Comércio & Serviços Comprar ou alugar imóvel para a empresa? As sugestões de especialistas sobre o assunto
Estratégia Ponto comercial: como a escolha da localização pode influenciar o sucesso do empreendimento
Setor varejista se une para evitar furtos em lojas e mercados Economia MS MS recebe empreendedores de todos os lugares e se revela um Estado promissor nos negócios
Gestão & Finanças : A importância da contratação de seguros
Palavra do Presidente
Viver do varejo é uma arte. É preciso fazer o melhor sempre, oferecer produtos e serviços de boa qualidade, preços competitivos, equipe afinada e dedicada. E se a gestão também não tiver qualidade, o negócio pode não atingir o máximo da produtividade prevista, ou mesmo, se perder nos emaranhados burocráticos do empreendimento. Participar de iniciativas como a oferecida pelo MS Competitivo auxilia o empresário na busca pela excelência, pelo aprimoramento constante. Nesta edição, mostramos as empresas que conquistaram a etapa estadual do Prêmio MS Competitivo, premiação que conquistou grande adesão em 2012, uma prova de que mais empreendedores estão em busca de uma gestão mais eficiente. Ganhamos nós, consumidores. Ganha o Estado. Tanto é verdade que a estimativa populacional divulgada pelo IBGE mostra que MS vem recebendo, em média, 77 novos habitantes todos os dias. Uma parte deles formada por investidores e trabalhadores que buscam novos empreendimentos, como o leitor poderá conferir nesta edição. Ao chegar por aqui, precisam acertar a localização do ponto comercial e definir se vale a pena comprar ou alugar o imóvel. Os especialistas dão as dicas e os empresários contam suas experiências para fazer o sonho acontecer. E no destaque, chamamos a atenção para um tema delicado, os furtos no varejo. Feitos em pequena escala, eles representam um percentual significativo do faturamento. A Comércio & Cia. falou com empresários, autoridades policiais e consultores que abordam o assunto. Aproveitem a leitura.
EDISON FERREIRA DE ARAÚJO Presidente do Sistema Fecomércio de Mato Grosso do Sul
Sumário P U B L I C A Ç Ã O D O S I S T E M A F E C O M É R C I O M ATO G R O S S O D O S U L | A N O 2 | E D I Ç Ã O N º 1 2 | M A R Ç O / A B R I L 2 0 1 3
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Capa
Furtos no comércio chegam a 2,2% do faturamento e empresários promovem ações que vão desde a prevenção à abordagem.
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Economia EconomiaMS MS
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Estado recebe 77 novos habitantes ao dia e já se destaca como “terra de oportunidades” para novos empreendedores.
22. Empresário do Mês Rodrigo Stocco está à frente de várias franquias no Estado. Nesta entrevista ele fala sobre as experiências pessoais da modalidade e revela os planos para o futuro.
26. CNC Presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, fala sobre projeto de lei que atribui aos empresários a obrigação de informar, na nota fiscal, o valor correspondente aos impostos.
30. SENAC MS Também priorizando a excelência, programa colabora na profissionalização das empresas do segmento do varejo e oferece ambiente mais produtivo.
34. Ponto de Vista Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de CG, Ricardo Kuninari, faz um balanço sobre o setor no ano passado e aborda o cenário de 2013.
36. Fecomércio MS Estado é o pioneiro na implantação da Assessoria de Gestão de Representações, mais um benefício para as entidades de base.
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Comércio & Serviços
Os fatores que devem ser observados na hora de decidir pela compra ou aluguel do imóvel onde será o empreendimento.
PRESIDENTE DA FECOMÉRCIO MS Edison Ferreira de Araújo DIRETORIA 1° VICE-PRESIDENTE Denire Carvalho 2° VICE-PRESIDENTE José Alcides dos Santos 1° SECRETÁRIO Hilário Pistori 2° SECRETÁRIO Manoel Ribeiro Bezerra 1° TESOUREIRO Sebastião José da Silva 2° TESOUREIRO Roberto Rech SUPLENTES DA DIRETORIA Ricardo Massaharu Kuninari; Valdir Jair da Silva; Carlos Roberto Bellin; Benjamin Chaia; Álvaro José Fialho; Cláudio Barros Lopes
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Estratégia
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E como decidir pelo ponto, um investimento que pode alavancar o sucesso dos negócios.
Gestão & Finanças
A importância da contratação de seguros e as modalidades empresariais.
SINDICATOS REPRESENTADOS PELA FECOMÉRCIO/MS Sindicato Comércio Varejista Produtos Farmaceuticos Est MS / Sind do Com Atacadista e Varejista de Dourados MS / Sindicato do Com Varejista de Gen Aliment de Campo Grande / Sindicato do Com Varejista de Materiais de Construção de Campo Grande MS / Sindicato do Comércio Varejista de Navirai MS / Sindicato do Comércio Varejista de Paranaiba MS / Sindicato do Comércio Varejista de Ponta Pora MS / Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Mto Grosso do Sul / Sindicato dos Despachantes do Estado de Mato Grosso do Sul / Sindicato dos Empregadores no Comércio de Nova Andradina MS / Sindicato dos Representante Comerciais do Estado de Mato Grosso do Sul / Sindicato dos Proprietários de Salões de Barbearia e Cabeleireiro Institutos de Beleza e Similares de MS / Sind Revendedores Veiculos Aut de Campo Grande MS / Sindicato do Comércio Varejista de Aquidauana / Sindicato do Comércio Varejista de Campo Grande / Sindicato do Comércio Varejista de Corumbá / Sindicato do Comércio Varejista de Três Lagoas / Sindicato dos Comerciantes de Aparecida do Taboado SUPERINTENDENTE DA FECOMÉRCIO/MS Reginaldo Henrique Soares Lima DIRETOR SUPERINTENDENTE IPF Thales de Souza Campos DIRETOR REGIONAL DO SENAC/MS Vitor Mello
38. Entrevista Presidente da Fundect, Marcelo Turine, mostra como a ciência e a tecnologia estão contribuindo para o progresso econômico de MS.
DIRETORA REGIONAL DO SESC/MS Regina Ferro COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO Núbia Cunha
44. SESC MS As opções para o turismo social do Sesc, instituição que promove o movimento do setor há 50 anos.
48. MS Competitivo A premiação das empresas que buscaram a excelência nas suas ações, serviços e produtos.
52. Sindical A história do Sindicato dos Representantes Comerciais Autônomos de MS e os desafios para os próximos anos.
54. Carreira & Mercado Acadêmicos terão mais uma oportunidade de inserção na carreira profissional com o programa de Estágio do Instituto de Pesquisas da Fecomércio MS.
EDIÇÃO: Infinito Comunicação Empresarial infinitocomunica@gmail.com facebook: Infinito Comunicação Empresarial EDITORA-CHEFE: Neusa Pavão – MTB/MS 035 REPORTAGEM: Neusa Pavão MTB/MS 035, Fernanda Mathias MTB/MS 041, Vera Halfen MTB/RS 8291, Michele Abreu MTB/MS 1142 e Marineiva Rodrigues MTB/MS 114 REVISÃO: Vanderlei Verdolin PUBLICIDADE: Cândido da Costa Silva FOTOS: Mário Bueno MTB/MS 166 e Edison Ribeiro MTB/MS 50 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Futura e EI • Elaboração de Ideias COMERCIALIZAÇÃO: Departamento de Relações com o Mercado – FECOMÉRCIO MS GESTORA DE RELAÇÕES COM O MERCADO: Ionise Catarina Piazzi Tavares CONSULTORA DE RELAÇÕES COM O MERCADO: Cátia de Almeida comercial@fecomercio-ms.com.br Rua Almirante Barroso, 52, Bairro Amambaí CEP: 79008-300 - Campo Grande/MS Fone: (67) 3321-6292 / Fax: (67) 3321-6310
Capa
Contra furtos, um bom plano de ação
Q
uando se fala em perdas no varejo, os furtos são ponto nodal. De acordo com o último levantamento da IBEVAR (Instituto
Brasileiro de Executivos de Varejo e do Mercado de Consumo) no ano de 2010 as perdas do varejo, considerando todos os
fatores, alcançaram R$ 16 bilhões, dos quais 20% atribuídos aos furtos praticados por consumidores e 16% pelos próprios funcionários. Mais de 3.300 furtos em comércios foram registrados ao longo de 2012 nas delegacias de polícia de Mato Grosso do Sul, nove casos a cada 24 horas, sem contar que a maioria deles sequer vira boletim de ocorrência. Em alguns segmentos as perdas chegam a superar o lucro líquido, como é o caso dos supermercados, que contam com mais de duas mil lojas no Estado, entre as de grande, médio e pequeno porte. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Campo Grande (Sindsuper), Adeilton Feliciano do Prado, diz que há indicativos de que hoje os furtos representam um rombo de 2,2% do faturamento do setor supermercadista ao passo em que o lucro líquido está em 1,8%. “Para um setor que vende R$ 250 bilhões é um prejuízo altíssimo”. Para minimizar as perdas e aumentar a lucratividade, o setor carece de treinamento que garanta uma ação eficiente dentro dos limites da Lei. Hoje, para evitar celeumas e processos, muitos lojistas acabam deixando de fazer a conferência e o registro de ocorrências de furtos.
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ADEILTON DO PRADO: OLHAR ATENTO PARA EVITAR PREJUÍZOS QUE PODEM SUPERAR O LUCRO LÍQUIDO
VIGILÂNCIA CONSTANTE: FURTOS SOMAM 2,2% DO FATURAMENTO DO SETOR
Se o problema já é velho conhecido, a solução exige um
câmeras que documentem a ação delituosa.
conjunto de ações, da prevenção à delicada abordagem. Para
“Depois, aguardar que esta pessoa-alvo tenha saído da
ajudar as empresas nesta empreitada, a Federação do
área de armazenagem, no caso de mercado, passado pelo
Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio MS)
caixa e convidar a ir a uma área restrita”. Faria lembra que a
prepara uma ação que vai percorrer várias cidades do Estado
abordagem tem de ser feita sempre por uma pessoa do
com cursos ministrados por Roberto Faria, uma autoridade no
mesmo sexo e, obviamente, que o suspeito jamais deve ser
assunto, que traz em sua bagagem 35 anos de atuação na área
agredido, esteja ele na condição de cliente ou funcionário.
de segurança, incluindo ocupação de cargo de delegado,
Constatando o furto, as providências variam conforme o
auditor e consultor de segurança em grandes empresas, como
protocolo de cada estabelecimento. Algumas somente
SKF do Brasil, Bauducco, FANEM, CISPER, SAMARCO, São
elaboram uma ocorrência interna e dispensam o infrator, o
Paulo Alpargatas, Pepsi Cola ,Philip Morris, além de cursos
que, para o especialista, pode se tornar um grande erro. “Não
realizados em várias instituições do País e também do exterior,
apresentar à polícia pode ser um risco, pois esta pessoa
como Escola de Justiça dos Estados Unidos e Polícia Federal da
poderá mais tarde
França.
