Cidades
Dourados desponta no setor agrícola, mas há necessidade de mais investimentos para fomentar a gestão comercial e empresarial do município
Legislação
Cobrança do ICMS do e-commerce divide opinião de advogados tributaristas. Para a CNC, a situação gera a bitributação e não pode penalizar o consumidor
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Aniversário
Com 34 anos , MS comemora a chegada de novos empreendimentos que apostam em um futuro promissor
Comércio & Serviços Turismo de Eventos e Negócios fomenta o comércio em MS e levanta a discussão sobre o planejamento da infraestrutura
Crianças x Consumo Uma relação de sutileza e sagacidade no mundo dos negócios
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Palavra do Presidente Nos últimos meses, a região Centro-Oeste é notícia nas mídias nacionais por razões, até há pouco tempo, não tão comuns aos brasileiros. Mato Grosso do Sul, em especial, está se tornando um celeiro de talentos profissionais, de novas opções de mercado de trabalho e, acima de tudo, desperta a atenção de grandes empreendedores do País pelos números positivos que a economia do Estado tem gerado. Em Campo Grande, de acordo com o Índice de Consumo das Famílias (ICF), divulgado em julho pela CNC, entre as famílias que moram na capital aumentou em 5% a intenção de ir às compras em relação a junho/2011. É importante esclarecer que, dentre os indicadores que compõem esse índice, o que tem tido reação mais importante é o da avaliação do emprego atual. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) reforçam a informação. Este ano, o segmento econômico do Estado que mais aumentou o número de empregos formais foi o de serviços de alojamento, alimentação, reparação e manutenção, com geração de 3.574 empregos, ou seja, 20 novas vagas por dia. Em junho, o número de vagas geradas em MS bateu recorde: foi o maior em dez anos, com mais de 3,5 mil novos postos de trabalho com carteira registrada. Otimismo também está em alta em MS: pesquisa da CNC apontou que 64,5% das famílias campo-grandenses esperam melhorias profissionais até o final do ano. Dos entrevistados, 59,3% afirmaram que a renda familiar está melhor do que o mesmo período do ano passado, e, 39,2% contam que estão consumindo mais. A Revista Você S/A divulgou que Campo Grande é a 48ª melhor cidade do Brasil para se construir uma carreira profissional. Informações que nos orgulham e mostram a responsabilidade que temos, mas que não nos surpreendem nem mesmo causam receios. O Sistema Fecomércio MS (SESC, SENAC e Instituto) reforça o compromisso de trabalhar sempre com profissionalismo, competência e excelência, seja nas ações e nos serviços ou no oferecimento das melhores oportunidades para nossos parceiros nos assuntos relacionados ao nosso fazer. Nesta edição, mostramos como empresários já estão se preparando para atender uma clientela exigente, sabedora do que quer e muito observadora: as crianças e os adolescentes, que serão homenageados em outubro. Também vimos otimismo daqueles que trabalham nos setores de turismo de eventos e, ainda, as boas novas sobre os investimentos nos aeroportos, inclusive, de municípios que também têm alta expectativa de crescimento econômico. Por tudo o que está ocorrendo e pelo otimismo que o setor do comércio de bens, de serviços e de turismo tem pela frente, é que Mato Grosso do Sul tem muito a comemorar nesses 34 anos de vida. Parabéns Mato Grosso do Sul! Parabéns a todos nós que fazemos a vida acontecer todos os dias!
EDISON FERREIRA DE ARAÚJO Presidente do Sistema Fecomércio de Mato Grosso do Sul COM ÉR C IO & C IA
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Sumário P U B L I C A Ç Ã O B I M E S T R A L D O S I S T E M A F E C O M É R C I O M AT O G R O S S O D O S U L | A N O 1 | E D I Ç Ã O N º 4 | S E T E M B R O / O U T U B R O 2 0 1 1
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Capa
Crianças e jovens são responsáveis por um aumento de 15% nas vendas de 2011. De olho neste mercado, empresários, pais e psicólogos adotam estratégias para enfrentar esse novo perfil de consumidor
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Cidades
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Dourados é a segunda maior cidade do Estado. Com uma população miscigenada, como todo o restante do País, ainda recebe influência dos povos paraguaios e indígenas
O presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO), Gustavo do Vale, comenta a estrutura em MS
12. Economia MS O aumento da inflação no primeiro semestre despertou o questionamento: seria resultado do crescimento econômico do Estado ou mera questão pontual? Especialistas falam sobre o assunto.
16. Homenagem Mato Grosso do Sul completa mais de três décadas de existência. Estudiosos, cientistas, historiadores e admiradores falam sobre o cenário econômico e social deste Estado.
28. Comércio & Serviços Turismo de Negócios e Eventos é responsável por 30% do movimento no setor e pressiona empreendedores para investir em infraestrutura e qualificação.
32. Estratégia Pesquisa de pós-venda e de opinião são ferramentas usadas pelas empresas para conhecer melhor os interesses dos consumidores e aprimorar o atendimento.
34. Carreira & Mercado Uma profissão que ganhou glamour e hoje é considerada uma das mais
promissoras no setor gastronômico. O chef já é um dos profissionais mais requisitados pelo segmento.
37. Sindical A partir desta edição, entidades da base sindical da FECOMÉRCIO MS abordam questões históricas, falam sobre desafios e perspectivas para o setor.
40. Tecnologia & Inovação Empresários que não utilizam informação tecnológica como ferramenta de gestão estão há duas décadas atrasados. Informação é a alma do negócio.
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Entrevista
PRESIDENTE DA FECOMÉRCIO/MS Edison Ferreira de Araújo DIRETORIA 1° VICE-PRESIDENTE Denire Carvalho 2° VICE-PRESIDENTE José Alcides dos Santos 1° SECRETÁRIO Hilário Pistori 2° SECRETÁRIO Manoel Ribeiro Bezerra 1° TESOUREIRO Sebastião José da Silva 2° TESOUREIRO Roberto Rech SUPLENTES DA DIRETORIA Ricardo Massaharu Kuninari; Valdir Jair da Silva; Carlos Roberto Bellin; Benjamin Chaia; Álvaro José Fialho; Cláudio Barros Lopes; Wilson Dalbem CONSELHO FISCAL Oswaldo Fernandes; Jonas Chaves Junior; Leila Denise Kemp SUPLENTES DO CONSELHO FISCAL Vicente Domingos Alves de Arruda; Elenice Alves Perez; Domingos Sergio Barreto da Silva
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Fecomércio MS
Federação investe em palestras, workshops e seminários para incentivar ainda mais o empreendedorismo entre empresários e trabalhadores das vendas do varejo
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DELEGAÇÃO FEDERATIVA Edison Ferreira de Araújo; José Alcides dos Santos
Parcerias
Cartão Empresarial, da ASSETUR, oferece benefícios e vantagens para usuários do transporte coletivo e também para empresários
44. Ponto de Vista Reeleito presidente da Federação das Indústrias de MS, Sérgio Longen defende o planejamento das ações para a ampliação das políticas de desenvolvimento industrial.
46. Empresário do Mês Ariclenes Bento Vicentim, dono da Rede ABV Supermercados, conta a trajetória de sucesso e de desafios em um segmento competitivo.
50. SENAC MS Com ações pautadas nos princípios da inclusão social e educacional, o SENAC MS oferece
SUPLENTES DA DELEGAÇÃO FEDERATIVA Denire Carvalho; Sebastião José da Silva IFMS Thales de Souza Campos; Diogo Rondon; Regiane Dede SINDICATOS REPRESENTADOS PELA FECOMÉRCIO/MS Sind. do Com. Atacadista e Varejista de Dourados; Sind. do Com. Varejista de Amambai; Sind. do Com. Varejista de Aquidauana e Anastácio; Sind. do Com. Varejista de Campo Grande; Sind. do Com. Varejista de Corumbá; Sind. do Com. Varejista de Gêneros Alimentícios de Campo Grande; Sind. do Com. Atacadista e Varejista de Materiais de Construção de Campo Grande; Sind. do Com. Varejista de Naviraí; Sind. do Com. Varejista de Paranaíba; Sind. do Com. Varejista de Três Lagoas; Sind. do Com. Varejista de Ponta Porã; Sind. do Com. Varejista de Produtos Farmacêuticos de MS; Sind. dos Despachantes Comerciais do Estado de Mato Grosso do Sul; Sind. dos Representantes Comerciais do Estado de Mato Grosso do Sul; Sind. dos Centros de Formação de Condutores de Veículos do MS; Sind. dos Revendedores de Veículos Automotores de C. Grande DIRETORA REGIONAL DO SENAC Regina Ferro DIRETORA REGIONAL DO SESC Irene Maria Buainain
igualdade de condições, acessibilidade, estrutura e técnicos capacitados nos cursos profissionalizantes.
52. Legislação Especialistas garantem que não há base legal para a partilha da cobrança do ICMS como foi implantada, embora sob o ponto de vista de justiça fiscal ainda há controvérsias.
EDIÇÃO: Infinito Comunicação Empresarial infinitocomunica@gmail.com
56. SESC MS Escola de Ensino Médio, a ESEM, com quatro anos de existência, já é excelência no ensino e
EDITORA-CHEFE: Neusa Pavão MTB/MS 035
58. Nosso Ambiente & Cidadania Piso tátil gera surpresa e indignação aos empresários e
REVISÃO: Vanderlei Verdoim, Lúcia Helena Paula do Canto
64. Gestão & Finanças Líderes do setor produtivo de MS e da região Centro-Oeste se reúnem para
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Estúdio i7 LTDA-ME
uma das mais disputadas de todo o País.
usuários afirmam que faltam orientação e alinhamento de ações.
reivindicar mais benefícios e garantir competitividade para os Estados.
REPORTAGEM: Neusa Pavão, Fernanda Mathias MTB/MS 041, Marineiva Rodrigues MTB/MS 114, Rosana Siqueira MTB/MS 08, Marta Ferreira MTB/ MS 097, Diogo Rondon
FOTOS: Mário Bueno MTB/MS 166; Edson Ribeiro MTB/MS 50
COMERCIALIZAÇÃO: Departamento de Relações com o Mercado - FECOMÉRCIO/MS GESTORA DE RELAÇÕES COM O MERCADO: Ionise Catarina Piazzi Tavares CONSULTORA DE RELAÇÕES COM O MERCADO: Cátia de Almeida comercial@fecomercio-ms.com.br Rua Almirante Barroso, 52, Bairro Amambaí, CEP: 79008-300, Campo Grande/MS Fone: (67) 3321-6292 / Fax: (67) 3321-6310
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Capa
Dia das Crianças Comerciantes se preparam para melhorar o faturamento; consumidores são exigentes e atentos às novidades do mercado
AMBIENTES INTERATIVOS NA RIHAPPY MOTIVAM A EXPERIMENTAÇÃO E, POR CONSEQUÊNCIA, A COMPRA PELO PRODUTO
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á é uma realidade. Cada vez mais, o consumismo está presente na vida de crianças e adolescentes. Mais vulneráveis e ainda com o espírito crítico em formação, eles são os responsáveis pelo crescimento constante das vendas de brinquedos no Brasil. Os meios de comunicação e as indústrias, sem legislação específica para esse assunto, a todo momento oferecem novidades que despertam o interesse desses pequenos consumidores - principalmente quando o assunto é brinquedo.
NÚMEROS Segundo o levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ), a indústria brasileira do setor faturou R$ 3,1 bilhões em 2010, um avanço de 11% sobre o exercício anterior. A meta para este ano, com investimento de R$ 200 milhões em lançamentos de produtos e na modernização das fábricas, é crescer mais 15%. O período de aumento nas vendas é quando se aproxima o Dia das Crianças. Em 2010, as vendas realizadas na semana de 5 a 11 de outubro cresceram 12% na comparação com a mesma semana de 2009, segundo o Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio - Dia das Crianças, superando a expectativa dos empresários brasileiros, que previam um crescimento de 10,3%.
De acordo com o estudo, o Dia das Crianças foi a melhor data nacional para o setor em 2010. Em MS, é o terceiro melhor período de vendas no varejo, perdendo apenas em volume para o Natal e o Dia das Mães. Responsável por 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas produzidas no país, o setor de brinquedos tem boas perspectivas para este ano, principalmente pelo surgimento de novos fabricantes. Em Mato Grosso do Sul, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Mensal de Comércio, referentes ao mês de outubro de 2010, o crescimento foi de 9,2% nas vendas em comparação com o mesmo período do ano anterior, superando a média nacional que registrou alta de 8,8%. PERSPECTIVA Para este ano, os lojistas estão cautelosos. A perspectiva é sempre de boas vendas, mas o setor está em alerta. A avaliação é do empresário Jaime Egídio Ferreira, proprietário de duas lojas de brinquedos em Campo Grande, a Mega Toys. Segundo Ferreira, nos primeiros seis meses deste ano as vendas caíram cerca de 30%, quando comparadas com o mesmo período do ano passado. “Todos esses meses, as vendas estão menores quando comparadas com o mesmo mês no ano passado, que para nós foi um ano muito positivo.” Sobre as perspectivas para o Dia das Crianças, o empresário é cauteloso na hora de fazer as projeções. “Acredito que não vá superar as vendas do ano passado, quando alcançamos um crescimento de 20%. Mas se chegar próximo disso, está ótimo.”
