Rotary em Acção Nº32

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ROTARY em Acção

Diretor: Luis Valente

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Edição Nº 32 | Bimestral | Janeiro e fevereiro 2016 | Assinatura 6€

www.rotaryportugal.pt

Rotary Clube de Braga-Norte apoia CERCI na construção de novo Centro de Atividades Ocupacionais

Pág. 13

Fundação Rotária Portuguesa

Assembleia de Representantes aprova aquisição de novos imóveis Pág. 3

Metodologia Lean faz sucesso no Centro Comunitário de Carcavelos

Pág. 10

Cancro intestinal: aplicabilidade dos resultados pré-clínicos prevista para 2018

Noel de Miranda um jovem português na “alta roda” da medicina de investigação Pág. 08 & 09

Rotários comemoraram 90.º aniversário do Rotary em Portugal

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2 | Rotary em acção | nº 32 JANEIRO E FEVEREIRO 2015

ROTARY em Acção

editorial

Propriedade Fundação Rotária Portuguesa Morada Rua João Machado, 100, 3º Salas 303/304 3001-903 Coimbra Diretor Luis Valente Colaboração Diamantino Gomes, Filipe Dias, Jorge Humberto Ferreira, Cláudia Martins, Jorge Silva, Manuela Coelho, Ana Lima, Mara Duarte, Ricardo Madeira, Santos Bento e Tiago Alves Edição Contexto www.contextoglobal.pt Paginação Kriamos www.kriamos.pt Tiragem 6.000 exemplares Impressão Diário do Minho (Braga) Contacto comissaorelacoespublicasimagem@gmail.com

rotaryemaccao@gmail.com Telefones 239 823 145 239 834 348 Fax 239 837 180 NIF 501129081 Depósito Legal 290346|09 Publicação Nº 125744

Assembleia de Representantes da FRP aprovou plano de atividades e orçamento para 2016

A mesa que presidiu aos trabalhos da Assembleia de Representantes da FRP: José Ribeiro Ferreira, Manuel Cardona, António Vaz, Miguel Mendes, Teresa Mayer, Condé Pinto e Amorim da Costa

A Assembleia de Representantes da Fundação Rotária Portuguesa (FRP) realizada, em Outubro, no Hotel Dona Inês, em Coimbra, aprovou por maioria (1 abstenção) o Plano de Atividades e Orçamento para 2016. O encontro rotário foi muito participado e decorreu sob a presidência de Miguel Real Mendes, governador do distrito rotário1960, que esteve acompanhado, na mesa, por José Ribeiro Ferreira (secretariou a reunião), Manuel Cardosa (presidente do Conselho Superior/Curadores); António Vaz (governador do distrito rotário 1970); Teresa Mayer (presidente do Conselho de Administração da FRP), Condé Pinto (em representação da Comissão Revisora de Contas) e António Amorim Costa (em representação do Rotary Club de Coimbra). Na assembleia foram apresentados, discutidos e aprovados, o Plano de Atividades e o Orçamento para 2016, expostos pelo Conselho de Administração (CA) da Fundação, documentos apresentados por Armindo Carolino, vice-presidente do CA da FRP. Do relatório apresentado aos clubes rotários destaca-se o propósito do conselho de administração «de racionalizar e otimizar todos os recursos técnicos, humanos e financeiros de que dispõe». O CA da FRP defende ainda que continuará a apoiar as iniciativas do movimento rotário português, nomeadamente, os «apoios aos Projetos dos Clubes Rotários na área educativa, social, humanitária ou ambiental, em sintonia com os Governadores de Distrito». A promoção da imagem pública da FRP e do Rotary Internacional em Portugal «sob orientação e em sintonia com os Governadores dos dois Distritos Rotários portugueses, constituem no atual contexto da sociedade portuguesa, um dos objetivos fundamentais do Rotary em Portugal», refere o documento. No plano de atividades continua o propósito do apoio às ações culturais, nomeadamente a realização do IX Concurso Nacional de

Canto Lírico, evento para o qual conta com a colaboração dos clubes rotários de Lisboa-Estrela, Porto-Foz, Cascais-Estoril, Ponta Delgada e Angra do Heroísmo. «A par das Bolsas de aperfeiçoamento que proporcionam aos jovens vencedores estes concursos traduzem-se não só numa significativa promoção pública da imagem da FRP e de Rotary em Portugal no campo cultural e artístico, mas também em proveitos monetários para a FRP». Paralelamente a este evento realizar-se-á também, em 2016, em Abril, como é tradição, a entrega da Bolsa Fundadores Melhores Bolseiros a 10 alunos com mérito escolar ou cívico, selecionados pelos clubes rotários sorteados para esse efeito. Cerimónia que visa «evocar e homenagear os dez fundadores da FRP». A atribuição das bolsas de estudo suportadas exclusivamente pela FRP (bolsas próprias), e anteriormente atribuídas manterse-ão até os respetivos estudantes terminarem os seus cursos, desde que mantenham o mérito escolar, e as condições da sua atribuição.

Parecer do Conselho Superior/Curadores recomendou aprovação pela Assembleia

Manuel Cardona, presidente do Conselho Superior/Curadores da Fundação Rotária Portuguesa (FRP) antes da colocação à votação dos documentos – Plano de Atividades e Orçamento para 2016 – leu o parecer do conselho a que preside que na génese convidava os representantes a votarem a aprovação dos documentos. Manuel Cardona referiu que o conselho reunido no dia 10 de Outubro analisou, em pormenor, os textos apresentados pelo CA e «decidiu dar parecer favorável a ambos os documentos e recomendar a sua aprovação pela Assembleia de Representantes».


nº 32 JANEIRO E FEVEREIRO 2015 | Rotary em acção | 3

Assembleia de Representantes da FRP aprovou aquisição de novos imóveis

Saudação às Bandeiras: Teresa Mayer, António Vaz, Miguel Real Mendes, Manuel Cardona e Amorim da Costa

A Assembleia de Representantes da Fundação Rotária Portuguesa (FRP) realizada, em Janeiro, no Hotel D. Luís, em Coimbra, aprovou por maioria a aquisição de frações no Edifício Coimbra, na Rua de João Machado, n.º 100, edifício onde funcionam os serviços da fundação. A reunião contou com a presença de cerca de 40 rotários, 24 dos quais na qualidade de Representantes dos respetivos clubes, ou seus substitutos, para tal devidamente credenciados: 8 do Distrito 1960 e 16 do Distrito 1970, e realizou-se sob a presidência de Miguel Real Mendes, governador do distrito rotário1960,

que esteve acompanhado, na mesa, por José Ribeiro Ferreira, que secretariou os trabalhos, Manuel Cardona presidente do Conselho Superior/Curadores; António Vaz, governador do distrito rotário 1970 e Teresa Mayer, presidente do Conselho de Administração da FRP. O protocolo esteve a cargo de Armindo Carolino, vice-presidente do CA da FRP. Da agenda de trabalhos constava a leitura, discussão e votação da cata da sessão anterior e a aquisição de imóveis, nomeadamente um imóvel localizado na Praça da República, n.º 20 e a aquisição das frações CE (sala 302 do 3.º andar do

Edifício Coimbra, na Rua João Machado n.º 100, contígua às catuais salas que constituem a sede da fundação) e as frações AA, X e Z, relativas a três lugares de estacionamento sitos na subcave do mesmo edifício. Quanto ao primeiro imóvel, Miguel Mendes, anunciou que o mesmo havia sido vendido dias antes, pelo que ficava sem efeito a discussão a seu respeito. Quanto às restantes frações, após análise e apresentação de pontos de vista, quer no que toca ao valor mínimo de compra anunciado e que tem por base de licitação 70 mil euros; quer no que respei-

ta ao destino a dar à sala 302, a votação final dos representantes presentes aprovou por maioria – 15 votos a favor – a aquisição das frações do Edifício Coimbra, pelo preço mais compatível. Registou-se ainda 5 votos contra e 4 abstenções. A assembleia aprovou ainda por unanimidade proposta do rotário Alcides José de Sá Esteves, do Rotary Club de Estarreja e vogal da FRP, que propôs que a Assembleia concedesse à Mesa, a elaboração da cata, em minuta, com vista à aquisição do imóvel.

