Especial Saúde
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CUIDAR DA AUTO-ESTIMA É A CHAVE PARA ENFRENTAR ESTA NOVA FASE
Vida plena na terceira idade Com a população de idosos em franco crescimento - já temos quase 15 milhões de pessoas com 65 anos ou mais -, é natural que se fortaleça os conceitos de qualidade de vida e inclusão social, lembrando que esta é mais uma etapa de aprendizado e crescimento. Uma mudança cultural que dá as boas-vindas à longevidade e aos avanços médicos e tecnológicos
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Boa alimentação é garantia de saúde Especialistas afirmam que bons hábitos devem começar na infância para propiciar um envelhecimento saudável Uma das regras para manter a qualidade de vida após os 60 anos é a boa alimentação, garantem os especialistas. “Como as funções fisiológicas diminuem de forma natural com o envelhecimento, é necessário escolher muito bem os alimentos e preparações, fazendo um consumo adequado de calorias de acordo com a idade e as atividades desenvolvidas”, explica a professora de Nutrição Clínica da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), Ruth Yamada. Para envelhecer de forma saudável, de acordo com Ruth, é preciso que homens e mulheres se preocupem desde a infância com a alimentação para que os bons
hábitos sejam mantidos ao longo da vida. O geriatra Luciano Raposo Soares Quintas concorda e conta que, embora comecemos a envelhecer após os 30 anos, no Japão, por exemplo, o pediatra já faz a geriatria preventiva. “O cuidado com a alimentação, mesmo em uma doença de origem genética, pode amenizar ou retardar seu aparecimento”, ressalta Ruth. Mas não é preciso ser radical, acrescenta a professora. Ela salienta que chocolates e pratos mais pesados, como churrasco e feijoada, podem ser consumidos com moderação. Ruth diz que os idosos são resistentes à mudança de hábitos por
terem dificuldades em entender os benefícios que as alterações no cardápio podem trazer para saúde deles. Segundo ela, eles preferem, geralmente, alimentos de fácil preparo e mastigação, como os pratos prontos. Os problemas de saúde bucal também podem ser impeditivos para uma vida saudável, segundo Quintas: “A perda de dentes dificulta a mastigação e a saúde deve começar pela boca”. Outra orientação do médico é para que pacientes com mais de 60 anos, mesmo que não tenham pressão alta, evitem o consumo de sal, pois metade das pessoas nesta faixa etária é hipertensa.
Doenças relacionaDas aos hábitos alimentares DesNutrIçãO Origem: A má nutrição nos idosos pode ser causada por alterações fisiológicas do envelhecimento, condições socioeconômicas e interações entre nutrientes e medicamentos. A carência de nutrientes favorece o agravamento de doenças e dificulta a recuperação dos pacientes. Controle: O indivíduo deve ser orientado sobre os alimentos adequados para seu consumo, a partir da determinação das causas da doença. OBesIDaDe Origem: A doença está relacionada ao aumento na ingestão de gorduras e açúcares, sendo considerada um sério fator de risco para problemas cardiovasculares. Controle: Diminuição no consumo de calorias e a prática de exercícios
são os caminhos indicados para emagrecer. HIperteNsãO arterIal Origem: É a pressão arterial maior ou igual a 14 por nove, mas também há outros fatores de risco como o excesso de peso. Embora possa ser fatal, quando devidamente controlada, é possível reduzir as limitações funcionais e a incapacidade provocada pela doença. Controle: Uma alimentação baseada em frutas, verduras, derivados de leite desnatado, quantidade reduzida de sal e gorduras saturadas contribui para a redução da pressão arterial. DIaBetes MellItus Origem: Caracterizada por hiperglicemia associada a complicações, disfunções e insuficiência de vários
Fontes: Ministério da Saúde e Portal Medicina Geriátrica (www.medicinageriatrica.com.br)
órgãos. Entre os fatores de risco, estão indivíduos acima dos 45 anos, sobrepeso, antecedentes familiares e colesterol alto (HDL). A doença pode causar aumento da sede, da micção e apetite, além de visão turva e infecções. Controle: Juntamente com a estabilização dos níveis de glicose, uma dieta balanceada é fundamental para o controle, evitando o sobrepeso e a desnutrição. CarDIOvasCulares (infarto, angina e insuficiência cardíaca) Origem: Estas doenças são causadas pelo sedentarismo, fumo, diabetes, alta taxa de colesterol e obesidade. Controle: Prática de atividade física regular, controle de peso, colesterol e diabetes.
