Os desafios da co-criação da biodiversidade urbana – o projeto Biodivercities Valongo

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VI Confereê ncia de Planeamento Regional e Urbano/I Confereê ncia de Cieê ncia de Dados para as Cieê ncias Sociais/Confereê ncia do Projeto DRIVIT-UP

Os desafios da co-criaçaã o da biodiversidade urbana – o projeto BiodiverCities Isidoro, C., Mota, J.C., Seixas, D., Moreira, G


Biodiversidade Urbana Em 2050 mais de 70% da populaçaã o viveraá em cidades (Heymans, Breadsell, Morrison, Byrne, & Eon, 2019) As transformaçoã es na gestaã o e uso do solo urbano, alteram e introduzem espeá cies exoá ticas, associadas ao consumo de recursos naturais, fragmentam os habitats, interrompem os corredores naturais de biodiversidade, modificam os padroã es hidroloá gicos, ameaçam a sobreviveê ncia de espeá cies da fauna e flora e prejudicam a renovaçaã o natural de nutrientes (Heymans et al., 2019; Marselle, Lindley, Cook, & Bonn, 2021; Sturiale & Scuderi, 2019).

Em Portugal “mais de metade dos habitats avaliados apresentam tendeê ncias de deterioraçaã o” e nos habitats com estatuto desfavoraá vel ou desconhecido, temos a “maior percentagem de habitats em declíánio (quase 20%) de entre todos os Estados-Membros” (Europeia, 2020). Segundo a Sociedade Portuguesa de Botaê nica, conclui-se que “haá 381 espeá cies de plantas ameaçadas de extinçaã o em Portugal continental e 19 espeá cies atualmente jaá extintas” (Carapeto, Francisco, Pere, Ira, & Porto, 2020).


Biodiversidade Urbana

Soluçoã es baseadas na natureza fornecem um local para recreaçaã o, interaçaã o social, auxiliam no fortalecimento da comunidade e contribuem para a sauá de fíásica e mental e o bemestar (Bush & Doyon, 2019; Heymans et al., 2019).

Outros benefíácios indiretos, como a reduçaã o da poluiçaã o do ar e do risco de inundaçoã es pelo controle das aá guas pluviais, a melhoria da qualidade da produçaã o de alimentos, o aumento do sombreamento, o sequestro de carbono e o aumento da resilieê ncia das cidades contra temperaturas extremas (Heymans et al., 2019).


BiodiverCities

O BiodiverCities eá um projeto inserido no contexto da Estrateá gia de Biodiversidade da UE, que tem como objetivo aumentar a participaçaã o da sociedade civil na tomada de decisaã o na construçaã o das cidades verdes do futuro. A rede de BiodiverCidades incluíá os municíápios de Valongo, Leiden, Palma, Valongo, Stavanger, Vilnius, Sofia, Maribor, Novi Sad, Palermo and Regalbuto. Lisboa, Oslo e Varese saã o os parceiros que vaã o acompanhar o projeto.


BiodiverCities Valongo

Sessoã es Participativas

Definiçaã o das Açoã es

Implementaçaã o Açoã es Experimentais

Biodivercities em Valongo: tem como objetivos promover uma participaçaã o ativa em todas as etapas do projeto, envolvendo a comunidade e a autarquia desde a fase de diagnoá stico coletivo, aà elaboraçaã o de propostas e aà definiçaã o e implementaçaã o de açoã es experimentais.


Sessoã es Participativas

+ de 50 propostas

Formaçaã o e capacitaçaã o (CMV)

Campanhas de sensibilizaçaã o ambiental

Reforço do sistema ecoloá gico (estrutura verde e azul, aá reas rurais e aá reas verdes em contexto urbano)

Ferramentas comunitaá rias de mapeamento


BIOBLITZ

Folheto e fotografias: Gabriela Cavalcanti; Líávia Mendonça e Juá lia Draghi


Açaã o Experimental I: Jardim Urbano Valongo ●

Açaã o de descasque de invasoras: da espeá cie invasora acaá cia que eá uma ameaça ao níável dos ecossistemas (propriedades do solo, crescimento de espeá cies nativas e diminuiçaã o da biodiversidade)

Criaçaã o de canteiro de polinizadores - fundamentais • ACTIONS o de sementes, o que para a EXPERIMENTAL polinizaçaã o e a distribuiçaã contribui para a perpetuaçaã o de espeá cies da fauna e da flora e do equilíábrio ambiental

Construçaã o de hotel de insetos - tem como obejetivo proteger e criar condiçoã es de reproduçaã o de insetos polinizadores como as borboletas, as joaninhas e os sirfíádeos (as moscas das flores).