BRINQUEDOS QUE ESTIMULAM A IMAGINAÇÃO E A INTERATIVIDADE SÃO IMPORTANTES PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL
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Para tentar reverter a situação, Jaime Ferreira aposta na campanha publicitária para atrair os olhares dos pequenos consumidores e, com eles, os pais. “Estamos preparando um material específico para o Dia das Crianças, mostrar as novidades do mercado, as tendências e, assim, incentivar as vendas. Vamos apostar na divulgação.” Uma das maiores redes de brinquedos no Brasil, a RiHappy, que atua em quase todos os Estados com mais de 80 lojas, é mais otimista. Segundo o diretor de Marketing Mario Honorato, a expectativa é de um aumento de 10% nas vendas aqui na capital, em relação ao ano passado. O diretor explica que o ritmo de consumo em 2011 não está sendo o mesmo de 2010, mas que ainda assim os números são positivos. Quando o assunto é concorrência, principalmente
com a indústria chinesa, Honorato explica que o problema do Brasil chama-se impostos. “Com uma alta tributação, vários projetos tornam-se inviáveis. Hoje temos que entender que vivemos em um mundo globalizado, buscando todas as alternativas existentes.” A estratégia para atrair os clientes está na variedade dos produtos, além de oferecer sempre as tendências do mercado. “Trabalhamos com todas as novidades no setor de brinquedos, oferecendo seis mil itens aos nossos consumidores.” Para se manter como uma das líderes do mercado no setor, a RiHappy investe também na qualificação constante dos funcionários, além de oferecer um atendimento diferenciado aos clientes. Outro fator é a comunicação constante com o público, por meio de revistas e informativos. A empresa mantém uma revista voltada para seu público-alvo, com brincadeiras, atividades e anúncio de lançamentos de produtos. Outra ferramenta de comunicação é um Newsletter semanal, que é enviado aos clientes que se cadastram no site da empresa. Para incentivar a compra, uma das estratégias utilizadas é oferecer ambientes interativos nas lojas, onde as crianças se divertem com os brinquedos, motivando, com a experimentação, a compra. “Nosso objetivo é a satisfação do nosso cliente, por isso procuramos oferecer os melhores produtos e um atendimento personalizado, com qualidade,” afirma. SABER BRINCAR Mas os pais precisam ficar atentos na hora de se desdobrarem para atender aos desejos dos filhos. Segundo a psicóloga de crianças e adolescentes Ana Elizabete Arruda, com experiência de 30 anos na área, a tendência das crianças hoje, na hora de escolher um brinquedo ou uma brincadeira, é optar por jogos eletrônicos, pelo computador e, com isso, estão perdendo o hábito de brincar, o que pode trazer sérias
ALÉM DE CHAMAR A ATENÇÃO DOS PEQUENOS CONSUMIDORES COM NOVIDADES E TENDÊNCIAS DO MERCADO, A MEGA TOYS INVESTE EM DIVULGAÇÃO
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PARA ESPECIALISTAS, BRINCADEIRAS TRADICIONAIS, AO AR LIVRE, AUXILIAM NO PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO
consequências para o futuro. “As crianças de hoje não brincam mais, não têm o hábito da leitura, estão perdendo a capacidade de fantasiar e isso é preocupante. Hoje os brinquedos já veem prontos; a criança só observa o brinquedo brincar, não cria, não participa dessa criação e, dessa forma, não constrói seu próprio desenvolvimento.” Na avaliação da psicóloga, o excesso de tecnologia dificulta o processo de desenvolvimento natural da criança. “Hoje ela está mais isolada, brincando sozinha. Não aprende a socializar, a lidar com pequenos atritos e frustrações e isso trará consequências na fase adulta. Brincar é absolutamente necessário e os pais devem tomar consciência da importância da brincadeira saudável, dar mais atenção para os filhos, brincar com eles, contar histórias. A criança precisa desenvolver a interatividade, não só com os pais, mas com outras crianças também. Ela pode usar o brinquedo da moda, os jogos eletrônicos, mas não se restringir a isso.” “A CRIANÇA PRECISA INTERAGIR NÃO SÓ COM OS PAIS, MAS COM OUTRAS CRIANÇAS TAMBÉM. PODE USAR O BRINQUEDO DA MODA, OS JOGOS ELETRÔNICOS, MAS NÃO SE RESTRINGIR A ISSO”, AFIRMA ANA ELIZABETE
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CONSUMISMO Outro alerta da psicóloga é sobre o consumismo infantil. “Uma criança consumista tende a se tornar um adulto consumista. Os pais precisam usar o bomsenso na hora dos apelos das crianças que, muitas vezes, usam chantagem emocional.“Os pais têm a capacidade de julgar o que é melhor para o seu filho.” A jornalista Heloíse Gimenes, mãe da pequena Maria Fernanda, de 3 anos, conta que - apesar da pouca idade - , a menina tem paixão por bonecas e roupas, mas afirma que consegue, ainda, controlar os desejos da filha. “Eu procuro explicar a situação para ela, que naquele momento a mamãe não pode comprar e ela entende.” Heloíse explica que se preocupa com o consumismo da filha e que por isso nem sempre atende aos pedidos da pequena. “Meu marido e eu conversamos com ela, explicamos que deve cuidar das suas coisas, dar valor ao que tem, mas sem apego material e que nem sempre podemos ter o que se quer. Nos preocupamos com a formação dela.”
VARIEDADE DE PRODUTOS, TENDÊNCIAS E DIVULGAÇÃO SÃO AS ESTRATÉGIAS PARA FOMENTAR AS VENDAS
A doutora em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Ângela Maria Costa dá uma dica para os pais perceberem o “sinal de alerta” do consumismo dos filhos. Ela explica que quando os pais percebem que comprometeram uma grande parte de seu salário em compras de brinquedos, e que isso fica visível quando chega a fatura do cartão de crédito ou o carnê de lojas, é hora de refletir sobre a questão. “Dessa forma, os pais estão criando um mundo irreal para seus filhos, que vão crescendo com a ilusão de que tudo pode estar ao seu alcance.” Ela também faz um alerta sobre o papel da escola nesse processo. “É papel dela preparar a criança para viver em sociedade, complementando a educação da família. Preços, custos, lucros, dívidas, juros, contas, consumismo desenfreado têm que ser objetos de estudo da matemática e de discussão em sala de aula. Aprender a fazer um controle de gastos, a partir da receita, deveria ser uma atividade regular na escola.”
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Economia MS
Depois de assustar o campo-grandense, inflação tende a seguir meta nacional Superior à média nacional e bem acima do estipulado como meta pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o avanço da inflação no primeiro semestre deste ano, na capital, assustou e despertou o questionamento: seria esta disparada resultado do próprio crescimento econômico do Estado ou uma questão pontual, relacionada ao elevado índice de reajuste de energia aplicado em abril? Para o coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais da Anhanguera - Uniderp Celso Corrêa, responsável por calcular o Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande, resulta principalmente da alta do insumo, mas o aumento da massa salarial também fez peso.
MELHORIAS NO PROCESSO INTERNO PARA DIMINUIR EFEITO DO AUMENTO DA ENERGIA ELÉTRICA AUXILIARAM A NÃO REPASSAR O PREÇO AOS PRODUTOS E, CONSEQUENTEMENTE, AO CONSUMIDOR
“O que a gente pensa de imediato é que Campo Grande está se tornando uma cidade mais cara para se viver. Porém, por muito tempo ficamos abaixo do índice nacional e da meta do CMN. Neste ano podemos culpar a energia elétrica, porque o impacto maior veio em abril.” E há de se considerar que a alta superior aos 18% continua produzindo efeitos em cascata por, pelo menos, até quatro meses após a aplicação do reajuste, por conta do encarecimento de custos no comércio e no setor de serviços. Logo no início do ano, os impostos também pesaram, com destaque para o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), que teve acréscimos importantes em vários bairros, em consequência da valorização imobiliária que veio a reboque de obras públicas.
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CELSO CORRÊA: ENERGIA ELÉTRICA, COMBUSTÍVEIS E MUITO TEMPO COM ÍNDICE INFLACIONÁRIO ABAIXO DO NACIONAL E DA META DO CMN CONTRIBUÍRAM PARA AUMENTO DA INFLAÇÃO
UM ALÍVIO NO BOLSO Isso sem contar os preços de combustíveis que dispararam nos primeiros meses, por causa da redução da oferta de etanol por conta da destinação da safra à produção de açúcar, atendendo à demanda do mercado internacional. Em junho, primeiro mês de deflação do ano, a redução dos preços nas bombas foi um alívio para o bolso do consumidor. Outra corrente que exerce pressão é a melhoria de renda da população, que reflete diretamente no consumo e, por consequência, desequilibra a relação de procura e oferta, fazendo com que os preços subam. No acumulado de janeiro a junho deste ano, a inflação na Capital foi de 4,16%. Em 12 meses foi 7,46%. Neste ano, as maiores altas foram verificadas nos grupos Educação, com 9,82%, Vestuário - 8,26%, Habitação - 6,69% e Saúde - 6,20%. O único grupo com inflação acumulada negativa foi o de Alimentação, com -1,21%. Quanto à inflação acumulada nos últimos 12 meses, destacam-se Vestuário - 10,71%, Educação 10,34%, Habitação - 8,58% e Saúde - 7,94%. A meta do CMN para o ano de 2011 é de 6,5%, sendo o centro da meta de 4,5% com uma tolerância de ± 2%. PARA-CHOQUE O setor de alimentação, que foi o que segurou o custo de vida na Capital, também foi um dos que passou por maior desafio com o reajuste da energia elétrica. O presidente da Rede Econômica de Supermercados Edson Veratti afirma que parte do custo foi absorvido “com as melhorias dos processos internos, sendo este o grande desafio do varejista para que não seja afetado pelo ‘gatilho’ automático dos reajustes
da energia, que é, em certa medida, herança de uma época de inflação.” Com o aumento da renda da população, os supermercados também sentiram o aquecimento do consumo, especialmente por produtos de maior valor agregado e as compras ficaram menos espaçadas. “O interessante é que essas classes sabem pesquisar e quando um produto aumenta de preço procura substituir por outro. É o caso do frango que acaba sendo o substituto natural de outra carne”, observa Edson. Neste segundo semestre, a tendência é que a trégua iniciada em junho continue e que o dragão da inflação fique sob controle. As medidas adotadas pelo governo federal para redução do crédito já surtiram efeito e a expectativa, segundo o professor Celso Corrêa, é que o índice de Campo Grande encerre 2011 dentro ou bem próximo da meta.
VERARDI: AS NOVAS CLASSES FAZEM PESQUISA DE PREÇO E SUBSTITUEM PRODUTOS MAIS CAROS
ALIMENTAÇÃO FOI O ÚNICO GRUPO QUE TEVE INFLAÇÃO ACUMULADA NEGATIVA NOS ÚLTIMOS MESES
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Homenagem
Pujante e com fertilidades mil, MS completa 34 anos
CORUMBÁ
CAMPO GRANDE
TRÊS LAGOAS
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restes a completar 34 anos e com uma população de quase 2,5 milhões de habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2010, Mato Grosso do Sul tem se destacado na economia nacional, mas ainda com muitos desafios a enfrentar. Situado em uma posição geográfica privilegiada na América do Sul, hoje o Estado tenta diversificar seu perfil socioeconômico, que por muitos anos foi dominado pelo binômio boi e soja.
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DIVERSIFICANDO PRODUTO Mato Grosso do Sul já ocupa lugar de destaque no cenário nacional e internacional envolvendo o plantio de florestas. Tradicional produtor de carne e soja, o Estado, com aproximadamente 400 mil hectares de florestas plantadas, lidera o processo de expansão no Brasil. O exemplo vem da região leste, Três Lagoas. Por quase um século, a pecuária dominou na região de forma absoluta. A história começou a mudar na década de 1970. Procurando alternativas para diversificar as propriedades, o Governo do Estado incentivou o plantio de eucalipto, que cresce muito bem na região. Os reflexos dos incentivos à cultura já eram expressivos. Em 2010, Mato Grosso do Sul aumentou 30% a área plantada em relação ao ano anterior, conforme dados da Associação Brasileira dos Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF). No levantamento, MS aparece com 378.195 hectares de eucalipto e 13.857 hectares de pinus, totalizando 392.052 hectares de florestas plantadas. Outro exemplo deste novo momento da história sul-mato-grossense é o acelerado crescimento da indústria sucroalcooleira com incremento da geração de energia renovável (termoelétricas à base de biomassa) e as indústrias de celulose que se concentram na região do Bolsão. Corroborando com o processo de crescimento econômico e o desenvolvimento de outras regiões, houve a retomada da indústria de mineração na região de Corumbá, desaquecida com o surgimento da crise em fins de 2008 e início de 2009. Outro fator importante para o aquecimento da economia foi a expansão do setor da construção civil, impulsionada pelo programa governamental “Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)”, criado para combater a crise mundial que podia atingir o Brasil.
MS JÁ CONTA COM MAIS DE 378 MIL HECTARES DE EUCALIPTO
Para o presidente da FECOMÉRCIO MS Edison de Araújo, esse movimento, ligado ao crescimento e desenvolvimento, está mudando a matriz econômica do Estado que, com aporte de grandes indústrias, passa a depender menos do binômio econômico “boi/soja”. “As pesquisas recentes apontam que o grande sustentáculo econômico de MS é o setor do Comércio de Bens, Serviços e Turismo que contribui com 2/3 do PIB do Estado, organizado em segmentos de micro, pequenos e grandes estabelecimentos comerciais para bem atender o consumidor.” ESTRUTURA E LOGÍSTICA Os desafios estão em manter a expansão das oportunidades, contemplando as diferentes regiões do Estado, de forma a levar benefícios de forma desconcentrada para toda sua população. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), em 2010, foram gerados 27.975 empregos celetistas (com carteira assinada) em Mato Grosso do Sul. Os setores de atividade econômica que mais contribuíram para essa expansão foram: Serviços (+10.177 postos), Indústria de Trans-
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A CONSTRUÇÃO CIVIL IMPULSIONA O CRESCIMENTO ECONÔMICO DE MS; EM 2010, FORAM CRIADAS MAIS DE 2 MIL VAGAS COM CARTEIRA ASSINADA
formação (+ 7.596 postos), Comércio (+7.436 postos) e Construção Civil (+2.128). Na avaliação do economista Paulo Ponzini, é evidente o crescimento do Estado ao longo dos anos, mas a preocupação é a necessidade da diversificação da produção, que não foi planejada pelos gestores nesses 34 anos. “Ainda falta melhorar a logística, pois produzimos e ainda não temos condições ideais de escoação.” Ponzini também alerta para a necessidade de fomentar o mercado interno com um planejamento sobre a localização estratégica do Estado. “Quem faz isso muito bem é o município de Três Lagoas, que utiliza a infraestrutura do estado de São Paulo.” Para o doutor em Geografia Econômica e Política da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Tito Carlos Machado de Oliveira, esse crescimento que tem sido registrado está dentro da normalidade e até com números positivos, crescendo acima da média nacional de um a dois pontos percentuais. Por outro lado, ainda mantém o mesmo perfil econômico dos anos de 1980. Segundo o professor, se levarmos em conta a situação econômica do Estado na época da criação do novo Estado, MS estava entre as três unidades federativas que se mantinham independentes dos repasses do Governo Federal, tendo uma economia suficiente para sua própria manutenção. Hoje o Estado deveria estar em uma escala de desenvolvimento bem maior. “Faltou planejamento e o Estado acabou necessitando de recursos externos para se desenvolver e é essa organização que é necessária até hoje. Somos um Estado
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com uma população muito reduzida e, ainda assim, temos quase 80 mil analfabetos e 200 mil analfabetos funcionais, isso representa quase 10% da população, um número muito alto. E o impacto disso é uma mão de obra sem qualificação, que poderia ser facilmente resolvida”. ESTADO PROMISSOR O casal de empresários Milla Resina Batalha e Carlos Humberto Batalha Júnior, donos do Firula’s Café, em Campo Grande, acreditou no potencial do Estado e investiu em algo ainda pouco explorado na região. “O Estado está se desenvolvendo muito, o que possibilita investir por aqui. O que realmente é importante para nós é a qualidade de vida, a possibilidade de trabalhar perto de casa, de estar com a família, o clima, os amigos”, diz Milla. O casal pretende ampliar o negócio abrindo filiais ao interior do Estado. Para o jovem empreendedor Alexandre Silva de Paula, 27 anos, Mato Grosso do Sul tem um grande potencial para quem pretende investir na região. Ele é dono da pizarria Pedaço da Pizza, em Campo Grande, e, com o pai Ademir Alves de Paula, uniu a experiência e a inovação. Segundo ele, é o segredo para o empreendimento estar dando certo. “Meu pai já tinha experiência em outras empresas, principalmente com a parte prática e eu cuido da área administrativa, com uma visão mais inovadora. Juntamos tudo e deu certo.”
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Cidades
Dourados, cidade em expansão e desenvolvimento
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Localizado a 198 quilômetros da Capital, Dourados caracteriza-se por ser o segundo maior município de Mato Grosso do Sul, com uma população de 181.869 habitantes de acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A cidade é um polo de serviços e produção agropecuária da região sudoeste do Estado, tendo a economia fundamentada no comércio de serviços, produção e beneficiamento de grãos, além da pecuária.
PARQUE ARNULPHO FIORAVANTE
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cidade recebe o nome do rio que banha o município, Dourados, que tem 370 km de extensão e banha 12 municípios. O nome também se deve à grande quantidade de peixes da espécie Dourado nele existente. Dourados possui o segundo maior PIB do Estado, R$ 2,87 bilhões de acordo com dados do IBGE, tendo exportado no ano de 2008 cerca de 148 milhões de dólares. Os setores agropecuário e industrial respondem por 21% do PIB e o setor de Comércio, Bens, Serviços e Turismo por 79%.
