Revista Comércio & Cia - 5ª Edição

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Conectividade Social Empresas têm até o fim do ano para se adequarem ao novo sistema

Cidades

Nova Alvorada do Sul aproveita o bom momento da economia e promove o desenvolvimento do município

P U B L I C AÇ ÃO B I M E S T R A L D O S I S T E M A F E CO M É R C I O M ATO G R O S S O D O S U L | A N O 1 | E D I Ç ÃO N º 5 | N O V E M B R O / D E Z E M B R O 2 0 1 1

DEVOLUÇÃO GARANTIDA

CORREIOS

Comércio nos bairros Crescimento da cidade expande o comércio nos bairros e empresários “fazem a diferença”

Parcerias

Estudo sobre a competitividade do setor sucroenergético em Dourados e grande região

Nosso Ambiente & Cidadania Assédio moral pode reduzir produtividade e fazer empresas responderem por ações indenizatórias

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Palavra do Presidente Mais um ano que se finda. Para alguns, é época de repensar e aprender com o que passou. Para outros, é o momento para desbravar novos caminhos, agregar outras perspectivas. Independentemente de qual for a sua opinião, nós - do setor terciário - devemos continuar atentos ao cenário econômico mundial porque neste mundo globalizado qualquer movimento pode atingir nossos negócios, positiva ou negativamente. Devemos estar preparados para saber como agir e melhorar a prestação de serviços e produtos. O mercado é amplo, rotativo e oferece oportunidades diversas. Basta o comerciante saber focar, planejar e ter profissionalismo no que se propõe a fazer. Mato Grosso do Sul está em franco desenvolvimento. Para continuar com a boa fase, basta entender o que os novos consumidores querem em contrapartida. Sim, novos consumidores. Falamos daqueles que estão atentos às tecnologias e vão às compras atrás de qualidade e bom preço. Pode ser na loja da esquina ou em locais distantes, mas cujas ferramentas da internet possibilitam acesso, proximidade e agilidade nunca antes vistos na relação comercial da história da humanidade. Também estamos falando daqueles consumidores que, segundo dados do Governo Federal, mudaram de faixa salarial. A estatística da Presidência da República mostra que, em dez anos, quase 500 mil sul-mato-grossenses ingressaram na classe média. E outros 140 mil já estão com renda superior a R$ 4 mil, pertencendo à classe alta. Uma migração de 15% nos extratos de renda da população estadual. Nosso desafio é conhecer quais os desejos e necessidades dessa clientela, como atendê-la de forma a continuar a contribuir com o fomento do comércio. Uma das ações é o fortalecimento dos setores produtivos que reivindicam a recriação da Sudeco para que consigamos melhorar a infraestrutura, qualificar ainda mais a mão de obra e fazer parte de um programa de inclusão na qual mulheres receberão cursos nas áreas mais tradicionais do comércio e dos serviços como também em outros setores cuja participação feminina ainda é mínima. Tal interesse nesse público advém de um estudo onde foi apontado que a referência econômica nas classes D e E são as mulheres. Enfim, preparamos uma edição de fim de ano especial que mostra a dinâmica do setor nos bairros de Campo Grande, tendência nas grandes cidades do Estado. Também fomos saber mais sobre novas oportunidades de negócios, de mercado profissional e quais as perspectivas para o comércio no período natalino. Descobrimos novas habilidades profissionais que estão sendo demandadas pelo cenário que se vislumbra e projetos voltados a auxiliar empresários em seus negócios. Também vamos conhecer uma empresária que busca a sustentabilidade ambiental em seus empreendimentos e aposta em um tema que pode ser bem utilizado em MS. O Sistema Fecomércio MS continuará a prezar pelos bons serviços oferecidos por meio do SESC, SENAC, Instituto Fecomércio e pela própria Federação. O novo ano chegará com propostas inovadoras para nossa clientela, com a seriedade e profissionalismo que nos são exigidos e que já fazem parte do nosso fazer. Continuaremos a investir em inovação tecnológica, conhecimento ao alcance de todos. Vamos chegar onde é preciso para melhorar a qualidade de vida e a profissionalização dos nossos trabalhadores. É a nossa contribuição para com os empresários que aqui apostam suas maiores riquezas: a criatividade, o espírito empreendedor e a vontade de crescer com o Estado e fazer parte da nossa história.

EDISON FERREIRA DE ARAÚJO Presidente do Sistema Fecomércio de Mato Grosso do Sul COM ÉR C IO & C IA

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Sumário P U B L I C A Ç Ã O B I M E S T R A L D O S I S T E M A F E C O M É R C I O M AT O G R O S S O D O S U L | A N O 1 | E D I Ç Ã O N º 5 | N O V E M B R O / D E Z E M B R O 2 0 1 1

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Capa

Uma parceria que está dando certo: empresários abrem investimentos nos bairros de Campo Grande, atraem clientela e moradores aprovam produto, preço e proximidade.

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Cidades

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A pouco mais de cem km de Campo Grande, um município de apenas 20 anos atrai investidores: Nova Alvorada do Sul.

Entrevista

Governador André Puccinelli fala sobre política fiscal, impostos e como está conduzindo o desenvolvimento de MS.

10. Economia MS Em uma década, a classe média ganhou 498.000 sul-mato-grossenses e 15% já estão na classe alta. E o efeito cascata desse movimento já é visível no setor terciário.

24. Comércio & Serviços Pesquisas querem detectar o perfil do consumidor dos shopping centers e levar informações para auxiliar e orientar empreendedores.

26. Estratégia Tendências da moda e, principalmente, da economia brasileira vão nortear empresários para se prepararem para o fim de ano. A expectativa de vendas é positiva.

30. Carreira & Mercado Concorrência para atrair consumidores faz empresários buscarem por experts em identidade visual, os profissionais em visual merchan.

34. Tecnologia & Inovação O prazo para as empresas aderirem ao programa Conectividade Social ICP termina no dia 31 de dezembro de 2011. As empresas têm de saber o que é isso e como o programa vai agilizar processos.

38. Ponto de Vista Secretário da Receita Federal, César Estoduto, aborda a importância da Nota Fiscal Eletrônica e as vantagens e facilidades para empresários e Fisco.

40. Empresária do Mês Preparar-se para o amanhã com soluções existentes hoje. A responsabilidade

ambiental e a preocupação com a saúde são base dos empreendimentos da empresária Beatriz Rauber Zamecki.

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PRESIDENTE DA FECOMÉRCIO/MS Edison Ferreira de Araújo DIRETORIA 1° VICE-PRESIDENTE Denire Carvalho 2° VICE-PRESIDENTE José Alcides dos Santos 1° SECRETÁRIO Hilário Pistori 2° SECRETÁRIO Manoel Ribeiro Bezerra 1° TESOUREIRO Sebastião José da Silva 2° TESOUREIRO Roberto Rech SUPLENTES DA DIRETORIA Ricardo Massaharu Kuninari; Valdir Jair da Silva; Carlos Roberto Bellin; Benjamin Chaia; Álvaro José Fialho; Cláudio Barros Lopes;

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Fecomércio MS

Encontro entre Institutos de Pesquisa das Federações do Comércio de Bens, Serviços e Turismo promove as boas práticas e o intercâmbio de experiências.

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Parcerias

Em Dourados, Instituto Fecomércio de MS e Prefeitura Municipal vão levantar as demandas do setor sucroenergético para ajudar na melhoria do processo e dos produtos das usinas.

SINDICATOS REPRESENTADOS PELA FECOMÉRCIO/MS Sind. do Com. Atacadista e Varejista de Dourados; Sind. do Com. Varejista de Amambai; Sind. do Com. Varejista de Aquidauana e Anastácio; Sind. do Com. Varejista de Campo Grande; Sind. do Com. Varejista de Corumbá; Sind. do Com. Varejista de Gêneros Alimentícios de Campo Grande; Sind. do Com. Atacadista e Varejista de Materiais de Construção de Campo Grande; Sind. do Com. Varejista de Naviraí; Sind. do Com. Varejista de Paranaíba; Sind. do Com. Varejista de Três Lagoas; Sind. do Com. Varejista de Ponta Porã; Sind. do Com. Varejista de Produtos Farmacêuticos de MS; Sind. dos Despachantes Comerciais do Estado de Mato Grosso do Sul; Sind. dos Representantes Comerciais do Estado de Mato Grosso do Sul; Sind. dos Centros de Formação de Condutores de Veículos do MS; Sind. dos Revendedores de Veículos Automotores de C. Grande DIRETORA REGIONAL DO SENAC Regina Ferro DIRETOR REGIONAL DO SESC Arnaldo Aracaqui (interino)

44. SENAC MS Atento à demanda do mercado e às novas tecnologias, o

SENAC MS lança cursos de desenvolvimento de games e uma nova grade para a formação profissional de TI.

DIRETOR SUPERINTENDENTE IFMS Thales de Souza Campos COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO Núbia Cunha

46. Legislação Empresários, contadores, administradores. Todos que estão envolvidos com gestão devem se atentar para as chamadas “obrigações acessórias” para não terem prejuízos.

50. SESC MS O SESC desenvolve trabalho de turismo social ao alcance de todos. A programação é variada e contempla todos os gostos.

54. Nosso Ambiente & Cidadania Um assunto que merece atenção e desperta

polêmica: o assédio moral. Como ele deve ser combatido nas empresas e quais os prejuízos para empresários e trabalhadores.

60. Gestão & Finanças A recriação da Sudeco é tema entre as lideranças produtivas do Estado e a perspectiva é que o Centro-Oeste consiga mais crédito para o fomento dos setores.

62. Sindical Sindicato dos Despachantes de MS oferece facilidades para seus filiados e busca a excelência dos seus produtos.

EDIÇÃO: Infinito Comunicação Empresarial infinitocomunica@gmail.com EDITORA-CHEFE: Neusa Pavão MTB/MS 035 REPORTAGEM: Neusa Pavão, Fernanda Mathias MTB/MS 041, Marineiva Rodrigues MTB/MS 114, Diogo Rondon, Michele Abreu REVISÃO: Vanderlei Verdoim, Lúcia Helena Paula do Canto FOTOS: Mário Bueno MTB/MS 166; Edson Ribeiro MTB 050 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Estúdio i7 LTDA-ME COMERCIALIZAÇÃO: Departamento de Relações com o Mercado - FECOMÉRCIO/MS GESTORA DE RELAÇÕES COM O MERCADO: Ionise Catarina Piazzi Tavares CONSULTORA DE RELAÇÕES COM O MERCADO: Cátia de Almeida comercial@fecomercio-ms.com.br Rua Almirante Barroso, 52, Bairro Amambaí, CEP: 79008-300, Campo Grande/MS Fone: (67) 3321-6292 / Fax: (67) 3321-6310

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Capa

Comércios crescem com os bairros e fidelizam clientela

FACILIDADE DE ACESSO, VARIEDADE DE PRODUTOS E PREÇOS FOMENTAM O COMÉRCIO NOS BAIRROS

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Eles contribuem de forma incisiva para o desenvolvimento das regiões, gerando e distribuindo renda. Os comércios nos bairros das grandes cidades crescem na velocidade em que o chamado perímetro urbano aumenta, mudam o perfil das comunidades e facilitam a vida de quem mora distante do centro comercial. Em todo o Estado, a estimativa é que haja mais de 60 mil empresas do setor terciário, 37% delas instaladas na Capital. Destas, praticamente a metade está fora da região central do município.

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Na Capital, aproximadamente 50% dos 22 mil estabelecimentos comerciais estão espalhados nos bairros

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DE “UMA PORTINHA” PARA A LOJA GRANDE, COM DOIS PISOS, A SERRANA COLCHÕES CRESCEU COM O AERO RANCHO, CONTA A GERENTE DANIELA OLIVEIRA

ara quem aposta em abrir o negócio no bairro, as vantagens parecem evidentes, começando pela chance maior de ter prédio próprio, devido ao menor valor do imóvel. Além disso, contam muito as perspectivas de crescimento na medida em que os bairros se desenvolvem. Foi o que aconteceu com a Serrana Colchões, que há 17 anos iniciou suas atividades na Vila Pioneira e expandiu para a Universitária e Bairro Aero Rancho. Hoje também tem filiais nos municípios de Jaraguari, Rochedo, Terenos, Bandeirantes, Água Clara, Ribas do Pardo e Rio Negro e planos de abrir novas lojas na região das Moreninhas e do Nova Lima, em Campo Grande. No Aero Rancho, bairro mais populoso da Capital e dividido em dez setores, a loja começou modesta, “só uma portinha”, como define a gerente Daniela Oliveira e, hoje, são dois pisos com acabamento refinado, portas e janelas em vidro temperado. O mix também mudou. Eram vendidos apenas colchões e hoje é possível encontrar móveis em geral. O segredo do sucesso, ensina a gerente, é a proximidade, que fortalece o relacionamento construído ao longo dos anos com a clientela e que também proporciona comodidade. “O consumidor tem a facilidade de não precisar se deslocar até o centro e, ainda assim, encontrar preços compatíveis aos de mercado. Além disso, a entrega e montagem são bem mais rápidas porque estamos perto”.

