Revista Comércio & Cia - 6ª Edição

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Cidades Porta de entrada para o Pantanal, Aquidauana se destaca pelo turismo e é polo comercial.

Meio Ambiente & Cidadania Lei que obriga a medir a emissão de gases poluentes começará a ser aplicada em abril.

P U B L I C AÇ ÃO B I M E S T R A L D O S I S T E M A F E CO M É R C I O M ATO G R O S S O D O S U L | A N O 2 | E D I Ç ÃO N º 6 | J A N E I R O / F E V E R E I R O 2 0 1 2

Carreira & Mercado DEVOLUÇÃO GARANTIDA

CORREIOS

Profissionais com mais de 40 anos estão cada vez mais presentes no mercado de trabalho de MS

Shopping ou Centro O primeiro passo para acertar na escolha do local é analisar o perfil da empresa.

COM ÉR C IO & C IA Parcerias: Para atender com agilidade um cliente cada vez mais exigente, as parcerias se tornaram vitais.

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Palavra do Presidente Começar um novo ano é sempre um desafio, principalmente quando se acumulam resultados positivos de anos anteriores. Em 2010 alcançamos números jamais vistos, tanto na geração de empregos e renda quanto nas vendas do comércio varejista. Também podemos comemorar o saldo de 2011, ainda que com resultados mais modestos, considerando que já partimos de um patamar elevado. Ao que tudo indica, as vendas no mês do Natal reagiram de 4% a 5%, um número significativo se pensarmos que tivemos em 2010 o melhor Natal em 10 anos. O consumidor está mais planejado, a pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) de dezembro apontou que o índice de famílias endividadas em Campo Grande atingiu 43,1%, o menor patamar do ano. O saldo de empregos também se manteve alto, com acréscimo de mais de 32 mil vagas até novembro, praticamente a metade no setor terciário. O que podemos esperar daqui para frente e como ser assertivo na decisão de abrir ou expandir a empresa? Preparamos esta edição da Revista Comércio & Cia com opinião de especialistas e cases de sucesso que podem ajudar a dirimir essas dúvidas. Em um cenário de investimentos pesados em infraestrutura, esperamos para 2012 bons resultados na geração de empregos, inclusive com a valorização daqueles profissionais “maduros”, com idade acima dos 40 anos, antes praticamente à margem do mercado de trabalho. Mas para que a geração de vagas esteja em alta é preciso que os empregadores sejam bem-sucedidos em seus negócios e o primeiro passo nesta trajetória é acertar na escolha do local que vai abrigar o empreendimento. Centro ou shopping? Elencamos as vantagens, desvantagens e o ponto crucial para a tomada de decisão: definir o público-alvo. Seja qual for, a clientela é cada vez mais exigente, quer qualidade e velocidade de atendimento, um perfil que estabeleceu um modelo cada vez mais utilizado de atuação no setor terciário: as parcerias. A edição também traz um apanhado das ações do Sistema Fecomércio MS em suas bases, ouvindo os sindicatos em seus municípios, recebendo suas sugestões e encaminhando demandas. Entre os municípios pujantes de nosso Estado, desta vez destacamos Aquidauana, considerada porta de entrada para o Pantanal, com a economia baseada no campo e no comércio. Enfim, preparamos com muito zelo esta nova edição, que traz um farto “cardápio” de notícias no intuito de contribuir com o nosso setor e também reforçar que o ambiente é de otimismo para este início de ano. A equipe da Revista Comércio & Cia pede licença para entrar na sua empresa e deseja uma ótima leitura.

EDISON FERREIRA DE ARAÚJO Presidente do Sistema Fecomércio de Mato Grosso do Sul

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Sumário P U B L I C A Ç Ã O B I M E S T R A L D O S I S T E M A F E C O M É R C I O M AT O G R O S S O D O S U L | A N O 2 | E D I Ç Ã O N º 6 | J A N E I R O / F E V E R E I R O 2 0 1 2

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Capa

Comerciantes abordam vantagens e desvantagens nos empreendimentos localizados em ruas e avenidas e também nos shopping centers.

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Cidades

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Aquidauana passa por mudanças econômicas e sociais. Com forte vocação turística, empreendedores investem no segmento e também no setor terciário.

O superintendente regional do trabalho Anízio Pereira Tiago aposta no aquecimento da economia e fala, ainda, sobre os desafios para 2012.

10. Economia MS Filiais. A expansão geográfica revela o vigor do comércio varejista. O número de filiais aumentou quase 14% em 2011 comparado a 2010.

22. Comércio & Serviços Aumenta o número de serviços personalizados direcionados para uma clientela que busca agilidade e qualidade no atendimento.

26. Estratégia Reuniões de planejamento melhoram o atendimento, mostram o potencial da equipe, lançam metas e desafios. Se a empresa já faz, pode melhorar; se não, é a hora de começar.

28. Carreira & Mercado Em 2011, pessoas com mais de 40 anos foram contratadas 15,4% a mais do que 2009. Por que as empresas estão oferecendo mais oportunidades para eles?

34. Tecnologia & Inovação “Quem não é visto não é lembrado.” Empreendedores têm de investir no ambiente virtual para não serem massacrados pelos concorrentes.

36. Ponto de Vista Alvira Melos explica como a Feira Turística e Central de Campo Grande se prepara para o futuro e se tornar mais do que uma referência para a capital.

38. Empresário do Mês Roberto Rech, um dos sócios da PANAM, conta a trajetória do empreendimento no Estado e as expectativas para 2012.

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Entrevista


PRESIDENTE DA FECOMÉRCIO/MS Edison Ferreira de Araújo DIRETORIA 1° VICE-PRESIDENTE Denire Carvalho 2° VICE-PRESIDENTE José Alcides dos Santos 1° SECRETÁRIO Hilário Pistori 2° SECRETÁRIO Manoel Ribeiro Bezerra 1° TESOUREIRO Sebastião José da Silva 2° TESOUREIRO Roberto Rech SUPLENTES DA DIRETORIA Ricardo Massaharu Kuninari; Valdir Jair da Silva; Carlos Roberto Bellin; Benjamin Chaia; Álvaro José Fialho; Cláudio Barros Lopes

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Fecomércio MS

Visitas a sindicatos do comércio varejista oportunizam a troca de conhecimento sobre as ações e os serviços do Sistema S e de cada categoria.

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SINDICATOS REPRESENTADOS PELA FECOMÉRCIO/MS Sind. do Com. Atacadista e Varejista de Dourados; Sind. do Com. Varejista de Amambai; Sind. do Com. Varejista de Aquidauana e Anastácio; Sind. do Com. Varejista de Campo Grande; Sind. do Com. Varejista de Corumbá; Sind. do Com. Varejista de Gêneros Alimentícios de Campo Grande; Sind. do Com. Atacadista e Varejista de Materiais de Construção de Campo Grande; Sind. do Com. Varejista de Naviraí; Sind. do Com. Varejista de Paranaíba; Sind. do Com. Varejista de Três Lagoas; Sind. do Com. Varejista de Ponta Porã; Sind. do Com. Varejista de Produtos Farmacêuticos de MS; Sind. dos Despachantes Documentalistas do Estado de Mato Grosso do Sul; Sind. dos Representantes Comerciais do Estado de Mato Grosso do Sul; Sind. dos Centros de Formação de Condutores de Veículos do MS; Sind. dos Revendedores de Veículos Automotores de C. Grande

Senac/MS

O PRONATEC, do Governo Federal, vai oferecer qualificação para alunos do ensino médio e para beneficiários do segurodesemprego e do bolsa-família.

SUPERINTENDENTE DA FECOMÉRCIO/MS Reginaldo Henrique Soares Lima DIRETOR SUPERINTENDENTE IFMS Thales de Souza Campos DIRETOR REGIONAL DO SENAC/MS Vitor Mello

46. Legislação Dispensar funcionários deve ser um ato de gestão bem pensado, pois a Lei do

Aviso Prévio impõe regras que podem onerar o financeiro da empresa.

DIRETORA REGIONAL DO SESC/MS Regina Ferro COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO Núbia Cunha

48. Nosso Ambiente & Cidadania Lei sobre Inspeção Veicular deve ser aprovada neste semestre e MS será um dos primeiros estados a aderir.

52. Parcerias Empresas com o mesmo público-alvo unem esforços para oferecer variedade

EDIÇÃO: Infinito Comunicação Empresarial infinitocomunica@gmail.com

de serviços, com qualidade e agilidade. Uma tendência que só tem a crescer.

54. Gestão & Finanças As despesas de início de ano devem ser previstas pelas empresas para não desequilibrar o caixa. Planejamento e organização ajudam os empresários.

56. Sindical Trabalho em conjunto com empresas públicas e privadas irá fortalecer as ações do Sindicato do Comércio Varejista de Aquidauana e Anastácio.

58. Artigo Presidente da CNC Antonio Oliveira Santos fala sobre as taxas de juros.

EDITORA-CHEFE: Neusa Pavão MTB/MS 035

REPORTAGEM: Neusa Pavão, Fernanda Mathias MTB/MS 041, Marineiva Rodrigues MTB/MS 114, Rosana Siqueira MTB/MS 08, Diogo Rondon, Michele Abreu REVISÃO: Vanderlei Verdoim FOTOS: Mário Bueno MTB/MS 166; Edson Ribeiro MTB 050 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Futura Marketing e Propaganda COMERCIALIZAÇÃO: Departamento de Relações com o Mercado - FECOMÉRCIO/MS PUBLICIDADE: Cândido da Costa Silva GESTORA DE RELAÇÕES COM O MERCADO: Ionise Catarina Piazzi Tavares CONSULTORA DE RELAÇÕES COM O MERCADO: Cátia de Almeida comercial@fecomercio-ms.com.br Rua Almirante Barroso, 52, Bairro Amambaí, CEP: 79008-300, Campo Grande/MS Fone: (67) 3321-6292 / Fax: (67) 3321-6310

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Capa

Escolha do ponto

Fator de diferenciação que pode ser o primeiro passo para o sucesso Muitos brasileiros sonham em abrir o próprio negócio, mas não sabem por onde começar. Escolher o ponto comercial é o primeiro passo, mas nessa hora também surge a dúvida: abrir uma loja nas vias centrais da cidade ou em shopping centers? Uma boa localização do comércio pode ser a chave para alcançar o sucesso.

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egundo estudo feito pelo Centro de Excelência em Varejo da FGV/EAESP, o primeiro passo é analisar qual o perfil do negócio. Isso significa saber quem é o público-alvo e que produto ou serviço se deseja vender, além de avaliar os prós e os contras de cada situação antes de decidir. Outra dica é analisar as possibilidades, pois cada local tem vantagens e desvantagens. No momento da escolha é importante observar também se o negócio se encaixa no perfil do lugar. Além de oferecer a infraestrutura apropriada e permitir que o comércio expanda, caso seja necessário, a localidade deve ser de fácil acesso aos clientes e fornecedores. O estudo da FGV aponta que, ao comparar os espaços disponíveis nas ruas e em shoppings, os empresários usam o item “custo” como fator preponderante - e, para muitos, usado como critério definitivo - já que há uma notável diferença de valores entre as duas opções. Deixando esse indicador de lado, outro ponto a ser considerado é se o produto ou serviço a ser oferecido é adquirido de forma planejada ou se é algo que costuma ser comprado por impulso. Em se tratando de uma compra planejada, a melhor opção são as lojas nas ruas ou avenidas da cidade. Mesma orientação quando os produtos têm menor valor agregado, cuja margem de lucro é mais baixa. Agora, se a intenção é atrair consumidores dispostos a gastar por compulsão, o shopping é a melhor alternativa. Segundo o consultor em Empreendedorismo Cláudio Forner, na hora de abrir um estabelecimento, seja uma loja em via pública ou em shopping center, é preciso considerar determinadas características de segmentação ou mix de lojas e serviços. Outro ponto a ser levado em conta, segundo o consultor, é a classe social dos frequentadores de ambos os

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locais. “Isso é determinante para o sucesso de um empreendimento na área do varejo.” SEGURANÇA Ricardo Kuninari, dono da rede de franquias Le Postiche em MS, acredita que o item segurança é um dos fatores primordiais na hora de escolher um ponto comercial, e que o comércio nas ruas ou avenidas sai em desvantagem nesse quesito. Apesar disso, o empresário aposta na diversificação dos pontos para atender bem o cliente e garantir o sucesso da marca e o retorno nas vendas. “Tenho oito lojas em Campo Grande e uma em Dourados. Minhas lojas estão espalhadas pela cidade, pois minha prioridade é atender a todas as faixas de públicos e, de preferência, em momentos e horários que eles possam ir até as lojas. Quanto mais opções eu ofereço, melhor para ambas as partes. Para ter um comércio, independentemente do local, é preciso estar preparado. Foco e dinamismo fazem a diferença.” Em relação ao comércio no centro, Kuninari diz que um dos aspectos positivos é o fluxo de pessoas, principalmente com a “hora extra” durante o horário de verão. “As pessoas saem dos seus trabalhos mais dispostas a ficar na rua. Elas aproveitam o sol para seus afazeres antes de irem para casa e fazer compras é um deles.” ORGANIZAÇÃO Já a rede de lojas Riachuelo prefere investir em shopping centers, segundo o gerente de Expansão Marcos Tadeu. “Nosso foco é em shopping centers por serem um centro comercial organizado. Temos a garantia de que a administração centralizada cuidará do mix de lojas, da segurança, limpeza, entre outros. A principal desvantagem, se é que podemos classifi-


NA RIACHUELO, A ORGANIZAÇÃO DE UMA ADMINISTRAÇÃO DO SHOPPING É APONTADA COMO VANTAGEM, MAS, NAS RUAS, A DIREÇÃO SABE QUE AS PESSOAS ENTRAM NAS LOJAS PARA CONSUMIR E NÃO, APENAS, PASSEAR

A REDE LE POSTICHE TEM OITO LOJAS ESPALHADAS POR RUAS CENTRAIS E SHOPPING; DIVERSIFICAÇÃO PARA ATENDER BEM O CLIENTE

car desta forma, é termos que contar com a capacidade de gestão dos administradores do shopping, mas isto não tem sido problema”. Segundo o gerente, as lojas nas vias públicas são escolhidas por oportunidades ou em casos específicos. Ele diz que a principal vantagem desse ponto comercial é a presença de grande fluxo de pessoas dispostas a comprar e não apenas passear. “A maior desvantagem é a falta de uma gestão centralizada, o que pode comprometer a qualidade do entorno, principalmente se o poder público não atuar”. DIVERSIFICAÇÃO Após dois anos trabalhando apenas com uma loja na área central de Campo Grande, a empresária Luciana Ferreira Tondati, dona da loja de roupas feminina Cianitta, em Campo Grande, resolveu abrir uma filial em um shopping da cidade. Ela acredita que os dois pontos têm aspectos positivos e negativos. “No shopping, a principal vantagem é a concentração maior do público, quase que constante, além do fator segurança. As lojas centrais têm sofrido com o vandalismo. A vantagem do centro, com certeza, é o custo, que é bem menor.” A empresária cita ainda outro fator que considera vantajoso para as lojas nas ruas ou avenidas. “Percebo que no centro as pessoas entram de fato para comprar; já na loja do shopping existe muita especulação; creio que pela quantidade de lojas do mesmo segmento tão próximas. A concorrência é acirrada.” Luciana Tondati está otimista com o novo empreendimento e já faz planos para ampliar. “Estamos em fase de estudo para ver qual região comportaria mais uma loja.”