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MURILO ZAUITH: INCENTIVOS FISCAIS, SIM, MAS EMPRESÁRIOS TERÃO DE CONTRATAR MÃO DE OBRA LOCAL
O SETOR DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO RESPONDEM POR 79% DO PIB DO MUNICÍPIO
INCENTIVOS Em plena expansão comercial e industrial e em busca de se tornar mais atrativa para os empreendedores, o governo municipal criou o Programa de Incentivos para o Desenvolvimento Socioeconômico. O empresário pode receber o terreno para a instalação do empreendimento, serviços de infraestrutura necessários à edificação de obras civis e de vias de acesso, redução ou isenção de taxas e do Imposto sobre Serviços (ISS), bem como incentivo ao turismo receptivo. O Programa também oferece a redução de impostos, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Sempre objetivando a geração de empregos, o município está reformulando a lei de incentivo fiscal, pela qual a prefeitura concederá benefícios e, em contrapartida, as empresas terão por obrigação contratar mão de obra local. De acordo com o prefeito Murilo Zauith, para monitorar essa parceria está sendo criado o Centro Integrado de Atendimento ao Trabalhador. Além disso, o prefeito trata como prioridade a qualificação profissional da mão de obra local. “Hoje, o mercado de trabalho está muito exigente e a tendência é ficar ainda mais. As empresas que chegam a Dourados e as já existentes encontram dificuldades na contratação de funcionários. Estamos desenvolvendo o Projeto Qualifica Dourados que tem como objetivo principal atender às necessidades de qualificação no município. Já estamos com ações nos bairros mais distantes, como Parque das Nações, Jóquei Clube, Novo Horizonte, Canaã e outros.” DESENVOLVIMENTO De acordo com o empresário Valter Alegretti, proprietário de lojas de roupas e calçados que há 36 anos trocou o interior de São Paulo e resolveu investir em Dourados por acreditar no potencial econômico do município, a qualificação da mão de obra é um processo que está crescendo gradativamente. “Sentimos que estamos melhorando cada vez mais, nos surpreendendo em comparação a outros grandes centros; temos que investir no ser humano, pois ele é insubstituível a qualquer máquina.” Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Atacadista e Varejista de Dourados Valter Mário Silva Castro, o comércio vive um momento muito importante no processo de desenvolvimento do município, tornando a categoria cada vez mais forte, tanto na cidade quanto na região da Grande Dourados. Segundo a prefeitura, o comércio da cidade movimenta cerca de 1,8 bilhão de reais ao ano. Dourados possui grandes empresas instaladas em seu território, como redes de supermercados e varejo, e outras já demonstram interesse em investir na cidade.
O SETOR SUCROENERGÉTICO SE DESTACA NO MUNICÍPIO; JÁ SÃO 14 USINAS E SÓ NA SÃO FERNANDO SÃO MAIS DE 3.500 TRABALHADORES
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10 MIL INDIVÍDUOS DAS ETNIAS TERENA E GUARANI RESIDEM NA CIDADE SEGUNDO A PREFEITURA, O SETOR COMÉRCIO MOVIMENTA CERCA DE 1,8 BILHÃO DE REAIS AO ANO
INFRAESTRUTURA Ainda segundo a prefeitura, no setor industrial, destaca-se o sucroenergético. São 14 usinas em funcionamento que investem milhões de reais na cidade. Dourados tem tudo para se tornar o Polo Sucroenergético de Mato Grosso do Sul, por seu posicionamento estratégico, pois estará em breve inserida na Ferroeste (que sai de Maracaju e vai até o porto de Paranaguá/PR) e na Ferrovia Norte-Sul, por meio do ramal do Pantanal, que sai de Panorama, passa por Dourados e irá até Porto Murtinho, ligando a cidade até o Porto de Santos, em São Paulo. Assim, o município será um importante entroncamento ferroviário do Brasil. Atualmente, a maior indústria de Dourados é a Usina São Fernando Açúcar e Álcool, do grupo Bertin/Bumlai, que emprega 3.500 funcionários e é avaliada em 1,6 bilhão de reais. Em pleno funcionamento, a usina ainda está em fase de construção, devendo ser uma das maiores e mais modernas do mundo. O setor sucroenergético deu novo impulso a Dourados. “Além da São Fernando, que é referência para a região, várias outras usinas estão instaladas ao redor da cidade. Como cidade-polo, Dourados tem atraído uma série de empresas de manutenção e de prestação de serviços. Recentemente estivemos em Sertãozinho, interior de São Paulo, para conhecer as indústrias do setor que funcionam lá e convidar os empresários a conhecerem o potencial de Dourados. Os investimentos no setor estão apenas começando, uma nova Usina já está em implantação, a Dourados Açúcar e Álcool”, conclui Murilo Zauith. DIVERSIDADE ÉTNICA Dourados é o município brasileiro com a maior concentração de indígenas residentes em área urbana. São cerca de 10 mil indivíduos das etnias Terena e Guarani Caiuá. As aldeias Jaguapiru e Bororo estão localizadas a poucos minutos do centro da cidade. O município também absorve grande influência do Paraguai que está a 100 km de distância, na fronteira. Estima-se que 30% da população de Dourados tenha algum laço paraguaio. Assim, as duas culturas, indígena e paraguaia, exercem forte influência sobre o costume local.
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A cidade também se caracteriza por ser um centro universitário. No município estão instaladas duas universidades públicas, a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), além de instituições privadas como a Universidade da Grande Dourados (UNIGRAN) e Universidade Anhanguera-Uniderp. O município oferece também diversas opções de lazer, os moradores costumam fazer caminhadas nos parques ambientais Antenor Martins e Arnulpho Fioravante - os dois com grandes lagos artificiais e área verde. Na região central destacam-se o Parque dos Ipês e a Praça Antônio João, que acaba de ser revitalizada, tornando-se um ponto de encontro da sociedade douradense. Para os amantes do cinema, a cidade possui três salas de exibição, localizadas no Shopping Avenida Center, que abrange diversas lojas e praça de alimentação. Para aqueles que preferem curtir a noite, a cidade conta com 54 restaurantes e 7 bares localizados na área central. No que se refere ao turismo, Dourados caracteriza-se pela realização de negócios e eventos. São 1.052 apartamentos com 1.815 leitos em hotéis e pousadas, cuja taxa de ocupação geralmente está na casa dos 80%. Entre as festas e eventos mais conhecidos destacam-se a Festa do Peixe, Exposição Agropecuária (Expoagro), Fiesta Paraguaya, Festa de Nossa Senhora de Caacupé e o Bon Odori.
DOURADOS É O SEGUNDO MAIOR MUNICÍPIO COM UMA POPULAÇÃO DE QUASE 182 MIL HABITANTES
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Entrevista
“É preciso pensar nos passageiros de hoje.” Presidente da INFRAERO Gustavo do Vale fala sobre o boom nas viagens e o esforço do governo para adequar a infraestrutura dos aeroportos à demanda O turismo brasileiro passa por um momento importante, reflexo direto da melhoria de renda da população e também da concorrência entre empresas aéreas, que barateou o preço das passagens e favoreceu as viagens. O crescimento rápido do fluxo nos aeroportos de todo o País impôs ao Governo o desafio de alinhar a estrutura dos terminais à demanda, assunto sobre o qual o presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO) Gustavo do Vale fala nesta edição da Comércio & Cia. Mineiro de Caratinga, Antônio Gustavo Matos do Vale nasceu a 28 de abril de 1951. Com formação superior nas áreas de Ciências Contábeis, Administração de Empresas e Ciências Econômicas, Gustavo já ocupou cargos de destaque no Banco Central do Brasil, no Banco Mercantil do Brasil S. A.; na IBM do Brasil Ltda.; Siderúrgica Montana S. A.; BMG Seguros S. A.; Banco de Minas Gerais S. A. Nesta entrevista o presidente da INFRAERO detalha os investimentos que serão realizados nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul. Comércio&Cia - Numa pesquisa divulgada em janeiro pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), onde passageiros de todo País avaliaram os aeroportos, o de Campo Grande foi considerado o segundo pior entre elencados no Brasil. Mato Grosso do Sul é a porta de entrada para receptivos de grande importância, como o Pantanal Sul-Mato-Grossense e o município de Bonito. Sabemos que há projetos para reforma e ampliação do terminal. Como a INFRAERO vem acompanhando a questão? Gustavo do Vale - A INFRAERO está atenta ao crescimento da movimentação de passageiros nos aeroportos administrados pela empresa e para Campo Grande a situação não é diferente. Para isso, a empresa planeja uma série de melhorias para o aeroporto da cidade. A principal delas é a construção de um novo Terminal de Passageiros, que será viabilizada com a ampliação da área onde o aeroporto está instalado. Esse processo faz parte de um Acordo de Cooperação Técnica assinado em dezembro de 2009, que prevê que a área atual, de 1,08 mil hectares, seja aumentada para 2,41 mil hectares. Para isso, o Governo sul-mato-grossense deverá desapropriar e tornar de utilidade pública uma área de 1,33 mil hectares. Ao todo, deverão ser feitas 52 desapropriações. Cerca de R$ 20 milhões serão destinados pelo Estado para as ações de desapropriação. O Acordo envolve ainda a participação dos Comandos do Exército e da Aeronáutica. 24
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C&C - O que caberá à Infraero neste processo e qual o cronograma destas obras? À INFRAERO caberá realizar os projetos básico e executivo do novo Terminal de Passageiros, das duas pistas de pouso e do Terminal de Cargas. Além disso, a estatal se responsabilizará pela alteração do Plano Diretor e posterior envio à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para análise. O prazo para esse acordo ser executado, incluindo os estudos e as licitações para as obras, é de três anos a partir da assinatura. Em outra linha de ação, a INFRAERO iniciou um planejamento para ampliar a atual sala de desembarque do Aeroporto de Campo Grande, que passará de 322,3 m² para 612,4 m², um aumento de 90%, além de contar com mais uma esteira de bagagem. Com esse trabalho, o passageiro terá mais conforto e rapidez para desembarcar na cidade. Estamos dependendo agora de uma reformulação do layout do espaço - que depende do remanejamento de uma área comercial - para definirmos prazos e valores. C&C - Temos hoje, por exemplo, apenas um portão para desembarque com uma única esteira, ao passo que somente nos quatro primeiros meses do ano o movimento no Aeroporto cresceu 40%. Quais as mudanças que devem ser implementadas para suportar esse aumento de demanda e já prevendo os próximos anos?
DIVULGAÇÃO/INFRAERO
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A primeira ação a ser iniciada é a ampliação da sala de desembarque, que aumentará em 90% e terá mais uma esteira de bagagem. Para isso, a INFRAERO fará uma readequação do espaço, o que viabilizará a obra. Por outro lado, a empresa também planeja a construção do novo Terminal de Passageiros, como citado anteriormente, para ampliar a capacidade do Aeroporto Internacional de Campo Grande. Nossos números apontam que, após as obras, o Terminal será capaz de receber até 5,2 milhões de passageiros por ano. Esse trabalho está em execução e o nosso objetivo é deixar o Aeroporto de Campo Grande e de outras cidades do País adequados para atender à demanda do setor aéreo brasileiro. C&C - Que outros projetos têm para as cidades do interior? Além de Campo Grande, a INFRAERO administra mais dois aeroportos em Mato Grosso do Sul. São os terminais de Ponta Porã e Corumbá que, apesar de serem de menor porte, são aeroportos estratégicos, uma vez que estão em região de fronteira e responsáveis por atender as demandas locais. Juntos, esses dois aeroportos receberão R$ 8,23 milhões em investimentos. Entre essas melhorias está o recapeamento da pista de pouso do Aeroporto de Ponta Porã. Ao todo, R$ 6,44 milhões serão investidos na obra, que vai aperfeiçoar o nível de segurança das operações de pouso e decolagem. Além dessa melhoria, a INFRAERO vai investir R$ 1,79 milhão na construção das novas cercas operacionais e de segurança desses aeroportos. C&C - O que a atual estrutura dos aeroportos do interior permite? É importante destacar que esses aeroportos já contam com estruturas para receber voos domésticos e internacionais, desde que em coordenação com outros órgãos públicos (Polícia Federal, Receita Federal, Anvisa e Vigiagro) para viabilizar as operações desses voos. Dessa forma, caso haja demanda de voos internacionais, a INFRAERO monitora o desempenho da estrutura para receber os voos com o objetivo de executar
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adequações para possíveis ampliações em função da demanda. C&C - Apesar de não ser subsede da Copa de 2014, todos os Estados devem se beneficiar com a vinda de turistas do mundo inteiro, daí a importância dos aeroportos estarem estruturados mesmo antes, para a Copa das Confederações. Esses eventos definiram mudanças nos projetos de reestruturação dos aeroportos de MS? De que maneira? Esses eventos apenas reforçam a necessidade dos aeroportos estarem adequados ao crescimento da demanda pelo transporte aéreo, que já tem se destacado nos últimos anos, principalmente com o desempenho da economia nacional. Dessa forma, a INFRAERO tem planejado os seus investimentos em infraestrutura para garantir que os aeroportos sob nossa administração recebam as obras necessárias para atender ao fluxo de viajantes que utilizam o aeroporto, seja para lazer ou para negócios. C&C - De um modo geral, como o Senhor avalia a estrutura aeroportuária do País? Todos nós, funcionários da INFRAERO, somos conscientes do grande desafio que temos pela frente. Sabemos o quanto é preciso fazer em pouco tempo para garantir mais conforto aos usuários do nosso transporte aéreo. Sabemos também que a capacidade de muitos aeroportos está se esgotando e que a demanda dos nossos clientes só vem crescendo, o que paradoxalmente é ótimo para o País, mas aumenta, e muito, o nosso trabalho. C&C - Hoje quais são os principais desafios perante o aumento das viagens aéreas? Nossa preocupação é com o momento atual. Devemos pensar no curto prazo, no passageiro que transita hoje nos aeroportos brasileiros e, em especial, os por nós administrados. É preciso admitir que a infraestrutura brasileira, em especial a aeroportuária, foi surpreendida com o crescimento acelerado da presença de novos segmentos de consumidores no transporte aéreo, o que é motivo de satisfação, já que isso significa mais um reflexo positivo do crescimento econômico do Brasil.
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Lucrativo, turismo de negócios “explode” e pressiona infraestrutura da Capital Duas vezes mais rentável que o turismo de passeio, o de negócios e eventos é responsável por 30% dos visitantes recebidos em Mato Grosso do Sul, com parada obrigatória na Capital e muitas vezes também em Bonito. A prosperidade desse segmento chama os organizadores para a necessidade de planejamento, uma vez que a concentração de eventos em um único período sobrecarrega a infraestrutura da cidade, da hotelaria ao setor gastronômico.
SETOR CHAMA A ATENÇÃO DE ORGANIZADORES PARA OS PERÍODOS DE SOBRECARGA E DA BAIXA TEMPORADA, DA HOTELARIA AO SETOR GASTRONÔMICO
TAXISTAS COMEMORAM O AUMENTO DE 20% NAS CHAMADAS PELO SERVIÇO EM QUATRO ANOS
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queixa de quem trabalha com logística é antiga: faltam leitos para alojar visitantes quando há grandes eventos. Faltam mesmo? Vários elos da cadeia garantem que a estrutura é suficiente, mas é preciso se organizar em função de uma agenda para evitar o acúmulo de encontros, congressos, seminários, workshops, jornadas em um único período, o que satura a estrutura disponível e, por outro lado, gera longos períodos de ociosidade para hotéis, locadoras de veículos e demais agentes do trade.