CLIENTE FIEL Há seis anos proprietária de salão de beleza no Aero Rancho, Luciene Ortiz conta que a dinâmica do bairro é diferente de quem trabalha no centro. “Aqui não agendo horário. Atendo conforme o cliente chega porque, muitas vezes, ele aproveita o momento de folga e não consegue agendar antes.” Para ela, o cliente do bairro é “mais fiel” porque cria um vínculo com as pessoas que o atendem. “A freguesia é fixa. É um que indica para o outro ou a pessoa passa na frente, fica curiosa, resolve entrar e acaba retornando.” Franqueada da marca de sorvetes Jeito Frio, Juliene Araújo Ruiz, que também está instalada no Aero Rancho, explica que os hábitos dos moradores de bairros ajudam o comerciante a se programar. “Aos domingos sempre temos as famílias que vêm tomar sorvete, então podemos nos programar porque certamente vamos vender aquela quantidade.” Por outro lado, ela observa que é preciso melhorar a segurança.

PARA JULIENE, FRANQUEADA DA SORVETERIA JEITO FRIO, OS HÁBITOS DOS MORADORES DE BAIRROS AJUDAM NA PROGRAMAÇÃO DA EMPRESA

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Para a proprietária da loja de confecções La Zuli e do Açougue Neves e Silva, na Coophavilla II, Sheila Costa da Silva, a proximidade com o cliente também ajuda no momento da análise de crédito. “Eu não abro crediário para quem eu não conheço e tento estimular o uso do cartão, mostrando que é mais prático e mais seguro.” Sheila mora na Coophavilla II desde 1979 e conta que o negócio cresceu com o bairro. “Antes eu vendia lingeries e camisetas como autônoma, no próprio bairro.” Ela lembra que, como os funcionários são da própria comunidade, eles também acabam atraindo freguesia para os estabelecimentos. DE CARROÇA Em outra ponta da cidade, na saída para São Paulo, Neuma Souza Leite Damazio tem duas lojas de materiais de construção, uma no bairro Mário Covas e outra no Jardim Macaúbas. Ela conta que a paisagem de hoje na região é bem diferente de quando se instalou, há 15 anos. “Antes era tudo mato, agora temos vários residenciais e comércios. A região está se desenvolvendo rápido. O bairro está crescendo; queremos crescer junto e gerar emprego na própria comunidade.” Quando Neuma e o esposo Adenilson Antônio Damázio iniciaram o comércio, em uma área de comodato, o sistema era bem diferente. “Compramos duas carroças para as entregas e três burros. Dava uma trabalheira danada porque tinha que catar capim todo fim da tarde na beira do córrego para alimentar os bichos. Os funcionários aprenderam a manejar a carroça e faziam as entregas de materiais”, lembra Neuma. Hoje são duas lojas que contam com três veículos caracterizados; uma mudança radical que também conta um pouco da história do próprio bairro.

NO BAIRRO MÁRIO COVAS, O DEPÓSITO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO DE NEUMA DAMÁZIO TEVE INÍCIO HÁ 15 ANOS COM UM SISTEMA DIFERENTE: AS ENTREGAS ERAM FEITAS EM CARROÇAS

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Logo ali O diretor-técnico do Sebrae/MS Tito Estanqueiro observa que o desenvolvimento dos comércios de bairro segue uma dinâmica que passa pelo aumento do nível de emprego, de renda e, por consequência, as pessoas estão comprando mais. “O bairro tem uma grande vantagem. Na volta do trabalho para casa, o consumidor tem acesso a supermercados, padarias, mercados e também serviços que antes não existiam. À medida que as classes C e D têm melhor poder de compra, vem a demanda por serviços nos bairros, cursos de informática, de inglês, uma academia...” Um reflexo claro disso é o número de empreendedores individuais. São 24 mil no Estado, quase 13 mil na Capital. Por outro lado, Tito lembra que é preciso buscar assessoria antes de se lançar em um negócio para minimizar riscos. Conhecer o perfil dos consumidores da região e a oferta de serviços em seu ramo são aspectos fundamentais “para, também, seguir por um caminho mais sólido”. No Sebrae/ MS, a procura por consultoria tem demonstrado que o empreendedor de bairro está mais ávido por informação, especialmente em relação às possibilidades de crédito. Contar com serviços e comércios perto de casa faz toda a diferença para quem mora a vários quilômetros do centro. A diarista Elizangela Mendes Souza, de 39 anos, que mora no conjunto Aero Rancho, conta que só precisa “descer para a cidade” uma vez ao mês e “olhe lá”. “Às vezes, vou para o centro, quando quero ir a alguma loja de departamento, mas no comércio do bairro dá para negociar preços. Aqui tem de tudo, faço a compra de mês, móveis, roupas, calçados. Posso ir a uma pizzaria à noite e meus filhos aproveitam o parque Ayrton Senna para jogar bola.” Moradora da Coophavila II, a pensionista Cláudia Regina França Fortuna conta que desde que chegou ao bairro, em 1992, muita coisa mudou. “As lojas foram se sofisticando, ficando mais bonitas; o comércio aqui não deve nada ao centro da cidade. Tem loja com dois andares. Eu mesma só desço para o centro a cada dois ou três meses.”


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FECOMÉRCIO-MS • OUT 2011

FECOMÉRCIO-MS • OUT 2011

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Economia MS

Classes média e alta de MS aquecem o setor terciário em efeito cascata Assim como os demais estados brasileiros, com destaque para os da região Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul passou por um forte boom econômico na última década e a migração de milhares de famílias da classe baixa para a média e da média para a alta alimentaram o processo de desenvolvimento e a oferta de novos produtos e serviços para atender o patamar de consumo que se criou.

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ados da Presidência da República apontam que, de 1999 para 2009, a classe média de Mato Grosso do Sul - composta de pessoas cuja renda familiar vai de R$ 1 mil a R$ 4 mil - ganhou 498 mil integrantes e 343 mil deixaram a classe baixa, com renda inferior a R$ 1 mil. Já a classe alta, que considera famílias com renda superior a R$ 4 mil, teve o ingresso de 140 mil sul-mato-grossenses e, com esse acréscimo, já representa 15% da população estadual.

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No ano de 1999, a maior parte da população de Mato Grosso do Sul, ou seja, 49%, estava na classe baixa, enquanto 42% pertenciam à classe média. Houve uma inversão e hoje a classe baixa caiu a 29% da população e a classe média passou a 56%. A nova classe média é composta, principalmente, de jovens, com emprego formal e alto potencial de consumo. O consultor Leandro Lins, da Gestão & Negócios, ressalta que o termômetro desse aquecimento é justamente o setor terciário e também os setores da construção civil e a indústria automotiva, por conta das linhas de crédito diferenciadas e incentivos para a compra de bens novos. ZERO QUILÔMETRO Os números confirmam: se a renda da população sobe, a venda de veículos acompanha. Dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) mostram que os negócios crescem ano a ano. Em 2010 foram comercializados 78.433 veículos zero quilômetro no Estado, um volume 13,43% maior que em 2009. Neste ano (2011), as vendas acumuladas de

O CONSULTOR LEANDRO LINS, DA GESTÃO & NEGÓCIOS: 30% DAS EMPRESAS DE MS AUMENTARAM O QUADRO DE FUNCIONÁRIOS NO ÚLTIMO ANO

janeiro a julho somam 45.124 unidades, 8,42% a mais que no mesmo período do ano passado. Para se ter uma ideia da evolução do mercado, em 2001, há dez anos, o volume de veículos comercializados em sete meses no Estado era de 20.503, ou seja, menos da metade do que foi vendido neste ano. O presidente do Sindicato das Concessionárias de Veículos Automotores do Estado de Mato Grosso do Sul (Sincovems) Luiz Antônio de Souza Campos afirma que, combinados à ascensão das classes sociais, os financiamentos de maior prazo foram responsáveis para o fomento do setor. “A melhoria da renda, segurança no emprego e crédito em longo prazo tornaram possível o acesso ao automóvel. Percebe-se claramente que existe uma classe que não tinha acesso a veículos e hoje tem. Vemos

O PRESIDENTE DO SINCOVEMS LUIZ ANTÔNIO DE SOUZA CAMPOS: COM A SEGURANÇA DO EMPREGO FIXO OS FINANCIAMENTOS IMPULSIONARAM AS VENDAS

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VENDAS DE VEÍCULOS 0 KM ACOMPANHAM A EVOLUÇÃO NA RENDA DA POPULAÇÃO

isso, principalmente, com a motocicleta. A pessoa faz um financiamento de 60 meses e encaixa na renda familiar. É um novo contingente entrando no mercado consumidor.” Além disso, a chegada agressiva dos veículos coreanos e chineses, mais completos e baratos, fez a indústria automobilística do País rever suas planilhas e já motivou o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) pelo Governo Brasileiro. MAIS EMPRESAS, MAIS RENDA Outro parâmetro do crescimento sustentado da economia estadual é a oferta de empregos. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que o estoque de empregos formais no Estado aumentou 69% em oito anos. Em dezembro de 2003 havia 249 mil empregos com carteira assinada e, em agosto deste ano, já eram 421 mil. É um círculo vicioso, com o aumento da renda da população, também fortemente relacionado ao crescimento do

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salário mínimo nos últimos anos, o consumo cresce, mais empresas são abertas e geram novos empregos, sustentando a roda da economia. Leandro Lins cita que a Gestão & Negócios fez um levantamento com empresas do Estado e 30% haviam aumentado o quadro de funcionários no último ano, e quase 10% precisaram criar novas ocupações. “MS vem mostrando uma grande preocupação em se industrializar. Está passando por um momento de transição no qual precisa de mão de obra qualificada em todos os setores da economia. Acredito que, quem investir em educação, principalmente a profissionalizante, tem grandes chances de aumentar o seu ingresso no mercado e garantir sua empregabilidade.” Além disso, o consultor pondera que o forte crescimento econômico brasileiro só se manterá se o País investir em infraestrutura, como portos, aeroportos, rodovias e geração de energia, condições indispensáveis para se manter competitivo no cenário nacional.


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Cidades

Oferta de empregos impulsiona o crescimento de Nova Alvorada do Sul Nova Alvorada do Sul está localizada entre os dois maiores centros de consumo do Estado (Campo Grande e Dourados). O município, que fica a 117 quilômetros da capital, cresceu às margens da BR-163, considerada como um dos corredores econômicos do país. Segundo dados do IBGE (2010), a cidade é a que mais se desenvolve em Mato Grosso do Sul no que se refere a crescimento populacional. O município tem atraído moradores principalmente pelas ofertas de empregos nas usinas de álcool e açúcar da região, além do comércio e agropecuária.

VISTA AÉREA DE NOVA ALVORADA DO SUL; CIDADE TEM O MAIOR CRESCIMENTO POPULACIONAL DO ESTADO

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undada em 18 de dezembro de 1991, pela Lei nº 1.233 do então governador do Estado Pedro Pedrossian, Nova Alvorada do Sul foi alçada à categoria de município, pertencendo então à comarca de Rio Brilhante. A população é de 16.432 habitantes, de acordo com último censo, formada por pessoas de várias regiões do país à procura de melhores oportunidades profissionais. O Produto Interno Bruto (PIB) é de R$ 226.887,64 (23° do Estado) e o PIB per capita de R$ 18.253,00.

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Na agricultura destaca-se a produção de cana-de-açúcar utilizada pelas usinas, além das indústrias alimentícias com atividades de moinho de trigo, pastifício, biscoito e beneficiadora de arroz.

O BAGAÇO DA CANA É USADO PARA FORNECER ENERGIA

PÔR DO SOL É UM DOS CARTÕES POSTAIS DO MUNICÍPIO, LOCALIZADO A 117 KM DA CAPITAL

COM 4,5 MIL EMPREGOS DIRETOS E INDIRETOS, A AGROENERGIA É SETOR DE DESTAQUE EM NOVA ALVORADA DO SUL

GERANDO EMPREGOS O setor econômico mais desenvolvido é a Agroenergia com duas usinas instaladas no município. ETH Bionergia (Unidade Santa Luzia) produz cerca de 1.500 empregos diretos e 3.000 indiretos e a Usina Safi, que deverá entrar em funcionamento em janeiro de 2012. A Usina Santa Luzia (ETH), coordenada pela organização Odebrecht, mantém seu foco na produção de etanol e de energia elétrica a partir da biomassa. De acordo com a administração do grupo, a unidade tem capacidade instalada para processar 4,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Nesta safra, ela deve produzir aproximadamente 350 milhões de litros de etanol. A produção é inteiramente destinada ao mercado doméstico, atendendo as regiões próximas às unidades e aos grandes centros de consumo. A energia elétrica, gerada do processamento do bagaço da cana, é disponibilizada no sistema elétrico nacional. “Nova Alvorada do Sul possui localização privilegiada com acesso a diversas regiões do Estado. Além disso, o solo favorável para o cultivo da cana e o acesso à água também incentivaram a implantação da Unidade. O município está geograficamente perto de outra unidade da ETH, a Unidade Eldorado, em Rio Brilhante. Juntas, compõem o Polo Mato Grosso do Sul que, com gestão unificada, se aproveitam de sinergias estratégicas entre as unidades. Nos próximos anos, a Unidade Santa Luzia passará por mais uma fase de expansão, que a levará à capacidade instalada de processar 6 milhões de toneladas de cana por safra, gerando novos investimentos e empregos para a região”, declara o responsável pela comunicação empresarial da Odebrecht Guilherme Oliveira.