TRATAMENTO DIFERENCIADO Para garantir o sucesso em todos os locais é preciso estar atento às necessidades do cliente e oferecer comodidade na hora da compra. Com esse pensamento, a drogaria São Leopoldo, em Campo Grande, saiu à frente e vem agradando o público com um tratamento diferenciado. Ao perceber que seus clientes tinham dificuldade para encontrar estacionamento, a farmácia passou a oferecer o serviço de manobristas. “Alguns desistiam de fazer a compra por esse motivo. Mudamos o atendimento lá fora e o retorno foi extremamente positivo”, explica o gerente geral Lindomar Matos Fernandes.

A EMPRESÁRIA LUCIANA TONDATI DIZ QUE, NO SHOPPING, A CONCENTRAÇÃO DO PÚBLICO É MAIOR; NA LOJA DO CENTRO, QUEM ENTRA SEMPRE COMPRA, MAS A FALTA DE SEGURANÇA AINDA É O ASPECTO NEGATIVO

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Outro diferencial, segundo Fernandes, é percebido logo na entrada da drogaria. “Todo mundo gosta de ser bematendido e receber a devida atenção na hora de gastar o seu dinheiro é o mínimo que o cliente pode levar do seu estabelecimento. Acreditando nessa ideia, nós investimos em treinamento para o nosso pessoal, para que eles estejam sempre atualizados nas técnicas de vendas e atendimento ao cliente.” As necessidades dos clientes foram sendo percebidas e as ações colocadas em prática. “Usamos de sensibilidade e colocamos em prática, efetuando treinamentos para nossos colaboradores. Foi uma forma que encontramos de valorizar a equipe, também fundamental para um empreendimento de sucesso.”

UMA MANOBRA QUE DEU CERTO: FARMÁCIA SÃO LEOPOLDO CONTRATOU FUNCIONÁRIOS QUE ESTACIONAM OS CARROS PARA OS CLIENTES EM RUA MOVIMENTADA DO CENTRO DA CAPITAL

CENTROS DE COMPRAS Nos últimos anos, o número de shopping centers vem crescendo no Brasil e isso está mudando os hábitos dos consumidores brasileiros. As lojas nas ruas e avenidas, antes absolutas, passaram a enfrentar a concorrência das unidades de shoppings. Em 2010, a indústria de malls fechou o ano com um faturamento de R$ 87 bilhões, ante os R$ 74 bilhões de 2009, um aumento de 17,5% no período, segundo dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). Conforme o mesmo estudo, cerca de 329 milhões de pessoas visitaram os shoppings em 2010. A expectativa é de mais crescimento, na medida em que devem ser inaugurados mais de 50 empreendimentos no Brasil, nos próximos dezoito meses. Também em 2010, segundo o mesmo levantamento, foram inaugurados 16 empreendimentos, que, somados aos dez inaugurados até meados de 2011, totalizam 418 8

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centros de compras desse tipo no Brasil. Juntos, empregam mais de 720 mil pessoas. Em Mato Grosso do Sul são três shoppings de grande e médio porte. Só em Campo Grande dois enquadram-se em grande porte e há mais um sendo construído. O terceiro fica na cidade de Dourados, considerado de médio porte. O mercado de Shopping Centers é responsável por 18,3% do varejo nacional e por 2% do PIB. VANTAGENS X DESVANTAGENS O avanço dos shoppings não destruiu o comércio nas ruas e avenidas, como alguns temiam, mas colaborou para a modernização do ambiente a céu aberto. Apesar da “febre” inicial pelos shoppings, o fato é que eles terminam potencializando certos nichos de comércio de rua. O consultor Cláudio Forner elenca alguns pontos que devem ser considerados antes de abrir um comércio na área central ou em um shopping. Entre as vantagens de um centro comercial fechado, ele destaca itens como segurança, diversidade de lojas, conforto, acessibilidade, estacionamento, conforto térmico e proteção contra chuva, praça de alimentação com mix variados e entretenimento para crianças, funcionamento em horários mais elásticos e também aos domingos e feriados, além dos cinemas. Já as principais desvantagens, ele cita os custos de locação e operacionais mais elevados, limitações em termos de projetos, que precisam passar por aprovação da administração do shopping, alteração de mix, segundo os interesses, que muitas vezes são contrários aos dos lojistas, contratos extremamente complexos, com previsões de multas pesadas em caso de descumprimento de cláusulas e normas, baixo poder de negociação perante as regras rígidas, além do fato de as administrações dos shoppings dificultarem a auditoria das contas do condomínio. Em relação ao comércio na área central, Forner destaca como vantagens a liberdade de gestão sobre o funcionamento do estabelecimento e custos operacionais menores. Em contrapartida, tem como desvantagens o período de funcionamento menor, além dos problemas de segurança e de clima. REALIDADE DE MS O fato é que há espaço no varejo para todo o tipo de segmento. Em relação ao cenário pelo qual o Estado está passando, principalmente a capital Campo Grande, o consultor diz que é preciso cautela. “Basicamente, esse setor tem crescido de forma muito acelerada. Contudo, nem sempre os objetivos dos empreendedores de shopping centers são sinérgicos com o potencial de cada região. Ao competirem entre si, muitas vezes ocorre a divisão de público, levando prejuízos aos lojistas locais. Vale fazer uma avaliação detalhada do cenário e do tempo de consolidação do negócio que, via de regra, demanda três anos.”


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Economia MS

Filiais “brotam” a cada dia e atestam o vigor do comércio em MS Quando os negócios vão bem, há um momento no qual crescer deixa de ser uma opção e se torna inevitável. Para atender bem ao público e se posicionar geográfica e estrategicamente para aumentar a clientela, cada dia é maior o número de filiais, que são termômetros de solidez e vigor das empresas. Dados da Junta Comercial de Mato Grosso do Sul mostram que, de janeiro a dezembro do ano passado, o número de filiais constituídas havia crescido 14% comparado a 2010, ao passo em que o número geral de empresas que iniciaram atividades cresceu 4%. São 1.469 filiais constituídas em 12 meses, o que equivale a dizer que a cada dia quatro unidades entram em funcionamento.

NÚMERO DE FILIAIS CRESCEU 14% NO ANO DE 2011, ENQUANTO O TOTAL DE EMPRESAS CONSTITUÍDAS SUBIU 4%

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as como definir o momento ideal para dar esse grande passo e o que o empresário que pretende se lançar na empreitada precisa ter em mente? Para os economistas, o principal é dimensionar o mercado e os custos fixos dessa nova unidade. O economista Sérgio Rocha Bastos lembra que a expansão deriva do crescimento econômico do Estado e da identificação de oportunidades, tanto na Capital quanto em cidades do interior. “Quando se faz uma comparação com a última década, as transformações foram grandes e tivemos um crescimento acima da média nacional, com fortalecimento do setor de serviços e da indústria.” O comércio acompanha este crescimento, que se traduz em um aumento gradativo no número de empresas. CRESCER COM ESTRATÉGIA Expansão esta que precisa estar calçada em uma boa avaliação e estudo de mercado. “Se a empresa mobilizar estrutura e a filial não vingar, o prejuízo é muito grande. A pesquisa de mercado é essencial”, diz Sérgio. Áureo Torres, que também é economista, lembra que o know-how de quem já está no mercado ajuda nesse processo. “Ter conhecimento das demandas e das receitas e dos custos de instalação de uma empresa, estar mais informado e ter poder de decisão maior na hora de investir é fundamental. O conhecimento nesse caso tem muito valor.” Áureo orienta que na abertura de filial seja considerada que a unidade tem que se manter sem demandar receita da matriz. “Para quem está iniciando é importante ter atenção aos custos fixos variáveis na instalação dessa nova unidade.” Já o economista Ricardo Senna reforça que é importante considerar também se na região onde se pretende abrir a filial há um concorrente instalado e com maior poder de mercado. “Deve, enfim, expandir-se de forma organizada e racionalmente planejada.” EXPANSÃO RÁPIDA A rede de lojas de confecção Farfalla figura entre uma das que mais cresceram nos últimos anos em Campo Grande. Focada na “nova classe C”, que representa hoje 51% da população brasileira, com um potencial de consumo bilionário, a Farfalla instalou sua primeira loja em dezembro de 2009 e, hoje, apenas dois anos depois, já conta com oito unidades, várias delas montadas em hipermercados.

ÁUREO TORRES: TER CONHECIMENTO DAS DEMANDAS E DAS RECEITAS E CUSTO DE INSTALAÇÃO DE UMA EMPRESA PARA GARANTIR MAIS PODER DE DECISÃO EM COMO INVESTIR

A REDE DE LOJAS FARFALLA TEVE UM CRESCIMENTO EXPRESSIVO EM POUCO TEMPO: EM 2 ANOS DE EXISTÊNCIA, 8 UNIDADES EM CAMPO GRANDE

PARA RICARDO SENNA, É PRECISO SABER – TAMBÉM - SE NA REGIÃO ONDE SE PRETENDE ABRIR A FILIAL HÁ UM CONCORRENTE JÁ INSTALADO E COM MAIOR PODER DE MERCADO

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A coordenadora das lojas Nayara da Rosa Gonçalves conta que o crescimento foi cuidadosamente planejado. “Tivemos fortes indicadores que sinalizaram positivamente para nossa tomada de decisão, pois o mercado estava muito favorável a uma política de expansão.” Ela conta que a escolha de hipermercados para instalação das filiais segue uma leitura de tendências dos novos negócios, em constante mutação mercadológica. “Os hipermercados e shoppings de bairros construídos em áreas de alta densidade demográfica confirmaram isso.” Agora, diz a gerente, o foco é consolidar a marca, investir na capacitação dos vendedores e, por que não, abrir mais lojas, se o mercado permitir.

NAYARA ROSA

Para reformar ou construir, o melhor lugar é aqui!

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Foi-se o tempo em que para construir ou reformar em Aquidauana com rapidez, qualidade e economia era preciso ir a Campo Grande. A Paulista decretou o fim do desperdício de tempo, dinheiro e de material de construção em Aquidauana. Agora é assim: Tudo do melhor em material de construção do básico ao acabamento Financiamento em até 24 meses em todas as linhas Qualidade e diversidade em pisos, azulejos, lustres, tintas e louças Entrega em qualquer lugar do Município na zona urbana ou rural

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Cidades

Aquidauana investe em turismo ecológico e quer desenvolver a economia

PONTE ROLDÃO DE OLIVEIRA SOBRE O RIO AQUIDAUANA; AO FUNDO, A IGREJA MATRIZ: LOCAIS DE VISITAÇÃO TURÍSTICA

Situada na Serra de Maracaju, a 139 km da Capital, Aquidauana é conhecida como a porta de entrada do Pantanal sul-mato-grossense. A cidade é opção de turismo para muitos, por sua diversidade de flora e fauna característica do Estado. Com uma população de aproximadamente 45.614 habitantes (IBGE, 2010), possui muitas atrações e proporciona excelente vista da planície, a partir da serra de Piraputanga e Maracaju. Os rios da região estão entre os mais piscosos do país e diversos pontos para safáris fotográficos e passeios ecológicos.

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COMÉRCIO E A AGROPECUÁRIA SÃO A BASE DA ECONOMIA DO MUNICÍPIO

hectares onde se destaca o cultivo de milho, mandioca e hortaliças. O mesmo acontece na pecuária, com destaque para a de corte, em uma área de 949.694 ha de pastagem e 810.790 cabeças de bovinos, segundo dados do IBGE. A Agropecuária gerou em 2008 R$ 101 milhões de acordo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia (SEMAC). Os cursos superiores, nas universidades da região, como UEMS, UFMS, UNIDERP, UNIGRAN e cursos técnicos também apontam para uma cidade com mão de obra cada vez mais capacitada, além de contínuos investimentos em ensino, ciência e tecnologia. Com cerca de 1.500 empresas, o comércio de Aquidauana movimenta R$ 214 milhões e se destaca como um centro de abastecimento regional. “O comércio aquidauanense gera emprego e crescimento econômico com o intuito de se fortalecer e se desenvolver cada

vez mais. O Sindicato do Comércio Varejista de Aquidauana, Anastácio e Região vem buscando parcerias com instituições públicas e privadas como o Sistema Fecomércio MS, SESC, SENAC e IF. Essas parcerias trazem para a população qualificação de mão de obra com capacitação, cursos, treinamentos, benefícios sociais com o objetivo de atender os comerciantes e a população”, afirma o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Aquidauana, Anastácio e Região, Denire Carvalho.

