Museu a céu aberto

Page 1

W

M U S E U À

C É U

A B E R T O



“Há um gosto de vitória e encanto na condição de ser simples. NÃO É PRECISO MUITO PARA SER MUITO”

Lina Bo Bardi


C O N T E N T S


06

18

26

INTRODUÇÃO

O CONTEXTO

O CONCEITO

36

40

46

O PROJETO

MATERIALIDADE

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

52

60

74

O TERRENO

DIAGRAMAS DE ESTUDO

O EIXO ESTRUTURADOR

88

154

164

OS PAVILHÕES

DETALHES CONSTRUTIVOS

A MAQUETE



[

INTRODUÇÃO

]


A RTE ! É a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética, feita por artistas a partir de percepção, emoções e ideias, com o objetivo de estimular esse interesse de consciência em um ou mais espectadores, e cada obra de arte possui um significado único e diferente. A arte é um reflexo do ser humano e muitas vezes representam a sua condição social e essência de ser pensante.




MUSEU ? O museu como instituição cultural tem como objetivo principal transmitir uma determinada mensagem, fundamentada na sua identidade como museu. Ele surge na sociedade fruto da consequência da necessidade do homem em colecionar determinado tipo de objetos, e consequentemente a necessidade de os organizar de modo que outros os pudessem observar. Museus são lugares sente e refletirmos

para sobre

pensarmos o preo nosso tempo


ADQUIRE

CONSERVA

INVES


STIGA

DIFUNDE

E M

EXPÕE

D E F I N I Ç Ã O :

O museu é uma instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público e que: adquire, conserva, investiga, difunde e expõe os testemunhos materiais do homem e de seu entorno, para educação e deleite da sociedade..


GUGGENHEIM MUSEUM • New York, USA.


GUGGENHEIM MUSEUM • Bilbao, Spain


10 10 | 08 | 1793 inauguração

9,3 milhões de visitantes/ano

LOUVRE • MUSEU MAIS


60mil m² de exposição

35 mil obras expostas

S VISITADO DO MUNDO


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[

O CONTEXTO

]


B R A S Í L I A

Lúcio Costa, com sua proposta de criar uma cidade à frente de seu tempo, nos presenteou com Brasília, uma cidade projetada dentro de quatro escalas que transcendem os conceitos originais da palavra e nos proporciona um viver de forma especial. Brasília tem sua concepção urbana baseada na junção de quatro escalas distintas: a MONUMENTAL, RESIDENCIAL, GREGÁRIA E BUCÓLICA. A escala Monumental está configurada pelo Eixo Monumental, a escala Residencial é representada pelas Superquadras, a escala Gregária se localiza no ponto de confluência da Plataforma Rodoviária e a escala Bucólica tem o caráter de conferir à cidade o status de CIDADE-PARQUE, sendo constituída pelas áreas livres destinadas à preservação do meio ambiente e ao lazer. Essa visão de Escala Bucólica nos permite conviver em uma cidade de espaços generosos voltados para o lazer, com diversos parques em Brasília e outros tantos espalhados por todo o DF. Dentre os principais parques, tem destaque o Parque da Cidade Dona Sara Kubitschek, inaugurado em 1978 e considerado o maior parque urbano do mundo, e o Parque Ecológico Dom Bosco, um dos principais cartões postais de Brasília.. Marco da arquitetura e urbanismo moderno, Brasília é a maior área tombada do mundo – 112,25 km2 – e inscrita pela UNESCO na lista de bens do Patrimônio Mundial em 07 de dezembro de 1987.