OLHO NO CALENDÁRIO Presidente da Federação de Conventions and Visitors Bureaux de Mato Grosso do Sul e proprietário da Yes Rent a Car Marco Antônio Lemos conta que 2010 foi um ano atípico, com muitos eventos, que impulsionaram a locação de veículos de 30% a 40% comparada a 2009. “Este ano está mais arrefecido, mas é esperado que no segundo semestre haja uma concentração maior de eventos, um fator natural do mercado.” Condição essa que precisa ser trabalhada e mudada, defende o empresário. “Precisamos de um trabalho focado na captação de eventos para o primeiro semestre. Há um acúmulo muito grande no segundo semestre e isso provoca problemas de hotelaria. As pessoas que trabalham nesse setor não têm hábito de consultar o calendário da cidade, fazer uma pesquisa para ver o que está programado para determinados períodos. Não temos um défice muito grande de leitos, o que existe é uma má distribuição do calendário”. Essa organização é fundamental para proporcionar um turismo de qualidade e causar uma boa impressão da cidade. Marco Antônio lembra que o próprio Convention Bureau disponibiliza um calendário de eventos, raramente consultado - diz ele - por falta de hábito. A presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, seccional de Mato Grosso do Sul (ABIH/ MS), Cristina Busse é enfática: “Não adianta apenas construir hotéis, pois se não for feito um equacionamento dos eventos a rede hoteleira terá picos de grande lotação e períodos de ocupação extremamente baixa, o que pode ocasionar queda na qualidade dos serviços prestados e até mesmo levar hotéis a fecharem suas portas.” Quanto às ações coordenadas para garantir um bom atendimento ao turista, Cristina diz que os desafios persistem, mas já há avanços, como a capacitação de funcionários dos Centro de Atendimento ao Turista (CAT) com cursos de inglês, espanhol, braile, libras e a implantação do ônibus executivo que leva turistas do Aeroporto CRISTINA BUSSE TAMBÉM APOSTA NO EQUACIONAMENTO DOS EVENTOS
MARCO ANTONIO ESPERA UM SEMESTRE MAIS PRODUTIVO, COMO FOI O ANO DE 2010, QUANDO OS EVENTOS AUMENTARAM A LOCAÇÃO DE CARROS EM ATÉ 40% A MAIS DO QUE O ANO ANTERIOR
aos hotéis. “Os taxistas são os primeiros a fazer uma reciclagem sobre como melhor atender o turista, terem conhecimento mínimo de uma língua estrangeira, dos pontos turísticos, dos hotéis, bares e restaurantes, enfim, conhecerem a cidade em que vivem.” A ABIH/MS também está capacitando 214 funcionários da rede hoteleira de Campo Grande no Curso Bem Receber Copa, oferecido pelo Ministério do Turismo. Cristina diz que a construção do Aquário do Pantanal traz uma nova perspectiva para o turismo da Capital, que hoje se baseia principalmente em eventos e negócios por falta de atrativos. Ela também observa que a cidade carece de um novo Centro de Eventos, com capacidade de lotação maior que a do Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, que comporta 1.049 pessoas no auditório principal, no Manoel de Barros, 135, no Pedro de Medeiros, 109 no Tertuliano Amarilha e 196 no auditório Germano de Barros Souza.” VISITANTE VALIOSO Presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul, Nilde Brum reforça que há um défice estimado entre 1.500 e 1.800 leitos, considerando que hoje existem 4.500 na Capital. Sobre reordenar o calendário, Nilde observa que os períodos de realização dos eventos são determinados pelos próprios circuitos das entidades e na maioria das vezes fixados em determinada época do ano. “Eles têm a periodicidade deles, o que procuramos é atrair novos eventos, que sejam distribuídos ao logo do ano, para suprir essa sazonalidade. O primeiro semestre é mais fraco e não é só aqui, é no mundo inteiro”. Segundo Nilde, em 2009 o segmento de negócios e eventos trouxe ao Esta-
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PARA NILDE BRUM, AS INSTITUIÇÕES TÊM DE REORDENAR AS DATAS DE EVENTOS PARA SUPRIR SAZONALIDADE
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do 30% dos 1,3 milhão de visitantes, ou seja, 390 mil turistas. A média de permanência é de três dias e a movimentação econômica gerada é de 50% a 100% superior aos US$ 120,00 a US$ 150,00 diários gastos pelos que vêm a passeio. Isso porque o turista de passeio geralmente já vem com pacote fechado e uma previsão de gastos, enquanto que os participantes de eventos e negócios viajam por conta das empresas e recebem diárias que são injetadas na economia local, desde a própria inscrição nos eventos, gastos com o setor gastronômico, compras de suvenir e lazer no período noturno. Que o diga o presidente do Sindicato dos Taxistas de Campo Grande (SINTÁXI), João Santana. O fluxo 40% maior no Aeroporto Internacional de Campo
Grande trouxe reflexos diretos nos quilômetros rodados pelos 438 carros que integram a frota da Capital. “Tivemos um aumento de 20% nas corridas de quatro anos para cá. Além do movimento maior no aeroporto, a demanda na rede hoteleira aumentou as chamadas para o trajeto hotel-repartições públicas, Centro de Convenções e locais do evento. Incluindo as saídas noturnas, quando os turistas saem para jantar, lanchar ou se divertir.” A reação no movimento em função dos visitantes que vêm a negócios ou para eventos foi a mesma percebida nos bares e restaurantes, segundo o diretor da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, seccional de Mato Grosso do Sul (ABRASEL/MS) Paulo Ortiz. “É um público muito interessante, geralmente os turistas vêm em grupos e quando são muitas pessoas fazem as reservas antecipadas.”
JOÃO SANTANA - SINTÁXI
Circuito internacional Hoje, segundo a presidente da Fundação de Turismo, Campo Grande, Bonito, Corumbá e Dourados são as cidades que têm melhores equipamentos para receber eventos. “A Organização Mundial do Turismo tem sinalizado que de 70% a 80% dos eventos no mundo são de pequeno e médio porte, exatamente tamanho que as cidades de MS comportam.” Nilde Brum revela: “por isso temos trabalhado na captação de eventos, desde científicos aos esportivos, em parceria com os Conventions e entidades de classe”. Fruto desse esforço, Bonito receberá em 2012 o primeiro evento cadastrado pela Associação Internacional de Congressos e Convenções (ICCA), o Congresso Internacional da Associação para Biologia Tropical e Conservação (Association for Tropical Biology and Conservation), que vai reunir em cinco dias uma média de 1.200 pessoas, entre professores universitários e pesquisadores, de cerca de 30 países, para estudos na área de biologia tropical e conservação.
Organização Em junho, a Capital sediou o Congresso Internacional da Carne, com público de 1.400 participantes, segundo a organização. Diretora da Agência Mais Viagens, responsável pela logística e dos palestrantes e convidados, Cassilene Vieira Carneiro afirma que trabalha com dez hotéis de categoria a partir de 3 estrelas, que tiveram com ocupação total durante o evento. “Conseguimos garantir a hospedagem porque bloqueamos com antecipação essas reservas, mas ainda falta estrutura tanto em leitos quanto locais para realização dos eventos.” Cassilene calcula que nos últimos três anos a demanda em função do turismo de eventos e negócios tenha crescido em torno de 40% e acredita que a localização estratégica de Campo Grande em relação aos polos emissores, como São Paulo, seja um dos fatores responsável pela procura. A geração de divisas, porém, não para por aí. “Em torno de 30% do público acabam esticando para outros destinos turísticos, como Bonito, Pantanal e mesmo a região da fronteira como Ponta Porã”. CASSILENE: RESERVA ANTECIPADA GARANTIU O BOM ATENDIMENTO A TODOS OS PARTICIPANTES DE UM CONGRESSO
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Estratégia
Pós-venda valoriza o cliente e ajuda a aprimorar o atendimento Negócio fechado, trabalho concluído? Não para quem quer manter o relacionamento com a clientela. O pós-vendas é fundamental para conhecer a perspectiva do cliente sobre o atendimento recebido, ponto determinante para que ele volte a comprar ou faça indicação, a famosa propaganda boca a boca. Sabendo disso, muitos empresários buscam esse feedback.
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estratégia é indispensável para que o contato não seja inoportuno ou inócuo, alerta o administrador Carlos Henrique da Silva, da empresa Gestão e Negócios, Inteligência Competitiva e Soluções Empresariais. Além de escolher o melhor momento para a ligação, é preciso saber prender a atenção de quem está do outro lado da linha: “O script deve ser bem-construído e estimulante. Deve conter uma motivação para a participação do cliente em responder.” Ele lembra que, além de demonstrar o interesse em ouvir o quanto o cliente ficou satisfeito, a pesquisa ajuda a reduzir os possíveis riscos e problemas da empresa porque alinha os interesses das duas partes envolvidas no negócio.
CARLOS HENRIQUE: PESQUISA REDUZ RISCOS E PROBLEMAS DA EMPRESA
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“PESQUISA DE AVALIAÇÃO É BEMACEITA NAS COMPRAS RELEVANTES. PARA AS MAIS CORRIQUEIRAS PODE GERAR EFEITO OPOSTO AO DESEJADO PELO EMPRESÁRIO “, AFIRMA FÁBIO PINA
ABDUL TCHATCHA DIZ QUE SEUS CLIENTES SE SENTEM VALORIZADOS E A ESTRATÉGIA AJUDA A FIXAR O NOME DA EMPRESA
A DOSE EXATA Fábio Pina, sócio da FFA Consultoria em Pesquisas, observa que, dependendo do produto que é negociado, qualificar e quantificar a opinião do consumidor é crucial, especialmente quando tem alto valor agregado. “Não é razoável imaginar uma pós-venda para um saco de arroz ou feijão, mas é imperioso para quem vende um automóvel, um computador ou algo de uso muito específico e técnico. A pesquisa de avaliação é normalmente bem-aceita, principalmente nas compras relevantes. Para as mais corriqueiras pode gerar o efeito oposto ao desejado e irritar o cliente ao ser relativamente invasivo.” O gerente de assistência técnica da Fiat Enzo Walcyr da Silva Martins ressalta que a pós-venda deve estar aliada à qualidade para
que os problemas detectados sejam resolvidos no menor tempo possível. Por isso, há uma reunião mensal para que as equipes mensurem a evolução dos serviços a partir do contato com os clientes pelo telefone. “Além de mostrar que a gente está interessado, as ligações para lembrar de revisões, por exemplo, também mostram que temos um bom controle da nossa cartela de clientes.” “Desde 2002 usamos o sistema de pesquisa de avaliação dos serviços e percebemos que o cliente se sente valorizado. Alguns estão ocupados, mas a maioria é receptiva e observo que estou ganhando pontos”, diz o dono da Ótica George Floyd Abdul Messih Tchatcha. O empresário afirma que o contato também ajuda a fixar a marca na memória do cliente. Nos dias 19 e 20 de outubro, Fábio Pina vai falar sobre “Gestão de Resultados no Varejo” e, nos dias 22 e 23 de novembro, é a vez do consultor Carlos Henrique da Silva abordar o tema “Gestão de Dados e Pesquisa no Varejo”, em Campo Grande.
PÓS-VENDA DEVE ESTAR ALIADO À QUALIDADE PARA QUE OS PROBLEMAS SEJAM REALMENTE RESOLVIDOS COM AGILIDADE E NA PROPORÇÃO QUE O CLIENTE DESEJA
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Carreira & Mercado
Procura-se profissional de gastronomia Crescimento da cidade e falta de mão de obra qualificada faz deste um dos segmentos mais promissores Quem tem o seu, segura; e quem ainda precisa de um profissional vai ter de oferecer condições atrativas para preencher a vaga. No mercado de gastronomia de Mato Grosso do Sul, a relação de procura e oferta está invertida: os empresários têm de “garimpar” colaboradores, desde garçons e auxiliares até cozinheiros. Estes últimos são os que mais têm feito falta ao mercado. “Um bom cozinheiro hoje ganha entre R$ 2.000 e R$ 2.500”, observa o presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Campo Grande José Gilberto Petinari.
SALÁRIOS QUE VARIAM ATÉ ACIMA DE R$ 2.500,00 MENSAIS CHAMAM A ATENÇÃO DE PROFISSIONAIS. NO SENAC MS OS CURSOS ESTÃO LOTADOS
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roprietário do Yotedy, em Campo Grande, ele conta que formou sua equipe, hoje com 48 profissionais, ao longo de 13 anos, e para manter todos é preciso “valorizá-los e proporcionar cursos de reciclagem.” Quando necessita de mais colaboradores para eventos, o desafio é grande. “Dependendo do evento precisamos contratar 80 garçons. Em nosso mercado, a demanda é muito grande, e a solicitação maior é sempre por cozinheiros.”
SEGMENTO BOMBANDO Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) corroboram com essa constatação. De janeiro a junho deste ano, o segmento econômico do Estado que mais aumentou o número de empregos formais foi justamente o de serviços de alojamento, alimentação, reparação e manutenção, com geração de 3.574 empregos, ou seja, 20 vagas por dia. Se o mercado procura, a busca por qualificação vem a reboque. O coordenador pedagógico da área de Turismo e Hospitalidade do SENAC MS Thalis Maciel Ferreira Rosa afirma que o planejamento estratégico para este ano já considerou a demanda em alta e foram oferecidos quatro cursos para aperfeiçoamento, todos com procura acelerada. “Temos a abertura de novos shoppings e hotéis que buscam profis-
NO YOTEDY, COMPETIÇÕES ENTRE AS EQUIPES DO GRUPO OBRIGAM CRIAÇÃO DE NOVOS PRATOS, AUMENTAM ENTROSAMENTO DO GRUPO E FACILITAM TROCA DE CONHECIMENTOS
sionais com qualificação. São investidores que, muitas vezes, vêm de fora do Estado e têm outra visão e exigência em relação à mão de obra.” Thalis lembra que o segmento gastronômico é amplo, envolve uma gama extensa de profissionais, garçons, auxiliares de limpeza, cozinheiros, salgadeiros, pizzaiolo, sushiman e outros. Os cursos vão desde os mais básicos à pós-graduação pelo Ensino a Distância (EAD). A partir de 2013, o mercado também contará com o suporte do novo Restaurante Escola do SENAC, que será instalado em uma área no bairro Jardim dos Estados. A fase é de elaboração do projeto.
JOSÉ GILBERTO PETINARI DÁ A DICA: VALORIZAR E OFERECER CURSOS DE CAPACITAÇÃO PARA GARANTIR PROFISSIONAIS SEMPRE DISPOSTOS E CRIATIVOS
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De MS para o Brasil Profissionais de gastronomia de Mato Grosso do Sul também se destacam no cenário nacional. É o caso do chef Marcílio Galeano, que é docente do SENAC Campo Grande há quase dois anos e participou recentemente do programa Super Chef, da apresentadora global Ana Maria Braga. “Foi a oportunidade de conhecer grandes chefs, que, além de pessoas maravilhosas, são competidores com currículos invejáveis. E o mais importante é a troca de conhecimento entre todos os profissionais que ali estiveram, com suas culturas, processos e habilidades peculiares a cada um.” Marcílio ministra curso de formação do Cozinheiro Básico e já certificou mais de 120 alunos. Para a diretora regional do SENAC MS Regina Ferro, a seleção pelo docente prova a qualidade dos profissionais contratados pela Instituição. “Privilegiamos as competências pessoais. Por isso, temos o melhor quadro de profissionais do Estado, capacitados para ensinarem tudo o que sabem.” CHEF MARCÍLIO GALEANO, QUE PARTICIPOU DO PROGRAMA SUPER CHEF, DA REDE GLOBO. “PRIVILEGIAR AS COMPETÊNCIAS PESSOAIS DOS DOCENTES DO SENAC GARANTE QUADRO DE PROFISSIONAIS DO MAIS ALTO NÍVEL”, AFIRMA DIRETORA DO SENAC MS REGINA FERRO
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ESTACIONAMENTO PRÓPRIO
Sindical
Representatividade forte garante apoio dos empresários no Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Dourados Criado em 5 de abril de 1991, o Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Dourados (SINDICOM) vem trabalhando com o objetivo de fortalecer e lutar pelos interesses da classe patronal, contribuir para a proteção e a longevidade das empresas representadas e com papel de complementar produtos e serviços que permitam melhorar sua sustentabilidade.