Dicas Para uma Dieta sauDável em qualquer fase Da viDa Prefira o consumo de alimentos in natura, como frutas e vegetais frescos, em vez de enlatados e embutidos; Consuma leite, queijo e ovos para manter o aporte de cálcio; Reduza a ingestão de açúcar refinado e carboidratos refinados de forma geral; Evite alimentos prontos, como sopas, macarrão instantâneo e mingaus; Escolha gorduras de origem vegetal, em vez de gorduras de origem animal; Evite o consumo de bebidas alcoólicas e sal; Substitua os refrigerantes por água e sucos de frutas sem adição de açúcar refinado; Reduza o consumo de comidas mais pesadas como churrasco e feijoada; Para quem não resiste ao chocolate, o ideal é consumi-lo uma vez por semana. Fonte: Ruth Yamada, professora de Nutrição Clínica da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) eXpeDIeNte sIDNey aNtONIO De MOraes Diretor-presidente sONIa Massae De MOraes Diretora-vicepresidente / Circulação WIlsON BeGO Diretor-comercial salatIel De MOraes Diretor de Marketing MarCOs rOBertO Gerente-comercial vera MarCOlINO Edição KatIa BrItO Textos eDIMar velOsO Editoração laura aBrãO Revisão O tablóide Especial Saúde é produzido pelo Grupo Mogi News - rua Carlos Lacerda, 21, Vila Nova Cintra, Mogi das Cruzes Cep: 08745-200 – Tel.: (11) 4735-8000 Site: www.moginews.com.br
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Controle alimentar e atividade física Mulheres de meia-idade e da terceira idade têm recebido um tratamento diferenciado no Centro Esportivo da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Combinando cuidados com alimentação e a prática de uma atividade física regular, surgiu o projeto “Avaliação Nutricional de Mulheres de Meia-Idade e Terceira Idade”, da aluna de Nutrição da universidade Sílvia Rejane de Moraes Lamim, já formada em Educação Física. O projeto é o trabalho de conclusão de curso de Sílvia, que se forma este ano, sob orientação da professora Maísa Vieira de Souza. Inicialmente com duração de três meses, o programa reúne mulheres entre 50 e 70 anos com problemas de sobrepeso e obesidade. “Nosso objetivo é mostrar que
é possível a diminuição de peso e suas conseqüentes melhorias para a saúde com o controle da alimentação e a prática de atividade física, em nosso caso, a hidroginástica”, explica Sílvia, que pretende com os resultados do projeto procurar patrocinadores para torná-lo permanente. As participantes passaram por uma pré-seleção e por avaliações físicas e nutricionais. Durante o projeto, elas receberão indicações para melhorar a alimentação, sem nenhuma dieta específica, mas com uma apostila que serve de orientação sobre as porções consumidas no dia-a-dia. A estudante diz que a idéia é que as próprias alunas tenham consciência do que deve ser consumido: “Elas dizem que quando vão comer, lembram de mim”, brinca a estudante.
O programa reúne mulheres entre 50 e 70 anos com problemas de sobrepeso e obesidade
programa apresenta primeiros resultados Embora ainda seja incipiente, as alunas do projeto “Avaliação Nutricional de Mulheres de MeiaIdade e Terceira Idade” já sentem os efeitos benéficos do controle alimentar somado à prática de atividade física. A primeira palestra foi realizada em fevereiro e as aulas de hidroginástica começaram no mês passado. “Não foi muito difícil seguir as recomendações da Sílvia porque eu havia reduzido o consumo de sal e gordura devido à hi-
pertensão. Após cinco aulas, já me sinto mais disposta e mais ágil”, destaca a comerciante Maria Berlofa, de 53 anos. Para a dona de casa Terezinha de Souza Franco, 66 anos, a mudança da rotina aconteceu depois de um susto. Há cerca de três meses, ela recebeu quatro pontes de safena e o médico fez o alerta. “Foi difícil mudar, mas tem de ser feito. Consegui diminuir o sal e cortei as frituras. Já sinto meu corpo mais leve”,
conta Terezinha. A manicure e cabeleireira Neide Ferreira Alencar, de 63 anos, está caprichando na alimentação
com as orientações recebidas no projeto. “Já evitava o sal e a gordura. Agora estou me preparando para uma cirurgia de varizes,
que deve ocorrer nos próximos meses, e a participação no projeto vai facilitar minha recuperação”, diz a animada Neide.