DISTRITO

FEDERAL

Capital: Área

BRASÍLIA territorial

População

(km²):

(2015):

5.779,99 2.914.830

Densidade demográfica (hab/km²): 444,66 Crescimento populacional 2014/15: 2,19% (maior do Brasil) Regiões

Administrativas:

31

Atividades características do turismo: 2,5%

(Fonte OTDF 2013)


27

SE DENOMINAM MUSEU

03

FORAM ANA


O S MU S E U S DA C I DA D E

ALISADOS

Brasília, sendo o único bem contemporâneo a receber a distinção de Patrimônio da Humanidade, merece um lugar de exposições à altura de tal prestígio. Porém, o que vemos na cidade são espaços subdimensionados, localizados em lugares de dificil acesso à população, sem muito investimento do governo e com exposições muitas vezes organizadas em instalações improvisadas. Embora a lista de espaços destinados à exposição em Brasília seja extensa, são vinte e sete lugares com a denominação de museu, a maioria não tem a infra-estrutura necessária para desempenhar tal papel. Dentre tantos espaços listados na cidade, foram selecionados três “museus” para análise.


O primeiro é o MUSEU DE ARTE DE BRASÍLIA (MAB). Construido às margens do Lago Paranoá, entre a Concha Acústica e o Palácio da Alvorada, o edificio datado de 1960 foi adaptado em 1985 para abrigar um museu de arte contemporânea. É composto de três pavimentos: dois de exposição e um subsolo de reserva técnica e tem 4.800m² de área construída. Entretanto, está fechado para reforma desde 2007, sendo previsto um gasto de quase R$ 3.3 milhões na restauração total da edificação.

O segundo é o Museu Na mais conhecido como

Projetado por Oscar Niemeye zembro de 2006, o museu tem Entretanto não respeita norma te reclamação sobre o aprovei


acional Honestino Guimarães, MUSEU DE BRASÍLIA.

er e inaugurado dia 15 de dem uma área de 14,5mil metros². as de segurança e há constanitamento no uso de seu espaço.

O terceiro é o CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL Mais conhecido como CCBB, este museu com certeza é um dos melhores lugares em Brasília para um programa cultural gratuito. Ocupando uma área construída de 7.000m², ele foi eleito o terceiro melhor museu do Brasil. Porém, assim como o MAB, o museu nada mais é que um edificio adaptado do final dos anos 90. Como o edifício não foi concebido inicialmente para ser um local de exibições, ele apresenta muito problema para definição de espaço.


OOO


[

O CONCEITO

]


CONSIDERAÇÕES INICIAIS


Conhecida internacionalmente como uma Cidade-Parque, onde o verde e os amplos espaços livres estão integrados de forma harmoniosa ao dia-a-dia urbano de seus moradores, emoldurando e integrando todas as áreas do Plano Piloto, a proposta de um MUSEU A CÉU ABERTO visa privilegiar a Escala Bucólica da concepção urbana original. O objetivo principal é contemplar um projeto destinado à valorização da cultura e da paisagem natural de Brasília, trazendo um novo conceito de lazer para a Capital, simbolizando uma renovação cultural às margens do Lago Paranoá. Carente de locais de qualidade para lazer fora do centro urbano da cidade e deficiente de lugares próprios para exposições, o projeto visa valorizar o bioma do cerrado, ao criar um complexo museológico que incorpore arte contemporânea à vegetação nativa ainda presente nesta área da orla, e criar, talvez, um novo polo cultural na cidade.


Considerando um conceito tradicional e simplista, os museus são vistos como instituições cujo objetivo é divulgar cultura sem que daí possa advir algum tipo de lucro. Contudo, a realidade por que passam estas instituições levam-nas muitas vezes a pensar no seu futuro e como é possível atingirem o seu objetivo de forma eficaz. Hoje em dia, a cultura está ao alcance de qualquer um, de uma forma muito rápida e objetiva, e a sociedade encontra-se mais instruída e consciente daquilo que pode obter desse consumo cultural. Assim, espaços museológicos estão perdendo visibilidade e visitantes, principalmente no Brasil. Passa a existir então a necessidade de criar mais interesse e dinamismo nos acervos dos museus para que esses lugares se tornem mais atrativos e se coloquem ao nível de competir com as inúmeras oportunidades de lazer e cultura a que nos é possível ter acesso nos dias atuais. Desta forma, o museu passa a proporcionar alguns tipos de serviços extras, como palestras, projetos com escolas, oficinas, concertos, cafeterias, espaços de lazer, bibliotecas entre outros. Assim ele tenta ter um papel ativo com o visitante, não se “limitando” a mostrar apenas as obras nele exposto.



