Revista Comércio & Cia - 8ª Edição

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Cidades Bonito em números, ações, serviços e, claro, com o charme da cidade mais ecoturística do País.

Meio Ambiente & Cidadania Orla Morena: engajamento e cooperação; todos só têm a ganhar.

P U B L I C AÇ ÃO B I M E S T R A L D O S I S T E M A F E CO M É R C I O M ATO G R O S S O D O S U L | A N O 2 | E D I Ç ÃO N º 8 | M A I O / J U N H O 2 0 1 2

DEVOL UÇÃO GARANTIDA

CORREIOS

Qualidade no atendimento o desafio está lançado

Comércio & Serviços Trocar, consertar, arrumar; a prestação de serviços de consertos, reparos e reformas, um filão no segmento.

COM ÉR C IO & C IA Estratégia: Cartão de fidelidade, só com excelência do produto e do atendimento.

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Palavra do Presidente

Meio ano transcorrido e, em Mato Grosso do Sul, percebemos que as empresas estão contratando mais, a população voltou a comprar, as exportações aumentaram. Reflexo de várias medidas adotadas pelo Governo Federal (redução dos juros bancários, mudanças na regra da poupança, incentivos fiscais). Os indicadores apontam que ainda há fôlego para o consumo. Quem preparou equipes, investiu e motivou os colaboradores, adequou preços e não abriu mão da excelência, seja dos produtos ou dos serviços prestados, irá colher o que plantou. Essa colheita deve ser farta, como também já apontam várias pesquisas indicando um “aquecimento” da economia. É importante que os empresários saibam que é preciso oferecer contrapartida - para funcionários e clientes - a fim de zelar por um “bem” tão caro: a clientela. Utilizar de ferramentas para cativá-la é útil, mas é preciso ir além. Nesta edição, conversamos com quem utiliza estratégias variadas para garantir o retorno dos consumidores. É prática comum o cartão de fidelização, a troca de pontos pelo produto ou serviço. Os consultores de gestão e marketing aprovam a tática, mas reforçam o coro: “é preciso agregar qualidade, excelência em tudo o que é ofertado para que o resultado seja satisfatório”. Complementando esse assunto, a Comércio & Cia. ouviu o presidente do Movimento Brasil Competitivo que falou sobre como a excelência nos órgãos públicos refletiu em aumento da receita e otimização dos recursos. Também buscamos saber mais sobre o impacto de um projeto do Ministério do Turismo em três municípios aqui de MS, que preza - entre outros fatores - pela qualidade em toda a cadeia do turismo. Atentar-se para as experiências aqui narradas por empresários do setor privado, por representantes do setor público ou especialistas pode ser proveitoso para todas as partes envolvidas nesse complexo mundo dos negócios. Boa leitura a todos!

EDISON FERREIRA DE ARAÚJO Presidente do Sistema Fecomércio de Mato Grosso do Sul

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Sumário P U B L I C A Ç Ã O B I M E S T R A L D O S I S T E M A F E C O M É R C I O M AT O G R O S S O D O S U L | A N O 2 | E D I Ç Ã O N º 8 | M A I O / J U N H O 2 0 1 2

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Capa

A fidelização da clientela e a consolidação da marca no mercado passam por um crivo muito seletivo: o atendimento. Ele tem de ser de excelência.

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Economia MS

Empresas cujo segmento é bem setorizado valorizam épocas sazonais com planejamento e qualidade do serviço para garantir boas vendas.

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Comércio & Serviços

Mercado reage à necessidade de uma nova sociedade de consumo e empresas de serviços de reparos e consertos básicos conquistam espaço.

14. Cidades Bonito, a capital do ecoturismo mundial, também se prepara para fomentar novos setores, sempre com total respeito à natureza.

18. Entrevista Presidente do TRE/MS Josué de Oliveira explica por que as eleições deste ano devem entrar para a história do Estado e também do Brasil.

28. Carreira & Mercado Para diminuir custos com licença médica e acidentes de trabalho, empresas contratam técnico de segurança no trabalho e fisioterapeuta.

34. Fecomércio MS Dourados terá Perfil Socioeconômico para investidores e empresários interessados na região. Federação e parceiros fazem o levantamento de dados.

36. Tecnologia & Inovação O uso de tablets e smartphones em âmbito empresarial prometem uma nova revolução no mundo dos negócios.

40. Empresário do Mês Luiz Humberto Pereira mostra a trajetória da Rede Comper e conta a história de um conglomerado campo-grandense que conquistou outros estados.

44. Senac MS Setor de Turismo e Hospitalidade tem futuro promissor e os profissionais têm de estar qualificados com qualidade.

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PRESIDENTE DA FECOMÉRCIO/MS Edison Ferreira de Araújo DIRETORIA 1° VICE-PRESIDENTE Denire Carvalho 2° VICE-PRESIDENTE José Alcides dos Santos 1° SECRETÁRIO Hilário Pistori 2° SECRETÁRIO Manoel Ribeiro Bezerra 1° TESOUREIRO Sebastião José da Silva 2° TESOUREIRO Roberto Rech SUPLENTES DA DIRETORIA Ricardo Massaharu Kuninari; Valdir Jair da Silva; Carlos Roberto Bellin; Benjamin Chaia; Álvaro José Fialho; Cláudio Barros Lopes

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Estratégia

Cartão de fidelidade, de pontos, premiação. A arte de garantir o retorno do cliente deve ser encarada como estratégia de negócio.

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Ponto de Vista

Erik Camarano, diretorpresidente do Movimento Brasil Competitivo, argumenta sobre a excelência no atendimento de órgãos públicos.

SINDICATOS REPRESENTADOS PELA FECOMÉRCIO/MS Sind. do Com. Atacadista e Varejista de Dourados; Sind. do Com. Varejista de Amambai; Sind. do Com. Varejista de Aquidauana e Anastácio; Sind. do Com. Varejista de Campo Grande; Sind. do Com. Varejista de Corumbá; Sind. do Com. Varejista de Gêneros Alimentícios de Campo Grande; Sind. do Com. Atacadista e Varejista de Materiais de Construção de Campo Grande; Sind. do Com. Varejista de Naviraí; Sind. do Com. Varejista de Paranaíba; Sind. do Com. Varejista de Três Lagoas; Sind. do Com. Varejista de Ponta Porã; Sind. do Com. Varejista de Produtos Farmacêuticos de MS; Sind. dos Despachantes Documentalistas do Estado de Mato Grosso do Sul; Sind. dos Representantes Comerciais do Estado de Mato Grosso do Sul; Sind. dos Centros de Formação de Condutores de Veículos do MS; Sind. dos Revendedores de Veículos Automotores de C. Grande SUPERINTENDENTE DA FECOMÉRCIO/MS Reginaldo Henrique Soares Lima

48. Legislação Lei que não prevê diferença trabalhista entre o serviço executado em uma empresa e a distância ainda é polêmica e divide opinião dos juristas e empresários.

50. Nosso Ambiente & Cidadania Na capital, mais e mais pessoas cuidam de espaços públicos com zelo e carinho. As empresas querem mais trabalhadores com esse perfil.

DIRETOR SUPERINTENDENTE IFMS Thales de Souza Campos DIRETOR REGIONAL DO SENAC/MS Vitor Mello DIRETORA REGIONAL DO SESC/MS Regina Ferro COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO Núbia Cunha

54. Parcerias Campo Grande, Corumbá e Bonito participam de projeto do Ministério do Turismo para capacitar empreendedores locais para a gestão do setor.

58. Sesc MS Unificação dos ensinos Infantil e Fundamental permite mais qualidade do ensino e novas atividades extracurriculares no SESC Horto, em Campo Grande.

60. Sindical Sindicatos filiados ao Sistema Fecomércio MS empenham-se na confecção de sites das instituições para melhorar a qualidade dos serviços prestados.

62. Gestão & Finanças Sistema cooperativo de crédito é opção para empresários que querem taxas reduzidas e custos operacionais menores.

EDIÇÃO: Infinito Comunicação Empresarial infinitocomunica@gmail.com EDITORA-CHEFE: Neusa Pavão MTB/MS 035 REPORTAGEM: Neusa Pavão, Fernanda Mathias MTB/MS 041, Marineiva Rodrigues MTB/MS 114, Rosana Siqueira MTB/MS 08, Fernanda Kintschner MTB/MS 874, Michele Abreu REVISÃO: Vanderlei Verdoim FOTOS: Mário Bueno MTB/MS 166; Edson Ribeiro MTB 050 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Futura Marketing e Propaganda COMERCIALIZAÇÃO: Departamento de Relações com o Mercado - FECOMÉRCIO/MS PUBLICIDADE: Cândido da Costa Silva GESTORA DE RELAÇÕES COM O MERCADO: Ionise Catarina Piazzi Tavares CONSULTORA DE RELAÇÕES COM O MERCADO: Cátia de Almeida comercial@fecomercio-ms.com.br Rua Almirante Barroso, 52, Bairro Amambaí, CEP: 79008-300, Campo Grande/MS Fone: (67) 3321-6292 / Fax: (67) 3321-6310


Capa

Atendimento de excelência, o desafio de quem quer consolidar a marca e a clientela E

m um mercado cada vez mais competitivo, quando se fala em conquistar clientela, preços, qualidade nos serviços e produtos oferecidos são o básico para o sucesso de um empreendimento. Para ter diferencial é preciso investir no atendimento. Mas o que é o bom atendimento? Sob o ponto de vista do Código de Defesa do Consumidor (CDC), que não traz regra específica sobre o assunto, é preciso garantir “o respeito à dignidade do consumidor”. A obrigação está muito aquém do que espera um cliente cada vez mais exigente e disputado. Para se tornar referência e atingir a tão falada excelência em atendimento, o ponto de partida é formar uma equipe bem- treinada, motivada e coesa. “Um profissional, quando atua em uma área na qual se sente realizado e satisfeito, obterá resultados muito superiores e desenvolverá a excelência, o que será visivelmente percebido pelos clientes que corresponderão com o crescimento da empresa. A empatia é outro fator preponderante e estabelece o diferencial entre o bom e o excelente. Colocar-se na posição do cliente nos dias atuais é uma opção que poucos têm acesso”, observa o consultor Cristiano Rodrigues, da empresa de treinamentos Bem-Estar Sucesso, que conta em sua bagagem com mais de 15 anos de experiência no setor de Marketing e Publicidade Estratégica. Consultor e estudioso do comportamento humano, Carlos Hilsdorf define o atendimento de excelência: “é aquele por meio do qual solucionamos os problemas atuais dos clientes, evitamos problemas futuros e agregamos valor à vida e aos negócios de nossos clientes”. Um erro comum e que pode ser fatal é não saber lidar com o atendimento de situações de conflito, trocas e devoluções. “Esta, que é uma excelente oportunidade para fidelizar clientes e até realizar vendas adicionais, acaba sendo uma situação na qual a maioria de estabelecimentos perde clientes todos os dias”.

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Hilsdorf, que compara o atendimento à “digital da empresa”, lembra que um trabalho de qualidade agrega valor e pode minimizar impacto de outros fatores. “Quanto maior o valor agregado, menor o preço percebido”. Com base nessa lógica, o impacto do bom atendimento se torna mais importante na medida em que o custo dos serviços ou bens adquiridos pelo cliente aumenta. “Quanto maior o investimento realizado por um cliente na aquisição de um bem ou serviço, maior será o grau de exigência e a necessidade de confiança com relação ao atendimento prestado pelo fornecedor. Quando pagamos um valor maior por um bem ou serviço, seja ele qual for, necessitamos depositar mais confiança no vendedor e sentir que todas as nossas expectativas estão sendo devidamente atendidas no âmbito da solução que buscamos e do relacionamento que desejamos com esta empresa”. >> Nada mais que obrigação No CDC também não há uma norma que exija o bom atendimento. O Art. 4º, ao tratar da Política Nacional das Relações de Consumo, traz como um de seus objetivos a garantia do respeito à dignidade do consumidor. Outro Atendimento de qualidade: problema solucionado, sem repetição, diz Carlos Hilsdorf


Na rede Le Moulin, as clientes são conhecidas pelo nome

Diversidade de produto, preço e competência também permeiam o conceito de qualidade no atendimento no setor varejista

ponto, é considerada prática abusiva, sendo vedado aos fornecedores recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes. “Então o bom atendimento fica em um campo muito subjetivo, visto pela ótica dos princípios, mesmo porque não é possível estabelecer uma regra que institua por lei a boa educação; isso vem de berço”, observa o coordenador do órgão Alexandre Rezende. Ele observa que tecnicamente é possível entender como bom atendimento aquele que zela pela segurança e a informação completa e adequada sobre o produto ou serviço, mas é preciso pensar em questões subjetivas, como gentileza, simpatia e educação. Alexandre explica que não há um lastro para que o PROCON aplique punições por mau atendimento, mas alerta: “a maior consequência negativa no caso do mau atendimento é a perda do cliente, que, na verdade, é o conselho do próprio PROCON para quem não seja bem-atendido. Sempre recomendamos: “Olhe o ranking do PROCON antes de fechar um negócio e veja se vale a pena arriscar ser mal-atendido, considerando o número de reclamações de uma empresa. Se for o caso, mude de fornecedora, mesmo porque, cada vez mais o mercado está aberto, o que estimula a concorrência”. >> Atenção Cliente gosta de ter atenção. É o que diz Bernadete Salete Lima, gerente de uma das quatro lojas Le Moulin na capital. Há 20 anos no mercado, a rede alia serviços de depilação e comércio de roupas, calçados e acessórios e caiu no gosto de milhares de campo-grandenses. “A gente conhece nossas clientes pelo nome. Pelo menos 70% delas vêm todos os meses.”

