Referência em ensino a quarta edição do prêmio mogi news professor cidadão destaca 30 projetos em que a transmissão de conteúdos anda lado a lado com o compromisso de formar cidadãos. Descubra por que esses educadores fizeram a diferença
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suplemento especial 26 de outubro de 2008
EDITORIAL
DOMINGO 26 de outubro de 2008
BALANÇO
Educar para transformar
compromisso consolidado
uma sociedade cada vez mais complexa, exigente e desafiadora, qual seria o papel da escola e do professor? Paulo Freire, o mais célebre educador brasileiro, defendia como método de ensino habilitar o aluno a “ler o mundo” para poder transformá-lo. Para ele, o professor deveria ter papel diretivo e informativo para desenvolver a criticidade nos estudantes. Teorias à parte, os professores cidadãos 2008 mostram que estão engajados na proposta de transformar a realidade de seus alunos. Com projetos pedagógicos eficientes, metodologias relevantes e bom planejamento, eles reafirmam que o compromisso do educador é garantir que seus alunos aprendam. Simples, porém sensatos e eficazes, os projetos vencedores do 4º Prêmio Mogi News 2008 Professor Cidadão mostram que a transmissão de conteúdos anda lado a lado com o compromisso de formar cidadãos críticos e participativos na sociedade. São trabalhos que se diferem pela forma e conteúdo, mas que têm em comum a preocupação com a qualidade do ensino e a busca constante pelo aprimoramento. A coerência de idéias, a consistência dos trabalhos apresentados e a abordagem de assuntos relevantes para o contexto social de suas turmas garantiram a esses profissionais a projeção que merecem. Agora, além da consciência do dever cumprido, eles ganham a oportunidade de compartilhar suas experiências com os colegas de profissão e divulgar para a sociedade iniciativas positivas que vêm sendo desenvolvidas em várias esferas do ensino na região. Numa era em que assuntos como a violência entre professor e aluno, falta de respeito no ambiente escolar, luta por melhores salários e condições para lecionar e tantas outras notícias negativas que muitas vezes ganham destaque na mídia, o Mogi News teve, em 2005, a brilhante idéia de homenagear esses profissionais que não se deixam abalar pelas dificuldades. O objetivo do prêmio, que começou em Mogi e em pouco tempo expandiu-se, repercutindo em todo o Alto Tietê, é reconhecer o trabalho desses profissionais que, iguais a tantos outros espalhados pelo Brasil afora, dão duro para ensinar crianças e jovens a crescerem cidadãos. Selecionados entre mais de cem projetos inscritos de todo o Alto Tietê, os 30 vencedores do Prêmio Mogi News 2008 Professor Cidadão mostram que sabem romper barreiras em sala de aula para garantir a seus alunos uma educação eficiente e transformadora. Com vocês, os vencedores.
ioneiro em iniciativas em todo o Sob a responsabilidade da diretora Alto Tietê, o Mogi News lançou de Circulação e vice-presidente do em 2005 o Prêmio Professor Mogi News, Sônia Massae Amano Cidadão, com o objetivo de de Moraes, a iniciativa pioneira é, a reconhecer e valorizar a atuação cada ano, digna de aplausos dos mais de professores das redes de ensino variados segmentos da sociedade. municipal, estadual e particular que Sônia afirma que a idéia do prêmio fazem da educação um espaço per- é mostrar aos professores que eles manente de aprendizado e cidadania. estão no caminho certo. “Hoje, com A premissa da atia diversidade de vidade, que conta assuntos que são com o patrocínio do dinamizados em Instituto General Mosala de aula, não tors (GM), é premiar podemos desprepráticas educativas zar a quantidade que contribuíram de projetos que para despertar nos tem contribuído alunos o senso da para disseminar responsabilidade e bons exemplos nas da cidadania. esferas pública e Com temática privada”, diz. livre, o prêmio é Nesta quarta ediaberto a educadores ção, a participação das redes pública e de profissionais da particular de todo região foi expressio Alto Tietê. A parva tendo, inclusive, ticipação consiste alcançado recorde na inscrição de em todas as cateuma experiência gorias, confirmando de ensino-aprenHoje, com a diversidade a credibilidade que dizagem realiza- de assuntos que são dinami- o prêmio tem adquida em qualquer zados em sala de aula, não rido. Segundo Sônia, disciplina, área de embora haja uma podemos desprezar a quanconhecimento ou seleção criteriosa conteúdo do cur- tidade de projetos que tem dos projetos que contribuído para disseminar mais se destacarículo escolar. bons exemplos nas esferas ram, o objetivo da O crescimento constante do in- públicas e privadas iniciativa é hometeresse na particinagear todos os pação de diversos professores que, a educadores tem garantido projeção seu modo, contribuem para transregional à iniciativa inédita do Mogi formar a realidade de seus alunos. News, que hoje se consolida no “Pela iniciativa de inscreverem seus Alto Tietê como a única empresa a projetos e acreditarem em seu trareconhecer e valorizar uma das mais balho, podemos afirmar que todos importantes profissões da sociedade. são vencedores”, conclui ela.
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Por Gisleine Zarbietti SidnEy Antonio dE MorAES Diretor-presidente SôniA MASSAE AMAno dE MorAES Diretora-vice-presidente / Circulação WilSon BEGo Diretor-comercial SAlAtiEl dE MorAES Diretor de Marketing MArcoS roBErto SEBAStião Gerente-comercial GiSlEinE ZArBiEtti Edição BárBArA BArBoSA Textos MAriA SAlAS e MônicA vAlEntin Colaboração EdiMAr vEloSo Editoração O tablóide Professor Cidadão é produzido pelo jornal Mogi News Rua Carlos Lacerda, 21, Vila Nova Cintra Mogi das Cruzes Cep: 08745-200 Tel. (11) 4735-8000 www.moginews.com.br
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Sônia Massae Amano de Moraes é diretora de Circulação e vice-presidente do Mogi News
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Educação Infantil
Educação Infantil
CAtEGoRiA
CAtEGoRiA
Rede Municipal
Rede Municipal
Nome: Andrea Rodrigues Barbosa Marinho Escola: EM Monteiro Lobato - Mogi Projeto: “Ler e Escrever, mais que um prazer: é cidadania” Nível de ensino: educação infantil Área envolvida: língua portuguesa Período de realização: de fevereiro a julho de 2008
Mutirão a favor da leitura e da escrita
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lém de professora, Andrea Rodrigues Barbosa Marinho é diretora da Escola Municipal Monteiro Lobato, onde implantou um projeto amplo e eficaz. A idéia era mostrar aos alunos de 3 a 6 anos de idade, a importância de ler e escrever, mas essa acabou sendo apenas algumas das metas que se expandiram e acarretaram em resultados ainda melhores. Ao observar que em 2007 mais de 30% dos pais não responderam as pesquisas sócio-econômicas elaboradas pela escola e que em média 34% deles não participavam de reuniões escolares, a diretora, auxiliada por sua equipe de professores, mobilizou toda a comunidade escolar a buscar respostas para essa defasagem. Para iniciar o trabalho, que recebeu o nome “Ler e Escrever, mais que um prazer: é cidadania”, uma assembléia com os pais e a equipe escolar foi realizada em fevereiro de 2008, quando foram traçadas metas para o ano letivo. Neste encontro, foi eleito, também, o Conselho de Escola, que visa a atrair a comunidade à instituição de ensino. Com reuniões semanais, o conselho traçou mais duas metas: desenvolver as competências de leitura e escrita nas crianças e construir uma organização onde os alunos efetivamente aprendem. “Eles já são cidadãos e estão inseridos na
sociedade, por isso, são sujeitos de direitos e deveres que podem e devem ser amplamente estimulados”, ressalta Andrea. A aplicação prática do projeto teve início em fevereiro, a partir de uma avaliação para verificar como os alunos viam a escola, a família e como escreviam em suas hipóteses psicogenéticas. Com alguns desenhos, eles representavam, a seu modo, a escrita da palavra. Nos meses que se seguiram, toda a comunidade escolar estudou a cultura de vários países e cada sala foi batizada com o nome de um deles. Por meio de pesquisas e leituras, os alunos estudaram temas como alimentação, cultura, costumes, brincadeiras, músicas e outras características dos países. Entre tantas ações desenvolvidas pelo projeto ao longo do ano, a escola organizou uma “Festa das Nações”, no mês de julho. No evento, aberto à comunidade, toda pesquisa realizada pelos alunos ganhou significado maior quando eles puderam apreciar pratos típicos dos países estudados, além de músicas e brincadeiras. Para a alegria de Andrea, a participação ativa da comunidade no projeto resultou em um aumento de mais de 20% da participação dos pais em reuniões escolares. Além disso, o índice de freqüência às aulas, que era de 82%, passou a ser 92%.
Nome: Florência Beserra da Silva Almeida Escola: EM Cláudia Marina Nogueira - Guararema Projeto: “Meio Ambiente Preservado, Futuro Garantido” Nível de ensino: pré-escola Área envolvida: ciências naturais Período de realização: de junho a dezembro de 2007
Preocupação com o futuro
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e um lado, o desejo de levar doando sacolas porta-lixo para auaos alunos da pré-escola da tomóveis e panfletos explicativos. Escola Municipal Cláudia Ma- “Vale ressaltar que os materiais rina Nogueira noções sobre distribuídos aos condutores foram qualidade de vida e preservação do confeccionados pelos próprios esmeio ambiente. De outro, a condição tudantes. As sacolas estampavam privilegiada para abordar o assunto, desenhos relativos ao tema e a frase já que a instituição de ensino está ‘Cuide do nosso planeta, não jogue localizada em um município valorizado lixo na rua’”, explica. pela preservação da área verde. Além do pedágio, outras atividaA união destes dois fatores re- des foram desenvolvidas e, passeios, sultou no projeto “Meio Ambiente programados. Em visita ao Núcleo Preservado, Futuro Garantido”, no de Educação Ambiental Projeto qual a professora Florência Beserra Reciclagem, as crianças foram inda Silva Almeida viu a oportunidade centivadas a fazer a coleta seletiva de levar para a sala de aula temas de lixo e receberam instruções de como aquecimento global, reciclagem como fabricar o papel reciclado. Na e economia de água, além de discutir prática, os alunos colocaram a mão com os alunos as conseqüências de na massa, literalmente, e repetiram muitos hábitos ambientais. “Levantar a atitude ao criarem esculturas de questões relativas à natureza auxilia árvores, rios e planetas com o uso os alunos a assumir, de forma inde- de massinha de modelagem. pendente, atitudes de proteção e Satisfeita com os resultados, a melhoria da qualidade de vida. Assim, professora conta que atitudes simples, histórias, dramatizações, rodas de mas eficazes para assegurar melhores conversas, filmes, músicas e outras condições de vida no planeta, como atividades comuns à educação infantil apagar a luz e fechar as torneiras, ganharam um significado ainda maior tornaram-se hábitos no ambiente no projeto”, ressalta Florência. escolar e na casa dos alunos, conCom esta proposta, no Dia Mundial forme o relato dos pais. Segundo do Meio Ambiente, comemorado em ela, mais que ensinar com diversão, 5 de junho, a escola realizou um pe- o projeto deu um passo importante dágio inusitado nas ruas da cidade. ao estimular o exercício da cidadania. Nele, em vez de parar os motoristas “A função do projeto era mostrar e lhes cobrar algo, os alunos para- que todo ser humano deve cuidar vam os veículos e incentivavam seus da natureza, nossa maior fonte de condutores a preservar a natureza, vida”, resume a professora.