Embora o museu atual continue a ser um veículo de educação e cultura, ele tem se transformado cada vez mais em um local de referência e ponto de encontro, diversificando seu uso e contribuindo para o desenvolvimento da sociedade que o envolve. É muitas vezes através desta instituição que uma determinada região, cidade ou até país atrai os seus turistas. Ele então passa a ser um elemento de extrema importância para o desenvolvimento e abastecimento da economia local. O modelo de museu apresentado no projeto, segue esta linha de pensamento.

Será um novo local de referência para a população, trazendo para perto da população um conceito de exposição de arte completamente novo em Brasília No Museu a céu aberto, o meio ambiente absorve a arte inserida no espaço, assim como a arte reflete à natureza que a cerca, integrando os dois elementos principais no parque de exposições. Uma sequência linear de pavilhões e galerias, em meio a um projeto de parque, permitirá que os usuários do museu interajam com as obras e com a natureza enquanto se conscientizem da importância da preservação ambiental. Alguns espaços terão o conceito de “papel em branco” e serão ambientes neutros e funcionais, que permanecerão abertos


à imaginação dos usuários e à necessidade de abrigar algumas exposições temporárias, trazendo dinamismo aos acervos. O complexo de arte em questão não será restringido a nenhuma forma de arte. Qualquer acervo de arte contemporânea poderá ser exposto no museu: pinturas, esculturas, desenhos, fotografias, vídeos e instalações artísticas, seja ela de forma permanente ou temporária. Os dos des sem

acervos, entretanto, serão voltapara o desenvolvimento de atividaeducativas e sociais, para público uma faixa etária pré-determinada.

Assim como outros modelos de museu a céu aberto, principalmente Inhotim, este também preza pela produção de conhecimento através do contato com os acervos artístico e botânico do complexo. Para isso, espaços para a realização de workshops, palestras e refeição serão incorporados ao projeto a fim de atrair mais frequentadores e diversificar o uso do complexo.


[

A N AT U R EZA A B S O RV E N DO A RT E


A A RT E R EFL E T IN DO N AT U R EZA

]


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O PROJETO

]



FICHA TÉCNICA LOCALIZAÇÃO: ragem do

Ao

lado Lago

da

BarParanoá;

RA XVI • Lago Sul | Brasília • Distrito Federal ACESSO

PRINCIPAL:

pela

EPDB,

km

25.

ESCALA INSERIDA: Bucólica ÁREA DO TERRENO: 379.154,92m² ÁREA CONSTRUÍDA: 9.392,30m² ATIVIDADE E USO: Cultural; Área de exposição. TAXA DE OCUPAÇÃO (do projeto no terreno): 3% TAXA DE PERMEABILIDADE MÍNIMA: 30% AFASTAMENTO MÍNIMO ESTABELECIDO: 30m em todas as divisas do lote, definido em projeto.



M AT E R I A L I D A D E


AÇ O PAT I N ÁV E L

C O N C R E T O

Elemento rústico, de fácil manutenção e de cor complementar ao verde da natureza

Elemento que remete ao modernismo de Brasília e é a base estrutural dos pavilhões


O

A

R

R

D

I E

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D

V

A M Elemento que remete aos galhos das ĂĄrvores do cerrado presente em todo o parque

Elemento que permite a permeabilidade visual e vislumbrar para o cĂŠu da cidade


SIMPLES

PARTIDO ARQ HORIZONTAL


L

VE Á E M ER

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QUITETÔNICO FU

NC

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REFERÊNCIAS P R O J E T U A I S