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O COMÉRCIO RESPONDE POR 38,16% DO PIB DO MUNICÍPIO; SÃO 1.756 EMPRESAS E MAIS DE 8.200 EMPREGOS

INCENTIVOS FISCAIS TÊM ATRAÍDO INVESTIDORES À CIDADE, DIZ O PREFEITO ARLEI BARBOSA

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PERSPECTIVAS DE MAIS INVESTIMENTOS O Comércio de Bens e Serviços é responsável por 38,16% do PIB do município. São 1.756 empresas instaladas na cidade, gerando mais de 8.200 empregos. O empresário João Paulo Paleari está há dois anos no município, após perceber o cenário econômico promissor de Nova Alvorada do Sul. “Atualmente estou à frente da Lotérica Alvorada da Sorte e a GP Imobiliária, em franca expansão. Ainda temos um déficit habitacional muito grande e consideramos que o mercado imobiliário de Nova Alvorada tem fôlego para os próximos dez anos.” O presidente da Associação Comercial e Industrial de Nova Alvorada do Sul José Luis Marques de Almeida, também cita o setor da construção civil como muito promissor. “O comércio está cada vez mais forte. Nossas perspectivas são de grandes avanços, principalmente por causa dos investimentos em infraestrutura que o município está recebendo.” De acordo com o prefeito do município Arlei Barbosa (PT), para atrair investidores a prefeitura tem oferecido benefícios fiscais como doação de terrenos e terraplanagem no parque industrial do município mediante carta-consulta. “Para que possamos qualificar a mão de obra local, deixando-a apta a exercer as atividades que estas novas empresas exigem, uma das conquistas da administração municipal foi a instalação da Agência Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), bem como da Escola Agrícola que oferecem cursos técnicos gratuitos em agropecuária e produção de açúcar e álcool”.

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EVENTOS Nova Alvorada do Sul não atrai apenas aqueles que buscam oportunidades de emprego. O município tem uma vasta programação de eventos que, a cada ano, despertam a atenção de turistas, movimentando o comércio. Um dos mais tradicionais da cidade é a Festa do Leite, realizada no Parque de Eventos Pedro Stradiott. Ela está em sua quinta edição, fazendo parte do calendário festivo de Mato Grosso do Sul. Tem como principal objetivo fortalecer a agropecuária, fomentando o setor produtivo, preocupado em elaborar politicas públicas voltadas à promoção e incentivo à produção de leite com qualidade e, em consequência, estimulando os produtores e oferecendo novas técnicas de produção.

TRADICIONAL, A FESTA DO LEITE MOVIMENTA A CIDADE E ESTIMULA A PRODUÇÃO

Outro destaque é a Festa do Padroeiro da cidade, São Cristovão, que atrai não só a comunidade de Nova Alvorada como também a de cidades vizinhas. O município recebe todos os anos a etapa Estadual de Motociclismo. Em outubro de 2011, a cidade foi escolhida como uma das sete etapas do circuito nacional da competição, atraindo um público de aproximadamente 16 mil pessoas. “Nova Alvorada do Sul é a cidade que mais cresce em MS, aumenta rapidamente o número de habitantes, oportunidades de emprego e, principalmente, melhora cada vez mais a qualidade de vida de sua população. Venha conhecer nosso município e observar as belezas e grandes oportunidades desse polo industrial de Mato Grosso do Sul”, convida Arlei Barbosa.


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Entrevista

Diversificação da matriz econômica garante o desenvolvimento de MS, mas são tempos de prudência econômica O governador ANDRÉ PUCCINELLI é formado em Medicina pela Universidade Federal do Paraná, com especialização em cirurgia geral. Italiano de nascimento, com menos de um ano já estava em terras brasileiras, mais precisamente em Porto Alegre (RS) onde a família foi morar. Atuou profissionalmente em Fátima do Sul (MS) e em Campo Grande. É casado, pai de três filhos. A verve política falou mais alto e, nos anos de 1980, ocupou os cargos de Secretário Estadual de Saúde, deputado estadual por dois mandatos. Em 1995, foi deputado federal, atuando até o ano seguinte quando foi eleito prefeito de Campo Grande. Foram dois mandatos consecutivos. Realizou obras e implantou programas que modernizaram a cidade e deixou o cargo com 98% de aprovação. Entre as principais realizações, mais de 800 obras concluídas como escolas e postos de saúde, implantação de salas de informática em todas as unidades da rede municipal de ensino, pavimentação em 300 bairros, além da implantação de parques e avenidas em todas as regiões da cidade. Foi eleito Governador de Mato Grosso do Sul em 2006 e reeleito ao Poder Executivo do Estado. Nesta entrevista ele fala sobre a política fiscal do governo e destaca que a tônica é continuar trocando impostos por empregos. Comércio & Cia - Em 2010 tivemos um boom nas vendas, após a crise mundial eclodida no fim de 2008 que surtiu efeitos, pelo menos, até o primeiro semestre de 2009. Como a movimentação do comércio de MS refletiu nos cofres estaduais de lá para cá? André Puccinelli - O comércio em Mato Grosso do Sul cresce de forma consolidada, aliás, como têm sido fomentados os outros segmentos da economia. Nossa arrecadação reflete, nos relatórios trimestrais, esse crescimento, em função da economia como um todo. O comércio por sinal, consolida sua importância na medida em que nosso Estado diversifica a matriz econômica, absorvendo os efeitos positivos desse aspecto, melhorando seu desempenho a cada ano. C&C - Decisão do TJ sobre o e-commerce garante que os Estados vão partilhar o ICMS. De fato, quanto o governo tem recolhido a mais desde maio e qual a importância desta divisão sob o ponto de vista da justiça fiscal? Mato Grosso do Sul tomou a frente da batalha judicial em torno do e-commerce e do partilhamento do imposto com argumentos muito sólidos, mostrando, entre 18

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outros aspectos, que a operação, de fato, ocorria no seu território, caracterizando assim a necessidade do partilhamento. Assinamos com outros 20 Estados um protocolo em que passamos a cobrar o que nos é devido. Mostramos também que os prejuízos para Mato Grosso do Sul chegariam a 140 milhões em 2014, em um crescimento geométrico de proporções assustadoras. Protegendo empregos, protegendo o comércio local, garantimos uma vitória importante não apenas em termos tributários, mas também do ponto de vista de afirmação do Estado no contexto da Federação. O partilhamento do e-commerce tem ainda a importância de contribuir para a competitividade do comércio local, outro aspecto relevante desse contexto e, talvez, o mais importante pelos efeitos sociais que gera. C&C - Uma das principais expectativas do comércio é que as alíquotas incidentes sobre os produtos e serviços considerados supérfluos volte aos níveis anteriores à criação do Fundo para Combate e Erradicação da Pobreza, conforme já estava previsto, mas ainda não se concretizou. Quando esse adicional de ICMS deve acabar?


MIGUEL PALÁCIOS

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Estamos em um momento em que temos que manter um “olho no peixe, outro no gato”. De um lado, nosso compromisso de avançarmos sempre em busca da justiça fiscal e, de outro, a conjuntura nacional e internacional que revela muito nervosismo. Assim, devo dizer que o debate continua aberto, a avaliação da conveniência e da oportunidade continua sendo feita e, neste momento em particular, há uma natural recomendação por prudência em relação a qualquer decisão dessa ordem. Temos que aguardar um horizonte mais claro sobre esse assunto. C&C - Um dos vetos da presidenta Dilma Roussef à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2012 retirou a garantia de ressarcimento dos estados com a Lei Kandir, representando, segundo o deputado federal Girotto, perdas de cerca de R$ 700 milhões para MS. Também foi cortada a reserva de recursos para garantir os restos a pagar, cerca de R$ 6 bilhões para efetivação da emendas individuais, e a proibição de cortes de programas federais prioritários. Como está sendo tratada a questão e qual o cenário para MS sob esse prisma? A questão do ressarcimento das exportações faz parte de nossa pauta constante de negociações com o Governo Federal. Temos quatro ou cinco itens que estão sendo negociados, entre eles a questão da Lei Kandir. Quanto ao outro aspecto, o assunto está conduzido pela bancada federal de forma conjunta e acreditamos que podemos avançar em direção a um quadro melhor, em breve. Veja que, a partir do nosso governo, unimos a bancada, conseguimos juntar forças e alcançamos um desempenho nunca antes visto na liberação de recursos federais. Mas não podemos descansar e não vamos descansar. Estamos reforçando nossa união, melhorando ainda mais a qualidade dos contratos e o desempenho na execução das obras. Quanto mais avançarmos, maior facilidade na liberação dos recursos. Nesses aspectos nos credenciamos pela nossa excelência. Quanto às limitações do Governo Federal, esperamos que em breve ele retome a liberação dos recursos, tão essenciais ao nosso desenvolvimento. C&C - MS foi o quarto do País na geração de empregos. Campo Grande foi citada na imprensa nacional (Revista Você S.A.) como a 48ª melhor cidade do Brasil para se construir uma carreira profissional.

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Avançamos a passos largos na industrialização e temos um levantamento que, para cada indústria construída, três empreendimentos do setor do comércio de bens, serviços ou turismo são criados. No setor de celulose e papel, a expectativa é que MS deva ocupar o posto de quarto maior Estado produtor em poucos anos. Que tipo de estratégia o Governo está traçando para o cenário continuar atrativo tanto para empreendedores quanto para trabalhadores? Vamos continuar trocando impostos por emprego. A atração de investimentos em Mato Grosso do Sul tem um diferencial positivo importante que é o envolvimento dos municípios no esforço comum. Com isso criamos condições que nenhum outro Estado oferece. Mas, além disso, trabalhamos muito para destacar nossa importância estratégica, nossa evolução logística e nosso potencial. Somos atrativos para empresários e trabalhadores porque atuamos em conjunto com os municípios e o governo age também de forma integrada, oferecendo incentivos, atuando na qualificação profissional, apoiando as cidades no enfrentamento dos problemas sociais e na melhoria da infraestrutura, enfim, entendendo o processo como um todo e não apenas nos seus aspectos econômicos mais evidentes. C&C - O governo pretende lançar mão de novas políticas fiscais para tornar o comércio estadual mais competitivo (especialmente com a flutuação do dólar e alargamento da cota para compras no Paraguai travam forte concorrência)? Veja, a alta do dólar nos surpreendeu. Qualquer medida que fosse tomada considerando o dólar baixo estaria produzindo agora efeitos inversos, prejudicando mais que ajudando. O que podemos aprender com isso? Perceber que é preciso muita cautela no momento cujas mudanças e reações não estão claras. Da nossa parte, em Mato Grosso do Sul, eu insisto: vamos continuar buscando justiça fiscal, vamos continuar debatendo com os segmentos a evolução nesse contexto. Mas, de um lado há o interesse em aliviar a carga tributária de forma responsável e, de outro, a necessidade de preservar os interesses da comunidade, a capacidade de investimento do Estado, levando em conta os sinais de crise que estamos vivendo. Em síntese: é muito de aguçarmos a sensibilidade, unirmos forças e nos prepararmos para eventuais pro-


blemas. Agir precipitadamente agora é o pior que podemos fazer. Sobre o assunto, especificamente, vamos continuar debatendo, discutindo caminhos e alternativas, atentos a tudo que nos cerca para tomarmos a melhor decisão para todos. C&C - Quanto à pirataria, o governo programa ações mais contundentes contra o contrabando e a venda de produtos piratas em feiras livres e no Camelódromo? Percebemos que o número de apreensões tem aumentado... O Governo do Estado, pela primeira vez em sua história, age com outros órgãos no combate ao contrabando e à pirataria, em defesa do comércio local. Hoje atuamos com a Polícia Federal, Receita Federal e outros organismos em operações de peso combatendo o contrabando. Aliás, protegemos o comércio nas fronteiras internacionais e nosso comércio nas fronteiras internas, atuando firmemente em defesa do partilhamento do e-commerce. É uma atividade essencial ao nosso desenvolvimento, portanto tem apoio e comprometimento do Governo em todos os aspectos. C&C - Na medida em que o turismo estadual aumenta, a demanda por serviços de qualidade também é maior. Uma grande dificuldade do setor é justamente conseguir pessoal qualificado. Como estão as ações para qualificação de mão de obra e como o senhor vê a importância da parceria com a iniciativa privada neste processo? Sendo bem objetivo. A qualificação profissional é prioridade e conta com ações importantes de nosso governo desde o primeiro ano. Tornamos-nos também nesse setor uma referência e, para juntar os dois aspectos da pergunta, incentivamos a participação da iniciativa privada nessa tarefa desde o início, convidando o setor S para atuar conosco. Ou seja, com parceiros qualificados, conseguimos resultados muito melhor e passamos ao largo de debates nem sempre edificantes como vemos em outros locais, quando se fala em formação e qualificação profissional. C&C - O Aquário do Pantanal está sendo considerado uma obra arrojada; o segmento turístico aposta em uma nova oportunidade de incentivar o setor, trazer mais turistas para Campo Grande. Também será um marco na sua administração. A partir de 2013, o cenário turístico da capital será fomentado?