No decorrer da açaã o tambeá m foi inaugurada a BIOteca biblioteca verde - com enfoque no tema da biodiversidade urbana.


Açaã o Experimental I

• EXPERIMENTAL ACTIONS CANTEIRO POLINIZADORES

HOTEL INSETOS

DESCASQUE ACAÁ CIAS

HOTEL INSETOS

SALAMANDRA

BIOTECA Fotografias: Gabriela Cavalcanti, Juá lia Raà fols Ribeá


Açaã o Experimental I: Resultados “Aprendi a importaê ncia da biodiversidade nas cidades e em todos os espaços” “Tenho procurado mudar vaá rios comportamentos do dia a dia para melhorar o ambiente e passaá -los para os meus filhos” “Importaê ncia do envolvimento da comunidade e partilha de experieê ncias que podem levar aà adoçaã o de novos comportamentos” Questionaá rio: Thaíás Ivo


Next Experimental Actions

Envolver os municíápios parceiros do projeto do Corredor do Rio Leça: Santo Tirso, Maia e Matosinhos BiodiverCities aà escala metropolitana Mapa: Juá lia Draghi


Next Experimental Actions O BiodiverCities vai aà Escola Incorporaçaã o do projeto BiodiverCities no plano de aulas e envolvimento das comunidades escolares (professores; alunos; pais, funcionaá rios das escolas, etc) na experimentaçaã o de soluçoã es promotoras da biodiversidade nos recintos das escolas.

Conceito: Juá lia Raà fols Ribeá /Mapa: Juá lia Draghi


Guia DIY OBJETIVO: Incentivar os cidadãos na promoção da biodiversidade urbana. Estrutura: • Boas práticas para a promoção da biodiversidade; • Exemplos de ações que podem ser facilmente implementadas (DIY); • Aprendizagens das ações experimentais.

Guia produzido por: Gabriela Cavalcanti e Líávia Mendonça


A Experimentaçaã o e Co-criaçaã o A mudança de comportamentos tem de ser co-construíáda por decisores políáticos, especialistas e cidadaã os (Dennis & James, 2016; Campbell-Arvai, 2019).

A experimentaçaã o eá uma forma de semear a mudança que, com o tempo, pode levar a uma transformaçaã o mais estrutural (Fuenfschilling et al., 2019). A experimentaçaã o e co-criaçaã o como forma de facilitar processos, onde novas ideias podem ser projetadas, testadas e avaliadas e se bem sucedidas, replicadas (Marvin & Silver, 2016)

Co-criaçaã o de açoã es como forma de agilizar e horizontalizar o diaá logo entre teá cnicos, políáticos e cidadaã os, favorecer perspetivas inter, trans e multidisciplinares, garantindo assim maior legitimidade das decisoã es e fortalecendo o compromisso entre os atores envolvidos. Os resultados alcançados podem estender –se a outras políáticas de planeamento territorial e ambiental e contribuir para o envolvimento dos cidadaã os na utilizaçaã o dos espaços e funcionar como base para projetos futuros.


Desafios O envolvimento das comunidades na transformaçaã o e gestaã o dos seus espaços e territoá rios exige: • •

a partilha de mecanismos de governança por parte do poder políático e institucional legitimamente responsaá vel pela gestaã o puá blica; a invençaã o de modos criativos que permitam o seu sucesso - adequaçaã o dos instrumentos de gestaã o territorial e criaçaã o de novas formas de planificar e gerir o territoá rio, privilegiando um caraá cter mais estrateá gico, dinaê mico, flexíável, participativo e inteligente.

A rigidez naã o eá compatíável com estas transformaçoã es, e a criatividade e abertura aà experimentaçaã o saã o essenciais para a produçaã o de conhecimento e obtençaã o de resultados gratificantes para cidadaã os, teá cnicos e agentes políáticos.


BIODIVERCITIES Valongo Obrigada pela atenção!


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