No mês de Setembro

Projectos candidatados pelos clubes superam os 227 mil euros Setembro de 2015 constituiu a 11.ª fase de candidaturas, desde que o novo Regulamento de Candidatura a Projectos de Apoio da Fundação Rotária Portuguesa (FRP) foi aprovado na assembleia de representantes que teve lugar em Abrantes, de 2010. Apesar das dificuldades económicas conhecidas e identificadas por todos os cidadãos, a realidade é que os clubes rotários continuam a dar um

sinal de dinamismo nas suas comunidades ao candidatarem 78 projectos nas ênfases do Combate à Fome e à Pobreza; Promoção da Saúde e da Alfabetização/Educação. Dos 78 projectos candidatados e analisados por uma comissão constituída por Teresa Mayer, Armindo Carolino e José Ribeiro Ferreira (todos elementos do Conselho de Administração da FRP) 68 foram aprovados, o que corresponde a um

apoio, por parte da FRP, no valor de 58.236,00 euros. Da análise de todos os processos entregues nos serviços administrativos da FRP foram também apoiados pela doação da Comissão Local (HOC) da 104.ª Convenção de RI-2013 em Lisboa, 23 dos 78 projectos com montantes que totalizam, para esta fase 10 mil euros. Do lote de projectos aprovados, 22 enquadram-se na ênfase do Combate à Fome

e Pobreza, e foram apoiados com 17.316, euros. A área da Alfabetização/Educação regista 45 candidaturas que serão apoiadas com 40.776,00 euros, e correspondem a 164 bolsas de estudo e 11 prémios escolares para alunos carenciados do ensino superior e do ensino secundário. A ênfase da Saúde não regista qualquer candidatura, e a da área do Ambiente/Recursos Hídricos inscreve uma candi-

datura, que será apoiada com 144,00 euros. De destacar, que nesta fase, o valor total dos projectos candidatados pelos clubes foi de 227.659,47 euros, que serão apoiados com 58. 236,00 euros. Os projectos recebem ainda, das parcerias conseguidas pelos clubes, um total de 93. 102,08 euros e os clubes inscrevem em fundos próprios o valor de 63.357, 17 euros.


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Melhores alunos de Caldas da Rainha e Óbidos foram premiados No âmbito do novo regulamento de candidatura a projetos de apoio da Fundação Rotária Portuguesa (FRP) o Rotary Club das Caldas da Rainha atribuiu prémios a alunos de escolas das Caldas da Rainha e Óbidos. A propósito desta iniciativa Rotary em Acão falou com João Manuel Girão, representante do clube à FRP, e responsável por acompanhar a realização do projeto “Atribuição de 29 prémios escolares” implementado pelo clube rotário. O projeto, visa premiar os melhores alunos e enquadra-se na ênfase “Alfabetização/Educação”.

Os alunos premiados Escola Técnica Empresarial do Oeste 10.º Ano Maria Inês Alves 11.º Ano Samanta Correia 12.º Ano Marisa Bártolo Agrupamento da Escola Secundária Raul Proença 9.º Ano Camila Costa e Matilde Costa 10.º Ano Rui Santos 11.º Ano Tênia Clemente 12.º Ano Nirina Raharitahiana Foto de grupo dos jovens estudantes premiados

Rotary em Acção (R.A.) – O RC das Caldas da Rainha desde a entrada em vigor do novo Regulamento de Candidatura a Projetos de Apoio à Fundação Rotária Portuguesa candidatou 15 projetos divididos entre a Promoção da Saúde e a Alfabetização/Educação. Qual o balanço que faz? João Manuel Girão (J.M.G.) – Os projetos na sua maioria foram atendidos, pelo que o balanço é muito positivo. R.A. – Recentemente, o clube concretizou um projeto que consubstanciou a entrega de 24 prémios/bolsas escolares a outros tantos alunos do 9.º ao 12.º ano de escolaridade. Como decorreu esta iniciativa? J.M.G. – Esta iniciativa já se realiza há 16 anos, sendo encarada pela comunidade caldense, com expectativa e alegria, ao saber que os rotários mais

uma vez homenageiam os melhores alunos do 9.º ao 12.º ano de escolaridade. R.A. – Que escolas estão envolvidas nesta ação? Como encaram este projeto do RC das Caldas da Rainha? J.M.G. – Neste evento estão envolvidas todas as escolas dos concelhos das Caldas da Rainha e de Óbidos. Os estabelecimentos de ensino encaram este projeto sempre com grande ansiedade e com expectativa por verem reconhecidos os bons resultados dos seus alunos, pelo trabalho desenvolvido pelos professores e diretores responsáveis pelas escolas. R.A. – Qual a reação de alunos, pais e professores a esta ação que o clube desenvolve há já 16 anos? J.M.G. – Na sequência da resposta anterior trata-se, para

todos os presentes de uma cerimónia marcante por: 1.º – Para os rotários: pelo trabalho desenvolvido no sentido de incentivar os jovens, para que estes se apliquem mais; 2.º – Para os alunos: ao verem reconhecidos os seus méritos e esforços; 3.º – Para os pais: orgulhosos pelo trabalho realizado pelos filhos, ao serem premiados pelos seus estudos; 4º – Para os professores: por saberem que a sua competência como educadores foi compensada. R.A. – Para concretizar este projeto o clube conta apenas com o envolvimento dos companheiros ou também têm parcerias? J.M.G. – Todo o projeto conta com o envolvimento dos companheiros do clube que ao longo do ano tudo fazem para que o resultado final seja o melhor. Todos os elementos do clube

encarregam-se de obter parceiros através de amigos, firmas e entidades. Parcerias estas como o Banco Bic; Auto Leandro; G.M. Seguros; Opticaldas; Sportino; Paraíso do Couto; Farmácia Rosa; companheiros do clube e finalmente com o grande apoio da Fundação Rotária Portuguesa. R.A. – Perspetivas para o futuro tendo em conta a retração económica que se sente no dia -a-dia no país? J.M.G. – Devido à situação do país vamos tendo mais dificuldade em arranjar parceiros, mas com trabalho e vontade de todo o clube, sempre temos conseguido levar a água ao nosso moinho e vemos o futuro sempre risonho e com esperança para que este projeto de Educação vá acontecendo ao longo de muitos anos.

Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro 9.º Ano João Subtil 10.º Ano Patrícia Cunha 11.º Ano Rafael Ferreira 12.º Ano Sara Fialho Agrupamento de Escolas de Josefa de Óbidos 9.º Ano Luís Maia 10.º Ano Cristiana Herculano 11.º Ano Luana Sousa 12.º Ano Alexandre Ribeiro Colégio Rainha D. Leonor 9.º Ano Bernardo Henriques 10.º Ano João Leiria 11.º Ano Beatriz Bento 12.º Ano Mariana Manique Colégio Frei Cristóvão 9.º Ano Afonso Barreto Agrupamento de Escolas D. João II 9.º Ano Ricardo Ezequiel Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste Nível 4 Ana Filipa Alves Nível 5 Filipe Santos

Auditório cheio em dia de festa e de homenagem aos jovens estudantes

A mesa que presidiu à cerimónia de entrega de prémios aos estudantes

Tatiana Neves Bolsa de Estudo do Rotary Club das Caldas da Rainha


nº 32 JANEIRO E FEVEREIRO 2015 | Rotary em acção | 5

À conversa com os clubes rotários de Estoi Internacional e Pombal

“A FRP tem assumido o papel de ‘motor’ de Rotary em Portugal”

Robin Wilson “A promoção de seminários locais, sobre o papel que a FRP deseja realizar (…) pode ser o motor de arranque para uma melhor compreensão”

Rotary em Acção (R.A.) – Desde a sua fundação como tem sido a relação do RC de Estoi Internacional com a Fundação Rotária Portuguesa (FRP) em termos de projectos, parcerias e/ou solicitação de apoios? Robin Wilson (R.W.) – Desde a fundação do nosso clube a relação com a Fundação Rotária Portuguessa (FRP) tem sido a mais cordial possível tendo nós comparticipado regularmente com fundos para a Fundação. No ano passado candidatámos o nosso projecto “Milk Project” onde o Rotary Club Estoi Palace Internacional distribui o leite nos cabazes alimentares que são entregues à população carenciada, suportando o clube a despesa do leite. Este projecto é realizado com a Casa de Povo de Estoi que recebe os restantes alimentos do Banco Alimentar de Faro. As verbas solicitadas à FRP para ajudar na execução deste projecto anual não nos foram atribuídas. R.A. – Qual a opinião do Club em relação ao trabalho que a FRP tem desenvolvido? R.W. – O trabalho e objetivos da FRP são bastante interessantes e bons. Contudo, devido ao facto de sermos um grupo onde a língua de trabalho é o inglês e de só recentemente termos um compa-

Robin Wilson e Nelson Cordeiro Pedrosa são, respectivamente, os presidentes do Rotary Club de Estoi Palace Internacional e do Rotary Club de Pombal no ano rotário de 2015/2016. Foi com eles que “Rotary em Acção” conversou, recentemente. A conversa com os dois presidentes dos clubes rotários recaiu em questões acerca da relação que os clubes têm com a Fundação Rotária Portuguesa (FRP) e sobre o trabalho desenvolvido pela instituição. Abordarmos ainda a execução do novo Regulamento para Candidatura a Projetos de Apoio da FRP.

nheiro português que faz a ligação com a fundação não nos permitiu acompanhar devidamente o trabalho da FRP no passado. R.A. – O que deve a FRP fazer para melhorar a sua relação com os clubes? Como pode a Fundação ser o instrumento de acção dos clubes rotários portugueses? R.W. – Penso que seria importante que a FRP pudesse deslocar-se aos clubes de forma a comunicar aos membros os seus objectivos e desta forma fazer com que os clubes possam trabalhar mais e melhor com a FRP. A promoção de seminários locais, sobre o papel que a FRP deseja realizar como instrumento de acção dos clubes pode ser o motor de arranque para uma melhor compreensão, por todos os companheiros, desses desígnios.

