Suplemento Correio do Ribatejo - Festival celestino Graça 2017

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ESTE CADERNO FAZ PARTE INTEGRANTE DA EDIÇÃO N.º 6585 DE 01 DE SETEMBRO DE 2017 DO CORREIO DO RIBATEJO E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE.

CORREIO DO RIBATEJO, SEXTA-FEIRA, 01 DE SETEMBRO DE 2017

Saudação A memória do nosso Fundador, aliada ao exemplo da sua vida e da sua obra, estimulam-nos a manter uma atitude de resistência ante as imensas dificuldades com que convivemos ano após ano para levarmos por diante a realização do Festival Celestino Graça.

A trajectória dos nossos Grupos pretende respeitar a memória de Celestino Graça e promover em permanência o preito de homenagem que lhe é devida. De uma forma convicta e empenhada somos fiéis aos seus propósitos. A presente edição do Festival Celestino Graça é a primeira que ocorre após o infausto falecimento da Profª. Graça Maria Madeira da Graça Rodrigues, Directora Técnica dos

FESTIVAL CELESTINO GRAÇA

nossos Grupos, a quem queremos dedicar o melhor do nosso esforço e da nossa capacidade. Certamente que continuamos a contar com o seu apoio espiritual, pois, a sua memória estará sempre presente no nosso coração. Choramos de saudade, mas queremos rir de alegria, pois, a Prof. Graça Maria desejaria tanto como qualquer um de nós o sucesso e o futuro do nosso Festival. Trajamos de festa para receber os nossos Amigos da Buryátia, da Colômbia, de Espanha, de Itália e do México que partilharão o nosso palco com os grupos folclóricos portugueses que tanto nos honram com a sua presença. Continuamos a inovar o conceito e o formato do Festival Celestino Graça, na certeza de que, assim, conseguiremos trilhar o seu futuro, oferecendo à População de Santarém e do Ribatejo um conjunto diversificado de iniciativas de inegável qualidade técnica e artística. O Festival Celestino Graça não é apenas um festival de folclore é, doravante, a festa das artes e das tradições populares do mundo, o que nos permite valorizar a nossa oferta cultural.

I

Folclore, nacional e estrangeiro, música tradicional, fado de Lisboa e de Coimbra, jogos tradicionais, mostra de fandangos ribatejanos, animação musical, exposições-venda de artesanato e de artigos regionais, gastronomia ribatejana, tauromaquia popular e muita festa, são os condimentos deste Festival Celestino Graça. Depois de muitos anos em que o Festival decorreu à porta aberta, vemo-nos agora obrigados a cobrar um pequeno ingresso, pouco mais do que simbólico, mas esta é a única forma de assegurar que o Festival não morre. A organização do Festival ascende aos trinta mil euros e os apoios que logramos conquistar apenas cobrem metade das despesas, pelo que ou o Público que nos visita na Casa do Campino nos ajuda a angariar o restante valor, ou o Grupo Académico de Danças Ribatejanas não tem condições de manter viva esta tão feliz e grandiosa iniciativa. Contamos com a compreensão e o apoio de Todos. Sejam bem-vindos! Bem Hajam! Bom Festival! GRUPO ACADÉMICO DE DANÇAS RIBATEJANAS A DIRECÇÃO

In Memoriam

Graça Maria Madeira P. II da Graça Rodrigues João Gomes Moreira

P. III

Um Amigo de sempre!

Saudação da Câmara P. IV Municipal de Santarém Gala “Abraçar P. IV Gerações” Fandangando

Mostra de Fandangos P. V do Ribatejo Liga dos Amigos do P. V Festival Celestino Graça