constrangimento
alegar
ilegal ou
cárcere privado”. Além da gravação, o
Faria acredita que o índice de pessoas que cometem
próprio objeto de fur to
furtos, premeditados ou não, chegue a 10% do público que
caracteriza a materialidade e é
circula diariamente nos estabelecimentos e dá algumas dicas
importante destacar testemu-
para evitar procedimentos desastrosos. Na abordagem, o
nhas, preferencialmente que
primeiro passo para a assertividade é se cercar de todos os
não seja um funcionário para
elementos que possam evidenciar o furto. Neste aspecto é de
que a credibilidade não seja
grande importância que o estabelecimento tenha circuito de
colocada em dúvida. ROBERTO FARIA PERCORRE O PAÍS ORIENTANDO EMPRESÁRIOS COMO MINIMIZAR AS PERDAS
DIVULGAÇÃO
>> Abordagem
>> LEI BRANDA = REINCIDÊNCIA ALTA O delegado adjunto do 1º Distrito Policial, Fábio Sampaio, afirma que as prisões de pessoas reincidentes em furtos e mesmo quadrilhas são crescentes na Capital, uma tendência até mesmo pela população da cidade que já se avizinha a um milhão de habitantes. Porém, com a reforma do Código de Processo Penal a prisão acabou se tornando um último recurso para recuperação do infrator e por isso muitos que são presos acabam ganhando liberdade após cumprirem penas alternativas e o índice de reincidência é alta. “Quem acaba sentindo os efeitos disso são as pessoas de bem, como a população e os comerciantes. Temos criminosos que já foram presos em flagrante 9, 10 vezes por furto”, diz o delegado, uma mostra de que é preciso maior rigor na legislação. Depois de constatar que mais da metade dos roubos e furtos na região central de Campo Grande contaram com o descuido das vítimas, as Polícias Civil, Militar e o Conselho de Segurança do Centro elaboraram uma cartilha com orientações. Para o comércio, o delegado Fábio Sampaio lembra que uma orientação importante é manter as câmeras em funcionamento e manter um arquivo dos registros antigos. Preservar o local em que ocorreu a ação criminosa também é importante para que a Polícia colha evidências, como marcas de digitais, por exemplo. Outra orientação, especialmente quanto aos furtos internos, é que a empresa tenha um relatório de frequência em suas seções, o que facilita na elucidação dos casos.
NA CARREIRA DO DELEGADO FÁBIO SAMPAIO, EXEMPLO DE PESSOAS QUE FORAM PRESAS ATÉ 10 VEZES POR FURTO
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Economia MS
Terra de Oportunidades MS se destaca entre os Estados que mais atraem novos moradores, entre eles, vários empreendedores
C
om 2,5 milhões de habitantes segundo a estimativa
populacional de 2012, do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), Mato Grosso do Sul vem recebendo em média 77 novos habitantes por dia. Nos últimos dois anos a população do Estado teve um acréscimo de 56.064 habitantes, muitos deles são investidores e trabalhadores que vieram de outros Estados, em busca de oportunidades de um mercado em pleno processo de crescimento e também de qualidade de vida. Há três anos o empresário Fabrício Canato, de Andradina (SP) conheceu Campo Grande. Elaborou uma pesquisa de mercado que apontou a viabilidade de expandir seus negócios para a Capital sul-mato-grossense. Fabrício atua com bureau pré impressão, uma tecnologia importada que faz gravações em alumínio. CAMPO GRANDE
Com 300 gráficas somente na Capital, Fabrício que firmou residência em solo campo-grandense em julho do ano passado acredita que ainda há muito o que crescer. “È um mercado muito bom. Quando se introduz uma tecnologia nova há um processo de mudança, mas já estou atendendo o interior, como Aparecida do Taboado, Chapadão do Sul e Dourados”. Apesar da escolha considerada assertiva, Fabrício pondera que encontrou uma dificuldade: falta de mão-de-obra qualificada. Por isso trouxe um funcionário com ele que está atuando como multiplicador, treinando outros colaboradores.
GRÁFICAS DE FABRÍCIO CONQUISTARAM QUATRO CIDADES EM TRÊS ANOS DE MS
ADRIANO FALEIROS CIDO FROTA
TRÊS LAGOAS
SÍLVIO ANDRADE
DOURADOS
>>Estado promissor
CORUMBÁ
O diretor técnico do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Mato Grosso do Sul (Sebrae/MS), Tito Estanqueiro, ressalta que o Estado se favorece por vários aspectos: o processo de saturação de grandes centros, como São Paulo, posicionamento geográfico e política de incentivos fiscais. “O Estado tem inúmeras oportunidades, está crescendo, mas nossa infraestrutura ainda carece de melhorias, como por exemplo as rodovias BR-267, 262 e 163, que são grandes corredores e poderiam ser privatizadas”. Se o Estado cresce, mais gente empreende. Tito estima que a cada 10 pessoas que procuram orientação técnica no Sebrae/MS, quatro venham de outros Estados. Hoje Mato Grosso do Sul já tem 45 mil empreendedores individuais, um dado que dá mostra tanto da regressão da informalidade quanto do lançamento de novos empreendimentos. “Temos muito espaço para crescer, embora seja um estado jovem e com população relativamente pequena, as demandas surgem a todo momento”. TITO ESTANQUEIRO: “SE UM ESTADO CRESCE, MAIS GENTE EMPREENDE”
Comércio & Serviços
Comprar ou alugar? A resposta está no aporte financeiro e estratégia do negócio
MARCOS AUGUSTO: A ESTRATÉGIA IRÁ DEFINIR SE MELHOR DECISÃO É COMPRAR OU ALUGAR UM IMÓVEL
N
os últimos anos o setor imobiliário viveu um "boom" e não foram só prédios residenciais que se proliferaram. Dados da
Semadur ( Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) mostram que, na Capital, a área construída
de imóveis comerciais disparou 323% na última década. Em 1999, foram expedidos 150 alvarás para construção de 33.618,66 metros quadrados de prédios comerciais, ao passo que, em 2010, eram 222 alvarás para uma área somada de 142.217,12 m². O mercado atraiu investidores e as construções de galerias comerciais ganharam força. A valorização imobiliária atingiu um pico, em algumas localidades chegou a atingir 400% em menos de 5 anos, e vem se acomodando desde o início de 2012, mas há grandes distorções de preços em função da localização. “O mercado imobiliário é muito sensível à lei da procura e oferta”, explica o presidente do Secovi/MS (Sindicato da Habitação), Marcos Augusto Netto. Neste contexto, a decisão de comprar ou alugar está vinculada principalmente à estratégia do comerciante. “Existem empresas que preferem alugar porque não imobiliza o capital e pode usar dinheiro para aplicar no giro, investindo no negócio. Costumo fazer um comparativo com pecuaristas. Muitos preferem morar de aluguel e vender a casa ou não comprar para investir em gado porque é o capital de giro dele. Assim como tem empresário que tem imóvel e prefere vender para obter capital de giro e paga aluguel. Por outro lado, temos outras empresas que acham que ter sua sede representa solidez, estabilidade e garantia de que aquele ponto comercial vai se manter por muito tempo”. Marcos Augusto lembra que existem, inclusive, investidores especializados na construção de estruturas que são alugadas para grandes redes de supermercados.
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RONALDO GHEDINE EXPLICA QUE NÃO HÁ REGRA QUANDO O ASSUNTO É NEGÓCIOS
O presidente da CVI (Câmara dos Valores Imobiliários), Ronaldo Ghedine, afirma que hoje o valor do m² comercial para compra varia muito em função de cada região, desde R$ 13,00 em alguns bairros da região norte de Campo Grande chegando R$ 3,8 mil na região central. Já para a locação, fica em média em 1% do valor do imóvel, o dobro do que é praticado para imóveis residenciais, diante da oferta menor. “Para quem está começando a tendência é alugar e, depois de bem estabelecido, construir a sede própria. Mas não é uma regra, tem empresas que ficam em imóveis alugados indeterminadamente”. >>Endereço O presidente do Secovi lembra que outro fator a ser
“Neste momento é preciso ter capital de giro. Dá uma
considerado é o endereço. Muitas vezes não há disponibilida-
certa insegurança investir numa estrutura que não é minha,
de para venda nos pontos -chave para atingir a clientela ou os
mas é assim que funciona normalmente. Fiz um contrato por
preços inviáveis para o aporte financeiro do empresário. Foi o
três anos, mas minha expectativa é ficar mais”. A escolha foi
que aconteceu com os jovens empresários Bruna Rios e
assertiva, a loja faz sucesso e chega a receber 800 consumido-
Nelson Gabriel, donos da gelateria Sésamo. O investimento no
res em dias de pico. Para Bruna, além do produto diferenciado,
negócio foi criterioso, até que o projeto se concretizasse,
a definição do ponto tem grande participação neste resulta-
foram dois anos e meio de qualificação e análise de mercado.
do. “Eu acho que na verdade é uma das coisas mais importan-
Um ano somente à procura de um imóvel na localização ideal
tes, por isso procuramos imóvel por um ano em vários locais
para atingir o público-alvo da gelateria e depois de alugar, o
que considerávamos bons. Mas
imóvel passou por uma ampla reforma.
problema, seja de estacionamento ou estrutura interna”.
sempre tinha algum
NELSON E BRUNA NÃO SE ARREPENDERAM DE TEREM INVESTIDO NO ALUGUEL
ALINE SENATORE E SUA LOJA CONTAINER QUE PODE SER LEVADA PARA QUALQUER LOCAL DO PAÍS
>>Loja Móvel Há menos de um ano Campo Grande recebeu com a franquia da Container um novo conceito de loja, instalada na estrutura que dá nome à marca. A franqueada Aline Senatore explica que paga o aluguel do terreno, que por estar situado em uma área nobre da cidade, no bairro Jardim dos Estados, “não é nada barato”. Além disso, os custos da franquia também embutem a estrutura, que pode ser deslocada para qualquer parte do País, dependendo da necessidade. “É uma loja conceito, gera curiosidade, mas percebemos que algumas pessoas ainda têm medo de entrar, observam de fora, tiram fotos”. A proposta da marca é fixar a ideia de ecosustentabilidade, dispensando grandes estruturas e permitindo a mobilidade. Para Aline, uma forma de proporcionar ao consumidor contato com este novo conceito, mas os custos acabam empatando com o do aluguel de uma estrutura completa.