GALERIA ADRIANA VAREJÃO

MONUMENTO CASTELO BRANCO

Leveza na implantação do edificío

Balanço estrutural e proporção do edifício


YORKSHIRE SCULPTURE PARK

MASP

Qualidade dos espaços abertos

Estrutura como principal elemento na composição arquitetônica


INHOTIM Com inspiração em diversos museus e parques mundo afora, busquei no Instituto Inhotim, em Brumadinho, Minas Gerais, um reforço importante para subsidiar meu trabalho. Espaço aberto ao público em 2006, Inhotim agrega dois tipos de atividades complexas como jardim botânico e centro de arte contemporânea. É a única instituição brasileira a exibir continuamente um considerável acervo de arte contemporânea. Seu espaço é transformado constantemente com a inserção de novos projetos, incluindo obras criadas especialmente para ele. Através de uma administração competente e comprometida, mantém diversos elos com a comunidade desenvolvendo projetos educativos e participativos, aproximando a sociedade dos valores da arte. Inhotim goza de reconhecimento internacional como um excelente espaço de qualidade para visitação, sendo o maior centro de arte contemporânea do mundo.



W


[

O TERRENO

]



O terreno escolhido para o projeto se localiza as margens do Lago Paranoá no Lago Sul, exatamente ao lado da Barragem. A barragem foi construída em 1960 pela Novacap, que inundou a bacia existente no local para a criação do lago artificial que permeia Brasília e possui 27 km de extensão. Essa localização vem de encontro aos meus ideais para a concepção e implantação do projeto pois está fora do coração de Brasília, mas no ponto de intersecção dos Lagos Norte e Sul e próximo a algumas Regiões Administrativas e áreas carentes do Distrito Federal, como Paranoá, São Sebastião, Itapoã, Sobradinho e Varjão.



Localizado propositalmente próximo a essas RAs, o Museu tentará estabelecer uma relação multidimensional com os moradores dessas cidades, proporcionando um local de trabalho e agindo como agente propulsor direto de desenvolvimento social e educativo para essas comunidades. Ao mesmo tempo em que o terreno se localiza afastado do centro comercial da cidade, ele fica imerso na vegetação nativa do cerrado e seu acesso é facilitado pela proximidade à EPCT (DF-001). Predominando a escala bucólica, como mencionado anteriormente, a orla foi idealizada para abrigar áreas de parque destinadas ao lazer.

“Evitou-se a localização dos bairros residenciais na orla da lagoa, a fim de preservá-la intacta, tratada com bosques e campos de feição naturalista e rústica para os passeios e amenidades bucólicas de toda a população urbana. Apenas os clubes esportivos, os restaurantes, os lugares de recreio, os balneários e núcleos de pesca poderão chegar à beira d’água.” Relatório do Plano Piloto de Brasília O parcelamento da orla feito pela Novacap em 1960, entretanto, não obedeceu aos usos estabelecidos por Lúcio Costa e atualmente são poucos os espaços disponíveis na beira do Lago que preservam uma vegetação nativa e permitem um uso cultural da área. Não fugindo à regra, atualmente o terreno escolhido é uma área de preservação ambiental que, infelizmente, já está sendo ocupado de forma irregular. A proposta do projeto visa reverter essa situação de forma consciente, ocupando o espaço para usufruto da população e ajudando a preservar a mata nativa que ainda remanasce no local.



E N TO R N O E AC E S S O S

Localizado estrategicamente próximo ao ponto de intersecção dos Lagos Norte e Sul e próximo a algumas Regiões Administrativas carentes do Distrito Federal, o terreno tem fácil acesso tanto por via terrestre e quanto pelo Lago. Infelizmente a ciclovia existente é interrompida na área da barragem e os pontos de ônibus ficam distantes da entrada principal do complexo. Embora essa situação não seja a ideal, um projeto urbanístico para a área é completamente executável para reverter tais problemas, dependendo apenas da colaboração da Administração regional para ser colocado em prática.