II

FESTIVAL CELESTINO GRAÇA

CORREIO DO RIBATEJO, SEXTA-FEIRA, 01 DE SETEMBRO DE 2017

In Memoriam

Graça Maria Madeira da Graça Rodrigues

A

paixonado pela região que lhe serviu de berço e pelas suas gentes, cuja história soube exaltar e honrar como poucos através de uma notável acção de recolha, estudo, defesa e divulgação do seu património etnográfico e folclórico, Celestino Graça consagrou-se à constituição de grupos que prosseguiram os objectivos de preservar e divulgar as danças, as cantigas, as músicas e os trajos da região ribatejana. Entre outros agrupamentos folclóricos, Celestino Graça fundou os Grupos Infantil de Dança Regional e Académico de Danças Ribatejanas, de Santarém, os quais dirigiu até ao seu infausto falecimento, tendo fundado igualmente o Festival Internacional de Folclore de Santarém, no âmbito da programação da Feira do Ribatejo, que, para além de proporcionar o conhecimento das culturas dos diferentes povos do mundo, permitiu também o estabelecimento de laços de aproximação e de entendimento entre todos os países do mundo, independentemente das suas diferenças culturais, socio-ecónomicas, políticas ou religiosas. Todos diferentes e Todos iguais! As nossas homenagens!

Aos 73 anos de idade, faleceu no dia 21 de Junho de 2017 a Dr.ª Graça Maria Madeira da Graça Rodrigues, Vice-Presidente da Direcção e Directora Técnica dos Grupos infantil de Dança Regional e Académico de Danças Ribatejanas. Natural de Santarém, onde sempre viveu, Graça Maria era filha de Celestino Graça e integrou a formação inicial destes grupos folclóricos escalabitanos, no ano de 1956, tendo feito parte do seu corpo de dança. Licenciada em

Educação Física pelo INEF, Graça Maria devotou-se ao ensino em escolas oficiais e na Casa do Benfica. Após o falecimento de Celestino Graça os Grupos Infantil e Académico prosseguiram a sua actividade, pelo que Graça Maria foi convidada a assumir a direcção dos Grupos, tendo desempenhado as funções de Presidente e de Vice-Presidente da Direcção e de Directora Técnica. A D. Graça, como era tratada pela maioria dos Componentes

dos Grupos, dedicou grande parte da sua vida ao Folclore ribatejano, tendo, igualmente presidido ao Festival Internacional de Folclore de Santarém, nos anos de 1992 a 1994, deixando marcas da sua competência e rigor, expressas nos imensos sucessos artísticos destes grupos folclóricos escalabitanos através das suas actuações no país e no estrangeiro, pelo que lhe são justamente devidas as maiores homenagens. Graça Maria Madeira da Graça Rodrigues – Presente!


CORREIO DO RIBATEJO, SEXTA-FEIRA, 01 DE SETEMBRO DE 2017

FESTIVAL CELESTINO GRAÇA

PARTICIPANTES

João Gomes Moreira

Um Amigo de sempre!

III

FESTIVAL CELESTINO GRAÇA

BURYÁTIA Erbanova

Buryat National Theater of Song and Dance “Baikal” Esta prestigiada companhia de teatro, de dança e de cantares da Buryátia está a celebrar setenta e cinco anos de intensa e ininterrupta actividade, assumindo-se como um dos mais empenhados guardiães da cultura do seu país, pelo que é considerado um dos mais conceituados grupos da Federação Russa. Ao nível dos diversos aspectos que constituem a sua actividade cultural pretendem representar as tradições populares da região da Mongólia – Buryátia, exprimindo com rigor e fidedignidade as especificidades que assinalam uma cultura tão vasta e tão antiga. Ao longo de toda a sua existência o Buryat National Theater of Song and Dance “Baykal” tem-se apresentado em diversos países, sendo de exaltar o facto de participar nas mais expressivas manifestações culturais do seu país. O Festival Celestino Graça tem a maior satisfação de apresentar pela primeira vez um Grupo deste tão longínquo país.