MarIa: “Mais agilidade no dia-a-dia”
tereZINHa: “Recomendação médica”
NeIDe: “Capricho na alimentação”
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prática de exercícios e boa saúde Caminhada e musculação são algumas das atividades que podem ser praticadas Fazer exercícios não é só uma recomendação do geriatra Luciano Raposo Soares Quintas no estilo “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”. Desde os 30 anos, o médico passou por uma verdadeira transformação e, além de cuidar da alimentação, faz caminhada e freqüenta com regularidade uma academia. Segundo Quintas, qualquer cidadão sedentário deve passar por uma avaliação clínica e cardiológica antes de começar a se exercitar, pois existem muitas doenças silenciosas que acometem
os atletas de final de semana. O proprietário da academia Qualivida, Paulo Henrique Miguel, reforça a necessidade de exames para que o professor, por meio da avaliação física, possa montar um programa de atividades de acordo com o nível e a necessidade de cada aluno. Segundo ele, às vezes, o aluno não pode fazer exercícios com cargas elevadas e deve dar preferência às máquinas, descartando os pesos livres. A atividade mais recomendada, segundo Quintas, é a cami-
Desde que me aposentei, há dez anos, iniciei a prática de atividades físicas e melhorei a alimentação. Já fiz aulas de hidroginástica, aprendi a nadar e, nos últimos quatro anos, pratico diariamente musculação. As aulas se tornaram uma necessidade. Elas me deixam mais disposta”. Áurea da silva Braga, 68 anos, aposentada
nhada, com duração de 30 minutos, cinco vezes por semana. Para que o exercício dê resultado, é preciso usar roupas leves, com cores claras e, de preferência, de algodão; tênis apropriado com amortecedores de impacto, e não exercitar-se entre 10 e 16 horas, quando há maior incidência de raios ultravioletas. O proprietário da academia Slipper, Norberto Pereira da Silva, afirma que, se não houver nenhum impedimento, qualquer atividade pode ser praticada por pessoas acima dos 60
anos. “Muitos procuram a hidroginástica, achando que o impacto é menor, mas é comprovado que a musculação é o exercício que mais minimiza a perda de massa óssea e muscular”, destaca Silva. Para Quintas, quando se vive muito, se paga um preço. E, se por um lado, os mais velhos ganham experiência de vida, por outro têm perdas da autonomia e mobilidade, o que torna fundamental manterse ativo e produtivo.
Faço aulas de hidroginástica há cinco anos e comecei depois de um problema de bursite por recomendação médica. Também melhorei a alimentação por conta da minha mãe, de 79 anos, que mora comigo. Hoje, freqüento as aulas todos os dias e é bom para tudo, até para o estresse”. Maria da Consolação assis Carvalho, 61 anos, comerciante
“Fiz minha primeira aula de hidroginástica há cinco anos, após uma cirurgia no braço, e não parei mais. Também gosto de natação. Os exercícios me ajudam no controle da diabetes e favorecem a circulação. Depois da aula, ainda cuido dos meus netos, de dois e sete anos”. elza ramos Martins, 63 anos, aposentada
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Benefícios das atividades física e social A prática regular da musculação na terceira idade auxilia na prevenção e tratamento de doenças, como a osteoporose e a sarcopenia, ou seja, a perda de massa muscular. A afirmação é do proprietário e professor de Educação Física do Centro de Ciências em Educação e Reabilitação Física (Cecerfi), Pedro Luiz Garcia Braga. O professor une o exercício e atividades extras para melhorar a qualidade de vida dos alunos: “Vamos além do benefício físico, visamos também à integração social com a promoção de caminhadas, almoços e jantares, sempre ligados ao exercício. Após uma caminhada, por exemplo, fazemos um café da manhã”. No Cecerfi, que funciona como clínica e academia, cerca de 70% dos alunos têm mais de 60 anos, sendo que a maioria é de mulheres. De acordo com o proprietário, isto ocorre porque elas se preocupam mais com a prevenção, enquanto os homens acham que não precisam. A queda na taxa de testosterona, um hormônio “estimulante”, segundo Braga, também explica a falta de disposição masculina.
prOjetOs para MOvIMeNtar Os IDOsOs MOGIaNOs O programa Ativaidade foi criado pela Secretaria Municipal de Saúde de Mogi em 2004 e movimenta entre 1.200 e 1.500 idosos de diversos bairros da cidade. Os interessados se inscrevem nas Unidades Básicas de Saúde e participam de atividades físicas com acompanhamento médico periódico. Os encontros acontecem duas vezes por semana. O programa é voltado principalmente a hipertensos e diabéticos. Quem quiser participar do programa, basta procurar o posto de saúde mais próximo de sua residência. Outra ação que deve contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos idosos será a inauguração do Pró-Hiper, um centro de convivência com oferta de serviços médicos, de lazer e esportes para a terceira idade. As obras foram iniciadas no mês passado no Centro Municipal Integrado “Deputado Maurício Najar”, no Mogilar, e a previsão é que tudo termine ainda este semestre.