ASA NORTE LAGO NORTE

ITAPOÃ PARANOÁ SOBRADINHO

DF-001

LAGO SUL JARDIM BOTÂNICO SÃO SEBASTIÃO


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D I AG R A M A S D E E ST U D O



N


TERRENO ORIGINAL



IMPLANTAÇÃO DOS PAVILHÕES


ÁREAS DE PRAÇA ÁREAS DE INTERESSE



T RAÇA D O D O PA R Q U E

EIXO PRINCIPAL EIXO SECUNDÁRIO Eixo auxiliar: CARGA E DESCARGA


D E F I N I N D O O PA R Q U E

Como um dos pilares do projeto é a sustentabilidade e preservação do cerrado, o trajeto do parque foi definido levando em consideração a disposição das massas de vegetação remanescentes no terreno. Assim, o traçado linear permeia a vegetação nativa do local e tenta ao máximo não interferir na mesma. O eixo principal corta o terreno de norte a sul em diagonal, ligando de forma direta a entrada do Parque à área de implantação do Pavilhão Principal. Os eixos secundários foram dispostos em áreas de vegetação mais densa, com o intuito de aproximar o visitante da natureza e possibilitar novas experiências à cada visita ao Museu. Eles servem também como diretrizes para uma possível expansão do Parque. Já os locais de interesse para implantação dos pavilhões foram definidos considerando áreas com menor densidade de vegetação e com um desnível de terreno não muito acentuado, de modo a reduzir o corte de árvores e movimentação de terra desnecessário Além lhões, as de plação

da implantação foram definidas praça, destinadas e exposição de

dos paviduas áreà contemesculturas.

ÁREAS

DE

INTERESSE:

01- ÁREA INICIAL Local de entrada do Parque e onde se localizará a recepção, a parte administrativa e o apoio do complexo. 02- ÁREA LÚDICA Previsão de uma praça aberta voltada para o convívio familiar e um Pavilhão de Exposição interativa. 03- ÁREA MUTAVEL ; Será um espaço renovável, destinado à montagem de pavilhões e obras efêmeras 04- ÁREA FORMAL; Este local será destinado a receber artefatos e demais materiais históricos, sendo expostos de forma tradicional. 05- ÁREA PRINCIPAL Local de implantação do Pavilhão Principal. Ele será o elemento ícone do complexo e terá um uso misto, servindo tanto como local para exposições quando de encontro e relaxamento.


via de carga arga

e desc

5

2

1 4

3


I M P L A N T A Ç Ã O D E F I N I D A !




[

]

O E I XO E S T R U T U R A D O R


P A S S A R E L A A

A passarela elevada é o elemento estruturador do projeto. É ela que conecta todos os espaços de exposição dentro do complexo.. E X T E N S Ã O T O T A L : 686,65 metros lineares. Como dito anteriormente, o conceito principal do projeto é ocupar o terreno de forma consciente e sustentável. Assim sendo, a definição desse eixo estruturador levou em consideração a premissa de interferir o mínimo possível nas massas de vegetação remanescentes no terreno.



TERRENO ORIGINAL

! IMPACTO

SOLUÇÃO

ESTRUTURA FINAL

O terreno foi estudado a fundo e uma passarela foi implantada nos lugares que já haviam sido desmatados e que o desnível do terreno não fosse muito acentuado, evitando causar maiores interferências na área. Porém, uma das grandes questões levantadas ao longo do desenvolvimento do projeto foi: como implantar um elemento tão importante para o complexo sem prejudicar a vegetação e evitar a compactação do solo? A solução encontrada foi elevar a passarela e criar uma estrutura que garantisse a permeabilidade do solo e proporcionasse um passeio confortável aos usuários do complexo museológico. Assim sendo, foi definido em projeto que a estrutura tocaria o terreno em áreas pontuais, através de sapatas de concreto e teria uma elevação mínima de 50cm do nível do solo– altura essa que pode variar para melhor se adequar ao local de implantação da mesma. Prezando sempre pela acessibilidade universal, o projeto optou pelo uso de rampas ao longo de todo o trajeto, não havendo nenhum trecho de escada no percurso.


T RAÇA D O DA PA S S A R E L A O traçado do Parque é dividido em dois eixos: o Principal e o Secundário. O Eixo Principal corta o terreno de norte a sul em diagonal, ligando a entrada do Museu ao Pavilhão Principal. Já o Eixo Secundário na verdade são caminhos alternativos adjacentes ao Principal. Ele serve para diversificar o trajeto e possibilitar novas experiências à cada visita ao Museu, além de servir como diretriz para uma possível expansão do Parque.