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Estratégia
Escolha do ponto: decisão importante para alcançar o sucesso
A
pesar de parecer uma tarefa simples, a escolha do ponto comercial ainda é uma dificuldade para quem pensa em abrir um negócio ou ampliá-lo. O que seria melhor, abrir em um local onde há conglomerados do mesmo segmento ou tentar formar uma nova clientela, em espaços sem concorrência? Na avaliação de especialistas, o ponto comercial é o verdadeiro patrimônio do lojista, pois nele o comerciante fixa o seu estabelecimento, fator de suma importância para o êxito de seus negócios. Para o consultor do Sebrae/MS, Paulo do Valle, na maioria dos casos a escolha do local está relacionada com o tipo de serviço ou comércio que será praticado, ou seja, a regra não é linear. Possui variáveis importantes que devem ser observadas. “Se o comércio for atacadista ou distribuidor, o melhor é estar em local de fácil acesso, com estacionamento fácil. No caso de pequenos serviços, como as necessidades de reforma, o ideal é estar próximo do fluxo de cliente, pois assim facilita a vida dele em levar e pegar o produto consertado”. Mas o consultor faz um alerta, normalmente estes locais têm um custo de locação maior em função do movimento. “Neste caso o empresário deve avaliar o custo da oportunidade, em função da quantidade de clientes em potencial, versos o retorno financeiro que poderá ter no local. Algumas empresas têm dado certo”. Como exemplo ele cita sapatarias, ateliês de reparos, correios, cafeteria, entre outros. A comerciante de uma loja de móveis usados, em Campo Grande, Helga Santana de Oliveira, resolveu investir no comércio há 13 anos. Ela optou em abrir o negócio em um bairro da Capital, o Jardim Imá, longe do conglomerado do segmento, mais comum na região central da cidade. Ela explica que o fator principal na hora da escolha foi o valor do aluguel e hoje acredita que acertou na decisão. “No começo eu preferia o centro, mas como o aluguel era mais caro, resolvi investir no bairro mesmo. Eu fui a primeira a
A ESCOLHA DE QUALQUER PONTO APRESENTA VARIÁVEIS IMPORTANTES, AFIRMAM ESPECIALISTAS
chegar aqui e hoje já são mais de dez lojas, que copiaram a nossa ideia porque viram que estava dando certo”, diz. Helga acredita que alguns fatores como acesso fácil, estacionamento e preço são o diferencial para ter alcançado o sucesso. “As pessoas preferem agilidade, não têm tempo para ficar procurando as coisas e quando encontram opções no bairro mesmo, preferem comprar ali. Sem falar da falta de estacionamento no centro, da distância e do preço”. O empresário Eder Gleisson Vilches, dono de uma revendedora de veículos, optou inicialmente por uma loja em um bairro de Campo Grande e recentemente é sócio em uma loja na avenida Bandeirantes, local conhecido por reunir revendedoras de veículos na Capital. “Há seis anos, quando abri a primeira loja, não tinha muita opção aqui em Campo Grande e então escolhi um ponto que tinha uma estrutura boa de espaço. Agora, com essa nova loja, vamos fazer um teste, ver se é melhor onde há o conglomerado. Eu acredito que a concorrência é positiva e onde há mais opções, atrai mais o cliente”, afirma. O consultor Paulo do Valle explica que o empresário que optar pelo conglomerado, precisa ficar atento ao movimento dos negócios, aos preços, ao produto novo que chega no mercado a todo o momento, condições melhores de compra para ter um diferencial na venda e estar presente na memória do seu consumidor. “É um exercício diário, pois aquele que não faz fica para trás, correndo o risco de fechar. Nestes casos, a empresa precisa avaliar os custos de estar inserida no aglomerado, pois eles são mais elevados pelos benefícios de ter uma clientela maior”. Independentemente da escolha do ponto, Paulo do Valle, explica que um diferencial para alcançar o sucesso é o bom atendimento. “Não adianta ter preço e qualidade e não ter um bom atendimento. O bom atendente é aquele que faz seu trabalho sem ser percebido, se coloca à disposição sem se impor, responde o que sabe e o que não sabe vai verificar, deixa o cliente à vontade sem pressioná-lo”.
HELGA SANTANA OPTOU EM ABRIR LOJA NO BAIRRO E ESTÁ CONTENTE COM OS RESULTADOS
Gestão & Finanças
Prevenir e investir para não correr riscos EM CASO DE INCÊNDIO E OUTROS INFORTÚNIOS, UM SEGURO EMPRESARIAL É RECOMENDADO
RENAN KUBOTA DIÁRIO DIGITAL
Indenizações pagas por seguradoras a empresas de MS cresceram 171% no último ano
S
erviço contratado na esperança de que não precise ser
para garantir a cobertura é preciso, na contratação, ter
usado, o seguro tem adesão cada vez maior no setor
atenção especial a duas questões: a veracidade das informa-
empresarial. De janeiro a outubro do ano passado o valor
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ções prestadas e elaboração do contrato.
pago por seguros empresariais em Mato Grosso do Sul atingiu
O vice-presidente da Comissão de Riscos Patrimoniais da
R$ 12,5 milhões, montante 27% maior que em igual período
Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Octávio
de 2011, porém as indenizações por sinistros dispararam
Bromatti, destaca a importância da assessoria prestada pelo
171%, totalizando R$ 6,7 milhões em 2012. Um indicativo de
corretor de seguros, que vai indicar qual a melhor opção de
que a proteção pode ser necessária a qualquer momento. Mas
produto para atender às necessidades da empresa.
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EDSON LEMBRA QUE A VERACIDADE DAS INFORMAÇÕES PRESTADAS É IMPRESCINDÍVEL PARA UM ATENDIMENTO SEM PROBLEMAS.
“O principal é conferir se as coberturas e limites contratados são suficientes e estão de acordo com a exposição de risco da empresa”. Ele lembra que a composição do prêmio nos seguros empresariais leva em consideração as coberturas contratadas, as franquias a serem assumidas pelo segurado, além de limites e sublimites de garantia das coberturas que constarão na apólice. É preciso que o segurado analise junto ao seu corretor de seguros qual é a melhor opção de produto que atenda as necessidades de sua empresa. “Ao analisar e cotar os riscos, as seguradoras consideram diversos fatores, tais como atividade do cliente, o histórico de infortúnio dos últimos cinco anos, os sistemas de proteção contra incêndio, raio e explosão. No entanto, os segurados devem analisar as propostas não somente baseadas nos custos, mas também no valor que as seguradoras podem agregar ao risco, tais como serviços assistenciais e de engenharia de risco (inspeções com recomendações para melhoria do risco), bem como comparar os contratos disponibilizados pelas seguradoras, que não são uniformes e variam nas seguradoras que atuam no Brasil”. Por outro lado, ele lembra que o segurado precisa exigir >>Veracidade O corretor de seguros Edson Figueiroa Cacciatori ressalta que um ponto é fundamental para assegurar as coberturas: a
que seja expressamente colocado no contrato as coberturas pactuadas. “A obrigação da seguradora se limitará somente àquilo que estiver expressamente previsto no contrato”.
veracidade das informações prestadas na contratação do seguro. “Isso é imprescindível para o segurado ter um
>>Modalidades
atendimento sem problemas”. No momento da informação
Segundo o corretor Edson Cacciatori, existem várias
do sinistro, seguir as orientações também é importante,
modalidades de seguro, mas, em geral, três tipos são mais
principalmente para garantir agilidade no processo de
procurados pelas empresas: empresarial, que resguarda o
indenização.
patrimônio físico em casos como roubo ou incêndios; o
O advogado empresarial Rodolfo Bertin reforça que a boa
seguro de vida que garante indenização em caso de morte ou
fé das declarações prestadas à seguradora é imprescindível
invalidez total ou parcial para sócios, diretores e colaborado-
para fazer valer direito às indenizações, conforme previsto
res e também o seguro de automóveis para a frota da
pelo próprio Código Civil, nos artigos 756 e 766.
empresa.
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ZIGOMAR GARANTE QUE “DORME MAIS TRANQUILO” COM A COBERTURA DO SEGURO
>>Sossego A empresa D´Itália – que fabrica forros de PVC – está no mercado há 15 anos; 14 deles assegurados. O investimento anual fica entre R$ 4 mil e R$ 5 mil, e o principal ganho, é a tranquilidade. “A gente contrata o seguro esperando que não precise usar, mas dorme mais tranquilo”, explica o empresário Zigomar Burille. Ele admite que não se atém às cláusulas do contrato, procura focar nas coberturas garantidas e diz que todos os anos faz cotações de preços e já alternou as seguradoras. Além do seguro empresarial, com coberturas para furtos e sinistros como queda de raios ou incêndio, também é contratado seguro para os funcionários. O empresário afirma que inclusive enfrenta dificuldades na contratação de seguro por desconhecimento do material trabalhado pela fábrica. “Ficam assustados com o plástico, mas o PVC não propaga fogo”.
Confira as modalidades mais contratadas por empresas: SEGURO EMPRESARIAL: Conforme a importância contratada, garante cobertura por prejuízos causados por: incêndio (prédio /maquinismo/ móveis/ utensílios / estoque/matéria-prima) queda de raio / explosão de gás uso doméstico. Oferece opções de coberturas adicionais, de acordo com o risco do segurado: roubo / danos elétricos / vendaval/ responsabilidade civil / impacto de veículos / quebra de vidros / anúncios luminosos, etc. SEGURO DE VIDA: Garante uma indenização em caso de morte natural/acidental/invalidez total ou parcial/assistência funeral para sócios , diretores e funcionários da empresa contratante.
SEGURO DE AUTOMÓVEL: Garante indenização aos veículos e caminhões da empresa em caso de colisão, incêndio e roubo. Fonte: Cacciatori Corretora de Seguros / * Há várias outras modalidades oferecidas conforme o segmento e necessidades de cada empresa contratante.
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Empresário do Mês
Empresário Um passo a frente no mercado Pró-atividade e visão de mercado são marcas de Rodrigo Stocco, 34 anos, um jovem empresário paulistano que, depois de trabalhar com várias franquias, resolveu lançar sua própria marca: a MyGloss, em parceria com a irmã, a arquiteta e estilista Kátia Stocco. Rodrigo chegou a Campo Grande em 2007, quando atuava como diretor de uma revenda da AmBev e já representava algumas marcas de franquias na Capital sul-mato-grossense. A junção da experiência comercial de Rodrigo e o talento da irmã para o mercado de moda, resultou em uma marca de sucesso que já acumula mais de um milhão de fãs no Facebook e faturamento de R$ 9 milhões no ano de 2012, com previsão de atingir R$ 15 milhões neste ano. A Comércio & Cia mostra como foi a trajetória desse empresário de sucesso e os planos de expansão para 2013.