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Educação Infantil
Ensino Fundamental - Ciclo I
CAtEgOriA
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Rede Municipal
Rede Municipal
Nome: Alessandra Siqueira Corrêa Escola: EM Benedito Ferreira Lopes – CAiC - Mogi Projeto: “O que acontece quando brinco com a água?” Nível de ensino: infantil iii Área envolvida: interdisciplinar Período de realização: de maio a junho de 2008
Entendendo os fenômenos da natureza
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o partir do pressuposto de que toda criança gosta de brincar com água, devido às suas propriedades, a professora Alessandra Siqueira Corrêa desenvolveu um projeto dividido em cinco oficinas dinâmicas e reflexivas, pautadas na vivência e exploração sensorial dos alunos. Questionadoras, as oficinas foram assim intituladas: “O que acontece quando brinco com a água?”, “O que é água para mim?”, “Como ocorre a evaporação?”, “Que barulho a água faz?” e “Para que serve a água?”. Por meio delas, a professora buscou ampliar a compreensão da criança sobre a natureza, baseando-se em uma metodologia simples. A cada oficina, os alunos eram divididos em grupos, para que pudessem explorar, de maneira intensa, todas as possibilidades do tema. Em “O que acontece quando brinco com a água?”, os estudantes foram estimulados a brincar livremente com o elemento, que estava contido em recipientes de diversos tamanhos, nos quais objetos foram sendo colocados. Essa atividade possibilitou às crianças observarem que os materiais em contato com a água ficam molhados. Além disso, peneiras e funis foram utilizados na brincadeira, a fim de observar o estado líquido da água. Na segunda oficina (“O que é água
para mim?”), os alunos conversaram entre si sobre o que é a água, os lugares onde ela está presente e para que serve. Posteriormente, registraram todo o aprendizado em desenhos e outras atividades relacionadas ao tema. “Como ocorre a evaporação?”, terceira oficina do ciclo, abordou o fenômeno da chuva, com uso de materiais didáticos que facilitaram a compreensão do processo de evaporação. No desfecho, um filme sobre o tema foi apresentado. Com uso de chocalhos, papel celofane, CDs com sons de cachoeira, do mar, da chuva, entre outros, a quarta oficina (“Que barulho a água faz?”) teve por objetivo desenvolver a atenção e percepção dos sons da água, em diferentes situações. Por fim, um questionário proposto para a última oficina (“Para que serve a água?”), foi respondido por meio dos registros gráficos e textuais feitos ao longo das atividades. Além de aprender sobre um dos mais preciosos bens da humanidade, os alunos ganharam em vivência. “As diversas informações recebidas, em sua maioria, processos abstratos que se tornaram vivências e explorações, resultaram num processo de assimilação que contribuiu para o desenvolvimento de suas potencialidades, ou seja, a construção do conhecimento”, avalia Alessandra.
Nome: renata Monteiro Escola: EM Dr. Luiz Beraldo de Miranda – Mogi Projeto: “Cientista Mirim” Nível de ensino: 3ª série do ensino fundamental Área envolvida: meio ambiente Período de realização: 1º semestre de 2008
Brincando com a ciência
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onsiderada por seus alunos uma pessoa rigorosa, mas ao tempo que “ensina coisas legais”, a professora renata Monteiro conta que sempre se preocupou em tornar o processo de ensino-aprendizagem mais significativo, ensinando os alunos a compreenderem o mundo em que vivem. Neste contexto, renata desenvolveu o projeto “Cientista Mirim”. A proposta era fazer com que os estudantes identificassem as semelhanças e diferenças entre diversos elementos, como água, ar e solo e, ainda, como eles se relacionam entre si e com os demais seres vivos. Segundo a professora, com essa percepção, os alunos passariam a conhecer os diferentes tipos de poluição, bem como suas causas e conseqüências. Por fim, reconheceriam a necessidade de preservar o meio ambiente, assunto muito discutido nos dias de hoje. Para atingir seus objetivos, renata iniciou, então, com sua turma da Escola Municipal Dr. Luiz Beraldo de Miranda, uma série de atividades, tanto individuais quanto em duplas, que incluía observação, pesquisas em livros, sites, revistas, redação e a realização prática de experimentos. Nesta última fase, os alunos foram desafiados, por exemplo, a coletar uma folha de árvore e guardá-la em
um envelope com o endereço de sua procedência. Depois disso, era preciso passar um pedaço de papel higiênico ou guardanapo branco sobre a folha, para identificar o grau de poluição do ar. Os resultados foram os mais diversos, mostrando uma sujeira maior vinda da folha retirada em ruas movimentadas da cidade, e outra menor, na folha retirada do sítio da vovó. Outro ponto destacado no projeto foi a escrita. Uma das etapas incluía o tema “Protocolo de Kyoto– Carta ao Presidente Bush”, em que os alunos, por meio de seus conhecimentos prévios e de outros adquiridos no decorrer das aulas, puderam expressar, em forma de carta, o que gostariam de dizer ao atual presidente dos Estados Unidos, george W. Bush, por se recusar a assinar o protocolo de Kyoto. Além disso, a turma era instruída a elaborar hipóteses e fazer registros dos fatos observados no decorrer da pesquisa, com o intuito de compreender a importância das atitudes individuais e coletivas para a preservação dos recursos do Planeta. “Ao observar o desenvolvimento e atitudes durante as atividades propostas e os resultados obtidos, nota-se que os resultados são predominantemente positivos, considerando as mudanças de atitudes dos alunos que, por vias gerais, acabam influenciando os familiares”, avalia renata.
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Ensino Fundamental - Ciclo I
Ensino Fundamental - Ciclo I
CATEgOriA
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Rede Municipal
Rede Municipal
Nome: Fátima Aparecida Jaguanharo Carvalho Escola: EMEF Padre Eustáquio - Poá Projeto: “Jornal em Sala de Aula: mais uma estratégia para o ensino-aprendizagem” Nível de ensino: 2ª série do ensino fundamental Área envolvida: interdisciplinar Período de realização: agosto de 2008
Jornal: uma ponte entre o ensino e a realidade
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or acreditar que o jornal, ao instante em que estreita o relacionamento do aluno com o mundo, pode ser utilizado em sala de aula como ferramenta de aprendizado, a professora Fátima Aparecida Jaguanharo Carvalho passou a levar para dentro de sua classe, na EMEF Padre Eustáquio, em Poá, periódicos com matérias de diversas editorias. O objetivo era fazer com que os alunos, ao lerem os textos jornalísticos, pudessem interpretá-los e, acima de tudo, reconhecer elementos comuns ao aprendizado do cotidiano – gramática textual, ordem alfabética, entre outros – no texto jornalístico. “O estudo e a leitura do jornal dentro de um contexto pedagógico, em alguns casos é muito mais bemsucedido que o simples uso do livro didático. Esse instrumento pedagógico forma um conjunto de cidadãos mais informados e participantes, o que é positivo para o ensino e condizente com a nossa proposta pedagógica”, observa Fátima. Preocupada com o desenvolvimento integral do aluno, a professora ressalta a importância de incentivar a leitura de jornal, partindo do pressuposto de que na escola os estudantes têm uma leitura diferente da realidade vista nos jornais, por isso, considera este fato como sendo “causa do
distanciamento entre a escola e a vida social”. O projeto desenvolvido também visa a despertar no aluno a percepção em associar o conteúdo abordado em sala de aula com os acontecimentos da atualidade, reportados nos jornais, além de colocá-lo em contato com uma fonte inesgotável de leitura e pesquisa. “O hábito de ler jornais enriquece a capacidade de entendimento dos alunos, principalmente a ampliação do vocabulário e compreensão de textos. Também aumenta as informações do educando sobre o mundo e a comunidade onde vive”, justifica Fátima. Após um mês levando jornais para a sala de aula, a professora passou a colher os resultados de sua iniciativa. Diante de seu objetivo inicial, a educadora concluiu que o hábito de usar o jornal em sala de aula aumentou a interatividade entre seus alunos, além de ter ampliado suas fontes de consultas e, conseqüentemente, a possibilidade de produzir diversos e diferentes tipos de textos. “Quando decidi ser professora foi com a intenção de formar cidadãos aptos a compreender a sociedade em que vivem, interagindo com o meio e sendo capazes de resolver os problemas do seu cotidiano por meio da visão ampla do mundo”, ressalta.
Nome: Ana Maria da Silva Escola: EM Prof. Dermeval Arouca – Mogi Projeto: “É a cidadania em ação” Nível de ensino: 1ª a 4ª séries do ensino fundamental Área envolvida: interdisciplinar Período de realização: de 2007 a 2008
Integração e solidariedade
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esenvolvido pela professora dar ênfase à leitura, transformando os Ana Maria da Silva, o proje- “pequenos em grandes leitores”. to “É a cidadania em ação, Para tanto, criou-se o “Cantinho conquistando e realizando” da Leitura”, no qual os alunos são é uma iniciativa contínua, que se incentivados a ter contato com encontra em andamento há dois livros, jornais e revistas, além de anos com algumas adaptações em atividades extras, como a “Hora da seu desenrolar. Poesia” e “Hora da História informal”. Na essência, o projeto é desen- Na atividade, o aluno pode contar volvido pelo grupo de Apoio Escolar sua história e, sobretudo, aprender (gAE), o qual ela é coordenadora. sobre a vida e a obra de autores Formado por dois alunos de cada nacionais e internacionais. série - 1ª a 4ª do ciclo i do ensino Neste ano, em que se comemora fundamental - da Escola Municipal o centenário de Machado de Assis, Professor Dermeval Arouca, o gAE por exemplo, foi proposto aos alunos teve início no ano passado e seu pesquisar sobre a história do escritor, trabalho consiste em desenvolver o que, sem dúvida, os colocou em atividades não apenas dentro do contato com um dos maiores ícones ambiente escolar, mas também em da literatura brasileira de todos os conjunto com a sociedade. tempos. Entre suas atribuições recentes, Sob o lema “Seja você mais um podemos citar a campanha do leite nesse círculo da viagem ao mundo em benefício a asilos, a participação por meio da leitura”, a professora efetiva em festas da escola, concur- relata que os resultados, até o mosos em datas comemorativas, como mento, são satisfatórios, mas que o Dia internacional da Mulher, Dia dos o objetivo é ir além. Segundo ela, Pais e das Mães e a Semana Nacional houve uma melhoria na relação de Trânsito. individual e coletiva dos alunos, bem “No gAE procuramos envolver pro- como a conscientização deles sobre fessores, alunos, pais e funcionários a importância da leitura. para construir a beleza e a alegria “É necessário que a escola dê connecessárias para o ato de aprender”, dições para que os alunos criem o explica Ana Maria. hábito da leitura, da participação e Para este ano de 2008, algumas da cidadania. Tudo o que foi proposto modificações foram inseridas no nesse projeto, estamos conseguindo projeto. Além de eleger novos alunos atingir, transformando o sonho em para integrar o grupo, o gAE propôs atitude”, avalia Ana Maria.
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Ensino Fundamental – Ciclo I
Ensino Fundamental – Ciclo I
CATEGOriA
CATEGOriA
Rede Estadual
Rede Estadual
Nome: José Cuadrado Garcia Junior Escola: EE Paulo Tapajó – Mogi Projeto: “Projeto Cantando com as Mãos– Apresentação e Divulgação da Libras” Nível de ensino: 2ª série do ensino fundamental Área envolvida: artes Período de realização: segundo bimestre de 2008
Inclusão, a base para a cidadania O pROjEtO suRGIu pEla NEcEssIDaDE DE sE tRabalhaR cOM a INclusãO sOcIal Nas EscOlas
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m professor que busca por meio de sua profissão transformar a sociedade, despertando em seus alunos uma consciência crítica do que é ser cidadão. Este é José Cuadrado Garcia Junior, que levou para dentro da sala de aula convencional o aprendizado da Língua Brasileira de Sinais (Libras), na Escola Estadual Paulo Tapajós. “O projeto surgiu pela necessidade de se trabalhar com a inclusão social, inserindo os alunos com necessidades educacionais especiais no contexto social, uma vez que é dever da escola exercer esse papel na vida do educando, principalmente, quando se tem alunos que necessitam da comunicação de sinais”, justifica o professor. Com o objetivo de não apenas apresentar, mas também desenvolver a Libras por meio da arte, o projeto utilizou a pantomima – modalidade cênica que faz uso de mímicas, com expressões faciais e corporais - como método de trabalho. O professor propôs o estudo da Libras para que questões básicas de convívio social pudessem ser aprendidas, sempre de forma lúdica. Para ele, essa seria uma forma de também se trabalhar com os alunos,
conceitos de ética e cidadania, começando pelo relacionamento com os colegas de escola que necessitam dessa linguagem. “A preocupação com o cuidado do corpo foi bastante fundamentada e percebi que os alunos sabiam da importância deste zelo para sua própria integridade moral”, avalia. O primeiro passo foi estudar a teoria da Libras e a história dos surdos no Brasil. A partir daí, trabalhos com música e dança foram desenvolvidos, como forma de exercer dramaticamente a pantomima. Para isso, três músicas em linguagem de sinais foram ensaiadas constantemente. Outro conceito trabalhado, o alfabeto de sinais, foi ensinado por meio de desenhos que sinalizavam os ambientes da escola, como banheiro, diretoria e secretaria. Expressões comuns do cotidiano, como “bom dia”, “boa tarde” e “tudo bem”, foram ensinadas na linguagem dos sinais. “Os alunos, em geral, perceberam que a linguagem de sinais é uma comunicação universal, podendo ser falada por diferentes povos e culturas. Pude perceber que houve grande melhoria no relacionamento entre todos os alunos e professores, principalmente com um aluno especial, que hoje em dia faz uso desta linguagem para se comunicar comigo e com seus colegas”, conta ele, orgulhoso.