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tualmente, o Sindicato possui 130 empresas filiadas, que buscam por meio dele obter condições favoráveis para o seu bom funcionamento e desenvolvimento. Dourados é o segundo maior município de Mato Grosso do Sul e o setor de serviços comércio e turismo responde por 79% (cerca de R$ 1,8 bilhão) do PIB da cidade, considerado o segundo maior de nosso Estado.
EM DEFESA DO COMÉRCIO De acordo com o presidente do Sindicato Valter Mario Castro, o SINDICOM tem fomentado o associativismo entre os empresários, buscado nos órgãos governamentais o respeito pela classe, combatendo a informalidade, existência de empresas clandestinas e a racionalização dos impostos. Tem procurado, ainda, proporcionar produtos e serviços à seus associados, como marketing associativo, projetos ambientais e sociais, palestras e workshops, assessoria jurídica, pesquisas sazonais, entre outros. “Ao longo dos anos, o Sindicato tem crescido em vários aspectos. Atualmente somos reconhecidos como defensores do comércio de Dourados. O Sindicato, preocupado com seus sindicalizados e representados, assinou uma parceria com o Instituto FECOMÉRCIO, Fundação Manoel de Barros e a Faculdade Anhanguera-Uniderp que vai contemplar pesquisas sazonais nas datas de maior
VALTER MÁRIO CASTRO FOI REELEITO PRESIDENTE DO SINDICOM ESTE ANO
movimentação para que os dados sirvam de apoio e também para ajudar na tomada de decisões. Neste ano, já foram feitas quatro pesquisas: Páscoa, Dia das Mães, Dia dos Namorados e dos Pais, e, o mais importante, o resultado das vendas, que aumentaram muito em relação ao ano passado. Hoje, o SINDICOM, em parceria com a FECOMÉRCIO, SESC e SENAC formam o maior benfeitor da classe empresarial de Dourados”, afirma Valter. PARCERIAS POSITIVAS Ainda com relação à parceria com a Federação do Comércio de Mato Grosso do Sul, Valter afirma que a instituição tem sido o elo entre a entidade e a classe patronal. “A FECOMÉRCIO tem sido de extremo apoio para os sindicatos, nos oferecendo ferramentas, como o Sistema de Excelência em Gestão Sindical (SEGS) e o Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), auxiliando assim para que possamos oferecer um serviço de excelência para nossas empresas.” As ferramentas do SEGS e PDA, oferecidas pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) em parceria com a FECOMÉRCIO MS, têm o objetivo de levar melhorias no que se refere à gestão e operacionalização. O SINDICOM se destaca pela participação maciça em todas as reuniões e eventos realizados. “Ainda no nosso plano de desenvolvimento associativismo estamos com ações de marketing e, com o apoio do PDA, em 30 dias aumentamos nosso número de filiações para 130, um crescimento de 44%.”
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Fecomércio MS
Federação promove eventos para empresários se atualizarem no mundo dos negócios
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anter o empresário atualizado, com acesso à informação e às novas ferramentas existentes no mercado para que a gestão do negócio se torne cada vez mais competitiva e eficaz. O mundo globalizado e com fluxo intenso de informações e negócios sugere um rápido processo decisório, alicerçado na antevisão das possibilidades macroeconômicas e também regionais. Atenta a esse processo, a FECOMÉRCIO MS está desenvolvendo palestras, workshops, seminários voltados aos empresários, firmando a missão de promover condições favoráveis para que as empresas do comércio de bens, serviços e turismo gerem resultados positivos e promovam o desenvolvimento da sociedade.
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TEMAS ATUAIS E QUE ESTIMULAM EMPREENDEDORES PARA ATUAR COM MAIS COMPETÊNCIA, EXCELÊNCIA E QUALIDADE NOS SERVIÇOS E PRODUTOS
TEMAS ATUAIS É a disseminação do conhecimento, compartilhando com os associados toda a competência e excelência que existe no meio empresarial. Para atingir esse objetivo, a FECOMÉRCIO MS tem desenvolvido um trabalho intenso para trazer consultores renomados, de várias partes do País, para dar dicas, sugestões que podem ser usadas nos empreendimentos. Os assuntos são variados, como gestão, empreendedorismo, varejo, tecnologia e mídias digitais. Temas atuais e que não podem estar fora da agenda do empresário comprometido em se manter no mercado e atento às exigências do consumidor. Para a gestora do Departamento de Relações com o Mercado da FECOMÉRCIO MS Ionise Piazzi, responsável pela organização dos eventos, as ações somente são possíveis por meio da parceria firmada pela Federação. O SEBRAE MS é um dos mais fortes aliados nessa trajetória. “O êxito se deve também à união entre SESC, SENAC, sindicatos e demais empresas que entendem a importância do investimento no capital humano.” Até o fim de 2011, já serão 11 eventos, palestras e workshops realizados pela Federação de Mato Grosso do Sul. Em setembro, por exemplo, será feita a palestra “Você é do Tamanho dos seus Sonhos”, com César Souza, um dos dez palestrantes mais requisitados do Brasil, de acordo com a revista Exame e Jornal O Globo. O evento terá como objetivo apresentar passos para tornar objetivos e metas em realidade, possibilitando - por meio da determinação pessoal, motivação e estímulo - transformar os sonhos em projeto de vida. César também abordará temas como planejamento, motivação, persistência, comprometimento, determinação e espírito de equipe.
COM A PALESTRA DO MAESTRO JOÃO CARLOS MARTINS, A FECOMÉRCIO MS PROPÔS QUE EMPRESÁRIOS ANALISASSEM TEMAS COMO SUPERAÇÃO DE DESAFIOS E OBSTÁCULOS PARA MELHORAR A GESTÃO DE SUAS VIDAS PESSOAIS E PROFISSIONAIS
HISTÓRICO DE SUCESSO Em junho deste ano, a Fecomércio/MS e Sebrae/MS promoveram uma palestra solidária com o renomado maestro João Carlos Martins, realizada no centro de convenções Rubens Gill de Camilo, em Campo Grande. O evento reuniu 1.146 espectadores que arrecadaram 3.439 latas de leite em pó destinadas a entidades carentes filiadas ao Programa SESC Mesa Brasil. De acordo com a administradora de empresas, Marlene Souza, a noite com o maestro foi inesquecível. “ A história de vida dele é um exemplo de superação e de como não devemos nos abater diante das barreiras que a vida nos impõe, e não só isso, a noite foi um espetáculo. Impossível não se emocionar com sua música”. Outro evento de destaque foi o Seminário de Empreendedorismo Digital, realizado em junho na Capital. O evento contou com a realização de palestras com renomados profissionais da área, tais como Pedro Nadaf, Natan Schiper, Roberto Dias Duarte e Silvio Meira. Para Gilda Santa Cruz, encarregada do setor de marketing de uma loja de suprimentos da Capital, o seminário de empreendedorismo foi extremamente construtivo e vai auxiliar em muito em seu dia a dia no trabalho. “Participei de todas as palestras, achei o seminário interessantíssimo, em especial gostei muito da participação do Silvio Meira que tratou sobre as redes sociais no mundo dos negócios. É um assunto que me interessa principalmente por fazer parte da minha rotina de trabalho, “achei extraordinária a forma como ele falou sobre o tema, tratando este assunto de uma forma clara e objetiva, nos colocando a par deste mundo digital que se faz cada vez mais presente dentro das empresas”.
Eventos
21/09 - Workshop - Gestão de Liderança no Varejo de Bens, Serviços e Turismo - César Souza - Local: Sebrae 22/09 - Palestra: Você é do tamanho dos seus sonhos - César Souza - Local: Sebrae 19 e 20/10 - Workshop - Gestão de dados de pesquisa no Varejo - Fabio Pina - Local: Sebrae 22 e 23/11 - Workshop - Carlos Henrique - Gestão de Resultados no Varejo - Carlos Henrique - Local: Sebrae 24/11 - Palestra: Consumo, Comportamento, Valores e Comunicação dos Diferentes tipos de Consumidor Brasileiro - Renato Meirelles - Local: SESC HORTO COM ÉR C IO & C IA
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Tecnologia & Inovação
Informação, matéria-prima do sucesso de um negócio Programas de informática são indispensáveis para organização das empresas Todos os cases de empresas bem-sucedidas na atualidade trazem, em algum contexto, a utilização da informação como ferramenta básica para bons resultados. Podem ser dados, levantamentos, pesquisas que são da empresa e utilizadas em seus processos, a informação que o empreendimento ou gestores propagam ou, mesmo, a que eles captam dos clientes, parceiros e do mercado. Parafraseando o ditado mais que repetido: informação, hoje, também, constitui a alma do negócio.
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a forma como o empresário lida com ela pode abrir ou fechar novas portas. Estar “conectado” com o mundo, traduzido hoje em sociedade da informação, não é mais uma vantagem; é uma necessidade imperiosa, como alerta o consultor Sílvio Meira, que participou, em junho, de workshop em Campo Grande. O evento tratou das mídias sociais, uma das queridinhas do momento quando o tema é a comunicação das empresas com o mercado. Meira, doutor em computação que já foi considerado pela revista Info Exame uma das cem pessoas mais importantes das tecnologias da informação no Brasil, comentou que a aplicabilidade dessas ferramentas no mundo dos negócios é irreversível e o empresário deve estar atento às mudanças na área.
MAIS PERTO DO CLIENTE? Sílvio Meira observou que as formas de diálogo com o consumidor oferecidas pela internet facilitam a vida do empresário, se bem-aproveitadas. Ele argumentou que, antigamente, o empreendedor gastava tempo e dinheiro para descobrir as preferências da sua clientela e o que ela buscava de novo ou de diferente no mercado. Não precisa ser mais assim, atesta. “A internet proporciona o que esse novo consumidor quer do seu produto, do seu negócio, e como ele avalia esse serviço. Os dados estão todos ali, a um click da tecla, totalmente de graça. É possível detectar tendências, ouvir o que o público tem a dizer pelas mídias sociais.” O consultor é categórico. “Se o empresário não prestar atenção e não se envolver com a nova realidade desse mundo virtual, vai deixar de lado um conhecimento de duas décadas que já está sendo usado pelo concorrente.” Há de se atentar que, com a política de incentivos do governo brasileiro à fabricação de tablets, computadores portáteis que podem ser carregados para todo lado e permitem acesso à internet em qualquer lugar. Achar esse cliente on-line é cada vez mais fácil e quem não acompanha essa transformação já está ficando para trás. “A concorrência é muito mais acirrada hoje, porém os mecanismos para chegar e satisfazer o cliente são bem mais fáceis de serem detectados.”
SÍLVIO MEIRA: “É POSSÍVEL DETECTAR TENDÊNCIAS, OUVIR O QUE O PÚBLICO TEM A DIZER PELAS MÍDIAS SOCIAIS, SEM CUSTO PARA O EMPRESÁRIO”
MUNDO VIRTUAL, POSSIBILIDADES REAIS Formada por um biológo e um jornalista, a empresa 8020 Marketeria Digital, de Campo Grande, visualizou no ambiente virtual um negócio a ser desenvolvido na cidade e no Estado. A empresa costuma ser citada como referência no desenvolvimento de perfis de empresas nas mídias sociais mais conhecidas, como Twitter e Facebook, mas trabalha com um leque de opções bem maior, como relata um dos proprietários Estevão Rizzo, que criou a empresa com o amigo Lucas Reino, jornalista. O trabalho vai desde a avaliação da “usabilidade”, palavra esquisita que indica o quão fácil ou dificil é navegar em um site, desenvolvimento e alimentação de perfis nas páginas de relacionamento, até o posicionamento da empresa no ambiente virtual, incluindo a criação de nome, logomarcas e desenvolvimento de publicidade para a internet. “Fazemos tudo o que se refere ao ambiente digital”, explica Rizzo. Biólogo de formação, ele fala como publicitário. E pensa também. Diz que os empresários locais ainda não despertaram como deveriam para a utilização da informática como ferramenta de gestão. Em muitos casos, avalia, isso ocorre por pura falta de entendimento do que se trata. COM ÉR C IO & C IA
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NO LABORATÓRIO DA NASTEK, ENGENHEIROS TRABALHAM NO DESENVOLVIMENTO DE NOVOS EQUIPAMENTOS. EMPRESA EMPREGA 27 PROFISSIONAIS DA ÁREA
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TECNOLOGIA MADE IN MS Exportar tecnologia para comunicação de dados é o que a Nastek (National Sistem of Techonology) vem fazendo desde 2004. Criada por três profissionais da engenharia, a empresa fornece e monitora sistemas para comunicação de dados. Hoje, sua atuação é dominada pelo mercado de energia elétrica, para o qual desenvolve e opera sistemas para transmissão de dados via rádio e satélite. Um desses sistemas foi o vencedor, em 2009, do prêmio “Inovação e Produtividade de Média e Grande Indústria” do Prêmio Confederação Nacional das Indústrias (CNI). O produto que deu a premiação à Nastek foi o Sistema de Despacho Móvel (SDM). O SDM permite que as ordens de serviço envolvendo a rede de energia elétrica sejam repassadas por meio de um esquema de comunicação móvel híbrido, que envolve rádio, internet e o uso do GPS.
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Um dos fundadores da empresa, o engenheiro eletricista José Vanderley Scucuglia, conta que o sistema foi desenvolvido ainda quando ele era professor universitário e havia dificuldade de transformar em produto de mercado. Scuguglia se orgulha de dizer que o SDM é uma tecnologia sul-mato-grossense sem concorrente no mercado internacional. A cartela de clientes da Nastek, que tem 13 empresas de energia elétrica no País, entre elas a Enersul, e ainda o Exército Brasileiro, comprova a aceitação. De três criadores no início da empresa, hoje são 50 funcionários. Destes, 27 são engenheiros que, em seus laboratórios, trabalham para desenvolver novos produtos, que logo estarão pelo mundo afora, comemora Scucuglia. Um primeiro contato já foi assinado, para fornecimento de equipamentos na Colômbia.