SIRNAY MORO

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quidauana foi fundada em 15 de agosto de 1892 às margens do Rio Aquidauana (em Guaicuru, significa rio estreito) e hoje é a sexta maior cidade do Estado em índice populacional. Com fortes tradições indígenas das nove aldeias da etnia Terena, Aquidauana tem uma população nativa de 5.813 indígenas. A maior delas, Limão Verde, comporta 1.237 pessoas, segundo a Funai. As aldeias se destacam pela agricultura familiar. O município comporta, ainda, 4 distritos: Taunay, Camisão, Cipolândia e Piraputanga. As belezas naturais da região chamam a atenção de turistas, vindos de toda parte do Brasil. De acordo com a prefeitura, 98% dos domicílios são atendidos por rede de água, 14% por rede de esgoto e 100% das residências são atendidas por energia elétrica na área urbana. A linha férrea separa o centro da cidade dos bairros, que também são cortados pelos córregos João Dias e Guanandi. Outras áreas marcam presença na cidade como o Parque Municipal da Lagoa Comprida. BASES DA ECONOMIA Segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA, 2010), o Produto Interno Bruto (PIB) de Aquidauana cresceu 58,23% entre os anos de 1996 e 2007. O levantamento de 2008 do IBGE mostra que Aquidauana possui um PIB de R$ 398,9 milhões. As atividades relacionadas ao comércio e à agropecuária são a base da economia de Aquidauana. Na agricultura, atualmente, a cidade possui uma área de lavoura temporária de 9.492

AQUIDAUANA É A 6ª MAIOR CIDADE DE MS COM QUASE 46 MIL HABITANTES; TEM 4 DISTRITOS E NOVE ALDEIAS INDÍGENAS

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Para a presidente da Associação Comercial e Empresarial de Aquidauana Adenir Maria Costa, o comércio é a mola propulsora da economia. “É uma classe que merece ser valorizada, o comércio de Aquidauana precisa se modernizar e estar atento ao mercado.”

PREFEITO FAUZI SULEIMAN: INCENTIVOS PARA IMPLANTAÇÃO DE NOVOS EMPREENDIMENTOS

O MUNICÍPIO TEM VOCAÇÃO PARA A PECUÁRIA DE CORTE E O TOTAL DO REBANHO É ESTIMADO EM MAIS DE 810 MIL CABEÇAS DE GADO

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INCENTIVOS FISCAIS O município de Aquidauana tem procurado atrair empresas comerciais e industriais. De acordo o prefeito municipal Fauzi Suleiman, o Programa de Incentivos para o Desenvolvimento Econômico e Social de Aquidauana (PRODESA) auxilia na instalação, modernização e ampliação de empresas industriais, comerciais e de prestação de serviços. “O PRODESA permite a isenção de impostos e tributos municipais por um período, auxilia no custeio do aluguel do prédio e oferece a qualificação da mão de obra. Poderão ser beneficiados projetos de implantação, modernização, relocalização que garantam o aumento da contratação do número de trabalhadores locais e da arrecadação pública.”

APOSTA NO SETOR Acreditando no potencial turístico do município e nos novos caminhos que o Governo Municipal tem traçado, a empresária Cristina Moreira Bastos, da Pioneiro Turismo, instalou sua filial em Aquidauana em 2008 e pretende contribuir significativamente com o processo de desenvolvimento do turismo local. “O objetivo da empresa é fazer com que os turistas que passam pelo município permaneçam mais um pouco, hospedando-se nos hotéis da cidade, experimentando os pratos típicos, passeando pelo comércio local, os hotéis, as fazendas e todos os outros atrativos de Aquidauana.”


A presença de uma agência de turismo para investir na região é vista como um fator positivo para incentivar o segmento. O diretor-presidente da Fundação de Turismo de Aquidauana José Luis de Souza afirma que a prefeitura dá incentivos. “É muito satisfatório ver a iniciativa privada sendo parceira, pois cada um tem seu papel e função que se complementam para um objetivo comum. Iniciativas como o da Pioneiro também demonstram confiança do trade turístico local. O que nos envaidece e, ao mesmo tempo, nos obriga a manter sempre a busca pela qualidade no turismo de Aquidauana.”

Os empresários têm o desafio de manter os clientes fiéis. “O comércio local já está saturado. Este é um momento para se preparar para novos investimentos e novos negócios”, afirma o empresário Cláudio Lopes, da Casa Portuguesa, há 83 anos no mercado. A loja oferece mix variado que vai do alimentício, passando pela construção civil até produtos agropecuários. “Para manter-se no mercado foi preciso fidelizar o cliente, fazendo com que cada um seja também um amigo e tenha confiança em nosso trabalho. Atualmente, com o grande poder da mídia em divulgar produtos e serviços, o consumidor está mais exigente e é nossa obrigação atender a demanda com qualidade.” O empresário mineiro Pedro Caldeira de Castro inaugurou em dezembro a loja Vertical Material de Construção. Acreditando na necessidade do mercado local e o rápido crescimento da construção civil, viu a possibilidade de um negócio na região. Está há seis meses em Mato Grosso do Sul. “Durante viagem de turismo, percebi que Aquidauana seria celeiro para um novo empreendimento. A cidade é um polo e está em amplo desenvolvimento. Queremos fazer parte desse crescimento.” UM COMÉRCIO FORTE E COMPETITIVO QUE GERA EMPREGO E RENDA NO MUNICÍPIO

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Entrevista

Para o alto e avante:

economia aquecida deve manter geração de empregos Depois de dois anos de sucessivos recordes na geração de empregos com carteira assinada em Mato Grosso do Sul, difícil não perguntar: seriam esses índices sustentáveis? Para o superintendente regional do trabalho Anízio Pereira Tiago, a resposta é positiva, principalmente diante dos fortes investimentos públicos em infraestrutura com vistas nos eventos mundiais programados para 2014 (Copa Mundial de Futebol) e 2016 (Olimpíadas). Formado em Letras e pós-graduado em Administração, Finanças e Controladoria, Anízio fala sobre ações do poder público chancelado por uma larga experiência em órgãos do governo. Foi diretor-presidente da Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul), diretor-presidente da Agência Estadual de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul), além de ter sido fundador e diretor da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul (Agepan). Hoje, além da Superintendência do Trabalho e Emprego, também ocupa a função de membro do Conselho Diretor do SESC e SENAC. Nas linhas que seguem, o superintendente explica o grande potencial de crescimento do estoque de empregos no Estado, fala sobre os indicativos positivos do setor terciário e também sobre desafios, como a desoneração da folha de pagamento. Comércio & Cia - Após mais um ano de excelentes resultados na geração de empregos formais, o que se pode esperar para 2012, especialmente quando analisado o comportamento dos setores econômicos? Anízio Tiago - Vejo o Brasil com sua economia consolidada internamente. O aumento da renda dos trabalhadores, a geração de novos empregos e os programas de transferências de renda do Governo Federal, em forma de programas sociais, modificaram o perfil econômico de grande parte da população brasileira. Nossa capacidade de consumo interno está evidente. As estratégias que o Governo vem adotando para manter nossa economia em escala de crescimento têm surtido bons resultados. As medidas recentes adotadas pelo Banco Central no sentido de baixar os juros têm demonstrado isto. Quando analisamos os setores econômicos, observamos que, momentaneamente, a indústria sofreu uma queda no índice de produção, operando com 76% de sua capacidade, abaixo de 50.000 pontos, o que não significa exatamente um desaquecimento. O bom desempenho dos setores de prestação de serviços e do comércio demonstra que a economia está impulsionada. Os investimentos em infraestrutura feitos pelo Governo 18

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Federal por conta dos grandes eventos de 2014 e 2016 contribuem diretamente para que o cenário continue com esse bom ritmo de crescimento. Portanto esta situação momentânea de refluxo não deve ser motivo de preocupação. C&C - Qual é o principal sustentáculo dos atuais níveis de geração de emprego? São vários: os grandes investimentos que o Governo Federal vem fazendo na área de infraestrutura, como Geração de Energia (Usina de Girau, Madeira...), Aeroportos, Estádios, Mobilidade Urbana, entre outros, com vistas à realização da Copa do Mundo de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016. Além do desempenho da indústria da Construção Civil. Adicionado a isto, temos o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em condições de garantir financiamentos de longo prazo com juros competitivos para projetos da iniciativa privada. Tendo ainda como complemento, a capacidade de consumo dos brasileiros. De certa forma, todos os setores da economia têm buscado sua modernização. Isto demanda investimentos e gera um movimento positivo para a criação de novos empregos.


MÁRIO BUENO

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C&C - Em Mato Grosso do Sul, a migração da matriz econômica (do campo para a indústria, comércio e serviços) tem contribuído com esses números. Qual a análise que o Ministério do Trabalho faz sobre esta mudança? Estamos vivendo um momento de mudanças de paradigmas na forma de produzir no Brasil. Os agentes econômicos entenderam que a industrialização de nossa matéria-prima agrega valores e impulsiona o lucro de nossas empresas. Mato Grosso do Sul tem experimentado um crescimento vertiginoso no sentido da sua industrialização. O papel indutor desempenhado pelo Governo do Estado, com medidas objetivas de apoio ao empreendedorismo, tem sido fundamental para essas mudanças. Temos uma grande concentração de indústrias no bolsão, onde possuímos uma boa posição de logística de transporte. O setor sucroenergético vem cumprindo um grande papel na mudança do perfil da nossa economia, com mais de vinte indústrias operando na produção de açúcar, etanol e energia elétrica, para citar os mais emblemáticos. Nem por isso o setor do Agronegócio tem deixado de dar a sua valiosa contribuição. C&C - A crise econômica mundial pode surtir efeitos no emprego formal do País no ano que se inicia? O mercado interno brasileiro ainda tem grande potencial para expandir. O consumidor tem capacidade de absorver a nossa produção, ou seja, não estamos saturados. Nesse sentido, o Governo Federal tem trabalhado para manter o mercado interno aquecido e em evolução. Grandes projetos de infraestrura garantem o aquecimento da economia. É evidente que em um cenário globalizado não estamos imunes a crises. O Brasil, por ter feito a lição de casa, implantando a Lei de Responsabilidade Fiscal, fazendo saneamento do seu sistema financeiro na década de 1990, acumulando um bom nível de reservas cambiais, se sente mais confortável. C&C - Como o senhor avalia o crescimento do mercado formal no Centro-Oeste e em Mato Grosso do Sul, que, nos últimos anos, passaram por processo acelerado de desenvolvimento? Há espaço para crescer mais?

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O nível de industrialização no Centro-Oeste ainda é muito baixo. Temos muito espaço para crescimento. A indústria do Agronegócio está em expansão e este é o nosso grande trunfo. MS tem uma posição geográfica estratégica, tanto para economia interna, como para exportação. Tudo isto, aliado ao bom planejamento estratégico do governo Estadual, permite que esse aumento ocorra e de forma acelerada. Existe foco muito bem definido por parte do agente político estadual. Por isso, a indução ao desenvolvimento se torna mais prática. O investidor tem percebido isto e apostado muito no Estado. C&C - A falta de qualificação de mão de obra ainda é uma das grandes barreiras para o “casamento” entre vagas e candidatos. Problemas que sabemos não ser exclusivo do nosso Estado. O que o Ministério do Trabalho e Emprego planeja para 2012 em termos de qualificação de mão de obra? O Governo Federal tem intensificado seus esforços no sentido de melhor capacitar o trabalhador brasileiro. A criação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) é uma demonstração disso. Até o final de 2014, teremos mais de 400 unidades de escolas técnicas profissionalizantes operando em todo o País. Pretendemos capacitar 600 mil trabalhadores. Aqui em MS, por Convênio de Delegação, o SINE, representado pela Fundação do Trabalho (Governo do Estado), é quem cuida do atendimento das demandas por preparação de mão de obra. Lógico, com recursos federais. Procuraremos estabelecer uma parceria abrangente no sentido de ampliar ao máximo o atendimento de nossas demandas, contemplando todas as atividades econômicas e regiões do Estado. C&C - Qual a importância da participação efetiva da iniciativa privada neste processo e parceiros como o SESC e SENAC? Nossas parcerias com a iniciativa privada nos deixa muito confortável no campo da qualificação dos trabalhadores. Os Planos Setoriais de Formação de Mão de Obra (PlanSeQs) têm sido bastante incentivados. O Sistema “S” tem uma grande experiência nesta área.


Com a nova formatação de capacitação dos trabalhadores, serão atores principais nesse processo. O SESC e o SENAC já participam das primeiras etapas desses programas. O Governo tem a clara compreensão que essas demandas devem ser enfrentadas pelos diversos agentes. C&C - Em sua avaliação, quais os principais ganhos que os trabalhadores tiveram em 2011? Creio que a grande oferta de vagas no mercado de trabalho. São ganhos de oportunidades. O nível de renda média dos trabalhadores teve uma pequena variação positiva nos últimos três anos: PIB 12,31% e ganhos reais de salários, 3,13%, indicando que a remuneração média não vem acompanhando o desempenho da economia. A massa salarial aumentou em 81,6% em comparação com 2001, porém a remuneração média do período evoluiu apenas 13,10%. Nesse sentido, o Governo tem estimulado o diálogo social entre empregadores e empregados, de

modo a permitir que a evolução da remuneração dos trabalhadores acompanhe a mesma intensidade da geração de empregos e o desempenho da economia. C&C - Como está a política de incentivo ao empregador e de que forma o MTE enxerga a discussão sobre a desoneração da folha como forma de incentivar a geração de empregos? Realizamos em 2011, as Conferências Regionais de Trabalho e Emprego Decente. É uma discussão tripartite - governo, empregadores e trabalhadores. Neste ano de 2012, faremos a Conferência Nacional. Os debates realizados até agora mostram uma grande preocupação dos empregadores com os custos de folha de pagamento. A realização dos eventos faz parte de um esforço que o Governo está fazendo para modernizar as relações de trabalho no Brasil. Como uma das grandes economias mundial e mercado globalizado, precisamos nos ajustar a esta realidade.