Além de oferecer um serviço de qualidade, a proximidade com a clientela é outro fator que ajuda, especialmente no segmento de beleza. Por isso, Bernadete explica que na seleção das funcionárias a simpatia e a receptividade para com o cliente estão entre os principais aspectos avaliados. “O sorriso no rosto é fundamental, pois essa consumidora quer ter atenção total.” >> Motivação Quando se fala em atendimento de qualidade, trabalhar com equipe motivada está intrínseco. Proprietários do Firula’s Café, Milla Resina e Carlos Batalha equilibram as atenções entre os clientes e colaboradores em busca da sintonia. “No nosso ramo, a rotatividade é muito grande. Formar uma equipe é muito difícil. Procuramos proporcio-

No Firula´s Café, motivar funcionários e clientes na busca de sintonia e atendimento de excelência

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nar um ambiente de trabalho bacana para o colaborador trabalhar tranquilo e isso influencia no produto final”, diz Carlos. Entre as duas lojas são 30 colaboradores que recebem como orientação máxima tratar o cliente com cordialidade, deixando-o à vontade para que possa expressar suas expectativas. “É tentar perceber aquilo que ele busca. Isso é o desafio, se esse consumidor quer só fazer uma refeição rápida; se ele quer conversar.” O empresário explica que é importante estabelecer essa abertura para receber a percepção do cliente, que também se sente à vontade para dar sugestões e até mesmo fazer críticas. Para aguçar o olhar dos colaboradores, eles passam por treinamentos, sempre focando o bom senso. “Tem que usar um pouco de psicologia, tentar perceber a reação do cliente no momento em que ele degusta o prato para direcionar nossas ações.”

Divulgação

*O consultor Carlos Hilsdorf irá proferir palestra no dia 28 de junho, em Campo Grande, integrando a programação do Ciclo de Workshops da Fecomércio MS de 2012.

Para Cristiano Rodrigues, “a empatia tambÉm estabelece o diferencial”

>> NA BASE DA CONFIANÇA De portas abertas antes mesmo da própria instalação oficial do Estado de Mato Grosso do Sul, a Thomaz Lanches é um dos pontos mais tradicionais de Campo Grande e, além da qualidade dos salgados, o sistema de atendimento é ingrediente fundamental do sucesso do estabelecimento, sempre cheio. “É uma relação de confiança. Eu, quando posso, tomo meu café da manhã lá, mas há pessoas que vão todos os dias”, diz o jornalista Edson Godoy, cliente assíduo há 12 anos. Sociedade familiar, a lanchonete abriu as portas em 1978 e aposta na valorização da clientela para conseguir fidelidade. O contato direto com o dono, o fundador da empresa José Thomaz, também é outro ponto alto na fidelização de gerações de clientes. Sócio-proprietário, José Thomaz Filho conta que o sistema diferenciado de atendimento não foi premeditado: “Quando abrimos nossa loja, o movimento era tímido, recebíamos visita de amigos, deixávamos as bandejas no balcão para que eles se servissem o que acabou virando, com o passar do tempo, o grande marketing de nossa loja”. Thomaz Filho diz que a liberdade do autoatendimento é uma forma de valorizar o cliente, que se sente respeitado pela confiança depositada nele. Questionado se muitas vezes a empresa não sai no prejuízo, Thomaz não tem dúvidas de que o sistema vale a pena: “Considerar que uma pessoa possa pegar o que quiser e depois dizer o que consumiu acaba aguçando os ditos “espertos”, mas felizmente existem muitas pessoas honestas, que devem ser valorizadas. Cria-se uma reciprocidade, um exemplo a ser seguido, enfim, o cliente carrega isso como uma coisa jamais vista e acreditamos que, por se sentir bem no ambiente, a confiança é o que predomina”.

Na Thomaz Lanches, a confiabilidade na clientela e a qualidade do serviço

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Economia MS

Datas sazonais aquecem o comércio Os meses de junho e julho representam um período importante para a economia do País e, em Mato Grosso do Sul, a realidade não é diferente. As datas sazonais, como Festa Junina, Dia dos Namorados e o período de férias escolares, ajudam a aquecer o comércio varejista e o de turismo.

Aumento nas vendas pode ser de até 20%

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lém das comidas típicas, as festanças dos arraiais movimentam outro setor, as lojas especializadas em artigos de decoração e fantasias. Segundo a supervisora de vendas do Bazar São Gonçalo, em Campo Grande, Sônia Almeida, o período junino é significativo na movimentação dos negócios, representando um aumento de 50% durante os meses de maio a julho. “No final do mês de maio já começa a procura por artigos juninos. As fantasias têm maior demanda, principalmente para crianças, mas também vendemos artigos para enfeitar as festas. Está sendo a melhor data para nós, ganhando até do Carnaval e do Natal.” Quem também lucra com o período é a loja de fogos de artifício Brasfogos, também na capital. A loja é uma das primeiras no País a trabalhar exclusivamente com fogos de artifício. A experiência tem dado tão certo que até pessoas de outros Estados vieram conhecer o estabelecimento e copiar a ideia. Segundo o proprietário, Policarpo Matias de Lima, há 40 anos no ramo, apesar da tradição de queima de fogos nas festas juninas ter diminuído, o período ainda é um dos melhores para o negócio, perdendo apenas para o Natal. O aumento nas vendas chega a 20% no período. “Os artigos que têm mais procura são os voltados para crianças. Estamos atentos às novidades para poder oferecer o melhor.”

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Karina Brum: “período equivale ao Natal no nosso segmento”

Outra data importante no período é o Dia dos Namorados, dia 12 de junho, que hoje oscila entre o terceiro e quinto lugar como melhor data para o comércio do Estado. Segundo o assessor econômico da Fecomércio MS Thales de Souza Campos, as datas sazonais são períodos âncoras para o comércio de bens e turismo. Em relação ao dia em que se homenageiam os enamorados, Thales explica que a demanda maior é nas floriculturas e lojas de cesta café da manhã, além do comércio de acessórios, vestuário e calçado. “É uma data significativa para o comércio, pois os casais, não apenas namorados, mas marido e mulher, também costumam trocar presentes. Por ser uma data que privilegia o encantamento amoroso, os presentes tendem ser de valor menor e mesmo assim aumenta o fôlego financeiro para os comerciantes.” Na boutique erótica Labareda, em Campo Grande, o Dia dos Namorados representa a melhor data para vendas. A loja oferece mais de cinco mil itens, que vão desde brinquedos até lingeries e livros. “É o nosso Natal”, explica a gerente da loja Karina Brum. O aumento nas vendas já começa no fim do mês de maio e chega a 100% em junho. Karina explica que hoje não existe mais o tabu de não frequentar sex shops e que, além dos presentes convencionais, os casais buscam algo para usarem juntos, para investir na relação. “Desde o ano passado, casais nos procuram para conhecer a loja e comprar - juntos - produtos para ‘apimentar’ a relação, não deixar cair na rotina.” A gerente, que é enfermeira, faz questão de lembrar que, além de oferecer os produtos, a loja foca na saúde do casal, com orientações, como a importância do uso de preservativos, até encaminhamentos para médicos especialistas, quando detectam a possibilidade de algum problema mais sério. >> Descanso Os meses de junho e julho também são marcados pelo período de férias escolares, época em que a procura por pacotes de viagens também é maior. Na agência de turismo Personal Travel, a demanda pode subir até mais de 40%. A proprietária, Cláudia Dibo explica que os destinos mais procurados são as regiões mais frias. “As estações de esqui, como Valle Nevado, no Chile, Ushuaia e Bariloche, na Argentina, são muito procuradas, além, é claro, da Disney e de muitos países da Europa.” Mas quem quer viajar nesse período precisa desembolsar um pouco mais, algo em torno de 20%, pois o período é de alta temporada. Para gastar menos, Cláudia Dibo dá a dica: “Tente emitir o aéreo com milhas e se programar o quanto antes, pois com um pouco de antecedência é possível conseguir tarifas mais reduzidas, dependendo do roteiro”.

Comércio de varejo comanda o período junino, estimulando as vendas no meio do ano

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>> Dicas para quem quer economizar 1 - Pesquise muito! Não tem outra forma de encontrar a melhor opção. 2 - Aquela história que na companhia aérea é sempre mais caro ou que na companhia aérea é sempre mais barato não existe. Há muitos trechos em que uma ou outra faz mais barato. 3 - Sempre que for pesquisar coloque ida e volta, assim, o total será menor. 4 - Pesquise em várias datas, mudando os dias da semana. Em algumas companhias aéreas há uma grande variação no preço dependendo do dia da semana que será feita a viagem. 5 - Se encontrar um preço bom, compre. À medida que o voo vai lotando, os preços vão subindo. Não pense que os preços das passagens para julho podem estar menores amanhã. 6 - O preço das passagens aéreas tem uma lógica própria e varia muito. Por isso, só pesquisando em várias datas você poderá localizar a melhor opção. 7 - Mais barato é bem diferente de melhor opção. Muitas vezes você encontrará passagens aéreas mais baratas em horários que podem fazer você perder até duas diárias no hotel. Lembre-se que, normalmente, você entra e sai do hotel às 12 horas. 8 - Chegar 30 minutos antes do voo sair pode fazer você perder suas férias. Algumas companhias encerram o check-in 30 minutos antes de o avião decolar. Se você chegar no aeroporto faltando 25 minutos para o voo sair, pode perder sua viagem de férias. Faça o check-in pela internet e chegue com 1 hora de antecedência. Se o voo for internacional, chegue 2 horas antes.

Estações de esqui, como a do Valle Nevado (Chile), estão na rota dos turistas que optam pelas férias no meio do ano; procura pode aumentar em 40%

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Policarpo: quatro décadas de experiência repassada até para empresários de outros Estados



Cidades

Bonito alia preservação ambiental e bons negócios tornando-se cidade polo da região Fabiano Lucas

A 290 km de Campo Grande, a vegetação preservada revela bem o que é a cidade de Bonito. As paisagens naturais, os mergulhos em rios de águas transparentes, as cachoeiras e as grutas colocam a cidade entre os principais roteiros do ecoturismo mundial.

Os passeios prestigiam os passeios famíliares, pelas peculiaridades da própria região

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om uma população de 19.789 habitantes (IBGE 2011), a cidade é o polo de uma região promissora, formada pelos municípios de Jardim, Guia Lopes da Laguna e Bodoquena, integrando o complexo turístico do Parque Nacional da Serra da Bodoquena. De acordo com o proprietário da Agência Ar, Alex Furtado, atualmente o turismo na cidade passa pelo melhor momento com todos os leitos ocupados. A tendência, segundo

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ele, é que continue nos próximos meses. “Em 2011 o turismo movimentou R$ 131 milhões em Bonito e o número de visitantes não para de aumentar. Também no ano passado, aproximadamente 305 mil pessoas visitaram o município. A previsão para este ano é receber quase 18% a mais”. >> Passeio familiar No total são 48 agências de turismo na cidade, algumas


funcionando 24 horas por dia - para atender os novos clientes. O proprietário da agência de viagens ainda conta que o diferencial da cidade é o ecoturismo que leva muitas famílias a escolherem um roteiro pelas lindas cachoeiras da cidade. “O que podemos notar é que o turista que procura um roteiro familiar escolhe Bonito como destino por conta desse contato com a natureza e da aproximação que há entre os membros da família. Na praia, todos se separam, cada um com seus interesses. Aqui em Bonito, todos os passeios são realizados em conjunto, promovendo sintonia entre a família e a natureza”, destaca Alex. Para atender a demanda de turistas, o aeroporto opera desde 2004 para voos fretados. Com a reforma em 2008, passou a ter um terminal de passageiros com área de 1.520 m² e capacidade para atender 240 mil passageiros por ano em linhas regulares. Com pista para aeronaves de grande porte, com 2.000 m de extensão e 30 m de largura, os voos comercias direto para Bonito são realizados duas vezes por semana (domingo e quinta-feira). >> Incentivos ao PME O presidente da Associação Comercial da cidade, Mauro Nogueira, conta que, em abril, uma ação conjunta com o Sebrae MS e Prefeitura Municipal promoveu o Dia do Crédito, quando as instituições financeiras contribuíram com o acesso ao crédito para os futuros empresários e empresas em estágio nascente. “Foram dois dias em que esses empreendedores receberam atendimento personalizado e orientações sobre linhas de crédito e oportunidades de acesso ao microcrédito produtivo e orientado.” Periodicamente cursos de capacitação são oferecidos em parcerias com instituições como o Sebrae e o Senac. “Queremos estimular e desenvolver as características individuais do empresariado local, de forma a propiciar sua competitividade e permanência no mercado. Com isso buscamos sempre parcerias para capacitar não só o funcionário do comércio, mas também os pequenos, médios e grandes empresários por meio do Empretec”, enfatiza Mauro. Além dessas orientações, os empresários do comércio são incentivados a promover campanhas e atrair clientes, principalmente nas datas comemorativas. “Durante as datas festivas, promovemos campanhas que sorteiam prêmios aos clientes. Quanto mais o cliente comprar, mais chances de ganhar, pois ele terá mais cupons.” >> Turismo de Eventos Bonito foi eleito pela oitava vez consecutiva como o me-