COLÔMBIA Bogotá

Compañia América de Danza

João Gomes Moreira, homem generoso, altruísta, solidário e dedicado, é um cidadão do mundo a quem a cidade de Santarém, por vezes, parece desvalorizar, certamente, por desconhecimento da sua obra e dos seus incomparáveis méritos, que não, obviamente, por ingratidão. João Moreira foi um dos pioneiros do movimento campista em Portugal, participando em inúmeros encontros no país e no estrangeiro; foi actor teatral; fez de palhaço, em conjunto com o seu amigo António Cacho; foi músico na Orquestra Típica Scalabitana, de que foi co-fundador com o Maestro António Gavino, na Orquestra de Câmara e nos Grupos Infantil e Académico de Santarém, onde tocou guitarra, que usava também nas serenatas da boémia estudantil de então; foi colaborador da Rádio Ribatejo, nos tempos do saudoso Capitão Varela Santos; foi membro da Comissão Executiva da Feira do Ribatejo, onde, como braço direito de Celestino Graça, era o responsável pela organização do Festival Internacional de Folclore de Santarém, de que foi director entre os anos de 1977 e 1980; foi colaborador da Casa do Ribatejo e do Inatel, em Lisboa; foi membro fundador e dinamizador da Associação de Estudo e Defesa do Património Histórico-Cultural de Santarém; foi apresentador do Grupo de Guitarra e Canto de Coimbra; foi delegado oficial de Portugal no CIOFF – Comité Internacional des Organizateurs de Festivals de Folklore et Arts Traditionelles, de que é Membro Honorário. Enfim, o nosso querido João

Moreira foi um homem dos sete ofícios… Hoje, será apenas de três ou quatro… João Moreira foi um diligente funcionário da Câmara Municipal de Santarém, tendo exercido funções na Secretaria, na Biblioteca Municipal, onde foi pioneiro na implementação da leitura domiciliária, e foi o grande impulsionador da criação de um pequeno parque de campismo municipal. Seguidamente foi funcionário do laboratório Ferraz & Lince, Lda, em Lisboa, onde evidenciou uma vez mais os seus elevados atributos de competência, capacidade, dedicação e honestidade. O João Moreira, aos 95 anos de idade, ainda não desistiu de intervir na cidade, sendo presença assídua em grande parte de espectáculos e iniciativas culturais. Continua atento e crítico, estimulando todos a fazerem mais e melhor, no que é, naturalmente, voz avisada e ouvida. Em homenagem da Junta de Freguesia de Salvador, foi atribuído o seu prestigiado nome a uma artéria do Jardim de Baixo. Entretanto, a Associação CIOFF Portugal vai promover uma homenagem a João Moreira no próximo dia 9 de Setembro, no âmbito do Festival Celestino Graça, o que bem se justifica pelo imenso contributo que este Cidadão do Mundo tem prestado ao movimento folclórico internacional, especialmente ao nível da organização de festivais de folclore, pelo que também o CIOFF Internacional o distinguiu com o estatuto de Sócio Honorário. Por tudo isto felicitamos o nosso Amigo João Moreira por mais esta tão justa distinção.

A Compañia América de Danza foi fundada em 2003 com o interesse em recontextualizar, desde a investigação, a criação, a formação e a prática, as valiosas tradições culturais do seu país, para potenciar a apropriação e a circulação das manifestações folclóricas das distintas regiões da Colômbia. Assim, com o seu esforço e a sua dedicação, a Compañia América de Danza desenvolve um projecto artístico e cultural que descubra, aprecie e promova as diferentes abordagens a um património tão rico e interessante. Para o efeito a investigação ao nível da indumentária popular e o recurso aos instrumentos musicais tradicionais tem-lhe proporcionado a recriação de ambiências de um sabor retintamente colombiano, assente, sobretudo, na diversidade que lhe interessa sublinhar, como matriz identitária de um povo heterogéneo e multicultural resultante da miscigenação de culturas tão diversas como as que resultam das influências africanas e americanas.

ESPANHA Cádiz

“Grupo de Danza “Cultivando el Arte” O Grupo “Cultivando el Arte” foi constituído no ano de 2010 por iniciativa de D. Alejandro Martínez, que ainda ocupa as funções de Director Artístico. O Grupo pretende fomentar o gosto e o conhecimento sobre a cultura tradicional da sua região andaluza, e é composto por bailarinos e músicos de diferentes idades, unidos pela mesma paixão pelo folclore da sua tão carismática província. Desde a sua fundação o Grupo “Cultivando el Arte” já participou em alguns dos mais importantes festivais folclóricos de Espanha e já se apresentou em Chipre, em Marrocos e na Rússia. A sua indumentária, tão colorida e expressiva, representa a forma como a população de Cádiz trajava outrora, destacando-se o tão apreciado trajo de gitana. Ao nível do seu conjunto musical há a considerar o uso de guitarra, bandurria, flauta, pandeiretas e vários instrumentos de percussão, nomeadamente as castanholas.