Visita do Governador D. 1960, Miguel Mendes.

Faro Faro é uma cidade portuguesa com cerca de 47 000 habitantes, capital do distrito de Faro, da região, sub-região e ainda da antiga província do Algarve. É sede de um município com 202,57 km² de área e 64 560 habitantes (2011), subdividido em 4 freguesias. O município é limitado a norte e oeste pelo município de São Brás de Alportel, a

R.A. – No âmbito do novo Regulamento para a Candidatura a Projectos de Apoio da Fundação Rotária Portuguesa o clube candidatou algum projecto? Em que ênfase? R.W. – Neste momento não temos nenhuma candidatura em análise. A candidatura do “Milk Project” foi realizada em Fevereiro passado.

Pombal

Nelson Cordeiro Pedrosa a “FRP deveria assumir um papel de intermediário (…) assumindo-se como um veículo agilizador e agregador”

Rotary em Acção (R.A.) – Desde a sua fundação como tem sido a relação do RC de Pombal com a Fundação Rotária Portuguesa (FRP) em termos de projectos, parcerias e/ou solicitação de apoios? Nelson Cordeiro Pedrosa (N.C.P.) – Numa rápida análise aos 31 anos do Rotary Club de Pombal consideramos que a nossa relação com a Fundação Rotária Portuguesa (FRP) tem sido extremamente profícua, ainda que, somente na última década se tenha vindo a intensificar. Porém, este é um daqueles clubes que se pode honrar de usufruir de uma estreita relação e apoio da FRP. R.A. – Qual a opinião do Club em relação ao trabalho que a FRP tem desenvolvido? N.C.P. – O Rotary Club de Pombal tem usufruído da sorte de, ao longo dos últimos anos, acompanhar de perto a acção da FRP. Neste sentido, é nossa opinião que tem desenvolvido um trabalho meritório na promoção e desenvolvimento de acção/projectos em prol da nossa comunidade. A FRP tem mesmo assumido o papel de “motor” de Rotary em Portugal, sendo que

sem o seu importante apoio e impulso, muitos dos clubes rotários de menor expressão, não teriam os meios, nem a capacidade de levar a bom porto muito dos projectos que idealizam concretizar. R.A. – O que deve a FRP fazer para melhorar a sua relação com os clubes? Como pode a Fundação ser o instrumento de acção dos clubes rotários portugueses? N.C.P. – Como se referiu, o trabalho que a FRP tem desenvolvido ao longo dos últimos anos tem sido de uma extrema importância para o desenvolvimento de alguns projectos pontuais, com maior expressão nos clubes de menor dimensão, em que a FRP é encarada como o pilar essencial para a sua boa concretização. Porém, consideramos que esta acção tem sido direccionada somente para projectos ou acções de curto prazo ou pontuais. Há projectos que se têm vindo a enraizar no seio da Família Rotária, sendo amplamente desenvolvidos de Norte a Sul do País, como por exemplo os rastreios de saúde ou a já tradicional recolha de alimentos. Nestas situações consideramos que a FRP deveria assumir um pa-

Pombal é uma cidade portuguesa pertencente ao distrito de Leiria, região Centro e sub -região do Pinhal Litoral, com cerca de 11 000 habitantes. Foi oficialmente elevada a cidade em 16 de Agosto de 1991. É sede de um município com 626,00 km² de área e 55 217 habitantes (2011), subdividido em 13 freguesias. O município pel de intermediário ou promotor de uma uniformização, assumindo-se como um veículo agilizador e agregador. Vejamos. Pela envergadura que a FRP assume a nível nacional, com a representação de 156 clubes rotários, de Norte a Sul, seria mais vantajoso e com significativos benefícios ao nível dos encargos que os clubes assumem nestas acções, a FRP contratualizar a nível nacional, uma melhor oferta para a aquisição dos sacos, devidamente identificados para as recolhas de alimentos, bem como, o estabelecimento de parceiras nacionais com grupos na área da oftalmologia, otorrinolaringologia, entre outros, para as tão importantes sessões de rastreio desenvolvidas pelos clubes ao longo do ano. Só através de uma acção conjunta se conseguiria mais e melho-

res vantagens tanto económicas como logísticas, de modo a não obrigar os clubes a, de uma forma isolada, promover estes eventos com a chancela Rotária. R.A. – No âmbito do novo Regulamento para a Candidatura a Projectos de Apoio da Fundação Rotária Portuguesa o clube candidatou 7 projectos (entre 2011 e 2015). No entanto só três foram contemplados. Que balanço fazem da acção do clube nesta área? N.C.P. – O Rotary Club de Pombal ciente das dificuldades e dos efeitos económicos que a austeridade repercutiu a nível nacional, compreende e assume a relevada necessidade e importância de se ter efectuado um ajustamento do Regulamento para a Candidatura a Projectos de Apoio da Fundação Rotária Portuguesa. Neste senti-

leste por Olhão, a oeste por Loulé e a sul tem costa no Oceano Atlântico. Através do aeroporto de Faro, a cidade constitui a segunda maior entrada externa do país (a seguir a Lisboa), o que lhe confere uma valência cosmopolita. RC de Estoi Internacional tem 22 rotários e reúne, à terça-feira, na Pousada Palácio de Estoi (13h00)

é limitado a Norte pelos municípios da Figueira da Foz e de Soure, a Este por Ansião e Alvaiázere, a Sudeste por Ourém, a Sudoeste por Leiria e a Oeste possui uma faixa de litoral no Oceano Atlântico. RC de Pombal tem 33 rotários e reúne, à terça-feira, na Residencial do Cardal (21h30). do, congratulamo-nos que o nosso clube tenha sido contemplado com 3 importantes apoios para a concretização dos nossos projectos. Efectivamente, a concessão de Bolsas de Estudo a alunos economicamente mais carenciados (ensinos secundário, profissional e universitário), tem sido, ao longo dos anos, uma das grandes preocupações do nosso clube. Sendo que, desde 1987 já atribuímos aproximadamente 350 bolsas, sendo que, a maioria – a partir de 1997 – com a colaboração de empresas, instituições ou pessoas singulares, e neste projecto a FRP tem sido um permanente apoio, desenvolvendo um papel crucial na agilização e gestão de todos os processos, ou no financiamento de bolsas de estudos a jovens com necessidades educativas especiais.


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Candidatura a projectos de apoio da Fundação Rotária Portuguesa

Estudantes carenciados apoiados com bolsas de estudo integram o movimento Rotaract Divulgamos mais um projecto enquadrado no novo regulamento de candidatura a projectos de apoio da Fundação Rotária Portuguesa (FRP). “Rotary em Acção” conversou com Ana Maria Ribeiro de Carvalho Baptista, representante do Rotary Club de Oeiras à Fundação Rotária Portuguesa e responsável por acompanhar o projecto de Bolsas de Estudo, que decorrerá até Junho deste ano. O projecto enquadra-se na ênfase “Alfabetização/Educação”. Rotary em Acção (R.A.) – O RC Oeiras desde a entrada em vigor do novo Regulamento de Candidatura a Projectos de Apoio à Fundação Rotária Portuguesa candidatou 13 projectos, enquadrados nas áreas do Combate à Fome e à Pobreza e Alfabetização/Educação. Qual o balanço que faz? Ana Maria Baptista (A.M.B.) – O Rotary Clube de Oeiras, anteriormente ao advento dos projectos, tinha já uma tradição de largos anos na atribuição de Bolsas de Estudo. Daí o facto de termos concorrido logo no 1.º ano de implementação dos Projectos de Apoio inseridos nas Ênfases Presidenciais, na categoria de Educação. Esta é certamente a explicação do elevado número de projetos aprovados. É evidente que estes apoios constituíram um aspecto fundamental para a concretização dos nossos objectivos. Sobretudo também nos motivou a ir mais longe, porque, contando com essa ajuda, lançámo-nos em projectos na área da fome e pobreza. R.A. – Em Setembro último o clube candidatou um projecto na área da Alfabetização/Educação que decorrerá até Junho de 2016. Qual o objectivo principal? A.M.B. – O objectivo principal deste projecto é acompanharmos ao longo do curso alguns

bolseiros que apoiamos desde o 10.º ano, dois dos quais já se encontram no 3.º ano do ensino superior. Todos nos têm demonstrado reconhecimento, alguns prestam-nos ajuda e comparecem em actividades do clube, quando solicitados ou simplesmente convidados. Dois dos nossos bolseiros fazem parte do nosso Rotaract. É muito gratificante para nós e, penso, que também para eles. Muitos já terminaram o curso e vêm ao clube assinar as fitas de fim de curso e apresentarem pessoalmente agradecimentos. Também já tivemos desistências pontuais por razões diversas. Nesse caso substituímo -los por candidatos que estejam nas nossas listas de pedidos de apoio. Infelizmente são bastantes! R.A. – De que forma é que o clube tem conhecimento destes jovens alunos que necessitam de apoio financeiro para prosseguirem os seus estudos? A.M.B. – O nosso clube tem contacto com as Escolas Secundárias da área, onde desenvolvemos projectos, como “Aluno Melhor Companheiro”, “Ryla” e “Estágios por um dia”. Essas escolas referenciam-nos bons estudantes com graves carências financeiras. Nós correspondemos na medida do possível. É evidente que não a 100%. Tam-