O fomento ao turismo é uma política constante de nosso governo. Atuamos na atração de investimentos e de turistas, na qualificação profissional de empresários e trabalhadores. O Aquário é uma obra que retrata nossa preocupação com o desenvolvimento sustentável. Note que não se trata de uma mera exposição de peixes para turista. O maior aquário de água doce do mundo estará funcionando em um centro de pesquisa e de geração de conhecimento e tecnologia relacionado ao potencial da nossa ictiofauna. Vamos incentivar o turismo, a cultura, a economia e o desenvolvimento em uma única iniciativa. Aliás, esse modelo empolgou o Governo Federal que já estuda viabilidade de outros projetos semelhantes. Quanto ao nosso turismo, sem dúvida, se transformará, em um curto espaço de tempo, em importante atividade econômica para o nosso desenvolvimento e o Aquário do Pantanal será uma referência nesse contexto. C&C - O que se busca é um ambiente sustentável para as empresas sobreviverem e também terem condições de programar investimentos e crescerem. Neste aspecto, a desoneração da carga tributária é fundamental. O aumento do limite para enquadramento no supersimples se reverte em benefício aos próprios cofres públicos com a estimulação e fortalecimento das empresas? Essa é uma questão que não chega a ser dabatida pelo Governo, na medida em que o debate se trava no Congresso Nacional. Ela se insere no mesmo contexto da diminuição da carga tributária que é um objetivo comum, mas cuja aplicação prática precisa considerar muitos aspectos, diferentes facetas de um mesmo problema. Não tenho um levantamento mais claro dos efeitos. Certo é que os cofres públicos não podem ser os únicos a pagarem por esse esforço, na medida em que o desequilíbrio redundaria em prejuízo para o próprio empresariado diante do enfraquecimento do governo como parceiro na construção de uma economia mais forte, como o combate aos problemas sociais, a promoção humana, segurança pública e transportes, para citar apenas alguns itens. Prefiro, neste momento, usar a cautela que a conjuntura aconselha antes de falar sobre esses aspectos da nossa política tributária. Justiça fiscal se faz com equilíbrio entre os setores responsáveis pela construção do desenvolvimento sustentável.

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INGLÊS & GASTRONOMIA {vyvu{v

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Comércio & Serviços

Identificar a clientela e analisar processos de novos shopping centers é objetivo de pesquisa Saber diferenciar os consumidores e suas preferências pode ser uma ferramenta de gestão muito útil para empresários planejarem suas ações e serem mais assertivos na hora de atender seus clientes. Uma dificuldade em tempos em que a concorrência entre as lojas é cada vez maior e sem fronteiras, já que o desenvolvimento e a tecnologia possibilitam que sonhos e necessidades desse comprador sejam realizados de várias formas.

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ara conhecer melhor o público de Campo Grande, o Instituto Fecomércio MS (IFMS) - em parceria com a Fundação Manoel de Barros e a Universidade Uniderp-Anhanguera - está realizando duas pesquisas que trata desse tema. Uma delas, a “Pesquisa Escolha e Preferências dos Consumidores dos Shopping Centers” tem o objetivo de detectar o perfil da clientela. “Queremos conhecê-la no sentido de saber de onde está vindo; se dos bairros, centro ou se migraram de shoppings mais antigos”, explica a economista do IFMS Regiane Dede. Segundo ela, os dados vão embasar empresários desses empreendimentos para que possam melhorar, ainda mais, a tomada de decisão em todas as fases do processo. A pesquisa também pretende desvendar o que motiva o consumidor a frequentar o empreendimento. “Será que serviços como bancos, farmácias, mercados, centros de alimentação, agregam valor aos shopping centers e os tornam mais atrativos para o consumidor? São pequenas variantes, informações que o Sistema Fecomércio MS pode oferecer aos empresários do comércio de bens, serviços e turismo ou mesmo para aqueles que pretendem entrar no ramo”, explana a economista. A outra pesquisa será feita com líderes dos setores produtivos do comércio, indústria e agricultura. De REGIANE DEDE: PROJETO VAI ORIENTAR EMPRESÁRIOS SOBRE O CONSUMIDOR QUE FREQUENTA OS SHOPPINGS

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acordo com Regiane, será um questionário para avaliar a opinião das lideranças com relação ao avanço dos shopping centers na capital. “Queremos entender como está sendo a reação dos empresários. Se vislumbram sustentabilidade, se apostam em benefícios para os vários segmentos, como forma de fomentar toda a cadeia econômica de MS.” Cruzando as informações das duas pesquisas, o objetivo é orientar futuros empreendedores, em especial aqueles que investem nos shopping centers, quanto à viabilidade desses novos investimentos.


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Estratégia

Lojistas confiantes nas vendas de fim de ano Com a proximidade do Natal - considerada a melhor data para o comércio - e a liberação do 13º salário dos trabalhadores, os lojistas de Mato Grosso do Sul estão confiantes em relação às vendas de fim de ano. Em 2010, segundo a pesquisa da Fecomércio MS, foram injetados, na capital, cerca de R$ 800 milhões com o pagamento do 13º aos funcionários, aposentados e servidores públicos do Estado, desse total, cerca de R$ 300 milhões foram gastos no comércio.

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o setor do vestuário, apontado como uma das preferências na hora de escolher um artigo para presentear, a perspectiva de vendas é alta. Para a gerente da loja Pura Mania do Shopping Campo Grande Márcia Dreon, o período é sempre de resultados positivos. “Temos boas perspectivas, pois tivemos um significativo crescimento nas vendas em relação ao ano passado. Almejamos um aumento em torno de 26% para dezembro, seguindo a tendência dos meses anteriores.” Para atender a demanda, a loja reforça os estoques, principalmente dos produtos mais procurados. “Além de os clientes renovarem o guarda-roupa para as festas e férias, eles também presenteiam. Por isso, garantimos um bom estoque, principalmente dos artigos femininos, que têm mais saída.”

NA LOJA PURA MANIA, ESTOQUE FOI REFORÇADO COM AS PEÇAS MAIS PROCURADAS, DIZ A GERENTE MÁRCIA DREON

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A REDE CITY LAR APOSTA EM NOVAS LOJAS PARA “TURBINAR” AS VENDAS EM 50%

ESTRATÉGIAS PARA MELHORAR AS VENDAS Apesar de o setor ser um dos carros-chefes nas vendas, a concorrência é acirrada. Para atrair o consumidor, Márcia explica que a loja foca na satisfação do cliente. “Procuramos oferecer produtos de excelente qualidade, preços competitivos e condições de pagamentos especiais. Além de trabalharmos constantemente na fidelização da clientela.” Outra loja do mesmo ramo, em Campo Grande, a Bumerang também tem boas perspectivas para este fim de ano. Segundo a gerente de uma das unidades Kátia Arruda, a previsão é de um aumento de 20% nas vendas. “Esse período é sempre bom e, em 2011, acreditamos que não será diferente.” A gerente também revela alguns “segredos” para atrair os clientes. “Procuramos oferecer sempre produtos de boa qualidade, além de apostar nos lançamentos, nas coleções novas. A vitrine é a melhor forma de atrair clientela. Colocamos as novidades sempre à vista. E não pode faltar o bom preço, porque é isso que o cliente sempre busca: produtos de qualidade com preço baixo.” Outro setor que também registra boas vendas no

NO ANO PASSADO, QUASE A METADE DO DINHEIRO DE FIM DE ANO DOS CONSUMIDORES FOI APLICADA NO COMÉRCIO DA CAPITAL

fim de ano é o de eletrodomésticos. A rede City Lar espera 50% de aumento para esse período, divididos entre as 14 lojas no Estado. Para atingir a meta, os empresários estão investindo em novas lojas que serão inauguradas até o início de dezembro. Para 2012, a meta é ter 25 lojas em MS. Para o presidente da City Lar Erivelto Gasques, ao longo do ano há uma redução nas vendas, por causa das promoções oferecidas no decorrer dos meses, mas neste período a realidade é diferente. “A época do Natal, aliada ao 13º salário, estimula o consumidor a gastar um pouco mais. Além disso, como o brasileiro gosta de presentear familiares e amigos, há uma intensificação nas vendas.” Para atrair o consumidor, a rede também aposta em diversos fatores. “Investimos em campanhas promocionais, com forte apelo na mídia, ótimos preços e excelente atendimento. A City Lar se diferencia por disponibilizar ao cliente lojas com vasta gama de produtos e pelas condições de pagamento flexíveis”, afirma Gasques. Para garantir as vendas, alguns produtos têm o estoque reforçado em cerca de 30%. Os mais procurados são as TVs de LCD e LED.

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O DIRETOR DA AGÊNCIA TIME TOUR TURISMO, EM CAMPO GRANDE, JULIANO BERTON DIZ QUE A EXPECTATIVA É VENDER 20% MAIS QUE EM 2010

VIAGEM O sul-mato-grossense também aproveita o período de fim ano e o salário extra para descansar e, para isso, opta por roteiros turísticos fora do Estado. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens de MS Ney Gonçalves, o destino mais procurado é o litoral, principalmente as praias do Nordeste. Locais como Bonito e o Pantanal são a preferência de quem vem de fora do Estado. “No final de 2010 tivemos uma boa procura pelo turismo e a expectativa é que este ano tenha um crescimento de 5%.” Para o diretor da agência Time Tour Turismo, em Campo Grande, Juliano Berton, neste ano é esperado um crescimento em torno de 20% em relação ao ano anterior. “Desde o início de 2011 a demanda por viagens aumentou bastante, principalmente as internacionais. A preferência são Estados Unidos, Caribe e Europa.” Na agência, os destinos dentro do Estado também são mais procurados por turistas de outras regiões.

A PROCURA POR PACOTES DE VIAGENS ESTÁ MAIOR, DOS DESTINOS INTERNACIONAIS AO TURISMO INTERNO

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ANÁLISE Segundo o professor e pesquisador José Francisco dos Reis Neto, no fim do ano o consumidor fica mais motivado a ir às compras, em razão do Natal, que incentiva a troca de presentes, além de reuniões de família e o período de férias. “Tem ainda o fator da passagem de ano, quando ficamos propensos a acreditar que o próximo ano vai ser melhor.” Mesmo com a tendência, o professor acredita em um fim de ano mais equilibrado, em razão de alguns episódios que marcaram a economia do mundo e do País, e que também acabam afetando o cenário econômico do Estado, como a crise dos EUA e a alta do dólar. “Tudo que acontece no mundo impacta na nossa economia. Não estamos isolados, tudo tem um reflexo. De acordo com as últimas pesquisas, o consumidor vem demonstrando que está mais educado financeiramente, comprando dentro de um limite. Apesar disso, segundo José Francisco, boa parte dos valores injetados na economia do Estado deve ser destinada a compras e viagens. “O consumidor sempre faz reservas para os gastos de fim de ano. Cerca de 40% devem ser investidos em viagens de férias, compras de Natal e presentes.” O pesquisador faz um alerta: para atrair o consumidor, o empresário tem que oferecer vantagens, principalmente para aquele que paga à vista, que é a maioria. “E não pode esquecer o fator mais importante para quem compra: produto de qualidade e bom preço serão sempre a melhor opção.”

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Carreira & Mercado

Preocupação com identidade visual leva empresas a procurarem profissionais especializados Decorador, vitrinista ou visual merchan. São eles quem dão “a cara” da loja e precisam estar alinhados às tendências da moda e à proposta da empresa para garantir um layout convidativo e que traduza o conceito da marca. Ainda é comum que os lojistas envolvam os próprios funcionários nessa tarefa, mas em um mercado dinâmico e globalizado, onde originalidade e exclusividade somam pontos muitas vezes decisivos na escolha do consumidor, os empresários mais agressivos mercadologicamente já procuram profissionais especializados.

CONVIDAR A CLIENTELA A “QUERER” ENTRAR NA LOJA, CONHECER OS PRODUTOS. ESSE É O OBJETIVO DO VISUAL MERCHANDISING

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COM 22 ANOS DE EXPERIÊNCIA, LUIZ GUGLIATTO DIZ QUE O MAIS IMPORTANTE É “SE COLOCAR COMO CONSUMIDOR”


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uando o assunto é a montagem e decoração de vitrinas, Luiz Gugliatto é uma das referências no mercado de Campo Grande. Os seus 22 anos de experiência lhe renderam vários aprendizados e ele lembra que é preciso estudar, ler e acompanhar as novas tendências para que os resultados sejam positivos. Na criação da identidade visual das lojas, o segredo para não errar no conceito é, primeiro, conhecer bem o produto, mas Gugliatto não tem dúvidas: “o mais importante é se colocar como consumidor”. E o desafio é surpreender, afinal a vitrina tem como objetivo central aguçar desejos e convidar o consumidor a entrar na loja. Disso, a gerente da Lívari Regina Tezza sabe bem. “Pessoas especializadas têm percepção de ‘detalhes’ que fazem toda a diferença, conseguem captar o conceito da loja e o consumidor responde de imediato.” Regina conta que há três anos a decoração da loja é feita pelo profissional da área e a repercussão é positiva, inclusive nas vendas. Diante desse cenário, o costume de “aproveitar” os profissionais da própria loja para cuidar da fachada parece estar com os dias contados. “Acho que os empresários acordaram para a importância e necessidade deste trabalho especializado”, acredita Gugliatto. VISUAL MERCHANDISING Docente do SENAC Beleza e Moda, Julian Medina explica que os fatores essenciais para uma experiência positiva de compra são: atendimento pessoal, tempo, conveniência, design, conforto e bem-estar. “Lembre-se que o consumidor não busca apenas roupa ou apenas moda. Ele quer estar bem, ele quer se sentir bem, ele quer fazer parte de um grupo, e nesse momento é que devemos identificar seus anseios para, assim, tentar satisfazê-lo.