IV

FESTIVAL CELESTINO GRAÇA

PARTICIPANTES

CORREIO DO RIBATEJO, SEXTA-FEIRA, 01 DE SETEMBRO DE 2017

FESTIVAL CELESTINO GRAÇA

Saudação da Câmara Municipal de Santarém

ITÁLIA Roccalumera

Gruppo Folklórico Canterini della Riviera Jónica O Gruppo Folklórico “Canterini della Riviera Jonica Melino Romolo” foi constituído em 1965, em Roccalumera, uma cidade do distrito de Messina, situada nas margens do Mar Jónico, e desde então vem desenvolvendo intensa e tão meritória actividade na pesquisa e na divulgação do folclore siciliano por toda a Itália e também no estrangeiro. O seu reportório é composto por canções de amor e de trabalho, na terra e no mar, destacando-se as tão célebres quadrilhas, contradanças e, claro, a tão famosa tarantela da Sicília. Entre as danças, alegres e dinâmicas, o maior entusiasmo roda em torno das coreografias em que os rapazes se batem com paus e as mulheres com fitas. Ao som do acordeão, do bandolim, da flauta e de outros instrumentos musicais tão típicos da Sicília, o Gruppo Folklórico “Canterini della Riviera Jónica” encantará, decerto, o público do Festival Celestino Graça, onde participa pela primeira vez.

MÉXICO Orizaba

Ballet Folklórico de Orizaba O Ballet Folklórico de Orizaba foi formado no ano de 1987 e tem sido tal o seu sucesso que é considerado na actualidade como um dos grupos folclóricos mais representativos do seu país. Mas, claro, este sucesso foi conquistado à base de muita dedicação e de muito trabalho, quer ao nível da pesquisa e da reconstituição das tradições mexicanas. Para o efeito mantém em actividade um grupo infantil, onde transmitem às crianças o gosto e a paixão pela defesa das suas tradições populares. Igualmente, promove um importante festival internacional de folclore no qual têm participado importantes grupos de diversos países. A alegria e a vivacidade do folclore azteca marcarão presença no Festival Celestino Graça, que uma vez mais acolhe com tanto carinho e satisfação um grupo desta qualidade técnica e artística, que já se exibiu nos festivais de Faro e de Fala (Coimbra), onde alcançou grande sucesso.

Santarém recebe de braços abertos os participantes do 58º Festival “Celestino Graça”, oriundos de 6 países e recorda o saudoso Celestino Graça – Homem ilustre que dedicou a sua vida ao Ribatejo, às suas tradições e às suas causas, de um modo tão sublime, que ainda hoje, homens como Ludgero Mendes, diretor deste Festival, continuam a envidar todos os esforços para que esta grande festa do Folclore, em Santarém, se perpetue e cresça como "A Festa das Artes e das Tradições Populares do Mundo". Os Scalabitanos e todos os que nos visitam têm o privilégio de viver e conviver com culturas dos quatro cantos do Mundo: Buryátia, Espanha, Itália, Colômbia, México e Portugal, através da dança e do canto, em que a palavra dita e dançada ultrapassa

a fronteira da língua, e a linguagem simbólica transpõem a esfera do mundo profano e une culturas. Celestino Graça e a sua filha, Graça Maria Graça, que nos deixou no passado mês de junho, muito se orgulhariam do trabalho desenvolvido pela organização deste Festival que, ano após ano, nos surpreende pela sua capacidade de transformar as dificuldades em conquistas, de forma empenhada, inovadora e com grande elevação, devolvendo à Casa do Campino as tradições do Ribatejo, em que o Folclore é rei, mas em que o artesanato, a Gastronomia (Tasquinhas), o Fado, a música popular e os jogos tradicionais estão presentes e vão dar ainda mais brilho à cultura das nossas gentes e dos povos que acolhemos. Os Obreiros deste grandioso Festival estão de Parabéns! A magia da Dança e aquilo que ela expressa como forma de Arte, traduz a evolução da humanidade. O Folclore também se constrói e modifica, sendo por isso, também a essência e expressão da evolução do Homem, contribuindo também para a formação do ser humano, na sua plenitude. Deixo aqui um apelo a todos os Scalabitanos e a todos os que amam a nossa terra para que participem neste Festival, de modo a tornarem possível a sua continuidade e, consequentemente, permitir que se perpetuem os valores e as tradições que ele encerra, que muito dignifica o nosso Concelho e o nosso País! O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE SANTARÉM RICARDO GONÇALVES RIBEIRO GONÇALVES