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Manter-se ativo estimula o cérebro
Prevenção deve começar ainda na juventude com atividades que melhorem o desempenho do corpo e da mente Serviço atIvIDaDes Que aGItaM a terCeIra IDaDe eM MOGI terceira idade no sesi de Mogi O projeto Arco-Íris do Sesi de Mogi das Cruzes reúne 150 pessoas acima dos 55 anos para diversas atividades, como caminhada e hidroginástica, além de oficinas, palestras sobre doenças, cuidados odontológicos e orientações sobre alimentação e moradia segura. As atividades são semanais e acontecem todas as quartas-feiras, das 14 às 16 horas. Por enquanto não há vagas, mas existem atividades abertas à comunidade. Sesi de Mogi das Cruzes Rua Valmet, 171, Brás Cubas, em Mogi. Telefone: 4727-1777. D’avó Hiper em Forma Nos hipermercados D’avó em Mogi e Suzano, o projeto D’avó Hiper em Forma, reúne às quintas, sextas e sábados, pessoas a partir dos 18 anos para a prática de alongamento, ginástica localizada e caminhada. O número de participantes com mais de 60 anos é grande, de acordo com a professora de Educação Física, Patrícia dos Santos Costa. A única exigência é a entrega de um atestado médico a cada semestre. Os grupos, porém, estão cheios. Hipermercado D’avó Unidade Mogi - Avenida Vereador Narciso Yague Guimarães, 1.000, Socorro. Telefone: 4798-9888. Unidade Suzano - Avenida Armando Sales de Oliveira, 1.200, Parque Suzano. Telefone: 4746-7474 Ginástica japonesa no shibata Às terças e quintas, das 7h20 às 8 horas, acontecem as aulas de rádio-taissô, a ginástica japonesa, no estacionamento do Supermercado Shibata. A maioria dos
alunos já passou dos 60 anos e participa ativamente das aulas, que também são realizadas em igrejas e em outros pontos da cidade. O rádio-taissô, segundo a instrutora Célia Setuko Hayashi, é uma ginástica de movimentos leves que ativam a memória e exercitam a concentração. Célia diz que basta aparecer para participar. Supermercado Shibata Avenida Conselheiro Nami Jafet, 343, Vila Industrial. Telefone: 4791-5000 atividades na uapemc A União dos Aposentados e Pensionistas de Mogi das Cruzes (Uapemc) promove diversas atividades para a terceira idade, como os cursos de dança e boxe. A entidade realiza, ainda, bailes às quartas-feiras, das 19 às 23 horas, onde comparecem até 180 pessoas, mas o mais badalado mesmo é o jantar dançante realizado um domingo por mês, com um público estimado de 450 pessoas. Uapemc Rua dos Aposentados, 495, Alto do Ipiranga. Telefone: 4727-5157 Clube da Caminhada na uMC O Clube da Caminhada faz parte do projeto social Inclusão pelo Esporte, mantido pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) e a Fundação de Amparo ao Ensino e Pesquisa (Faep). Cerca de metade dos participantes pertence à terceira idade e pratica caminhadas e alongamentos, entre outras atividades. No momento não há vagas, mas mais um grupo pode ser aberto. Universidade de Mogi das Cruzes Departamento de Marketing Telefone: 4798-7039
Batista, aos 62 anos, esbanja jovialidade devido à prática de esportes desde a juventude
O aposentado Osmir Batista, tesoureiro da União dos Aposentados e Pensionistas de Mogi das Cruzes (Uapemc), aos 62 anos, é um exemplo de jovialidade. Batista sempre se exercitou e atuou como pugilista por 12 anos. Animado, ele corre todos os dias e está sempre presente nos bailes da entidade. Os efeitos positivos da integração social para quem passou dos 60 anos também são evidentes nas aulas de ginástica japonesa, conhecida como radiotaissô, realizadas pela instrutora Célia Setuko Hayashi em alguns pontos de Mogi, como no supermercado Shibata. “Uma das alunas dizia que precisava de ajuda para pegar coisas no alto e, após freqüentar as aulas, consegue até jogar peteca. Outras tinham depressão, não conseguiam sair de casa, e hoje estão bem. Fico contente com estes relatos. O grupo é muito alegre e um acaba ajudando o outro”, relata Célia. Todas essas melhorias, assim como uma alimentação balanceada e a prática regular de exercícios físicos, são
consideradas positivas por especialistas, porém, eles fazem algumas ressalvas. Para a professora e coordenadora da Pós-Graduação de Gerontologia na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Anita Liberalessa Neri, o incentivo para envelhecer de forma saudável é uma tendência visível em um grande número de publicações e programas de televisão, mas a falta de políticas sociais desde a infância torna a questão uma preocupação individual. A psicóloga, pedagoga e especialista em terceira idade, Geraldina Porto Witter afirma que há muita mistificação em torno da questão do idoso, quando na verdade, muitos sustentam a família e continuam sendo produtivos. Ela salienta que há dificuldades, mas se o indivíduo se preparar desde os 30 anos de uma forma geral, aprendendo a cuidar da postura, treinar a memória e consumir horas de boa leitura, tudo isso estimulará o cérebro, o que retarda o aparecimento de doenças como mal de Alzheimer e de Parkinson.