Cerimónia de entrega de bolsas de estudo

bém as Juntas de Freguesia, com quem temos estreito contacto, nos dão a conhecer necessidades urgentes em áreas diversas, incluindo a de jovens estudantes necessitados e pessoas em grave situação de pobreza. R.A. – Alguns dos 11 alunos que estão inscritos neste projecto de bolsas de estudo já são bem conhecidos do clube. Sentem que é uma responsabilidade acrescida apoiá-los até ao final do percurso académico? A.M.B. – Sim, sem dúvida. Quando começamos a apoiar um bolseiro, frequente ele o ano que for, fazemos questão em não o abandonar até ao fim da sua formação, Mestrado incluído. Este ano temos um bolseiro que seguimos há 6 anos, já recebeu um prémio escolar da Fundação Rotária Portuguesa, encontra-se no 1.º ano do mestrado em Arquitectura e para o ano fará o 2.º ano. R.A. – Para concretizar este projecto o clube conta apenas com o envolvimento dos companheiros ou também tem parcerias? A.M.B. – Temos alguns patrocínios, dentro do âmbito da responsabilidade social das empresas, que fomentamos, mas não tantos como há anos atrás, por razões por demais conheci-

das. Para angariarmos fundos para completar os montantes necessários para os alunos incluídos nos Projectos de Educação (como é exemplo o projecto 469), realizamos diversas actividades, entre as quais o Concerto de Natal com a colaboração graciosa do Coro de Santo Amaro de Oeiras, passeios, espectáculos com a colaboração de universidades seniores e artistas individuais que se dispõem a “ajudar a ajudar”. Os proventos que daí advêm são também para outras acções levadas a cabo pelo clube. R.A. – No futuro pensam candidatar projectos enquadrados noutras ênfases ou continuarão a privilegiar a Alfabetização/Educação apoiando jovens estudantes carenciados? A.M.B. – A atribuição de bolsas de estudo tem sido uma tradição que já conta com quase 30 anos, data da existência do Rotary Club de Oeiras. É na juventude que mais queremos apostar, pois são eles que vão constituir a sociedade do futuro e se têm vontade de vencer, nós queremos ajudá-los e não só com bolsas. Porém, o Combate à Fome e à Pobreza, área em que foram aprovados 2 projectos, também nos impele a muitas actividades. Todos os anos distribuímos 60 Cabazes de Natal, colaboramos com associações

Distribuição de Cabazes de Natal, em Dezembro de 2014

humanitárias da nossa área de implementação, subsidiamos 15 dias de férias a crianças do bairro social onde é a sede do nosso clube, isto para enumerarmos só algumas das nossas preocupações. Embora a Educação seja uma das nossas principais preocupações, a fome e a pobreza, vêm imediatamente a seguir, até porque temos cada vez mais famílias a passarem por graves dificuldades económicas. É evidente que dentro da nova política da Fundação Rotária Portuguesa de aprovar um só projecto por clube em cada fase de candidatura, evitando assim chumbar projectos válidos e privilegiando todos dentro do orçamento disponível, torna-se possível voltar a ter projectos aprovados no âmbito da fome e pobreza. (O ano passado tivemos dois projectos recusados nesta enfase, um em Setembro e outro em Fevereiro). Este ano o clube está a preparar um projeto na ênfase do Combate à Fome e à Pobreza para ser apresentado na época de Fevereiro, cumprindo o objectivo de Rotary “Mais se beneficia quem melhor serve”. Esta calendarização é motivada pelo estratégia da Fundação Rotária Portuguesa, o que nos leva apresentar os projectos sobre Educação/Alfabetização na época de Setembro, pois que coincide com o início do ano escolar.


nº 32 JANEIRO E FEVEREIRO 2015 | Rotary em acção | 7


8 | Rotary em acção | nº 32 JANEIRO E FEVEREIRO 2015

Cancro intestinal: aplicabilidade dos resultados pré-clínicos prevista para 2018

Noel de Miranda um jovem português na “alta roda” da medicina de investigação Jovem médico foi notícia por ter recebido em pouco mais de dois meses, duas bolsas de estudo para poder continuar o seu projecto de investigação de cancro intestinal. Falamos de Noel de Miranda, 33 anos, natural de Póvoa do Varzim, que cedo percebeu que para concretizar o seu sonho teria de emigrar. Rotary em Acção foi à procura deste Biólogo, licenciado em Biologia Aplicada pela Escola de Ciências da Universidade do Minho e que está desenvolver um projecto de investigação na área do cancro intestinal (segunda causa de morte em Portugal por doença oncológica) no Centro Médico da Universidade de Leiden, na Holanda. Encontramos um jovem simpático, generoso, que nos recebeu muito bem, e acedeu em dar-nos uma entrevista. Noel de Miranda é um exemplo de tenacidade. Há 12 anos que estuda o cancro intestinal e acredita que daqui a três anos o projecto terá os primeiros ensaios pré-clínicos. Faz o que gosta, como nos disse, mas o dia-a-dia é igualmente marcado pela eterna Saudade da Família e dos amigos que deixou em Portugal. É um bom garfo e amante de cinema e música.

Noel de Miranda em acção no laboratório na Universidade de Leiden, Holanda

Rotary em Acção (R. A.) – Quem é Noel de Miranda? Noel de Miranda (N. M.) – Sou Biólogo, uma definição que não se restringe à profissão mas também define o meu carácter. Tive o privilégio de encontrar uma aplicação prática para a minha “personalidade curiosa”: há 12 anos que sou investigador em cancro e a maior parte deste período foi dedicado ao estudo do cancro intestinal.

Sou um português e um Poveiro orgulhoso, um musicófilo, enófilo e um bom garfo (algo céptico acerca da gastronomia estrangeira). Viajar é para mim um exercício fundamental de liberdade e felicidade. R. A. – Como é que, após a licenciatura em Biologia Aplicada pela Escola de Ciências da Universidade do Minho, ingressa no Centro Médico da

Universidade de Leiden, na Holanda? N. M. – Nos últimos anos da licenciatura em Biologia Aplicada tomei a decisão de emigrar uma vez que a experiência internacional é fundamental para uma carreira científica. A Universidade do Minho tinha protocolos no âmbito do programa Erasmus e na minha área de estudo com várias Universidades europeias. Concluí que uma

experiência na Universidade de Leiden seria a mais enriquecedora do ponto de vista pessoal e profissional. R. A. – Antes realizou um pós-doutoramento no Instituto Karolinska, na Suécia. Que ensinamentos recolheu nesta escola, considerada uma das maiores universidades médicas da Europa dedicadas à pesquisa e treino médico?

N. M. – Escolhi fazer o pósdoutoramento no Instituto Karolinska para ter o privilégio de desfrutar de uma envolvência única no que diz respeito ao ambiente científico que se vive no instituto. Foi uma fonte de inspiração ter a oportunidade de assistir a várias palestras de líderes cientificos (incluindo prémios Nobel). Foi também um período de grande sucesso na minha carreira e o facto de


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num minuto Nome: Noel de Miranda Idade: 33 Natural: Póvoa de Varzim Reside: Leiden, Holanda Hobby: Música (fazer e ouvir) Livro preferido: 1984, George Orwell Disco/músico preferido: Kid A/Radiohead Filme que mais gostei: Eternal Sunshipe of The Spotless Mind Prato preferido é: Sardinhas assadas Praia: Praia da Lagoa, Póvoa de Varzim País: Portugal Férias em: Portugal Viagem que gostava de fazer: Nova Guiné (Aves do paraíso) Objectivo de vida: Encontrar a felicidade nas coisas simples. O que me inspira é: A iniquidade nas oportunidades que são dadas a cada pessoa e o privilégio de nunca me ter faltado o essencial.

Noel de Miranda vive há 12 anos fora de Porugal: 9 na Holanda e 3 na Suécia. «As saudades da família e dos amigos são permanentes»

ter produzido trabalho de qualidade naquele instituto abriu-me muitas portas. R. A. – Quando surge a vontade de investigar na área do cancro intestinal, segunda causa de morte por doença oncológica, em Portugal? N. M. – Fiquei interessado pela investigação em cancro intestinal após a frequência da cadeira de Oncobiologia, na altura leccionada no Instituto Português de Oncologia do Porto. Tive um professor (Dr. Lúcio Lara Santos) que nos transmitiu a importância de desenvolver investigação nesta área de forma a melhorar as perspectivas para os doentes com cancro. R. A. – Como se sente após ter recebido, em pouco mais de dois meses, duas bolsas de estudo para continuar o seu projecto de investigação de cancro intestinal? N. M. – Sinto-me muito honrado mas também com um grande sentimento de responsabilidade. Durante as cerimónias de atribuição das bolsas tive a oportunidade de interagir com associações de doentes com cancro intestinal. Isso permitiume recentrar os meus objectivos e motivações. O facto do meu salário e o meu trabalho serem sustentados pela esperança de uma comunidade tem um grande significado. R. A. – Como é que a Associação Norte-Americana de Estudo do Cancro teve conhecimento da sua investigação?