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Ponto de Vista
DIVULGAÇÃO FIEMS
Integrar para desenvolver A SÉRGIO LONGEN
Empresário do setor de alimentos e presidente da FIEMS - Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul
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força da indústria em Mato Grosso do Sul é uma realidade evidenciada pela geração de 121.612 empregos distribuídos por um total de 9.746 estabelecimentos industriais, responsáveis pela geração de US$ 2,1 bilhões de receita com a venda de produtos industrializados em 2010. É um vigoroso desempenho que, de um lado, comprova a definitiva diversificação da nossa matriz econômica e, de outro, indica que ainda há um longo caminho para avançar no processo de industrialização. Somos um Estado jovem, que percorre trechos desta jornada que requerem ajustes no seu percurso, notadamente, no que diz respeito à necessidade de descentralizar o processo de industrialização, direcionando investimentos para regiões com potencialidades distintas. Entendemos que ajudar a indústria a crescer é ajudar o Brasil e Mato Grosso do Sul a crescerem juntos. Mais importante, ainda, é contribuir para a evolução das pessoas, com novas oportunidades, mais empregos e aumento de renda, auxiliando também o crescimento do setor do comércio, pois um não sobrevive sem o outro. Envolvimento dos setores - Ao edificarmos o pilar da sustentabilidade e a certeza do crescimento ordenado nos municípios, contribuímos para a diversificação da nossa matriz econômica, ganhando a indústria e também o comércio. Nesse sentido, é necessária a elaboração de um planejamento para definição de uma política pública que amplie as oportunidades do desenvolvimento industrial para outras regiões do Estado, por exemplo, a fronteira e o norte, além de áreas específicas no cone-sul e centro, possibilitando, dessa forma, a elevação do poder de compra do trabalhador no comércio. Por isso mesmo, já estamos articulando a consolidação de um movimento envolvendo o Governo do Estado, as prefeituras, as bancadas federal e estadual e as lideranças representativas de cada região para traçar um plano de ações conjuntas com o setor produtivo, representado pelo FIEMS, FECOMÉRCIO e Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (FAMASUL). Além disso, é fundamental que possamos contar com uma nova política industrial no Estado que se proponha a tratar dos principais entraves para a nossa expansão, como a revisão dos incentivos fiscais, a elaboração e execução de um plano estadual de logística integrada, revisão tributária que contemple também as pequenas e médias empresas industriais, além da ampliação da oferta de cursos profissionalizantes, fortalecimento da educação a distância e educação básica nos municípios, melhorias para os trabalhadores da indústria com ações de saúde e segurança no trabalho e requalificações dos trabalhadores. São questões institucionais que precisam ser adequadas a nossa realidade industrial em um esforço que reúna iniciativa privada e poder público. Ao mesmo tempo, já temos em andamento um Plano de Ações do Sistema FIEMS para dar conta dessas novas demandas e ampliar o nosso apoio à produção.
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Empresário do Mês
Ariclenes Vicentim “O segredo é a boa gestão do fluxo de caixa”, afirma o dono da Rede ABV Essa é uma das principais receitas do vigor com o qual a Rede ABV Supermercados, sediada em Dourados, vem avançando na região sul do Estado. O dono da rede Ariclenes Bento Vicentim conta essa trajetória de sucesso e também fala sobre os desafios, como dificuldade em obter crédito com taxas compatíveis à atividade. Como muitos comerciantes, no final da década de 1980, ele iniciou o empreendimento de forma modesta, com 10 funcionários e, hoje, a rede tem 12 lojas no Estado e emprega mais de mil trabalhadores. O plano agora é dobrar o faturamento e o número de unidades em apenas quatro anos. A meta é ousada, mas nem tão difícil quando se têm a favor o planejamento cuidadoso e boa visibilidade de mercado. Comércio & Cia - Quando a rede foi implantada em Dourados, como foi essa decisão e qual era o cenário econômico da cidade naquela ocasião? Ariclenes Vicentim - A rede teve seu início em 1º/9/1987 na cidade de Caarapó. Em julho de 1999, inauguramos nossa loja em Dourados - Abevê Albino Torraca. Esse município sempre despontou como um centro pujante e promissor. Na época, algumas redes médias e pequenas estavam parando por deficiências técnicas, o que representou uma oportunidade. C&C - Quais os principais percalços que surgiram nos primeiros anos e qual o elemento fundamental para superar os desafios? Ariclenes - Começamos quase do zero, em uma loja que tinha de 8 a 10 funcionários, enfrentando dificuldades, como pouca experiência no negócio e falta de caixa, em uma cidade pequena de aproximadamente 20.000 habitantes. Para superar as difi-
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METAS OUSADAS PARA PRÓXIMOS ANOS, AFIRMA ARICLENES
culdades, tivemos persistência, disciplina e ousadia, sempre buscando a inovação (como exemplo, fomos uma das primeiras empresas a implantar o código de barras na região). C&C - Quantas lojas são na cidade e no Estado hoje e quantos colaboradores a rede tem? Qual o plano de expansão para os próximos anos? Ariclenes - No Estado temos 12 lojas; destas, 7 estão em Dourados, totalizando 1.050 colaboradores. Queremos até 2015 dobrar o faturamento e a quantidade de lojas.
EM TRÊS DÉCADAS, A REDE ABEVE AMPLIOU O EMPREENDIMENTO PARA 12 LOJAS NA GRANDE DOURADOS
C&C - Há algum treinamento especial para os colaboradores para manter o padrão de atendimento em todas as lojas? Se há, como é feito esse treinamento? Ariclenes - Realizamos o treinamento de integração na admissão do colaborador. Nesse treinamento são trabalhados vários assuntos, como missão, visão, valores e também a qualidade no atendimento. Após a entrada do colaborador, procedemos anualmente a reciclagem e qualificação dele. C&C - Em todos esses anos de experiência, qual é o principal fator pelo qual o empresário do segmento de supermercados deve se conduzir para que não sofra tanto com as sazonalidades econômicas? Ter um estoque bem regulado? Manter uma proporção de produtos básicos, sempre maior que de supérfluos? Ter boa margem para negociar? Ariclenes - A questão é complexa em sua amplitude,
mas seguramente um ponto muito importante a se destacar no intuito de minimizar vulnerabilidade às sazonalidades da economia é a adoção de uma boa gestão de fluxo de caixa. Na prática, comprar o que vende na quantidade certa e no momento certo, receber no tempo certo e vender com a margem que o mercado permite no menor tempo possível. No entanto, podemos dizer que, se o diagnóstico é fácil, a aplicação do remédio depende de um conjunto de fatores, que varia desde a capacitação dos profissionais que trabalham a cadeia de abastecimento até uma boa estratégia de posicionamento de mercado. Não há uma fórmula mágica, mas, seguramente, há pontos de extrema atenção. Um deles é o complexo de sortimento (mix de produtos) que deve ser limitado e adaptado ao público-alvo a ser atendido. Outro ponto de extrema relevância é a competitividade das margens em consonância com a competitividade dos preços em relação ao mercado. Tão importante
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ELIANE, ESPOSA DO EMPRESÁRIO ARICLENES VICENTIM, PARCEIRA TAMBÉM NOS EMPREENDIMENTOS DO GRUPO
quanto ser competitivo, é parecer competitivo, neste sentido a comunicação com o mercado também é de extrema relevância. O posicionamento de preços deve ser fruto de constante avaliação no intuito de construir com o cliente o relacionamento “ganha ganha” que já há tanto se discute com as indústrias. Essa regra vale tanto para momentos de crise quanto para épocas de expansão. C&C - A ascensão das classes C e D refletiu diretamente no consumo de alimentos e também de produtos de limpeza. Na sua rede foi perceptível essa mudança no patamar de consumo? Que produtos, por exemplo, que não são de primeira necessidade e passaram a ter mais saída? Ariclenes - Sim. Foi perceptível o aumento de consumo dos itens de maior apelo das classes C e D. No entanto, há categorias que crescem ou produtos que crescem que não, necessariamente, são direcionados a essas classes. Como exemplo de produtos e segmentos que crescem e não são direcionados às classes C e D, podemos destacar o segmento de produtos orgânicos e macrobióticos, o aumento de demanda pelo segmento de panificação, em especial a procura por pães integrais (valor agregado alto que está em franca expansão). Outro ponto bastante relevante a se evidenciar é a evolução das vendas de produtos semiprontos refrigerados e congelados, de maior valor agregado e que são tipicamente relacionados a pessoas de maior poder aquisitivo. Esses itens passaram a estar presentes em um número maior de tíquetes e tiveram crescimento de vendas claramente atribuído ao aumento de poder aquisitivo das classes C e D que passaram também a consumir, pela sua praticidade e comodidade.
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C&C - O segmento de supermercados foi um dos que mais cresceu nos últimos anos. Qual é a estratégia para se manter firme e com liderança diante de tamanha competitividade? Ariclenes - Buscando inovação, treinamento dos colaboradores e aproveitando as oportunidades por meio de parcerias com os fornecedores. O ramo de supermercados tem um tripé que precisa ser muito bem-administrado: fornecedor, cliente e a própria empresa com seus funcionários. Esse é o segredo do sucesso no nosso negócio. C&C - O fato de Dourados estar próximo ao Paraguai impõe grande concorrência, especialmente agora que o dólar está tão baixo? Qual a estimativa de perda nas vendas que o País vizinho possa estar causando aos supermercados da região? Ariclenes - Na área de bebidas (vinhos e destilados), perfumaria e eletrônicos, acreditamos que as compras efetuadas no País vizinho nos retirem de 70% a 80% das vendas. C&C - Hoje qual a grande dificuldade do empresário: os impostos ou conseguir crédito para giro com boas taxas de juros? Ariclenes - A maior dificuldade é o acesso a linhas de crédito com juros e prazos aceitáveis, pois as que os bancos comerciais oferecem penalizam, em muito, o financeiro da empresa, por causa do curto prazo para pagamento e das taxas fora da realidade para o ramo supermercadista. Quanto aos impostos, acredito que se a informalidade diminuir generalizadamente não representará problema para ninguém. É claro que a carga tributária brasileira está fora do contexto mundial.
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SENAC MS
Pessoas com deficiência, cidadãos preparados para o mercado de trabalho P
roporcionar ensino de qualidade para a construção de uma sociedade mais cidadã e com igualdade de oportunidades. Esta é uma das missões do Senac MS que oferece estrutura técnica e metodológica para atender a procura que pessoas com deficiência têm por cursos profissionalizantes.
PASCALLY QUER PROGREDIR NA CARREIRA PROFISSIONAL
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“Em um contexto de educação profissional permanentemente acessível aos cidadãos, o SENAC MS desenvolve suas ações pautadas nos princípios da inclusão social e educacional, com respeito à diversidade humana. Aplicamos recursos em tecnologias assistivas de acessibilidade e na sensibilização e capacitação das nossas equipes, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SEMED) e o Instituto Sul-Mato-Grossense para Cegos “Florivaldo Vargas” (ISMAC), lançando mão de estratégias apropriadas e qualidade dos serviços prestados aos alunos com deficiência”, afirma a Diretora Regional do SENAC MS Regina Ferro. Exemplo de superação é o da jovem Pascally Rocha Vilela, 31 anos, deficiente auditiva, que já concluiu o curso de Webdesigner e se prepara para mais um desafio: se certificar no curso de Editor Gráfico. Pascally já está empregada e pretende aplicar os conhecimentos para conseguir promoções. “A parceria com a SEMED permitirá ao Senac MS contar com o profissional intérprete, além da capacitação da equipe pedagógica, por meio de um curso de 40 horas, garantindo qualidade na prestação de serviços adequados às pessoas com deficiência que procuram a instituição para se profissionalizar”, afirma o Coordenador Pedagógico de Informática Marco Antônio Simões. Miriam Matilde Rocha é mãe de Pascally, acompanha a estudante e garante: “a equipe sempre foi muito carinhosa e empenhada com minha filha. O professor chegou a ir a nossa casa quando ela tinha alguma dúvida, o que nos proporcionou um grande vínculo de amizade e comprometimento com todos.”
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SENSIBILIZAR EMPRESÁRIOS Rogério Escobar da Silva, 26 anos, há três perdeu a visão em consequência do glaucoma. O que poderia significar um trauma ou um desincentivo na vida do jovem foi mais um incentivo para buscar o conhecimento e conquistar seu lugar no mercado de trabalho. Rogério já concluiu o curso de vendedor oferecido no Programa Senac de Gratuidade (PSG) e, atualmente, está matriculado no curso de Auxiliar Administrativo, também na Instituição. “Procurei a oferta de cursos em vários locais, mas nenhuma instituição me aceitou pelo fato de ser deficiente visual. Eles alegavam que não tinham estrutura para me oferecer o aprendizado. Aqui no SENAC fui recebido, ou melhor: bem recebido.” Rogério afirma que continua desempregado e faz um apelo: é preciso que as empresas deem espaço para as pessoas com deficiência visual. As que oferecem vagas para pessoas com deficiência preferem contratar cadeirantes, acreditando que eles terão menos dificuldade em se adaptar. De acordo com a instrutora do curso de vendedor do SENAC Sidleny de Almeida Lima, o desempenho do aluno foi mais que satisfatório. “Ele se integrou normalmente ao restante da turma, claro que utilizando materiais adaptados. A participação dele, assim como de todos os outros alunos com deficiência, serve como estímulo aos outros estudantes que veem neles um exemplo na superação dos desafios.”
ESTRUTURA E TÉCNICA Segundo a Coordenadora Pedagógica do SENAC Campo Grande Letícia Muzzi, a Instituição está preparada para incluir portadores de deficiência em suas ações educacionais. “Já possuímos uma estrutura adaptada. Também estamos capacitando os docentes para melhorar o atendimento a essa clientela.” Em Mato Grosso do Sul, o Senac já certificou 101 pessoas portadoras de necessidades especiais nos últimos 12 meses.
ROGÉRIO APROVOU A METODOLOGIA DO SENAC
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Legislação
A partilha do e-commerce
Justiça fiscal e bitributação são os argumentos favoráveis e contra. No meio está o consumidor.
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m vigor desde 1º de maio em Mato Grosso do Sul, a cobrança do ICMS por Estado de destino de mercadorias virou uma guerra nos tribunais e a conta tem sobrado para o lado mais frágil de toda essa relação: o consumidor. Especialistas em Direito Tributário garantem que não há base legal para a partilha da forma como foi implantada, embora, sob o ponto de vista de justiça fiscal, os Estados de onde saem as compras deveriam ter participação no imposto gerado sobre as transações. O assunto é complexo. Prova disso são as decisões, ora favoráveis às empresas e ora ao governo, que se multiplicam a cada dia. Em 1º de julho quem entrou na briga contra o ICMS do e-commerce foi a própria Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Na análise da entidade, isto acaba gerando uma “indevida bitributação”, com pagamento de uma parcela do ICMS no Estado de origem e, outra, no de destino. Enquanto a situação não se resolve, quem compra pela internet tem prejuízo e transtornos com mercadorias paradas nos postos fiscais.