Espaços comerciais muito parecidos estão deixando os consumidores enfadados.” A figura do visual merchandising surge justamente nesse contexto, de mudanças contínuas. Julian explica que a proposta é seduzir, encantar e estimular o cliente a consumir determinado produto. “Na verdade é uma estratégia de marketing que está presente no DNA da empresa, que se inicia na porta de entrada até o pacote e caixa, incluindo vendedores, embalagens.” O layout extremamente elaborado, iluminação perfeita, distribuição de produtos obedecendo a critérios de exposição, setorização dos produtos, distribuição coerente de cores, texturas, provocam uma atmosfera agradável ao consumidor. Todo esse clima criado pelo visual merchandising, quando bem aplicado, pode ser o responsável imediato pela experiência positiva de compra. “Isso não quer dizer que o vitrinismo tenha acabado. A vitrina é e sempre será o primeiro contato do cliente e sempre existirá. Portanto, não foi substituído pelo Visual Merchandising. Vitrina é uma proposta e Visual Merchandising é outra, mas ambos os conceitos fazem interface importante na sedução entre empresa/consumidor.” A atuação do visual merchan, como é conhecido o profissional, é relativamente nova em Mato Grosso do Sul, uma estratégia explorada principalmente por lojas-âncora de departamento e marcas específicas. Essas empresas, que são de grandes redes, já têm um manual estabelecido pela matriz e toda mudança de temas e tendências da estação. Apesar disso, a expectativa para este profissional é de alta e, além da boa remuneração, o leque de oportunidades é grande porque os empresários proporcionam aos profissionais viagens, inclusive ao exterior, para que eles se mantenham inspirados e com repertório atualizado. DOCENTE DO SENAC BELEZA E MODA, JULIAN MEDINA EXPLICA QUE O VISUAL MERCHANDISING TRAZ UMA NOVA PROPOSTA: DE CRIAR TODA UMA ATMOSFERA ENVOLVENTE PARA A LOJA

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Fecomércio MS

Instituto Fecomércio MS promove encontro para a troca de experiências e boas práticas

ENCONTRO REUNIU PROFISSIONAIS DA ÁREA ECONÔMICA DAS FEDERAÇÕES DE NOVE ESTADOS, EM BONITO

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Instituto Fecomércio MS (IFMS) realizou, em Bonito, conhecida cidade turística de MS, o 1º Encontro dos Institutos de Pesquisa e Departamentos Econômicos das Federações do Comércio de Bens, Serviços e Turismo da região Centro-Oeste e demais estados convidados. Participaram do encontro profissionais da área econômica das Federações de Mato Grosso do Sul, Paraná, Distrito Federal, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Alagoas, além do presidente do Conselho Regional de Contabilidade de Mato Grosso do Sul Carlos Rubens de Oliveira.

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OS INSTITUTOS E DEPARTAMENTOS ECONÔMICOS PARTICIPANTES DO ENCONTRO APRESENTARAM SEUS TRABALHOS E AVANÇOS


“O encontro cumpriu com o seu papel: promover maior integração entre os setores econômicos das Federações. Mato Grosso do Sul deu o pontapé inicial para a realização desses eventos que nada mais são do que um alinhamento de ideias e técnicas de trabalho”, afirma o presidente da Federação do Comércio de Mato Grosso do Sul Edison Ferreira de Araújo. O IFMS foi lançado em abril deste ano pelo Sistema Fecomércio MS. ALINHAMENTO DE AÇÕES “O grande objetivo foi pontuar ações relacionadas à economia, pesquisas de mercado e demais atividades praticadas em cada instituição, demonstrando seus resultados e perspectivas. As instituições ganham força e notoriedade quando unidas, fortalecem sua imagem e, por meio da troca de experiências entre os Estados, foi possível nivelar conhecimentos e fomentar atividades que desenvolvam o setor terciário”, afirma o diretor superintendente do IFMS Thales de Souza Campos. O Instituto de Mato Grosso do Sul tem como principais produtos a realização de pesquisas sazonais em datas comemorativas (Natal, Dia das Mães, Dias das Crianças, entre outros), que subsidiam ações dos empresários, Consultoria Econômica, além de pesquisas conjunturais que sirvam como uma ferramenta para organizar o faturamento das empresas fazendo um comparativo com as pesquisas de opinião. Os institutos e departamento econômicos participantes do encontro apresentaram seus trabalhos e conquistas. Foi o caso do Instituto de Pesquisa do Distrito Federal que, por meio de sua diretora operacional, Elizabet Campos, demonstrou a estrutura, histórico e gestão da sua instituição. “Nosso Instituto completou 15 anos de história . Fomos os pioneiros

a criar a divisão econômica após verificarmos a necessidade de levantar informações que subsidiassem os comerciantes. Pautamos nosso trabalho à pesquisa, estágio, capacitação e consultoria do setor terciário. Nossa meta é contribuir, por meio do fortalecimento dos setores de comércio e serviços, o desenvolvimento econômico, social e político do Distrito Federal. Achei extremamente louvável a iniciativa de Mato Grosso do Sul em promover este encontro pois, assim, conhecemos os projetos de outros Estados. Estamos ansiosos por outros encontros e apoiamos que seja organizado um evento envolvendo todos os Institutos do país.” Outro momento de destaque foi a apresentação da Pesquisa Conjuntural desenvolvida pelo Instituto do Paraná. De acordo com o responsável pelas pesquisas Ariel Alves de Lara, o Paraná foi um dos primeiros Estados de acordo com as especificações da Confederação Nacional do Comércio (CNC). “Começamos com o sistema de tabulação desenvolvido pela Federação da Indústria e CNC mas, com o passar dos anos, fomos aperfeiçoando nosso trabalho. Foi criado um software para tabular os dados e gerar os resultados”, afirma Ariel. O software utilizado pela delegação paranaense chamou a atenção dos presentes por causa da sua eficácia. O economista da Confederação Nacional do Comércio Bruno Pereira Fernandes apresentou as pesquisas que já estão em andamento, como Intenção de Consumo das Famílias (ICF), Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores (PEIC) e Índice de Confiança do Empresário no Comércio (ICEC), pesquisas estas que já se tornaram uma importante fonte de conhecimento para que os empresários planejem suas ações, e também como pauta para a imprensa. O próximo encontro deverá acontecer em Florianópolis (SC), no primeiro semestre de 2012. Segundo o diretor executivo da Fecomércio SC, Marcos Arzua, a meta é dar continuidade aos trabalhos e ampliar a participação de outras Federações, fazendo-o efetivamente um encontro de abrangência nacional.

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Tecnologia & Inovação

Canal eletrônico da CEF facilita a vida de empresários A tecnologia a serviço da praticidade. Utilizando novas ferramentas é que o programa Conectividade Social ICP, da Caixa Econômica Federal, pretende agilizar trabalhos e dar mais segurança aos empresários quando do repasse na prestação de informações sobre o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e da Previdência Social, relativos a seus funcionários. O canal de relacionamento eletrônico empresa-banco tem como objetivo a troca de informações sobre FGTS e/ou outros produtos e serviços.

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Conectividade Social permite a transmissão do arquivo do Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS, o SEFIP e Informações da Previdência Social, bem como a operação do Caixa PIS/Empresa. Também é possível visualizar e imprimir relatório de Informação de Saldo por meio do Visualizador de Relatórios. Uma maneira de manter a situação empresarial regularizada.

SIGILO E AUTENTICIDADE O Conectividade Social ICP é uma evolução do Conectividade Social, já utilizado anteriormente. Agora o canal passa a ser 100% digital e acessível somente por certificado ICP-Brasil, com adequações estruturais de modo a torná-lo mais dinâmico, seguro e de fácil utilização. Em vez de instalar um software para transmitir arquivos do FGTS, é preciso apenas acessar o novo site criado pela CEF com seu Certificado Digital - um tipo de identidade virtual - de qualquer computador, onde o empresário ou pessoa habilitada pela empresa estiver e em qualquer horário. Para o superintendente da Caixa Econômica Federal, em Mato Grosso do Sul, Paulo Antunes Siqueira, o canal eletrônico facilita a operacionalização e o con-

trole da empresa e empregados, reduzindo a necessidade de deslocamento às agências da Caixa. “Os objetivos principais são a praticidade e a segurança. Por meio do Conectividade ICP as empresas terão mais qualidade nos aspectos de sigilo das informações, integridade dos dados transmitidos e autenticidade do emissor e receptor.” O superintendente destaca outros benefícios do programa: a simplificação do processo de recolhimento do FGTS, a redução dos custos operacionais, a disponibilização de um canal direto de comunicação com a CEF - agente operador do FGTS, além da comodidade, segurança, o aumento da proteção da empresa contra irregularidades e a facilidade no cumprimento das obrigações da empresa relativas ao FGTS e à Previdência Social. ADESÃO O prazo final para as empresas aderirem ao novo sistema é 31 de dezembro deste ano. Segundo a CEF, existem muitas empresas que já possuem Certificado Digital ICP, emitido por várias Autoridades Certificadoras e que ainda não acessaram o Conectividade Social ICP, valendo-se do certificado anterior (padrão AR), para efetuar suas obrigações referentes ao FGTS. Mas esse Certificado (AR) terá a expiração de sua validade no último dia do ano. A CEF estabelece um cronograma sugestivo para as empresas adquirirem seus Certificados ICP, visando à tranquilidade do processo e objetivando que todas estejam com certificados e cadastradas no Conectividade ICP, até o prazo final. Após o dia 31 de dezembro, a empresa que não se adequar a essa situação não terá como operacionalizar suas obrigações perante o FGTS e, por consequência, sofrerá sanções legais previstas para esses casos. Todas as empresas e pessoas físicas que fazem depósitos mensais para seus funcionários no FGTS precisam se cadastrar. As informações sobre como fazer o cadastro encontram-se na página da Caixa (www.caixa.gov.br) e caso o empresário ainda tenha alguma dúvida, pode procurar uma das agências da Caixa Econômica.

PAULO SIQUEIRA: “AS EMPRESAS TERÃO MAIS QUALIDADE NOS ASPECTOS DE SIGILO DAS INFORMAÇÕES, INTEGRIDADE DOS DADOS TRANSMITIDOS E AUTENTICIDADE DO EMISSOR E RECEPTOR”

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Sanções A empresa que não aderir ao Conectividade Social ICP até o prazo estipulado (31/12/2011) não terá como operacionalizar suas obrigações perante o FGTS e, por consequência, sofrerá sanções legais. A CEF explica que a penalidade, nesse caso, não é em relação à adesão ou não ao Conectividade Social ICP, mas, sim, uma punição ao empregador que não cumpre suas obrigações perante o FGTS, não efetuando o recolhimento mensal. O empregador que não realiza o depósito na data estabelecida pela lei e nem presta as informações necessárias aos órgãos competentes fica sujeito às sanções previstas na legislação, impedido de expedir a Certidão Negativa de Débitos (CND) ou a Certificação de Regularidade perante o FGTS, o que impede a participação da empresa em concorrências públicas, além de não poder pleitear a obtenção e/ou recebimento de recursos federais. Além dessas punições, o empregador também estará sujeito ao pagamento de multa, juros e correção monetária, pelo atraso no recolhimento, que poderá ocorrer mediante cobrança em via administrativa ou por meio de execução judicial.

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Ponto de Vista

JOSÉ CÉSAR ESTODUTO Secretário Municipal da Receita

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A NFS-e e sua contribuição para a administração tributária municipal A

Administração Tributária sempre buscou formas de aprimoramento da sua atividade arrecadatória. Vários são os instrumentos para atingir esse objetivo. Tanto a NF-e quanto os demais instrumentos que estão sendo implantados pela Secretaria Municipal da Receita de Campo Grande fazem parte de um sistema maior denominado Sistema Integrado de Administração Tributária (SIAT), que busca justamente a modernização do aparelho fiscalizatório da Capital de Mato Grosso do Sul. A Nota Fiscal Eletrônica de Serviços (NFS-e) foi implantada em janeiro de 2010. É emitida e armazenada eletronicamente em programa de computador da Prefeitura de Campo Grande, com o objetivo de materializar os fatos geradores do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), por meio do registro eletrônico das prestações de serviços sujeitas à tributação desse imposto. Para o município, é um acesso muito mais eficiente aos dados do contribuinte e uma possibilidade de monitoramento mais rápido da arrecadação do ISSQN, hoje, maior fonte de receita própria de vários municípios. Permite ainda o planejamento mais eficiente das ações fiscalizatórias, que passam a visar especificamente aos contribuintes em débito, além de diminuir as fraudes relacionadas à adulteração e falsificação de documentos fiscais. Temos de considerar, também, o impacto ecológico, pois diminui o uso de papel. Um levantamento feito pela Semre aponta que, desde que foi implantada, a NFS-e contribuiu para que, em média, 305 árvores fossem preservadas. De acordo com os dados da Secretaria Municipal da Receita, desde a implantação, já foram emitidos mais de cinco milhões de notas fiscais de serviço eletrônicas. Uma pesquisa da Secretaria demonstra que houve uma economia de mais de R$ 4 milhões para as empresas que utilizam o novo sistema. Em Campo Grande, os microempreendedores individuais (MEI) também podem emitir notas fiscais eletrônicas de serviços. A emissão é feita no sistema disponível no site da Prefeitura. Somos uma das primeiras capitais brasileiras a permitir a emissão de notas a esse segmento. Com a medida, poderemos conhecer quem são esses profissionais e quais papéis exercem na nossa economia. Assim, traçaremos estratégias para incentivar suas atividades. A visão e as ações concebidas pela Secretaria Municipal da Receita são hoje referência em modelo de gestão.