N. M. – A bolsa atribuída por esta associação baseou-se num concurso internacional para o qual qualquer jovem cientista doutorado teve a oportunidade de concorrer. A atribuição da bolsa baseou-se no currículo dos candidatos, na qualidade dos projectos que propusemos, e no potencial de nos tornarmos futuros líderes científicos. R. A. – O Prémio Bas Mulder, atribuído pela Sociedade Holandesa de Cancro (SHC) e por uma fundação não-governamental de estudo da doença (cancro intestinal), a Alpe d’HuZes, prestigia o seu trabalho. É uma forma de reconhecimento? N. M. – Tal como a bolsa atribuída pela associação Norte-Americana de Estudo do Cancro, o Prémio Bas Mulder é muito prestigiante e motivante. Em memória de Bas Mulder (um jovem que morreu aos 24 anos com linfoma), a fundação Alpe d’Huez ambiciona apoiar e inspirar cientistas jovens e ambiciosos para darem o melhor de si. R. A. – Quer explicar-nos em que consiste o seu projecto de investigação? N. M. – Em grande parte, a transformação de células normais em tumorais deve-se a mutações genéticas no ADN das células. Algumas dessas mutações traduzem-se em proteínas que adquirem propriedades diferentes das proteínas que se encontram em tecidos normais. O nosso sistema imu-

nitário, mais especificamente através da acção dos linfócitos -T, tem a capacidade de detectar essas diferenças e eliminar as células que produzem proteínas anormais. O meu projecto pretende explorar esta capacidade do sistema imunitário de forma a estimular o reconhecimento e eliminação das células tumorais através da acção dos linfócitos-T. Para tal, o material genético de cancros do cólon ou recto são analizados de forma a identificar mutações nas células tumorais. As proteínas correspondentes a essas mutações são testadas de forma a avaliar se têm a capacidade de estimular respostas imunitárias nos doentes com cancro intestinal. O sucesso deste projecto traduzir-se-ia no desenvolvimento de estratégias terapêuticas que se baseiem no uso de proteínas tumorais, por exemplo no contexto de vacinação de doentes com cancro intestinal. R. A. – Quando é que o resultado da sua investigação terá aplicabilidade nos pacientes? N. M. – Se os resultados préclínicos forem promissores, os primeiros ensaios clínicos poderão ser iniciados em 2018. R. A. – Pensa voltar a Portugal. Às suas raízes e aqui continuar a desenvolver o seu trabalho? N. M. – O desejo de regressar a Portugal é permanente. Infelizmente, o realismo desta possibilidade tem vindo a diminuir com o passar dos anos. Os

recursos financeiros e tecnológicos que estão ao meu dispor na Holanda são incomparáveis com o investimento que se faz em ciência em Portugal. Ainda este mês foi-me oferecido um vínculo permanente ao meu instituto o que torna a possibilidade de regressar bastante diminuta. R. A. – Há quanto tempo vive na Holanda? Saudades da família, dos amigos? R. A. – Saí de Portugal há mais de 12 anos, dos quais 9 foram vividos na Holanda e 3 na Suécia. As saudades da família e dos amigos são permanentes tal como a “inveja” da qualidade de vida que se pode ter em Portugal. R. A. – Como é o seu dia-adia? N. M. – O meu dia-a-dia gira em volta do trabalho e inclui algumas noites mal dormidas e fins-de-semana perdidos (a parte menos “sexy” de fazer ciência). Felizmente, temos um grupo de investigadores no departamento que além de colegas são bons amigos e quando assim é, é um gosto estar no trabalho em boa companhia e a fazer o que gostamos. Trabalho à parte, tento ir ao cinema e a concertos o mais possível. Cozinhar um bom prato na maioria das noites é um ritual sagrado e um relaxamento terapêutico. O dia normalmente acaba com as notícias na televisão (portuguesa).


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Metodologia Lean aplicada no Centro Comunitário de Carcavelos é um sucesso

O que é a Metodologia Lean

Inês Cayola junto dos líderes das equipas Lean

O Rotary Club Parede-Carcavelos está a apoiar o Centro Comunitário da Paróquia de Carcavelos (CCPC) na execução da metodologia Lean. Neste sentido, no princípio de Novembro, e no âmbito das sessões de “Leadership Lab”, partilhou sessão aberta com outros clubes rotários, instituições e público em geral. Na sessão Inês Cayolla, coordenadora e os líderes das equipas Lean do CCPC apresentaram as iniciativas desenvolvidas

e as dinâmicas criadas. O presidente da Lean Academy Portugal, Sérgio Caldeirinha, entregou o símbolo do Lean Enterprise (USA) e reconheceu o Lean no CCPC como um exemplo a seguir. No final, participantes individuais, companheiros de outros clubes rotários e representantes de várias instituições locais e de comunidades vizinhas, mostraram-se interessados nesta metodologia, tendo sido agendados encontros para dar início

Lean CCPC: mostra das iniciativas implementadas

a novos projetos. O Rotary Club de Parede-Carcavelos procura desta forma a verdadeira sustentabilidade no Serviço que presta, fazendo com que os que servem se tornem autónomos e até “servidores”. Por isso, o parceiro CCPC comprometeu-se a ajudar a implementar esta metodologia noutras instituições, mostrando as suas iniciativas, que não se traduzem apenas em euros, mas fundamentalmente na mudança de comportamentos e atitudes

das pessoas que se sentem motivadas e com autonomia, que sabem que o seu desempenho é essencial para que as organizações atinjam os seus objetivos. Este tipo de projetos revela, também, a verdadeira essência de Rotary ao colocar as competências profissionais dos envolvidos ao serviço das pessoas e das instituições, respondendo às suas necessidades e gerando resultados sustentáveis para transformar comunidades.

O Lean consiste na procura de soluções eficientes, que permitam incrementar valor nas organizações, através da identificação e redução do desperdício nos recursos que utilizam. Mas, o conceito vai mais longe, ao envolver todas as pessoas que desenvolvem as atividades, promovendo iniciativas para tornar os processos mais eficientes. Masaaki Imai, observador do “milagre” do Japão no pós-guerra registou, em livro editado em 1986, um dos principais pilares para este sucesso a que chamou Kaisen – significa Kai (mudança) + Zen (para melhor); Lean no ocidente: “a aposta em soluções baratas assente no esforço e engenho das equipas, no combate ao desperdício e no envolvimento de todos, conduzindo a uma maior qualidade e produtividade”. O livro registou enorme êxito no ocidente, sobretudo no sector automóvel, inspirado na eficiência dos congéneres nipónicos, com destaque para a Toyota. A metodologia foi adotada por outras indústrias, posteriormente também pelo sector dos serviços e, na recente reedição, o autor inclui 5 casos de sucesso em Portugal nos 25 exemplos que destaca a nível mundial. Aplicada na EDP desde 2006, esta metodologia é levada em 2011 através da EPIS (Empresários para a Inclusão Social), no âmbito do seu voluntariado de competências, numa ação coordenada por Vítor Cordeiro, para o Agrupamento de Escolas da Abrigada onde é desenvolvida com sucesso. É precisamente este parceiro que, em conjunto com o RC Parede-Carcavelos nas ações iniciais de sensibilização junto do CCPC, mostrou em 2014 os resultados das suas iniciativas. Desde então o Centro Comunitário implementou o Programa Lean de uma forma exemplar e até inovadora, com o acompanhamento e dinamização do clube rotário.


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Com entrega de bens alimentares

Rotary Club de Estarreja vai acompanhar famílias até Março de 2016 O Rotary Club de Estarreja está a desenvolver o projeto “Entrega de bens alimentares a famílias carenciadas”, no âmbito do novo regulamento de candidatura a projetos de apoio da Fundação Rotária Portuguesa (FRP). Com o intuito de divulgar esta iniciativa “Rotary em Acção” falou, recentemente, com António Nunes de Quadros, membro da Comissão de Administração do Rotary Club de Estarreja, e responsável por acompanhar a realização do projeto que será implementado até 31 de Maio deste ano. O objetivo é dar resposta às carências alimentares de famílias com parcos recursos, bem como a instituições de carácter social. O projeto enquadra-se na ênfase “Combate à Fome e à Pobreza”.

Entrega de um dos cabazes com géneros alimentares na “Casa das Artes”/Sede do RC Estarreja, à Conferência Vicentina da freguesia de Pardilhó. Com a presença dos representantes da instituição e membros de rotary, Carlos Santos (presidente 2014/15), Hilário Santos e António Quadros.