UMA DAS FRANQUIAS LIDERADAS POR RODRIGO STOCCO JÁ ALCANÇOU MAIS DE UM MILHÃO DE FÃS NO FACEBOOK
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O “BOM ATENDIMENTO” É O QUE FIDELIZA CLIENTELA, AFIRMA STOCCO
C&C – Como foram seus primeiros passos na área comercial? O que o motivou a ingressar nesse setor? Rodrigo Stocco – Cursei Engenharia e comecei a carreira profissional como trainee na AmBev, desde então, foi despertada minha paixão pelo varejo. A partir daí, estudei muito sobre o varejo, fiz MBA em Marketing pela FGV e MBA em Varejo pela FIA/USP. Decidi investir paralelamente em franquias. Pesquisei mais de 100 franquias diferentes e, avaliando o mercado, fui atraído por produtos ligados à moda feminina. C&C – Com a experiência que acumula hoje, como avalia as vantagens e dificuldades do modelo de franquias? Rodrigo – Entre as principais vantagens para o franqueado, está o fato de o empreendedor receber todo o conhecimento
Rodrigo – Bom atendimento fideliza clientes! Também
de mercado e gestão do franqueador, o que reduz os riscos.
existem programas de fidelização em que o cliente recebe
Além disto, ele usufrui de todos os benefícios de uma rede:
algum tipo de benefício para comprar novamente na loja.
marca fortalecida, ganhos de escala, melhores negociações etc.
Isto gera o hábito de consumo da marca. Por exemplo, a marca Equus tem um programa de fidelidade de muito
C&C – O que direcionou sua escolha pelas marcas com as quais trabalha? Rodrigo - Avalio sempre três coisas principais na escolha de uma franquia. -Franqueador - Quem é o empreendedor? Quem está por trás do negócio? Qual seu objetivo de longo prazo? E como ele
sucesso. É uma operação com um índice muito alto de clientes fidelizadas na loja. Para negócios com posicionamento por diferenciação como é o caso da MyGloss e Puket, acredito que somente bom atendimento e fortalecimento regional da marca são suficientes para uma boa fidelização do público.
trata sua rede de franqueados? E principalmente se ele quer simplesmente “vender” a franquia ou se ele realmente procura um “parceiro” para a expansão de seu negócio. Infelizmente muitas franqueadoras se preocupam somente em “vender” sua franquia sem qualquer compromisso com a sustentação da unidade franqueada no médio e longo prazo. -Mark-up - Qual a margem praticada? - Quanto maior o mark-up o risco tende a ser menor. -Potencial do mercado - Qual a perspectiva de faturamento e se este faturamento tem potencial para um bom crescimento no médio e longo prazo. C&C – Que esforço considera fundamental na fidelização de seu público?
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APÓS PESQUISA E AVALIAÇÃO DE MERCADO, FRANQUIAS DE PRODUTOS FEMININOS FORAM A ESCOLHIDA PELO EMPRESÁRIO
C&C – Você também é bastante voltado às novas tendências de mercado, que acompanha de perto em férias e eventos nacionais e internacionais. Qual a importância prática disso? Rodrigo – O mercado de shopping em que atuamos é bastante competitivo. Cada vez mais as lojas serão “templos” de experiência do cliente com a marca. Se o empreendedor quiser ter sucesso, precisa o tempo todo pensar em coisas que melhorem a experiência de compra do consumidor em suas lojas. Portanto, considero muito necessário buscar sempre um atendimento diferenciado e elementos de inovação que melhorem cada vez mais esta experiência de compra. Sempre frequento eventos de varejo com o objetivo de obter estas informações, visito outras franqueadoras e trocamos melhores práticas para serem aplicadas em nossa franqueadora. Sou frequentador assíduo da NRF em Nova Iorque, a partir de lá tenho inúmeros insights que sempre me ajudam muito.
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PARA ESTE ANO, A MYGLOSS QUER ESTAR PRESENTE EM TODO PAÍS
C&C – A partir do desempenho de 2012, que expectativa o setor pode ter daqui para frente? Rodrigo – É fato que 2012 não foi um ano fácil para o varejo. O alto índice de endividamento dos consumidores desacelerou um pouco o consumo. Existe uma grande perspectiva de recuperação e crescimento para o quarto trimestre. Sou sempre muito otimista. Tenho a crença de que o empreendedor deve acreditar sempre. Não sou refém de notícias macroeconômicas. Acredito que nós, como pequenos e médios empresários, temos muito a fazer e que nossos resultados dependem muito mais das nossas ações do que de qualquer oscilação macroeconômica. Ainda temos muito o que crescer, quando somos pequenos. Claro que com o mercado em crescimento esse desafio se torna sempre mais fácil. Atualmente estou muito focado na expansão da rede MyGloss marca em que sou sócio e que atuo como franqueador. O ano de 2012 foi nosso primeiro ano de expansão da rede de franquias, e já fomos considerados franquia nota 10 em satisfação do franqueado pela pesquisa realizada pelo Serasa Experian e promovida pela Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios. Em apenas um ano já somos a segunda melhor rede de franquias de acessórios do Brasil e a primeira com posicionamento em acessórios de moda. C&C– Temos ainda um grande empreendimento da área comercial por abrir em Campo Grande. Na sua avaliação qual é o potencial do mercado consumidor da Capital e também do interior do Estado? Rodrigo – Acredito que, na Capital, o mercado de shopping está chegando perto de seu ponto de saturação. Para o interior, penso que ainda tem muita oportunidade. O lojista deve sempre avaliar com muito cuidado os riscos de um novo empreendimento. Sabemos que um shopping tem sua curva de maturação. Em média os novos empreendimentos têm demorado de dois a três anos para conseguirem resultados satisfatórios. O lojista deve entrar preparado para este período de maturação e avaliar muito bem o potencial e o perfil de público da área de influência do empreendimento. O negócio a ser colocado deve ter aderência com o perfil deste público. C&C – Quais os seus planos para 2013? Rodrigo – Queremos continuar como franqueados das marcas Puket, Tip Top, Equus, Touch. São franquias rentáveis e bem interessantes. Atualmente conto com uma sócia e estrutura independente que opera estes negócios. O meu foco pessoal está totalmente ligado à franqueadora MyGloss Acessórios. Nossa meta para 2013 é manter a qualidade conquistada como franqueadora em 2012 e encerrar o ano com 32 lojas em todo o Brasil. Já temos uma marca muito forte no mundo online, agora o desafio é ganhar pontos de venda para gerar hábito de consumo da marca. A MyGloss é uma marca desejada, devido ao nosso grande alcance no mundo online; tem muita gente querendo consumir, porém ainda temos poucos pontos de venda. Para 2013 expansão será o desafio. “CADA VEZ MAIS, AS LOJAS SERÃO ‘TEMPLOS’ DE EXPERIÊNCIA DO CLIENTE COM A MARCA”, PROFETIZA O EMPRESÁRIO
CNC
Antonio Oliveira Santos Presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo s atividades empresariais no Brasil são extremamente
A
(imposto sobre vendas a varejo), que corresponde aos nossos
desestimuladas pela carga tributária elevada (35,3% do
ICMS e IPI.
PIB); multiplicidade de tributos (impostos, taxas e
Como dispõe o § 5º do art. 1º do projeto em tela, a nota
contribuições); complexidade das obrigações fiscais
fiscal terá de indicar discriminadamente: o IPI, IR, IOF, CSLL,
acessórias (declarações, formulários via internet e em papel etc.); burocracia na abertura de uma empresa; submissão a centenas de normas federais, estaduais e municipais; sujeição a diversas fiscalizações (Receita Federal, estadual, municipal, previdenciária, do trabalho, dos bombeiros etc.); peso e burocracia das obrigações previdenciárias; incertezas da
COFINS, PIS/PASEP e CIDE (federais), o ICMS (estadual) e o ISS (municipal). Evidentemente, a tarefa será impraticável. Não será possível indicar a parcela - embutida no preço de venda da mercadoria - do IR a ser pago (posteriormente à venda) pela empresa com base no lucro líquido. A mesma dificuldade
ordem econômica e financeira; inflação e seus variados
ocorrerá em relação aos demais tributos, exceto o ICMS e o
índices; tormentos da legislação trabalhista etc.
I S S. No preço de venda de uma mercadoria, pelo
Nesse quadro surrealista, surge, agora, como meio de
estabelecimento comercial, estão ainda embutidos os
“esclarecimento ao consumidor” quanto à fúria fiscal, um
tributos pagos pelo fabricante e pelo transportador. Na
projeto de lei (nº 1.472/2007, da Câmara dos Deputados),
realidade, revela-se impossível a elaboração de uma fórmula
aprovado pelas duas Casas do Congresso Nacional, que atribui
de cálculo aplicável a todos os casos.
ao próprio contribuinte – no caso, as empresas comerciais e prestadoras de serviços em geral - a obrigação de informar, em c a d a n o t a f i s c a l q u e e m i t i r, o “ va l o r a p rox i m a d o correspondente à totalidade dos tributos (impostos, taxas e contribuições) federais, estaduais e municipais, cuja
Por isso mesmo, o projeto admite, no § 2º do art. 1º, que “a informação de que trata este artigo poderá constar de painel afixado em local visível do estabelecimento, ou por qualquer outro meio eletrônico ou impresso, de forma a demonstrar o
incidência influi na formação dos respectivos preços de
valor ou o percentual, ambos aproximados, dos tributos
venda”.
incidentes sobre todas as mercadorias.” O painel evitaria a
O projeto objetiva regular o § 5º do art. 150 da
impraticável discriminação na nota fiscal. Todavia, no caso de
Constituição, que, antevendo dificuldades, estabelece, tão-
estabelecimentos vendedores de centenas e centenas de
somente, que “a lei determinará medidas para que os
itens, certamente será necessário que o painel ocupe todas as
consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que
paredes, inclusive a fachada.
incidam sobre mercadorias e serviços”. Portanto, essa norma: 1º) não estabelece a obrigatoriedade de a informação constar das notas fiscais, o que é praticamente impossível, mas, apenas, medidas para esclarecimento dos consumidores; 2º) refere-se, estritamente, a impostos e não a tributos, assim não abrangendo taxas e contribuições; e 3º) não atribui essa obrigação aos empresários, mais parecendo que o dever de esclarecer seja do Fisco.
Outro absurdo reside no §4º do art. 1º, segundo o qual “não serão excluídas as parcelas de tributos que estejam sob discussão judicial ou administrativa, instauradas entre contribuintes e qualquer das entidades políticas tributantes”. Para finalizar, o projeto omite um aspecto fundamental, qual seja o dos custos administrativos que essa medida criará, nem indica se tais custos caberão ao Fisco ou ao comerciante
Consta que o projeto de lei teria sido inspirado na prática
de bens e serviços, mas uma coisa é certa: quem vai pagar
do comércio varejista dos Estados Unidos. Todavia, naquele
realmente por essa aventura será sempre o indefeso
país, as notas fiscais indicam, tão-somente, a sales tax
consumidor final. Jornal do Comércio, 07 de dezembro de 2012.
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SENAC MS
Ampliar o conhecimento e aumentar o sucesso do empreendimento
N
o dia a dia o empresário pode se deparar com dificuldades ou necessidades técnicas e nem
sempre dispor de informações necessárias para superá-las. A busca pela excelência visa
adequar empresas e pessoas às mudanças e transformações do mercado. Pensando em oferecer um modelo dinâmico de gestão às empresas, que possibilite e promova - de maneira rápida e eficiente - transformações que contribuam com resultados positivos à efetividade do negócio, o SENAC lança um programa inovador: o SENAC VAREJO.
