compromete a construir majoritariamente edifícios residênciais em troca da viabilização do projeto



Simple Act

Fotografia de uma das entradas do Borough Market.

Simple Act foi o nome dado ao exercício, realizado na Kingston University London, em que grupos de cinco alunos foram recrutados para pensarem intervenções simples, pontuais e de baixo orçamento para lugares específicos da cidade de Londres. Dado ao grupo o tema de um mercado, o lugar escolhido foi o Borough Market, um dos mercados mais antigos da cidade e super significativo ainda hoje no centro da cidade. Foram dedicados dois dias, intercalando turnos diferentes, para uma análise e reconhecimento do território, e mais três dias para a sua execução. Durante a etapa de reconhecimento, percebeu-se a inquietude dos frequentadores do mercado

relativa à escassez de assentos e mesas, especialmente se tratando de um mercado. Portanto obedecendo à lógica de orçamento mínimo, foram utilizados um barril danificado e ocioso e duas cadeiras quebradas encontradas no lixo para formar o conjunto de suporte para as refeições. As cadeiras tiveram de ser minimamente restauradas durante o processo e sobre o barril foi estendida uma toalha de mesa com um castiçal, adquiridos para tal fim. O uso da toalha e do castiçal teve o intuito de insinuar um cenário mais reservado para que os usuários pudessem ter suas respectivas refeições.


Sessão de fotos registrando as maneiras específicas de uso do espaço.

+ Instrumentos utilizados na intervenção.

+


Borough Market em contexto e localização da intervenção.

Fotografia de recém casados utilizandoa intervenção confortavelmente.


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