Nome: Tatiane Almeida da rocha Escola: EE Professor rodolpho Mehlmann - Mogi Projeto: “Ler e Criar com os Autores” Nível de ensino: 2ª série do ensino fundamental Área envolvida: leitura e alfabetização Período de realização: de maio a junho de 2008
Leitura e alfabetização: parceria de sucesso
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onvicta de que a leitura é a mais rica e prazerosa ferramenta de alfabetização, a professora Tatiane Almeida da rocha deu início ao projeto “Ler e Criar com os Autores”, intitulado pelos próprios alunos. “Ser um bom leitor significa conhecer e entender vários gêneros textuais”, explica. “Distingüir esses diferentes gêneros só é possível quando o processo de alfabetização está apoiado nessa diversidade de textos e não se restringe à leitura de poucas palavras”, acrescenta. No primeiro momento, a professora apresentou aos alunos histórias de Ana Maria Machado e propôs a eles a leitura de “De carta em Carta”. Assim como nas leituras seguintes, essa foi dividida em antes e depois. No antes, uma explanação sobre o assunto do livro era feita; no durante, ela lia o texto com entonação, para prender a atenção dos alunos e, no depois, permitia que todos comentassem suas impressões sobre a história. Em todas as etapas, Tatiane disponibilizou, também, a “Biblioteca na Sala”, uma caixa com diversos livros para os alunos. Conquistada a atenção dos estudantes, a professora passou para a segunda parte do projeto: a escrita. Nesse instante, levou para a sala de aula obras de Tatiana Belinky, entre elas “Mandaliques”, que incluía tam-
bém alguns limeriques – poemas de cinco versos em que os dois primeiros rimam com o último e os dois do meio rimam entre si. Para que todos pudessem compreender bem de que se tratava, a professora propôs a criação coletiva de um limerique e, posteriormente, os alunos, divididos em duplas, compuseram seus próprios poemas. Na terceira e última parte do projeto, foi proposto à classe conhecer a fundo o trabalho da autora ruth rocha, por meio da apreciação de algumas de suas obras, momento em que a escrita também foi desenvolvida. “Comecei a leitura de ‘O reizinho Mandão’ e interrompi exatamente no desfecho. A partir daí expliquei que iriam criar um final para a história que ouviram”, exemplifica. Tatiane destaca, ainda, a importância da Sala Ambiente de informática (SAi), onde os alunos puderam pesquisar na internet a biografia dos autores e, depois, com o auxílio dos pais, responder a um questionário que formava sua própria biografia. Entre tantos resultados positivos, a professora diz que o projeto deve continuar. “A leitura tem de ser diária e é necessária para que possamos concluir o ano letivo com todos os alunos plenamente alfabetizados e, mais que isso, como leitores críticos e pensantes, o que é o maior sonho de qualquer professor alfabetizador”.
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Ensino Fundamental – Ciclo I
Ensino Fundamental Ciclo II
CAtEgorIA
CAtEgorIA
Rede Estadual
Rede Estadual
Nome: Lígia de Araújo Miranda Escola: EE Profª Maria Isabel Santos Mello - Mogi Projeto: “Eu tenho valor” Nível de ensino: 2ª série do ensino fundamental Área envolvida: interdisciplinar Período de realização: segundo semestre de 2007
Incorporando valores na sala de aula a EDucaçãO é uM DOs pRINcIpaIs MEIOs paRa pROMOvER O DEsENvOlvIMENtO huMaNO
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or acreditar que a educação tem papel fundamental no desenvolvimento pessoal e social do aluno, a professora Lígia de Araújo Miranda decidiu colocar alguns valores em discussão no projeto que desenvolveu com os alunos da Escola Estadual Professora Maria Isabel dos Santos Mello, em Mogi. “A educação é um dos principais meios disponíveis para promover uma forma mais profunda e harmoniosa de desenvolvimento humano e, assim, reduzir a desigualdade social, a discriminação, a ignorância, a opressão e até mesmo a guerra”, justifica. Com este ponto de vista, no ano passado, Lígia deu início ao trabalho “Eu tenho valor”, no qual procurou incorporar diversos modos de explorar valores dentro da sala de aula. Dividido em vários temas, o projeto teve uma abrangência bastante diversificada, englobando questões como paz, respeito, amor, humildade, união, responsabilidade, felicidade, cooperação, honestidade, tolerância e simplicidade. Cada um desses valores foi incorporado às aulas, por meio de diversas disciplinas. Desenvolvidos no início das aulas, os temas foram trabalhados de cinco formas: reflexão, registro, expressão
artística, leitura ou vídeo e habilidades sociais. Durante a reflexão, assuntos próprios dos alunos e da comunidade eram discutidos, valorizando a dignidade humana. Depois, no registro, os estudantes eram instruídos a compor textos ou desenhos que expressassem o que havia sido discutido, desenvolvendo a criatividade. “As visualizações tornaram os valores mais relevantes para os estudantes, pois encontraram um lugar dentro de si em que podem experimentar qualidades e criar idéias que lhes são próprias”, conta Lígia. Um pouco diferente do registro, a expressão artística levou os alunos a expor os valores aprendidos em músicas, danças, pinturas, entre outras formas de arte. Na fase de leitura ou vídeo, textos relacionados ao assunto foram lidos e, a cada 15 dias, um filme sobre a temática era exibido. Por fim, na fase das habilidades sociais, foram feitas resoluções de conflitos, apresentadas em conversas e assembléias, o que contribuiu, entre outros fatores, para estimular a habilidade de comunicação dos alunos. “Com o andamento do trabalho, principalmente quando se manifestavam artisticamente, a resistência e a intolerância foram desaparecendo e as qualidades naturais dos alunos começaram a emergir”, aponta Lígia.
Nome: Lilian Akemi Ugiie Escola: EE Professor Cláudio Abrahão - Mogi Projeto: “Matemática x Festa Junina” Nível de ensino: 6ª série do ensino fundamental Área envolvida: matemática Período de realização: ano letivo de 2007
Desmistificando a matemática
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ma das disciplinas que os mática foi ensinada na prática, e não alunos mais encontram difi- apenas nas páginas dos cadernos, culdade foi o tema do projeto foi durante a confecção das bandeiproposto pela professora de rinhas típicas da festa de São João. matemática Lílian Akem Ugiie, que “Ao traçar o modelo das bandeirinhas, teve por objetivo tornar os cálculos percebemos a necessidade de medidas menos traumatizantes e mais pró- e a presença da simetria”, relata. ximos dos estudantes. Para isso, o Durante a arrecadação de prendas, trabalho foi desenvolvido junto a o projeto se desenvolveu ao serem um evento comum nas escolas: a trabalhados conceitos de proporfesta junina. ção, além da pesquisa de preços A idéia surgiu durante uma reunião das mercadorias correspondentes de professores, na qual convidar às prendas em diversos mercados a comunidade para participar da da cidade. festa e a arrecadação de prendas “Ao pesquisar preços, os alunos foram algumas das preocupações descobriram que os produtos tamdiscutidas. bém sofrem influências das marcas. Para fazer do evento um sucesso, Além disso, perceberam que podeos professores sugeriram que fos- riam obter a mesma pontuação sem confeccionados, com os alunos, em prendas gastando menos e, convites para entregar à comunidade, ainda, que poderiam aplicar a pesalém de organizar uma gincana para quisa, para economizar”, detalha a arrecadação de prendas, com ta- a professora. bela de pontuação e apresentações. No final do projeto, os alunos Nesse instante, então, surgiu a idéia obtiveram resultados satisfatórios de associar a festa junina ao ensino nas atividades, que correspondiam de matemática. às avaliações. Mais do que isso, a Ao ensinar polígonos, Lílian apro- matemática passou a ser vista com veitou para confeccionar os convites outros olhos e sua importância foi da festa com os alunos. “Preparando reconhecida. os convites classificamos polígonos Por meio de atividades simples, quanto aos lados e observamos como a pesquisa de preços no merseus ângulos. também elaboramos cado, os alunos puderam ver que os um pequeno texto contendo data, números e cálculos se aplicam nas local e horário da festa”, explica a situações mais simples do dia-a-dia, professora. por isso, é necessário estudá-los e outro momento em que a mate- entendê-los.
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Ensino Fundamental Ciclo II
Ensino Fundamental Ciclo II
CAtegOriA
CAtegOriA
Rede Estadual
Rede Estadual
Nome: Márcia Higajo Koyama Escola: ee Batista renzi - Suzano Projeto: “Cuidando do Ninho” Nível de ensino: 7ª série do ensino fundamental Área envolvida: ciências Período de realização: novembro de 2007
Nome: Lúcia Helena Paulino gonçalves Escola: ee Historiador isaac grinberg - Mogi Projeto: “Nada se perde, tudo se transforma” Nível de ensino: ensino fundamental Área envolvida: ciências Período de realização: ano letivo de 2007
Conscientização e respeito
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uando decidiu ser professora, Márcia Higajo Koyama tinha em mente transformar seus pequenos alunos em grandes cidadãos. Assim, decidiu trabalhar em sala de aula conceitos de prevenção e a temática escolhida para este projeto foi a gravidez na adolescência. “O objetivo era trabalhar com o grupo questões relacionadas com a maternidade e a paternidade e com a responsabilidade de suas ações”, explica. O objetivo de Márcia, no entanto, transcendeu o esperado e, ao final do projeto, os adolescentes não só tiveram consciência das dificuldades que uma gravidez indesejada provoca, como também passaram a valorizar mais seus pais. Por meio de depoimentos, eles expressaram seu amor e gratidão. Para atingir esses resultados, a professora considerou que deveria fazer os alunos sentir a responsabilidade que é cuidar, educar e arcar com as despesas de alguém. Frágil como um bebê, o ovo foi escolhido pela professora para fazer o papel de filho. Com isso, cada adolescente precisou cuidar de um “bebê-ovo” e a ele dar um nome. Como em toda criança, o “ovo” também deveria lembrar o pai ou a mãe, por isso, cada aluno personalizou seu “filho” com suas próprias características.
Passada a fase divertida, que envolveu arte e criatividade, os estudantes se depararam com o primeiro compromisso: levar o “filho” a todos os lugares que fossem pelo prazo de dez dias. Posteriormente, precisaram providenciar certidão de nascimento, álbum de fotos, carteirinha de vacinação, atestado de óbito (caso quebrassem o ovo) e uma lista das necessidades do “bebê-ovo” (desde a chupeta ao quarto) e anotar o valor total da despesa. Ao longo dos dez dias, foram levantadas discussões em cima de alguns pontos, para saber dos alunos de que forma o “bebê-ovo” interferiu na vida deles. Por meio dos relatos, que envolveram também os sentimentos em relação ao ovo e as dificuldades em cuidar de algo tão frágil, os alunos puderam entender como seria ter um filho na adolescência, fase em que a pessoa ainda não está preparada para assumir as responsabilidades que uma criança exige, tanto financeira quanto psicologicamente. Os bons resultados obtidos com o projeto foram, então, comemorados com uma apresentação teatral exibida para os pais, os grandes homenageados do trabalho, que despertou nos alunos o reconhecimento da importância da figura materna e paterna para o bem-estar de cada um.