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O diretor regional do SENAC, Vitor Mello, explica que o programa SENAC VAREJO proporcionará ao gestor e colaborador do mercado varejista a possibilidade de aperfeiçoar suas práticas diárias, por meio da implementação de ferramentas de gestão aplicáveis ao seu negócio, de modo a possibilitar o desenvolvimento mercadológico, a ampliação dos resultados financeiros e melhoria da qualidade dos serviços prestados. “Estruturado a partir de pesquisas, o programa colabora no processo de profissionalização das empresas do segmento varejista e amplia a visão dos gestores e colaboradores na busca por inovações e melhorias, levando a discussão de novas técnicas e ferramentas de gestão, aplicáveis ao segmento e tende a oferecer um ambiente de trabalho produtivo”, esclarece Vitor Mello. Vitor Mello explica, ainda, que ao implantar a gestão da qualidade dentro da empresa, as vendas sempre terão potencial de crescimento. “Há casos, inclusive, em que METODOLOGIA ATENDERÁ A ROTINA DAS EMPRESAS, CONTA PAULO ROBERTO
empreendedor precisa ter uma comprovação de que trabalha com qualidade para conseguir fornecer seus produtos e serviços a outras empresas”.
De acordo com o responsável técnico pelo programa, Paulo Roberto Machado de Andrade, o programa oferece três diferentes fases aplicáveis a todos os departamentos e direcionadas a equipe de atendimento, equipe operacional (administrativo e financeiro) e equipe gerencial da empresa. “A ideia é oferecer recursos para que o empresário tenha maior conhecimento sobre o desenvolvimento de competências de gestores e colaboradores”. Paulo Roberto conta que o empresário pode optar por uma das fases ou escolher aquela que esteja no interesse de seus negócios. “A metodologia foi desenvolvida em parceria com a Gouvêa de Souza e acreditamos que sua carga horária esteja adequada para suprir e atender a rotina das empresas. Além disso, se a empresa possuir uma área apropriada, o profissional pode ministrar a aula dentro da própria empresa”. O SENAC VAREJO será lançado, em princípio, em Campo Grande. No segundo semestre de 2013 as ações do programa serão oferecidas no interior de Mato Grosso do Sul, com os mesmos objetivos de capacitar os profissionais da área do varejo, por meio de uma abordagem direta, mobilizando conhecimentos, habilidades e atitudes relacionadas com as diversas etapas do processo de venda e prestação de serviços, incluindo os aspectos comportamentais do cliente, visando atender às suas necessidades e provocar sua fidelização. VITOR: “PROGRAMA LEVANTARÁ DISCUSSÕES DE NOVAS TÉCNICAS E FERRAMENTAS DE GESTÃO”
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SENACVAREJO - CARGA HORÁRIA E AS FASES 1º fase: direcionada para a equipe de atendimento e vendas, composta de 56 horas, sendo 52 de formação e quatro de consultoria; A Loja (disposição de produtos, vitrine, circulação de clientes...) – 8 horas Atendimento ao Cliente (comunicação, estratégias...) – 8 horas Técnicas Avançadas de Venda – 12 horas Trabalho em Equipe e Relacionamento Interpessoal – 8 horas Motivação e Sucesso Profissional – 8 horas Visual Merchandising – 8 horas Assessoria técnica: 4 horas
2º fase: direcionada para a equipe operacional do administrativo e financeiro da empresa, composta por 68 horas, sendo 62 de formação e seis de consultoria; Rotinas Administrativas – 15 horas Compras – 12 horas Crédito e Cobrança – 15 horas Nota Fiscal Eletrônica/ECF – 4 horas Tributos – 8 horas Relações Interpessoais no Ambiente de Trabalho – 6 horas Motivação e Sucesso – 2 horas (fechamento) Assessoria técnica: 6 horas
3º fase: direcionada para a equipe gerencial da empresa (incluindo proprietários, se for o caso), composta por 68 horas, sendo 48 de formação e 20 de consultoria; Gestão Estratégica – 8 horas Gestão Financeira – 8 horas Gestão de Marketing – 8 horas Gestão de Produtos – 8 horas Gestão de Pessoas – 8 horas Liderança para Resultados– 8 horas Assessoria técnica: 20 horas
Ponto de Vista
2013, cenários e atitude
RICARDO KUNINARI Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL)
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Essa é a pergunta tradicional que merece algumas considerações antes de apressadas conclusões. O comércio, todos sabemos, é diretamente impactado pelos ventos econômicos do momento. Hoje, a deterioração do crescimento econômico global é fato bastante evidente. A Organização Mundial do Comércio é cautelosa e registra baixa na estimativa de crescimento em volume das exportações e importações internacionais. A tendência é de expansão mínima, com risco que o crescimento seja inferior ao avanço do PIB global. O temor da fragmentação da zona do euro,que representa 35% do comércio mundial, ainda é real. Essa é a má notícia. A boa é que o governo brasileiro prossegue na bem-sucedida política iniciada no governo Lula de apostar no estímulo à atividade econômica, buscando solução doméstica para evitar que a crise internacional chegue forte por aqui. Anunciou em dezembro medidas para estimular os investimentos no País. A mais importante é um pacote de R$ 100 bilhões em financiamento para empresas em 2013, com juros reduzidos e prazos mais longos. A outra é a redução dos juros cobrados em empréstimos do BNDES para empresas. A 5%, a chamada Taxa de Juros de Longo Prazo, permanece no menor nível da história. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o objetivo do governo é fazer o investimento crescer 8% e a economia expandir 4% em 2013. As empresas que investem empregam, e os salários geram consumo. Isso é bom para o comércio. O agronegócio, ainda o carro-chefe da economia estadual, tende a se recuperar em 2013, apresentando taxa de crescimento um pouco superior àquele projetado para o PIB. O Valor Bruto da Produção, que corresponde ao volume médio produzido pelos agropecuaristas multiplicado pelo preço médio de venda recebido pelos produtores (ou a receita dos produtores) deverá apresentar crescimento significativo de 2012 para 2013. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para os 20 principais produtos das lavouras o VBP deverá passar de R$ 233,8 bilhões para R$ 290,0 a R$ 300 bilhões. E segundo o CEPEA/ESALQ/USP e a Confederação Nacional da Agricultura, o VBP da agropecuária deverá ficar em torno de R$ 370 bilhões em 2012 e superar os R$ 420 bilhões em 2013. Os produtores usam melhor tecnologia e investem em máquinas e equipamentos. Se o clima ajudar, o campo pode movimentar os negócios na cidade, animando as vendas no comércio. Para 2013, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros no Brasil é de US$ 59,5 bilhões. E Mato Grosso do Sul, segundo a última revista “Veja”, está em décimo lugar no ranking dos mais preparados para receber investimentos internacionais. Três Lagoas, com a segunda grande planta industrial de celulose, consolida a posição do Estado como grande produtor de florestas industriais e celulose. Mais uma observação: o setor público, que gera 135 mil dos 600 mil empregos do Estado, inicia o ano com o freio de mão puxado, por conta das novas administrações municipais que diminuirão investimentos no primeiro semestre, pelo menos. Esperamos que a Capital e as outras grandes cidades, como Dourados, Corumbá e Três Lagoas, mantenham, o ritmo de investimentos, sustentando o aquecimento da construção civil. Os empresários do comércio devem ficar atentos para a crescente tendência mundial do comércio eletrônico, que tem uma expectativa de crescimento de 23% em 2012. O País é visto como um mercado de crescimento estratégico por empresários de e-commerce internacionais. Enfim, onde há fortes ameaças, também surgem grandes oportunidades. E tudo indica que o comércio vai ter que vencer em 2013 como sempre fez: com planejamento estratégico, muito trabalho, motivação e muita força para superar os desafios com atitude e inteligência. Quanto mais eu vivo, mais eu percebo o impacto da atitude na vida. Ela é mais importante que o passado, que a educação, que o dinheiro, que as circunstâncias, que os fracassos, que os sucessos, e do que as outras pessoas pensam, dizem, ou fazem. Uma atitude de coragem continua sendo a semente para o sucesso.
CO M É R C I O & C I A DEZEMBRO/JANEIRO/FEVEREIRO 2012•2013
Fecomércio MS
Gestão da representação Ação integrada em prol do empresariado do comércio
CONSULTORES DA CNC JÁ SE REUNIRAM COM EQUIPE DA FECOMÉRCIO PARA ADEQUAREM OS PROCESSOS
A
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Fecomércio-MS é uma entidade sindical que representa
Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC)
os direitos e interesses dos empresários do Comércio de
existem searas de negociação e discussão entre o setor
Bens, Serviços e Turismo de Mato Grosso do Sul, com objetivo de
público e privado, de caráter deliberativo, consultivo,
orientar, coordenar e defender todas as atividades do comércio.
técnico-temático, administrativo, recursal ou controlador
Com a implantação do Sistema de Excelência em Gestão
que possibilitam a colaboração do segmento do comércio na
Sindical – SEGS em 2009, a Federação começou a controlar
construção e formulação de políticas públicas, por meio da
melhor as representações realizadas, dando agora mais um
participação de representantes, da própria CNC, Fecomércio,
passo no aprimoramento desse processo, com a Assessoria de
Sindicatos, SESC, SENAC e IPF nos conselhos, comissões,
Gestão de Representações – AGR, modelo desenvolvido pela
grupos de trabalho e foros de debates criados. Esse trabalho e
Confederação Nacional do Comércio.
metodologia de aprimoramento é a AGR.
CO M É R C I O & C I A
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Para implantar o sistema, os representantes da CNC
O presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, ressalta
Cristiano Costa e Bruno Sugawara, que compõem a equipe da
que “o setor de representações é das mais importantes
Assessoria de Gestão das representações, liderados por Wany
atividades que podemos desenvolver em benefício das
Pasquarelli, estiveram em Campo Grande, em dezembro, para
empresas, empresários, dos trabalhadores do nosso sistema
apresentar aos gestores e colaboradores a nova metodologia
terciário. As representações significam a permeabilidade, a
de trabalho. De acordo com Cristiano, “aproveitamos muito do
presença da Confederação, dos princípios que defendemos –
trabalho já realizado desde 2009 pela Fecomércio MS”. Bruno
economia de mercado, concorrência, ética – nos setores que
complementa: “Buscamos entender o processo realizado pela
vão produzir decisões, vão influenciar no andamento dos
Fecomércio para adequá-lo à metodologia da CNC”.
governos municipais, estaduais e federal, assim como vão
O objetivo é alinhar a metodologia em todos os órgãos que compõem o Sistema, tornando únicas as metas e decisões
influenciar empresários de outros setores ou nossos próprios empresários”.
adotadas, criando um ambiente favorável com as Federações,
O presidente do Sistema Fecomércio MS, Edison Araújo,
favorecendo uma boa agenda sobre temas que possam afetar
lembra que “ao assumir a presidência, priorizei a defesa dos
a competitividade e os resultados empresariais. Esse
interesses das empresas do comércio e a Gestão da
alinhamento vai influenciar o andamento das decisões em
Representação vem para profissionalizar esse processo”.