Ubiratan Veron

Centro de Convenções de Bonito tem capacidade para atender 1.700 pessoas

lhor destino de Ecoturismo do Brasil pela Revista Viagem (Editora Abril). Mas um novo segmento também está sendo fortalecido: o de eventos. Para atender essa demanda, o município conta com o Centro de Convenções de Bonito com capacidade para receber 1.700 mil pessoas. De acordo com a administração, foram investidos R$ 30 milhões na estrutura de 5 mil metros quadrados. Com o formato de uma aldeia indígena, o local disponibiliza auditórios, salas multiusos, pavilhão de exposições, restaurante, amplo estacionamento, ambulatório e área verde. Para este ano, a cidade vai sediar o 3° Congresso da Federação das Associações Empresariais de Mato Grosso do Sul. Com o tema “Competitividade e Tecnologia”, o Congresso quer fortalecer os empresários levando informação sobre as novas tendências, a fim de aumentar a competitividade e a qualidade técnica dos empresários e dos dirigentes de suas entidades. Para movimentar o setor no período do outono e inverno, o governo municipal, com apoio de parceiros, fomenta a presença de turistas com atrações culturais, como o Festival de Inverno e o Festival da Guavira (uma fruta típica da região), que atraem grandes públicos, movimentando a economia local, além de proporcionar o acesso à cultura. A Prefeitura Municipal de Bonito também criou o Conselho Municipal de Turismo de Bonito (COMTUR) e consequentemente o Fundo Municipal de Turismo, que em parceria da Secretaria Municipal de Turismo, promove a atividade na região por meio de apoio na divulgação do destino. >> Comércio forte O produto interno bruto é de R$ 214.123 milhões (IBGE, 2009), movido - em parte - por pessoas como os sócios ThiaCOM ÉR C IO & C IA

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Prefeitura Municipal

Com quase 20 mil habitantes, Bonito tem condições de fomentar o desenvolvimento

go Barberato e Rogério Pitta, do setor da construção civil. Moradores da cidade de Ponta Porã, eles vislumbraram um negócio voltado para a madeira e a sustentabilidade. Em 2006, a Romat Materiais de Construção entrou em funcionamento. “Pensávamos apenas em manter a venda de madeira para a construção e com a demanda fomos agregando produtos e oferecendo uma diversidade que vai do básico ao acabamento. Bonito superou nossas expectativas.” Thiago conta que a empresa tem planos de expansão: nos próximos dez meses, devem ampliar a loja em um novo endereço para melhor atender os clientes. Segundo dados da Fundação Estadual de Turismo, a rede hoteleira cresceu 40% nos últimos seis anos. Hoje a cidade oferece 5 mil leitos. O Hotel Zagaia, por exemplo, recebe 36,5 mil turistas ao ano. O diretor comercial do hotel, Guilherme

Polli explica que o turismo emprega mais de 70% da população local ativa, além de estimular novos investimentos dos governos estaduais e federais, melhorando a qualidade de vida na cidade. Mas nem tudo é fácil. “A falta de estímulos fiscais e o excesso tributário e burocrático acabam espantando novos empreendimentos e criam dificuldades para quem já está instalado. Mas somos otimistas, a perspectiva é boa. Bonito se supera e hoje é responsável em levar o nome de Mato Grosso do Sul para todo o mundo, ao lado do Pantanal.” Guilherme ainda destaca a última pesquisa realizada pelo Convention Bureau de Bonito em 2007, em que foi detectado que a rede hoteleira é responsável por 40% dos empregos diretos e 20% dos indiretos na cidade. “Há um leque atividades que envolvem a população, gerando emprego e renda”, complementa o gerente. O presidente do Grupo Rio da Prata, Eduardo Folley Coelho, lembra que há excelentes supermercados e boas distribuidoras de insumos. “Isso faz com que os produtos sejam adquiridos nas próprias cidades, aumentando a receita local.” O Grupo é responsável por atrativos turísticos em Jardim (Recanto Ecológico Rio da Prata e Lagoa Misteriosa) e em Bonito (Estância Mimosa Ecoturismo). Mas Eduardo também reclama da falta de investimentos em qualificação profissional por parte do poder público. “Cursos oferecidos na cidade são de extrema importância para a modernização e estruturação de Bonito, mas o empresariado precisa também de incentivos governamentais.”

Fabiano Lucas

Águas cristalinas põem o município como referência no ecoturismo mundial

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SESC Camillo Boni. Fazendo de tudo para a Terceira Idade se tornar melhor ainda.

O SESC Camillo Boni promove o Trabalho Social com Idosos com o objetivo de promover um envelhecimento ativo e mais saudável. São diversos eventos que promovem o convívio social, a prática de exercícios físicos, além de ações recreativas e culturais. Tudo para melhorar a qualidade de vida de homens e mulheres idosos. Já são mais de 200 inscritos, que participam de atividades semanais como Coral, Hidroginástica, Natação, Alongamento, Ginástica, Voleibol, Reuniões de Convivência, Oficinas de trabalhos manuais.

Informações: SESC CAMILLO BONI (67) 3357-1100

PROGRAMAÇÃO 2012 JUNHO Dia 02 - III Jogos SESC da Terceira Idade Dia 05 - Oficina: Como anda sua memória? Dia 09 - SPA Urbano para a Terceira Idade Dias 12 e 13 - Oficina com o Método Supera Dias 26 e 27 - Campanha de vacinação - Influenza Sazonal Dia 29 - Visita do grupo no Asilo São João Bosco Dia 22 - Encontro dos Talentos e Comemoração dos Aniversariantes da Terceira Idade Dia 30 - Encontro Dançante da Terceira Idade

JULHO Dia 03 - Início do curso básico de Informática para 3ª idade Dia 05 - Início da oficina: Memórias e biografias de Campo Grande Dia 10 - Palestra: Voluntariado e Envelhecimento Ativo Dia 16 - Início da oficina: Recorte da Minha Memória Dias 24 e 25 - Oficina: Alimentação Saudável na Terceira Idade Dia 28 - Encontro Dançante da Terceira Idade

AGOSTO Dias 01, 08, 15, 21, 22, 28 e 29 - Projetos: Ver para Aprender e Ouvir para Bem Viver Dia 07 - Oficina Mil Novecentos e Antigamente... Dia 14 - Encontro Sócio Ativo - Festival de Prêmios Dia 22 - City Tour - encerramento da Oficina Memória e Biografia de Campo Grande Dia 25 - Encontro Dançante da Terceira Idade Dia 31 - Encontro dos Talentos e Comemoração dos Aniversariantes da Terceira Idade - Passeio Pesqueiro Nippon

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Entrevista

Josué de Oliveira Ficha Limpa faz eleição de 2012 entrar para a história da democracia Neste ano o País terá eleições emblemáticas. Pela primeira vez o pleito vai considerar a Lei da Ficha Limpa, que tem como objetivo preservar a probidade e moralidade, um marco da democracia brasileira. A Lei resultou de um movimento popular que trabalhou mais de um ano para coletar mais de 1,3 milhão de assinaturas (1% do eleitorado nacional) e contou com forte mobilização nas redes sociais. Para falar sobre as implicações no processo eleitoral, a Revista Comércio&Cia entrevista nesta edição o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul, o desembargador Josué de Oliveira. Ele fala sobre a possibilidade do aumento no número de impugnações aos pedidos de registro de candidaturas em decorrência da Lei da Ficha Limpa e também expansão das urnas biométricas. Nascido em Pereira Barreto (SP), Josué de Oliveira deu seus primeiros passos na magistratura no início da década de 1980, em Maracaju, passou por Ponta Porã, Dourados e, após ter sido promovido a desembargador, foi corregedor-geral de Justiça, assumindo a presidência do TRE em fevereiro de 2011.

Comércio&Cia - Como a Lei da Ficha Limpa deve repercutir nesta eleição? Josué de Oliveira - As eleições municipais de 2012 serão as primeiras eleições em que a Justiça Eleitoral aplicará a Lei Complementar nº 135, de 4 de junho de 2010, denominada popularmente de Lei da Ficha Limpa, tendo em vista a impossibilidade de sua aplicação nas eleições passadas, em face do princípio da anterioridade eleitoral, afirmada pelo Supremo Tribunal Federal. Essa lei altera dispositivos da Lei Complementar nº 64/1990 e estabelece hipóteses de inelegibilidade que visam a proteger a probidade administrativa e a moralidade no exercício do mandato, preconizadas no art. 14, § 9º da Constituição Federal. É uma lei de iniciativa popular, que, em linhas gerais, amplia as sanções de inelegibilidade para oito anos; antecipa sua incidência (já a partir de decisão proferida por órgão colegiado, não sendo mais necessário aguardar o trânsito em julgado); amplia o rol de crimes comuns que ensejam inelegibilidade; pune com inelegibilidade outros ilícitos, como os de natureza eleitoral que impliquem cassação do registro ou do diploma, os decorrentes

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do exercício de mandato, de improbidade administrativa, de infração ético-profissional e de demissão do serviço público em processo administrativo ou judicial. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento conjunto das Ações Declaratórias de Constitucionalidade nº 29 e 30 e da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4.578, em 16 de fevereiro de 2012, decidiu, por maioria de votos (7x4), que os dispositivos que tratam das novas hipóteses de inelegibilidade, constantes da Lei Complementar nº 135, são constitucionais, alcançando, inclusive, atos e fatos jurídicos ocorridos antes de sua vigência. Portanto, tenho certeza de que a Lei da Ficha Limpa, fruto do esforço de valorosos cidadãos, será um marco significativo na história política do País, inaugurando uma nova época para a democracia representativa brasileira, tanto para os eleitores e candidatos, protagonistas do processo de escolha, como também para a Justiça Eleitoral, que tem a incumbência constitucional de assegurar a manutenção do Estado democrático e o respeito ao princípio da soberania popular, cumprindo e fazendo cumprir as leis. O envolvimento da sociedade civil organizada foi tão significa-


Divulgação

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tivo que a implantação da Ficha Limpa também está se irradiando para o Poder Executivo, o que corrobora o princípio constitucional de proteção à probidade administrativa. Por fim, a Lei da Ficha Limpa deverá ser observada pelos partidos políticos, no procedimento de definição de seus candidatos para o pleito, bem como por todos os demais envolvidos no processo eleitoral. C&C - A avalanche de ações judiciais ocorridas nas eleições de 2010 pode se repetir? Possivelmente teremos um aumento no número de impugnações aos pedidos de registro de candidaturas em decorrência da aplicação da Lei da Ficha Limpa.Também considero natural que pretensos candidatos, eventualmente inelegíveis por incidência em alguma das hipóteses trazidas pela Lei da Ficha Limpa, tentem se desvencilhar da inelegibilidade, visando suas candidaturas, cabendo ao Poder Judiciário apreciar o pedido. A própria Lei Complementar nº 135 contempla dispositivo que possibilita a suspensão da inelegibilidade em determinados casos, desde que requerida no momento da interposição do recurso e que exista plausibilidade. Permite, inclusive, o aditamento dos recursos interpostos antes de sua vigência, para requerer a suspensão da inelegibilidade. Esclareço, entretanto, que o pedido de suspensão deve ser pleiteado ao Tribunal competente para apreciar o recurso contra a decisão colegiada que implicou inelegibilidade do demandado. E mais, para surtir efeito em eventual candidatura, a decisão suspendendo a inelegibilidade precisa ser obtida antes da formalização do pedido de registro da candidatura. C&C - O senhor acredita que a Lei está bem cercada? Seu formato deixa brechas para questionamentos na esfera judicial ou manobras políticas para escapar de enquadramento na Lei? A Lei, amplia as sanções de inelegibilidade para oito anos; antecipa sua incidência (já a partir de decisão proferida por órgão colegiado, não sendo mais necessário aguardar o trânsito em julgado); amplia o rol de crimes comuns que ensejam inelegibilidade e pune com inelegibilidade outros ilícitos. Em razão de seu caráter sancionatório, as inelegibilidades não podem ser interpretadas extensiva ou ampliativamente, de modo a abarcar situações não normatizadas. Submetem-se à legalidade estrita e taxatividade; inexistindo a adequação ao tipo previsto na norma, não pode a Justiça Eleitoral impedir o registro de uma candidatura. A própria Lei Complementar nº 135 tem um artigo que pos-

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sibilita a suspensão da inelegibilidade em determinados casos, desde que requerida no momento da interposição do recurso e que exista plausibilidade. C&C - Para o senhor, a Lei da Ficha Limpa poderia ser aperfeiçoada? Em que sentido? Considero prematuro abordar a questão do aperfeiçoamento da legislação. Temos de aguardar a sua aplicação nas eleições vindouras e somente depois fazer uma análise sobre o tema. C&C - Qual a importância histórica e social dessa Lei de iniciativa popular? Essa lei será um marco significativo na história política do País, inaugurando uma nova época para a democracia representativa brasileira. C&C - E para a Justiça Eleitoral, quais os efeitos práticos da Lei da Ficha Limpa? Aos juízes eleitorais cabe aplicar as leis editadas pelo Poder Legislativo Federal, independentemente de serem mais ou menos severas. C&C - A partir dessa nova regra, o senhor acredita que haja mais mudanças por vir, a partir da mobilização popular? Como essas mudanças têm se desenhado? Acredito. A aprovação da Lei da Ficha Limpa deu-se, sobretudo, em razão de mobilização da sociedade civil organizada e da atuação da mídia e, certamente, serve de estímulo para a realização de novos projetos de iniciativa popular de lei, a partir do exercício de sua soberania. C&C - Hoje o eleitor conta com o ambiente virtual das mídias sociais para se posicionar quanto às questões políticas, a própria aprovação da Lei da Ficha Limpa contou com este importante instrumento na coleta das assinaturas necessárias para ir ao Congresso. Até que ponto isso é favorável do ponto de vista democrático e em que momento pode se tornar nocivo? A cada dia a internet amplia a sua importância na vida das pessoas, fazendo-se presente em praticamente tudo o que realizamos, seja no trabalho, lazer ou formação profissional. A internet facilita a participação direta e imediata do cidadão na vida política. Direta porque permite a livre manifestação do pensamento, mediante apoio, críticas, contestações ou sugestões sobre qualquer tema em debate, vedado, porém, o anonimato. E imediata porque pode ser feita em tempo real.