Cuidando do que é nosso O pROjEtO vIsa a MElhORaR, pRIMEIRaMENtE, a EscOla, DEpOIs sEus aRREDOREs, DEspERtaNDO NOs aluNOs a IMpORtâNcIa DE sE pREsERvaR O MEIO aMbIENtE
I
niciada na conferência eco 92, a Agenda 21 é um compromisso assinado por mais de 170 países. Seu objetivo é claro: fazer com que os países participantes incorporem em suas políticas públicas, propostas para o desenvolvimento sustentável do Planeta. inspirada nesse modelo de conduta, a professora Lúcia Helena Paulino gonçalves levou para seus alunos a “Agenda Ambiental”, que visava a melhorar, primeiramente, a escola, depois seus arredores, despertando nos alunos a importância de se preservar o meio ambiente. Com isso, a professora pretendia também que cada jovem participante estendesse as ações até suas ruas, bairros e assim por diante. “A ‘Agenda Ambiental’ é um plano de desenvolvimento e manejo ambiental que identificou os problemas e os meios para enfrentá-los, propondo ações para reduzir os impactos negativos decorrentes da ação do homem”, explica a professora. Para dar início aos planos, uma ampla campanha de sensibilização e motivação foi feita na própria escola e visava o envolvimento de todosalunos, funcionários e pais - nessa
dinâmica em prol da sociedade. Por meio da campanha, todos foram informados sobre a implantação da “Agenda Ambiental”, coordenada por uma comissão constituída por representantes de todos os setores da escola, desde o administrativo até a sala de aula. Com a comissão formada, começaram os encontros, que eram realizados semanalmente. Na primeira reunião, um questionário sobre como cada um via a escola foi respondido. Com essas informações, os representantes da comissão traçaram um diagnóstico do que precisava ser corrigido, melhorado e modificado dentro da escola. “Fica cada vez mais claro que o espaço escolar é um lugar privilegiado para a formação do cidadão, tendo em vista que cada um é responsável pela melhoria do processo de aprendizagem”, ressalta Lúcia. entre muitas ações desenvolvidas pela comissão constituinte da “Agenda Ambiental”, destacam-se a apresentação da peça “Cada um é responsável por aquilo que é de todos”, a elaboração da paródia “temos que preservar”, da música “Quando a Chuva Passar”, de ivete Sangalo, e o trabalho de compostagem “Nada se perde, tudo se transforma”, que foi utilizado para a manutenção e elaboração do jardim da escola e inspirou o nome do projeto.
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1º Lugar
2º Lugar
Ensino Médio
Ensino Médio
CATEgOrIA
CATEgOrIA
Rede Estadual
Rede Estadual
Nome: Zuleide Aparecida Padija de Oliveira Escola: EE Professor Benedito Borges Vieira - Mogi Projeto: “Aula de Educação Física é Coisa Séria– I Maratona Ecológica” Nível de ensino: ensino médio Área envolvida: interdisciplinar Período de realização: de agosto de 2006 a agosto de 2007
Preservação e saúde
A
liar a prática da atividade física à preservação ambiental. Esta foi a proposta do projeto elaborado pela professora Zuleide Aparecida Padija de Oliveira, que movimentou alunos, professores, além de integrantes da escola e da comunidade para a “I Maratona Ecológica em direção à represa de Taiaçupeba”. Amplo, o projeto envolveu outras áreas de conhecimento, o que, segundo a professora, é necessário para estimular a vontade de aprender do aluno. “O conhecimento de uma disciplina ajuda na compreensão e no entendimento de conteúdos diversificados com significados relevantes e habilidades abordadas por outros professores, o que torna mais fácil e prazeroso o aprendizado”, explica. Assim, conhecimentos práticos e teóricos foram passados aos alunos antes da data prevista para a maratona durante as aulas de matemática, português, biologia, artes, história e educação física. Em matemática, por exemplo, os alunos utilizaram a fórmula da freqüência cardíaca, cuja aplicação foi útil tanto para a maratona quanto para o aprendizado das quatro operações básicas, além do estudo da porcentagem e leitura e construção de gráficos. Não menos importante, em biologia os alunos receberam conteúdos a
respeito do coração e do pulmão, dois órgãos diretamente ligados à prática de atividades físicas. Paralelamente ao conteúdo aprendido, os estudantes colocavam em prática durante as aulas de educação física toda a base teórica que recebiam, o que os levou a um preparo físico consciente para a maratona, respeitando os limites de cada um. Ao final da fase preparatória, os alunos partiram para a prática com mais aproximadamente 600 pessoas, que caminharam 5 km. até a represa de Taiaçupeba. No local, foi realizada a cerimônia de premiação dos alunos e servido um lanche, que abasteceu os participantes para mais 5 km. de volta, totalizando 10 km. de maratona. “A represa de Taiaçupeba foi escolhida como ponto de chegada, pois representava simbolicamente a intenção de preservar”, lembra Zuleide. Durante toda a caminhada, os alunos distribuíram aos motoristas que passavam pelo percurso - a estrada Mogi-Bertioga - diversos panfletos informativos sobre a importância da preservação ambiental. As ações que integraram o projeto, embora aparentemente fossem simples, tiveram resultados efetivos. “O projeto trouxe para o espaço escolar uma convivência mais prazerosa, além de alunos mais motivados e interessados”, ressalta a professora.
Nome: Adriana B. de Souza Assis Escola: EE Professor Cláudio Abrahão - Mogi Projeto: “Sarau – Vivenciando a Literatura” Nível de ensino: 1º e 2º ano do ensino médio Área envolvida: língua portuguesa Período de realização: outubro e novembro de 2007
Diversificando o aprendizado MINha INtENçãO ERa quEbRaR O tabu DE líNGua chata E DEcORatIva, MOstRaNDO aOs MEus aluNOs quE O usO Da líNGua pORtuGuEsa pODE sER DIvERtIDO E cRIatIvO
Q
uando decidiu ser professora, Adriana B. de Souza Assis já tinha em mente lecionar a língua portuguesa, mas não da forma convencional e pouco atrativa para os estudantes. “Minha intenção era quebrar o tabu de língua chata e decorativa, mostrando aos meus alunos que o uso da língua portuguesa pode ser divertido e criativo”, detalha. Tanto perseguiu sua meta, que hoje ela é considerada pela sua turma não apenas uma professora criativa, mas também dinâmica e determinada. Prova disso é que em 20 de novembro do ano passado – quando se comemora o Dia da Consciência Negra– seus alunos apresentaram peças teatrais, músicas, jograis e obras de grande destaque da literatura portuguesa e brasileira no projeto “Sarau – Vivenciando a Literatura”. Até a apresentação, no entanto, muito trabalho foi feito no desenrolar do projeto. O primeiro passo foi reconhecer em sala de aula até que ponto os alunos tinham conhecimento sobre obras literárias.
Feito isso, foi solicitado aos estudantes que pesquisassem em livros e na Internet a vida e obra de alguns autores, para que pudessem representá-los de forma teatral. Antes de transformar o conhecimento adquirido por meio de leituras em textos teatrais, os alunos foram orientados pela professora sobre a diferença e as características dos estilos literários. No final do projeto, os estudantes, divididos em equipes, montaram, como mencionado, diversas apresentações artísticas, baseadas nas pesquisas realizadas. Foram três semanas de ensaios intensos, que resultou no “Sarau Cultural”, apresentado no salão nobre da unidade escolar. Na ocasião, alunos, professores, gestores e a supervisora de ensino puderam presenciar de perto a emoção dos jovens que, embalados pelo som do convidado André Luiz de Melo Sousa, levaram ao palco o que antes conheciam apenas no papel. “Todos os alunos atingiram os objetivos propostos, superando com afinco as dificuldades e desenvolvendo o projeto com originalidade e criatividade”, avalia Adriana. “Pude observar que as atividades diferenciadas ajudam a melhorar não só a aprendizagem, mas também a convivência dentro e fora da sala de aula”, acrescenta.
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COMISSÃO JULGADORA
Seriedade na organização e cre A AlCioNe MAriA GiANNiCo de ArAújo ViANA
Graduada pela Universidade de Taubaté em Relações Públicas e pós-graduada em Comunicação Empresarial. Atualmente, é gerente de Relações Públicas e Governamentais da General Motors do Brasil, unidade de São José dos Campos, sendo responsável pela organização de eventos e demais atividades de Responsabilidade Social da empresa.
AuClésio rANieri
Diretor titular do Sesi Nadir Dias de Figueiredo, também é professor da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), com pós-graduação em Ciências do Esporte e especialização em Responsabilidade Social das Empresas. Por meio da entidade, que dirige desde março de 1999, coordenada dez escolas que desenvolvem serviços sociais em campos como educação, saúde, cultura, esportes, lazer e alimentação, voltados para mais de 8 mil alunos e para a população das cidades de Mogi, Suzano, Poá e Ferraz de Vasconcelos.
avaliação dos trabalhos inscritos no Prêmio Mogi News 2008 P lidade da iniciativa. Marcada pela isenção e seriedade em sua r de notas ocorreu no anonimato, sendo preservadas a identidad realizado por uma comissão julgadora formada por profissionais de d experiência em avaliação de projetos. Com eficiência e autonomia, os a relevância pedagógica e social do tema escolhido, a criatividade do p a seguir o júri da quarta edição: Gedeão AlVes
Bacharel em Direito pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) e graduado em Oratória pela Universidade Braz Cubas (UBC), com cursos de Extensão Universitária em Direito Criminal, Civil e Tributário. É escritor e poeta, com livros e coletâneas lançados, funcionário público, coordenador do Grupo de Escritores do Lions Clube de Mogi das Cruzes – Estância e presidente da Associação Mogiana Oficina dos Aprendizes (Amoa).
isidoro dori bouCAult Netto
Mestre em Comunicação de Marketing pela Universidade Metodista de São Paulo, administrador de empresas, empresário, professor universitário e executivo de Marketing em organizações como Unibanco, AACD, Holderbank e UMC.
CArlos eliAs do PrAdo
Graduado em Contabilidade e Direito pela Universidade Braz Cubas (UBC) e em Educação Física pela Faculdade do Clube Náutico Mogiano. Pós-graduado em Atividades Físicas pela Universidade de São Paulo (USP) e Metodologia do Ensino Superior e Direito Civil pela UBC. Ministra aulas na UBC e já lecionou na Faculdade do Clube Náutico Mogiano. É o atual diretor do Procon da Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes.
CArlos ortuNho serrA
josé luiz Freire de AlMeidA
Graduado em Pedagogia e pós-graduado em Administração e Supervisão Escolar, já atuou, além do Senai, como mestre da Faculdade de Engenharia Industrial (Fei). É o atual diretor do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), unidade de Mogi das Cruzes e um dos diretores do Hospital Pró-Visão, entidade que cuida de cegos e pessoas com baixa visão, de São José dos Campos.
Formado em Engenharia Civil, Pedagogia e Ciências Biológicas pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Já atuou no DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), em Salesópolis. No magistério, foi professor, assistente de diretor, diretor de escola, supervisor de Ensino e dirigente regional de Ensino. Atualmente, ocupa o cargo de secretário de Cidadania e Ação Social na Prefeitura de Mogi das Cruzes.
MArGAridA ÁureA Coelho bArbosA
elisAbete jACques urizzi GArCiA
Formada em Língua Portuguesa e pós-graduada em Didática do Magistério Superior e Lingüística Aplicada ao Ensino de Português. É escritora de livros didáticos e atualmente leciona na Universidade Braz Cubas (UBC).