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Comércio & Serviços

Serviços personalizados atraem clientela que busca agilidade e que dispõe de pouco tempo O tempo não para. O dia a dia das pessoas requer agilidade para tocar a vida em frente. É o mercado de trabalho que exige profissionais mais qualificados e com melhor nível de estudo; é a família, filhos e a casa que precisam de dedicação, principalmente em períodos em que as responsabilidades domésticas e profissionais estão divididas entre homem e mulher, na igualdade de direitos.

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corre-corre repercute na qualidade de vida de algumas pessoas que têm pouco tempo para se dedicarem às atividades de lazer e de saúde. Momentos importantes para o bem-estar mental e físico. Alguns profissionais não abrem mão de “um tempo só seu” e conseguem um horário na agenda para se dedicar ao que gostam ou que precisam. Esse filão de consumidores não passou despercebido pelos especialistas, que têm oferecido trabalho personalizado, e a demanda só aumenta. MONITORAR CORPO E HORÁRIO Um dos segmentos que estão passando por um boom é o de estúdio de personal trainer, locais que já substituem as tradicionais academias. De acordo com o Conselho Regional de Educação Física de MS (CREF), o mercado é muito promissor. Atualmente existem 61 empreendimentos como este no Estado. Cyntia Xavier e Thiago Benevides optaram por abrir um estúdio para atender a um público exigente, com pouco tempo, mas que se preocupa com a saúde corporal. “Nos adequamos às necessidades do aluno. Os horários são mais flexíveis para melhor atendê-lo. Os LILIAN E ROSA MARIA: PRATOS SOB MEDIDA PARA UMA CLIENTELA QUE QUER QUALIDADE E PRECISÃO EM CADA PORÇÃO

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estúdios também atraem aqueles que buscam resultados mais rápidos para modelar o corpo”, explica Cyntia. Ela aponta outro benefício: “Temos total controle sobre o treinamento de nossos clientes, orientando-os sobre como deve ser feito cada exercício. O acompanhamento é mais próximo.” A produtora rural Maria José Falcão frequenta o estúdio há três meses e se diz satisfeita com o serviço. “Meu tempo é valioso. Só tenho uma hora do meu dia para me dedicar às atividades físicas, e com o atendimento personalizado temos mais liberdade para adequar meu horário e o resultado final tem sido satisfatório.” CUIDADOS COM A ALIMENTAÇÃO Um hábito que a correria do dia a dia tem alterado nas famílias é o da alimentação. O costume de comer qualquer “coisinha” na rua e a opção pelos fast foods preocupam aqueles que querem ficar de bem com a balança e também desejam optar por uma comida mais balanceada. Para clientelas com perfis parecidos com esses, a nutricionista Lílian Keller Herrera e a chef de cozinha Rosa Maria Landin Justi, que também é nutricionista, propõem o Personal Diet, serviço individualizado no qual a pessoa recebe orientação nutricional e o melhor: os alimentos já estão prontos e na quantidade indicada pela nutricionista. “Pesquisamos os hábitos alimentar e cotidiano. Organizamos a dieta que esta pessoa deva seguir e ela já é encaminhada para a chef de cozinha, que prepara as refeições para o café da manhã, lanche da manhã, almoço, café da tarde e jantar. Quatro porções que todos deveríamos ingerir diariamente.”

MARIA JOSÉ FALCÃO BUSCOU O SERVIÇO INDIVIDUAL DO ESTÚDIO DE PERSONAL PARA CONSEGUIR FLEXIBILIDADE NO ATENDIMENTO E RESULTADOS MAIS RÁPIDOS

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Cada cliente tem necessidades diferentes, de acordo com Lílian: “Calculamos o gasto metabólico, identificamos os alimentos que ele pode e gosta de comer e cruzamos essas informações com a rotina diária, para definirmos - em parceria - os melhores horários para as refeições. “Os resultados são extremamente positivos: em poucas semanas temos relato sobre a melhoria da saúde. O intestino começou a funcionar melhor, a pele ficou mais bonita, a qualidade do sono ficou boa. Enfim, somos aquilo que comemos.” Rosa Maria destaca outro benefício: quem quer emagrecer e ter uma vida mais saudável não precisa se preocupar em comprar todos os alimentos prescritos nem com os pesos de cada porção. Tudo já vem pronto. Basta descongelar e a dieta será cumprida”, explica a chef de cozinha. MODA PERSONALIZADA Esses serviços direcionados também já são realidade no mundo da moda. O personal stylist Elvir Mar Hoffner atua no ramo há cinco anos. “Temos bastante procura por pessoas que tiveram uma promoção no serviço ou que subiram de classe social. Elas querem se moldar a essas novas condições.” O trabalho, que pode parecer simples, é feito com muito critério. Hoffner, formado em Designer de Moda, ensina: “O primeiro passo é analisar as características de cada cliente, a estrutura física, condição econômica, local de trabalho e onde costuma frequentar e, principalmente, a personalidade. Com tais informações, oriento sobre o que pode ser usado para cada ocasião, o que vai surtir uma mensagem positiva quando esse cliente estiver usando as roupas.” Segundo o personal stylist, o atendimento é único e exclusivo, pois até pequenos detalhes são observados, como o jeito de andar, de falar, os trejeitos. “É por meio dessa análise que alinhamos o que o cliente deseja com aquilo que vai trazer um resultado mais positivo.”

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS, PESSOAIS E LOCAIS ONDE FREQUENTAM SÃO AS INFORMAÇÕES USADAS PELO PERSONAL STYLIST PARA PROPOR UM VISUAL PERSONALIZADO

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Estratégia

Mais um ano começa e a tônica é planejar Conhecer o potencial das equipes, lançar metas, desafios e alinhavar as ações. A reunião de planejamento é indispensável, assim como as de avaliação, ao fim de cada período. “Essa organização é um longo trabalho de construção coletiva, sem imposições de cima para baixo, é tudo negociado. Absolutamente todos da empresa devem estar envolvidos, com participação ativa”, orienta o presidente do Conselho Regional de Administração Harduin Reichel.

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o planejamento estratégico é preciso considerar o aspecto operacional de cada departamento, para depois construir o planejamento tático. É o momento de a empresa mostrar o que espera de cada um e quais são as metas de cada setor. “É tão importante que muitos autores afirmam que é uma verdadeira ciência”, diz Harduin. Não há uma fórmula para esse planejamento. Cada empresa precisa estudar o seu produto, mercado, fornecedor e logística e é sempre válido considerar dados históricos e comportamentais da clientela, além do cenário econômico, para montar a previsão de compras de estoque e vendas. “No Planejamento Estratégico do varejo, por exemplo, o empresário tem que estar também muito atento às tendências como moda e inovação de produtos.”

NA ROTINA Na escola Mace, em Campo Grande, as reuniões de planejamento estão integradas à rotina, uma exigência do próprio serviço oferecido. “O processo educativo requer a constante capacitação para o aperfeiçoamento das técnicas pedagógicas. Implemento de novas ações e revisão de melhorias dos itens já trabalhados. Essa necessidade chega ao administrativo uma vez que a equipe sempre deve estar coesa nas demandas definidas, pelo projeto pedagógico e pelas linhas administrativas”, explica o vice-diretor pedagógico Wilson Buzinaro. Do aperfeiçoamento profissional às palestras de autoestima e comportamento, as ações visam ao avanço da equipe em sintonia com as prioridades estabelecidas com o planejamento anual da escola. “São

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nesses encontros que a empresa consegue organizar e estabelecer suas metas, tendo o grupo como fundamento de todo o trabalho, valorizando as competências individuais.” Ao fim do período proposto, a escola também faz reuniões de avaliações para verificar se as metas lançadas foram cumpridas e, no caso contrário, identificar os motivos que prejudicaram o processo, para redirecionar novas ações.

ORGANIZAÇÃO E ESTABELECIMENTO DE METAS PARA VALORIZAR COMPETÊNCIAS INDIVIDUAIS E TAMBÉM REALINHAR ESTRATÉGIA PARA O NOVO ANO SÃO TÔNICAS DAS REUNIÕES NA ESCOLA MACE

PARA HARDUIN REICHEL, PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO É UMA CIÊNCIA, O MOMENTO DE A EMPRESA ESTUDAR DADOS COMPORTAMENTAIS E HISTÓRICOS DA CLIENTELA, DOS FORNECEDORES E ATÉ DO CENÁRIO ECONÔMICO


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Carreira & Mercado

Quarentões ocupam cada vez mais espaço no mercado de trabalho

Eles já não são mais tão jovens para concorrer em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, mas também não estão tão velhos para serem colocados de lado. Longe desse dilema, os “quarentões” ou profissionais acima dos 40 anos estão ampliando seu espaço nas empresas de Mato Grosso do Sul. É o que mostra o Anuário do Sistema Público de Emprego, Trabalho e Renda 2010/2011 divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). Os dados apontam que, no ano passado, profissionais nessa faixa etária responderam por 15,4% dos inseridos no mercado de trabalho pelo Sine no Estado.

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a Fundação de Estado do Trabalho (Funtrab), os números da empregabilidade com base no Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (CAGED) são ainda mais expressivos. Em 2009 foram 28.019 contratações em MS na faixa etária entre 40 e 49 anos e, no ano passado, o montante subiu para 30.829, com expansão de 10%. Em 2011, o volume supera o resultado de 2009, e já são 28.572 trabalhadores “quarentões” que entra-

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VIRGÍNIA LAYNE CABRAL CONSEGUIU TRABALHO PERTO DE CASA E COM HORÁRIOS MAIS FLEXÍVEIS

ram no mercado. O comércio é o setor que mais emprega esses profissionais, principalmente em cargos de gerência e chefia. Para a coordenadora de intermediação de empregos da Funtrab, a psicóloga Elen Souza, os dados denotam uma superação por parte das empresas que ampliaram a contratação de pessoas mais velhas. “Percebemos que, quando as empresas postam as vagas não há mais aquela delimitação de faixa etá-


ELEN SOUZA, DA FUNTRAB, ACREDITA QUE AS EMPRESAS BUSCAM MAIS COMPROMETIMENTO E CONHECIMENTO, AO CONTRATAR PROFISSIONAIS ACIMA DOS 40 ANOS DE IDADE

ria. Hoje elas querem profissionais com experiência para trabalhar na função. A experiência nas relações interpessoais no trabalho, flexibilidade e, sobretudo, fidelidade na carreira são atributos que as empresas buscam ao contratar os funcionários nesta faixa etária.” A coordenadora explica que as limitações no mercado de quem já passou dos “enta” são trabalhos que exigem esforço físico maior. “Naquilo que requer inteligência emocional o profissional com mais de 40 anos é muito privilegiado. Ele tem boas relações interpessoais, ou seja, tem um know-how no tratamento com pessoas. Temos percebido que a geração chamada de “ X e Y” é muito imediatista na carreira. Isso implica não ficar muito tempo na empresa, que vê mais estabilidade em contratar um profissional mais maduro. É uma situação que dá mais segurança para as organizações.” Entre os atributos que garantem um emprego para os profissionais de 40 anos, as empresas elencam o comprometimento e a facilidade de estar sempre aprendendo. “Na empresa damos oportunidades para pessoas dessa faixa etária”, diz o gerente de RH, da Rede Sertão, Roni Soares. “Ao contrário dessa nova geração, o profissional com mais de 40 anos, no caso de vendas, por exemplo, conhece bem os produtos e ainda gosta de ensinar os outros colaboradores.” OPORTUNIDADE A auxiliar de escritório Virgínia Layne Cabral, de 43 anos, é uma dessas profissionais que recentemente retornou ao mercado. Formada em turismo, mãe de três filhos crescidos de 21,18 e 14 anos, sentia muita vontade trabalhar. No entanto, encontrar uma colocação estava difícil. “Sempre quis voltar ao mercado de trabalho, porém não foi fácil encontrar uma oportunidade. Penso que por causa da idade, isso influencia muito.” A chance de uma vaga surgiu na própria vizinhança. “Certo dia, comemorando o aniversário do meu filho em um restaurante, um amigo comentou que estava precisando de uma secretária e perguntou se eu conhecia alguém. Respondi: conheço. Eu. Assim voltei.” Virgínia Layne trabalha com horários bem flexíveis. “Meus filhos não exigem tanto minha presença e posso me dedicar a novos desafios. Além disso, o serviço está situado ao lado da minha casa”, alega a auxiliar que afirma estar sempre estudando, mesmo no período em que estava desempregada. O motorista José Luiz Gonçalves Reginaldo, de 40 anos, conseguiu um novo emprego há dois meses em uma empresa de transportes de Campo Grande. Antes, ele trabalhava como autônomo. A vaga foi obtida por meio de intermediação na Funtrab. Mesmo assim ele diz que nunca achou dificuldades em concorrer neste mercado de trabalho por conta da idade. “Para mim não faz diferença. Mas eu acho que existe um certo preconceito com os trabalhadores por causa da idade, sim.”

DETERMINAÇÃO A escolaridade continua sendo um item importante para os candidatos na hora de conseguir um emprego. Estar estudando é muito importante. Isso garante galgar um bom emprego. Outro ponto fundamental é a determinação. “No currículo não deve ser colocado a idade de imediato, mas sim a qualificação profissional, pois é ela que habilita o profissional a disputar uma vaga no mercado de trabalho”, orienta a coordenadora da Funtrab. Ela ainda destaca que vale explorar melhor a experiência de vida e a capacidade de adaptar-se a ambientes de mudanças e pressão. “É importante procurar as formas corretas de prospecção,utilizar o site www.portalmaisemprego.mte.gov. br é uma maneira de ser convocado a uma oportunidade de emprego. É um cadastro nacional que oferta vagas de trabalho em diversas regiões. A idade em que o candidato se encontra com certa estabilidade para se decidir por mudança de cidade ou Estado é um ponto a favor. SERVIÇO A Funtrab disponibiliza diariamente vagas para os profissionais. Para isso basta entrar no site www.portalmaisemprego.mte.gov.br ou comparecer pessoalmente com a carteira de trabalho na Rua 14 de Julho, 992 para fazer o cadastro nacional.