É uma ferramenta útil para a participação ativa do eleitor, e que acaba influindo nas decisões políticas dos nossos mandatários. Entretanto, pode tornar-se nociva, se for dissociada da liberdade de manifestação e de regras de condutas, bem como se for usada para perpetrar ofensas sem assegurar o direito de resposta e a devida reparação pelo dano causado. C&C - Em sua avaliação, qual a importância da organização também das entidades de classe e dos setores econômicos para se posicionarem no cenário político? A todos, indistintamente, é dado participar da vida política da Nação. O regime democrático assegura a igualdade, sem distinção de qualquer natureza. A lei pune apenas as transgressões, os abusos e os excessos cometidos. C&C - Além da aplicação da Lei da Ficha Limpa, o que as eleições deste ano devem trazer de novidades? São pouquíssimas as novidades em relação ao pleito de 2010, porque a Lei das Eleições não sofreu nenhuma alte-

ração após a minirreforma de 2009. O TSE, ao aprovar a instrução sobre arrecadação de recursos e prestação de contas de campanha eleitoral, deu nova interpretação ao conceito de quitação eleitoral, passando a exigir a aprovação das contas e não apenas a sua mera apresentação, bem como além dos candidatos e comitês financeiros, também exigirá a prestação de contas de campanha dos órgãos nacionais, estaduais e municipais dos partidos políticos. Uma outra novidade, é que os percentuais mínimos e máximos de cada sexo serão calculados a partir das candidaturas requeridas. C&C - Como está o programa de expansão das urnas biométricas? Nas eleições de 2012, além de Fátima do Sul, as seções eleitorais de Camapuã, Jateí, Ribas do Rio Pardo, Sidrolândia e Vicentina usarão a biometria como forma de identificação do eleitor. O projeto vigente do Tribunal Superior Eleitoral tem como meta realizar o cadastramento biométrico em todo o eleitorado nacional até 2018.

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Comércio & Serviços

Da necessidade à visão empreendedora Quem, diante de uma reforma, nunca teve dificuldades em encontrar pessoal qualificado e de confiança para trabalhar? A necessidade fez um filão aparecer: a prestação de serviços de consertos, reparos e reformas. Em Campo Grande, a advogada e empresária Itamara Almeida Coutinho transformou sua própria dificuldade em empreendimento: depois de sofrer em busca por profissionais para fazer reparos na casa para onde havia se mudado, teve a ideia de abrir uma empresa, a Eu Resolvo.

“E

u e muita gente com quem conversava tínhamos uma enorme dificuldade em encontrar diaristas, domésticas, babás e demais funcionários. Quando se tratava de encontrar profissional autônomo na área de pequenos reparos, como eletricista, encanador, pintor, jardineiro, era pior ainda, pois, além de eles não aceitarem trabalhos pequenos, por exemplo, uma troca de lâmpada, não apareciam para fazer o orçamento. Quando, com muita dificuldade, começavam o serviço, acabavam abandonado-o por outro maior. A empresa conta com 18 funcionários, entre diaristas, serviços gerais, jardineiro, pintor, eletricista e outros, além de parceiros que não são funcionários exclusivos, como marceneiros e técnicos em informática. A procura é constante e, além da necessidade, a chave do sucesso é a relação de confiança estabelecida com o cliente, acredita Itamara. “Pois, além da empresa ter sede, temos nota fiscal, contato em todo o período comercial, supervisores, gerentes, o que faz com que eles não tenham que tratar dos assuntos diretamente com os funcionários e sim com a empresa, fator que passa mais segurança, além da enorme comodidade de encontrar todos os funcionários em um só local.” Em um mercado

Itamara: da própria necessidade, um empreendimento

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em que faltam profissionais para garantir uma equipe fixa, a empresária afirma que é preciso garantir benefícios; além do trabalho com carteira assinada, a empresa oferece “bons salários”, bonificações e confraternizações. Tudo para valorizar os colaboradores. >> Franquia Em março, Campo Grande ganhou a primeira franquia do segmento, a Doutor Faz Tudo, que é dirigida pelo engenheiro civil e sanitarista Semy Ferraz. A experiência profissional foi um dos fatores que o motivou a tomar a decisão de trazer a marca para o Estado. “No Brasil, perdemos muito dinheiro por não investirmos em manutenção. Gastamos muito quando poderíamos ter evitado tais despesas se tivéssemos investido em manutenção preventiva. No final de 2011, fiquei sabendo da existência de uma franquia nacional de serviços de manutenção predial e achei que era o momento de empreendermos esse negócio em Campo Grande. Convidei um colega de serviço com quem já tinha atuado, o eletrotécnico Geraldo de Luna e o meu filho Semy Ferraz Filho, que é acadêmico de engenharia civil, para sermos sócios e montarmos a empresa em Campo Grande.” Mesmo sem divulgação, nos primeiros meses a procura já era intensa. Eram cinco solicitações de serviços por dia e o potencial do mercado é enorme, observa Semy. “Em Campo Grande existe mais de 250 mil prédios e 70% deles necessitam de algum tipo de reforma ou reparos. Temos um grande potencial para crescer neste mercado de reparos, reformas e manutenção predial.” Para ele, a atual dinâmica social, que passa pela falta de tempo e sensação de insegurança, também favorece esse modelo de prestação de serviço. A lógica da manutenção é simples: quando não se investe na prevenção, o estrago é maior e o gasto também. “Além do que, com a manutenção no sistema hidráulico e elétrico, consertando vazamentos de água e eliminando perdas de energia, resultarão em contas de água e energia mais baratas. Podemos considerar, ainda, o conforto de eliminarmos problemas que causam grandes contragostos, por exemplo, goteiras no telhado até a troca de uma simples lâmpada”, finaliza Semy.

Dinâmica social, que vai da falta de tempo dos moradores À sensação de insegurança ao abrir as portas da casa ou empresa para um estranho favorece o segmento

No quadro de funcionários diaristas, serviços gerais, jardineiro, pintor, eletricista e outros profissionais disputadíssimos no mercado

Geraldo e Semy: Demanda reprimida no mercado incentivou a trazer a franquia para a capital

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Estratégia

A recompensa pela fidelidade Propagados a partir da década de 1980, os programas de recompensa se conduzem pela máxima de que 80% das rendas de um comércio são geradas por 20% dos melhores clientes, ou seja, os clientes fiéis. Hoje cartões de fidelidade ou qualquer ferramenta com o objetivo de cativar o consumidor estão em praticamente todos os segmentos do setor terciário, passando pelo comércio, turismo, alimentação e beleza. O propósito é fazer o cliente se sentir valorizado. Há uma série de pesquisas e artigos indicando que as pessoas recebem bem os programas, mas, com a concorrência, é crescente o número de estabelecimentos que oferecem as vantagens, é preciso uma estratégia de fidelização mais ampla.

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Restaurante Viva a Vida atua desde 1984, mas implantou o sistema de recompensa há cinco anos e os números surpreendem. “São 300 cortesias por mês. Com certeza isso estimula o cliente a voltar”, diz o sócio-proprietário Alfredo Barbosa. No estabelecimento, cada refeição paga vale um ponto e a cada 10 pontos acumulados no cartão, o cliente tem direito a um almoço por conta da casa. >> Agrados e mimos Se os donos de estabelecimentos estão certos de que o programa de recompensas tem resultados positivos, por outro lado também sabem que para fidelizar o cliente é preciso uma estratégia bem-amarrada, com ações de vários lados. Alfredo afirma que a política de valorização do cliente começa desde a placa fixada na entrada, que lembra os frequentadores de que são eles a razão de existência do estabelecimento. Outro agrado é que o frequentador ganha a refeição no dia do seu aniversário. Um pacote de ações de valorização que começa com o contato direto dos donos com o cliente e passa também por sutilezas, como as balinhas de banana distribuídas na saída. Para Bruno Batista Gonzaga, da YouGood, o cartão de fidelidade tem um importante papel, mas não pode tirar o foco da empresa, que é prezar pela qualidade. “O cartão é legal, mas o que faz fidelizar é o bom atendimento aliado à boa qualidade do produto”. Prestes a completar três ano no mercado, a YouGood tem três lojas na Capital e opera com

Katia Anffe: procura pela adesão ao programa de recompensa está maior este ano

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Dois cartões de fidelidade para prestigiar diversos públicos da YouGood

dois cartões de fidelidade. Um deles permite a troca da pontuação acumulada por um iogurte frozen gratuito a cada dez comprados. Há ainda uma cartela especial que pontua cada vez que o prêmio do cartão simples é resgatado. Essa segunda cartela, quando é completada, tem - como recompensa - um iogurte maior, uma forma de contemplar, ainda mais, o cliente assíduo. >> Com estratégia Para a empresária Katia Anffe, dona da Kátia Anffe Ateliê de Bijux, recompensar o cliente é uma maneira de fazer com que ele sinta que também tem benefícios ao se manter fiel ao estabelecimento. Ela orienta: é preciso oferecer, além da qualidade e bom atendimento, um outro ingrediente fundamental, preço competitivo. A loja está no mercado há três anos e meio e há pouco mais de um implantou o sistema de pontuação, com cadastro pela internet. “A procura pela adesão ao programa tem sido maior neste ano.” A consultora organizacional Adriana Gregório observa que os cartões de fidelidade agregam valor, mas é preciso que estejam inseridos em uma estratégia de vendas bem-estruturada. “Senão se torna apenas um custo a mais para a empresa, um brinde.” Uma dica é que o sistema de pontuação tenha validade, ou seja, o cliente possa acumular os pontos durante o período necessário para a empresa ter o retorno do investimento no sistema de recompensa. “É interessante que a estratégia venha com um marketing convidativo, mas sem ser invasivo.”


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Carreira & Mercado

Em alta, profissões de fisioterapia e técnico de segurança do trabalho conquistam espaço Trabalhar não tem a ver apenas com sustento e melhoria das condições financeiras. Vai além disso, pois contribui para a realização pessoal e para o desenvolvimento econômico e social de uma família, de uma sociedade. Um impasse pode ocorrer na hora de escolher a profissão e equilibrar duas motivações: o interesse e a remuneração.

Silvana Corrêa afirma que escolheu a carreira de TST por causa da demanda do mercado

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ara quem tem dúvidas, uma boa opção são as profissões tradicionais ou aquelas com boas perspectivas em médio e longo prazos no mercado. Uma delas é o Técnico de Segurança do Trabalho (TST), curso técnico com duração de dois anos, que pode ser feito durante o ensino médio ou após sua conclusão, dependendo da instituição. A profissão deve continuar em alta, porque o mercado está cada vez mais atento às ferramentas de gestão que contribuem para diminuir despesas com o afastamento por motivo de saúde ou acidente do trabalhador. De acordo com dados do Ministério da Previdência Social, em 2009 foram registrados 733.365 acidentes e doenças do trabalho, entre os trabalhadores assegurados da Previdência Social. Já em 2010, esse número caiu para 701.496. Seguindo essa tendência,


Eliane França: TST no controle direto do número de acidentes de trabalho e uso de equipamentos de proteção

Mato Grosso do Sul também teve redução dos números de acidentes, de 10.722 em 2009 para 10.032 em 2010. Se considerarmos o ano de 2008, a redução é ainda mais significativa, quando foram registrados 11.416 acidentes no Estado.

Grande, contratou uma profissional da área quando a empresa começou os trabalhos no Estado e garante que o técnico é fundamental para o sucesso da obra que desenvolvem. “Com a presença da técnica ficamos mais tranquilos, sua função é imprescindível. Ela cuida do material de trabalho dos funcionários, como óculos, cintos, além de orientar os trabalhadores sobre a importância do uso desses materiais. Como trabalhamos com eletricidade, a segurança é muito importante.” Ex-aluna do SENAC/MS, Silvana Maria Corrêa conta que está satisfeita com a nova profissão. Formada há menos de um ano, ela diz que escolheu a área por causa do crescimento no mercado de trabalho, em relação à demanda por profissionais. “Estou satisfeita com a opção que fiz. O mercado de trabalho é bem-remunerado tanto no Estado quanto fora daqui.”