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Com o aumento da população de idosos, é preciso criar políticas públicas específicas A tendência de crescimento da população idosa nos próximos anos fortalece a demanda por mais serviços. De acordo com o sociólogo Afonso Pola, os poderes públicos devem estar atentos a este processo e à necessidade de políticas específicas. Segundo o IBGE, a população de idosos no Brasil é de quase 15 milhões de pessoas, ou 8,6% da população. Nos próximos 20 anos, o número de habitantes com mais de 60 anos deve ultrapassar os 30 milhões, o que representará quase 13% do total. Em Mogi, a atenção ao idoso está presente em vários projetos. Segundo o secretário municipal de Cidadania e Ação Social, José Luiz Freire de Almeida, este grupo, no município, corresponde a 29.430 pessoas, representando 7,9% da
população local. “Há um aumento da demanda por serviços, tendo em vista a tendência do crescimento da população idosa”, diz Almeida. Para incentivar a socialização, a secretaria desenvolve ações como o Centro de Convivência do Idoso de Mogi (Cecim), fruto de uma parceria com o Conselho Central da Casa São Vicente de Paulo, que mantém atividades como coral, aulas de dança, educação física, oficinas terapêutica e para geração de renda. Outro projeto é o Centro de Referência do Idoso de Mogi (Cerim), em parceria com o Instituto Pró+Vida São Sebastião, que oferece atendimentos social e médico e assistência jurídica. O secretário revela que o Cerim atendeu 413 idosos no mês passado, seguin-
viagens a preços acessíveis
O turismo é mais uma opção para quem procura manter-se ativo na Terceira Idade. O programa Viaja Mais Melhor Idade, uma iniciativa do Ministério do Turismo em parceria com diversas entidades, como bancos e agências de viagem, oferece a oportunidade para que idosos, aposentados e pensionistas possam comprar pacotes de viagem com preços acessíveis em períodos de baixa temporada. Para Daniel Siqueira, proprietário de uma agência de turismo local credenciada ao programa, a procura ainda é pequena, mas deve crescer com o aumento da di-
vulgação. A responsável pelo atendimento a passageiros de outra agência da cidade, Lícia Liberato, diz que as pessoas ficam curiosas para saber a diferença entre os pacotes normais e o programa, mas nem sempre a diferença é significativa. Os interessados no programa devem se dirigir a uma agência de turismo credenciada e escolher o pacote e a forma de pagamento, que pode ser feito por crédito consignado nos bancos do Brasil e Caixa Econômica Federal. Veja a lista das agências cadastradas no site www.viajamais.com.br ou ligue para 0800-7707202.
do a média de atendimentos dos últimos meses. Já no Cecim, são 180 idosos, que participam das atividades de segunda a sexta-feira, sendo 30 em cada núcleo, situados em bairros da cidade, como Jardim Aeroporto III, Jardim Camila, Vila da Prata, Jundiapeba, Conjunto Santo Ângelo e Mogi Moderno. A psicóloga, pedagoga e especialista em terceira idade Geraldina Porto Witter pede mais atenção aos programas específicos para o público da terceira idade existentes na região. Segundo ela, falta uma avaliação técnico-científica externa e interna para verificar se eles estão realmente funcionando. Geraldina cita exemplos de outros países, em que é preciso comprovar a eficácia do projeto para a obtenção de recursos.
POLA: Governo deve estar atento às necessidades específicas deste grupo”
FREIRE: A demanda é crescente, uma vez que este público está aumentando”
QUALIDADE DE VIDA, CORREÇÃO POSTURAL EM GRUPO (C.P.G) E DENTRO DAS EMPRESAS.
Professora de graduação da Fac. Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia da UMC
Nas últimas décadas, o Termo Qualidade de Vida tem sido tema de investimento não só no âmbito pessoal quanto no meio de trabalho. Constatou-se que para se produzir com qualidade, além de investir em tecnologia, é necessário satisfação pessoal e bem estar físico e psíquico. Surge na contramão da melhoria da saúde, doenças ocupacionais decorrentes das exigências do tipo de trabalho que favorecem o aparecimento de lesões articulares (DORT), dores músculo-esqueléticas e estresse . A Correção Postural em Grupo ou C.P.G. tem o objetivo de promover a melhoria da saúde e do bem estar do trabalhador através de um conjunto de medidas preventivas contra doenças ocupacionais. Devido ao sedentarismo e às atividades repetitivas, algumas vezes unilaterais, o corpo solicita atividades compensatórias que muitas vezes provocam danos ao organismo. Observando
este quadro surgiu a C.P.G. para atender a necessidade no desenvolvimento da qualidade de vida em empresas que priorizam a melhora na condição geral da saúde. O programa consiste em exercícios de alongamento, fortalecimento e correção da postura, respeitando particularidades e dificuldades de cada indivíduo. Realizados dentro das próprias empresas, grupos são formados após uma avaliação fisioterápica que reúne indivíduos com determinadas características, em turmas de até 15 participantes. Este trabalho, além de proporcionar o bem estar e diminuir tensões do dia-a-dia, favorece o equilíbrio entre funcionários, o que ocasiona melhoria do convívio interpessoal refletindo esta condição ao cliente. O programa de atividades inclui exercícios de compensação muscular, flexibilidade, relaxamento, alongamento e interação interpessoal. Para aqueles indivíduos que apresentam patologias mais severas, a atividade deve ser individualizada, realizada em macas portáteis dentro do local de trabalho afim de não interferir na produtividade do trabalhador. A doutora Alessandra Iague Molina, é mestre em Ortopedia pela USP, especialista em lesões do aparelho locomotor e alterações do pé pela Unifesp, RPGista e professora da faculdade de fisioterapia na UMC. A professora realizará um curso de 30 horas para estudantes de fisioterapia e fisioterapeutas que necessitam trabalhar nesta área nos dias 11, 12 e 13 de abril pela Liga de Fisioterapia em Traumato-Ortopedia da UMC. Curso – Correção Postural em Grupo (C.P.G.) dias 11, 12 e 13 de abril. Informações sobre local e investimento pelo telefone 4798-2522 (Clínica São Paulo c/ Samira).