Gala “Abraçar Gerações”

Portugal Ribatejo – Santarém Grupo Académico de Danças Ribatejanas

O Grupo Académico de Danças Ribatejanas, de Santarém, foi fundado em 1956 pelo saudoso etnógrafo Celestino Graça, com o propósito de recolher, estudar, preservar e divulgar o valioso património tradicional popular da antiga província do Ribatejo, a qual está dividida em três regiões etnográficas – o Bairro, a norte, a Lezíria, na bacia do Tejo, e a Charneca, a sul. Ao longo da sua existência, de sessenta e um anos de ininterrupta actividade, o Grupo Académico de Danças Ribatejanas orgulha-se de haver representado a cidade de Santarém em quase todo o país e também no estrangeiro, repartidas por vinte cinco países. No âmbito das comemorações das Bodas de Ouro, o Município de Santarém distinguiu o Grupo com a sua Medalha de Ouro. Para assegurar a sua continuidade, o Grupo Académico mantém em actividade o Grupo Infantil de Dança Regional, autêntica escola de dança folclórica ribatejana.

O Festival Celestino Graça sempre manifestou uma enorme preocupação de interagir com a comunidade local, nomeadamente com as crianças e com os mais idosos. Na impossibilidade de levar o Festival a todas as Instituições, optou-se por organizar uma gala dedicada a estes segmentos sociais da nossa comunidade, na qual os Grupos folclóricos apresentam uma parte dos seus reportórios.

Em regra estas Galas têm tido um imenso sucesso, dada a expressiva presença de instituições do nosso concelho que aceitam o convite formulado pela Organização do Festival, e também porque os próprios Grupos não têm sido insensíveis à natureza deste espectáculo, aliando uma imensa carga de Afectos à beleza e ao encanto das suas representações. Um ano mais a Casa do Campino irá vibrar com o espírito de fraternidade e alegria subjacente a esta tão feliz iniciativa.


CORREIO DO RIBATEJO, SEXTA-FEIRA, 01 DE SETEMBRO DE 2017

Fandangando

Mostra de Fandangos do Ribatejo Num tempo em que se projecta a candidatura do Fandango a Património Cultural Imaterial da Humanidade, o Festival Celestino Graça prossegue a sua acção de promover esta dança folclórica portuguesa, alicerçada na sua diversidade em todo o território nacional, que contrasta com o estereótipo defendido há algumas décadas atrás. Para além da variante em que apenas participam dois homens, em feição de despique, há a considerar os fandangos em que a mulher assume uma participação activa na dança, e as variantes dançadas em quadra ou em roda e até alguns fandangos cantados. A participação de diversos Grupos Folclóricos ribatejanos, criteriosamente selecionados para corresponder aos objectivos pretendidos, valorizará substancialmente esta iniciativa, quer ao nível dos seus propósitos estratégicos, quer, igualmente, ao nível técnico e artístico.

Liga dos Amigos do Festival Celestino Graça

A Liga dos Amigos do Festival Celestino Graça constitui-se no seio do Grupo Académico de Danças Ribatejanas, de Santarém, com o firme e exclusivo propósito de salvaguardar o futuro deste evento socio-cultural, num tempo em que escasseiam os apoios e abundam as dificuldades. A adesão à Liga dos Amigos é facultada a todos quantos apreciam a realização do Festival “Celestino Graça” e que, assim, pretendem evitar a sua extinção, ameaçada pela sucessiva redução nos apoios logísticos e financeiros obtidos. Os Amigos membros da LAFCG têm o direito de assistir aos espectáculos sem terem de pagar qualquer ingresso. Solicita-se o contributo de uma quota anual, de valor facultativo, mas, cujo mínimo se estabelece em dez euros. Todavia, a quem não puder su-