>> TST A técnica de Saúde do SENAC/MS, Eliane França, explica que o mercado de trabalho tem mostrado interesse pelo profissional da área. “O mercado da indústria e da construção civil procura estes profissionais para atuarem diretamente no controle do número de acidentes de trabalho e utilização de equipamentos de proteção individual.” A área de atuação é ampla e o salário varia entre R$ 1 mil e R$ 1,8 mil, no Estado. O TST é o profissional responsável pela investigação e pelo levantamento de procedimentos adequados para a realização das atividades e tarefas exigidas nas empresas. “Sua atuação envolve desde o zelo pela correta aplicação das normas de segurança, atenção permanente ao bom funcionamento de métodos corretos, a análise das condições de trabalho, até o planejamento e elaboração de normas e instruções que reforçam comportamentos seguros e implementação de ações corretivas que eliminam ou minimizam os riscos de acidentes nos locais de trabalho”, explica Eliane.

>> Prevenção Outra profissão que deve continuar em alta é a de Fisioterapia. O profissional pode atuar em vários setores: ortopedia, pneumologia, cardiologia, oncologia, reumatologia, neurologia, pediatria, saúde da mulher, RPG, pilates, acupuntura, entre outros. Para o presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional de MS, Carlos Alberto Tavares, apesar de ser uma profissão nova, é promissora. “O fisioterapeuta trabalha todos os níveis de atenção à saúde, desde a promoção até

>> Na prática João da Silva, encarregado geral da empresa KW Engenharia, que presta serviço para a ADM do Brasil, em Campo

Carlos Alberto: “empresários têm até incentivos para adotar políticas de prevenção”

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a prevenção, é bem abrangente.” Uma das áreas que têm crescido muito nos últimos anos é a segurança do trabalho, por causa dos programas de reeducação postural adotados por empresas para prevenir e tratar problemas em seus funcionários e diminuir afastamentos. “Os empresários têm até incentivos para adotar políticas de prevenção. Hoje as empresas estão tendo essa consciência, entendem que isso diminui, inclusive, os custos da empresa.” O profissional fisioterapeuta faz a avaliação do funcionário, dentro de uma escala de risco, indicando, quando necessário, exercícios específicos para o problema detectado e até alteração de carga horária de trabalho. No Estado, várias universidades oferecem o curso, que é de cinco anos. A categoria não tem um piso salarial, mas trabalha com uma referência da Federação Nacional dos Fisioterapeutas, que é de

Além de evitar os afastamentos, ginástica laboral oferece maior qualidade de vida das funcionárias na empresa G & L

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aproximadamente R$ 2 mil ao mês. >> Bom exemplo Na empresa G&L, que trabalha com confecção, a prática da ginástica laboral foi implantada todos os dias, no início das atividades. O proprietário Maurinho Breschigliari explica que o objetivo era garantir a saúde das trabalhadoras e também evitar afastamentos causados pelos movimentos repetitivos. “Tudo o que a gente faz em benefício do trabalhador retorna para a empresa. Nós tínhamos trabalhadoras com problemas de dores musculares e que, hoje, graças aos exercícios diários, estão curadas. Além de evitar os afastamentos, nós também garantimos a qualidade de vida delas. Além de ser um diferencial para manter os funcionários na empresa.”



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Fecomércio MS

Federação do Comércio de MS traça Perfil Socioeconômico de Dourados com apoio de parceiros

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São dez parceiros unidos com um objetivo em comum: atualizar dados socioeconômicos do segundo maior município de MS para planejar estratégias de trabalho e ações voltadas a fomentar o setor econômico da região da Grande Dourados. O Perfil Socioeconômico, realizado pela Fecomércio MS em conjunto com o Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Dourados (Sindicom), a Prefeitura Municipal, o Sindicato Rural de Dourados, Sindicato das Empresas do Vestuário Industrial da Região Sul do Estado de Mato Grosso do Sul, UFGD, UNIGRAN, Anhanguera, EMBRAPA, SEBRAE-MS, SENAC Dourados, já está quase pronto e deve ser apresentado à sociedade em junho deste ano.

O lançamento da pesquisa aconteceu no dia 14 de março de 2012, no gabinete do prefeito Murilo Zauith

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Será uma ferramenta essencial para os empreendedores locais e também para futuros investidores da área pública e privada que poderão planejar seus negócios com o apoio de indicadores que vão nortear os trabalhos”, afirma o presidente da Fecomércio, Edison Araújo. Até então, apenas Campo Grande contava com um estudo semelhante e com os mesmos objetivos. O diretor-superintendente do Instituto Fecomércio MS, Thales de Souza Campos, explica que a iniciativa foi tomada a partir de demanda da própria região: “vislumbramos a necessidade da construção deste Perfil, como uma fonte segura de dados”. De acordo com ele, foi constatado que empresas de diversos setores também tinham interesses nesses dados.


>> Mudança de cenário Segundo o prefeito de Dourados Murilo Zauith, há pouco tempo o município era considerado basicamente agrícola, depois firmou-se um polo comercial e de serviços e, agora, participa de uma expansão industrial na área sucroenergética e de apoio a esse setor. “A mudança de cenário aconteceu muito rápida e não temos números para medir isto. O trabalho que a prefeitura vem fazendo no sentido de atrair investimentos para gerar emprego e desenvolvimento tem despertado o interesse de muitas empresas, que precisam de dados técnicos para planejar os seus investimentos. Com o Perfil, a gente resolve este problema.” A pesquisa vai permitir um acompanhamento do município, passo a passo, pois avaliará os setores primário, secundário e terciário. Assim, os dados obtidos farão parte de uma série histórica mínima de dez anos para que se tenha um comparativo preciso dos dados. A responsabilidade pela coordenação local é da gerente executiva do Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Dourados (SINDICOM), Vanielle Estrada, que afirma que “a construção desse Perfil mostrará aspectos positivos e os benefícios ao se investir na

região. O próprio comerciante, às vezes, tem dificuldade de falar sobre a cidade dele e pode, com isso, perder oportunidades de negócios. Ainda há muito a ser explorado e o próprio douradense não sabe disso, o potencial que se tem”, destaca a gerente. As universidades parceiras disponibilizaram um total de 12 acadêmicos dos cursos de Economia, Administração de Empresas, Geografia, Enfermagem e Medicina Veterinária para fazer a pesquisa de campo e coleta dos dados para o Perfil. O coordenador científico da pesquisa é o professor Enrique Romero e a metodologia utilizada “consiste basicamente na coleta de dados em fontes secundárias e primárias, para que possamos confirmar alguns dados que nos deixaram surpresos, como o aumento populacional de 380% da década de 1950 a 1960”. Para o professor, a vantagem desse tipo de estudo é o seu ecletismo, porque pode ser útil para a sociedade independente do setor em que atua. “O intuito é conceder a responsabilidade desse estudo para uma instituição e assim dar continuidade ao processo de atualizar os dados coletados a cada período”, destaca Enrique.

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Tecnologia & Inovação

Tecnologia a serviço da gestão Os smartphones e os tablets chegaram para revolucionar o mercado da computação e oferecer inovação e interatividade nos setores pessoal e de negócios. Mais do que um avanço tecnológico, eles oferecem uma gama de possibilidades, como novos canais de comunicação com seus clientes e ferramentas de trabalho. Os dispositivos portáteis são mais fáceis de usar, de transportar e, consideravelmente, mais baratos para manter.

A presença de smartphones será intensificada se Governo Federal oferecer isenção de impostos para a produção

>> Facilidade Para o empresário Rodrigo Stocco, sócio-proprietário da franqueadora MyGloss, em Campo Grande, o acesso rápido à informação permite agilidade na hora de gerir e maior controle sobre o empreendimento, mesmo a distância. “Usamos a tecnologia móvel para acesso aos relatórios gerenciais das lojas. Conseguimos a informação em tempo quase real, o que nos possibilita tomar decisões mais rápidas.” Stocco explica que o varejo atual é muito dinâmico e é fundamental para o empresário dispor de ferramentas que o oriente nas decisões com maior assertividade. “Conforme nossa rede cresce, ficamos mais dependentes dessas novas tecnologias. Mesmo viajando, consigo ter acesso em tempo real aos indicadores dos meus negócios e até mesmo saber o que as clientes da marca estão dizendo sobre nós.” 36

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>> Mercado Há ainda espaço para empresas aparecerem neste mercado oferecendo serviços a seus clientes por meio de aplicativos, que são programas de computador criados especificamente para esses novos aparelhos. É o caso da empresa Jera, que desenvolve aplicativos para smartphones e tablets. A empresa atua há dois anos em Mato Grosso do Sul. “Avaliamos a necessidade da empresa e ajudamos o cliente a pensar de forma móvel e sobre como um aplicativo pode, de fato, gerar valor para seu negócio. Hoje o empresário tem informações da empresa na palma da mão”, afirma o desenvolvedor de programas e sócio da empresa Saulo Arruda. A novidade é o uso que estão fazendo dos tablets, com a utilização de aplicativos que os empresários usam para seus processos de gestão. “As empresas estão investindo em apli-


cativos para uso interno já pensando no tablet como plataforma primária. Isto é, hoje eles substituem o computador dando mobilidade a processos de negócios que antes eram realizados com planilhas, papel e caneta, sendo necessário coletar e depois digitalizar essa informação. Isso agiliza em muito a tomada de decisão, minimiza erros e reduz drasticamente os custos.”

A informação em tempo quase real possibilitando a tomada de decisões é um dos benefícios das novas tecnologias, afirma Rodrigo Stocco

>> Organização Para o técnico de Tecnologia da Informação do SENAC/MS Samuel Bergamo, para que o empresário faça esse acompanhamento online da saúde da sua empresa, ele precisa ter a empresa organizada. “A sistematização é um cenário distante para a maioria das empresas de pequeno e médio porte. Porém, quem faz uso desses dispositivos passa a ter controle instantâneo do que está acontecendo. Imagine, por exemplo, o dono de uma fábrica poder acessar o seu dispositivo móvel e verificar online a capacidade produtiva da empresa naquele dia e, ainda, poder montar o gráfico de estimativa de lucros baseado no resultado diário, sem depender de terceiros ou interpretações dúbias das informações.” Entre os principais benefícios do uso dessas tecnologias, Bergamo aponta: redução de custo, agilidade em processos de negócio, melhor aproveitamento do tempo ocioso, grande melhoria na apresentação de conteúdo, novas oportunidades de negócio e novos canais de venda. Mas também há a necessidade de tomar alguns cuidados para garantir a segurança do acesso às informações. “O básico é manter o sistema operacional atualizado, não instalar softwares piratas, não acessar sites suspeitos do dispositivo e proteger o acesso com senha. Um detalhe importante é que dispositivos móveis foram pensados para serem de uso pessoal. Por isso, não se deve compartilhar um smartphone ou um tablet, pois para facilitar o acesso, a maioria dos aplicativos guarda seus dados de acesso para que em um clique você veja a informação. Porém, um tablet em mãos indevidas pode revelar informações confidenciais ou pior, permitir que uma pessoa tome ações em nome de outra.”

Samuel: “é preciso que O empresário tenha empresa organizada para fazer o acompanhamento on line da saúde financeira”

>> Crescimento As isenções de impostos prometidas pelo Governo Federal, para a produção de smartphones no País, devem aproximar, ainda mais, consumidores e empresas desses aparelhos, pois a movimentação do mercado já aponta um aumento elevado na utilização dos dispositivos, seja de forma doméstica ou empresarial. É essencial que as organizações estejam preparadas para essa nova onda que promete ser tão ou mais revolucionária quanto a da chegada da web.

Investimentos em aplicativos permitirão mais mobilidade a processos de negócios, enfatiza Saulo Arruda

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Divulgação

Ponto de Vista

A excelência nos órgãos públicos Erik Camarano Diretor Presidente do Movimento Brasil Competitivo - Abril 2012

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ais do que apresentar resultados satisfatórios, a excelência operacional diz respeito a gerenciar os processos de um negócio, controlar os riscos associados a sua operação e encontrar oportunidades para evoluir permanentemente. Na prática, significa gerir de forma consistente, o que se apresenta como o melhor caminho para aumentar a competitividade, especialmente quando tratamos do setor público, no qual a máxima qualidade e eficiência nem sempre é bem compreendida. A controvérsia da opinião popular, o Movimento Brasil Competitivo (MBC) tem mostrado que é possível transformar cenários por meio do Programa Modernizando a Gestão Pública (PMGP). O trabalho propõe a melhoria da administração nas instituições públicas a partir do aumento da capacidade de investimento e da obtenção de ganhos de eficiência. Em linhas gerais, trata-se de aplicar os conceitos de cadeia de abastecimento, relacionamento com o cliente, participação ativa e formação dos servidores, incentivados pela excelência operacional. Executada nos poderes executivos de 13 estados, 11 municípios, dois Ministérios, duas secretarias da Presidência da República e dois órgãos do Poder Judiciário, a iniciativa alcançou, em 2011, a marca dos R$ 14,5 bilhões em aumento de receitas e otimização de despesas. A nossa proposta é compartilhar ferramentas e a expertise acumulada em desburocratizar o sistema público e inovar com excelência operacional, gerando eficiência no atendimento à população e criando oportunidades para o desenvolvimento sustentável do Brasil.