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estudo promove a inclusão Estar numa sala de aula estimula não somente o cérebro, mas também o convívio social e a integração Um grupo muito animado freqüenta as aulas da Universidade Aberta à Integração (Unai), fruto de uma parceria entre a Universidade Braz Cubas e o Instituto Pró+Vida São Sebastião. Durante uma visita às aulas, que acontecem no campus da UBC, no centro de Mogi, é possível ver a dedicação, que cede lugar, no momento do intervalo, a um descontraído bate-papo. Uma das alunas mais empolgadas é a empresária Delvair de Abreu Vassolar, de 61 anos, que, em 2006, foi eleita a Miss Universitária. Ela está na universidade há quatro anos e é só elogios para o curso: “Convivemos com uma turma indescritível. Aqui aprendemos muita coisa e fazemos novas amizades. É uma experiência fantástica. Esta convivência fez toda a diferença quando estive doente e recebi todo o apoio na minha recuperação”. A cabeleireira Ivete Sabino, de 63 anos, se emociona ao fa-
lar da volta aos bancos escolares. “Vivi muitos anos para os filhos e não tive a oportunidade de fazer uma faculdade. Quando me falavam das aulas na Braz Cubas, eu achava que não era para mim, mas tomei coragem e entrei no ano passado”, revela Ivete. Ela também participa de projetos sociais e tem uma imensa vontade de prestar vestibular para Psicologia ou Assistência Social. Integração Segundo a diretora da Unai, Juraci Fernandes de Almeida, a universidade oferece ao aluno um convívio social importante e ele se sente inserido na sociedade. Sua auto-estima cresce e ele percebe que ainda é capaz
DELVAIR: “Experiência fantástica”
JURACI: “Convívio social”
de aprender: “É um mito que não se aprende mais na terceira idade. Todos têm condições, tanto que temos cursos de idiomas, informática, entre outros, em que as pessoas aprendem mesmo e, agora, estão em comunidades virtuais e conversando pela Internet”. Meire Guilherme, professora de dança, ginástica e vôlei adaptado da Unai, há oito anos na instituição, também destaca os benefícios da aprendizagem para este grupo. “É importante para eles estar de novo em uma escola, ter amigos, discutir os problemas, aprender e trocar idéias. Quem não se sente feliz em poder, depois de certa idade, aprender o que não teve oportunidade antes?”, indaga a professora.
IVETE: “Convite para as amigas”
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sesi oferece alfabetização para idosos Quem nunca teve oportunidade para aprender a ler e escrever também aproveita a chegada à terceira idade para realizar este sonho. No Serviço Social da Indústria (Sesi), em Mogi, 30 alunos freqüentam diariamente as aulas de alfabetização, criadas para atender às necessidades desta faixa etária. O curso, gratuito, é de 1ª a 4ª séries do ensino fundamental, e as aulas acontecem de segunda a sexta-feira, das 8 às 10h30. Ao término, o aluno tem o direito a ingressar em um curso supletivo ou no Telecurso. Mais informações pelo telefone: 4727-1777 ou dire-
tamente no Sesi, na rua Valmet, 171, distrito de Brás Cubas. A Secretaria Municipal de Educação não tem um programa específico para esse segmento, mas mantém classes de Educação de Jovens e Adultos (EJA) para que mogianos a partir dos 14 anos possam completar até a 4ª série do ensino fundamental. As inscrições para matrículas são abertas semestralmente em todas as escolas municipais. A rede estadual de ensino também possui o curso supletivo (fundamental e médio) para jovens e adultos que passaram da fase escolar.
volta às aulas equivale a um recomeço A retomada dos estudos ganha uma outra dimensão na terceira idade. Segundo o sociólogo Afonso Pola, essa decisão faz parte de um projeto de reinício e, mesmo quem teve uma vida escolar na idade apropriada, sente necessidade de voltar
aos bancos escolares. “Vemos pessoas de 80 anos iniciando uma universidade ou aprendendo a ler e escrever, graças a um espaço maior aberto pela sociedade, que está vendo estas pessoas de uma outra forma”, diz Pola. O sociólogo afir-
ma, ainda, que no mercado de trabalho esta questão também é vista de outra forma e, hoje, profissionais com mais de 50 anos são valorizados. Para a psicóloga, pedagoga e especialista em terceira idade Geraldina Porto Witter, a uni-
versidade aberta é muito positiva para os idosos, que aproveitam as atividades de cultura geral e lazer. Segundo ela, as mulheres são maioria, uma vez que os homens têm resistência a participar, o que é verificado também em outros programas.