Rotary em Acção (R.A.) – O RC Estarreja desde a entrada em vigor do novo Regulamento de Candidatura a Projetos de Apoio à Fundação Rotária Portuguesa candidatou 4 pro-

jetos, enquadrados nas áreas do Combate à Fome e à Pobreza e Alfabetização/Educação. Qual o balanço que faz? António Quadros (A.Q.) – O balanço que fazemos quanto à realização dos projetos é muito

positivo. Na área do Combate à Fome e à Pobreza, o 1.º projeto (n.º 407) possibilitou-nos ajudar algumas instituições do concelho de Estarreja através de entregas mensais de cabazes com bens alimentares destinados a serem distribuídos, em cada uma das freguesias do concelho, a famílias mais carenciadas. As entregas foram feitas às seguintes instituições: Conferências Vicentinas e Cáritas das freguesias de Avanca; Beduído; Pardilhó; Veiros; Salreu; Canelas e Fermelã. Fizemos ainda entregas mensais de cabazes de alimentos à CERCIESTA (Cerci de Estarreja), para ajudar nas necessidades do seu consumo diário. Quanto à área de Alfabetização/Educação o nosso balanço é extremamente positivo. O nosso clube ao longo dos últimos 25 anos já patrocinou e/ou coordenou, com a Fundação Rotária Portuguesa (FRP), mais de 250 bolsas de estudo, atingindo um montante superior a 150.000 euros. Nos últimos dois anos, após a entrada em vigor do novo

Regulamento de Candidatura a Projetos de Apoio, continuamos a beneficiar de alguns apoios de patrocinadores que, com os apoios de companheiros, do clube e da FRP nos permite satisfazer as necessidades que nos foram propostas para a atribuição de 16 bolsas no presente ano escolar 2015/2016. R.A. – Em Setembro último o clube candidatou um projeto na área do Combate à Fome e à Pobreza que decorrerá entre Novembro de 2015 e Maio de 2016. Quer explicar-nos no que consiste? A.Q. – Trata-se do projeto n.º 474, que vem possibilitar-nos repetir a ação anterior nesta área e junto das mesmas instituições do concelho de Estarreja. R.A. – Quais as instituições beneficiadas? A.Q. – Conferências Vicentinas das freguesias de Avanca; Beduído; Canelas; Fermelã e Salreu. Cáritas Paroquial das freguesias de Veiros e Pardi-

lhó. CERCIESTA, de Estarreja. R.A. – Para concretizar este projeto o clube conta apenas com o envolvimento dos companheiros ou também tem parcerias? A.Q. – Especialmente com o envolvimento dos companheiros, embora tenhamos tido um pequeno apoio de uma parceria, com 100 euros. Isto, claro, para além do sempre importante apoio da Fundação Rotária Portuguesa. R.A. – Perspetivas para o futuro tendo em conta a retração económica que se sente no dia-a-dia no país? A.Q. – As perspetivas não são motivadores. Sente-se bastante retração por parte de alguns patrocinadores, tendo sido difícil atingir os patrocínios necessários. Pensamos que no futuro as respostas aos nossos pedidos vão ser negativas, especialmente nos casos em que o(a) bolseira(a) complete o seu curso. Aí, provavelmente o patrocinador também terminará o seu patrocínio de bolsa.

Rotary Club de Vila Nova de Gaia aposta na ajuda a famílias carenciadas O Rotary Club de Vila Nova de Gaia deu continuidade, no final de 2015, ao projeto de acompanhamento de famílias carenciadas, nomeadamente com a entrega de cabazes de Natal. Neste âmbito “Rotary em Acção” falou com Américo Ferreira Camarinha, tesoureiro do Rotary Club de Vila Nova de Gaia e responsável por acompanhar a realização do projeto “Oferta de 50 cabazes de Natal com géneros alimentares”, enquadrado no novo Regulamento de Candidatura a Projetos de Apoio à Fundação Rotária Portuguesa. O projeto enquadra-se na ênfase “Combate à Fome e à Pobreza”. Rotary em Acção (R.A.) – O RC Vila Nova de Gaia desde a entrada em vigor do novo Regulamento de Candidatura a Projetos de Apoio à Fundação Rotária Portuguesa candidatou 2 projetos enquadrados ênfase Combate à Fome e à Pobreza. Qual o balanço que faz? Américo Ferreira Camarinha (A.F.C.) – Balanço francamente positivo, na medida em que permite a entrega de mais cabazes e como todos sabemos as carências são muitas. Também já o fizemos com o apoio da Fundação Rotária de Rotary Internacional. R.A. – Em Setembro último o clube candidatou um projeto na ênfase do Combate

à Fome e à Pobreza. Em que consiste? A.F.C. – O projeto surge na continuação do nosso projeto cabazes de natal. R.A. – De que forma é que o clube teve conhecimento das cerca de 50 famílias que irão beneficiar dos cabazes de Natal? A.F.C. – São famílias e instituições já referenciadas, como Aldeia S.O.S, Autistas de Gaia, Bom Samaritano de Pedroso, e outras que surgem ocasionalmente. R.A. – Esta iniciativa surge no seguimento de outra que desenvolvem por altura da Páscoa. As beneficiárias são as mesmas famílias? A.F.C. – Sim. Normalmente

são as mesmas famílias. R.A. – Para concretizar este projeto o clube conta apenas com o envolvimento dos companheiros ou também tem parcerias? A.F.C. – Não temos parcerias. Apenas os companheiros do clube participam ativamente no projeto. R.A. – No futuro pensam candidatar projetos enquadrados noutras ênfases ou continuarão a privilegiar estas duas ações que desenvolvem anualmente? A.F.C. – Naturalmente que queremos implementar projetos noutras ênfases, mas vamos manter estes dois.

As famílias estão referenciadas e o apoio dado pelo Rotary Club de Vila Nova de Gaia é bem-vindo pelos agregados familiares


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Distrito rotário 1970 organiza apoio aos refugiados No seguimento de diferentes contactos desenvolvidos em torno da mobilização da sociedade civil em Portugal, e após uma reflexão profunda sobre o problema dos refugiados e do lema rotário “dar de si antes de pensar em si”, entendeu o António Vaz, Governador do Distrito 1970, respeitando as diversas opiniões que existem a este respeito, dar o apoio à causa dos refugiados, deixando à consideração de cada Clube Rotário a decisão de se mobilizarem e coordenarem, em cada uma das suas comunidades, com as instituições que estão a preparar e a trabalhar para esta acção, desde Municípios, IPSS, etc.

As ajudas podem ser várias, passando por donativos em dinheiro ou em espécie, ou até a compra de bilhetes para assistirem a concertos musicais e solidários, como estão programados para Lisboa, Coimbra e Porto, ou até, uma vez por mês ou por trimestre, convidarem um estudante para um almoço ou um café, para que esse cidadão possa conhecer melhor a língua e cultura portuguesa. Em Rotary, procura-se construir a paz através do serviço e ajuda aos que necessitam em todas as comunidades, distritais, nacionais e mundiais. Procura-se a dignificação do ser e a humanização do mundo.

Campanha “Give me 5 for Polio”

Para assinalar mais um Dia Mundial de Combate à Pólio, a Comissão Distrital da Fundação Rotária de RI do Distrito 1970 decidiu lançar a campanha “Give me 5 For Polio”. Apela à doação de cinco euros por parte de cada rotário ou cidadão interessado em reforçar a luta final contra a doença. O presidente de RI, K.R. Ravindran, convidou todos os rotários do mundo a assistirem ao vivo, via in-

ternet, ao 3.º evento pelo Dia Mundial de Combate à Pólio, que aconteceu no dia 23 de Outubro. Associando-se a esta iniciativa, o Distrito1970 entendeu que uma excelente forma de celebrar o Dia Mundial da Pólio passaria também por uma vertente de angariação de fundos para acorrer aos esforços finais de Rotary no sentido da erradicação desta doença.

Ernesto Salgado Areias escreveu livro e oferece direitos ao movimento rotário

No início deste ano o rotário Ernesto Salgado Areias, membro do Rotary Club de Chaves, conhecido no movimento rotário pelo trabalho pioneiro que desenvolveu, ao longo de mais de uma década, nas Universidades Seniores, publicou, na Garça Editores, o romance “Neste Cais para Sempre”, o primeiro de uma série de outros trabalhos em que a editora faz a sua maior aposta. Ernesto Salgado Areias abriu mão, conjuntamente com a Garça Editores, dos direitos de autor deste romance, em benefício de projetos rotários relativamente aos exemplares adquiridos no âmbito do movimento.