Graduada em Letras e Pedagogia pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), com especialização em Turismo pela ABL Associados. Professora aposentada, atuou por 30 anos na rede pública de ensino e por dez anos como guia de turismo profissional. Há mais de dez anos trabalha na coordenação de projetos voltados à utilização do jornal em sala de aula. Atualmente, é orientadora pedagógica dos projetos Mogi News Cidadania – Ler para saber mais e Diário do Alto Tietê – Formando o cidadão do futuro.
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edibilidade no julgamento final
Professor Cidadão é um dos principais quesitos que reforça a credibirealização, todo o processo de apreciação dos trabalhos e atribuição de dos participantes e a origem dos projetos inscritos. O trabalho foi diversos segmentos da sociedade, com ampla trajetória profissional e s jurados avaliaram a adequação didática de cada trabalho, a clareza, professor, a inovação e a qualidade e durabilidade do projeto. Confira
NyssiA FReitAs MeiRA
Escritora, com 26 obras publicadas. Mestra em Língua Portuguesa, deu aulas de latim, francês e literatura hispano-americana. Graduada em Língua e Literatura Francesa pela Universidade de Nancy, na França. Orienta teses de mestrado, doutorado e colabora semanalmente com o Mogi News, onde escreve as colunas “Gramaticando”, no caderno de Variedades, e “De Olho na Gramática”, no Newsinho.
MARiA APAReCidA dos sANtos RodRiGues
Graduada em Psicologia Clínica e em Licenciatura para Séries Inicias. Desde 1988 atua como professora do ensino fundamental para a rede pública estadual. Há mais de 14 anos trabalha na coordenação de projetos voltados à utilização do jornal em sala de aula. Atualmente, além de lecionar, divide seu tempo com a coordenação da Organização Não-Governamental (ONG) Aeviva (Associação Educacional Vila Varela), em Poá. Também atua como orientadora pedagógica dos projetos Mogi News Cidadania – Ler para saber mais e Diário do Alto Tietê – Formando o Cidadão do Futuro.
MARiA iMACulAdA MARtiNs ishibAshi
Poetisa e escritora, graduada em História e Pedagogia (Orientadora Educacional). Com seus inúmeros trabalhos em prosa e verso, recebeu várias premiações e algumas de suas obras foram indicadas para o Diretório Mundial de Poesia da Unesco. É membro-titular de Academias Literárias, entre elas a “Academia Paulistana de História”, cadeira nº7, que tem como patrono o marechal João Mariano da Silva Rondon.
MARiA RosA Mieko tAkeuChi AuGusto
RosâNGelA MeusbuRGeR
É a diretora-executiva da Gaia Brasil Eventos Culturais, responsável por diversas organizações de eventos e espetáculos. Membro da comissão gestora da Rede de Agentes Culturais de São Paulo. Presta assessoria e consultoria cultural para diversas empresas e órgãos públicos.
siMoNe de souzA AlMeidA
Formada em Psicologia, com especialização em Psicanálise pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) e Escola Brasileira de Psicanálise. Atua na área social há mais de 12 anos e, também, na área da saúde e do trabalho. Atualmente, é supervisora do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), unidade Mogi das Cruzes, que tem como objetivo recrutar, qualificar e encaminhar estudantes ao mercado de trabalho por meio de programas de estágio e Programa Adolescente Aprendiz.
suAMi de PAulA Azevedo
Graduada em Educação Artística e Pedagogia. Há mais de doze anos trabalha em projetos que focam a utilização do jornal como ferramenta pedagógica em sala de aula. Atualmente, é diretora de escola e atua como orientadora pedagógica dos projetos Mogi News Cidadania – Ler para saber mais e Diário do Alto Tietê – Formando o Cidadão do Futuro.
Mestre em Lingüística pela Universidade de Paris - Soborne -, em Semiótica, Tecnologias da Informação e Educação pela Universidade Braz Cubas (UBC) e graduado em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) e também em Direito pela UBC. É pesquisador, poeta, escritor e diretor de escola.
MiltoN sobRosA
tAtiANA PlAtzeR do AMARAl
Graduado em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), já trabalhou em diversas indústrias de grande porte. Atualmente, é sócio-diretor da Petrom (Petroquímica Mogi das Cruzes S/A) e diretor-regional do sistema Fiesp/Ciesp Alto Tietê.
Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). Formada em Psicologia e Ciência Escolar, é gestora e docente do curso de Pedagogia da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) e também pesquisadora do Núcleo de Ciências Sociais da UMC.
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3º Lugar
1º Lugar
Ensino Médio
Educação Infantil
CATegORiA
CATegORiA
Rede Estadual
Rede Particular
Nome: Walter Rodrigues de Aguiar Escola: ee ilson gomes - Mogi Projeto: “Poetas na escola” Nível de ensino: ensino médio Área envolvida: língua portuguesa Período de realização: 1º semestre de 2008
Reforço cultural
D
urante uma conversa descontraída com um grupo de alunos, o professor Walter Rodrigues de Aguiar notou que entre os assuntos mais discutidos estavam novelas, futebol e orkut. intrigado, perguntou aos estudantes sobre poesias e eles demonstraram conhecer pouco sobre o assunto, menos ainda sobre grandes autores. Diante do episódio, Walter pensou que estimular nos alunos a prática da escrita seria uma estratégia para ampliar o repertório cultural deles, principalmente sobre literatura. “A elaboração de poesias na escola é um meio de liberdade para o exercício de literatura, incentivando os alunos a produzirem poemas. Com essa atitude, eles passarão a observar os livros de poemas com outros olhos e a dar mais importância para a leitura”, justifica. “O objetivo não é buscar exímios poetas, mas contribuir para a melhoria da escrita e interesse pela leitura”, acrescenta. Divididas em cinco etapas, a metodologia aplicada teve início com a formação de equipes. Nesta fase, os alunos se dividiram em grupos de no máximo quatro pessoas. Cada equipe se responsabilizou por levar livros de poesia para a sala de aula, além dos exemplares obtidos na biblioteca da escola. Na segunda etapa, o professor
Nome: Tacila Juliana Ribeiro de Alvarenga Escola: Pueri Domus - Aruã (Mogi das Cruzes) Projeto: “O Circo de Ontem e o Circo de Hoje” Nível de ensino: educação infantil Área envolvida: interdisciplinar Período de realização: de maio a agosto de 2008
Brincando no picadeiro selecionou alguns dos livros apresentados, entre eles de autores conhecidos, como Carlos Drummont de Andrade, Manoel Bandeira e Mário Quintana, e pediu que neles cada aluno encontrasse um poema com o qual se identificasse. Posteriormente, na terceira fase, os poemas escolhidos foram lidos pelos alunos diante da sala. Por fim, a fase mais complexa do projeto incluía a interpretação do texto escolhido e, posteriormente, a elaboração de uma poesia. Para tanto, o professor explicou as características deste gênero literário, como rimas, versos e estrofes, o que auxiliou os alunos na elaboração dos textos, expostos no “Mural de Poesias” e no “Varal de Poesias”. Para que o poema criado não ficasse na gaveta ou guardado no caderno, o professor propôs ainda a criação de uma coletânea dos poemas dos alunos. No entanto, mais do que qualquer resultado palpável, o professor destaca a atitude dos alunos diante da iniciativa. “eles ficam motivados quando percebem que seus poemas serão lidos e conhecidos por outras pessoas. O desenvolvimento do projeto é trabalhoso. Há etapas cansativas e manter o interesse dos alunos por poesias na era da informática não é fácil. entretanto, o resultado é compensador e aí então se pode dizer ‘missão cumprida’”.
O tRabalhO fOI ElabORaDO PaRa valORIzaR O EsPaçO EscOlaR cOMO tRaNsMIssOR DE cultuRa
C
om o intuito de incentivar a permanência e o vigor da arte circense e estimular o contato das crianças com esse tipo de manifestação artística, a professora Tacila Juliana Ribeiro de Alvarenga decidiu levar o picadeiro para bem próximo de seus alunos. “O circo é uma das manifestações que mais representa a cultura popular e, por isso, deve ser eternamente lembrado e valorizado”, justifica. Outro aspecto que ela levou em conta no momento de escolher o tema do projeto foi a possibilidade de ampliar o trabalho para o âmbito familiar, uma vez que o circo é uma tradição passada por gerações. “Foi buscando valorizar o espaço escolar como transmissor de cultura entre gerações, bem como a transmissão cultural entre pais e filhos que elaboramos esse trabalho”, destaca Tacila que, diferentemente do que se podia esperar, transformou os pais em personagens e os filhos em espectadores. Apesar da inversão de papéis, os alunos também trabalharam bastante em cima do tema. O primeiro passo foi fazer uma lista intitulada “O que tem no circo?”. Com as respostas em mãos, um circo foi criado na sala e teve,
inclusive, ingressos confeccionados em uma aula de informática. Para o espetáculo circense, os pais acataram a idéia da professora e eles próprios preparam uma apresentação para as crianças. Após a encenação, os alunos registraram, individualmente, os fatos mais interessantes observados no número dos pais. Já como atividade extra classe, as crianças pesquisaram com suas famílias dicas de circos em Mogi das Cruzes e região. Provando que o universo circense é ainda maior do que os alunos pensavam, a professora incentivou o contato com músicas de Toquinho e Vinicius de Moraes, que remetem ao tema. Além disso, atividades físicas para lembrar momentos dos malabaristas, trapezistas, palhaços, mulher elástico e outros personagens foram trabalhadas. Na língua portuguesa, o circo também teve vez, com a leitura de poesias relacionadas ao tema. Muitas outras atividades, ainda, foram trabalhadas, somando dezenas, todas referentes ao mundo de cores e fantasias. Para fechar o ciclo, foi organizado o debate “Será que os animais gostam de trabalhar no circo?”. Para Tacila, que quando decidiu ser professora buscava “contribuir para a formação de cidadãos mais críticos, participativos e atuantes na sociedade em que vivem”, o resultado não poderia ter sido melhor.
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2º Lugar
3º Lugar
Educação Infantil
Educação Infantil
CATEGOrIA
CATEGOrIA
Rede Particular
Rede Particular
Nome: Loreany Moreira Gomes de Lima Escola: Colégio Interativo - Mogi Projeto: “Mares e Oceanos – Conscientização e Educação Ambiental” Nível de ensino: educação infantil Área envolvida: meio ambiente Período de realização: de março a setembro de 2008
Um mergulho nos mares e oceanos
U
m mergulho nas questões ambientais que envolvem os mares e oceanos foi a estratégia encontrada pela professora Loreany Moreira Gomes de Lima para despertar nos alunos, de 4 a 11 anos, a importância de se preservar a água, o maior patrimônio da humanidade. Dividido em três etapas, o trabalho “Mares e Oceanos– Conscientização e Educação Ambiental” foi constituído por atividade teórica, prática e pesquisa de campo. Por acreditar que, se adquirida desde cedo, a consciência ambiental resulta em um convívio sadio e feliz e, conseqüentemente, num futuro melhor, Loreany procurou, no projeto, aliar conceitos de cidadania, participação social e política às características dos mares e seus habitantes. Tudo, sem perder de vista o objetivo central de remeter nos alunos a preocupação com a preservação do meio ambiental. Iniciado pela parte teórica, o projeto promoveu, a cada 15 dias, nas dependências do Colégio Interativo, em Mogi, aulas de 50 minutos direcionadas a grupos divididos por idades. Baseado em pesquisas realizadas com mergulhadores, ambientalistas e consultores, o material didático utilizado abrangia 12 temas, como animais marinhos, o mar, a poluição e suas conseqüências, além da importância da preservação das águas, entre outros.