INGRESSO NO MERCADO DE TRABALHO PARA PESSOAS NA FAIXA ETÁRIA DOS 40 A 49 ANOS EM MS ANO

CONTRATAÇÕES

2009

28.019 trabalhadores

2010

30.829 trabalhadores

2011*

28.572 trabalhadores *até outubro/2011 - Fonte: Funtrab MS

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Requisitos

• Empresa acima de 50 funcionários • Agendamento prévio de 3 semanas • Envio de e-mail com questionário eletrônico de coleta de dados respondido com 1 semana de antecedência a data da ação

Etapas

1ª Etapa: Coleta de dados na empresa feita pela equipe SESC 2ª Etapa: Identificação do perfil da empresa - Elaboração de um programa com ações que incluem palestras e atividades para sanar possíveis problemas ou prevení-los

Temas explorados

Obesidade l Diabetes l Saúde Bucal l Alimentação Saudável l Doenças cardiovasculares l Higiene pessoal e coletiva l Importância da prática de atividades físicas

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Fecomércio MS

EM AQUIDAUANA, A REIVINDICAÇÃO FOI PELA PRESENÇA DA CARRETA DO ODONTOSESC, QUE ATENDERÁ TRABALHADORES DO COMÉRCIO POR 4 MESES

Visitas a sindicatos do setor terciário promovem troca de conhecimento e ações voltadas para o segmento A Federação do Comércio de Mato Grosso do Sul, com o intuito de estreitar o relacionamento com os sindicatos, sendo mais participativa no dia a dia da organização, realizou visitas aos sindicatos filiados apresentando os trabalhos e ações do Sistema Fecomércio MS (SESC, Senac e Instituto Fecomércio). Em contrapartida, conheceu o funcionamento, processos, atividades, ações e, ainda, as necessidades das organizações patronais.

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presidente do Sistema Fecomércio MS Edison Araújo liderou uma equipe de gestores que visitou os seguintes sindicatos: do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Campo Grande; do Comércio Varejista de Materiais de Construção de Campo Grande; do Sindicato dos Representantes Comerciais Autônomos e Empresas Comerciais do Estado de Mato Grosso do Sul; do Sindicato dos Varejistas de Produtos Farmacêuticos de MS; do Comércio Varejista de Três Lagoas; do Comércio Atacadista e Varejista de Dourados; do Comércio Varejista de Ponta Porã; do Sindicato do Comércio Varejista de Aquidauana, Anstácio e Região e do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Mato Grosso do Sul e Despachantes no Estado de Mato Grosso do Sul. Segundo o superintendente da Fecomércio MS Reginaldo Henrique Soares Lima, a iniciativa foi extrema-

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mente positiva. “Mostramos os principais produtos de nosso Sistema nas áreas de saúde, lazer, assistência social, educação, cultura, representação, além dos cursos profissionalizantes e como eles podem atender às demandas dos sindicatos e das empresas. Nas reuniões, os presidentes e diretores dos sindicatos também puderem reivindicar serviços e ações que foram analisadas pelos gestores das instituições do Sistema Fecomércio para que fossem adotadas as providências cabíveis.” REIVINDICAÇÕES O Sindicato do Comércio Atacadista e Varejista de Dourados, que recebeu a comitiva da Fecomércio na sede do Sindicato em Dourados, em 2011, reivindicou apoio ao Senac MS para a realização de um Curso de Vendas para os trabalhadores que pretendem conquis-


ENCONTROS PROMOVEM A TROCA DE CONHECIMENTO DO PROCESSO DAS INSTITUIÇÕES E FAZEM PARTE DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA FECOMÉRCIO MS

matrícula dos trabalhadores no próprio local de trabalho. “Estamos cada vez mais presentes no dia a dia das empresas”, afirma a Assessora Técnica e de Planejamento do SESC MS Maria das Graças Simões Santos.

tar uma vaga de emprego temporário no período de fim de ano. Segundo a gerente executiva do sindicato Vanielle Estrada, 60 pessoas concluíram o curso que foi realizado em parceria entre o Sindicato e com total apoio do Senac. Para a gerente do departamento de educação profissional do Senac MS Jordana Duenha, os encontros têm sido de grande valia. “Além de nos aproximarmos dos empresários de cada segmento, permitiram conhecer melhor as especificidades de cada negócio e, assim, passar a planejar ações de educação profissional mais alinhadas aos interesses e necessidades dos comerciantes. Foi uma ação estratégica, também.” O Sindicato dos Representantes Comerciais Autônomos e Empresas Comerciais do Estado de MS solicitou apoio do Sistema em uma questão tributária que aflige o setor há vários anos: a tributação em cima do mostruários dos revendedores autônomos é um custo que onera os trabalhadores. “Precisamos da isenção de impostos sobre o mostruário já que este não será comercializado. É usado apenas como um catálogo. Nós, com a Fecomércio MS, encaminhamos à Secretaria de Fazenda uma proposta mostrando alternativas para a isenção”, conta o presidente José Alcides dos Santos. O pleito está em análise. Os dirigentes do SESC MS atenderam à solicitação do Sindicato do Comércio Varejista de Materiais de Construção de Campo Grande que pediu apoio para a organização de um Campeonato de Futsal entre as lojas de materiais de construção. O evento foi realizado de 23 de outubro a 27 de novembro de 2011 com a participação de empresários e trabalhadores do segmento. “O SESC cedeu o ginásio de esportes e ofereceu suporte técnico na organização e realização das partidas. Além disso, a pedido dos empresários, efetuou

DANDO O EXEMPLO Para o presidente da Federação do Comércio de Mato Grosso do Sul Edison Ferreira de Araújo, as visitas têm ainda uma objetivo maior: estimular que os sindicatos procurem as empresas de seus segmentos. “Que ouçam as reivindicações dos lojistas, conheçam melhor como trabalham, fortalecendo a representatividade dessas organizações. Enfim, que cada sindicato também esteja mais próximo, atendendo aos interesses de seus filiados.” A ação, segundo Edison de Araújo, está alinhada a um dos critérios do Sistema de Excelência em Gestão Sindical (SEGS) que preconiza que as entidades ouçam seus filiados para melhor atendê-los.” O objetivo é que todos os sindicatos da base da Federação sejam visitados no segundo semestre de 2012. A REALIZAÇÃO DE UM TORNEIO DE FUTSAL FOI SOLICITADA EM ENCONTRO ENTRE SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO DE CAMPO GRANDE E DIRIGENTES DO SISTEMA FECOMÉRCIO MS

COMITIVA DO SISTEMA FECOMÉRCIO CONTA COM PRINCIPAIS LIDERANÇAS DA FEDERAÇÃO, SESC E SENAC E É RECEPCIONADA POR EMPRESÁRIOS DO SINDICATO LOCAL; NA FOTO, COM O SINDICOM

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Tecnologia & Inovação

Empresa sem website perde mercado e pode ficar “invisível” Na era digital, as vitrines das lojas extrapolam os limites físicos e os websites se tornaram indispensáveis para divulgar, fixar marcas, estabelecer relacionamento com o público-alvo e, principalmente, vender. Com o crescimento galopante do acesso à internet, quem não está estabelecido em ambiente virtual tem evidente desvantagem com a concorrência. De acordo com pesquisa realizada pela Fecomércio/RJ, em parceria com o Instituto Ipsos, o percentual de brasileiros conectados à internet aumentou de 27% para 48%, entre 2007 e 2011, um índice que acompanha também o aumento do poder de compra das classes C e D.

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Brasil é o 5º país com o maior número de conexões à internet. São quase oitenta milhões de internautas e, acompanhando esses dados, as compras on line também são vultosas. O percentual de brasileiros que fazem compras pela internet passou de 13% em 2007 para 20% em 2011. De acordo com a empresa E-bit, em 2010 as compras pela internet atingiram R$ 14,8 bilhões, crescimento de nada menos que 80% em relação a apenas dois anos antes. Tamanho salto não deixa dúvidas: se a empresa ainda não tem seu website está mais do que na hora de criar um. Mas quais ferramentas são necessárias para que a página cumpra com seu propósito, seja ele de fixar a marca ou de comercializar produtos?

NAVEGABILIDADE Com 15 anos de experiência no mercado de sites e sistemas, Eduardo Potumati, da Equipe A, lembra que, além de correr o risco de cair no esquecimento, a empresa que não tem site também perde pontos importantes com o consumidor. “O consumidor quer informação, quer comprar produtos e empresas, o primeiro lugar onde ele procura é a internet. Se não encontra informações sobre determinado produto, não há credibilidade. É muito difícil

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uma empresa se manter atualizada e lembrada sem ter site. É o cartão de visita da empresa na internet. Além, é claro, das redes sociais.” Quando se pensa em um site institucional, o ponto principal é informar o visitante, mostrar o que é a empresa e o que ela tem para oferecer. Eduardo complementa: “No caso do comércio eletrônico, o foco é mostrar rapidez tanto ao navegar no site como na entrega do produto. Em ambos os casos, é importante manter um canal de comunicação entre o visitante e a empresa. Dessa forma, além de transmitir confiança ao cliente, a empresa evita repercussão negativa nas redes sociais.” A funcionalidade é um ponto fundamental na concepção do site. Quando o cliente tem dificuldades para navegar, acaba se irritando e cria uma visão ruim da empresa. “Criatividade é importante para atrair novos visitantes, mas se houver dificuldade em navegar no site, gera uma imagem negativa. Também é importante mantê-lo sempre atualizado, quando um cliente visita duas vezes o site e vê as mesmas informações, a tendên-

cia é não retornar.” Em resumo, a tônica para manter o visitante no site é criar ícones atrativos, mas simples de navegação. Outra dica de Eduardo é que o layout traga as mesmas cores da logomarca da empresa para facilitar a fixação da marca. CASE DE SUCESSO Dos catálogos para a tela do computador, a Anita Online é um exemplo positivo na implantação de site de vendas. Hoje responde por 15% dos produtos comercializados pela rede de calçados, que tem 25 lojas entre Campo Grande e Cuiabá (MT). São 30 mil pares comercializados pelo sistema eletrônico, conta o diretor da Anita Online Tiago Bellin. “A criação do e-commerce surgiu há três anos, motivada pela grande quantidade de compras que era feita no interior via catálogos e pedidos telefônicos. Com uma base de mais de 500 mil clientes, a Anita Online hoje contribui para os resultados da rede. Nunca deixamos de atingir as metas estabelecidas.” Funcional e prático, o site informa em detalhes as características dos

AS VENDAS ON LINE DA ANITA CALÇADOS SÃO RESPONSÁVEIS POR 15% DOS PRODUTOS COMERCIALIZADOS PELA REDE

produtos em oferta, desde medidas, aos materiais e também informa campanhas promocionais. “O atendimento via chat, telefone e redes sociais também é fundamental para que o consumidor tenha a exata noção do que está adquirindo. Nesse sentido, nossa equipe de atendimento recebe treinamento de produto e moda semanalmente”, conta Tiago Bellin. Os cuidados com o comércio eletrônico se traduzem em números, são 160 mil acessos médios por dia e o site já está em 4º lugar em vendas de calçados no País, segundo uma pesquisa feita pela WBI Brasil - Agência de Comunicação Digital.

EDUARDO POTUMATI DIZ QUE O RISCO DE CAIR NO ESQUECIMENTO É GRANDE PARA EMPRESAS QUE NÃO ESTÃO NA WEB

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Ponto de Vista

“Prosa, pratos e presentes... Feira Central é o lugar da gente!” ALVIRA APPEL MELOS Associação da Feira Central e Turística de Campo Grande - AFECETUR

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onto de encontro tradicional e movimentado no centro da Capital Morena, a Feira Central e Turística de Campo Grande-MS, fundada em 1925, comemora seus 86 anos com exuberância, simplicidade, beleza e liberdade. Acolhe raças, credos e cores, promove matizes e fragrâncias e garante a diversidade, tornando a vida dos seus frequentadores mais humana. Lugar de direito a expressão popular, tornou-se com o passar dos anos um ponto de manifestação cultural espontâneo e acolhedor, no qual as diversas gerações convivem em harmonia. É o espaço do lazer em família, das compras, das manifestações artísticas, da gastronomia e do artesanato; dos festivais que enaltecem a nossa cultura e os produtos com a marca sul-mato-grossense, gerando sustentabilidade, a exemplo do sobá e do peixe da região. Da lona para o prédio de arquitetura arrojada. Da caixa de isopor para o uso de equipamentos com tecnologias modernas. As transformações na Feira Central nos últimos anos melhoraram as condições de trabalho do feirante e o atendimento ao cliente. A mudança é notável em termos materiais e visuais. Ao mesmo tempo, a Feira conserva o orgulho e o envolvimento do ser humano, como trabalhador com renda garantida e autoestima elevada, o que significa famílias mais felizes. Este é o crescimento esperado, a luta é vencida a cada novo cidadão qualificado. As parcerias estabelecidas com várias instituições públicas e privadas são colunas de sustentação para as melhorias dos hoje já empresários, estabelecidos na Feira Central. Campo Grande cresce com força em todos os aspectos e acompanhar essa evolução é um desafio para os trabalhadores da Feira. Assim, é necessário oportunizar aos empresários da Feira Central o crescimento por meio da permanente qualificação para melhor servir, integrando comércio, turismo e cultura.


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Empresário do Mês

Da coragem e visão empreendedora, surge uma das redes mais sólidas de MS A coragem foi o ingrediente principal para que três amigos gaúchos se lançassem no desafio de implantar uma nova marca em um mercado ainda desconhecido. E a aposta foi certeira, resultou em um negócio sólido: a rede PANAN. O empresário Roberto Rech, que com seus dois sócios veio para Campo Grande no início da década de 1980, conta essa trajetória de sucesso. A rede, que começou pequena, com uma loja de apenas 70 m², hoje está presente em quatro cidades de Mato Grosso do Sul e em outras três do Mato Grosso. Além de ser referência em seu segmento de atuação, também tem uma postura exemplar no acompanhamento das transformações do mercado, seja na capacitação dos funcionários ou na modernização da fachada e da disposição dos produtos, que deve ser sempre agradável aos olhos dos clientes.