âmbito federal, estadual e municipal, assim como o próprio setor empresarial.
Para o superintendente da Fecomércio Reginaldo Lima, “o trabalho vai além de um sistema de informação e envolve atividades que vão desde a seleção e organização dos assentos que participamos, indicação e capacitação do representante, passando pelo planejamento, controle e comunicação dos resultados aos empresários”.
‘‘O objetivo é alinhar a metodologia em todos os órgãos que compõem o Sistema, tornando únicas as metas e decisões adotadas...’’
Entrevista
Marcelo Turine destaca os avanços da Ciência, Tecnologia e Inovação em MS Como a ciência e a tecnologia têm contribuído para o desenvolvimento econômico de Mato Grosso do Sul e, especificamente, para o setor terciário? É o que o presidente da FUNDECT (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul), Marcelo Turine, explica nesta entrevista à Revista Comércio &Cia, pontuando os avanços e desafios da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) em Mato Grosso do Sul e também passando por assuntos como o registro de marcas e patentes. Natural de Araçatuba (SP), Turine é formado em Bacharelado em Ciência da Computação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP/São José do Rio Preto), na USP/São Carlos, concluiu seu mestrado em Inteligência Artificial e doutorado em Ciências da Computação (área de Engenharia de Software), em 2000 realizou seu pós-doutoramento em Políticas Públicas pela PUC-SP. Em 2002 chegou ao estado de Mato Grosso do Sul e ingressou como professor na Faculdade de Computação da UFMS. Em 2008 assumiu a Diretoria Científica da FUNDECT (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul) e quatro anos depois, em 2011, foi nomeado Diretor Presidente da Fundação com mandato para o triênio 2011-2013. É casado e pai de três filhos.
Fundação MS, Fundação Chapadão, UCDB, Anhanguera C&C – Como MS tem avançado nas pesquisas científiUniderp, UNIGRAN e IESF/Funlec). cas nos últimos anos? Marcelo Turine – O Sistema Estadual de C,T&I de MS está em constante avanço, tanto quantitativo quanto qualitativo, e C&C – Quais as perspectivas futuras? Devemos tem uma estrutura simples. A Secretaria de Estado responsáacelerar esse passo? vel pela C,T&I é a SEMAC (Secretaria de Meio Ambiente, do Turine – Sou um grande sonhador para a ciência em Mato Planejamento, da Ciência e Tecnologia), sob a responsabilidaGrosso do Sul, um estado que encontrará na educação de do secretário Carlos Alberto Negreiros Said Menezes, o superior e na Pesquisa as soluções para seus problemas, para Carlito. Vinculada à SEMAC, temos a a l c a n ç a r u m d e s e nv o l v i m e n t o Superintendência de Ciência e sustentável. Temos uma riqueza Tecnologia (SUCITEC), cujo objetivo é natural única no Brasil considerando promover, coordenar e supervisionar a ‘‘Temos que formar recursos os nossos biomas (Pantanal e Cerrado) política de desenvolvimento de C,T&I. e temos recursos humanos qualificahumanos qualificados e Todo o fomento e investimento no dos e competentes vinculados às ICTs. tornar o conhecimento contexto da Educação Superior e Por exemplo, um indicador relevante é Pesquisa no Estado tem como órgão o avanço na criação de cursos de póscientífico aplicável’’ responsável a Fundect, criada pela Lei nº graduação stricto sensu, em nível de 1.860, de 3 de julho de 1998, pessoa mestrado e doutorado, em M S. jurídica de direito público, sem fins Passamos de 28 cursos, em 2008, para lucrativos, com patrimônio próprio, 81, em 2012. autonomia administrativa e financeira, sede e foro em Campo Consequentemente, aumentou também o número de Grande/MS. Para operacionalizar as ações e atividades pesquisadores que desenvolvem projetos e/ou processos que científicas e de inovação em MS, temos hoje aproximadamencomeçam a mudar a realidade sul-mato-grossense. Estes te 100 mil pessoas (professores, pesquisadores, técnicos números geram impactos diretos na produção científica do administrativos e estudantes) vinculadas a 15 Instituições de estado, pois uma das maneiras, e diria até a mais importante, é Ciência e Tecnologia (ICTs) nas diferentes esferas estadual e o conhecimento gerado no meio acadêmico e sua aplicação federal, públicas ou privadas (UEMS, AGRAER, UFMS, UFGD, no setor produtivo, na melhoria da qualidade de vida dos IFMS, as três Embrapas CNPGC, CPAO e CPAP, FIOCRUZ, cidadãos.
DIVULGAÇÃO FUNDECT
C&C – Como a ciência pode contribuir para o desenvolvimento econômico do Estado? Turine – Precisamos criar uma cultura de que pesquisar e investigar é preciso. Hoje, a FUNDECT fomenta a ciência desde o ensino fundamental e médio, por meio de bolsas de estudos do PIBICJr (Programa de Iniciação Científica Júnior), até os níveis de mestrado e doutorado, além do financiamento de projetos de pesquisa, extensão e inovação para os pesquisadores das ICTs. Precisamos despertar nos jovens talentos de MS a criar ideias e soluções inovadoras. Porém, não basta apenas que nossos pesquisadores nas ICTs publiquem mais e mais artigos científicos, temos que formar recursos humanos qualificados e tornar o conhecimento científico produzido nas ICTS aplicável no mercado e na sociedade. Neste contexto, temos que investir em projetos nas micros, pequenas e médias empresas, aproximando a academia e o mercado. A inovação, a riqueza de um estado somente ocorrerá quando as empresas produzirem de forma escalável as soluções inovadoras. Mas sem recursos financeiros, dificilmente a ciência e inovação crescerá e avançará em MS e no Brasil. Os esforços nacionais, por meio do Ministério da Ciência e Tecnologia, e estaduais, por meio da FUNDECT, são grandes neste aspecto.
Deliberativo Estadual (CDE) do SEBRAE, onde temos a participação de praticamente todas as entidades representativas estaduais. A Fundect e a SEPROTUR estão presentes e representam o governo do estado no CDE, considerado um fórum político e técnico. Outro espaço de interlocução criado recentemente pela FAMASUL é o Fórum Permanente de Inovação Agropecuária, onde temos a participação de todas as ICTs e mais entidades representativas, como é o caso do SEBRAE, FIEMS e FECOMERCIO, e a Fundect como a instituição responsável pelo fomento à C,T&I em MS.
C&C – Em relação ao recurso humano, qual é o nível de dificuldade para trabalhar na área científica em MS? Difere muito de outros estados? Turine – Mato Grosso do Sul está em um processo de formação de recursos humanos especializados e atração de jovens pesquisadores doutores para fixarem no estado. Formar recursos humanos é o grande desafio Estadual; o capital humano é o bem maior de cada região, Estado e município. Precisamos qualificar nossos servidores públicos, empresários e comerciantes para serem empreendedores e inovadores. Um indicador importante é que o Brasil está atrás apenas da China e dos ‘‘Temos que proteger E s t a d o s U n i d o s e m n ú m e ro d e nossas ideias e invenções C&C – Que contribuições as empreendedores. Possuímos mais de e a Fundect pode ajudar 27 milhões de pessoas envolvidas ou pesquisas podem dar, especificaem processo de criação de um negócio mente, ao setor terciário? muito neste processo’’ próprio. Em números absolutos, Turine – Considerado como um aparece em terceiro lugar no ranking dos propulsores do desenvolvimento de 54 países analisados pela pesquisa econômico brasileiro nos últimos anos, Global Entrepreneurship Monitor 2011 o setor ajudou a aumentar a competiti(GEM), realizada anualmente e fruto de vidade interna e externa, gerou uma parceria entre o Sebrae e o Instituto Brasileiro da milhares de empregos qualificados e acelerou o progresso Qualidade e Produtividade (IBQP). Hoje temos empreendedotecnológico. O setor terciário corresponde a quase 70% do res mais qualificados, que buscam no próprio negócio a Produto Interno Bruto (PIB) e por mais de 75% dos empregos oportunidade para se desenvolver e a aproximação com a formais, segundo o IBGE. Porém, o grande desafio está na academia é um dos diferenciais para o sucesso do empreendiqualidade do serviço prestado, definição e uso de normas mento. técnicas que estabeleçam um modelo de gestão da qualidade para as organizações em geral. Como aplicar os conhecimentos científicos na melhoria da qualidade de vida das pessoas e C&C – Neste processo, como observa as ações do na eficiência e eficácia do serviço prestado. É preciso, ainda, Sistema Fecomércio, por meio do SENAC e SESC? gerar desenvolvimento com o menor impacto possível ao Turine – Estamos iniciando ações estratégicas para meio ambiente. É sabido que os recursos naturais são finitos. estreitar as relações entre a Fundect e o Sistema Fecomércio. Há uma grande preocupação na preservação dos recursos Para os profissionais atenderem a um mercado de trabalho hídricos, e pesquisas devem ser financiadas para criar e cada vez mais exigente e para as empresas se tornarem mais aperfeiçoar os equipamentos para residências de baixa renda, competitivas, necessariamente, precisam investir em por exemplo. Reforço que o desenvolvimento do país parte de inovação tecnológica. E neste aspecto, está o papel decisivo iniciativas voltadas para o crescimento econômico, e neste das pesquisas científicas em áreas consolidadas pelo Sistema aspecto investir em ciência e tecnologia nas empresas é Fecomércio, como as atividades de capacitação do Senac e do primordial. Aliar a ciência e a inovação à geração de renda é o Sesc nas indústrias, comércios e serviços. Um exemplo é a objetivo central do governo. Fábrica de Software do SENAC, onde a Fundect deverá contribuir com uma política de bolsas de estudos, inovadora para jovens que tenham vulnerabilidade social e de conheciC&C – Como tem se dado a interlocução com o setor mento. Temos que qualificar estes jovens e inseri-los em um por meio de entidades representativas, como a mercado de trabalho, gerando renda e emprego para nossa Fecomércio MS? sociedade. Turine – Um grande espaço de discussão e definição de C&C – O fato de termos um grande percentual de temas e políticas públicas para o nosso Estado é o Conselho
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pessoas com formação superior ajuda neste processo? Turine – Apesar de termos professores qualificados e cursos de graduação a distância, que possibilitam aos trabalhadores possam ter uma qualificação profissional, o problema é a dificuldade de articulação política entre as diversas instituições/órgãos no âmbito do governo, mercado e academia. C&C – Um assunto de interesse do setor é o registro de marcas e patentes. Como a Fundect pode dar suporte nesse processo? Turine – Temos que proteger nossas ideias e invenções e a Fundect pode ajudar e muito este processo. Temos também que incentivar nossos pesquisadores e empreendedores a registrarem suas marcas e criarem suas patentes. A falta de registro de marcas e patentes resulta em prejuízo de milhões de reais para empresas e inventores em relação aos direitos que possuem sobre suas criações. Para resguardar esses direitos, em 1972, foi criado o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), instituição autônoma vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Em razão da procura pelos serviços de registros e concessões, o INPI está se instalando em todos os estados brasileiros. Em maio de 2012, uma unidade do INPI em MS passou a funcionar na Fundect para agilizar o atendimento local, tirando dúvidas e fazendo os encaminhamentos necessários. Empresário, nos procure para ajudar a proteger sua ideia, negócio e invenção.