Com a parte teórica encerrada, chegou a hora de partir para a prática. Nesta etapa, foram realizadas cinco aulas em piscina coberta e aquecida, sempre acompanhadas de um profissional de educação física e um mergulhador. Com o objetivo de se adaptarem ao meio aquático, os estudantes receberam treinamento para snorkeling – um tipo de mergulho livre em que a pessoa observa da superfície tudo o que acontece no fundo do mar. Já na etapa final, a proposta era fazer uma pesquisa de campo, em que as crianças puderam observar de perto o ambiente estudado. Para isso, os alunos fizeram uma visita monitorada ao Projeto Tamar e ao Aquário de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Acrescenta-se a isso um mergulho livre, em Bertioga. “Os artefatos físicos, por serem mais facilmente observados e incorporados pelos alunos, são os mais utilizados para a disseminação de uma cultura voltada para a preservação ecológica”, justifica Loreany. Ao final das três etapas, ela afirma que o resultado superou suas expectativas. “Como educadora responsável pelo projeto obtive um aprendizado único para a minha profissão. Pude perceber que os alunos podem mudar para melhor a situação do Planeta. É só mostrarmos a eles as ferramentas necessárias”, finaliza.
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Nome: Priscila Siqueira Said Escola: Colégio Gutenberg - Mogi Projeto: “Sacola do Saber” Nível de ensino: pré-escola Área envolvida: leitura Período de realização: primeiro semestre de 2008
Integração e cultura MOMeNtO cONtRIbuIu PaRa O RelacIO- casa dos estudantes. Nela, sempre NaMeNtO DOs NOvOs aMIGOs e Da NOva havia um livro de temática relacioPROfessORa, aMeNIzaNDO as aNGústIas, a nada à prática da boa convivência. aNsIeDaDe e OutROs seNtIMeNtOs cOMuNs “O material é para que a leitura seja NOs PRIMeIROs DIas De aula feita em casa, com os pais, para que
S
empre em busca de novos conhecimentos e metodologias de ensino, a professora Priscila Siqueira Said conseguiu surpreender mais uma vez seus alunos da pré-escola, que a consideram uma “caixinha de surpresa”. Isso porque, ao iniciar o projeto “Sacola do Saber” ela levou para dentro da sala de aula um mascote, que deu início ao bem-sucedido processo de integração escolar. A idéia era transformar a adaptação ao colégio mais divertida e, para isso, um dinossauro de brinquedo foi eleito o mascote da turma, que assim como todos precisava de um nome. Durante a escolha, os alunos e a professora puderam se conhecer melhor. “Esse momento contribuiu para o relacionamento dos novos amigos e da nova professora, amenizando as angústias, a ansiedade e a saudade, sentimentos comuns nos primeiros dias de aula”, conta a professora. Considerado como mais um amigo em sala de aula, o mascote passou a visitar a casa de cada aluno nos finais de semana, mas não ia sozinho. Além dele, a sacola do saber percorreu a
haja a integração entre aluno, família e escola”, explica Priscila. Ainda em busca da integração dos alunos, a professora propôs durante o projeto que cada estudante dividisse em uma roda de conversa o que aprendeu com o livro que levou para casa. Desenhos, frases e palavraschave sobre a leitura também eram registrados pelos alunos. A professora, no entanto, não se preocupou apenas com a integração, mas também com a mensagem a ser transmitida por meio da sacola do saber. Para isso, procurou variar os tipos de texto e disponibilizou receitas, bulas de remédios, textos informativos, curiosidades, entre outros que eram usados em sala de aula para promover atividades tanto práticas quanto teóricas. “Em minhas aulas tento ensinar os valores que realmente farão parte de toda a vida dos meus alunos”, justifica. Sobre seu objetivo inicial, Priscila comenta que os alunos apresentaram uma interação com a unidade escolar e a família. “A iniciação de uma leitura prazerosa ajuda a despertar o interesse para a alfabetização, envolvendo os pais nessa fase importante de vida escolar”, avalia.
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1º Lugar
2º Lugar
Ensino Fundamental Ciclo I
Ensino Fundamental Ciclo I
CAtEGoriA
CAtEGoriA
Rede Particular
Rede Particular
Nome: roseli da Conceição Andrés rodrigues Escola: Colégio São Marcos - Mogi Projeto: “Mogi: Cidade Maravilhosa, das Cruzes: Cheias de Encanto Mil!” Nível de ensino: 2ª série do ensino fundamental Área envolvida: interdisciplinar Período de realização: de agosto a setembro de 2008
Nome: Luciana Garcia de Lima Escola: Colégio interativo - Mogi Projeto: “Aulas Anti-Stress” Nível de ensino: ciclo i do ensino fundamental Área envolvida: interdisciplinar Período de realização: ano letivo de 2007
Alternativa para o ensino
A
o perceber que muitos de seus alunos passavam horas do dia em frente à televisão ou a jogos de computadores, que muitas vezes apresentam conteúdos violentos, a professora Luciana Garcia de Lima concluiu que precisava fazer algo para reverter essa situação. Afinal, a exposição a conteúdos cheios de mensagens negativas refletia no desempenho dos alunos, que mal conseguiam prestar atenção nas aulas, além de conversarem muito e ficarem irritados facilmente. “Diante do alto índice de estresse que as pessoas vêm enfrentando no diariamente, surge cada vez mais a necessidade do resgatar a essência de cada um”, aponta. Assim, a solução encontrada pela professora foi incluir “aulas anti-stress” na grade curricular, que passaram a ser realizadas semanalmente fora da sala de aula, em espaços distintos da escola. Durante o período em que estavam reunidos nas atividades, os estudantes aprenderam diversas técnicas, entre massagens, exercícios de respiração, meditação, de percepção dos cinco sentidos, entre outros. Assim como nas disciplinas convencionais, esta também tinha por objetivo ir além da escola e se tornar um aprendizado para a vida. “A idéia é dar aos alunos instrumentos para que, sozinhos, consigam se tranqüi-
lizar diante de inúmeras situações cotidianas”, diz Luciana. Entre outras metas, o projeto tinha o objetivo proporcionar alívio interior, bemestar e serenidade para os alunos, além de aumentar a capacidade de assimilação de conteúdos, por meio de maior concentração, estímulo da criatividade, entre outros fatores. A metodologia utilizada nas aulas ia de atividades de autoconhecimento à expressão corporal, com técnicas de ioga, alongamento, posturas e ginástica natural. Esta última, por exemplo, propôs aos alunos imitarem animais em diversas posturas, visando o trabalho da concentração, força e equilíbrio que, por sua vez, servem para melhorar a autoconfiança do aluno. A professora conta que as atividades realizadas fora da sala de aula agitaram ainda mais os alunos, que não estavam acostumados ao novo ambiente. No entanto, aos poucos eles foram tomando conhecimento da prática e aprendendo a relaxar sozinhos, no momento em que sentiam necessidade. “As crianças passaram a se concentrar mais nas aulas e as dificuldades foram diminuindo. Muitos professores, inclusive, já sentem quando essas atividades são necessárias. Alguns pais comentam que os filhos chegam a casa menos ansiosos e tentam ajudar quando os adultos estão estressados”, diz, satisfeita.
Mogi, terra das mil maravilhas POR MeIO Deste tRabalhO, PuDeMOs valORIzaR e hOMeNaGeaR NOssa cIDaDe, que teM GRaNDe IMPORtâNcIa Na ecONOMIa DO estaDO, PRINcIPalMeNte, Na aGRIcultuRa
U
tilizando como pano de fundo as eleição das “Sete Maravilhas do Mundo”, realizada no ano passado, a professora roseli da Conceição Andrés rodrigues sugeriu aos seus alunos da 2ª série do Colégio São Marcos que elegessem as maravilhas de Mogi das Cruzes. Com o objetivo de fazê-los conhecer melhor o local onde vivem, o trabalho envolveu um estudo prévio de pontos turísticos, monumentos históricos, lendas, pratos e festas tradicionais da cidade. “Por meio deste trabalho, pudemos valorizar e homenagear nossa cidade, que tem grande importância na economia do Estado, principalmente, na agricultura”, justifica roseli. A professora conta que, a princípio, a idéia era eleger as cinco maravilhas de Mogi, mas no decorrer da pesquisa foram surgindo materiais interessantes e os alunos tiveram direito a escolher mais duas maravilhas, totalizando sete. realizado de forma interdisciplinar, o trabalho iniciou com o estudo do rio tietê - que passa pela cidadeenvolvendo, assim, a disciplina de geografia. Ao estudar as lendas
mogianas, um pouco de folclore foi ensinado e, assim por diante, o projeto foi ganhando corpo e os alunos, conteúdo. Cada um dos 25 estudantes ficou encarregado de investigar um ponto diferente da cidade. A pesquisa deveria ser detalhada, pois seria exposta e ajudaria no momento da votação, que envolveu toda a escola. “os alunos fizeram parte de um processo muito importante de pesquisar um assunto e, a partir disso, mobilizar os colegas de outras turmas para participar da eleição, distribuindo, recolhendo e apurando os votos”, conta roseli. Após a contagem dos votos, foram eleitas as sete maravilhas de Mogi das Cruzes em que o Parque Centenário, o rio itatinga, a Pedra Grande, a barragem do rio Biritiba, o torii, o monumento ao Bandeirante e a ilha Marabá, agora ocupam lugar de destaque na escola. Segundo a professora, mais que reconhecer o potencial turístico da cidade, o projeto valorizou o trabalho em equipe dos alunos, que se inteiraram com a proposta durante todo o processo de pesquisa e eleição. “todos os alunos se envolveram no trabalho, do início até a constatação das sete maravilhas da cidade, o que nos fez ver que nossa terra é mesmo maravilhosa”, reconhece a professora.
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Nome: Andréia Baia Rossi Escola: Colégio Mello Dante - Mogi Projeto: Circuito Cultural de Leitura Nível de ensino: 1ª série do ensino fundamental Área envolvida: língua portuguesa e arte Período de realização: de agosto a outubro de 2008
Leitura: uma ponte para a cidadania
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o ser questionada sobre o porquê de ter escolhido o magistério, Andréia Baia Rossi é categórica: “Gosto do que faço”. Talvez esse seja um dos motivos que levaram os seus alunos a considerarem-na uma pessoa divertida e descontraída. E foi com essa mesma descontração que ela procurou despertar nos pequenos o gosto pela leitura. “Acredito que formando pequenos leitores estou preparando grandes cidadãos no futuro”, justifica. A idéia do projeto era incentivar não só a leitura, mas também a escrita e alertar os estudantes sobre valores pessoais, muitas vezes presente nos enredos dos livros. Para isso, o ponto de partida foi a leitura de “O amigo do Rei”, de Ruth Rocha, que aborda questões sobre amizade e afeto entre um garoto negro e outro branco, com base na história da escravidão e do trabalho infantil. A professora conta que o projeto foi além do esperado e os alunos foram em busca da biografia da autora, o que os estimulou ainda mais a ler outras obras de Ruth Rocha, principalmente. A atividade seguiu com uma discussão dos fatos abordados na obra. Numa outra etapa, os alunos tiveram de transformar o fictício em realidade, expondo em sala de aula um pouco da história do livro. Com papel la-
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minado, uma cortina de argolas foi feita e colocada logo na entrada da classe, representando as correntes utilizadas pelos escravos. Os alunos, ainda, produziram cartazes. Entre outras atividades, uma casa de madeira com palha foi construída em um dos cantos da sala para representar o quilombo. Para caracterizar os negros refugiados, a professora confeccionou com os alunos um boneco de meia fina e jornal amassado, que seriam colocados dentro do quilombo. Nesse instante, pais e familiares puderam se integrar ao projeto, já que coube a eles costurar as roupas. “Os bonecos voltaram maravilhosos. As mães e as avós confeccionaram roupas lindas”, admira-se. No relato dos alunos foi possível perceber que eles tiveram de pesquisar sobre as vestimentas da época, o que contribuiu para que as peças traduzissem o momento. Com a classe toda decorada, inclusive com frases dos alunos sobre as leituras montadas em um painel, foi montado um circuito de leitura para ser apresentado aos pais, amigos e familiares. Os convidados, além de apreciar a exposição, puderam ouvir dos alunos explicações sobre a história que leram. “Além do prazer pela leitura os alunos puderam criar um cenário com todo o trajeto da história e, assim, comparar ações do passado com as de hoje”, avalia.