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Empresário do Mês

Negócio de família, Rede Comper já está entre as dez maiores do País A história da Rede Comper se funde com a própria história da família Pereira e talvez esteja nesse modelo familiar de administração o segredo do sucesso de uma empresa que caiu no gosto do sul-mato-grossense e extrapolou divisas, somando hoje 32 supermercados entre os Estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Goiás e Distrito Federal. O caminho que levou o grupo ao posto de um dos dez maiores distribuidores de alimentos do Brasil, segundo dados da Abras e Abad (Rede Comper, Fort Atacadista e Bate Forte), começa com o patriarca Ignácio Theodoro Pereira. Quem conta um pouco dessa trajetória e também sobre as premissas e os desafios da Rede Comper é o diretor-presidente do Grupo Pereira Luiz Humberto Pereira, um empresário que deu importantes contribuições à economia do Estado e que, por isso, foi uma das personalidades homenageadas com a comenda Ordem Mérito Comercial durante o 17º Fórum da Amazônia Legal, realizado pelo Sistema Fecomércio MS. O grupo também tem hoje 12 lojas Cash and Carry, 3 Atacados, um mix com mais de 15 mil itens, 750 checkouts, mais de 75 mil metros quadrados de área de venda, com 35 milhões de registros de compras por ano. Ao todo, são mais de 8.500 colaboradores e milhares de empregos indiretos.

Números que impressionam: 8.500 colaboradores diretos, 75 mil m2 de área de venda entre todas as lojas e mix de 15 mil produtos

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Luiz Humberto Pereira: modelo familiar de administração pode ser o segredo do sucesso da empresa sul-mato-grossense

Comércio&Cia - Como foi a trajetória inicial da rede Comper em MS e quais os principais percalços enfrentados nesse percurso? Luiz Humberto Pereira - Iniciamos em 1984 com o Atacado Bate Forte. Logo em seguida abrimos a primeira loja no Bairro São Francisco, a loja da Avenida Fernando Corrêa da Costa, depois a da Bandeirantes e assim sucessivamente. Todo o começo é difícil, requer conhecimento, estratégia, sistema, equipe, mas, como sempre, nunca atropelamos esses processos e, apesar dos sacrifícios, conseguimos ser hoje a maior rede da cidade e ter o reconhecimento dos clientes. C&C - Em sua avaliação, quais foram os principais fatores que levaram a Rede Comper a cair no gosto da população e atingir a magnitude de hoje? Beto Pereira - Sempre prezamos pelo bom atendimento, respeito aos clientes e ter preços justos. Acreditamos que esses fatores são de suma importância. C&C - Como concorrer com gigantes do setor que fecham grandes compras, conseguindo boas negociações com fornecedores? Beto Pereira - Hoje o grupo tem um tamanho de grande porte, operamos em vários Estados, em vários canais de distribuição, e temos, com os principais fornecedores, uma boa representatividade nas regiões onde atuamos. C&C - Quais os planos de expansão da rede em curto e médio prazo? Beto Pereira - No ano passado abrimos nove lojas entre os Estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Santa Catarina. Para este ano já estão previstas mais cinco lojas e esse número ainda pode ser maior caso apareçam novas oportunidades. C&C - Qual é a principal orientação da empresa em relação aos seus clientes, ou seja, quais os valores da empresa e o que pauta esses valores da Rede Comper em relação ao seu público-alvo? Beto Pereira - Nossa missão é levar bons produtos com preços justos todos os dias aos nossos clientes. Temos trabalhado muito nas questões sociais e ambientais nas praças onde estamos para podermos colaborar com a melhoria dos

bairros, de entidades, enfim, queremos participar do dia a dia das pessoas, nas melhorias, fazer com que a nossa marca seja vista como o bom vizinho, a empresa que preza pela cidade e seus cidadãos. C&C - Qual é o padrão de atendimento nos supermercados Comper e como a Rede organiza isso em todas as suas lojas? Há uma ouvidoria? Beto Pereira - Nossas equipes passam por vários treinamentos durante o ano para serem orientadas sobre a qualidade de atendimento que a empresa se propõe a dar nas lojas. Aferimos a satisfação dos nossos clientes quanto ao atendimento por meio de pesquisas periódicas e pelo CDC, com a comunicação direta ao cliente via telefone. C&C - O consumidor é escutado nesse processo? De que forma? Pelo SAC? Pesquisas? Qual a importância desta participação? Beto Pereira - Todas as sugestões e reclamações são respondidas. Damos muita importância quando um cliente nos procura, isso nos ajuda muito. A empresa tem uma diretoria de clientes que monitora todas essas questões. COM ÉR C IO & C IA

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C&C - A Rede Comper trouxe para a capital um novo modelo de negócio: os hipercenters, com variedade de lojas e praças de alimentação que agradaram aos consumidores. Como surgiu essa ideia? Beto Pereira - A nossa cidade cresceu, as pessoas querem mais serviços perto de seus bairros o que gera maior conforto, menos tempo de deslocamento. Esse modelo de negócio funciona muito bem, otimiza custos, pois envolve vários parceiros investidores e acaba gerando um maior fluxo de pessoas para o empreendimento. C&C - Quanto essa mixagem de serviços agrega em termos de fluxo de clientes no supermercado? Há previsão de que novos hipercenters ou que lojas já instaladas sejam reformadas com essa finalidade? Beto Pereira - Vários bairros já comportam esses empreendimentos. Precisamos ir aonde os consumidores estão, com isso é bem provável que em breve a nossa própria rede estimule novos projetos com os nossos parceiros comerciais. C&C - Quando se fala em cadeia produtiva, há muita controvérsia. Em vários momentos se diz que a ponta, ou seja, os supermercados, e quem mais lucra e tem os menores custos. Isso procede? Como é a margem de lucro do segmento e como a carga tributária o afeta? Beto Pereira - Tem um ditado que diz que “a galinha do vizinho é mais gorda”, não é? Um supermercado está entre a indústria e o consumidor. Se ele operar corretamente, tiver preços competitivos, estiver sempre na vanguarda, em termos de modernidade, terá uma clientela e irá garantir sua sobrevivência. As margens de um supermercado são muito apertadas, giram em torno de 2% a 3%, qualquer descuido na operação é fatal para o negócio. Tem que ter volume, gestão de processos, caso contrário vira um mau negócio.

Comenda do Mérito Comercial, entregue pelo presidente da Fecomércio MS, Edison Araújo, reconhece contribuições da Rede Comper à economia

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O Grupo, ao qual pertenceM os supermercados Comper, já está entre Os dez maiores do PaÍs

Quase três décadas e O empreendimento já atende consumidores dos estados de MS, SP, MT, SC, GO e DF

Estratégia de hipercenters foi motivada pela otimização dos custos e está ao gosto sul-mato-grossense


O MPE Brasil – Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas é um reconhecimento concedido anualmente às micro e pequenas empresas que se destacam em suas categorias na busca pela melhoria contínua do seu sistema de gestão.

CATEGORIAS • Agronegócio; • Comércio (inclusive farmácia de manipulação); • Indústria; • Serviços de Educação; • Serviços de Saúde; • Serviços de Tecnologia da Informação (desenvolvimento, implantação e gerenciamento de software); • Serviços de Turismo (bares, restaurantes, hotéis, pousadas, agências de viagens e transportes turísticos); • Serviços (Não especificados acima), inclusive centro de formação de condutores. * As empresas inscritas em uma das categorias acima, poderão se candidatar também: ao Destaque de Boas Práticas de Responsabilidade social e ao Destaque de Inovação.

Para candidatar-se a empresa deve se inscrever e responder o questionário de autoavaliação até 31 de agosto de 2012 pelo site www.premiompe.sebrae.com.br. * Regulamento disponível no site.

O Instituto MS Competitivo, atua na disseminação do Modelo de Excelência da Gestão - MEG e na realização de ações, para mobilização das organizações Sul-mato-grossenses, na melhoria da Qualidade da Gestão.

REALIZAÇÃO:


SENAC MS

Capacitar profissionais para desenvolver o Turismo do Estado Michel Loupp

O setor de Turismo e Hospitalidade é um dos que mais crescem em todo o mundo de acordo com o Ministério do Turismo. Para atender às necessidades e desafios desse exigente mercado, o SENAC MS investe em tecnologia educacional de ponta.

Bonito, um das opções para quem quer trabalhar no segmento do turismo e hospitalidade em MS

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resente nas principais cidades, a cada ano o SENAC prepara mais de 100 mil brasileiros para a área de Turismo e Hospitalidade, com um variado portfólio de cursos e programações presenciais, semipresenciais e a distância. Na empresa pedagógica do SENAC, os alunos podem vivenciar situações reais de trabalho e aprender na prática o dia a dia da profissão. De acordo com o diretor regional do Senac, Vitor Mello, para que os alunos consigam desenvolver as competências previstas nos planos dos cursos de capacitação do eixo Turismo, Hospitalidade e Lazer, o tema ‘Qualidade no Atendimento’ é uma das bases tecnológicas que deve ser trabalhada pois, “num setor voltado para a prestação de serviços a qualidade não é diferencial e, sim, condição fundamental para o exercício da função.”


RaCHel: impacto positivo das “impressões” do turista pode resultar na geração de renda, captação de divisas, estímulo ao desenvolvimento

>> Qualidade repercutida A analista em Educação Profissional Hospitalidade e Lazer do SENAC Rachel Torok conta que no momento em que o turista começa a programar a viagem, até o check-out no hotel, ele acumula impressões e avaliações sobre o que está vivenciando. “Imaginem se o motorista que o recebe no aeroporto lhe trata mal ou presta uma informação errada. Como será que este cliente se sentirá? E se, ao dar entrada no hotel, o recepcionista não lhe atender com cortesia? E se, ainda, ao entrar em uma loja, ficar com a impressão de que a vendedora não quer lhe atender, por julgamentos pré-concebidos, como o pouco poder de compra? Ainda que este destino turístico fosse o ‘paraíso’, o visitante se sentiria muito frustrado, pois o mau atendimento prestado por todos os envolvidos comprometeu completamente a satisfação dele com a viagem.” Rachel explica que o SENAC oferece também para as turmas in company um curso que trata especificamente sobre Qualidade no Atendimento ao Turista, com 20 horas, com disponibilidade para ser ministrado, inclusive, nas dependências da empresa ou outro local indicado, a fim de qualificar seus funcionários. Como muitos são os envolvidos na prestação dos serviços, é preciso que haja um entendimento da importância da qualidade no atendimento. Por isso, o SENAC oferece a disciplina para todas as turmas de capacitação a fim de aprimorar conhecimentos e oportunizar o desenvolvimento de habilidades, inerentes aos serviços prestados à população. Os resultados, por conta de todos os impactos positivos resultantes dessa atividade, podem se traduzir na geração de renda, captação de divisas, redistribuição de renda, geração de empregos, estímulo ao investimento na infraestrutura local, entre outros. Rachel esclarece ainda que a satisfação do cliente é função de todos. “A qualidade empenhada no desenvolvimento e execução dos serviços prestados influenciará diretamente na impressão que este turista terá do destino visitado e definirá o sucesso ou não da viagem.”

>> Lucro e negócios Pensando no aperfeiçoamento dos negócios, o estudante do curso de gastronomia do SENAC Kleber da Cruz, cada vez mais interessado em culinária, resolveu aprimorar suas técnicas e conhecimentos. Proprietário de uma casa de espetos, Kleber hoje investe em métodos de preparo básico e agrega valor ao seu produto. “O que eu aprendi na sala de aula, eu levei para o meu estabelecimento e minhas vendas aumentaram 300%. Antes a produção era de 30 a 40 espetos. Hoje servimos cerca de 110 unidades com 15 tipos. Já tenho experiência suficiente para garantir a qualidade dos meus serviços. Investi em produtos e em atendimento de qualidade e percebi que a minha clientela aumentou, tanto pela característica do produto como pela recepção aos meus clientes.” Uma outra profissão diretamente envolvida com o atendimento prestado ao turista está o de garçom. A esta profissão requisitadíssima, o SENAC elabora cursos de acordo com as competências gerais necessárias, bem como estimula o “aprender a aprender” e a articulação competente de conhecimentos, habilidades e valores. Além das aulas em laboratórios, o curso prevê a aplicação de conhecimentos COM ÉR C IO & C IA

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em atividades desenvolvidas no restaurante-escola. O aluno André Bitencourt, que há alguns anos trabalhou como garçom, mas deixou de lado para assumir um concurso público, recebeu uma proposta de retornar à profissão. “Para assumir essa vaga, não poderia voltar para o mercado sem modernizar meus conhecimentos. A profissão é muito complexa e exige muitos detalhes e a qualificação será o meu diferencial para atender o público em geral.” Quando se trata do turismo, André conta que Mato Grosso do Sul tem potencial, mas os profissionais ainda não têm capacitação necessária. “A maioria vai para o mercado de trabalho para aprender com a prática, quando na verdade deveria ir preparado, saber exatamente como servir um cliente, como tratá-lo. Falta essa cultura no Estado.” Para Vitor Melo, a falta de profissionalização traz influência direta e indireta e acredita que deve ser realizado um trabalho de conscientização que envolva não somente os trabalhadores da área, mas também empresários do segmento, pois todos participam dessa “impressão” que o turista terá da viagem. “Várias áreas estão envolvidas direta ou indiretamente no atendimento de qualidade, seja ele voltado para o turismo ou ao setor de serviços em geral, o SENAC MS tem as opções de capacitação para oferecer e a busca depende dos empresários e também dos profissionais. Estamos sempre à disposição.” “A profissão exige muitos detalhes e a qualificação será o meu diferencial para atender o público em geral”, afirma André

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Kléber procurou o Senac MS para aprimorar técnicas e habilidades



Legislação

O polêmico e indispensável celular corporativo Assunto ainda não pacificado nas cortes superiores, a configuração de hora-extra ou não com uso de aparelhos eletrônicos corporativos fora do ambiente de trabalho ainda é objeto de variadas interpretações, mesmo com a Lei 12.551, sancionada pela presidente Dilma Rousseff em dezembro de 2011, que acaba com a distinção entre trabalho dentro da empresa e a distância. O que é certo é que cada vez mais os celulares corporativos se fazem necessários dentro das estruturas organizacionais e o bomsenso deve balizar o uso desses equipamentos diante de um limiar tênue que pode separar a comodidade do abuso.