portar este encargo, será admitida a sua adesão, em condições excepcionais. O pagamento do valor da quota anual será efectuado a favor do Grupo Académico de Danças Ribatejanas, que assegurará a sua gestão e exclusiva aplicação na organização do Festival. No primeiro trimestre de cada ano será realizada uma Assembleia de Amigos onde se apresentará um balanço do Festival anterior, com a informação dos valores arrecadados e da sua aplicação, bem assim como se auscultarão comentários e sugestões dos Amigos que queiram colaborar na valorização deste evento de projecção internacional há mais de meio século. Contacte com a Liga dos Amigos do Festival Celestino Graça através do e-mail: fest.int.folk.santarem@hotmail.com

FESTIVAL CELESTINO GRAÇA

PARTICIPANTES

V

FESTIVAL CELESTINO GRAÇA

Portugal Ribatejo – Santarém Grupo Infantil de Dança Regional

O Grupo Infantil de Dança Regional foi fundado em 1956, pelo saudoso etnógrafo ribatejano Celestino Graça, com o propósito de promover a divulgação das tradições folclóricas desta bela região do nosso país, constituindo uma Secção do Grupo Académico de Danças Ribatejanas. De então até aos nossos dias, mercê de uma constante e ininterrupta actividade, o Grupo Infantil tem participado em largas centenas de espectáculos por todo o país, em festas e romarias ou em importantes festivais de folclore, bem assim como, extravasando as fronteiras nacionais, já efectuou digressões por toda a Europa, Brasil e Angola. Mantendo vivo o exemplo e o empenhamento do seu fundador, este Grupo escalabitano continua a representar o folclore do Ribatejo, o qual, está dividido em três sub-regiões etnográficas distintas. E são estes aspectos da cultura tradicional ribatejana que o “Grupo Infantil de Santarém” pretende defender e divulgar sempre que lhe seja dada a oportunidade de representar a sua cidade e a sua região.

PORTUGAL Algarve – Faro Grupo Folclórico e Etnográfico “Os Amigos de Montenegro” – Faro

Foi em 15 de Agosto de 1995 que a localidade de Montenegro, próxima de Faro, viu nascer este Grupo Folclórico. Fez a sua primeira apresentação nas festas tradicionais de Montenegro, usando na altura trajes tipo uniforme. No ano seguinte, foi levada a cabo uma pesquisa e recolha documental das danças e trajes usados nos princípios do século XX nesta localidade, onde os habitantes viviam do trabalho da terra e do mar. Assim, os elementos do grupo vestem cópias de fatos domingueiros da época, semelhantes aos usados tanto pelas famílias mais nobres e abastadas, como também pelas mais pobres. As danças e cantares apresentados pelo Grupo Folclórico e Etnográfico Amigos do Montenegro nas suas atuações ou apresentações são aquelas que os antigos cantavam e dançavam aos Domingos e dias de trabalho nos adros das Igrejas, nas festas de casamento, nas feiras, nas eiras e alpendres pelas gentes do distrito de Faro. O seu repertório é composto por Corridinhos, Bailes de roda, Modas a dois passos, Bailes de roda encandeados e Baile mandado. Este Grupo é filiado no INATEL, e já representou a sua região de norte a sul do País, Espanha e França.


