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ARTIGO O espelho

O espelho

“AGORA, POIS, VEMOS APENAS UM REFLEXO OBSCURO, COMO EM ESPELHO; MAS, ENTÃO, VEREMOS FACE A FACE. AGORA CONHEÇO EM PARTE; ENTÃO, CONHECEREI PLENAMENTE, DA MESMA FORMA COMO SOU PLENAMENTE CONHECIDO” 1CO 13:12

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Criado com o propósito de promover o autoconhecimento, o espelho fascina o homem desde a antiguidade por causa da experiência que proporciona: “o encontro de você com você mesmo”. Tal fascínio produziu na cultura grega um de seus contos mais populares: o mito de Narciso, que fala de um jovem tão belo, que ao contemplar a sua imagem refletida nas águas de um lago, encantado por sua beleza, permanece ali a admirar-se e esquecendo-se da própria vida, definha diante dela até a morte.

Nenhuma geração fez tanto uso do espelho como a juventude atual. O espelho é usado para se arrumar, se admirar, se julgar, conversar e até tirar fotos (especialmente fazendo “beicinho”). O texto de Paulo fala sobre a relação do homem com o conhecimento. Conhecimento de Deus e do autoconhecimento. E descreve essa relação em quatro estágios:

O primeiro se refere à “transitoriedade e limitação” do conhecimento. Segundo ele: “Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho...”. O conhecimento do homem é como o reflexo no espelho, que não é capaz de revelar tudo o que sou, mas, apenas “ilustrar” aquilo que sou, me pareço, ou sinto, apenas um instante do meu ser. Assim é o conhecimento do homem, tão transitório e limitado quanto uma imagem no espelho.

O segundo estágio do conhecimento é a “confrontação cara a cara”. Descrito como o momento em que “então, veremos face a face...”. Essa “acareação” promove o confronto com a verdade. É a experiência reveladora do contato olho no olho, como alguém já disse: Os olhos são o espelho da alma. Proporciona um reflexo mais profundo da realidade do ser. Paulo diz que seremos olhados nos olhos. Mirados cara a cara. Essa é uma experiência bastante desconfortável para uma geração que não sabe mais olhar nos olhos.

Tal experiência e o entendimento da limitação do conhecimento levam ao terceiro estágio, o “processo de maturidade do conhecimento”. O texto diz: “Agora conheço em parte...”. É interessante como evoluímos no conhecimento no decorrer da vida. Conhecemo-nos pouco a pouco, como um contemplar no espelho. E passamos a trilhar rumo à maturidade ao assumir, que de fato, não somos conhecedores plenos nem mesmo do nosso próprio ser. Tal postura faz o sábio, como aquele que dizia: “Só sei que nada sei”.

Chegamos então, ao quarto estágio, o encontro com “Aquele” que mais entende a meu respeito. Segundo Paulo: “então, conhecerei plenamente...”. Você crescerá e caminhará no processo de maturidade até chegar naquele “dia glorioso” onde o conhecimento de todas as coisas será pleno. Eis o resultado de caminhar com esse “Alguém” que te conhece melhor do que você mesmo, como declarou o apóstolo: “então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido”. Além do Espelho.

AILTON TERTULIANO Pastor, Missionário Urbano e representante do Ministério Upward Sports no Brasil

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