O uso do celular fora do ambiente de trabalho ainda dispõe de várias interpretações jurídicas

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residente da Comissão de Advogados Trabalhistas da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul (OAB/MS), a advogada Lidiane Vilhagra de Almeida explica que a questão do direito do empregado ao pagamento de horas-extras está ligada à possibilidade de o empregador exercer o controle sobre a jornada de trabalho do emprego. “Entendo que apenas o efetivo controle da jornada é que dá ensejo ao pagamento de horas-extras e não simplesmente o mero uso de meios eletrônicos, celular, até mesmo porque o empregador ficará “nas mãos” do empregado, que poderia utilizar-se desses mecanismos quando quisesse.

>> Matéria Controversa Ela lembra que a súmula 428 do Tribunal Superior do Trabalho reza que “O uso de aparelho de intercomunicação, a exemplo de BIP, pager ou aparelho celular, pelo emprega48

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do, por si só, não caracteriza o regime de sobreaviso, uma vez que o empregado não permanece em sua residência aguardando, a qualquer momento, convocação para o serviço.” Por outro lado, com a sancionada pela presidente, o artigo 6º da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) agora informa que “Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego”. A mesma Lei estabelece que “meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio”. A questão é polêmica e controversa. Para o TST há três hipóteses para interpretação da Lei. Uma delas seria considerar que o acesso a celular e e-mail corporativo fora do trabalho


deveria ser pago como regime de sobreaviso: remuneração de um terço da hora trabalhada. A segunda seria considerar o contato como hora normal de trabalho e a terceira seria, manter a súmula 428 e não pagar nada a mais. Tantas interpretações mostram que há um evidente descompasso entre a legislação e a evolução tecnológica que faz com que o uso de equipamentos eletrônicos se torne cada vez maior, um processo irreversível. “Acredito que a norma descrita na CLT, que foi formalizada em 1943, não se molda em situações de hoje, logo, entendo que uma reforma da legislação é necessária”, avalia a advogada. >> Indispensável Empresa em que o serviço oferecido está estreitamente ligado à tecnologia, o Portal Educação é um exemplo claro de que o uso de aparelhos corporativos para dar andamentos aos processos é indispensável. O diretor de Inovação da empresa André Akagi conta que os aparelhos são usados desde o call center, para as ligações rotineiras aos celulares de clientes à diretoria e equipe do departamento de compras, que têm smartphones com planos de dados, “já que

precisam acessar a internet com frequência de fora da empresa e em viagens”. Hoje 10% do quadro de colaboradores do Portal Educação tem celulares corporativos, incluindo os gerentes. “É o principal meio de comunicação quando estamos fora, mesmo em trânsito para outra cidade ou país é possível se manter conectado com o que está acontecendo e trabalhar remotamente”, conclui André.

Aparelhos são usados por funcionários do call Center até pelos gestores, afirma André Akagi


Nosso Ambiente & Cidadania

Cuidar do que é de todos Há um ano e meio Campo Grande recebeu a obra emblemática que transformou toda uma região e marcou um novo momento para o esporte, lazer e a cultura. Com 2,5 quilômetros revitalizados, a Orla Morena fez com que moradores dos oito bairros de seu entorno se sentissem privilegiados. Sentimento que aguçou os ânimos de um grupo de verdadeiros guardiões que se formou para combater a ação de vândalos e manter o ambiente limpo e preservado. São os Amigos da Orla Morena, organizados por meio de associação criada oficialmente em setembro do ano passado. A entidade reúne 40 moradores e há também os que não participam diretamente da associação, mas são igualmente engajados nos cuidados com o espaço público.

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á 39 anos, Edson Augusto Zanatto mora em frente à Orla Morena e enxerga o espaço como uma extensão da própria casa. “As pessoas dizem que não sou eu que devo consertar e sim o poder público. Eu não quero nada feio na frente da minha casa.” Quando percebe um brinquedo quebrado no parquinho, Edson já corre para buscar as ferramentas e consertá-lo. Com a chegada do período de estiagem, não é difícil avistar a secretária Maria de Freitas saindo de sua casa com vasilhas cheias de água para regar as plantas da Orla. “O que posso fazer eu faço, porque me sinto bem. Se cada um saísse com uma sacolinha, tirando papel do chão, não haveria sujeira.” Preocupada com a vegetação, ela também dá broncas nas crianças que insistem em escorregar pela grama nas laterais da Orla. O envolvimento nas ações públicas em prol da comunidade é uma tônica. Ela conta que, quando a obra da Orla estava em andamento, o filho cuidava de reservar água gelada para servir aos trabalhadores que executavam o projeto. Moradora há 40 anos da região, Maria conta que a chegada da Orla operou grandes transformações: “Antes era só um matagal, uma sujeira. A Orla valorizou muito os imóveis, mas acima disso, valorizou o ser humano”. Obrigado, sempre - Lembrança que também está clara na memória do presidente da Associação dos Amigos da Orla Morena Ricardo Sanches. “Era muito feio e também tinha o mau cheiro da estação de tratamento de esgoto. Quando nos vimos diante de algo tão bonito pensamos: ‘agora, o que vamos fazer para cuidar de tudo isso?’’’ Ricardo faz cami-

Edson afirma não querer nada destruído ou sujo em frente de casa e, por isso, está sempre pronto para ajudar

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nhadas diárias pela Orla para “reconhecer o espaço”, identificar problemas e buscar soluções. E ideias para estimular a preservação do espaço não têm faltado. No início de fevereiro deste ano, o policial rodoviário federal aposentado Pedro Vinholi custeou com recursos próprios 12 placas com frases de agradecimento aos cuidados com a Orla, como “Obrigado por jogar o lixo no lixo”. Depois das primeiras placas, outras 12 foram confeccionadas, com a participação de parceiros. A ideia é trabalhar o reforço positivo. “A palavra obrigado é muito forte”, explica Pedro, que já aponta bons resultados. Antes ele recolhia de 20 a 25 sacolas cheias de lixo durante as inspeções matinais na Orla, hoje o lixo encontrado não chega a encher 10. Cuidar de espaços públicos é também cuidar do dinheiro público. Segundo o secretário de Obras de Campo Grande João Antônio de Marco, hoje 250 grandes praças são cuidadas pela Prefeitura na cidade e a reforma de cada um desses espaços, quando necessária, consome, em média, R$ 200 mil.

>> Engajados atraem olhares do mundo corporativo Se para o meio ambiente e a sociedade o engajamento é fundamental, para o mercado de trabalho não é menos importante. A psicóloga Mônica Wanderley, graduada em Gestão Avançada de Recursos Humanos e Formação em Coaching, explica que muitas empresas se atentam para pessoas com esse perfil desejado em ambiente coletivo. “Mostra que a pessoa não se preocupa só com ela, mas com o planeta e outras pessoas. E no ambiente corporativo é essencial ter espírito de equipe”, diz a especialista. Na visão das empresas, o conhecimento é importante, mas pode ser adquirido a qualquer momento, enquanto a facilidade para se relacionar com outras pessoas vem “da educação, do berço e da personalidade”. “Ainda que a pessoa tenha conhecimento, se não tem espírito agregador e não se preocupa com outro é mais difícil de fazer parte do contexto. Quando se tem espírito de equipe se traz mais rendimento e produtividade. Uma equipe coesa produz mais, mais rápido, com mais satisfação e vontade.”

As caminhadas diárias ajudam Ricardo a identificar problemas e a buscar soluções para estimular a preservação

Maria de Freitas fica atenta às necessidades do novo espaço público; não raro está aguando as árvores da Orla Morena

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Sesc Horto é Cultura, Teatro, Música, Cinema, Literatura e muito mais.

Consulte a programação completa no site

www.sescms.com.br


Espaço livre para o desenvolvimento de grandes eventos e ideias, o Sesc Horto apresenta uma rica programação cultural que contempla diversas formas de pensar e sentir.

somos protagonistas, junto aos artistas e à comunidade. E trabalhamos para proporcionar diálogos culturais e eventos cada dia mais consistentes e interessantes.

Entendemos que a cultura é uma ação permanente onde todos nós

Seja bem-vindo. O espetáculo é seu!

Mais Informações:

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Parcerias

Projeto desenvolve o turismo de municípios do Estado

Silvio Andrade

As cidades de Bonito, Campo Grande e Corumbá foram selecionadas pelo Ministério do Turismo como uns dos 65 Destinos Indutores de Desenvolvimento Regional, que têm como missão fomentar o turismo nas regiões. Esses municípios foram escolhidos por serem considerados potenciais turísticos de Mato Grosso do Sul.

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projeto, que conta com a parceria da Federação do Comércio de MS, por meio do SESC, SENAC e Instituto Fecomércio, SEBRAE e o Instituto Marca Brasil, tem como objetivo capacitar empreendedores locais para a gestão em turismo, ampliar os conhecimentos sobre planejamento estratégico, fortalecer a governança e a inter-relação dos destinos com as regiões em que estão inseridos.

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>> Campo Grande Segundo o coordenador do Grupo Gestor de Turismo de Campo Grande Wantuyr Tartari, o projeto deve ser contínuo, tendo como expectativa a melhoria das ações em prol do desenvolvimento do turismo por meio de acompanhamento das atividades realizadas em cada município. “O principal objetivo do estudo é realizar um diagnóstico


>> Corumbá No município de Corumbá, o projeto passa por reformulação. “Algumas pessoas saíram e outras entraram, estamos organizando primeiro o grupo que vai coordenar para depois dar continuidade ao projeto”, explica o gestor de Projetos e Desenvolvimento da Fundação de Turismo do município Carlos Augusto Espíndola. Mas o projeto já deu frutos. “Um dos pontos negativos que havíamos identificado aqui no município era a falta de capacitação de quem atuava direta ou indiretamente com o turismo e, graças ao projeto, conseguimos reverter esse problema.” Outro ponto a ser trabalhado pelo projeto, que foi identificado como falho, segundo Espíndola, é a falta de divulgação dos atrativos turísticos da região.

Silmária Tobias: o foco dos trabalhos é cumprir as metas estabelecidas pelo Ministério do Turismo e, assim, melhorar o turismo local

A expectativa é que sejam desenvolvidas ações por meio de diagnóstico detalhado da realidade de cada cidade escolhida, como a de Campo Grande

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detalhado da realidade dos destinos indutores avaliados, a fim de colocar em perspectiva os níveis de competitividade turística de cada um e permitir que, gradualmente, possam - com base nos princípios de sustentabilidade - oferecer produtos e serviços de melhor qualidade aos turistas nacionais e estrangeiros.” A analista em Educação Profissional da área de Hospitalidade e Lazer do SENAC MS e integrante do grupo gestor, Rachel Torok, que participa do projeto em Campo Grande, explica que um dos problemas identificados foi a falta de indicadores sobre o turismo na Capital. “Não existem dados sobre números de visitantes, hotéis, pontos turísticos e o que tem está desatualizado. Precisamos saber o que temos para divulgar melhor e até saber quem são os nossos visitantes, qual o perfil deles. Em razão disso, acionamos o Instituto Fecomércio, que vai fazer a coleta dessas informações.” Um plano de ação foi desenvolvido para que, a partir das observações feitas pelo projeto, possam ser executadas as melhorias. Para a analista de Turismo Social do SESC Silmária Tobias, o foco dos trabalhos é cumprir as metas estabelecidas pelo Ministério do Turismo e, assim, melhorar o turismo local. “Campo Grande é hoje uma cidade turística de trânsito, ou seja, as pessoas passam por aqui e não param para conhecer nossas potencialidades nesse setor. Nosso objetivo é fazer os visitantes ficarem na capital e, para isso, é preciso promover ações que divulguem nossas atrações.”

Tuiuiu, ave símbolo do Pantanal: potencial turístico de contemplação em Corumbá

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Divulgação

>> Bonito O município de Bonito, considerado um dos melhores destinos do Brasil, recebeu somente no ano passado 170 mil turistas de todo o mundo. A informação é do secretário de Turismo do município Augusto Barbosa Mariano. Segundo o secretário, a cidade já tem uma organização e muitos itens que são elencados pelo projeto 65 Destinos são considerados pontos fortes na região. Porém, segundo o secretário, ainda existem alguns itens que precisam ser melhorados. “Dentro das 13 variáveis em que somos avaliados pelo Ministério, o grupo gestor elencou algumas que precisamos melhorar. Um exemplo é o plano de marketing, embora já tenhamos um, ele está obsoleto. Outro ponto é a pesquisa de demanda, para conhecermos o nosso público e saber onde devemos fazer a divulgação das nossas belezas naturais. Tem ainda a questão da estruturação de qualificação para o turismo, hoje já oferecemos cursos para o trade turístico, mas precisamos investir mais, pois recebemos turistas do mundo inteiro.”