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Empresária do Mês

Beatriz Rauber Zamecki

Sintonizada com o meio ambiente, empresária lança hotéis ecossustentáveis e aposta em franquia de produto saudável A preocupação com a sustentabilidade e o meio ambiente sempre foram uma tônica para a empresária Beatriz Rauber Zamecki. Nascida no Rio Grande do Sul, onde morou até os 22 anos, Beatriz está em MS há 39 anos e por isso se intitula “matucha”, palavra que usa para definir a mistura de gaúcha com sul-mato-grosssense. Casada com Belmiro Zamecki, ela conta que moraram em Amambai, onde se dedicavam à agricultura, mas um trágico acidente, que levou a vida de seu caçula, de seis anos, a fez vir para a Capital em 1976, onde abriu uma livraria e a representação de uma editora, para se ocupar e “levar a vida adiante”. Nessa época já era latente a vontade de construir um hotel, projeto que tomou forma décadas depois e foi premiado em âmbito nacional. O direcionamento para a sustentabilidade, meio ambiente e saúde também motivou outra decisão: de abrir uma franquia da Yoguland, sob comando do filho e neto, oferecendo um produto novo no mercado, nutritivo e livre de gordura. Mãe de um casal, Fábio e Cláudia, e avó de quatro netos, Beatriz é um exemplo de persistência. Além da atuação no setor terciário, também tem propriedade de cria no Pantanal do Nabileque. Os hotéis que idealizou para Campo Grande e Três Lagoas deverão ser os primeiros do Estado a receber o chamado “selo verde”, empreendimentos que, juntos, receberão investimentos de R$ 50 milhões, com aplicação meticulosamente planejada. Comércio&Cia - Como surgiu a ideia de instalar um hotel ecologicamente correto na saída para Três Lagoas? Beatriz Rauber Zamecki - As dificuldades encontradas na vida da fazenda, principalmente no Pantanal (é muito quente e sem energia), nos fez pensar que, com tanto sol e vento, poderíamos ter energia em abundância e barata se os equipamentos para tal não fossem tão dispendiosos. Na maioria são importados e altamente tarifados. Aproveitando o

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BEATRIZ RAUBER ZAMECKI, HÁ 39 ANOS EM TERRAS SUL-MATOGROSSSENSES, A “MATUCHA” ORIENTA SEUS PROJETOS PELA SUSTENTABILIDADE

incentivo oferecido pelo governo atual para construção de hotéis e com o Pró-Copa, que daria a quem tivesse a preocupação com a sustentabilidade, e o fato de ter um terreno bem localizado e que vinha sendo procurado para construção de hotel, nos fez refletir por que não construirmos o que sempre foi nossa meta. Assim, chamei um arquiteto cujo trabalho já conhecia e expliquei o que imaginávamos e que a sustentabilidade deveria vir em primeiro lugar, além da beleza. Casamento perfeito. Ele não só entendeu nosso desejo e se superou nos trazendo um projeto fantástico. Economizaria 50% da água, tratamento de esgoto, placas fotovoltaicas, aerogeradores para gerar energia limpa. Reaproveitamento


SINTONIA COM O VERDE E APROVEITAMENTO MÁXIMO DE RECURSOS NATURAIS NORTEARAM O PROJETO DO BEZIER HOTEL

HOTEL SUSTENTÁVEL SERÁ O PRIMEIRO A TER SELO VERDE EM MS

de toda a água da chuva, dos banheiros, da cozinha e outros, cobertura verde em toda a extensão dos 130 metros do Bezier Hotel. C&C - E o aproveitamento da energia solar? Beatriz - O projeto também prevê chuveiros e arescondicionados inteligentes que consomem bem menos energia. Todo o aquecimento de água será solar, para os chuveiros e também para aquecer a piscina. A frente terá um vidro antirreflexo, mais uma tela de bambu, com arcos, para quebrar os raios solares e criar um living de 130 m2 por 6 m2, que manterá uma temperatura natural entre 19 e 20 graus. A construção também é ecológica já que não lança resíduos no terreno, laje corrugada com divisórias com isolamento acústico e térmico. Dá para ver que, além de não poluir, o Bezier Hotel vai ainda reciclar tudo e gerar energia, aproveitando assim o sol e o vento. C&C - Depois veio a ideia de construir nestes moldes em Três Lagoas, não é? Beatriz - Os projetos em fase de acabamento foram modificados quando recebemos um convite para

construirmos na cidade que mais cresce e cujo futuro é hoje, Três Lagoas. Fomos para lá e vimos a necessidade e a urgência por muitos leitos, tendo em vista quando todas aquelas grandes empresas que estão em obras começarem a produzir, o fluxo de pessoas será incalculável. Decidimos então adequar o projeto 5 estrelas de Campo Grande para um tão ecossustentável como este, mas um pouco mais Slim, isto é mais, adequado ao público-alvo, com uma tarifa mais viável para quem viaja a trabalho. C&C - Qual é o custo de hotéis como estes? A repercussão que os projetos já tiveram e a previsão de início de obras? Beatriz - Estes projetos estão orçados em um montante de, aproximadamente, R$ 50 milhões, juntos. Nosso arquiteto Jeferson Pértile Queiróz, já premiado na categoria hospital, mandou o projeto do Bezier Hotel para o 8º Congresso de Arquitetura Corporativa de Hotéis e Hospitais e, para nossa agradável surpresa, fomos premiados como primeiro lugar na categoria Hotel e na categoria Green Building, hotel verde. Esperamos receber o primeiro selo verde na categoria

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A PREOCUPAÇÃO COM A SAÚDE FOI UM DOS PRINCIPAIS MOTIVADORES DA ESCOLHA PELA YOGULAND, QUE É ADMINISTRADA PELO FILHO DE BEATRIZ, FÁBIO

BEATRIZ VEIO DO RIO GRANDE DO SUL COM O ESPOSO BELMIRO ZAMECKI E, ANTES DA CAPITAL, MOROU EM AMAMBAI

“hotel” quando eles estiverem prontos. O prêmio foi entregue no Hotel Sheraton, em São Paulo, em uma linda cerimônia, em um dia de rodada de negócios, com uma bela festa. Foi emocionante, ainda mais que os outros premiados eram escritórios com até 200 arquitetos e, nós, apenas um. Concorreram 1.116 projetos. Essa premiação foi muito boa, pois apareceram parcerias para eles, já que um empreendimento deste porte tem que ser compartilhado. Pretendemos começar primeiro em Três Lagoas e, depois, se tivermos o apoio esperado, iniciar o de Campo Grande. C&C - Quanto à Yoguland, além da questão comercial, a preocupação com a saúde também foi um fator motivador na escolha da franquia, o que segue a mesma filosofia dos hotéis. Pode contar um pouco sobre isso? Beatriz - A opção pela Yoguland se deu em função da preocupação da franquia, que tem fábrica própria, quanto à qualidade do produto e também com a busca constante de novos sabores e opções de produtos. E, ainda, na honestidade incontestável com o consumidor em informar a qualidade e os nutrientes saudáveis que compõem o produto. C&C - Como foi assumir mais esse desafio, de representar uma marca conceituada e um produto relativamente novo no mercado brasileiro? Beatriz - É o espírito empreendedor do povo brasileiro que busca alternativas nas mais diversas situações. Quando conheci o produto e a marca em janeiro de 2010 tive a certeza que seria uma alternativa saudável ao sorvete que é altamente calórico e gorduroso e ainda teria uma boa aceitação pela população de Campo Grande que, pela sua qualidade de vida, se identificaria de imediato ao frozen iogurt. C&C - Sabemos que o clima favorece a preocupação com a saúde, mas também a melhoria da renda da população atrai novos empreendimentos. A

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modalidade de frozen iogurte tem conseguido bastantes adeptos em Mato Grosso do Sul? Beatriz - Campo Grande é, sem dúvida, uma das capitais com a melhor qualidade de vida do Brasil e todo produto que vier a ser oferecido com qualidade nutricional, tendo baixa caloria, zero de gordura trans e ainda ser 100% natural, terá uma grande aceitação e assim está sendo. Resultado este demonstrado pelo grande movimento que se vê na loja da Avenida Afonso Pena. E a confiança no produto, na marca e no consumidor campo-grandense é tal que a empresa já adquiriu uma loja no Shopping Parque dos Ipês, que será inaugurado em outubro de 2012. Lojas que são administradas pelo meu filho Fábio e meu neto Lucas. C&C - Que perspectivas a senhora tem no desenvolvimento e economia do Estado? Beatriz - Vejo um grande futuro para Mato Grosso do Sul, que tem sido reconhecido, depois de anos no anonimato. Vem recebendo atenção dos governantes, oferecendo oportunidades, para os empresários se instalarem ou aumentarem seus empreendimentos. Em todos os municípios, vemos o grande desenvolvimento, dando destaque para Três Lagoas onde tudo é grandioso, tanto no porte como na quantidade de empresas que surgem a todo momento. Por tudo isso e pela acolhida neste belo Estado, hoje com netos todos sul-mato-grossenses, nos tornamos “matuchos”, sul-mato-grossenses com gaúchos.


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SENAC MS

Desenvolvimento de Jogos Eletrônicos: oportunidade de qualificação profissional

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uando o primeiro vídeogame apareceu, ninguém tinha ideia de como os jogos eletrônicos ficariam populares. O pioneiro, chamado Computer Space, foi instalado em 1971 em uma sala de, aproximadamente, cinco metros quadrados e funcionava com moedas, como os fliperamas. Hoje só em telefones celulares, existem mais de dez jogos disponíveis.

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CURSOS PARA FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE TI E PARA O DESENVOLVIMENTO DE GAMES ESTARÃO NA GRADE DE FORMAÇÃO DO SENAC MS


Como indústria de entretenimento, os videogames já ultrapassaram o cinema. As vendas mundiais vão chegar aos 70 bilhões de dólares nos próximos dois anos, segundo a Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos (Abragames). Uma pesquisa revelou que, nos Estados Unidos, 99% dos adolescentes entre 12 e 17 anos usam games. Uma proporção maior do que a de adolescentes da mesma idade que frequentam escolas. Mas os games não só divertem; eles estão virando instrumentos eficientes de simulação e aprendizado. A tecnologia evoluiu de tal forma, que, hoje, basta se movimentar em frente à tela para que o personagem no jogo seja controlado. De acordo com Abragames, no Brasil são 42 empresas que produzem jogos eletrônicos ou parte deles e empregam 560 profissionais. Artistas gráficos e programadores são os profissionais mais contratados nesse setor. ATENDER A DEMANDA Este ano, o SENAC MS - referência em informática com laboratórios modernos e profissionais especializados lançou o primeiro curso de Desenvolvimento de Games de Mato Grosso do Sul e uma nova grade de cursos para formação de profissionais de tecnologia e informação durante o Campo Grande Game Show, realizado pela instituição no início de 2011, em Campo Grande. Foi a oportunidade para visualizar o grande interesse da população em como são desenvolvidos os jogos eletrônicos. Por duas semanas, os visitantes puderam participar de oficinas e palestras gratuitas na área de games. O coordenador pedagógico dos cursos de informática do SENAC Marcos Antônio explica: “Nesse evento foi possível ter um aperitivo do curso completo. Em aulas curtas, de apenas 50 minutos, o participante conseguia aprender a editar e modificar jogos, criar cenários 3D com o Google Sketchup, criar e preparar terrenos usando o Blender, criar jogos com o software Flash, criar personagens no Photoshop, desenvolver cenários 3D com o AutoCAD e até filmar personagens reais para inserir em ambientes virtuais”. Este ano, o foco do SENAC foi na formação de profissionais de tecnologia da informação e, para 2012, a ins-

ARTISTAS GRÁFICOS E PROGRAMADORES SÃO OS PROFISSIONAIS MAIS CONTRATADOS POR EMPRESAS QUE PRODUZEM JOGOS ELETRÔNICOS

tituição está elaborando uma proposta de cursos, visando toda a formação em desenvolvimento de jogos, para celulares com Android. Segundo o analista de Educação Profissional na área de Informática do SENAC Samuel Moro Bergamo, a busca de um mercado próprio é uma grande tendência. Por isso, o SENAC pretende, no próximo ano, capacitar profissionais dessa área, a fim de prepará-los para o mercado que está em grande expansão. “Da minha casa eu consigo desenvolver o meu game em uma plataforma e depois disponibilizar esse jogo na internet, tendo acessos e espaço no mercado. Isso explica a procura crescente por esse tipo de curso. Atualmente há uma grande tendência por conta desse mercado livre, mas, para isso, o profissional precisa ter qualificação.” Para o desenvolvimento de um game, é necessário um processo muito bem alinhado, fundamentando cada momento do desenvolvimento. No curso de Desenvolvimento de Jogos do SENAC será apresentada, inicialmente, a essência dos jogos com códigos e imagens simples, onde são repassados a introdução, os fundamentos da programação gráfica, programação para jogos e conceitos de programação de jogos (mapas de tiles; Spatial hash para otimização de cenas; equação do plano e colisão). No final do curso, o aluno tem um jogo simples desenvolvido e estará capacitado para o mercado de trabalho. A indústria brasileira é hoje responsável por 0,16% do faturamento mundial com jogos eletrônicos. Na indústria de software (e não apenas de jogos), o que é made in Brazil representa aproximadamente 1,8% da produção mundial.