INICIATIVA DE INVESTIR EM OUTRA REGIÃO FIZERAM DE ROBERTO RECH E SÓCIOS DONOS DE UMA DAS MAIORES REDE DE REFRIGERAÇÃO DO ESTADO

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Comércio & Cia - Como foi o início da PANAN em Campo Grande? Roberto Rech - Com coragem, ousadia e muita disposição em vencer em Mato Grosso do Sul. Eu e os meus sócios Gervásio e Ivanor Peruzzo somos oriundos do Rio Grande Sul, onde trabalhávamos como funcionários de uma indústria em Caxias do Sul, que muito nos incentivou a vir e a estabelecer o nosso negócio em Campo Grande. Tanto que, em homenagem ao antigo emprego, adotamos inicialmente o nome de Refrigeração Panamante ao nosso empreendimento, uma pequena loja de 70 m² na Rua 14 de Julho, inaugurada em março de 1981. C&C - O que marcou esse começo e de que forma a empresa consolidou seu nome no mercado? O que marcou foi o desafio de superar as barreiras do total desconhecimento do mercado local alinhado à marca que estávamos implantando, também totalmente desconhecida. Competir com empresas que trabalhavam a mesma base comercial há mais tempo, por si só, já é muito difícil. Se somarmos a isso a nossa falta de relacionamento, tanto no segmento como na sociedade, a dificuldade duplica. Isso exigiu de nós planejamento em curto, médio e longo prazo, bem como divisão de tarefas. Os resultados, por nós atingidos ao longo dessas três décadas, obviamente apontam assertivas e nos animam em direção a um futuro ainda mais promissor.

siga com determinação os planos traçados e se estabeleçam metas a perseguir. Trabalhando com máquinas e equipamentos para supermercados, padarias, casas de carne, bares, hotéis, restaurantes e conveniências, começamos, como já disse, com uma pequena loja onde, além dos dois sócios, havia dois colaboradores. Hoje, graças ao trabalho sério e de verdadeira parceria com os nossos clientes e amigos, implantamos uma unidade industrial em Campo Grande e promovemos a expansão do negócio para as cidades de Dourados, Três Lagoas e Corumbá, além de chegarmos também ao Estado de Mato Grosso, instalando a marca PANAN nas cidades de Cuiabá, Rondonópolis e Sinop. Evidentemente, que o crescimento da empresa deve-se aos recursos humanos que nos atendem, totalizando 150 colaboradores. C&C - Percebemos que a empresa é muito preocupada com a formação dos profissionais, por isso investe em eventos e cursos. Na prática, “NOSSA CLIENTELA É FORMADA POR EMPREENDEDORES QUE AUMENTARAM SUAS VENDAS E INVESTEM EM NOVOS PRODUTOS E EQUIPAMENTOS PARA VALORIZAR SEUS CLIENTES”

C&C - Hoje, quais são os números da rede (de lojas, funcionários, mix...)? Em quaisquer negócios tudo ocorre dentro de determinado tempo, desde que

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como a atualização dos funcionários reflete nos resultados da rede? A capacitação profissional hoje é intrínseca a qualquer ramo de negócio. Tudo muda muito rapidamente. E esse segmento em que atuamos é muito dinâmico e dos que mais enfrentam concorrência. Desta feita, a empresa que não investe na atualização de seus colaboradores não cresce e fica sujeita a desaparecer de um mercado no qual os clientes estão cada vez mais exigentes. Cursos específicos, participação em feiras e congressos, treinamentos e outros proporcionam crescimento empresarial e, principalmente, profissional para o colaborador. É uma busca constante de soluções para aumentar a qualidade do nos-

so atendimento e a produtividade. O resultado, evidentemente, é a expansão, abertura de novas lojas e de novas oportunidades de emprego pela PANAN. C&C - Como é feita a seleção de pessoal? Analisando os candidatos e escolhendo os que apresentam as melhores condições, dentro do perfil e das competências definidas, para ocupar a vaga que porventura esteja sendo oferecida. C&C - No ano passado houve uma reformulação total no layout e na estrutura da matriz. Como foi essa iniciativa e o que orientou o atual formato da PANAN? Ao longo desses 30 anos, a empresa tem buscado estar sempre “jovem” tanto no seu layout quanto em seu sistema administrativo. Se o mundo caracteriza-se por constantes mudanças, por que não mudar a organização para atrair e dar mais conforto aos clientes e motivar os colaboradores? É gerador de mais negócios e, no caso específico da matriz, que ainda não está totalmente com a reforma concluída, já está sendo um ponto de referência para quem mora ou visita Campo Grande. C&C - Essas mudanças já trouxeram reflexo em termos de venda? De que forma? Como foi a aceitação? Layout mais atrativo, mudança no ambiente sempre refletem em bons resultados sobre as vendas. Estamos oferecendo ambiente totalmente climatizado, novas seções, como a de utilidades, aumento no número de mix de produtos, amplo estacionamento e outros. Enfim, o retorno que os clientes nos proporcionam é altamente positivo. C&C - Como o senhor analisa a proposta da revitalização e a despoluição da região central de Campo Grande? O nosso centro comercial só tem a ganhar com o visual de fachadas limpas e padronizadas. Ganham os empresários, pois haverá um aumento no fluxo de pessoas atraídas pela nova roupagem, e a população que terá um bem-estar estético e cultural, conforme o próprio objetivo do projeto da Prefeitura de Campo Grande.

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C&C - Hoje qual é o principal desafio do empresário deste segmento? O maior desafio de qualquer organização é manter-se no mercado. O avanço tecnológico coloca o mundo nas pontas dos nossos dedos, tamanha é a velocidade de informações e mudanças a que estamos expostos neste mundo globalizado. O plano que traçamos hoje pode não ser o ideal amanhã, pois novas situações podem surgir inesperadamente. Devemos ter uma visão holística não apenas no contexto interno da empresa, mas também no externo, e buscar, com a rapidez que o mercado exige, soluções favoráveis ao nosso negócio. A alta carga tributária que afeta os brasileiros é apenas um item, no rol de desafios que aqui poderíamos enumerar. Podemos juntar a falta da mão de obra qualificada e a quantidade imensa de leis que emperra o crescimento mais acelerado das empresas. C&C - Como a cobrança do ICMS do comércio eletrônico está refletindo nas empresas que, como a PANAN, estão sediadas em nosso Estado? O produto adquirido pelo sistema on-line chega ao consumidor por um custo bem mais inferior se comparado com o comércio local, porque as alíquotas de ICMS de outros estados são menores do que é cobrado em Mato Grosso do Sul. É uma operação que consideramos desleal, pois não gera impostos, empregos e serviços para nosso Estado. Portanto, o governo age com justiça ao cobrar o ICMS na entrada dessas mercadorias, condicionando igualdade com as empresas aqui sediadas. Com isso ganham o comércio, que passa a ter igualdade na concorrência, e a população, mais benefícios gerados com o aumento na arrecadação estadual. C&C - Falando em mudança de hábito, como o aumento do poder de consumo das classes C e D tem refletido no movimento da PANAN? Com o poder de compra das classes emergentes surgem, evidentemente, novas oportunidades de negócios para a PANAN. Os nossos clientes são empreendedores, donos de padarias, supermercados, restaurantes, hotéis e outros, que aumentam suas vendas e, na corrida para não perderem a nova clientela, fazem investimentos em novos produtos e equipamentos. Temos traçado estratégias para que a marca PANAN seja sempre lembrada na decisão de compra.

DIVERSIFICAÇÃO DE PRODUTOS, INVESTIMENTOS EM TECNOLOGIAS ATUAIS E MUDANÇA DE LAYOUT SÃO ARTIFÍCIOS PARA ESTAR SEMPRE CHAMANDO A ATENÇÃO DA CLIENTELA

C&C - E o mix de produtos? De que forma que é escolhido diante da velocidade nos avanços tecnológicos? A rede faz pesquisa de demanda para definir esse mix? Estamos sempre participando de feiras nacionais e internacionais de produtos e serviços que nos oferecem novos lançamentos e as tendências. É claro que a PANAN considera em primeiro lugar a vontade e o desejo do cliente, embora orientamos em direção a equipamentos com melhor custo/benefício. C&C - Quais os projetos da PANAN e planejamento para este ano de 2012? Manter a equipe de colaboradores sempre motivada e concluir a ampliação da loja matriz em Campo Grande, o que irá nos proporcionar um aumento na área de vendas e no número do mix de produtos. Fatores que irão proporcionar condições superiores de atendimento às que já praticamos aos nossos clientes, razão principal da existência de nossa empresa.

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SENAC MS

Gov. Federal e Senac oferecem mão de obra qualificada e cursos profissionalizantes por meio do PRONATEC O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) é um conjunto de ações que visam ampliar a oferta de vagas na Educação Profissional e Tecnológica (EPT) melhorando as condições de inserção de seus beneficiários no mercado de trabalho.

EM MS, ESTÃO DISPONIBILIZADAS 2.641 VAGAS PARA ATENDER ALUNOS INTERESSADOS EM CURSOS VARIADOS

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carência de mão de obra qualificada é fato no Brasil. No entanto, o processo de capacitação enfrenta dificuldades diversas que vão desde a baixa qualidade da educação básica até a falta de cursos adequados às necessidades dos empresários dos diversos segmentos produtivos. Para contornar esse problema, o Governo Federal investirá R$ 24 bilhões até 2014 para gerar 8 milhões de vagas em cursos de formação técnica e profissional


por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, destinados a estudantes e trabalhadores. Segundo o Governo, serão 5,6 milhões de vagas para cursos de curta duração e 2,4 milhões para as de cursos técnicos, com carga horária mais longa, de - em média - um ano. O Sistema S (SENAC, SESC, SENAI e SESI) terá papel decisivo no PRONATEC e o SENAC será um dos parceiros mais atuantes pois, além de possuir knowhow, docentes altamente capacitados, tem estrutura física para atender a demanda por vagas. Para garantir a expansão imediata do número de matrículas, as unidades da Instituição serão ampliadas. Em Mato Grosso do Sul, o SENAC ampliou a oferta de vagas para receber os alunos que vão complementar formação educacional com capacitação técnica e profissional. De acordo com o diretor regional do SENAC MS Vitor Mello, a instituição disponibilizou 2.641 vagas para 2012. “Direcionamos cursos que atendem as necessidades das empresas do segmento do comércio de bens, serviços e turismo. Será possível melhorarmos a empregabilidade das pessoas que passarem pelas nossas escolas e, consequentemente, a qualidade dos serviços e a produtividade das empresas também, por meio de um quadro de colaboradores mais preparado.”

DESENVOLVENDO CIDADÃOS E O ESTADO Uma pesquisa da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) mostra que as empresas localizadas na região Centro-Oeste são as que mais apresentam dificuldades com a falta de mão de obra qualificada. Esse tema é considerado um problema para 64% das empresas da região. A demanda por profissionais qualificados, que contribuam para o aumento da competitividade, faz com que as chances para quem quer entrar no mercado de trabalho aumentem. O comércio é um dos segmentos mais competitivos para quem quer crescer profissionalmente. Para contribuir com esse processo, o SENAC MS disponi-

biliza cursos gratuitos de educação profissional nos municípios de Campo Grande, Corumbá, Dourados e Três Lagoas, sendo cursos de qualificação e nível técnico. O diretor do SENAC MS conta que a partir de 2013 essa oferta será ampliada para outros municípios do Estado. Vale lembrar ainda que os alunos receberão todo o material didático necessário para as aulas, além do vale-transporte para deslocamento, lanche, e outros itens necessários. “Podemos dizer que se trata de um ciclo virtuoso: ao mesmo tempo em que apoiaremos a entrada ou recolocação de milhares de pessoas no mercado de trabalho, dando a elas condição de renda e manutenção de uma vida digna, contribuiremos com o desenvolvimento econômico do nosso Estado por meio do aumento da competitividade de nossas empresas.” COMO PARTICIPAR O PRONATEC trabalhará com duas modalidades de formação. A Bolsa Formação Estudante, destinada a alunos do Ensino Médio de escolas públicas, vai ofertar cursos de formação técnica de nível médio. Nesse caso, o grande parceiro na captação e seleção de alunos será a Secretaria Estadual de Educação. Em Mato Grosso do Sul foi realizado o processo de seleção em dezembro e a previsão é que as aulas comecem no dia 5 de março nas unidades do SENAC. A outra modalidade será a Bolsa Formação Trabalhador. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) será parceiro demandante dessa modalidade e oferecerá vagas para os beneficiários do Seguro-Desemprego por intermédio dos postos do Sistema Nacional de Emprego (SINE). Nesse caso, os beneficiários serão trabalhadores que estejam solicitando o Seguro-Desemprego. Para esse público serão ofertados cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC), capacitações com no mínimo 160 horas. A princípio, o processo de seleção não envolverá a aplicação de provas, mas dependerá do encaminhamento do MTE e a quantidade de vagas disponibilizadas pelas escolas ofertantes, incluindo o SENAC.

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OPORTUNIDADE Desde o ano de 2008 o SENAC é parceiro do Governo Federal no que diz respeito às Políticas Públicas de Inclusão Social, comprometendo-se a aumentar significativamente sua oferta social por meio do Programa SENAC de Gratuidade (PSG). O PRONATEC é outro programa que vai democratizar a oferta de cursos técnicos e profissionais de nível médio, e de cursos de formação inicial e continuada, sem custo para os alunos. “Ao mesmo tempo em que desempenhamos a nossa missão - que é ‘Educar para o trabalho’ - participaremos da mudança de vida de milhares de pessoas que terão a oportunidade de se qualificar, conseguir um

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emprego, gerar renda e ganhar mais dignidade e qualidade de vida”, explica Vitor Mello. Mato Grosso do Sul, por meio do SENAC, foi escolhido para desenvolver o curso Técnico em Logística, oferecido como piloto, em um dos eixos do PRONATEC, que beneficia estudantes do ensino médio das redes públicas. O curso atende 40 alunos da escola estadual Padre José Scampini, em Campo Grande. Ianca Matos Ferreira, de 16 anos, faz parte dessa turma piloto e afirma: com o curso ampliou a própria visão a respeito do seu futuro profissional. “Quando comecei o curso, não imaginava que me poderia sentir tão capacitada a colocar teoria em prática. Consigo perceber que

a área de atuação é muito grande, posso ter novos horizontes. Apesar de ser certificada apenas no segundo semestre, já me sinto capacitada e pronta para trabalhar na área.” A faculdade de Direito estava nos planos da aluna, mas é parte do passado, segundo Ianca. “A área de Logística é muito carente aqui em MS. Com a experiência que tenho pretendo somar a um curso de graduação de Engenharia de Produção para - quem sabe, no futuro - ter mais oportunidades de trabalho.”