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prevenção é o melhor remédio para todas as idades Ida ao geriatra deve ser antecipada para garantir um tratamento eficaz e uma boa qualidade de vida Com aumento da população idosa, têm sido desenvolvidos inúmeros tratamentos e medicamentos para combater as principais doenças que afligem esta faixa etária, mas o mais importante, de acordo com os especialistas, ainda é a prevenção. Os males mais comuns para quem passou dos 60 anos são o Mal de Alzheimer, a senilidade, os reumatismos e as lombalgias. “As pessoas acham que o geriatra só trata de idosos, mas o paciente deve fazer uma avaliação geriátrica a partir dos 30 anos. É muito comum que quem se consulta na terceira idade, chegue ao consultório achando que iremos resolver todos os problemas”, afirma o geriatra João Jordão Gonçalves da Silva. Silva diz, ainda, que os pacientes, atualmente, aderem com mais facilidade aos tratamentos. O geriatra procura conhecer o paciente como um todo antes de adotar qualquer procedimento, o que faz com que ele confie facilmente no profis-
sional, favorecendo a conquista de bons resultados. De acordo com o médico, a carência também é um grande problema, mesmo para aqueles que moram com familiares: “A família não consegue dar a devida atenção. Aqueles que regiam a própria vida e se tornam dependentes dos filhos, devido às restrições motoras ou pela falta de discernimento mental para resolver os problemas do cotidiano, podem ser levados a uma introspecção ou, até mesmo, à depressão”. Para exemplificar a boa saúde na terceira idade, Silva conta a história de uma paciente, hoje, com cem anos de idade, que vive sozinha e faz questão disso: “Ela tem uma funcionária que a acompanha, mas gosta de cozinhar e anda com facilidade”. De acordo com o médico, a paciente, que prefere não ser identificada, caminha diariamente e segue um regime rigoroso.
Hábitos saudáveis, como praticar esportes, e fazer exames periódicos ajudam a envelhecer com saúde
preocupação deve começar na infância O Brasil cultiva fortemente a juventude, segundo a psicóloga, professora e coordenadora da Pós-Graduação de Gerontologia na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, Anita Liberalessa Neri. “As propagandas e o consumo são calcados na juventude, em pessoas individualistas e independentes, de onde se presume que as pessoas têm dificuldades para envelhecer e, por isso, é preciso continuar saudável”, diz. Seguindo esta tendência, surgiu o termo terceira idade, usado em países em desenvolvimento, como o Brasil, para pessoas acima de 60 anos e, em países desenvolvidos, para aqueles que estão acima dos 65. A professora explica que a expressão
tem o objetivo de criar uma denominação aparentemente menos negativa, com uma carga menor de preconceito, para que as pessoas que estão envelhecendo se sintam motivadas a se manterem ativas e cuidarem da saúde. O envelhecimento, para Anita, é visto com uma dose de romantismo, mas envelhecer é uma verdade científica incontestável: “O melhor seria que as pessoas tivessem bons cuidados com a saúde e a educação desde a infância, pois, em termos sociais, o que garante uma boa velhice é o investimento em qualidade de vida desde o nascimento, com uma boa educação, que possibilita a conquista de melhores empregos e habitações”.
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auto-estima também é importante Aos 69 anos, a aposentada Ercília Siqueira Quintanilha não descuida da aparência e se orgulha de ter poucas rugas. Há muitos anos, ela é paciente da fisioterapeuta e esteticista Katya Jordão Garcia e, freqüentemente, faz tratamentos faciais. “Passei também por um programa de alimentação ortomolecular que foi maravilhoso”, diz a vaidosa aposentada. Segundo Katya, há 15 anos não havia muitos clientes com mais de 60 anos, porém, isto vem mudando: “São pessoas com a vida resolvida, sem os problemas que afetam os mais jovens, como a falta de tempo. É muito gostoso tratá-los porque tudo dá resultado. Eles têm tanta vontade que qualquer melhora é motivo para comemoração”. Os tratamentos mais procurados são voltados para o clareamento de manchas da mão e colo e para a melhora da flacidez no pescoço e braço.