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Rotary Clube de Braga-Norte apoia CERCI na construção de novo Centro de Atividades Ocupacionais

O Rotary Clube de Braga-Norte organizou a cerimónia de lançamento da primeira pedra do novo Centro de Catividades Ocupacionais (CAO) da CERCI Braga, em Navarra, Braga, nas antigas instalações da EB1/JI dessa freguesia. O projeto conta com o apoio do Município de Braga, de empresas da região e do Rotary Clube de BragaNorte. As obras de remodelação do edifício estão avaliadas em 250 mil euros e a sua conclusão está prevista para Março deste ano. A nova valência irá permitir à CERCI Braga dar

uma resposta mais alargada e com maior qualidade na área da deficiência intelectual e multideficiência, alargando para 30 o número de utentes. As novas instalações vão também permitir à instituição cumprir os requisitos legais para poder estabelecer um protocolo de colaboração com a Segurança Social. Segundo Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, a concretização desta resposta social permite dar mais um passo no sentido de colmatar a lacuna existente na Região ao nível do apoio

aos cidadãos com deficiência. “Vemos com bons olhos o trabalho extremamente valioso que é efetuado pelas instituições locais em benefício de uma franja da população que carece de especial atenção e apoio”, referiu. O Município apoia o projeto através da cedência da antiga EB1/JI de Navarra à CERCI Braga e pela via de atribuição de um financiamento direto. “Estamos disponíveis para auxiliar valências e projetos que visem responder a desafios sociais e dotar o concelho de respostas em áreas que ain-

da estão por suprir, como é o caso”, afirmou. O valor da requalificação será suportado por verbas até agora angariadas pela instituição, que contraiu também um empréstimo bancário, e pelo apoio de muitas empresas que se associaram à causa, sobretudo através da campanha “Azulejo Mágico”, organizada pela CERCI Braga e pelo Rotary Clube de Braga-Norte, que consiste na inscrição, num painel de azulejos que ficará na entrada do edifício, de todos os que contribuírem com dinheiro ou materiais para a realização da

obra. A iniciativa é destinada sobretudo a empresas que se queiram associar ao projeto. Além de Ricardo Rio, a cerimónia contou com a presença do diretor da Segurança Social de Braga, Rui Barreira, do vice-presidente da autarquia, Firmino Marques, da presidente e restante direção da CERCI Braga, do presidente e de vários membros do Rotary Clube de Braga-Norte, de empresários que apoiam esta causa e das famílias dos utentes. A campanha “Azulejo Mágico” pode ser acompanhada no Facebook.


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1.º Concurso Literário Rotary Club 1 º C o ncu r sde o Caldas LiterArio Rotary Club de Caldas das Taipas das Taipas

Através de Subsídio Global da Rotary Foundation

Bombeiros Voluntários recebem ambulância do Rotary Club de Sever do Vouga

TEMA:

“SE um presente para o mundo!”

2º e 3º ciclos dos agrupamentos de escolas do distrito 1970 Participa ate 8 de abril de 2016

O Rotary Club de Caldas das Taipas está a organizar um Concurso Literário para este ano rotário. Tem como objetivo valorizar a língua portuguesa e cativar os alunos para a escrita. Podem candidatar-se ao concurso todas os jovens dos 10 aos 14 anos (5.º ao 9.º anos) das escolas do 2.º e 3.º ciclos do Distrito 1970. O Concurso Literário do Rotary Club de Caldas

das Taipas tem por objetivo incentivar a escrita em língua portuguesa nas camadas mais jovens da população. O tema a concurso é o lema do ano rotário “Seja um Presente para o Mundo”, na forma mais portuguesa e de tratamento mais fácil para os alunos: “Sê um Presente para o Mundo”. Os textos poderão ser na modalidade de prosa (conto) ou poesia.

Distrito 1970 lançou Campanhas Alimentar e do Agasalho António Vaz, Governador do Distrito 1970, lançou, em Dezembro, a Campanha Alimentar e do Agasalho, uma iniciativa que mobilizou todos os clubes no sentido de proporcionarem um Natal menos difícil a muitas famílias. Sob o mote “Ninguém na nossa Comunidade está sozinho” foram criadas duas campanhas: a Campanha do Agasalho e a Campanha Alimentar.

A Campanha do Agasalho representou um sonho do Governador e consistiu na recolha de roupa, cobertores e outros agasalhos. A Campanha Alimentar teve como missão a recolha de bens para a entrega de cabazes de Natal. Os clubes do Distrito proporcionaram assim um Natal com mais conforto a famílias carenciadas e instituições de apoio a idosos e crianças.

António Vaz, Governador do Distrito 1970, organizou um encontro de rotários de todo o país na comemoração do 90.º aniversário do Rotary em Portugal. O convívio decorreu no Hotel Intercontinental do Porto e contou com a presença de mais de 120 pessoas e 30 clubes representados, com destaque para a presença de membros do clube francês, Saint Louis Huningue, do Distrito 1680. Durante as comemorações foram proferidos três discursos. O past-Governador António Goes Madeira deu o testemunho do seu clube, Viseu, o 2.º clube mais antigo do Distrito. David Ribeiro, do Rotary Club do Porto (o mais antigo do Distrito), resumiu a história dos 90 anos do Rotary e os períodos adversos que atravessou: “Circunscrever as origens do movimento rotário em Por-

tugal ao punhado de anos que medeiam entre ‘regimes’ parece tempo adequado quando se tem a certeza de que, clarificados propósitos e dissipadas desconfianças, estamos perante a defesa e a prática de princípios de elevado valor social e, por isso, eternos”. O Governador do Distrito 1970 foi à raiz do movimento, na idade e nos princípios: “Estamos a lembrar o grupo de Homens que, há 90 anos, se associava sob o lema de Paul Harris – Dar de Si Antes de Pensar em Si – e deram forma ao Movimento Rotário em Portugal. Muitos de nós não tivemos o prazer de conhecer estes valentes homens que contra tudo e todos ergueram e mantiveram este movimento. Outros, aqui presentes, conhecem muito desta linda história, por isso, nesta celebração vivemos da

sua generosidade e brindamos a continuidade deste espírito que une os rotários do mundo. Uma filosofia de vida, de entrega, solidariedade e alegria”. António Vaz lembrou ainda um dos seus objetivos para este ano rotário: “Temos mais de 90 razões para reunirmos hoje. A ideia nasceu de um sonho, conseguir um presente para o Distrito e para Portugal durante este ano. Reunindo 90 clubes, 90 empresas que apoiam e entendem os nossos valores, com 90 profissionais representados pelos mais elevados valores da ética e o respeito. Conseguir que, entre todos, juntos, lutando pela mesma causa, reunamos 90 Paul Harris até ao final do Ano Rotário. Hoje damos o primeiro passo”.


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Rotaract Club de Vila Nova de Famalicão equipou sala da CPCJ Clube de jovens com experiência na realização de projectos de apoio da Fundação Rotária Portuguesa (FRP) o Rotaract Club de Vila Nova de Famalicão concluiu, recentemente, o apetrechamento de uma sala na Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Vila Nova de Famalicão. Neste sentido, “Rotary em Acçao” falou com Cristiana Silva, presidente do Rotaract Club de Vila Nova de Famalicão, no presente ano rotário, que nos conta como os jovens contribuíram para o bem estar das crianças que têm de permanecer naquela instituição.

ram a nós e à nossa causa. Tal como Paul Harris dizia: “A maior das conquistas é o resultado do esforço mútuo do coração, da mente e das mãos, trabalhando em perfeita harmonia”.

Inauguração de sala lúdico-pedagógica na Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Vila Nova de Famalicão.

Rotary em Acção (R.A.) – O Rotaract Club de Vila Nova de Famalicão desde a entrada em vigor do novo Regulamento de Candidatura a Projetos de Apoio à Fundação Rotária Portuguesa (FRP) candidatou 8 projetos, 6 dos quais foram aprovados e posteriormente concretizados. Que balanço faz da catividade do clube nesta área? Cristiana Silva (C.S.) – O balanço é imensamente positivo. O apoio da FRP tem sido fundamental, é a base de muitos dos nossos projetos. Efetivamente este é o 8 projeto que candidatamos em nome do Rotaract Club V.N. Famalicão, mas já temos vindo a efetuar candidaturas anteriores apresentadas pelo nosso clube patrocinador, o Rotary Club Vila Nova de Famalicão. Esses projetos foram todos concluídos com sucesso, nomeadamente os que não foram inicialmente aprovados. Um deles que se referia à doação de alimentos a famílias carenciadas não o foi na primeira fase, tendo sido posteriormente aprovado na segunda. O outro projeto correspondente a uma doação de bolsa de estudo, apesar de ter todas as condições para ser aprovado, tendo em conta que no mês de Setembro 2015 efetuamos duas candidaturas, tivemos de escolher uma. Contudo, o projeto foi igualmente concluído com sucesso. Frisamos a importância do apoio da FRP que além do valor monetário nos incentiva acreditar nos nossos sonhos. R.A. – Recentemente concluíram o projeto “Equipar sala pedagógica e de brinquedos – Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Vila Nova de Famalicão”. Como decorreu este projeto? C.S. – O projeto decorreu em consonância com as nossas melhores expetativas uma vez que foi concluído em menos de 4 meses. O projeto requeria da nossa parte muita atenção na escolha dos equipamentos por se tratar de crianças com idades e necessidades específicas. O primeiro

passo foi elaborar em conjunto com as técnicas da CPCJ uma lista dos bens necessários assim como os mais aconselhados. O nosso principal objetivo foi proporcionar um local onde as crianças gostassem de estar e estivessem motivadas. Foram meses de trabalho e é com um enorme orgulho que finalizamos este projeto e inauguramos a sala onde muitas crianças sorriram! R.A. – Para concretizar o projeto fizeram algumas parcerias? Se sim, quem são os parceiros? C.S. – A única parceria efetiva foi com a FRP. O objetivo só se tornou possível de concretizar porque desenvolvemos atividades de angariação de fundos. Assim, organizamos um jantar em prol da CPCJ, no qual superamos as expetativas, além das 70 pessoas que estiveram presentes nesse encontro muitos foram os que se juntaram a nós e contribuíram para a causa. Canalizamos as nossas vendas natalícias, frascos decorados e bolachas, para este projeto e mais uma vez a recetividade foi fantástica. Foi desta forma que conseguimos angariar os fundos necessários para equipar a sala. Agradecemos a todos os companheiros e amigos que se junta-