SENAC MS: ALÉM DE POSSUIR DOCENTES ALTAMENTE CAPACITADOS, KNOW-HOW, TEM ESTRUTURA FÍSICA QUE PODE SER AMPLIADA PARA ATENDER NOVAS DEMANDAS


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Legislação

Planejamento financeiro e cumprimento da Lei são palavras-chave na hora de dispensar funcionários Desde o último trimestre do ano passado, os empresários estão tendo de se adequar a Lei nº 12.506 que regulamenta o aviso-prévio de acordo com o tempo de serviço do trabalhador. A Lei determina que sejam acrescentados três dias de trabalho para cada ano de serviço até o limite máximo de 90 dias para aqueles que têm mais de 21 anos na mesma empresa.

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COMO É CALCULADO O AVISO-PRÉVIO: FUNCIONÁRIOS COM ATÉ

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TEMPO DE AVISO PRÉVIO

1 ano de serviço

30 dias

2 anos de serviço

33 dias

3 anos de serviço

36 dias

5 anos de serviço

42 dias

10 anos de serviço

57 dias

15 anos de serviço

72 dias

19 anos de serviço

84 dias

20 anos de serviço

87 dias

21 anos ou mais

90 dias

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assados alguns meses, algumas dúvidas são recorrentes para empresários, contadores e empregados. O trabalhador que antes cumpria aviso-prévio de 30 dias tinha como direito reduzir duas horas diárias de sua jornada de trabalho ou então ser dispensado de seus serviços na última semana que estivesse cumprindo a determinação trabalhista. Com o aviso-prévio de até 90 dias, o benefício vai ter alterações. De acordo com o consultor sindical da Federação do Comércio de Mato Grosso do Sul (Fecomércio MS), Fernando Camilo “As demais exigências do Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) continuam inalteradas, tais como: reflexos no tempo de serviço e indenização de férias e 13º salários. Assim, nos casos em que o funcionário for dispensado do cumprimento do aviso prévio, ele deverá ser remunerado pelo tempo correspondente ao período projetado”. Ou seja: o cálculo referente a férias e ao 13º salário deverá contabilizar valores de acordo com o tempo de aviso-prévio que esse trabalhador deveria cumprir. “A demissão de funcionário deverá ser feita com muito planejamento, a fim de que não se onere o financeiro da empresa nem que se abra uma

brecha para que o trabalhador questione os valores na Justiça do Trabalho”, orienta o consultor. IMAGEM COMPROMETIDA A psicóloga Marialva Pereira Domingues acredita que a Lei não irá resolver o problema da rotatividade de empregados nas empresas e pode, ainda, criar a “indústria da demissão”, quando um colaborador forçar a própria demissão para que receba os 90 dias de aviso, mais salário desemprego e fundo de garantia. Ela cita outro aspecto resultante da Lei. O aumento de dias a serem cumpridos pode se tornar uma prolongação do sofrimento e mal-estar entre trabalhador e instituição, nos casos em que as partes estão descontentes com a permanência do funcionário na empresa. “Se uma empresa demite ou a pessoa deseja sair, a relação entre colaborador e organização não está mais em sintonia. Se em 30 dias o emocional do empregado já pode ficar abalado, com até 90 dias a pessoa poderá ficar ainda mais desmotivada. Em alguns casos a imagem da empresa estará comprometida. Por exemplo, se uma atendente de loja que esteja cumprindo o aviso não tratar a clientela com o mesmo empenho. Isso prejudica a empresa.”


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Nosso Ambiente & Cidadania

Mato Grosso do Sul deve ser um dos primeiros Estados a implementar a Lei sobre Inspeção Veicular Medir a emissão de poluentes pelos veículos automotores , verificando se os níveis estão dentro de padrões definidos como aceitáveis, diminuindo assim a poluição dos grandes centros. Este é o objetivo da nova Lei sobre a Inspeção Veicular a qual Campo Grande deverá adotar, seguindo o exemplo de São Paulo e Rio de Janeiro, locais onde a inspeção já é obrigatória a todos os veículos.

AS OFICINAS DE CAMPO GRANDE TERÃO DE SE ADEQUAR À LEI AINDA EM 2012; CAPITAL É UMA DAS PRIMEIRAS CIDADES A IMPLANTAR LEGISLAÇÃO SOBRE INSPEÇÃO VEICULAR

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elaboração das propostas foi determinada aos Estados pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) por meio da Resolução n° 418, órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente. Na maior parte dos casos, as propostas ainda dependem de aprovação dos conselhos estaduais de meio ambiente e de aprovação de leis nas as-

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sembleias legislativas para serem implantadas. Todos os Estados tiveram o prazo de até 30 de junho de 2011 para entregarem os planos de controle de poluição veicular para os conselhos estaduais de meio ambiente. Segundo dados do Conama, os Estados que optaram pela inspeção devem implantar o programa até o dia 25 de abril de 2012.


COMEÇARÁ PELA CAPITAL É o caso de Mato Grosso do Sul e mais nove Estados que adotarão o Plano de Controle da Poluição Veicular (PCPV). Campo Grande será o primeiro município a começar as inspeções. Possui cerca de 40% de toda a frota do Estado (400 mil veículos), o que o coloca em lugar de destaque, mas que também necessita de uma atenção especial. O Secretário Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano Marcos Antônio Moura Cristaldo explica que “foi firmado um Termo de Cooperação Técnica entre a prefeitura e o Governo do Estado que estabelece que a capital adote a inspeção a partir de abril de 2012.” O prefeito da Capital sancionou a Lei sobre o Plano de Controle de Poluição Veicular, aprovada pela Câmara de Vereadores. O secretário explica que será realizada licitação para contratação de uma empresa especializada no serviço e somente após esse processo será fixada uma taxa a ser paga. “A inspeção será anual e poderá ser feita até três meses antes do vencimento da licença do veículo.” De acordo com o PCPV, em janeiro de 2013, Dourados e Três Lagoas também irão aderir ao procedimento, e, a partir do ano seguinte, todos os municípios de MS. Segundo o presidente da Associação das Oficinas Reparadoras de Veículos Automotores de MS (Assorauto) Edivaldo Matos Martins, há dois anos já vem sendo feita uma conscientização com as oficinas quanto ao controle de gases poluentes expelidos pelos veículos. “Estamos conscientizando e orientando os proprietários de que a inspeção veicular, além de contribuir para o meio ambiente, também irá aumentar em cerca de 30% o movimento, já que os veículos terão que ser testados para poder voltar a circular.”

especializada no recolhimento dos produtos. “Este procedimento faz parte da Política Municipal de Resíduos Sólidos. Para que a oficina obtenha o alvará, precisa da Licença Ambiental, e esta exige que as oficinas apresentem relatórios de como estão descartando o “lixo”. Caso os produtos estejam sendo dispensados de forma incorreta, o estabelecimento pode ter o alvará cassado”, explica Marcos Antonio. RESPONSABILIDADE AMBIENTAL A logística reversa deverá entrar em vigor em breve, já que o projeto de lei deverá ser votado pela Câmara de Vereadores ainda neste semestre. Mesmo onerando custos, já que é o proprietário da oficina que paga para a empresa descartar os resíduos, o presidente da Assorauto garante que a ação é extremamente positiva.“ É uma preocupação não só com o meio ambiente, mas também com a saúde de nossos funcionários. As pessoas estão mais conscientes com as questões ambientais e estão dando preferência por estabelecimentos que tenham este cuidado.”

PRODUTOS E MATERIAIS QUE IRIAM PARA O LIXO COMUM VÃO SER RECOLHIDOS POR UMA EMPRESA ESPECIALIZADA EM DAR DESTINO APROPRIADO E, COM ISSO, PRESERVAR O MEIO AMBIENTE

LOGÍSTICA REVERSA Outra ação que está em pleno desenvolvimento é a questão da logística reversa, que consiste em dar destino apropriado a materiais como óleo, estopa, filtros, baterias, além de outros elementos utilizados pelos centros automotivos. Para garantir que esses materiais não prejudiquem o meio ambiente, a prefeitura de Campo Grande incentivou a instalação de uma empresa

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Parcerias

Parcerias multiplicam forças e fazem empresas crescerem Reunião de indivíduos para certo fim com interesse comum. Sociedade, companhia. Essas são algumas definições para a palavra “parceria” nos dicionários. Em um contexto no qual o cliente é cada vez mais exigente e quer ser bem-atendido no menor espaço de tempo possível, a parceria ganhou um significado ainda mais amplo. É sinônimo de sobrevivência.

O

sociólogo Paulo Cabral avalia que esse modelo é resultante do processo de especialização. Ele toma como exemplo o período pós-revolução industrial, quando se percebeu que a divisão técnica do trabalho poderia aumentar a produtividade e otimizar o tempo. “É um processo que vai se expandindo ao infinito. Quanto mais o mercado cresce, tanto maior será a especialização.” Depois de amplamente explorada no setor secundário, a parceria também passou a ser cada vez mais difundida no terciário, em especial na prestação de serviços. “Enxergo esse fenôme-

no fundamentalmente como um desdobramento do processo de especialização e tende a se tornar cada vez mais radical à medida que a humanidade cresce e os negócios se multiplicam. É uma gama imensa de especializações. Conheci uma empresa de gestão de documentos, que faz não só o processamento de documentação como também guarda os papéis, liberando espaço nas empresas”, exemplifica o sociólogo. Para Cabral, o importante, nesse processo, é não perder o foco da articulação do negócio como um todo e acompanhar as mudanças que ocorrem a todo o momento e em ritmo acelerado. Entre corretores de imóveis é comum que os negócios sejam feitos no sistema de parceria. Por isso até mesmo a tabela de honorários da categoria disciplina a divisão de ganhos nesse sistema. O presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis Eduardo Francisco Castro diz que em seu escritório, no qual atua com o filho Eduardo e a esposa Ana Margarida, de 70% a 80% dos negócios são feitos em parceria. “O mundo hoje é globalizado e não tem como ficar isolado. Não adianta o corretor de imó-

CORRETORES DE IMÓVEIS JÁ ESTÃO HABITUADOS A TRABALHAR EM SISTEMA DE PARCERIA PARA DAR RAPIDEZ AOS NEGÓCIOS E SATISFAZER A CLIENTELA

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O LABORATÓRIO BIODIGNOSTIC FORMA UMA PARCERIA DE MAIS DE UMA DÉCADA COM O CENTRO DE DIAGNÓSTICO ULTRAMEDICAL PARA AGILIZAR ATENDIMENTO A PACIENTES

veis insistir em vender sozinho para ganhar todos os honorários, porque vence o prazo estipulado no contrato de exclusividade e ele não atende o cliente, que acaba passando o imóvel para outro.” A corretora de imóveis Laurenice Rodrigues Pagot, que é uma das parceiras do escritório de Eduardo, há quatro anos atua na área e sempre associada a outros colegas. “Este tipo de relacionamento amplia meu leque de produtos, não fico limitada. É importante ter parceiros porque nem todas as horas a gente tem o produto para o cliente.” A trajetória de um dos laboratórios mais conceituados e procurados da Capital, o Biodiagnostic, também está calcada nesse modelo de parceria. Desde 1993 no mercado, foi há 13 anos que o laboratório deu o grande salto, quando encontrou um importante parceiro: Ultramedical Centro de Diagnóstico. O farmacêutico e sócio-proprietário Anisio Aparecido Chacom conta que a facilidade dos pacientes em fazer todos os exames em apenas um local foi a chave do sucesso e o início para outras parcerias. A empresa investiu em postos de coleta no Bairro das Moreninhas e nas Ruas Marechal Deodoro e Humberto de Campos, e na Avenida Júlio de Castilho, além da filial. Hoje a empresa, que conta com 35 funcionários, planeja alçar voo maior e implantar uma nova sede, com área construída de 1,5 mil m² e três pavimentos, mas a unidade da Ultramedical continuará sendo “um braço forte”, como define Chacom. O administrador geral da Ultramedical Gil Mário Soares Calado avalia que a parceria foi a chave para conquistar a preferência dos pacientes. “Antes eles tinham que correr de um lado para o outro e aqui podem fazer exames médicos e laboratoriais. A parceria é salutar para a sobrevivência das duas empresas.” E não para por aí, Chacom explica que, para os laboratórios, também é fundamental a atuação conjunta com outras empresas que fazem exames específicos, um exemplo claro do processo de especialização citado pelo sociólogo Paulo Cabral. “Existem laboratórios no País que fazem só determinados tipos de exame e se tornam referência. Eles são centros especializados. Nós fazemos a coleta e mandamos para esses locais. Como o exame de DNA, por exemplo. Não compensaria montar um centro para esse tipo de exame porque a nossa demanda ainda é pequena e a tecnologia empregada é dispendiosa.”

PARA O SOCIÓLOGO PAULO CABRAL, A UNIÃO ENTRE EMPRESAS QUE TÊM O MESMO PÚBLICO-ALVO É UM DESDOBRAMENTO DO PROCESSO DE ESPECIALIZAÇÃO E SERÁ CADA VEZ MAIS COMUM

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Gestão & Finanças

Depois do Natal, o desafio:

como iniciar o ano com o caixa equilibrado?