VI

FESTIVAL CELESTINO GRAÇA

PARTICIPANTES

CORREIO DO RIBATEJO, SEXTA-FEIRA, 01 DE SETEMBRO DE 2017

FESTIVAL CELESTINO GRAÇA

Portugal Douro Litoral – Maia Grupo Regional de Moreira da Maia

FESTIVAL “CELESTINO GRAÇA” A FESTA DAS ARTES E DAS TRADIÇÕES POPULARES DO MUNDO

PROGRAMA QUINTA-FEIRA, 7 SETEMBRO 2017 Na defesa das raízes e das tradições da Maia, terra de tradições fecundas e vetustas a esfumar-se na bruma dos séculos, Moreira da Maia sentiu necessidade de perpetuar os seus costumes, as suas usanças, a riqueza espiritual expressa nas danças e nos cantares das suas gentes. E foi com essa intenção que um grupo de pessoas formou, em 1934, o Grupo Regional de Moreira da Maia para dar continuidade à preservação das raízes desta pequena comunidade. Pequena em tamanho, mas grandiosa e orgulhosa da sua cultura popular. A primeira actuação pública ocorreu no Palácio de Cristal, na Cidade do Porto, por ocasião da abertura da Exposição Colonial Portuguesa, e a partir de então não mais cessou a sua intensa e valiosa actividade na defesa e divulgação das tradições maiatas, circunstância que lhes tem valido diversas e honrosas distinções, de entre as quais se salienta, pelo seu significado, a Medalha de Mérito Cultural – Ouro, atribuída pela Câmara Municipal da Maia. No seu exuberante e polícromo quadro etnográfico, o Grupo Regional de Moreira da Maia apresenta os típicos trajes que representam a forma de vestir das gentes Maiatas, com destaque para o traje de Domingar, o mais característico de todos. Procurou formar uma tocata, que não só reflectisse a presença dos instrumentos musicais tradicionais da região, como também permitisse, sem adulterações, a execução das danças interpretadas pelo agrupamento.

CENTRO HISTÓRICO E W. SHOPPING 10.30 Horas – Animação com os Grupos Estrangeiros – Ateliês de Dança 11.30 Horas – “Acrescentar Mundos ao Mundo” – Documentário sobre os Países Participantes BUSTO DE CELESTINO GRAÇA 15.00 Horas – Inauguração do Festival e Homenagem a Celestino Graça e a Graça Maria Madeira da Graça Rodrigues CASA DO CAMPINO 15.30 Horas – “Abraçar-Gerações” – Gala Dedicada a Crianças e a Idosos do Concelho 18.00 Horas – Abertura das Tasquinhas LARGO DA SÉ CATEDRAL (ANTIGO SEMINÁRIO) 21.30 Horas – O Festival In•Santarém CASA DO CAMPINO 21.30 Horas – Animação – Dança Desportiva 23.00 Horas – Baile à Moda Antiga 24.00 Horas – “Fora d’horas” (Até às 2 horas)

Portugal Douro Litoral – Matosinhos

SEXTA-FEIRA 8 DE SETEMBRO DE 2017

Rancho Típico da Amorosa – Leça da Palmeira

Situada na margem direita da foz do Leça, esta pequena póvoa de marinheiros, esteve em tempos idos dividida em pequenos lugares. Um desses lugares, o da Amorosa, que se situava na parte superior da freguesia, vivia essencialmente da agricultura, mas o mar, sempre a “beijar os pés” de Leça da Palmeira, teria naturalmente que influenciar as suas gentes. O Rancho Típico da Amorosa foi fundado a 8 de Novembro de 1935. Recebeu nos primeiros anos da sua existência, o conselho e orientação do Etnomusicólogo Prof. Armando Leça e, seguindo as recomendações da UNESCO, recolhe, preserva e divulga algumas formas de viver desta laboriosa gente leceira. Na pureza dos seus trajes e danças, mas também na qualidade dos espectáculos que apresenta, o Rancho Típico da Amorosa assume um protagonismo digno de registo. Além de inúmeras actuações em todo o País, e da sua participação em várias manifestações folclóricas na Europa, na Ásia e na América Latina, o Rancho Típico da Amorosa é organizador do FESTARTE, festival CIOFF que é hoje um dos mais importantes eventos de entre quantos se realizam no género em todo o País. É também sócio fundador da Federação do Folclore Português, Medalha de Mérito Dourada da Câmara Municipal de Matosinhos, colectividade de Mérito Cultural da Junta de Freguesia de Leça da Palmeira, e é uma instituição de Utilidade Pública.