A proprietária da Clínica de Estética Linda e Natural, em Suzano, a esteticista Fernanda Alves de Barros, concorda e diz que a procura é grande pelos tratamentos de rejuvenescimento, principalmente os faciais. “Todos estão mais vaidosos e querem se cuidar para ficar mais bonitos. Eles chegam reclamando das marcas de expressão e manchas e, com o resultado das primeiras sessões, já se animam para um próximo tratamento”, destaca Fernanda, que também sentiu o aumento no número de pacientes idosos nos últimos anos. Katya alerta para que os cuidados com a pele sejam tomados desde cedo. “A partir dos 25 anos, deve ser feita uma limpeza de pele regular, o uso de cremes noturnos e anti-rugas, além do filtro solar. É preciso não se exceder em nada. A vida em harmonia é o que conduz à longevidade”, ensina a profissional.
Passei também por um programa de alimentação ortomolecular.” ERCILIA
Todos estão mais vaidosos e querem se cuidar para ficar mais bonitos.” FERNANDA
É preciso não se exceder. A vida em harmonia é o que conduz à longevidade.” KATYA
Cuidados especiais para a terceira idade Para quem não tem condições de comparecer às unidades de saúde, a Secretaria Municipal de Saúde oferece o atendimento domiciliar há cerca de um ano e meio, em parceria com o Centro de Referência do Idoso (Cerim). Atualmente, 290 idosos são atendidos, segundo o então se-
cretário Cláudio Miyake. A participação, segundo Miyake, é definida por meio de uma avaliação, feita pelo Cerim, das pessoas acamadas por diversos motivos, como seqüelas de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), de alguma fratura ou outros tipos de doenças limitantes. A família
selecionada é visitada com regularidade por uma equipe – com médico e enfermeiras – que oferece orientação para a família e medicação para o paciente. Outra parceria feita com a Secretaria Municipal de Educação possibilitou a criação do Curso de Cuidadores de Idosos, cujas
aulas acontecem no Centro de Iniciação Profissional (CIP). “Neste curso, pessoas das mais diversas áreas aprendem noções de nutrição, postura, higiene, primeiros socorros e qualidade de vida para idosos. Ao final, eles podem ser contratados por famílias ou mesmo por casas de
repouso, hospitais e centros de saúde”, diz o secretário. Sobre o futuro das iniciativas, Miyake diz que é preciso aperfeiçoar o que existe, sempre buscando melhorar as ações voltadas para a terceira idade, uma vez que a população idosa é crescente no Brasil.
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Odontogeriatria Incidência maior de é nova especialidade catarata e glaucoma A odontogeriatria foi criada recentemente para atender o número crescente de idosos. Com cerca de cinco anos de existência, a especialidade se caracteriza pelo conhecimento das doenças típicas dessa fase da vida, como pressão alta, diabetes e problemas cardíacos. Justamente por exigir cuidados especiais, o cirurgião-dentista Carlos Alberto Russo alerta os idosos a ficarem atentos à prevenção, freqüentando com regularidade o dentista, o que favorece o diagnóstico precoce e torna os tratamentos mais eficientes. Ao fazer este controle, segundo Russo, o profissional deve pedir exames complementares, quando houver necessidade, manter contato com o médico responsável pelo idoso e instruir o paciente a
realizar o auto-exame, verificando as alterações na parte interna da boca, bochechas e lábios. De acordo com o médico, pessoas acima de 65 anos podem fazer qualquer tipo de tratamento, desde que não haja restrições médicas. Os problemas com próteses são freqüentes com o avanço da idade, de acordo com o presidente da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas – Regional Mogi das Cruzes (APCD-RMC), Fernando Seiji Maekawa. A indicação, revela Maekawa, é que as próteses sejam trocadas a cada cinco anos, porém, é comum que os pacientes utilizem-nas por mais de dez anos. O uso incorreto causa a proliferação de bactérias e fungos e a adaptação errada do tecido ao aparelho.
A ida anual ao oftalmologista é indicada para prevenção e diagnóstico de doenças O problema ocular mais comum causado pelo envelhecimento é a catarata. Os especialistas afirmam que a idade é fator predominante para o aparecimento da doença, que atinge quase todas as pessoas com mais de 70 anos. Segundo o oftalmologista Amaury Reis Junior, o mal surge em decorrência das alterações metabólicas, embora possa ser relacionado a questões congênitas. Outro problema que afeta a visão é o glaucoma, caracterizado pela pressão ocular elevada, além de fatores como lesões no nervo óptico e a espessura da córnea. A degeneração da retina, que
afeta principalmente pessoas claras e pode levar à perda da visão central, também é fonte de preocupação. A ida anual ao oftalmologista é recomendada pelo especialista para a prevenção e o diagnóstico precoce de doenças. “O mercado dispõe de um arsenal terapêutico vasto para o tratamento de males, como o glaucoma. A cirurgia para a cura da catarata também se tornou mais simples, já que não é mais necessário dar pontos. No procedimento, é feita a troca da lente que apresenta opacidade por uma lente artificial”, explica o médico.