Nome: Luiz Guilherme Martins Escola: Colégio Brasilis - Mogi Projeto: “Caça ao Tesouro” Nível de ensino: 5ª série do ensino fundamental Área envolvida: ciências biológicas Período de realização: abril de 2008
Decifrando a biologia AléM De eNfReNtAReM seus MeDOs, Os AluNOs DeseNvOlveRAM uM seNtIMeNtO De AMIzADe MuItO fORte, que tRANsceNDeu A MeRA cOMPetIçãO e cORRIDA PelA vItóRIA
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rofessor de biologia, Luiz Guilherme Martins procura em suas aulas passar não apenas conceitos relacionados à disciplina que leciona, mas também transmitir aos alunos valores éticos e de cidadania. Com este propósito desenvolveu o projeto “Caça ao Tesouro”, realizado em um sítio, onde o trabalho em grupo e o contato com a natureza deram à atividade o tom que ele esperava. “O trabalho desenvolvido teve como objetivo a interação em equipe entre os alunos, assim como o respeito aos colegas e o teste dos conhecimentos teóricos de biologia”, diz o professor. Elaborado a partir de uma brincadeira, aparentemente simples, o projeto foi realizado pelos alunos em equipes de quatro integrantes, que deveriam permanecer unidas até o final do dia. Ao todo, o local escolhido tinha 13 pontos que escondiam pistas. Cada uma tinha uma pergunta de biologia e a resposta levava a outra pista e, assim por diante. Respondidas todas as perguntas, os alunos deveriam procurar por Luiz Guilherme e lhe entregar uma
folha com todas as respostas e com o tempo total utilizado para encontrar as pistas, que seria usada em caso de empate. O professor lhes entregaria, ainda, a pista final, que levava ao tesouro. O que Luiz Guilherme e os outros professores que o auxiliaram na brincadeira não contavam é que choveria. Coincidência ou não, a chuva veio em boa hora e, em vez de atrapalhar, ajudou a firmar o objetivo inicial do trabalho. “A chuva começou a cair no meio da brincadeira. Com isso, alguns alunos desistiram e preferiram esperá-la parar, outros persistiram até o fim. Percebe-se, então, a solidariedade dos alunos, tanto nos grupos que não continuaram a brincadeira por haver integrantes que não queriam se molhar, como nas equipes que continuaram a caçada mesmo sob as intempéries”, relata. Além disso, o professor conta que os únicos dois grupos que decidiram continuar a caçada se uniram no final, formando uma equipe maior que conseguiu finalmente chegar ao tesouro. “Além de enfrentar os seus medos, os alunos desenvolveram um sentimento de amizade muito forte, que transcendeu a mera competição e corrida pela vitória. No final, várias crianças saíram vitoriosas, pois ali descobriram alguns dos verdadeiros tesouros da vida”, orgulha-se.
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Nome: Ana Luiza dos Reis Abdalla Escola: Colégio Brasilis - Mogi Projeto: “Arte e EducaçãoDespertar para Preservar” Nível de ensino: 6ª a 9ª séries do ensino fundamental Área envolvida: arte e língua portuguesa Período de realização: março a junho de 2008
A arte a favor do meio ambiente
“A
rticular novos olhares e “A Era do Gelo”, de forma mais suave, diferentes leituras” são mostrou os efeitos devastadores da apenas duas das metas poluição ambiental, que foi mais bem que a professora Ana Luiza explicado em uma apresentação de dos Reis Abdalla procura atingir nas Power Point. aulas de arte que leciona no Colégio Com bastante suporte teórico, Brasilis. Com o projeto “Despertar os alunos partiram, então, para a para preservar”, ela demonstra que construção de um mural coletivo, tem conseguido. composto por esboços individuais Atendendo a um pedido do colégio, que evidenciassem o olhar de cada a professora desenvolveu, durante aluno sobre a temática estudada. alguns meses do primeiro semestre, Nesse instante, o carvão vegetal foi uma atividade interdisciplinar foca- utilizado para fazer os trabalhos, como da nas disciplinas de arte e língua forma de representar as derrubadas portuguesa. O tema proposto era a de matas e florestas, consideradas preservação do Planeta Terra. “Privi- desastres ambientais. legiar atitudes de preservação que Ao final, Ana Luiza tinha em mãos ocorrem por todo o Planeta e nortear muitos materiais produzidos por referências ambientais positivas seus alunos, tanto em arte quanto caracterizaram essa iniciativa de em língua portuguesa, o que culmiaprendizagem”, diz Ana Luiza. nou em um evento artístico aberto Em arte, a produção consistiu de para a comunidade. Foram, então, uma coleta de dados, discussões, re- selecionados os dez melhores trabaflexões e montagens de painéis com lhos de arte que, de forma coletiva, obras de artistas que demonstram foram reproduzidos na técnica de interesse em abordar a preservação giz pastel oleoso e apresentados ambiental. Simultaneamente, nas aulas com os poemas em uma exposição de português a atividade transcorria e sarau artístico, realizados nas voltada para a linguagem poética dependências do colégio. “Somos, com temas, também, relacionados muitas vezes, intérpretes de sensaa atual condição do Planeta. ções impulsionadas pelas emoções Provocante, o início do trabalho que abarcam nossas experiências, procurou sensibilizar os alunos com repertório e, assim, nossas atitudes a apresentação da obra “O Grito”, e reações nesse emaranhado de de Edvard Munch, combinada com condutas possíveis de preservatrilha sonora de gritos e barulhos ção do Planeta Terra”, ressalta a perturbadores. Na seqüência, o filme professora.
Nome: Carmen Lucia Nogueira Gavazzi Escola: Colégio Brasilis - Mogi Projeto: “To Be or Not To Be? That’s Shakespeare” Nível de ensino: 7ª série do ensino fundamental Área envolvida: língua inglesa Período de realização: de abril a junho de 2008
Muito mais que inglês ShakeSPeaRe tRata De teMaS que caRReGaM valOReS POucO cultIvaDOS NOS DIaS De hOje
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scolhido não por acaso, o dia 23 de abril marcou o início do projeto elaborado pela professora de língua inglesa Carmen Lucia Nogueira Gavazzi. É que a data lembra o dia em que nasceu e morreu Willian Shakespeare, o autor que deu tom ao trabalho. Considerado um dos maiores escritores ingleses, Shakespeare trata de temas que carregam valores pouco cultivados nos dias de hoje. Assim, a professora viu em suas obras uma oportunidade de aliar o estudo da gramática à sensibilização de seus alunos. “A proposta do projeto é analisar e refletir não só a respeito de regras gramaticais, mas também de que forma textos redigidos no século XVi tornam-se atuais. As obras de Shakespeare nos permitem refletir sobre valores que hoje são banalizados, como o amor de Romeu e Julieta e a relação entre pai e filho, de Hamlet”, conta Carmen. No total, o projeto contou com a integração de 60 alunos, entre 11 e 13 anos de idade. Embora muitos deles já tenham um conhecimento avançado do idioma estrangeiro, a professora conta que nem todos têm o costume de ler textos literários em inglês. A escolha de Shakespeare
teve, ainda, outro significado. “Os enredos, em especial as tragédias, são de grande interesse dos adolescentes, que vivem suas situações românticas”, lembra. As atividades “Shakespeareanas”, como foram denominadas, começaram com uma apresentação em datashow, na qual a professora mostrou algumas das obras do autor também vistas em uma biografia levada para a sala de aula. Em seguida, foi realizado um quiz– jogo de perguntas e respostas– a respeito dele. Duas outras atividades, ainda, integraram o projeto. Em uma delas, os alunos foram divididos em cinco grupos, sendo que cada um deles deveria pesquisar sobre obras famosas, como “Midsummer Night’s Dream”, “MacBeth” e “King Lear”. Na outra, uma prazerosa sessão de cinema, intitulada “Shakespeare Afternoon”, foi montada e exibiu dois filmes: “Romeu e Julieta” e “Hamlet”. “Atingi meu objetivo quando meus alunos, envolvidos com esse tema, trocaram suas tardes frente aos jogos no computador por uma de cinema, sobre uma obra literária de um autor inglês do século XVi”, anima-se Carmen. “Após esse trabalho percebi que os alunos não enxergam a língua inglesa como algo abstrato ou descontextualizado, motivando-os, assim, ao aprendizado”, acrescenta.
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Rede Particular
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Nome: Cibele Barbosa Silva Escola: Colégio Brasilis - Mogi Projeto: “O Julgamento de Getúlio” Nível de ensino: 2º ano ensino médio Área envolvida: história Período de realização: 2º semestre de 2008
Um giro na era Vargas COMO fORMaMOs CIDaDãOs, é NeCessáRIO estudos sobre o período de 1930 a fazê-lOs COMPReeNDeR que exIsteM 1960 no Brasil, as mudanças políticas, POlítICOs que fIzeRaM e fazeM a DIfe- a economia, industrialização e moReNça e que ele, eNquaNtO estuDaNte, vimentos populares daquela época. é aGeNte tRaNsfORMaDOR Durante o julgamento, os alunos
dividiram-se em duas equipes: uma reocupada com a dificul- para defender a importância de dade em ensinar a história Vargas para a história e outra que do Brasil para os alunos do tentava convencer o júri – formado ensino médio, a professora por alunos e professores – que ele Cibele Barbosa Silva propôs uma não era digno de tal mérito. Para nova metodologia para a discipli- que o veredicto fosse justo, houve na, que envolvia todos os alunos uma intensa preparação dos estudo 2º ano do Colégio Brasilis, em dantes, por meio de aulas exposiMogi. Segundo ela, as constantes tivas, documentários, pesquisa de informações veiculadas na mídia campo, entre outros métodos, que sobre a falta de compromisso e visavam a uma sensibilização. ética dos detentores do poder Assim, depois da divulgação nas público desestimulam os jovens outras salas por meio de um jornal a aprender, inclusive, sobre os fictício da época, confeccionado governantes do passado. pelos próprios estudantes, o júri “Como formamos cidadãos, é foi montado com a participação necessário fazê-los compreender de todos os envolvidos, cada qual que existem políticos que fizeram com uma função: jornalista, radiae fazem a diferença e que ele, lista, oficial de justiça, advogado, enquanto estudante, é agente juiz, testemunha e até mesmo o transformador. No entanto, para próprio Vargas. agir é necessário conhecimento O veredicto, para a satisfação de para relacionar os fatos”, diz. Cibele, foi a favor da defesa: “Getúlio A professora, então, teve a idéia entra, sim, para a história. Vitória de julgar o ex-presidente Getúlio da defesa e de todos os alunos, que Vargas, com o objetivo de que os também saíram vitoriosos deste alunos compreendessem a im- trabalho. De forma envolvente, portância do personagem para a eles compreenderam um dos mais história do País. Sob o título “Getúlio importantes momentos históricos entra ou não para a história?”, o do País”, conclui a professora, sajulgamento sugeriu uma série de tisfeita com os resultados.