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Legislação

Empresários devem contabilizar as “obrigações acessórias” para evitar prejuízos A

ções administrativas, como entrega de relatórios e declarações a órgãos competentes, podem tornar a gestão do empresário muito mais organizada e mapeada. Porém, se certos procedimentos não forem seguidos, a falta destes podem resultar em multas e prejuízos futuros para essas empresas, tornando inviável a atividade econômica. As chamadas Obrigações Acessórias são cuidados que o administrador e, principalmente, o contador devem ter durante a gestão do negócio. Para as micro e pequenas empresas, grande parte delas optante pelo Simples, é extremamente necessária que se tenha uma atenção para estas obrigações, tais como: Declaração Anual do Simples Nacional (DASN) - uma declaração única e simplificada de informações socioeconômicas e fiscais que deve ser entregue à Receita Federal, Guia de Informação e Apuração do ICMS (GIA) - obrigação tributária exigida de toda empresa comercial, Declaração Mensal de Serviço (DMS) - registro e envio mensal de informações econômicas e fiscais decorrentes de serviços prestados, e Sistema Integrado de Informações sobre Operações Interestaduais com Mercadorias e Serviços (SINTEGRA) - obrigação acessória que tem por objetivo fornecer informações relativas às operações de compra, venda e prestação de serviços interestaduais.

CUMPRIR A REGRA De acordo com o presidente do Conselho Regional de Contabilidade de Mato Grosso do Sul Carlos Rubens de Oliveira, tanto os micro, pequenos, médios e grandes empresários devem se atentar para esses procedimentos obrigatórios e exigir de seus contabilistas que eles sejam adotados, evitando futuros problemas. “Obrigações como o Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (DACON) que consiste em informar à Receita Federal sobre a apuração do PIS e COFINS no regime cumulativo e não cumulativo e PIS com base na folha de salários, são vitais para a saúde contábil e financeira das empresas. O empresário que deixar de declarar a obrigação pode pagar multa de até 5 mil reais mensais. Além disso, a falta de declarações como o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) também pode acarretar sanções aos empresários. Com relação ao CAGED, a falta de declaração, principalmente se tratar de uma empresa de grande porte, se tornará uma multa relativamente alta, é o que diz o chefe do núcleo de fiscalização do Ministério do Trabalho de Mato Grosso do Sul Osvaldo Dias Corrêa Filho. “Em MS, a omissão de empresas perante o CAGED ainda representa um número considerável.” Como forma de alertar o empresário para que ele esteja ciente e cobre de seu contabilista a execução dessas obrigações acessórias, o Conselho Regional de Contabilidade de Mato Grosso do Sul está desenvolvendo uma cartilha onde constam todas as obrigações e suas funções.

O PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DE MS CARLOS RUBENS DE OLIVEIRA ALERTA QUE A MULTA PARA QUEM NÃO FAZ DECLARAÇÕES OBRIGATÓRIAS É PESADA

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SESC MS

Turismo Social

Uma oportunidade de lazer, conhecimento e novas experiências Com o objetivo de proporcionar, com preços acessíveis, momentos de lazer e diversão para todo trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo de MS, além de dependentes e da própria comunidade, o Serviço Social do Comércio de Mato Grosso do Sul investe cada vez mais no serviço de Turismo Social. Desde 2001, quando as excursões começaram a ser oferecidas ao público, mais de 15.000 pessoas já viajaram pela Instituição, clientela que teve a oportunidade de ampliar horizontes, conhecer novas culturas, fazer novas amizades e trocar experiências.

O SESC TAMBÉM OFERECE PACOTES PARA DESTINOS INTERNACIONAIS, COMO A ESPANHA (FOTO), PORTUGAL E ITÁLIA

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EM GOIÁS, CALDAS NOVAS É UM DOS DESTINOS MAIS PROCURADOS DENTRE OS QUE SÃO OFERECIDOS PELO SESC MS

CIDADE CARTÃO-POSTAL DE MS, BONITO É UMA DAS MAIS VISITADAS PELOS GRUPOS QUE VIAJAM PELO SESC


COMPANHEIRAS DE VIAGEM, ELISA PORTOCARRERO NAVEIRA, 90 ANOS, E AHDAIL BARRETO DOS SANTOS, 82 ANOS, PERCORRERAM O PAÍS E A EUROPA PELO SESC E JÁ SE PROGRAMAM PARA 2012

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SESC possui 43 meios de hospedagem em praticamente todos os estados brasileiros, englobando desde cidades históricas, o litoral brasileiro até algumas capitais. Segundo o diretor regional interino do SESC MS Arnaldo Aracaqui, o Turismo Social da instituição cumpre seu papel: primar pelo equilíbrio da relação homem/meio ambiente, respeitando os aspectos culturais e sociais inerentes ao turismo, visto sob uma ótica educativa. De acordo com o gerente de Esporte e Lazer, Marcio Lomba, o foco da instituição é oferecer pacotes turísticos para indivíduos que recebam até 3 salários mínimos. “Ao qualificar o turismo a sua clientela como social, a entidade procurou distinguir a quem direcionar o serviço prioritariamente. Significa dizer, portanto, que o nosso público-alvo deve ser constituído por pessoas de menor renda salarial.” 2012 JÁ PROGRAMADO Ao final de 2011, cerca de 2 mil pessoas devem ter usufruído dos serviços do Turismo Social do SESC de Mato Grosso do Sul. Os passeios e viagens saem de Campo Grande e de Dourados, onde também são oferecidos diversos pacotes e roteiros. Os mais procurados são SESC Pantanal (Mato Grosso), Caldas No-

vas (Goiás) e Nordeste. Para 2012 já estão previstos cerca de 32 pacotes turísticos com saída de Campo Grande e 15 de Dourados. Na programação, cidades como Rio de Janeiro, Cabo Frio, Angra dos Reis e até um Cruzeiro pela costa brasileira. Um dos públicos mais fiéis e participantes do Turismo oferecido pelo Serviço Social do Comércio é a Melhor Idade. A telegrafista aposentada Elisa Portocarrero Naveira, 90 anos, há mais de 20 anos viaja pela instituição, tendo participado de mais de 50 passeios e viagens. “O apoio, acomodações, passeios, alimentação e hospedagem oferecidos pelo SESC são serviços de primeiro mundo. Já viajei pelos quatro cantos do País e sempre me surpreendo com a qualidade do atendimento. Meu próximo destino é Bertioga (SP). E não vou parar por aí. Estou por dentro de toda a programação de passeios e viagens de 2012”, se entusiasma dona Elisinha,

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BONITO, CIDADE DE ÁGUAS CRISTALINAS, É UM DOS DESTINOS PREFERIDOS PELOS TURISTAS DE MS E ESTÁ NA PROGRAMAÇÃO DE 2012

como é carinhosamente chamada pelo grupo da terceira idade do SESC. Sua companheira de viagem Ahdail Barreto dos Santos, 82 anos, é comerciária aposentada e já participa das atividades do SESC há 50 anos. “Os melhores momentos da minha vida passei por aqui, conhecendo lugares, culturas diferentes e sempre aprendendo. Uma viagem inesquecível foi no ano passado (2010) quando fomos para Espanha e Portugal; foi uma das maiores emoções da minha vida”, define a aposentada que, a todo momento, faz questão de ressaltar seu “orgulho de ser comerciária.” O empresário Altair Graciano Martins, 44, viaja há sete anos pelo SESC. Esposa e filho o acompanham. “Minha primeira participação foi na viagem para comemorar a lua de mel. Gostamos tanto do atendimento, estrutura e preço acessível que viajamos todas as férias pelo Turismo Social. Já fomos para Porto Seguro, praias paranaenses, litoral catarinense, cidades históricas de Minas Gerais, entre outros.” O diretor regional interino do SESC de MS Arnaldo Aracaqui lembra que o Turismo Social do SESC não se restringe apenas à terceira idade, mas sim a toda comunidade.

Mais informações: SESC Horto Campo Grande (67) 3357 1200 SESC Dourados (67) 3410-0700

PREÇOS ACESSÍVEIS E HOTÉIS COM SERVIÇO DE QUALIDADE ATRAEM FAMÍLIAS EM BUSCA DE LAZER E DIVERSÃO

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Nosso Ambiente & Cidadania

Assédio moral. O que sua empresa faz para combater este mal? O assédio moral é uma forma de violência que pode arruinar a vida de um trabalhador e também levar as empresas a responder por ações indenizatórias na Justiça do Trabalho, causando ainda a perda de produtividade e de credibilidade empresarial. É um assunto sério e que merece atenção. O Desembargador do TRT da 24ª Região Francisco Chagas Lima Filho destaca a importância das empresas implantarem políticas de prevenção e repressão do assédio, com palestras e uma ouvidoria, que também possam prestar apoio às vítimas. “Por que não criar esse espaço dentro da própria Comissão Interna de Prevenção a Acidentes (CIPA)?”.

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assédio se caracteriza pela repetição das agressões morais contra o trabalhador, que tende a se isolar. Francisco Chagas explica que existem dois tipos de assédio moral no trabalho: o vertical, quando parte da chefia e o horizontal, entre os próprios colegas. Embora venha sendo estudado pela psicologia e, antes mesmo, por biólogos, que analisavam o comportamento de dominação dos animais na demarcação de territórios, o assédio moral é um instituto juridicamente novo. “Para ser caracterizado assédio, esse comportamento tem que se repetir sistematicamente por determinado período; do contrário pode ser que tenhamos um caso de maus-tratos ou abuso”, diferencia o magistrado.

DESEMBARGADOR DO TRT DA 24ª REGIÃO FRANCISCO CHAGAS LIMA FILHO: DECISÕES DA JUSTIÇA SÃO PEDAGÓGICAS

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São vários os fatores que podem indicar o assédio e não somente a verbalização. Retirar tarefas ou atribuir tarefas irrealizáveis, por exemplo, também podem ser uma forma de assediar moralmente o trabalhador. A atual estrutura das empresas, com estipulação de metas a serem alcançadas e a forma como são cobradas, fez surgir um novo tipo de assédio, que o magistrado considera ainda mais grave: o assédio organizacional. Ele lembra que há muitos relatos de empresas que, ao fixar tais metas, também determinam premiação para quem as atinge e “prendas” para os que ficam aquém, submetendo os trabalhadores a humilhações. “Muitas vezes o trabalhador não sabe que está sendo assediado nem a empresa percebe que está assediando. Por isso, as decisões da Justiça do Trabalho são pedagógicas.”

SOFRIMENTO E PERDA Para o trabalhador, o assédio é sinônimo de sofrimento. A psicóloga Abigail Lago Saling, que tem formação em Gestalt Terapia, lembra que a vítima pode apresentar problemas relacionados à saúde mental, como insônia, melancolia e apatia, depressão, sintomas psicossomáticos, agressividade, desconfiança e também prejuízos cog-

nitivos, como dificuldade de concentração ou de pensar claramente, redução na capacidade para a resolução de problemas, isolamento e solidão, deterioração das relações interpessoais e transtorno por estresse pós-traumático. “O sofrimento acaba com a sua criatividade e pode até afetar sua memória.” Em situações extremas, pode levar aos vícios e ao suicídio. Muitas vezes, em quadro de depressão, o trabalhador precisa ficar afastado para tratamento médico por longos períodos. O efeito dramático dessa violência se espalha no ambiente de trabalho, podendo contaminar toda a equipe, explica a psicóloga. “Evitar que atos como esses ocorram nas empresas não faz sentido somente do ponto de vista humano, mas também do ponto de vista econômico.” Estudos indicam que os efeitos do assédio sobre a equipe vão da redução da eficácia e produtividade à falta de respeito às normas existentes na empresa, críticas fortes, desconfiança, insegurança, afastamentos longos por doenças, abuso de substâncias tóxicas, baixa tolerância ao estresse e tensões e tendência a superestimar problemas. “Colegas que presenciam o ato de assédio moral vivem, juntamente com o trabalhador vitimizado, essa experiência degradante, ofensiva e injusta. Por consequência, cria-se um nível de insatisfação no clima organizacional da empresa e com as lideranças, e tanto vítimas como testemunhas sentem-se em um ambiente de trabalho de pouca qualidade”, explica Abigail.

A PSICÓLOGA ABIGAIL LAGO SALING, LEMBRA QUE PREVENIR O ASSÉDIO MORAL É UMA QUESTÃO HUMANA E ECONÔMICA

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TEMA NOVO A Secretária de Estado de Trabalho e Assistência Social de Mato Grosso do Sul Tânia Mara Garib destaca que ainda são “incipientes as iniciativas de políticas públicas para coibir tais práticas”, uma vez que o tratamento dado ao tema é recente. “No entanto, o que se verifica é que esse é um assunto cada vez mais importante sob dois aspectos: a dignidade da pessoa humana e a capacidade produtiva do trabalho.” Tânia lembra que todas as políticas públicas, em uma sociedade democrática, convergem para garantir uma vida digna a todos, uma lógica que o assédio moral contraria, comprometendo a identidade, a dignidade e as relações afetivas e sociais do trabalhador vitimizado. Assim como o juiz Francisco Chagas, a secretária considera fundamental a conscientização dos empregadores para cada vez mais coibir o assédio moral. “Desta prática decorrem, além da capacidade produtiva, a alta rotatividade que impacta negativamente na competitividade da empresa. Além disso, o empresário corre o risco de rescisão indireta (justa

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AS AÇÕES PARA COIBIR O ASSÉDIO AINDA SÃO INCIPIENTES, ADMITE A SECRETÁRIA DE ESTADO DE TRABALHO E ASSISTÊNCIA SOCIAL DE MATO GROSSO DO SUL, TÂNIA MARA GARIB

causa do empregador) e poderá ainda responder por danos morais. O assédio moral é uma prática a ser combatida, tanto na iniciativa privada, pois é um risco à qualidade de vida do trabalhador e ainda pode ser motivo de fraco desempenho empresarial, quanto nos órgãos públicos, que podem ter a qualidade dos seus serviços comprometida. Não interessa a ninguém.”