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começo de ano é sempre um desafio às finanças das empresas. Depois do pagamento da folha de funcionários dobrada pelo décimo terceiro salário, vêm os impostos e as faturas. Nessas horas, o crédito pode ser a solução para não desequilibrar o caixa. O advogado e contador Clauber Neckel, da Neckel Contabilidade e Assessoria Jurídica, é enfático: “É, indiscutivelmente, mais interessante fazer um empréstimo bancário do que deixar os pagamentos de impostos atrasados. As multas e as correções de impostos são pesadas e também há restrições, a empresa inadimplente não pode gerar certidão negativa e não consegue participar de licitação”. Neckel lembra que, além do baque causado pelo custo elevado do benefício natalino, as empresas também se deparam em janeiro com custos operacionais maiores, como despesas com temporários, consumo maior de água e luz, resultado da atividade prolongada no mês de dezembro. PLANEJAMENTO E PRECISÃO Proprietária da rede Suprimac, que já existe há 26 anos, a empresária Leila Kemp (que tem 35 de experiência no mercado) sabe bem o que é enfrentar fim e início de ano e, em 20 anos que trabalha com operações de crédito, não tem dúvidas

É, INDISCUTIVELMENTE, MAIS INTERESSANTE FAZER UM EMPRÉSTIMO BANCÁRIO DO QUE DEIXAR OS PAGAMENTOS DE IMPOSTOS ATRASADOS, AFIRMA CLAUBER NECKEL

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de que “é inviável usar capital próprio para giro de mercadorias”. Por isso, ela já inclui no planejamento anual as prestações dos empréstimos para giro e também usa linha de financiamento para o pagamento do décimo terceiro salário dos 180 funcionários da rede, que conta com duas filiais e uma distribuidora. Para compor o estoque para este início de ano, as compras já começaram bem antes, em julho do ano passado. Já as despesas com impostos, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), entram no caixa próprio da empresa, dentro do calendário anual de compromissos. Leila afirma que o importante é fazer os cálculos com precisão, e recomenda: “Há muitas linhas de financiamento com taxas interessantes. Mas é preciso considerar esses custos na composição da margem de lucro dos produtos”. LEILA KEMP ENSINA QUE OS CUSTOS COM LINHAS DE FINANCIAMENTO JÁ ESTÃO PREVISTOS NA MARGEM DE LUCRO DOS PRODUTOS E QUE UTILIZA FINANCIAMENTOS COM TAXAS “INTERESSANTES”.


FECOMÉRCIO-MS

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período período dede 1515de defevereiro fevereiro a a1010de deabril abrilde de2012 2012 , na , na sede sede dos dos instituidores instituidores e parceiros, e parceiros, quando quando exercício 2012 devidamente quitada por seus clientes, contribuíntes dos instituidores e parceiros, no será será substituída substituída por por cupom cupom numerado. numerado. período de 15 de fevereiro a 10 de abril de 2012, na sede dos instituidores e parceiros, quando será substituída por cupom numerado.

SORTEIO SORTEIODIA DIA2525DEDEABRIL ABRILDEDE2012 2012 GUIA GUIA SINDICAL SINDICAL

PATRONAL PATRONAL GUIA SINDICAL

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CUPOM CUPOM CUPOM

SORTEIO DIA 25 DE ABRIL DE 2012

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FECOMÉRCIO-MS FECOMÉRCIO-MS

PRÊMIO PRÊMIO PRÊMIO


Sindical

Preparar os empresários para um comércio forte e competitivo O Sindicato do Comércio Varejista de Aquidauana, Anastácio e Região perpetuou e deu origem a um varejo cada vez mais estratégico e tecnológico, se destacando a cada dia por oferecer novas ferramentas, por exemplo, treinamentos e cursos em parceria com o Sistema Fecomércio SESC e SENAC.

F

SIRNAY MORO

undado em 25 de julho de 1953, o Sindicato do Comércio Varejista de Aquidauana, Anastácio e Região nasceu da força e determinação de empreendedores que há décadas deram os primeiros passos rumo à consolidação da atividade varejista da região. Além de atender os municípios de Aquidauana e Anastácio, o Sindicato acolhe a demanda dos comerciantes das cidades de Miranda, Bodoquena, Nioaque, Jardim, Bonito, Guia Lopes da Laguna e Maracajú, oferecendo aos empresários benefícios como organização de eventos técnicos com palestras e debates, assessoria técnica com atendimento pessoal e telefônico, auxílio na contratação e reciclagem de funcionários com reuniões mensais e apoio técnico de profissionais especializados, além dos cursos e treinamentos do SESC e SENAC. De acordo com o presidente Denire Carvalho, que está há sete anos à frente do Sindicato, a mudança mais visível nos últimos anos foi a construção da sede própria com apoio da prefeitura e também do SENAC. “Esta nova casa tornou o Sindicato mais representativo e mais reconhecido. Ficamos mais próximos do Sistema Fecomércio MS e suas ações, atividades e serviços e, com isso, temos a oportunidade de nos aperfeiçoarmos por meio de cursos e treinamentos oferecidos. Estamos nos tornando a cada dia um porto seguro para os lojistas, garantindo a eles um ambiente cada

DENIRE CARVALHO: META EM 2012 SERÁ CAPACITAR LÍDERES E EXECUTIVOS PARA ATUAREM EM PROL DAS EMPRESAS

vez melhor para uma gestão mais produtiva.” Ainda de acordo com o Presidente, uma das melhores estratégias de divulgação das ações do Sindicato foi a implantação do site. “Por meio do nosso portal da internet, é possível divulgar as ações desenvolvidas pela casa. Além da transparência, conseguimos levar informações referentes ao comércio, aos serviços e ao turismo às empresas e dirigentes da região.” ESTRATÉGIAS PARA 2012 O Sindicato conta com 13 diretores e está com planos de aumentar a representatividade da classe neste ano. Para isso, preparou ações que devem atrair não só empresários, mas toda a população da região. “Uma sede própria do SESC e do SENAC será construída para melhorar SEDE PRÓPRIA, COM APOIO DA PREFEITURA E DO SENAC MS POSSIBILITA A OFERTA DE CURSOS TÉCNICOS PROFISSIONALIZANTES E TAMBÉM MAIOR APROXIMAÇÃO COM O EMPRESARIADO

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o atendimento e a oferta de cursos que vão capacitar funcionários do comércio. A doação do terreno foi feita pela prefeitura. Além disso, vamos manter nossa parceria com o Instituto Fecomércio MS para que sejam realizadas pesquisas sazonais, cujos dados subsidiem os empresários para a tomada de decisões”, afirma o presidente. Outro destaque para este ano é a parceria com o SESC MS e a Prefeitura Municipal. Pelo convênio, o SESC irá oferecer tratamento dentário gratuito à população com prioridade no atendimento aos funcionários do comércio varejista. A carreta do OdontoSESC deve ficar em Aquidauana por 120 dias, a partir de janeiro. Com a Fecomércio MS, o presidente do Sindicato reafirmou o compromisso de seguir com as ações do Sistema de Excelência em Gestão Sindical (SEGS) que no ano passado mostrou resultados favoráveis e aplicáveis aos interesses do Sindicato. “Desejamos contribuir para a maturidade do Sindicato nos aspectos como associativismo e serviços oferecidos aos empresários. Neste início de ano nossa meta será capacitar líderes e executivos para melhor atuarem em prol dos interesses das empresas que representam.” PARCERIAS COM EMPRESAS PRIVADAS E PÚBLICAS SÃO ESSENCIAIS PARA TORNAR O TERCEIRO SETOR MAIS ATUANTE

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ESTACIONAMENTO PRÓPRIO

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Artigo

As taxas de juros no Brasil

Antonio Oliveira Santos, presidente da Confederação Nacional do Comércio (CNC)

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ausa perplexidade a todos os analistas o fato excêntrico de ostentar o Brasil as mais altas taxas de juros reais do mundo, tanto para o setor privado como para os títulos do Tesouro Nacional. De um modo geral, essas taxas são “puxadas” pela taxa básica SELIC, fixada pelo Banco Central, cuja explicação carece de uma justificação convincente. Coexistem, no Brasil, duas políticas monetárias: uma patrocinada pelo Governo, com vistas à expansão dos empréstimos do BNDES, CEF e Banco do Brasil, e outra comandada pelo Banco Central, que, presumivelmente, atuaria sobre o sistema de crédito privado. No fundo, a elevada taxa de juros SELIC, além de influenciar o custo da colocação dos títulos públicos, também serve de parâmetro à captação de recursos pelos bancos comerciais e de investimentos, inclusive para os Fundos de Renda Fixa,

LINHA DE CRÉDITO

AGOSTO/11

os bancos tomam dinheiro emprestado e a taxa pela qual emprestam dinheiro, ou seja, o chamado spread bancário. A taxa de juros média paga pelas pessoas físicas, no Brasil, é de 46% ao ano e pelas pessoas jurídicas, 40% ao ano. Fica difícil imaginar a viabilidade de algum projeto perante esse custo de captação. Daí a corrida aos empréstimos dos bancos públicos. Mas isto não é tudo, diante dos escandalosos juros cobrados dos inocentes consumidores. Parece inacreditável, mas, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças e Contabilidade (ANEFAC), a taxa média de juros paga pelo consumidor gira em torno de 6,5% ao mês ou 116% ao ano. No caso do cheque especial, a taxa média está em cerca de 8,2% ao mês. O argumento dos bancos privados, para justificar tamanha discrepância,

SETEMBRO/11

VARIAÇÃO

VARIAÇÃO

TAXA MÊS

TAXA ANO

TAXA MÊS

TAXA ANO

%

PTOS. PRECENTUAIS

5,60%

92,29%

5,54%

90,99%

-1,07%

-0,06%

Cartão de Crédito

10,69%

238,30%

10,69%

238,30%

0,00%

0,00%

Cheque Especial

8,25%

158,90%

8,23%

158,33%

-0,24%

-0,02%

CDC - bancos

2,29%

31,22%

2,24%

30,45%

-2,18%

-0,05%

Empréstimo pessoal (bancos)

4,58%

71,15%

4,47%

69,00%

-2,40%

-0,11%

Empréstimo pessoal (financeiras)

9,11%

184,69%

8,94%

179,41%

-1,87%

-0,17%

Taxa Média

6,75%

118,99%

6,69%

117,51%

-0,89%

-0,06%

Juros Comércio

que vendem quotas no mercado de capitais. A partir daí, é importante ressaltar que, apesar da ênfase desproporcional que tem sido dada à taxa SELIC, as taxas pagas pelos consumidores e empresários são muito mais elevadas. Isso se deve à diferença entre a taxa pela qual 58

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reside no chamado “Custo Brasil”, que seria o grande culpado pelas taxas estratosféricas cobradas dos clientes. É útil, então, recorrer-se ao Relatório de Economia Bancária e Crédito de 2009, o último divulgado pelo Banco Central, no qual há uma decomposição do spread bancário, tornando possível detectar

as causas de seu inchaço. Como demonstra o Relatório, a carga tributária tem um peso considerável, respondendo por mais de 24,7% do total do spread. A inadimplência também possui um peso grande, sendo responsável por mais de 27% da totalidade. Além disso, os custos administrativos dos bancos representam 14,6% do spread. No entanto, o maior componente do spread bancário é a margem líquida dos bancos que responde por mais de 31% do total. Nesse contexto, a diminuição do spread não depende apenas da redução da taxa SELIC, mas também do aumento da eficácia do Sistema Tributário Nacional, assim como de uma maior competição no mercado bancário no Brasil, tornando-o mais eficiente e reduzindo seus lucros, com o que sairão favorecidos os consumidores, que, no caso, são tomadores de recursos. Assim, há um excesso de ênfase, no Banco Central, quanto à formulação da política monetária. Muitas das causas que colocam a inflação acima da meta fogem ao raio de ação da taxa SELIC. Seria, pois, do melhor alvitre, apostar em uma maior consonância e consistência entre a política monetária e a política fiscal, assim como no encaminhamento das reformas que possam resolver o problema da indexação e da cunha fiscal que pesa sobre os juros bancários. Adicionalmente, é necessário simplificar o Sistema Tributário e criar condições para elevar a competição entre as instituições financeiras, possibilitando a redução do spread. Essas medidas contribuiriam, significativamente, para a queda das taxas de juros no Brasil e não apenas a queda da taxa SELIC. Isto, além da correção necessária para impor limites razoáveis às extravagantes taxas de juros cobradas na utilização dos cartões de crédito.


Em 2012, sente-se conosco à mesa de parceria e solidariedade O Programa Mesa Brasil SESC em Mato Grosso do Sul cumpriu à risca com o seu papel de contribuir com a segurança alimentar e nutricional das pessoas em situação de maior vulnerabilidade. Ao mesmo tempo, atuou na redução do desperdício, mediante a doação de alimentos, no desenvolvimento de ações educativas e na promoção de solidariedade social.

Mais de Hum milhão e setecentos mil quilos de alimentos foram arrecadados e distribuídos em 2011 em Mato Grosso do Sul. Com doação de 1.777.718 quilos de alimentos, em três municípios: Campo Grande 888.972 quilos; Dourados 687.545 quilos e Três Lagoas 201.201 quilos. O Programa beneficiou mensalmente 106.656 pessoas em 309 instituições atendidas, Campo Grande 76.716 pessoas, Dourados 26.674 pessoas e Três Lagoas 3.266 pessoas. Esses números foram alcançados em 2011 com a participação efetiva das empresas parceiras e doadoras. Em Campo Grande foram 153 empresas, Dourados 50 empresas e Três Lagoas 13 empresas, solidárias com as ações do Programa. Em 2012, venha você também para esta Rede Nacional de Solidariedade contra a Fome e o Desperdício de Alimentos e faça parte desta ação que integra o SESC MS, empresas, instituições sociais e pessoas voluntárias no esforço conjunto para melhoria da qualidade de vida e da cidadania através da responsabilidade e solidariedade social compartilhada.

Mesa Brasil SESC em Mato Grosso do Sul, busca onde sobra e entrega onde falta. Informações: Campo Grande: (67) 3384-0050 Dourados: (67) 3421-5070 Três Lagoas: (67) 3521-6799

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