Prefeitura Municipal

Secretário de Turismo de Bonito, Augusto Mariano: “aspectos que precisam ser melhorados já estão sendo analisados”

EM 2011, BONITO RECEBEU 170 MIL TURISTAS DE TODO O MUNDO

>> O Projeto Além das ações, o projeto 65 Destinos promoveu uma série de oficinas com os grupos gestores, a fim de capacitá-los para a utilização do software Sistema de Gestão SG 65 - uma ferramenta colaborativa para o gerenciamento de atividades dentro dos destinos indutores do Brasil. O projeto também criou e implementou um método automatizado para a gestão da competitividade e para a articulação das ações entre o Ministério do Turismo e os 65 Destinos Indutores, que possui, basicamente, duas vertentes de atuação: de um lado, faz o monitoramento do processo de implementação dos Planos de Ação nos destinos; e de outro, administra o ciclo de vida dessas atividades, com definição de responsabilidades, atividades específicas e alterações realizadas.

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SESC MS

Unidade Sesc Horto, em Campo Grande, integra setor educacional Integrar a educação formal, ofertando ensino de excelência e contar com uma infraestrutura moderna e arrojada foram os principais objetivos do SESC Mato Grosso do Sul ao reformar a unidade SESC Horto, em Campo Grande, e - assim -, unificar o ensino da Educação Infantil e também Fundamental. Até o ano passado, as aulas do Infantil eram ministradas no SESC Horto, enquanto que as do Fundamental eram disponibilizadas na unidade Camilo Boni, também na capital.

alunos são incentivados à leitura com oficinas e livros atualizados, sempre à disposição

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egundo o presidente do Sistema Fecomércio MS Edison Araújo, “a reforma veio para melhorar a qualidade de vida dos usuários do SESC, principalmente dos alunos que terão mais espaço para usufruir. Sem contar os benefícios para aqueles que, agora, podem ficar na escola em período maior e aproveitar a oportunidade para almoçar com os pais no restaurante do SESC Horto, promovendo o convívio familiar”. A diretora regional do SESC Regina Ferro relembra que, paralelo à reforma estrutural, a instituição também se preocupa com a reforma educacional, “para sempre atender aos pais e alunos com a melhor qualidade de ensino, embasada

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em um planejamento integrado entre os professores para que todos os conteúdos se complementem.” Foram três meses de reforma e, hoje, a unidade conta com 964 alunos. “Oferecemos uma escola com todas as vantagens que as famílias buscam para seus filhos: boa proposta pedagógica, profissionais qualificados, espaço físico adequado, atividades complementares, localização e custo acessível”, conta a gerente do SESC Horto Telma Silva. A área educacional do SESC Horto apoia o desenvolvimento físico e cultural dos alunos, oferecendo aulas de balé, judô e natação em horários extraclasses, além de complementar as aulas regu-


lares com oficinas de música e artes. Com a integração, o parque aquático, localizado ao lado, está à disposição exclusiva dos alunos nos dias da semana. O SESC MS também se preocupa com a alimentação de seus alunos. Muito antes da Lei Municipal nº 4.992/2011, que ficou conhecida como a Lei da Cantina Saudável, as unidades já ofereciam alimentos balanceados, com valor nutricional agregado. “Nosso lema é sempre prezar pela qualidade de vida dos trabalhadores do comércio, bem como seus familiares. Nossas cantinas não ofereciam refrigerantes, salgadinhos artificiais ou doces. Já fazia parte da nossa rotina de trabalho”, explica a diretora regional do SESC MS Regina Ferro. A diretora regional também enumera outros benefícios dos estudos serem unificados em um mesmo local. Para ela, os pais que optarem pelo horário integral vão proporcionar aos filhos “a participação em atividades que os deixam autossuficientes, como frequentar o restaurante, pagar sozinhos a conta, ir à biblioteca e procurar atividades para ocupar o tempo em que não estão em aula e sem que um adulto os acompanhe o tempo todo”, tornando-os autônomos em suas ações. Regina também relembra que, caso precisem, as crianças contam com inspetores que estão à disposição durante todo o dia. Gabriela Alves Britto estuda na escola do SESC desde os três anos de idade. Hoje, no 4º ano, ela encara as mudanças de forma positiva. “Aqui é mais espaçoso, não tínhamos tantos lugares, laboratórios, sala multiuso, reforços extraclasse.” Um dos seus locais preferidos na unidade é o Parque Aquático. “É ótimo!”

>> Acessibilidade e Cidadania A questão da acessibilidade foi priorizada com a reforma. De acordo com Regina Ferro, a escola está totalmente adaptada e preparada para receber alunos com necessidades especiais. “Temos rampas, banheiros adaptados e professores qualificados. Temos seis alunos com necessidades especiais que estão sendo atendidos plenamente pela escola. A Escola do SESC, em funcionamento desde 2007, oferece aulas do Ensino Infantil até ao 6º ano do Ensino Fundamental, contando com 964 alunos que passaram a usufruir 20 salas de aulas, 11 a mais do que era oferecido até o ano passado. Cursos de idiomas, como Inglês, Espanhol, e Libras são oferecidos nos horários extraclasses. A unidade Camillo Boni, que fica na avenida Afonso Pena, em Campo Grande, passa a oferecer atividades das áreas de Esporte, Saúde e Lazer. De acordo com a professora Adriana Gabilão, a integração das duas escolas possibilitou um melhor acompanhamento do aluno, que antes “avançava o ano escolar e, com a mudança de unidade, dificultava o contato entre os professores para eventuais orientações e sugestões sobre as necessidades de cada aluno. Agora acompanharemos todo o processo de aprendizagem, algo importante para o aluno, seja ele portador de necessidades especiais ou não”. Aos professores, o SESC oferece cursos de capacitação e apoia a formação continuada.

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Sindical

A importância dos sites para as instituições Ter uma página na internet se tornou indispensável para empresas, independentemente do porte. A ferramenta possibilita a comunicação da empresa, seja com seus clientes, seja para expor produtos e serviços e apresentando seus diferenciais. Para inserir os sindicatos do comércio varejista no universo digital, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) desenvolve - desde o final do ano passado - um projeto que oferece o desenvolvimento de sites para as entidades filiadas ao Sistema Comércio de todo o País.

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iniciativa é mais uma ação do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA) e está disponível a todos os filiados ao Sistema Confederativo da Representação Sindical do Comércio, o SICOMÉRCIO. O projeto nasceu depois de uma pesquisa promovida pela CNC, a qual apontava que 47% dos sindicatos não tinham sites próprios. Em Mato Grosso do Sul, cinco sindicatos elaboraram um site a fim de melhorar a qualidade dos serviços oferecidos, bem como levar transparência das suas ações para os filiados. “Em um mundo globalizado, no qual diversas mudanças estão em curso, modificando as estruturas vigentes, é importante que as entidades sindicais acompanhem esse movimento”, diz o presidente do Sistema Fecomércio MS, Edison Araújo. Outras 49 entidades também participam do projeto. >> Aproximação e visibilidade Para a assessora de comunicação da CNC Luciana Rivoli, o site na internet é apenas o primeiro passo para a empresa que está engatinhando no mundo virtual; é o começo de muito trabalho para que essa ferramenta seja utilizada de forma inteligente e que corresponda positivamente ao tempo e dinheiro investidos. “Os sindicatos têm o papel importante de servir de referência para os seus representados e, por isso, devem estar em um padrão que sirva de modelo.” Para a jornalista, o site também é um canal de aproximação com os empresários, um mecanismo de interatividade que fideliza as relações entre eles. O superintendente da Fecomércio MS e responsável pelos projetos do PDA, Reginaldo Henrique, complementa: “Com essa ferramenta, o sindicato passa a estar – virtualmente - na empresa e não esperar que a empresa bata à porta, em sua procura. A entidade se vê diante de uma mudança no paradigma da comunicação, pois a internet possibilita visibilidade, proximidade e interação”.

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A jornalista da CNC Luciana Rivoli e osuperintendente da Fecomércio MS Reginaldo Lima durante treinamento para os representantes dos sindicatos

>> Transparência nas ações O presidente do Sindicato do Comércio Atacadista e Varejista de Dourados Valter Mário diz que é importante deixar toda a classe empresarial informada sobre as notícias e ações oferecidas pelo comércio, como palestras, cursos, projetos e pesquisas realizadas pelo SINDICOM Dourados. “Nosso site é a maior prestação de contas que fazemos, pois é nele que mostramos todos os nossos serviços oferecidos e prestados aos filiados.” De acordo com o chefe do Departamento de Planejamento (Deplan) da CNC Daniel Lopez, o site é, ainda, o canal digital oficial por meio do qual um sindicato pode demonstrar a sua atuação como defensor dos interesses dos empresários, “isso mostra a transparência de seus atos e oferece mais credibilidade à entidade perante seus associados”. Para o presidente do Sindicato dos Representantes Co-


merciais José Alcides, a implantação do site é uma grande conquista e o sindicato dá um importante passo com a criação deste portal. “Possuir um meio de comunicação de grande alcance vem fortalecer a imagem do SIRECOM-MS, que passa a divulgar com maior abrangência seu trabalho a favor da categoria dos representantes comercial.” Uma das prioridades do Sindicato do Comércio Varejista de Três Lagoas, por meio do site, é fazer uma administração aberta para a população. O presidente Walckir Bernardes diz que a página na internet mostra a história, os representantes da diretoria e notícias. “Queremos interagir com os internautas, recebendo um feedback do trabalho feito pelo sindicato. Vamos nos empenhar para que os empresários possam conhecer um pouco mais sobre as funções, as tarefas realizadas, assim como o cotidiano dos afazeres internos e os projetos do sindicato.” Atualmente o trabalho desenvolvido pelos sindicatos é monitorado de forma a entender suas dúvidas e dificuldades e não somente solucioná-las, como, ainda, fazer os ajustes necessários. O publicitário da Fecomércio MS, Candido da Costa, durante apresentação dos sites dos sindicatos para os diretores da Fecomércio MS

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Gestão & Finanças

Com taxas menores e risco calculado, sistema cooperativo de crédito atrai empresas O

s moldes do sistema cooperativo têm atraído empresários, tanto pelas taxas reduzidas para o crédito quanto pela própria perspectiva de ser também o dono do negócio. Em Mato Grosso do Sul, o SICREDI já conta com 10.308 clientes pessoa jurídica, número que se avoluma a cada dia. Dono de postos de combustíveis e também de empresas da área de prestação de serviços e publicidade e propaganda, Nilton

Giraldelli diz que prefere investir em um negócio que também possa gerir e acredita que os riscos não sejam maiores que os das instituições financeiras convencionais. “Tem que acompanhar, por isso tem assembleia todo mês e meu contador pode ir comigo.” Com saldo positivo, após o balanço do último ano, o empresário recebeu R$ 3.222 da divisão de lucros. “Qual é o banco que te devolve dinheiro?”, questiona. O superintendente de Desenvolvimento da Central SICRED Brasil Central Zeir Ascari garante que o sistema de governança da cooperativa permite que os administradores tenham informações a tempo sobre situações que possam colocar em risco a gestão econômica e financeira. “O sistema é gerido pelas Centrais SICREDI e Banco Cooperativo SICREDI, além do próprio Banco Central do Brasil, possibilitando tomadas de decisões de forma rápida e tempestiva junto a gestão da filiada”. Também são feitas auditorias independentes com divulgação de resultados de todos os semestres com parecer sobre as demonstrações financeiras. Outras válvulas de segurança são os fundos garantidores. Quando o assunto é custo, o potencial atrativo aumenta. O associado do sistema cooperativo tem isenção de IOF (até 3% a.a.) nas operações de crédito. Para créditos voltados a investimentos no setor urbano e rural, a cooperativa também opera recursos controlados pelo governo, como linhas do BNDES, FCO, MCR, Microcrédito. “Já para o consumo, temos como exemplo a taxa média do cheque especial e rotativo cartão de crédito em 7% a.m., crédito fácil via canais de internet e autoatendimento) a 4,69% a.m., microcrédito até 2,5% a.m. e outros”, complementa o gerente. Quanto à estrutura de atendimento ao cliente, a cooperativa conta hoje com 45 unidades no Estado e previsão de abrir outras três ainda em 2012.

Zeir Ascari: potencial atrativo das cooperativas só tende a crescer

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O Governo investe no desenvolvimento.

A população está colhendo os resultados: mais empregos e renda.

84.000 63.000 empregos foram gerados

novas carteiras de trabalho

O Governo não para de investir no desenvolvimento do estado e realiza uma gestão preocupada, acima de tudo, com o bem-estar da população. A meta principal é gerar mais qualidade de vida e dignidade para todos. No setor de educação foram criados novos cursos técnicos, inclusive de nível médio, em 27 municípios. Na área de logística, foi realizada a construção de 2.000 km de rodovias pavimentadas. No setor de energia, o Governo implantou mais de 1.500 km de linhas de transmissão de energia elétrica de 230 kw. Além disso, os impostos foram reduzidos, a economia foi alavancada e os resultados cresceram e apareceram: mais de 84.000 empregos foram gerados pelas indústrias, e 63.000 novas carteiras de trabalho foram assinadas.

Muito foi feito e muito mais está por vir. Porque para o Governo, o principal patrimônio do estado são as pessoas.


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