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JUSTIÇA FISCAL O governo estadual calcula que irá recolher em 12 meses R$ 45 milhões em ICMS e alega justiça fiscal para o recolhimento. Segundo o secretário de Fazenda Mário Sérgio Lorenzetto, os comércios estabelecidos no Estado vinham sofrendo concorrência predatória dos sites. O advogado tributarista Vladimir Rossi ressalta que justiça fiscal é um ideal perseguido pelo Sistema Tributário Nacional, daí a razão da centralização das soluções macroeconômicas no Governo Central. “Todavia, como não se tributa fora da Constituição, também não se podem tomar medidas que, sob o pretexto de conduzir à Justiça Fiscal, violem as normas constitucionais. No caso do e-commerce, a partilha do produto da arrecadação, no meu sentir, está sendo feita ao arrepio da Constituição, e a instituição de um sujeito passivo estranho à regra-matriz constitucional do tributo não justifica o argumento da justiça fiscal perseguida. Sem sombra de dúvida que o argumento convence economicamente, mas não juridicamente.” MAIS ESTADOS O Decreto nº 13.126, de 27 de abril de 2011, trata da arrecadação do ICMS nas operações oriundas de outras unidades da Federação que destinem de forma não presencial mercadoria ou bem a consumidor final. Com o Decreto, o Estado que vende pode dividir recursos do imposto obtidos nas compras pela internet com o de destino final, que consome. O valor deduzido, aplicado sobre a base de cálculo do ICMS, será de 7% para as mercadorias oriundas das regiões Sul e Sudeste, exceto o Estado do Espírito Santo, e de 12% para as regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Espírito Santo. Além de Mato Grosso do Sul, outros 18 Estados também aderiram ao novo acordo: Acre, Amapá, Ceará, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Pará, Espírito Santo, Alagoas, Goiás, Mato Grosso, Pernambuco, Roraima, Rondônia, Sergipe, Paraíba, Bahia, além do Distrito Federal. O protocolo 21/2011 do Conselho
PARA ROSSI, NÃO SE PODEM TOMAR MEDIDAS QUE VIOLEM AS NORMAS CONSTITUCIONAIS
Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) é questionado com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) pela CNC. Para o deputado estadual Paulo Duarte, que é economista, fiscal de rendas e já foi secretário de Fazenda em MS, há de se considerar ambos os lados: “De fato, é questionável a constitucionalidade do Protocolo 21, como vêm decidindo os tribunais. Porém, é indiscutível a injustiça da apropriação da receita tributária proveniente do comércio virtual”. Ele lembra que, pela norma vigente, o ICMS fica todo para os Estados de origem dos produtos, geralmente os mais ricos da nação. “Isso porque a Constituição foi promulgada em 1988, quando nem se falava em e-commerce.” Para atualizar a Constituição, ele apresentou uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) ao texto da Carta da República, contemplando a divisão justa do imposto entre os Estados, da maneira como é realizado no comércio convencional ou não virtual. Como é deputado estadual, há todo um trâmite para que a PEC chegue ao Congresso: é necessário que tenha apoio de mais da metade das Casas Legislativas do País.
DESAFIO DO DEPUTADO ESTADUAL PAULO DUARTE É O APOIO DE OUTRAS CASAS LEGISLATIVAS À PEC
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VIVA MELHOR A Estar em contato com outras pessoas e praticar atividades físicas é fundamental para viver bem a terceira idade. O SESC oferece diversas atividades para proporcionar sociabilização, saúde, qualidade de vida e autoestima para quem quer aproveitar ao máximo essa fase da vida. Conheça, participe e viva melhor e mais feliz.
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TERCEIRA IDADE Atividades oferecidas - Reuniões de convivência
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- Quadradinhos da Amizade
- Dança de Salão Sênior
- Tarde de Encontros com Festival de Prêmios
- Oficina de Canto Coral
- Encontro Talentos da 3ª Idade
- Oficina de Arteterapia
- Alongamento e Ginástica
- Dança Parafolclórica
- Hidroginástica Específica
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- Alongamento e Jogos de Mesa
mês da Primavera
SESC Horto Rua Anhanduí, 200 - Centro - Fone: (67) 3357-1200 SESC Dourados Rua Toshinobu Katayama, 178 - Centro - Fone: (67) 3410-0700
www.sescms.com.br COM ÉR C IO & C IA
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SESC MS
ESEM é referência nacional em educação; vagas são disputadíssimas em todo País Sempre com o objetivo de formar cidadãos preparados para encarar os desafios de um mercado de trabalho cada vez mais exigente, o SESC MS proporciona a jovens estudantes a possibilidade de ingressarem em uma escola de excelência em ensino. A Escola SESC de Ensino Médio (ESEM) fica no Bairro de Jacarepaguá no Rio de Janeiro.
A ESEM OFERECE ESTUDO EM PERÍODO INTEGRAL COM PROGRAMAÇÃO EXTRACURRICULAR VARIADA PARA INCENTIVAR ALUNOS
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escola, fundada em 2008 por iniciativa do presidente da Confederação Nacional do Comércio (CNC) Antônio Oliveira Santos e do Conselho Nacional do Serviço Social do Comércio (SESC), oferece, anualmente, ensino de qualidade e formação profissional para 500 alunos vindos de todos os Estados do País. A Instituição é uma escola-residência, cujas vagas são disputadíssimas por alunos de todo o País. Eles estudam em período integral e moram no campus, ao lado de professores e funcionários. Uma integração que reforça valores como cidadania, respeito ao próximo e atitude perante os desafios da vida. Além do programa curricular, os estudantes têm opções de atividades extraclasses, como oficinas de arte, esporte, música, dança e aulas de qualificação profissional ministradas pelo SENAC.
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A ESCOLA FOI FUNDADA EM 2008 POR UMA INICIATIVA DA CNC, PRESIDIDA PELO EMPRESÁRIO ANTONIO OLIVEIRA SANTOS
ESTRUTURA PARA ABRIGAR ALUNOS EM TEMPO INTEGRAL, CUSTEADOS PELO SESC
ALUNO DE MS, RAFAEL KAORO SATO E DIRETORA DO SESC, IRENE BUAINAIN, NA SOLENIDADE DE FORMATURA EM 2010
De acordo com a Diretora Regional do SESC de Mato Grosso do Sul Irene Buainain, o modelo de ensino da Escola SESC de Ensino Médio tem o comprometimento não somente com a formação educacional, mas também o incentivo à inserção no mercado de trabalho. “É indiscutível a excelência do ensino proporcionado pela escola. Nós, do SESC de MS, ficamos imensamente satisfeitos em proporcionar aos alunos do nosso Estado uma formação de ótima qualidade, contribuindo para o desenvolvimento do Estado. Ficamos felizes em ver que tanto os jovens quanto as famílias estão satisfeitos com os resultados do processo de aprendizagem.” Os alunos que se inscrevem para concorrer a bolsa de estudos da Escola SESC são submetidos à prova objetiva (Matemática, Português e Conhecimentos Gerais), além de entrevista com psicólogos. Se aprovados, ingressam na escola com bolsa integral. O local oferece, ainda, alimentação, material didático, uniformes e assistência médica e odontológica, preventiva e emergencial. FORMANDO CIDADÃOS Desde 2008, o SESC de Mato Grosso do Sul já encaminhou 28 alunos. Este ano, 150 jovens se inscreveram no processo de seleção, interessados no ensino de qualidade. Leonardo Simião de Luna, 16 anos, está no último ano. Ele é do município de Dourados e sempre estu-
dou em escolas públicas. A mãe Luciana Ferreira Simião garante que o filho é muito estudioso tendo se destacado entre outros alunos. De acordo com ela, Leonardo ganhou prêmios nas áreas de astronomia e robótica, com desempenho satisfatório em outras disciplinas. O incentivo para participar do processo seletivo da ESEM veio da diretora da escola que sempre apostou no potencial do aluno. “Estamos imensamente satisfeitos com a educação que ele está recebendo. A Escola tem um propósito fundamental que é formar cidadãos preparados para encarar os desafios do futuro. Além disso, nosso filho se tornou um garoto muito mais responsável e disciplinado. Tem atividades de segunda a sábado nos três períodos do dia”, afirma Luciana. As despesas são pagas pelo SESC, que garante a permanência dos alunos na Escola.
LEONARDO JÁ GANHOU PRÊMIOS EM VÁRIOS CONCURSOS DA ESCOLA E SEMPRE COM DESEMPENHO SATISFATÓRIO NAS DISCIPLINAS
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Nosso Ambiente & Cidadania
Piso Direcional
Comerciantes cobram orientações e isonomia nas ações de fiscalização
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uestão de cidadania e econômica, a acessibilidade já é assunto incorporado por boa parte dos comerciantes. Estima-se que 14% da população tenha algum tipo de deficiência e que pelo menos 80% das pessoas tenham problemas de locomoção em determinado momento da vida, seja pela idade avançada, um acidente ou mesmo caso de gestantes e pessoas que transportam crianças em carrinhos, um universo que não há como se ignorar. Porém, neste ano, a forma como a Prefeitura de Campo Grande passou a atuar para cumprir o Decreto Municipal nº 11.090, de janeiro de 2010, que trata das calçadas acessíveis e implantação do piso tátil, causou surpresa e indignação aos empresários, especialmente pelos critérios para notificação e falta de exemplo do poder público.
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CONTRA O RELÓGIO Polêmico, o assunto chegou a ser discutido em audiência pública no mês de maio. O secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (SEMADUR) Marcos Antônio Moura Cristaldo acredita que todo o trabalho de modificação de calçadas na chamada macrozona de adensamento, na região central da cidade, leve cinco anos, abrangendo 200 mil imóveis. As ações começaram pelo quadrilátero compreendido entre a Avenida Mato Grosso, Ruas Fernando Correa da Costa, Padre João Crippa e 25 de Dezembro. Depois o quadrilátero da Rua 25 de Dezembro, Rio Grande do Sul e Avenidas Mato Grosso e Fernando Corrêa da Costa. Em seis meses foram 1.500 notificações, incluindo prédios públicos. O diferencial, neste caso, é que os
NELSON MOREIRA (À ESQUERDA) SE DIZ INDIGNADO PORQUE A EXIGÊNCIA PARA CUMPRIR A LEI NÃO ESTÁ SENDO IGUAL PARA TODOS
órgãos precisam de licitação, processo que leva, pelo menos, 30 dias até a escolha da empresa a ser contratada. E esse é o mesmo prazo que os comerciantes têm para que as adequações nas suas calçadas estejam prontas, sob pena de multa. Ao todo são 280 prédios públicos e as obras começaram pelo Paço Municipal. A chegada de uma notificação e o prazo apertado para desembolso de um volume importante de dinheiro pegaram de surpresa o comerciante Nelson Moreira Rodrigues, sócio-proprietário da Depilare, localizada no centro de Campo Grande. Se em 30 dias não refizesse a calçada e implantasse o piso tátil teria que pagar uma multa de quase R$ 5 mil. “Peguei as normas na Prefeitura, contratei o arquiteto, mas durante a obra a fiscalização pediu para mudar tudo, diferente dos procedimentos que a própria Prefeitura disponibiliza.” As obras foram executadas durante um fim de semana, inclusive de noite, para não prejudicar o movimento do salão e da garagem ao lado. Como estava irregular, a calçada foi totalmente refeita e implantado o piso tátil, investimento total de R$ 20 mil. “O que causa indignação é que a própria prefeitura não dá o exemplo. Recebi a notificação em maio. Tem prédio público aqui ao lado que não fez as modificações, supermercado, empresas de grande porte que sequer têm rampas.” O secretário Marcos Cristaldo alega que a Prefeitura se baliza pela norma NBR 9050, mas lembra que o Decreto Municipal nº 11.090/2010 trouxe escalonamentos em função da largura das calçadas. “Não há como falar em regras gerais, depende muito do nível em que está a calçada. Tem pessoas que simplesmente colocam o piso direcional sem nivelar. Pensam que estão economizando, mas aí o serviço fica errado e mais caro. Nossa orientação é que entre em contato com a fiscalização, pelo telefone 3314-3538, fale com a engenheira Ivete, que ela pode dar as coordenadas.” Em relação ao prazo, o secretário alega que é passível de dilatação, caso o proprietário do imóvel apresente dificuldades para cumprir a exigência, como conflito com um ponto de ônibus, uma árvore ou um poste.
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BOM-SENSO O presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso do Sul (CREA-MS) Jary de Carvalho e Castro ressalta que, sob orientação de um engenheiro ou arquiteto e, seguindo as normas técnicas, as chances de incorreções são pequenas. Ele lembra que “vale o bomsenso e não apenas adaptar por uma imposição do poder público” e assevera: “Na dúvida, buscar esclarecimentos antes de construir é o melhor caminho”. Além dos manuais da prefeitura, o CREA-MS também tem um guia com orientações. De um modo geral, os pisos táteis devem ser instalados no eixo do passeio e devem estar livres de obstáculos dos dois lados. Nas edificações mais antigas, as dificuldades de adaptação são maiores. Apesar dos desafios, Jary acredita que a conscientização sobre a importância da acessibilidade tem aumentado: “Estamos evoluindo muito nesse sentido. Somos um país em que o número de idosos aumenta gradativamente. Penso que todos estamos sujeitos a um dia precisar de espaços acessíveis.”
Boa vontade há, mas falta alinhar ações Presidente do Instituto Sul-Mato-Grossense para Cegos Florisvaldo Vargas (ISMAEC) e vice-presidente da Organização Nacional de Cegos Telma Nantes de Matos afirma que o piso direcional é muito importante para quem tem deficiência visual, mas as condições de acessibilidade da calçadas são fundamentais. “Quando falamos em calçada acessível estamos falando em calçadas sem acidentes, obstáculos, como postes e orelhão, e com inclinação dentro das normas. O que nos preocupa é a maneira como está sendo feito. Percebemos a boa vontade dos empresários e donos de imóveis, mas o cidadão está gastando dinheiro e o resultado está fora das normas, falta orientação e é o poder público que tem que dar essa diretriz.” Para Telma, é preciso haver um trabalho conjunto entre empresas que trabalham com a construção das calçadas, como as de energia elétrica e telefonia, proprietários dos terrenos e o poder público, para garantir de fato a acessibilidade. Hoje, só no ISMAEC estão cadastrados 580 deficientes visuais, mas a estimativa da Organização Mundial de Saúde é que o problema atinja 3% da população. TELMA: EMPRESÁRIOS ESTÃO ADEQUANDO, MAS FALTA UMA DIRETRIZ DO PODER PÚBLICO
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PARA JARY, BUSCAR MAIS ESCLARECIMENTOS ANTES DE CONSTRUIR DIMINUI MARGENS DE ERRO NA OBRA
SINDICATO PARTICIPATIVO COMÉRCIO FORTE O Sindicato representa a classe patronal, negocia a Convenção Coletiva de Trabalho e discute horários de funcionamento buscando sempre condições favoráveis para que as empresas do comércio atacadista e varejista obtenham resultados cada vez mais positivos. Filie-se, faça sua parte e ajude a fortalecer o comércio.
Av. Marcelino Pires, nº 2.101 - 1º andar sind.dou@terra.com.br sindicomdourados@gmail.com
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Parcerias
Cartão de Plástico é usado no transporte público e quem se beneficia são trabalhadores e empresários
CARTÃO EMPRESARIAL OFERECE COMODIDADE E SEGURANÇA PARA QUEM USA O TRANSPORTE PÚBLICO DA CAPITAL
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om o objetivo de proporcionar mais comodidade e segurança aos empresários e usuários de ônibus em Campo Grande, a Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano (ASSETUR) oferece desde 2003 vantagens e benefícios com o uso do cartão empresarial. Com o sistema automatizado de créditos, é possível que sejam controlados os números de passagens que cada trabalhador necessita durante o mês. Além disso, é possível monitorar os fins para os quais o vale-transporte está sendo utilizado pois, com o sistema, podem-se verificar as linhas usadas e, ainda, conferir se elas correspondem ao trajeto trabalho-casa, único acesso permitido pela Lei Federal n° 7.485.
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Em Campo Grande já estão em circulação cerca de 180 mil unidades.
bus coletivos por dia, em Campo Grande. “Garantir esse acesso casa-trabalho e a segurança de seus funcionários é uma das obrigações do empresário.” Proprietário de uma Distribuidora que leva o mesmo sobrenome, Fabiano Lopes, que atua na área de distribuição de materiais para construção e agropecuária, acredita que o método agrada tanto a funcionários quanto a empresários. “Para a empresa, o cartão apresenta muitas vantagens no quesito de controle da utilização, como horários e dias em que estão sendo utilizados, e também garante o uso específico para o qual foi criado.”