C&C – Qual é o momento ideal para se preocupar com a questão? Antes de se lançar no empreendimento? Turine – Antes de lançar seu empreendimento/negócio, é importante procurar o INPI para verificar se a marca já existe no mercado e verificar possibilidades para um melhor impacto no mercado. C&C – De que forma a Fundect atua no fomento à geração de conhecimento dentro das empresas? Qual é hoje a principal carência das empresas neste aspecto? Turine – Para criar e aprimorar o empreendimento, os empresários podem contar com recursos de subvenção econômica por meio de projetos de desenvolvimento tecnológico e de inovação. Neste contexto é que a Fundect é mais útil. Atualmente, 11 empresas de MS estão desenvolvendo projetos com financiamento da Fundect, FINEP e SEBRAE-MS. Os valores dos projetos chegam até R$ 300 mil. Em outro aspecto, a Fundect é parceira estratégica quando aproxima nossos empresários e empreendedores dos nossos pesquisadores das ICTs. Há muito conhecimento nas universidades e centros de pesquisa que podem ajudar a criar novos nichos de mercado para os empresários. E a Fundect pode fazer tal aporte, tanto financeiro, quanto nesta aproximação, estreitando as relações entre os produtores de conhecimento, pesquisadores, e os executores e inovadores, empresários, do nosso estado.
SESC MS
Viajar é preciso e, com preços bons, é imprescindível
DIVULGAÇÃO SESC MS
EM MARÇO, UMA DAS OPÇÕES DO SESC MS É O TOUR POR BRASÍLIA (DF)
N
os últimos 50 anos o turismo cresceu de forma rápida e
atuando com a missão de favorecer a incorporação de pessoas
se tornou uma das atividades mais importantes da
ao movimento turístico. Em especial os trabalhadores do
economia, segundo o Ministério do Turismo. O SESC -
comércio de bens e serviços e seus dependentes. “Por todo o
acompanhando essa tendência - mantém suas ações
Brasil, o SESC promove excursões, passeios ecológicos, ações
turísticas voltadas para o social e possui a maior opção de lazer
de gestão ambiental e iniciativa de tratamento da fauna e da
do país com meios de hospedagem e parques recreativos em
flora. Uma iniciativa
19 estados e no Distrito Federal.
que promove
Mais do que diversão, o lazer é um direito do comerciário.
atividades turísticas
Por isso, o SESC criou o programa Turismo Social. Pioneiro
de uma forma que o
nesta categoria, há mais de 60 anos oferece serviço de
visitante aproveite
qualidade a preços acessíveis, promovendo a inclusão social
toda a infraestrutura e
de todos e proporcionando qualidade de vida, como o
conheça roteiros
aproveitamento sustentável dos recursos naturais e culturais
inovadores com foco
de cada lugar visitado.
na educação cultural,
A diretora regional do SESC, Regina Ferro, comenta que o SESC é o principal operador de turismo social do Brasil,
no desenvolvimento social e comunitário”. REGINA FERRO: “A QUALIDADE DOS HOTÉIS DO SESC COM A ORIENTAÇÃO DE PROFISSIONAIS CAPACITADOS”
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>>Ações no Estado
COM DESTINOS A AQUIDAUANA E MIRANDA, TREM DO PANTANAL É UMA DAS OPÇÕES DE PASSEIO PARA OS TURISTAS QUE ESTÃO EM CAMPO GRANDE (MS)
Em Mato Grosso do Sul, o SESC desenvolve ações em parceria com propriedades rurais que trabalham no formato day use, no qual o visitante desfruta, durante um único dia, da infraestrutura e das instalações das propriedades particulares. “Temos uma parceria com o Convention Bureau em que o visitante que vêm a Campo Grande pode curtir o city tour, além de atividades no Haras Cachoeira e na fazenda Pontal das Águas. Outra atividade oferecida no estado é o passeio no Trem do Pantanal. Com saídas de Campo Grande com destinos a Aquidauana e Miranda, onde o comerciário e dependente têm preços especiais podendo contemplar a paisagem durante uma viagem tranquila”. Como explica a diretora regional, o foco das atividades regionais está nos municípios de Bonito e Corumbá, por meio de passeios ecológicos em algumas fazendas e também na região do Pantanal. “Nessas cidades, o visitante tem a oportunidade de conhecer a fauna e a flora a partir de trilhas, passeios a cavalo e até mesmo de barco. Além de desfrutar de destaque da culinária regional e do café pantaneiro”. A assessora técnica na área de turismo do SESC, Fernanda Arnal, explica que, além de proporcionar ao trabalhador turismo de qualidade, a entidade desenvolve o turismo receptivo e emissivo. “Por meio do turismo receptivo, o SESC compartilha atividades esportivas e aventuras, oferece novos sabores, culturas, desvenda
EM PROPRIEDADES RURAIS QUE OFERECEM PASSEIOS NA MODALIDADE DAY USE, A TRANQUILIDADE E DIVERSÃO SÃO GARANTIDAS
TAMBÉM EM MARÇO, SOL E MAR EM GUARAPARI (ES), UMA DAS OPÇÕES DO SESC MS
as belezas naturais e apresenta centros históricos de cada região visitada. E no emissivo, promove excursões por todo o Brasil, algumas delas têm como partida as cidades do interior, como por exemplo, Dourados, Três Lagoas e Corumbá, atendendo então a demanda dessas regiões”. Em 2012 o turismo do SESC realizou 1.181 inscrições com roteiros inovadores mantendo o foco na educação cultural e no desenvolvimento social e comunitário de cada destino. "Em cada excursão pensamos no compromisso com a cidadania e na qualidade de vida tantos dos nossos clientes como nas comunidades visitadas, oferecendo novas alternativas de lazer". O turismo social do SESC é organizado por profissionais especializados, com roteiros e programações feitos para que o visitante aproveite o melhor da natureza, cultura, gastronomia e diversão do destino. Aberta para todo o público com preços diferenciados o objetivo é proporcionar a qualidade dos hotéis do SESC em cada excursão, com a orientação de um guia de turismo, valorizando a cultura regional.
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Programe-se e
viaje com o Excursões SESC de Março Final de Semana em Bonito/MS (01 a 03/03) Tour Pela Capital Brasileira – Brasília/DF (06 a 09/03) 23 de Março – Pantanal/MS (16 a 17/03) Sol e Mar no SESC Guarapari Final de Semana na Fazenda /ES (11 a 19/03) Saindo da Rotina em Corumbá/MS (22 a 24/03) SESC No Pantanal/MT (27 A 31/03) Excursões SESC de Abril Tour Pelas Cidades Históricas Mineiras (03 a 09/04) Final de Semana em Bonito/MS (12 a 14/04) Turismo Hidrotermal em Olímpia/SP (18 a 21/04) Serra Gaúcha/RS (25/04 a 01/05)
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MS Competitivo
Promovendo a excelência NA ÚLTIMA EDIÇÃO DO MS COMPETITIVO, EM DEZEMBRO, 16 EMPRESAS FORAM PREMIADAS
J
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á na oitava edição, o prêmio MS Competitivo
A secretária de Desenvolvimento Agrário, Produção,
mostra que tem cumprido com seu papel e
Indústria, Comércio e Turismo, Tereza Cristina Corrêa
estimulado a busca de processos de gestão mais
da Costa Dias, que participou da entrega de prêmios,
eficientes entre as empresas públicas e privadas de
ressaltou a importância do aprimoramento da gestão
Mato Grosso do Sul. Na noite de 6 de dezembro, 16
para o desenvolvimento do Estado. “Com a gestão
empresas foram premiadas pelo MS Competitivo. Seis
bem feita com certeza as empresas vão ser mais
delas venceram a etapa estadual do Prêmio de
competitivas, vão ganhar dinheiro, vão gerar mais
Competitividade para Micro e Pequenas Empresas
empregos com excelência e é isso que queremos
(MPE Brasil) e dez do Prêmio Qualidade da Gestão de
promover”.
Mato Grosso do Sul, voltado a médias e grandes
O presidente do Sistema Fecomércio MS
e
empresas (PQG/MS). O MPE teve 791 empresas
presidente do MS Competitivo, Edison Araújo,
inscritas e 503 candidatas, ou seja, que preencheram
destacou que, nesse ano, as capacitações foram
o questionário de gestão e 10 foram finalistas. Já o
ampliadas e entre cursos de interpretação de critérios,
PQG/MS contou com 32 participantes e 22 finalistas.
elaboração de relatório de gestão e examinadores,
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somaram 211. “Entendemos ser por meio da melhoria dos relatórios de gestão e de avaliação que virá o grande salto de qualidade para as organizações participantes”. Edison lembrou que a Fecomércio MS e 14 sindicatos da base adotam o Sistema de Excelência em Gestão Sindical (SEGS) que utiliza os mesmos critérios da Fundação Nacional da Qualidade. >>Cultura da excelência Presidente da Famasul e do Conselho Deliberativo do Sebrae/MS, Eduardo Riedel lembrou que o MS Competitivo já produz efeitos também nos órgãos públicos. “Temos visto tanto por parte da iniciativa privada quanto de agentes públicos o discurso de que é necessário otimizar a eficiência do trabalho no dia a dia de suas ações”. O diretor-regional do Senai MS, Jaime Verruck, destaca que os efeitos do MS Competitivo vão além das empresas que aderem ao movimento. “Mesmo os empresários que não participaram já começam a ver a importância da excelência na gestão. Então acredito que o MS Competitivo está conseguindo levar a excelência de gestão a todo o empresariado sul-mato-grossense”. Sobre o fato de muitas empresas,
REGINALDO HENRIQUE E EDISON DE ARAÚJO: FECOMÉRCIO MS CONQUISTOU O TROFÉU BRONZE
que em ciclos anteriores não levaram o prêmio persistirem no programa, Jaime diz que é justamente esse o propósito, de melhoria contínua. “O retorno dessas empresas mostra que já assimilaram o que é melhoria contínua e que têm perfil para continuar no modelo de excelência”. Diretor de Desenvolvimento do MS Competitivo, o superintendente da Fecomércio MS, Reginaldo Henrique Soares, afirma que neste ciclo foi possível
VITOR MELLO, DIRETOR DO SENAC MS, INSTITUIÇÃO QUE CONQUISTOU O TROFÉU PRATA
perceber avanços, tanto no número de empresas inscritas, que passou de pouco mais de 500 a mais de 700, quanto também na organização. “As empresas estão se tornando mais maduras e aproveitando os relatórios que vêm das bancas de avaliadores para fazer melhorias em suas gestões”. Da mesma forma pensa a diretora técnica do MS Competitivo e examinadora Olga Martinez Torres, coordenadora dos Projetos de Responsabilidade Socioambiental dos Correios. “Quando a gente fala de prêmio, a gente quer falar de qualidade, porque o prêmio só é o reconhecimento da gestão. Nos últimos anos temos percebido a maior participação de empresas privadas. Inicialmente tínhamos um número muito superior de empresas públicas, o que é muito importante para o movimento de qualidade, mas a competitividade entre empresas privadas também é fundamental para que o Estado se desenvolva. Quando nosso hino fala que Mato Grosso do Sul é o futuro do Brasil, percebemos que esse futuro depende da qualidade da gestão das empresas que fazem parte do Estado. E é nisso que nós temos orgulho de trabalhar”.
