Reportagem | Açudes | O Povo (CE) | 05.01.21

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Terça-feira

Fortaleza - CeARÁ - 5 de janeiro de 2021

EDIÇÃO: Tânia Alves e Érico Firmo | taniaalves@OPOVO.COM.BR |

Açudes do Ceará começam 2021 com o melhor nível em sete anos | RECURSOS HÍDRICOS | Percentual chega a 25,6%. Observando o começo do mês de janeiro nos últimos seis anos, o acúmulo hídrico no Estado não chegou aos 20%

Lais Oliveira cotidiano@opovo.com.br

O Ceará começa 2021 com acúmulo hídrico de 25,6% nos 155 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) — melhor percentual observado nos últimos sete anos. A situação esteve melhor que a atual no começo do ano pela última vez em 2014. O volume equivale a 4,80 bilhões de metros cúbicos (m³), sendo a capacidade total do sistema de 18,6 bilhões de m³. Analisando o começo do mês de janeiro nos últimos seis anos, o acúmulo hídrico no Estado não chegou aos 20%. Na última década, o maior volume registrado na abertura de um ano foi em 2012, quando o Ceará

atingiu 68% da sua capacidade hídrica total. Dentre os reservatórios cearenses, atualmente apenas o açude Caldeirões, localizado no município de Saboeiro e pertencente à bacia do Alto Jaguaribe, apresenta volume acima de 90%, chegando a alcançar 94,9% da sua capacidade total. Nenhum açude está sangrando. Além disso, 65 açudes se encontram com volume abaixo de 30%, incluindo o Castanhão, maior reservatório do Estado, que registra 11,08% de sua capacidade. Outros açudes principais estão na mesma situação. Enquanto o Orós, na bacia do Alto Jaguaribe, registra 20,73% da sua capacidade total, o Banabuiú, localizado em bacia homônima, tem 11,98% de volume. O Araras, na bacia do Acaraú, e o Figueiredo, na bacia do Médio Jaguaribe, registram 80% e

3,46% da capacidade, respectivamente. Outros 15 açudes estão em volume morto e cinco estão secos. As informações são do Portal Hidrológico, ferramenta da Cogerh que monitora o nível dos reservatórios. Em 2020, os açudes cearenses receberam um aporte hídrico de 5,99 bilhões de m³ considerando dados até o mês de julho, o que corresponde ao melhor resultado desde 2012. O detalhamento está na última resenha diária de monitoramento, publicada no dia 30 de dezembro, e não inclui a Região Metropolitana de Fortaleza. No entanto, essa distribuição não é homogênea, conforme avalia Bruno Rebouças, diretor de operações da companhia. “A gente observa que as bacias localizadas mais ao Norte do Estado, como Acaraú, Coreaú, Serra da Ibiapaba, Litoral, todas estão numa situação bem

A porção CentroSul do Estado ainda permanece em alerta, precisando da diligência da população no uso inteligente e racional da água” Bruno Rebouças,

Diretor de operações da Cogerh

mais confortável de água porque já há dois anos vêm tendo melhores aportes”, explica. As bacias Acaraú, Litoral e Serra da Ibiapaba possuem os maiores volumes armazenados com 72,7%, 71% e 68,6% de suas capacidades, respectivamente. Em contrapartida, uma das bacias mais importantes, a do Médio Jaguaribe, onde está o Castanhão, detém o menor volume armazenado, 10,8%. “A porção Centro-Sul do Estado ainda permanece em alerta, precisando da diligência da população no uso inteligente e racional da água”, avisa Bruno. O diretor da Cogerh destaca que o percentual era ainda pior no mesmo período do ano passado, quando o Castanhão chegava a somente 2,76% de sua capacidade. “No entanto, ainda muito longe duma situação de conforto para o Estado do Ceará”, completa.


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