EM CAMPO GRANDE, TRÊS MIL EMPRESAS UTILIZAM O BENEFÍCIO OFERECIDO PELA ASSETUR
BENEFÍCIOS DO CARTÃO DE PLÁSTICO As vantagens não param por aí: o cartão possibilita a recuperação de créditos em caso de perda ou roubo. A troca da moeda pelo cartão garante maior segurança ao usuário, diminuindo a possibilidade de roubos e assaltos nos coletivos, além de contribuir com a agilidade no embarque dos passageiros, pois elimina a cobrança e o troco em dinheiro de papel. De acordo com o diretor da ASSETUR João Rezende Filho, o Cartão Empresarial pode ser adquirido em diversos pontos de venda e também pela internet. “Essa é uma forma de otimizar o tempo de empresários para providenciar o benefício dos seus colaboradores.” O presidente da ASSETUR Sinval Martins afirma que 230 mil passageiros utilizam os serviços de ôni-
RESPONSABILIDADE SOCIAL A ASSETUR, ao longo dos anos, vem se caracterizando também como uma empresa participativa em eventos de responsabilidade social e cultural, atuando como parceira em diversos eventos promovidos pelas mais diversas instituições. No evento Ingresso Solidário, realizado em junho pela FECOMÉRCIO MS, em parceria com o SEBRAE, que trouxe o maestro João Carlos Martins para ministrar uma palestra, a ASSETUR ofertou gratuitamente dois ônibus para fazer o trajeto Praça Ary Coelho-Palácio Popular da Cultura, para o transporte dos interessados em participar da conferência. “Isso mostra que a empresa se preocupa e se sensibiliza com o aspecto social e está disposta a atuar conosco em prol de causas que têm como principal beneficiada a comunidade”, pondera o presidente da FECOMÉRCIO MS, Edison de Araújo.
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Gestão & Finanças
Setor produtivo se une e cria manifesto em prol do Centro-Oeste Garantir o desenvolvimento regional de forma integrada e permanente, com sugestões nas áreas da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (SUDECO), reforma tributária e logística. Estes são os principais pontos de um manifesto elaborado por representantes do setor produtivo de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal.
MATO GROSSO GOIÁS DISTRITO FEDERAL Brasília
Cuiabá
Goiânia
MATO GROSSO DO SUL Campo Grande
LIDERANÇAS PRODUTIVAS DO ESTADO PROPÕEM MANUTENÇÃO E AMPLIAÇÃO DOS INVESTIMENTOS NOS SETORES DE ENERGIA E TRANSPORTE, CRIAÇÃO DE UM PROJETO LOGÍSTICO DO CENTROOESTE COMPETITIVO E APOIO AO PROJETO DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO
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manifesto propõe a manutenção do fórum do setor produtivo do Centro-Oeste como canal de comunicação permanente com a SUDECO e torna paritária a participação público-privada dos membros do setor produtivo no Condel-Sudeco, passando a contar com as presenças fixas de todas as Federações dos Estados e Distrito Federal, e amplia o número de instituições financeiras autorizadas a operar os recursos do Fundo Constitucional do Centro-Oeste, bem como o Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FDCO), preferencialmente às cooperativas de crédito.
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FORTALECENDO A REPRESENTATIVIDADE Na parte de logística, as sugestões incluem a manutenção e ampliação dos investimentos nos setores de energia e transporte em âmbito nacional, a criação do Projeto Logístico do Centro-Oeste Competitivo com o apoio institucional da CNI, CNC e CNA e o apoio irrestrito à aprovação do Projeto do Novo Código Florestal Brasileiro. Já na parte da reforma tributária foi sugerida a alteração do quorum de aprovação do CONFAZ, dos atuais 100% para 3/5 dos participantes, a desoneração da folha de pagamento sem que haja elevação ou a criação de outros tributos para compensação, nivelar o subteto do Super Simples, de acordo com a legislação federal, fazendo com que todos os Estados tenham o mesmo tratamento tributário, propor a alteração da Lei Complementar 123/06, vedando aos Estados a cobrança adicional de ICMS-ST ou ICMS Garantido, manter os incentivos fiscais concedidos em projetos regularmente aprovados, em nome da segurança jurídica, do princípio do direito adquirido e do ato jurídico perfeito, homologar os créditos de ICMS dos insumos e de exportação como diretrizes de apoio ao desenvolvimento regional e, como garantia de ressarcimento dos créditos da Lei Kandir, que os Estados tenham base de apoio para compensação dos seus créditos com as suas respectivas dívidas com a União.
INCENTIVOS MANTIDOS O manifesto reforça a posição de desenvolvimento do Governo do Estado, que garante inúmeros incentivos para as empresas que quiserem se instalar em Mato Grosso do Sul. Os benefícios vão desde a redução de até 67% no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), isenção de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISQN) até a doação de terrenos para implantação da indústria. Os atrativos estão previstos no Programa Estadual de Desenvolvimento Industrial de Mato Grosso do Sul, denominado MS Forte-Indústria. A lei prevê, entre outros pontos, a redução do ICMS pelo período de 15 anos para indústrias. Além de contar com os incentivos do Governo, os empresários ainda têm na Prefeitura de Campo Grande inúmeras vantagens para a implantação de empresas. Por meio do Programa de Incentivos para o Desenvolvimento Econômico e Social de Campo Grande (PRODES), a prefeitura oferece isenção de ICMS, IPTU, das taxas e do ISSQN sobre as obras de construção e doação de área da prefeitura para a instalação da indústria. Segundo o secretário executivo do Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico (CODECON) Tito Vespasiano Ruchkys, as propostas devem ser aprovadas pelo CODECON que foi criado pela lei complementar nº 29/1.999. O Conselho é quem emite parecer sobre a viabilidade de programas ou projetos de desenvolvimento econômico voltados para a Capital. O PRODES é um incentivo fiscal que facilita a vinda de novas empresas para o município e viabiliza a ampliação das que já estão instaladas, reduzindo os custos para os empreendedores.
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PASSO A PASSO FCO oferece recursos com juros baixos para quem deseja investir As empresas e os produtores rurais que desejarem iniciar, ampliar ou modernizar atividades produtivas podem contar com o Fundo de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) para financiar seus empreendimentos com longo prazo de pagamento e baixas taxas de juros. Segundo o coordenador de Articulação e Apoio Institucional do Conselho Estadual do FCO Antônio de Souza Oliveira, o empresário ou produtor rural deve ter atividades no Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso ou Mato Grosso do Sul. Ele destaca que uma das principais vantagens em obter financiamento com recursos do FCO é a baixa taxa de juros das operações. Em MS, o Banco do Brasil é o agente financeiro que está credenciado para atender os projetos de médias e grandes empresas. Já o SICREDI e o BRDE atuam com micros e pequenos. “Se o valor do financiamento que pretende buscar é de até R$ 100 mil, ele resolve direto na agência. Acima deste valor tem que preparar a carta-consulta”, destaca o coordenador. Os segmentos que podem utilizar FCO Empresarial são as indústrias em projetos de infraestrutura econômica, empresas de comércio e serviço e de turismo regional. Se os valores variam de R$ 100 a R$ 250 mil é o banco que vai avaliar o pedido. Os projetos até R$ 250 mil são analisados diretamente no BB e os R$ 150 mil, no SICREDI. Acima destes valores vai para o Conselho Estadual (CEINF), durante as reuniões ordinárias.
BAIXA TAXA DE JUROS É UMA DAS PRINCIPAIS VANTAGENS NOS FINANCIAMENTOS COM RECURSOS DO FCO, AFIRMA ANTONIO DE SOUZA OLIVEIRA
Porte A taxa para limite de financiamento é definida na legislação e varia de acordo com o porte de cada cliente, conforme a seguir:
Micro - renda bruta anual até R$ 240 mil Pequena empresa - R$ 240 mil a R$ 2,4 milhões de renda bruta anual
Média empresa - R$ 2,4 milhões a R$ 35 milhões/ano Grande - acima de R$ 35 milhões Os limites financiáveis para investimentos são definidos de acordo com o porte das empresas, com a tipologia do município de localização do empreendimento, definida na Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR). Além dessas empresas, no último ano o FCO também inseriu a figura do empreendedor individual que tem receita bruta anual de R$ 36 mil e pode ser contemplado também com recursos.
Encargos Financeiros
Os juros a serem cobrados nas modalidades são:
Empreendedor Individual e micro - 6,75% a.a. Pequena - 8,25% a.a. Média empresa - 9,5% a.a. Grande - 10% a.a. Efetuando o pagamento em dia, o empresário ganha bônus de adimplência de 15% sobre a taxa. Os prazos de pagamento variam conforme o projeto. Os investimentos, normalmente, têm prazos de até 12 anos para amortização e até três anos de carência.
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CAPACITAÇÃO TRABALHO DESENVOLVIMENTO RENDA EDUCAÇÃO EQUIPE AGILIDADE COBERTURA MELHORES
CURRÍCULO NOTA 10 TEM SENAC
CURSOS ÓTIMA ESTRUTURA MELHORES PROFESSORES MELHORES EVENTOS RESPONSABILIDADE TRADIÇÃO CONHECIMENTO PREÇO BAIXO ÓTIMAS SALAS GASTRONOMIA
CONTINUIDADE ATENDIMENTO QUALIDADE SERVIÇOS
INFORMÁTICA TURISMO GESTÃO GERÊNCIA EMPRESAS PESSOAS ITINERÁRIO
DESIGN
BELEZA MODA CABELO UNHAS MASSAGEM PESSOAS VENDAS AUDITORIA APRENDIZADO FEIJOADA TÉCNICAS SAÚDE PRIMEIROS SOCORROS SEGURANÇA INSTRUMENTAÇÃO RECEPCIONISTA FORNO E FOGÃO EXCEL UM BOM CURSO DE INFORMÁTICA É FUNDAMENTAL EM QUALQUER PROFISSÃO. O SENAC TEM OS MELHORES LABORATÓRIOS DO ESTADO, CABEAMENTO LINUX CORELDRAW WEBDESIGN FOTOGRAFIA AUTOCAD PROFESSORES CERTIFICADOS E O RECONHECIMENTO DA MARCA.
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DESIGN E DESENHO TÉCNICO
MOULAGE REDAÇÃO RECEPÇÃO AUDITORIA LIDERANÇA RESULTADOS AUXILIAR SECRETARIADO VENDEDOR CAIXA
COBIT - GESTÃO DE TI 10/9/2011 a 29/10/2011 | 8h às 12h15 (Sábado) CRÉDITO ORATÓRIA Carga horária: 30 horas LICITAÇÕES COMPRADOR 5 x R$ 93,80 (cartão de crédito) | R$ 469,00 (à vista)
GOOGLE SKETCHUP 28/11/2011 a 16/12/2011 | 13h40 às 16h55 (2ª a 6ª) REDESCarga MANUTENÇÃO horária: 40 horas BOLOS ARTÍSTICOS HOSPEDAGEM 6 x R$ 66,50 (cartão de crédito) | R$ 399,00 (à vista)
GARÇOM ETIQUETA AMBIENTAL CONTÁBEIS CAMPO GRANDE DOURADOS CORUMBÁ TRÊS LAGOAS INTERNET
GESTÃO ÁGIL DE PROJETOS COM SCRUM AUTOCAD 2D PARA INICIANTES 22/10/2011 a 26/11/2011 | 8h às 12h15 (Sábado) 5/9/2011 a 29/9/2011 | 13h40 às 16h55 (2ª a 6ª) APRENDIZAGEM CAPACITAÇÃO TRABALHO DESENVOLVIMENTO EDUCAÇÃO Carga horária: 24 horas 24/10/2011 RENDA a 21/11/2011 | 7h40 às 10h55EQUIPE (2ª a 6ª) AGILIDADE 4 x R$ 74,75 (cartão de crédito) | R$ 299,00 (à vista) Carga horária: 51 horas x R$ 67,00 (cartão de crédito) | R$ 469,00 (à vista) COBERTURA MELHORES CURSOS ÓTIMA ESTRUTURA 7MELHORES PROFESSORES MELHORES EVENTOS ITIL FOUNDATIONS V3 - GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TI 17/9/2011 a 5/11/2011 | 8h às 12h15 (Sábado) EDITOR GRÁFICO RESPONSABILIDADE CONHECIMENTO PREÇO BAIXO ÓTIMAS SALAS| 18h45 CONTINUIDADE Carga horária: TRADIÇÃO 30 horas 19/9/2011 a 16/12/2011 às 22h (2ª a 6ª) ATENDIMENTO 6 x R$ 66,50 (cartão de crédito) | R$ 399,00 (à vista) Carga horária: 180 horas 10 x R$ 129,90 (cartão de crédito) | R$ 1.299,00 (à vista) QUALIDADE SERVIÇOS GASTRONOMIA INFORMÁTICA TURISMO GESTÃO GERÊNCIA EMPRESAS PESSOAS MICROSOFT PROJECT NA GESTÃO DE PROJETOS 3/9/2011 a 22/10/2011 | 8h às 12h15 (Sábado) INFRAESTRUTURA E ADMINISTRAÇÃO ITINERÁRIOCarga DESIGN horária:BELEZA 30 horas MODA CABELO UNHAS MASSAGEM PESSOAS VENDAS AUDITORIA APRENDIZADO 6 x R$ 39,83 (cartão de crédito) | R$ 239,00 (à vista) MONTAGEM E MANUTENÇÃO DE COMPUTADORES 26/9/2011INSTRUMENTAÇÃO a 20/1/2012 | 18h45 às 22h (2ª a 6ª) FEIJOADA TÉCNICAS SAÚDE PRIMEIROS SOCORROS SEGURANÇA RECEPCIONISTA FORNO
INFORMÁTICA BÁSICA
E FOGÃO INFORMÁTICA EXCEL CABEAMENTO PARA MELHOR IDADE LINUX CORELDRAW 17/10/2011 a 21/11/2011 | 13h40 às 16h55 (2ª, 4ª e 6ª)
4/10/2011 a 15/2/2012 | 7h40 às 10h55 (2ª a 6ª) 4/10/2011 a 15/2/2012 | 13h40 às 16h55 (2ª a 6ª) WEBDESIGN FOTOGRAFIA AUTOCAD JOOMLA Carga horária: 200 horas 10 x R$ 99,90 (cartão de crédito) | R$ 999,00 (à vista)
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horária:E40 horas LOGÍSTICA Carga HIGIENE MANIPULAÇÃO CONGELAMENTO TORTAS TRUFADAS CABELEREIRO MANICURE PEDICURE 4 x R$ 49,75 (cartão de crédito) | R$ 199,00 (à vista)
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SENAC Campo Grande - R. Francisco C. Xavier, 75 - Centro
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S Ú , SAÚDE, ASSISTÊNCIA, EDUCAÇÃO Ç E CIDADANIA. C NO OS SESC SC VOCÊ OC VÊ ACONTECER. Projeto Ver para Aprender “Ver para Aprender” é um Projeto do SESC que proporciona acuidade visual a crianças, jovens, adultos e idosos para melhorar as condições de aprendizagem e a qualidade de vida da população, reduzindo as desigualdades e melhorando as condições de saúde. Neste projeto o SESC forma agentes multiplicadores, treina professores e voluntários para execução do teste de acuidade visual por meio da Carta de Snellen, promove diagnóstico oftalmológico realizado por médicos oftalmologistas e distribui óculos doados por parceiros aos que deles necessitem, atribuindo sentido ao processo de testagem da acuidade visual.
26% do total de crianças necessitam de óculos. 80% da clientela adulta, incluindo os idosos, apresenta necessidade de tratamento.
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