CASA DO CAMPINO 18.00 Horas – Abertura da Casa do Campino 21.00 Horas – Animação – Palco – Música Popular 22.00 Horas – “Noite Ribatejana” – Fado de Lisboa, Folclore e Música Popular 24.00 Horas – “Fora d’horas” (Até às 2 horas)


CORREIO DO RIBATEJO, SEXTA-FEIRA, 01 DE SETEMBRO DE 2017

SÁBADO 9 DE SETEMBRO DE 2017 CENTRO ETNOGRÁFICO “CELESTINO GRAÇA” 11.00 Horas – Homenagem da Associação CIOFF Portugal a João Gomes Moreira CENTRO HISTÓRICO DE SANTARÉM 11.00 Horas – Animação Pelas Ruas do Centro Histórico de Santarém CASA DO CAMPINO 12.00 Horas – Abertura das Tasquinhas 14.30 Horas – Animação Musical (Claustros e Tasquinhas) 16.30 Horas - “Fandangando” – Mostra de Fandangos Ribatejanos PRAÇA DE TOIROS MONUMENTAL “CELESTINO GRAÇA” 18.30 Horas – Largada de Vacas CASA DO CAMPINO 21.00 Horas – Animação Musical – Palco - Fado de Coimbra 22.00 Horas – Gala de Folclore “O Mundo a Cantar e a Dançar” 24.00 Horas – “Fora d’horas” (Até às 2 horas)

DOMINGO 10 DE SETEMBRO DE 2017 CASA DO CAMPINO 12.00 Horas – Abertura das Tasquinhas 14.30 Horas – Animação Musical – Grupo de Concertinas 15.00 Horas – Jogos Tradicionais – Demonstração e Prática 17.00 Horas – Gala de Encerramento do Festival – “O Mundo a Cantar e a Dançar” 20.00 Horas – Encerramento do Festival “Celestino Graça”.

PAÍSES PARTICIPANTES BURYÁTIA (FEDERAÇÃO RUSSA)

FESTIVAL CELESTINO GRAÇA

PARTICIPANTES

VII

FESTIVAL CELESTINO GRAÇA

Portugal Ribatejo – Almeirim

Associação Etnográfica “Gentes de Almeirim”

A Associação Etnográfica “Gentes de Almeirim” fez a sua apresentação pública em Junho de 2012, prosseguindo, assim, a acção socio-cultural que o Padre Ricardo Mónica havia iniciado com tanto sucesso em 2009. Para além de cantigas tradicionais, o trabalho desta Associação integra temas da religiosidade popular recolhidas por Álvaro Pina Rodrigues que deram origem à apresentação de quadros típicos dramatizados por vários actores e figurantes populares, e que têm sido apresentados de norte a sul do país. Sublinhando que não pretende ser um grupo de folclore, a Associação “Gentes de Almeirim” tem vindo a desenvolver uma interessante acção de preservação, salvaguarda e divulgação do património material e imaterial no campo da etnografia do concelho de Almeirim. “Hoje, temos os nossos projectos para a dignificação e preservação da cultura almeirinense de modo a salvaguardar a herança deixada pelos nossos antepassados” parece ser o lema desta Associação que um ano mais colabora com o Festival Celestino Graça.

Portugal Ribatejo – Rio Maior Grupo de Danças e Cantares de S. João da Ribeira

COLÔMBIA, ESPANHA, ITÁLIA MÉXICO E PORTUGAL

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O Grupo de Danças e Cantares de S. João da Ribeira foi fundado em 26 de Setembro de 1982, nascendo de uma pequena brincadeira para a inauguração das escolas primárias. O acolhimento da população foi de tal ordem que o Grupo não mais cessou a sua actividade, tendo, contudo, operado uma significativa reestruturação técnica que lhe permitiu recolher e reconstituir trajos, danças e cantigas próprias desta região do Bairro ribatejano. Os seus trajes remontam aos finais do séc. XIX, inícios do séc. XX, resultando da análise de fotografias dessa época, assim como de indicações de pessoas de idade avançada e que vivenciaram toda a realidade social retratada pelo Grupo. Em consequência deste tão vasto trabalho de pesquisa, foi fundado em 1994 um Museu Etnográfico que reproduz com fidelidade e interesse o modus vivendi desta gente ribatejana. O Grupo de Danças e Cantares de S. João da Ribeira tem-se apresentado em todo o país e algumas vezes no estrangeiro e é membro da Federação do Folclore Português e da Fundação Inatel.


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VIII

FESTIVAL CELESTINO GRAÇA

CORREIO DO RIBATEJO, SEXTA-FEIRA, 01 DE SETEMBRO DE 2017


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