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Nome: Hosana rodrigues de Souza Escola: Colégio Brasilis - Mogi Projeto: “ensinando com Arte” Nível de ensino: 1º e 2º ano do ensino médio Área envolvida: artes cênicas Período de realização: de março a junho de 2008
Preocupação social
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empre preocupada em fazer da atividade teatral uma forma de ampliar o horizonte cultural e o gosto pela literatura por parte dos estudantes, a professora Hosana rodrigues de Souza é exemplo de quem também se preocupa com a vida social do aluno. isso porque, desenvolve um projeto em que busca colocar os alunos em contato com realidades diferentes da que vivem na escola. Como trabalha dentro de uma instituição de ensino voltada para estudantes de classe média alta, a professora elaborou um projeto que incentiva os professores a trabalhar com conceitos de ética, cidadania e solidariedade, o que, inclusive, faz parte da proposta pedagógica do colégio. No decorrer do primeiro semestre deste ano, o despertar teatral, objetivando a melhoria da expressão e postura do aluno, ganhou outro tom, com atividades iniciadas em sala de aula. Depois disso, os alunos passaram a exercitar o que foi aprendido em apresentações de eventos do colégio e, principalmente, em instituições assistenciais. “A proposta era promover a interação do grupo com diferentes públicos, exercitando a postura, o falar em público, a improvisação e, o mais importante, o exercício da cidadania”, detalha a professora, que
esteve à frente da iniciativa de levar o trabalho dos alunos como forma de entretenimento para pessoas em condições mais debilitadas. entre as apresentações de 2008 que se destacam estão a encenação de “Morte e Vida Severina”, de Graciliano ramos, e uma homenagem a Machado de Assis, por meio de leituras de coletâneas durante o concurso de poesias “Chá das Letras”, organizado pelo colégio. Outra apresentação que merece destaque é “Aí vem o Circo”, uma montagem circense apresentada em março, no Centro de Convivência e Apoio ao Paciente com Câncer (Cecan), em Mogi. “Os alunos levaram diversão às crianças vítimas de câncer. A atividade exigiu maturidade e sensibilidade, trabalhados com antecedência em sala de aula”, relata Hosana. Por fim, com o objetivo de desenvolver o respeito mútuo, os alunos levaram uma peça teatral à Associação Mogicruzense para a Defesa da Criança e do Adolescente (Amdem) e, em retribuição, ouviram uma apresentação do coral formado pelos internos. “Foi uma oportunidade de eles interagirem com estudantes da mesma faixa etária, mas que vivem realidades opostas, derrubando as barreiras das divisões de classes sociais”, conta a professora.
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Fora de Série
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Nome: Zenilda da Costa Ramalho Escola: Colégio Brasilis - Mogi Projeto: “Vivenciando o cinema em sala de aula” Nível de ensino: ensino médio Área envolvida: língua inglesa Período de realização: junho de 2008
O cinema nas aulas de inglês
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o notar que os alunos da realizado nos bastidores, outros se rede particular de ensino, empenhariam na divulgação e aos em sua maioria chegam ao mais extrovertidos caberiam os papéis ensino médio em um estágio de astros”, conta Zenilda. de conhecimento da língua inglesa já Com os papéis e funções definiavançado, a professora da disciplina, das, os alunos produziram um filme Zenilda da Costa Ramalho, não teve narrado em inglês, o que ajudou a dúvidas de que a melhor saída para ampliar o vocabulário e a fluência manter o aprendizado seria desen- deles no idioma. Automaticamente, volver a comunicação oral. os estudantes se viram diante de Para tanto, a professora escolheu dificuldades no processo de criação, o cinema como tema para suas ati- o que passou a ser importante para vidades. Foram dois os motivos que a discussão da pirataria. “Partimos da contribuíram para a definição do premissa de que, uma vez estando em projeto. O primeiro, porque o cinema contato com os processos produtivos é uma das formas de entretenimento desta arte, os alunos desenvolvem mais apreciadas e valorizadas pelos a consciência de que ela é desvalojovens. O segundo, por ser um tema rizada com a falsificação”, justifica. possível de se trabalhar questões Segundo Zenilda, o ponto que dessociais, no caso, a problemática da pertou os alunos para o problema da falsificação foi a produção, durante pirataria. A atividade envolveu cerca de 60 a qual foram levantados questioalunos do colégio, de idades entre 15 namentos sobre a necessidade de e 16 anos, todos com amplo conheci- recursos para a execução de roteiros. mento da língua inglesa. A primeira Para ela, tão importante quanto etapa consistia em responder um exercitar o conhecimento de forma questionário com informações gerais prazerosa é despertar a consciência sobre a origem do cinema e todos os dos jovens para os prejuízos que a profissionais envolvidos na produção pirataria - uma das principais causas de um filme. Após a pesquisa, os de sonegação fiscal - traz ao País. alunos se organizaram em equipes “Antes da atividade, muitos alunos e cada um assumiu uma função, não compreendiam o que significacomo de produtores, roteiristas, va camelôs vendendo CDs e DVDs atores e figurinistas. “Todos teriam falsificados. Sei que isso contribui uma participação efetiva, de acordo para que ao menos uma pequena com suas preferências e personali- parcela dos cidadãos não seja tão dades. Alguns exerceriam o trabalho conivente com este crime”, avalia.
Nome: Maria isabel Zarelli Costacurta Escola: eeieF Profª Botyra Camorim gatti - Apae de Mogi Projeto: “Cultura é Cidadania” Nível de ensino: 3º ano do ensino fundamental Área envolvida: interdisciplinar Período de realização: de março a agosto de 2008
Cultura, ferramenta para a cidadania
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ois grandes acontecimen- em língua portuguesa o projeto exigiu tos de 2008 serviram de que os alunos levassem para a sala inspiração para que a pro- de aula textos que mencionassem fessora Maria isabel Zarelli a cultura oriental. em matemática, Costacurta desenvolvesse o projeto por sua vez, a abordagem se deu “Cultura é Cidadania”: o centenário em razão de uma pesquisa acerca da imigração japonesa no Brasil do número de imigrantes japoneses e os Jogos Olímpicos de Pequim. que vieram ao Brasil, tempo em que “Como os alunos estão em processo durou a viagem, número de particide construção das habilidades da pantes das olimpíadas, análise do escrita e da leitura, foram ótimos quadro de medalhas, entre outros, incentivos devido à diversidade de além de um trabalho desenvolvido assuntos”, justifica. com tangran – formas geométricas explorados dentro e fora da escola, de origem chinesa. os temas estimularam os alunos a em ciências, aspectos sobre higielevarem para a sala de aula tudo o ne, saúde, alimentação e cultivo de que encontravam e ouviam sobre o hortaliças puderam ser trabalhados assunto. Paralelamente à coleta de com o preparo de um sukiyaki, prato dados, outras atividades culturais típico japonês, que foi oferecido na foram trabalhadas por meio de uma escola. As disciplinas de geografia, mesa de leitura. história e artes também tiveram A professora conta que os estudan- vez no projeto. tes demonstraram muito interesse O tema ainda rendeu frutos na nos temas, tanto pelos esportes – em “Festa Junina”, realizada na escola evidência por causa das olimpíadas - com o tema “Brasil e Japão, Uma quanto pela cultura japonesa. Outro Mistura que Deu Certo”. Além das aspecto que chamou a atenção foi barracas típicas dos festejos de São a semelhança entre a cultura japo- João, o evento contou com barracas nesa e a chinesa, como a aparência de comida oriental. Ao final das olimfísica e os hábitos alimentares. Além píadas, os alunos comemoraram na de fomentar a leitura e a escrita e escola a semana do excepcional com democratizar o acesso à cultura, o atividades recreativas diversificadas. trabalho envolveu os pais e a comu- “Pude verificar o amadurecimento nidade escolar nas atividades, estrei- dos alunos, que passaram a ter tando, assim, a presença das famílias uma postura mais ativa em aula, na vida escolar das crianças. questionando e compreendendo Desenvolvido de forma interdisciplinar, os assuntos trabalhados”, avalia
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Fora de Série
Fora de Série Nome: Luciana Aparecida Dias do Prado Silva Escola: EEIEF Profª Botyra Camorim Gatti – Apae de Mogi Projeto: “Semeando a Cidadania Através da Preparação para o Trabalho” Nível de ensino: educação de jovens e adultos Área envolvida: interdisciplinar Período de realização: de fevereiro a agosto de 2008
Nome: Gislaine Cristina dos Reis Celso Escola: EEIEF Botyra Camorim Gatti - Apae de Mogi Projeto: “Todo cidadão tem nome e sobrenome” Nível de ensino: educação infantil Área envolvida: interdisciplinar Período de realização: agosto de 2008
Reconhecendo a cidadania
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á 12 anos atuando como educadora, atualmente na área de educação infantil, para crianças com necessidades educativas especiais, Gislaine Cristina dos Reis Celso decidiu ser professora para contribuir com a formação de uma sociedade mais justa e democrática. E assim ela vem fazendo, como comprova com o projeto “Todo cidadão tem nome e sobrenome”, cujo objetivo é reconhecer, com os alunos, a importância do nome para o cidadão. “Acredito que antes de agir como cidadão é preciso se reconhecer como tal”, justifica. Inspirado nos princípios do “Método Montessoriano de Ensino”, no qual toda aprendizagem parte de uma experiência concreta programada para favorecer a elaboração de idéias abstratas, o projeto teve início com uma pesquisa feita pelos alunos em suas respectivas casas sobre a escolha de seus nomes. Posteriormente, a professora solicitou que cada educando levasse para a sala de aula uma cópia de sua certidão de nascimento. O objetivo era mostrar a importância do documento nas situações mais corriqueiras do dia-a-dia. Para comprovar o que os dizia, a professora utilizou da própria estrutura da escola, que inclui uma ampla equipe multidisciplinar nos setores
pedagógico, técnico e médico. Entre outras atividades desenvolvidas nas dependências escolar, duas entrevistas se destacam: uma feita com a secretária da instituição para salientar o direito à educação, em que a funcionária explicou a necessidade da certidão no momento da matrícula escolar; e outra, na clínica médica, enfatizando o direito à saúde, em que a necessidade da certidão para a ficha médica também foi observada. Para encerrar o projeto, a temática escolhida foi o direito ao lazer. Supervisionados pela professora, os alunos fizeram um passeio ao Parque Centenário, em Mogi, que foi autorizado mediante assinatura dos pais. Assim, as crianças puderam perceber que para ter acesso a alguns direitos básicos do cidadão, como educação, saúde e lazer, por exemplo, a apresentação da certidão de nascimento é indispensável. “Foi possível observar que os alunos entenderam que todo cidadão tem nome, sobrenome e um documento que comprova a sua existência. Eles viveram experiências concretas que lhes deram a oportunidade de serem reconhecidos e de usufruírem de seus direitos. Esse foi o primeiro passo importante para a tomada de consciência do que é ser um cidadão e do exercício da cidadania”, avalia Gislaine.
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Quebrando barreiras
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m suas aulas, a professora Luciana Aparecida Dias do Prado procura sempre ensinar que cada ser humano é único e que tudo o que é feito com otimismo, dedicação e responsabilidade eleva e dignifica uma pessoa. Por isso, desenvolveu na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Mogi das Cruzes um projeto com a proposta de preparar seus alunos para o mercado de trabalho, numa importante iniciativa de inclusão social. A professora explica que o projeto foi aplicado em uma sala de educação de jovens e adultos (EJA– profissionalizante), com faixa etária entre 15 e 31 anos, que muitas vezes, devido a serem portadores de necessidades especiais, encontram barreiras no mercado do trabalho. Por esse motivo, então, eles são capacitados na escola a realizarem diversas funções. Entre as atividades práticas, os alunos foram treinados - cada um de acordo com sua habilidade - a exercerem funções de atendimento ao ramal telefônico, transmissão de recados, auxiliar de portaria, de limpeza e de cozinha e a operar os trabalhos da foto-copiadora (xérox). Esse processo de aprendizado foi realizado nos ambientes da própria escola. Já na área cognitiva foram trabalhados conteúdos que permitem aos estudantes produzir, receber e trocar
informações. Para tanto, o método de aprendizado é simples e baseia-se na produção de textos envolvendo diversas disciplinas, além de raciocínio lógico, operações matemáticas e problemas do cotidiano. Além das aulas práticas, os alunos receberam carga teórica de informações necessárias para entrar no mercado de trabalho, como documentos essenciais, higiene e saúde, segurança no trabalho, legislação trabalhista, mercado de trabalho, entre outras. De acordo com a professora, os reflexos da iniciativa não foram observados apenas no desempenho escolar dos alunos, mas também no de sua família, uma vez que eles se tornaram pessoas mais responsáveis e criaram condições para ajudar na renda familiar. Dentro da escola, o objetivo foi alcançado, agora basta esperar para colher os frutos de um projeto que foi pautado, pensando também na vida social dos estudantes. “Este trabalho tem o intuito de fazer com que as pessoas responsáveis pelo emprego de portadores de deficiência, venham a adquirir uma visão mais realista sobre o tema e disseminar entre eles a idéia de que o grande desafio da sociedade hoje é dar um passo para enxergar as pessoas como um todo e não apenas como portadora de determinada limitação”, ressalta.