R.A. – A sala em causa está vocacionada para receber crianças e jovens que tenham de ter apoio da instituição. O que é que podem ali encontrar. Que tipo de atividades podem fazer? C.S. – A sala está devidamente equipada com tudo o que é necessário para brincarem e também apreenderem. Podíamos apenas equipar com o básico para proporcionar conforto, mas achamos que devíamos ir mais longe e decidimos equipar a sala por completo, desde as mesas, televisão, livros, brinquedos, dvd´s, jogos didáticos, consola e respetivos jogos, quadros, tapetes, entre outros. Ao preparar uma sala lúdico-pedagógica proporcionamos um espaço mais informal, de brincadeira e aprendizagem, e, em simultâneo, de grande ajuda para os técnicos, que poderão avaliar mais facilmente a condição atual das crianças. R.A. – Como surgiu esta ideia? Como acolheu a CPCJ de Vila Nova de Famalicão esta vossa pretensão? C.S. – Em Agosto de 2015, visitamos a CPCJ com o objetivo de doar chocolates às crianças acompanhadas nesta instituição. Na altura estávamos com um projeto de venda de chocolates para apoiar um aluno de excelência do nosso concelho. Alguns companheiros decidiram cooperar abdicando do chocolate e assim achamos por bem alegrar estes meninos. Nessa visita Elsa Rocha, presidente da CPCJ, gentilmente apresentou-nos as novas instalações, que são uma mais-valia para a comissão. Na visita, estivemos na sala onde permanecem as crianças, quer

Rosana Diaz, (representante Distrital de Rotaract D1970 AR2015/2016), Cristiana Silva, (presidente do Rotaract Club V.N. Famalicão), Teresa Mayer (presidente da FRP), Elsa Rocha (presidente da CPCJ), Ademar Carvalho (adjunto da presidência para a área da Acão Social, em representação da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão).

Teresa Mayer

Presidente do Conselho de Administração da Fundação Rotária Portuguesa

Os clubes de jovens são o futuro do movimento

Teresa Mayer a propósito desta iniciativa do Rotaract Club de Vila Nova de Famalicão sublinhou que é importante que os «grupos de Rotaract apresentem mais projetos e colaborem com mais assiduidade. Acredito no empenho dos jovens e nas suas capacidades». A presidente do Conselho de Administração da Fundação Rotária Portuguesa acrescentou ainda que a «FRP quer que os jovens colaborem com projetos, com novas ideias e está disposta a colaboram com eles mais ativamente. Os jovens constituem o futuro do movimento. Devemos apoiá-los e encorajá-los na caminhada solidária de “dar de si antes de pensar em si”». Rosana Diaz

Representante Distrital de Rotaract D1970 AR2015/2016

A Fundação Rotária Portuguesa e os clubes de Rotaract

Sala equipada pelo Rotaract Club de Vila Nova de Famalicão, projeto em parceria com a Fundação Rotária Portuguesa.

no decorrer do seu atendimento, quer enquanto os pais estão a ser entrevistados. Esta sala é airosa, mas não tinha equipamentos nem brinquedos à disposição das crianças, ou seja, não cativava a criança. Quando terminamos a visita, a decisão foi unanime: este seria o nosso próximo projeto. A equipa da CPCJ acolheu esta ideia da melhor maneira, uma vez que além de alegrar as crianças é igualmente uma mais-valia para as técnicas. Temos acompanhado o trabalho desenvolvido por esta comissão e o trabalho destas técnicas é de enaltecer, dai ser uma enorme satisfação contribuir para a melhoria do bem-estar das crianças ali acompanhadas. R.A. – O Rotaract Club de Vila Nova de Famalicão tem-se mostrado sempre muito ativo. Com o aproximar da 1.ª fase de 2016 (Fevereiro) para candidatura de projetos de apoio da FRP, o clube pensa candidatar algum projeto? C.S. – Sim é nossa intenção voltar a candidatar um projeto. Estamos atentos à comunidade em que estamos inseridos e às lacunas existentes. Sabemos que a nossa ajuda pode ser uma gota na imensidão das necessidades, mas acreditamos que podemos fazer a diferença! A FRP mostranos que não estamos sozinhos na angariação de fundos… São sem dúvida um grande apoio em todas as nossas grandes doações. E como em Rotary não se agradece retribui-se, faremos jus ao lema deste ano e seremos um presente para o mundo!

A Fundação Rotária Portuguesa (FRP) desempenha um papel fundamental no apoio aos clubes rotários portugueses na execução das ações de serviço à comunidade. Anualmente são dezenas de projetos que se enquadram nas Ênfases presidenciais os quais são apoiados com fundos até 40% conforme Edital definido pelos Governadores dos dois Distritos. Os clubes mais jovens também devem participar junto com a FRP no desenvolvimento de projetos e é isso que efetivamente fazemos todos os anos e cada vez mais! Desde 2011 até à presente data a FRP já atribuiu 7 519,37€ de fundos a projetos do nosso País. Falamos de projetos realizados pelos clubes mas também pelas Representadorias Distritais. Sublinho que neste valor não se incluem os projetos efetuados em parceria com clubes Rotários, os quais também decorrem com frequência, para alegria e benefício do nosso movimento. Esta parceria com a FRP deve ser permanentemente renovada em todos os anos rotários, com participação nos dois períodos de candidaturas a projetos que acontecem anualmente. Lembro a todos os nossos Rotaractistas que durante o mês de Fevereiro encontra-se aberto o período para candidaturas e apelo à participação dos clubes. Em parceria poderemos servir melhor as nossas comunidades e alcançar voos mais altos. Lembrem-se, que juntos seremos a mudança que queremos ver no Rotaract e nas nossas comunidades. Encontro-me completamente ao vosso dispor para vos ajudar a realizar todos os vossos sonhos. A Fundação Rotária Portuguesa também, por isso o nosso Muito Obrigada!


16 | Rotary em acção | nº 32 JANEIRO E FEVEREIRO 2015

última António Vaz, Governador do Distrito 1970, organizou um encontro de rotários de todo o país na comemoração do 90.º aniversário do Rotary em Portugal. O convívio decorreu no Hotel Intercontinental do Porto e contou com a presença de mais de 120 pessoas e 30 clubes representados, com destaque para a presença de membros do clube francês, Saint Louis Huningue, do Distrito 1680. Durante as comemorações foram proferidos três discursos. O past-Governador António Goes Madeira deu o testemunho do seu clube, Viseu, o 2.º clube mais antigo do Distrito. David Ribeiro, do Rotary Club do Porto (o mais antigo do Distrito), resumiu a história dos 90 anos do Rotary e os períodos adversos que atravessou: “Circunscrever as origens do movimento rotário em Portugal ao punhado de anos que medeiam entre ‘regimes’ parece tempo adequado quando se tem a certeza de que, clarificados propósitos e dissipadas desconfianças, estamos perante a defesa e a prática de princípios de elevado valor social e, por isso, eternos”. O Governador do Distrito 1970 foi à raiz do movimento, na idade e nos princípios: “Estamos

Rotários comemoraram no Porto 90.º aniversário do Rotary em Portugal a lembrar o grupo de Homens que, há 90 anos, se associava sob o lema de Paul Harris – Dar de Si Antes de Pensar em Si – e deram forma ao Movimento Rotário em Portugal. Muitos de nós não tivemos o prazer de conhecer estes valentes homens que contra tudo e todos ergueram e mantiveram este movimento. Outros, aqui presentes, conhecem muito desta linda história, por isso, nesta celebração vivemos da sua generosidade e brindamos a continuidade deste espírito que une os rotários do mundo. Uma filosofia de vida, de entrega, solidariedade e alegria”. António Vaz lembrou ainda um dos seus objetivos para este ano rotário: “Temos mais de 90 razões para reunirmos hoje. A ideia nasceu de um sonho, conseguir um presente para o Distrito e para Portugal durante este ano. Reunindo 90 clubes, 90 empresas que apoiam e entendem os nossos valores, com 90 profissionais representados pelos mais elevados valores da ética e o respeito. Conseguir que, entre todos, juntos, lutando pela mesma causa, reunamos 90 Paul Harris até ao final do Ano Rotário. Hoje damos o primeiro passo”.


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