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Parcerias

Parceria garante pesquisa sobre setor sucroenergético em Dourados

O PROJETO TEM COMO META PREPARAR AS EMPRESAS DA REGIÃO PARA FORNECER PRODUTOS E SERVIÇOS PARA AS USINAS, POR EXEMPLO, A DE SÃO FERNANDO, MAIOR INDÚSTRIA DO MUNICÍPIO

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O Instituto Fecomércio de Mato Grosso do Sul (IFMS) e a Prefeitura Municipal de Dourados, por intermédio da Secretaria Municipal de Agricultura, Indústria e Comércio, firmaram parceria para o projeto Polo de Serviços do Setor Sucroenergético de Dourados e Região. O Instituto será um dos responsáveis em coletar informações para apontar as necessidades do setor.

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projeto do Polo Sucroenergético foi lançado este semestre, em Dourados, e tem como meta preparar empresas do município para fornecer produtos e serviços para as usinas. Hoje, as indústrias locais buscam esses serviços nas regiões de Sertãozinho e Araçatuba, no Estado de São Paulo. O foco principal é o segmento metal-mecânico.

NEIRE COLMAN: PROMOVER O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DO SETOR SUCROENERGÉTICO DE DOURADOS

REUNIR INFORMAÇÕES Segundo a Secretária Municipal de Agricultura, Indústria e Comércio de Dourados Neire Colman, o objetivo da parceria com o Instituto é sistematizar informações sobre as necessidades do setor na região - por meio de pesquisas com indicadores, e dessa forma, encontrar meios de supri-las. “Nosso objetivo é promover o desenvolvimento econômico de Dourados e região, utilizando a competitividade das empresas fornecedoras de bens e serviços do setor sucroenergético, e o Instituto Fecomércio vem nos auxiliar nesse sentido.” Para o desenvolvimento do projeto será utilizado o sistema de encaminhamento produtivo, quando todos os setores são organizados para interagirem, criando uma cadeira de suprimentos e facilitando a operação de todos. Das 27 usinas instaladas em Mato Grosso do Sul, 15 estão na região da Grande Dourados. Com o projeto, o município de Dourados espera ampliar em 30% o fornecimento de produtos e serviços das empresas da região para as usinas sucroenergéticas e favorecer a implantação de 10% de novas empresas no segmento, até dezembro de 2012. ORGANIZAR PARA CRESCER O Instituto Fecomércio de MS já está elaborando o perfil socioeconômico de Dourados, que servirá de

SEGUNDO DADOS DA SECRETARIA DE AGRICULTURA DE DOURADOS, O VOLUME DE ETANOL PRODUZIDO EM MS DEVE SUBIR PARA 5,9 BI DE LITROS ATÉ 2015

base para investimentos no município. O estudo pretende fazer uma “radiografia” dos setores comercial, serviços e turismo do município, como já foi feito no Estado. “É uma organização de dados e um dos objetivos é fomentar as empresas locais a produzirem os materiais utilizados pelo setor sucroenergético. Dos mais de 400 itens utilizados, apenas 15% são fabricados pelas indústrias de Dourados”, afirma o presidente do Sistema Fecomércio MS Edison Araújo. Ele explica que a informação é fundamental para o empresário se organizar e buscar o desenvolvimento. “Quem tem a informação tem mais poder de decidir certo e o nosso objetivo é fornecer dados, subsídios para que os empresários possam se organizar e crescer. O setor terciário é o mais carente de informação e precisamos mudar essa realidade.” O Sindicato do Comércio Atacadista e Varejista (SINDICOM), as universidades Ananhanguera-Uniderp e Unigran, e os Sindicatos Rural e o das Indústrias de Dourados também são parceiros no estudo. No Estado, o potencial de crescimento da produção do etanol é um dos maiores do País. A previsão é dobrar a capacidade atual de processamento de 47 milhões de toneladas de cana-de-açúcar em três anos com melhorias genéticas, aumentando a área das plantações e novas indústrias. Com os novos empreendimentos, o volume de etanol produzido pelo Estado deve subir de 1,9 bilhão de litros, números da safra de 2009/2010, para 5,9 bilhões de litros até 2015. Os dados são da Secretaria de Agricultura de Dourados. Treze municípios do Estado serão beneficiados com o projeto: Dourados, Maracaju, Caarapó, Naviraí, Ponta Porã, Rio Brilhante, Nova Alvorada do Sul, Fátima do Sul, Angélica, Vicentina, Ivinhema, Nova Andradina e Deodápolis.

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Gestão & Finanças

Sudeco traz ao Centro-Oeste crédito para acabar com os gargalos do setor produtivo Quando o assunto é crédito para fomento, ela está em todas as pautas de reunião do setor produtivo. A recriação da Superintendência de Desenvolvimento do CentroOeste (Sudeco) é a grande aposta para melhorar a infraestrutura dos Estados, qualificar mão de obra e, assim, superar os principais gargalos encontrados no percurso rumo ao desenvolvimento.

N

o dia 19 de agosto, representantes do setor produtivo do Estado participaram de uma audiência pública em que o superintendente da Sudeco Marcelo Dourado esteve presente para esclarecer o processo de recriação da Superintendência, qual sua dotação inicial e prioridade. Dourado adiantou que o Conselho Deliberativo da Sudeco será composto de governadores dos quatro Estados para que as definições de prioridades de investimentos em infraestrutura sejam consensuais.

A Sudeco, na linha do programa do Governo Federal Brasil Sem Miséria, também terá um programa de inclusão produtiva direcionado por estudos que indicam que a referência econômica nas classes D e E são as mulheres. A proposta é oferecer cursos

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O SUPERINTENDENTE DA SUDECO MARCELO DOURADO DIZ QUE, ALÉM DA INFRAESTRUTURA, OUTRO FOCO É A QUALIFICAÇÃO DE MÃO DE OBRA

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THALES CAMPOS (À FRENTE, À ESQUERDA) ASSEVERA: "É PRECISO GARANTIR ASSENTO E PARTICIPAÇÃO EFETIVA PARA MATO GROSSO DO SUL”

de qualificação para este público e tanto nas áreas tradicionais do comércio e serviços como também na indústria e na construção civil. Hoje, na construção civil 3% da mão de obra é de mulheres e a intenção é elevar a 20%. Recursos para investimentos tem - Dourado falou sobre o Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FDCO) que entra em operação no ano de 2012. Ele lembrou que a Sudeco deve trabalhar no próximo ano com orçamento de R$ 1,3 bilhão para serem investidos em infraestrutura que vai otimizar o escoamento da produção dos Estados de forma competitiva, com melhorias da estrutura rodoviária e ferroviária. Também disse que, quanto aos portos, a intenção é descentralizar o escoamento, hoje feito pelo Sudeste e Sul, aproveitando o Norte do País, com localização estratégica mais favorável em relação a centros consumidores como os Estados Unidos e Europa. Sobre Mato Grosso do Sul, Dourado lembrou a importância da produção agropecuária do Estado, mas destacou que a intenção da Sudeco é fomen-

tar o desenvolvimento dos outros setores e um dos pontos fundamentais nesse processo é a linha especial de financiamento para a área de tecnologia e inovação, já aprovada e em operação no Banco do Brasil. “Não colocamos um teto para esta linha porque queremos saber qual fôlego terá. Estou otimista de que deve ser bastante procurada a partir de 2012.” O diretor superintendente do IFMS Thales de Souza Campos disse que a reativação da Sudeco é fundamental no processo de acelerado desenvolvimento pelo qual a região Centro-Oeste passa, mas pondera que é preciso garantir assento e participação efetiva a Mato Grosso do Sul no Conselho Deliberativo, para que o Estado capte investimentos. “Neste momento, o Centro-Oeste desponta com grandes oportunidades, é o celeiro de crescimento do País,uma vez que regiões como Sudeste e Sul já estão saturadas. O que esperamos é que esse crescimento também esteja alinhado ao desenvolvimento, que é qualitativo.”

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Sindical

Sindicato dos Despachantes de MS: ideias pioneiras e trabalho sério Congregar e defender os interesses da categoria, promovendo o desenvolvimento profissional e sindical de seus associados. Essa é a missão do Sindicato dos Despachantes de Mato Grosso do Sul (Sindesp MS) fundado em 1980. Nos 31 anos de história, o Sindesp MS mostra uma trajetória de expansão e aperfeiçoamento, tornando-se referência no País nas áreas de sindicato documentalista.

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esses anos de história, somam-se a vontade da categoria de crescer, de modernizar-se, de servir cada vez mais e melhor para garantir os direitos de seus sindicalizados. Há quatro anos o presidente da entidade Sebastião José da Silva tem trabalhado para modernizar e garantir a qualidade dos serviços dos despachantes do Estado e de todos os seus funcionários. Entre os planos para este ano, o Sindicato quer validar o Plano Estratégico e fazer a adesão de algumas empresas no MS Competitivo. PIONEIRISMO E CRIATIVIDADE Uma das conquistas do Sindicato foi a instalação, em 2001, de uma unidade do Detran MS em tempo integral no prédio do Sindesp MS, além do emplacamento aos sabádos. O local atende apenas os despachantes e emite 300 documentos por dia. A iniciativa - até então inédita - foi copiada por sindicatos em outros Estados. A criatividade e a busca pela excelência não param por aí. Com o objetivo de agilizar os procedimentos da categoria, o Sindicato tem convênio com o Banco do Brasil para pagamento de guias. Outra conquista que já está se concretizando é o lançamento do Clube de Campo da entidade que será usufruído pelos despachantes e seus familiares. As obras estão em andamento.

SEBASTIÃO JOSÉ DA SILVA ESTÁ À FRENTE DO SINDICATO HÁ DOIS MANDATOS CONSECUTIVOS, DESDE 2007

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COMPROMETIMENTO COM A CIDADANIA E A ACESSIBILIDADE: SEDE DO SINDICATO TEM PLATAFORMA DE ELEVAÇÃO PARA ATENDER CADEIRANTES

FUNCIONÁRIOS MOTIVADOS E EM CONSTANTE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL PARA GARANTIR A EXCELÊNCIA NO ATENDIMENTO AOS FILIADOS

A previsão é que a primeira etapa do projeto esteja pronta em cinco meses, com campo de futebol, piscina, sala de jogos e um salão social. A obra completa está prevista para terminar em 2014. “Incentivo ao bem-estar social dos nossos filiados solidificam a importância que o tema tem para nossa diretoria. Dentro dessa filosofia, a instituição quer proporcionar, ainda mais, um ambiente de seriedade e convívio, que repercute no trabalho coletivo”, opina o presidente Sebastião José da Silva. “Nossa luta não é de hoje e será sempre em defesa de nossa categoria, em defesa dos cidadãos e das instituições que veem os despachantes como profissionais imprescindíveis para o bom andamento de seus negócios.”


Neste Natal

abra espaço para o novo e ainda renove os sonhos de alguém

SESC NATAL PARA TODOS Campanha de arrecadação de brinquedos De 01 a 30 de novembro O brinquedo que já foi o sonho de consumo de uma criança pode realizar o sonho de muitas outras. Participe e faça um novo Natal.

Postos de Arrecadação SESC Administração Regional Rua Marte, 138 Bairro Alto Sumaré

SESC Horto Rua Anhanduí, 200 Centro

SESC Camillo Boni Av. Afonso Pena, 3.469 Jardim dos Estados

SESC Dourados SESC Três Lagoas Rua Toshinobu Katayama, 178 Rua Elmano Soares, 854 Centro Centro

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HÁ VAGAS PARA BONS RESULTADOS NA SUA EMPRESA?

O SENAC TEM O CANDIDATO CERTO PARA PREENCHÊ-LAS.

O BOT é uma mola propulsora que facilita o acesso de alunos do SENAC ao mercado de trabalho, além de oferecer excelente orientação profissional. Com certeza é uma ponte entre empresários que buscam mão de obra capacitada e os novos trabalhadores que procuram uma chance de aprofundar os conhecimentos adquiridos.

Desde o meu primeiro emprego, o SENAC esteve presente. Fiz mais de dez cursos e sempre fui encaminhado para ótimas oportunidades de emprego. Sem dúvida, o SENAC é a minha referência em cursos profissionalizantes.

PAULO HENRIQUE

WESLEN DOS SANTOS ARANTES

empregado há 3 meses e recentemente promovido a subchefe no restaurante Beco Bistrô

Operador de micro na Tendência Serviços

Quem procura melhorar os resultados da sua empresa sabe a importância de ter uma equipe de profissionais capacitados e qualificados para isso. O Banco de Oportunidades de Trabalho - BOT é um serviço que promove a aproximação dos alunos formados pelo SENAC com empresas parceiras.

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