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intervenção por um problema do grupo a que ela pertence. O
>>Vencedores Vencedora na etapa regional do MPE, na categoria
que tenho testemunhado nesse pouco tempo em que estou
Serviços, a Light Design do empresário Nasri Ibrahim, agora
na Enersul é que a empresa tem um corpo de funcionários
vai concorrer na etapa nacional, em março de 2013. “Mais
altamente qualificados e motivados para usar tecnologia e
importante do que concorrer e até receber o prêmio é a
gestão de pessoas no aprimoramento de processos, é uma
seriedade do critério e do processo de premiação. Os critérios
empresa que embora pequena em relação a outras grandes
dessa premiação fazem com que nos sintamos assim
empresas do setor elétrico, ela tem muito a ensinar às outras”.
extremamente felizes e uma confirmação de que estamos no caminho certo e ratificam todo nosso esforço a partir de um olhar externo que tem muita competência na avaliação que
O MS Competitivo foi oficializado em 2005, quando se consolidou com apoio financeiro do Movimento Brasil
faz”. A Unimed levou o troféu ouro do PQG/MS na categoria
Competitivo (MBC), Petrobras, Gerdau e Sebrae. O compro-
250 pontos, Compromisso com a Excelência. A diretora
misso é de mobilizar o maior número de lideranças para a
administrativa, Sarita Garcia Rocha, conta que muitas
melhoria da qualidade, produtividade e competitividade das
mudanças ocorreram no sistema de gestão da cooperativa de
organizações privadas, públicas e do terceiro setor a fim de
médicos. “Tivemos muitos resultados implantamos uma
consolidar as cadeias produtivas que fortalecem a vocação
gestão de mudanças e, paralelamente a isso, uma gestão por
natural do Estado, agregando qualidade de vida para a
processos, criamos o núcleo da gestão estratégica. Isso
população sul-mato-grossense. Desde 2011, A Federação do
demonstrou não só uma mudança na cultura da empresa, na
Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio MS)
cultura das pessoas, como na melhoria dos processos e, como
preside o Movimento, gestão que segue até 2014. Despertar o interesse das empresas privadas e públicas a
consequência, resultados para a empresa”. A Enersul levou o troféu bronze do PQG/MS o que, para o
se associarem ao Movimento é uma das metas da organiza-
interventor Jerson Kelman, é um atestado de que a empresa
ção, que também busca disseminar o Modelo de Excelência da
foi bem gerida. “É o reconhecimento de que a Enersul é uma
Gestão – MEG, propagando a cultura da excelência nas
das melhores empresas de Distribuição no Brasil e só está sob
organizações de Mato Grosso do Sul.
SARITA GARCIA ROCHA, DA UNIMED, COM O TROFÉU OURO DO PQG/MS NA CATEGORIA 250 PONTOS
50
>>Sobre o MS Competitivo
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VENCEDOR NA ETAPA REGIONAL DO MPE, NA CATEGORIA SERVIÇOS, NASRI IBRAHIM
JERSON KELMAN: “FUNCIONÁRIOS ALTAMENTE QUALIFICADOS E MOTIVADOS PARA O APRIMORAMENTO DE PROCESSOS”
Sindical
Representatividade fortalece a classe dos representantes comerciais
SINDICATO, CRIADO HÁ MAIS DE 30 ANOS, ESTÁ COM PROPOSTAS INOVADORAS PARA ESTE ANO
A
Associação Profissional dos Representantes Comerciais
Tão logo apostilado, o Sindicato passou a integrar o
Autônomos de Mato Grosso do Sul foi criada em 1º de
quadro associativo da Fecomércio MS. O sindicato passou a
agosto de 1981, para lutar pelos interesses e contribuir para o
funcionar na Rua 14 de Julho nº 363, sala 4, e mais tarde
fortalecimento da classe.
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adquirido em condomínio com o Conselho o prédio situado
Porém, somente em 31 de julho de 1982 a associação foi
na Rua 14 de Julho nº 371, o qual passou por reformas até
transformada em sindicato. Requerido o registro, o Ministério
poder abrigar de forma confortável o Conselho e o Sindicato.
do Trabalho procedeu ao apostilamento em 21.03.1986 e, no
No período em que vai da criação da associação até
ano seguinte, o sindicato instalou o Conselho Regional de
26.02.1999, ocorreram várias eleições. Reeleito na condição
Representantes Comerciais do Estado de Mato Grosso do Sul,
de presidente Antônio Falcão, em alternância de diretores,
completando a representação da categoria no Estado.
também tiveram atuação destacada Pedro Valdir Geraldi,
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JOSÉ ALCIDES: “2012 FOI UM PERÍODO DE CUMPRIMENTO DE METAS”
Waldeci Alves Batista, Jairo Jorge Duarte, entre outros. Atualmente, José Alcides dos Santos está como presidente da instituição. Coube a esta diretoria formada por Oswaldo Fernandes, Waldeci Alves Batista, Valdir Cortez, entre outros, a modernização da instituição. Em 24.06.2006, a diretoria entendeu por alterar a denominação da entidade adotando a nomenclatura de Sindicato dos Representantes Comerciais Autônomos e Empresas de Representações Comerciais do Estado de Mato Grosso do Sul - Sirecom MS - incorporando ao nome da entidade a representação até então exercida de forma ampla. >>Aprimoramento da gestão O presidente do Sirecom MS, José Alcides dos Santos, ressalta que, ao longo de 2012, o sindicato obteve conquistas importantes e expressivas para a classe. José Alcides faz questão de destacar o Sistema de Excelência em Gestão Sindical (SEGS) como ferramenta importante que a CNC e Fecomércio-MS trouxeram aos sindicatos. “Os cursos e treinamentos mudaram nossa visão de como conduzir os trabalhos do sindicato. Ficamos mais conscientes e as tomadas de decisão são mais seguras”, pontua José Alcides. “2012 foi um período de cumprimento de metas”. Entre elas, o presidente do Sirecom MS destaca a
mercadoria”. O representante pode vender esses produtos
implantação do apoio jurídico para os associados. “Depois de
posteriormente, porém, existe dificuldade com itens de
várias reuniões, também concretizamos o convênio com a
vestuário e calçados. Ele explica que a revenda torna-se difícil,
Unimed, que vigorá desde janeiro”. Uma grande conquista foi
por conta do manuseio e desgaste dos produtos, durante o
a adesão de 125 filiados. “Em 2013 atingiremos em torno de
período de vendas. “Isso resulta em prejuízo para o represen-
500 associados”.
tante. Esperamos concretizar a isenção sobre esses produtos, para amenizar o valor investido”.
>>Projetos Outra prioridade para 2013 é isentar todos os represen-
Outro projeto é a contratação de mais colaboradores para o setor administrativo do sindicato. “Com o crescimento do
tantes comerciais, do pagamento de impostos, principalmen-
número de serviços oferecidos aos filiados, precisaremos de
te ICMS, sobre os itens que compõem o mostruário. Hoje, eles
mais pessoas para administrar essa demanda”, afirma José
são tributados. “Essa cobrança incide em todo o tipo de
Alcides.
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Carreira & Mercado
Instituto Fecomércio de Pesquisa lança programa de Estágio também promoverá qualificação dos estagiários, com a programação de dois treinamentos anuais, uma forma de oferecer mão de obra capacitada, beneficiando toda a sociedade com serviços de maior qualidade”. O IPFMS, como agente de integração, será remunerado com uma taxa de administração repassada pela empresa contratante e se responsabiliza como auxiliar no processo de estágio, captando alunos, encaminhando e acompanhando o estágio, conforme Lei 11.788/2008.
REGIANE E THALES: OLHAR VOLTADO PARA ATENDER AS NECESSIDADES SETOR TERCIÁRIO
N
este ano empresas, alunos e instituições de ensino de Mato Grosso do Sul, contarão com um novo aliado, um produto do Instituto de Pesquisa Fecomércio MS (IPFMS). Diferenciado pelos critérios de supervisão e pré-seleção, o programa de estágio conta com um sistema totalmente informatizado. “Desenvolvemos um programa formatado especialmente para o nosso propósito, contemplando os três interessados envolvidos, que nos permite o gerenciamento de todo o cadastro”, explica o diretor-superintendente do IPFMS, Thales de Souza Campos. Ele destaca que o Estágio IPFMS vai selecionar estudantes para desenvolverem estágio em empresas de todos o setores, mas com olhar voltado principalmente ao setor terciário, que representa dois terços do Produto Interno Bruto do Estado. “Vamos dar um suporte diferenciado desde o processo seletivo, à qualificação, treinamento, supervisão, faremos um relatório, acompanhamento e, por fim, uma avaliação desse processo”. A economista do IPFMS, Regiane Dedé Oliveira, explica que o programa terá uma plataforma na web na qual os alunos, empresários e instituições farão seus cadastros. “Atenderemos a demanda do empresário, fazendo o elo entre o aluno, a empresa e a instituição de ensino, esta última nos confirma o vínculo do acadêmico e a formação. O Instituto IVO BUSATO: COMÉRCIO, SERVIÇOS E TURISMO OFERECEM AMPLA ATUAÇÃO PARA OS ACADÊMICOS
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>>Integração ao mercado O Pró-Reitor de Extensão da Anhanguera - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp), Ivo Busato, lembra que o setor terciário oferece um leque amplo de atuação para os acadêmicos, conforme suas áreas de estudo. “Pode haver oportunidades para acadêmicos de vários cursos, desde Direito, com atuação na área jurídica da empresa, à Ciências Contábeis, Comunicação e Marketing e até mesmo Assistência Social, porque há muitas empresas com forte atuação nessa área”. Ivo destaca que o estágio é fundamental para preparar o acadêmico para o mercado de trabalho e lembra que hoje a instituição encaminha de 1,5 mil a 2 mil acadêmicos anualmente para os estágios não obrigatórios. “É uma forma do acadêmico se integrar ao mercado de trabalho”. Além disso, a vivência prática também contribui com a própria formação. “Com certeza o acadêmico se desempenha melhor no curso”.