O tal passarela nada mais é do que uma estrutura metálica modular. A construção em módulos foi definida para facilitar a instalação da estrutura e permitir uma melhor adaptação da mesma ao terreno irregular em que será implantada. Com módulos de 5x10m, a estrutura foi toda construída em aço patinável natural, mais conhecido como aço corten. Esse material requer pouca manutenção e possibilita a criação de uma estrutura leve, que não marca a paisagem. Apesar de trazer o contraste da cor alaranjada, típica do aço escolhido, com o verde do local, a ideia é fazer com que a passarela se integre à natureza que a cerca. O piso da passarela também é composto por grelhas metálicas modulares com dimensão de 100x250cm. Este método de instalação facilita a manutenção e troca do piso, caso uma das grelhas seja danificada, além de permitir a permeabilidade física e visual da estrutura, uma vez que ela não retém água e possibilita ao visitante um contato indireto com a vegetação rasteira que cresce abaixo dele. Como a distância entre um pavilhão e outro pode ser longo para algumas pessoas, bancos de madeira foram acoplados a alguns módulos e distribuídos ao longo do percurso.










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O S PAV I L H Õ E S

]


FUNCION


NAMENTO


HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO: PARQUE Terça a quinta-feira: 09:30 às 18:30 Sexta-feira, sábado, domingo e feriado: 09:00 às 19:30 LOJA Terça a quinta-feira: 09:30 às 18:30 Sexta-feira, sábado, domingo e feriado: 09:00 às 19:30 RESTAURANTE Terça a quinta-feira: 12:00 às 16:00 Sexta-feira, sábado, domingo e feriado: 12:00 às 19:00 CAFÉ Terça a quinta-feira: 10:00 às 18:00 Sexta-feira, sábado, domingo e feriado: 10:00 às 19:00


INGRESSO: Respeitando o conceito de ser uma instituição sem fins lucrativos e com o intuito de valorizar o uso do transporte público e alternativos como bicletas e outros, a entrada será gratuita para pedestres, sendo cobrança apenas o estacionamento de veículos.

DENTRO DOS NÃO É

PAVILHÕES, PERMITIDO:

FACILIDADES DO PARQUE:



BLOCO BRASÍLIA

BLOCO CONHECIMENTO

PRAÇA E BLOCO INTEGRAÇÃO

PRAÇA DESCOBRIMENTO

BLOCO RECEPÇÃO

O M A P A D O PA R Q U E



BLOCO RECEPÇÃO


BLOCO RECEPÇÃO

É o ponto de partida do Parque. Local para pegar mapas e informações a respeito do complexo e onde se localiza a parte Administrativa do Museu

2.200,00m²

Área:

R

E

C

• Balcão pagamento

E

P

de do

Ç

Ã

O

:

informação e estacionamento;

• Bloco de banheiros e Fraudário; • Loja de souvenir; • Primeiros socorros; • DML e Depósito; A D M I N I S T R A Ç Ã O : • Recepção e Arquivo de documentos • Sala do Administrador, do Artista, da Curadoria e Sala de Reunião; • Copa e Lavabos



05 06

08

07

09

10


03 11

04

LEGENDA 01 - Balcão de informação 02 - Foyer e Mapa interativo

02

03 - Mirante 04 - Bloco administrativo 05 - Bloco de Banheiros

01

06 - DML; 07 - Fraudário; 08 - Loja de Souvenir; 09 - Depósito; 10 - Primeiros-Socorros; 11 - Sala de segurança;







PRAÇA E BLOCO INTEGRAÇÃO


PRAÇA E BLOCO INTEGRAÇÃO

Esta praça conta com um anfiteatro, para encenações de teatro, apresentações musicais, sessões de cinema ao entardecer etc, e um espelho d’água. Este possui jatos de spray de água para as crianças se divertirem nos dias quentes e secos da cidade; O Bloco Integração também está localizado na Praça. O pavilhão é destinado à montagem de obras interativas e conceituais, e conta com o apoio de um café e bloco de banheiros

870,95m²

Área:

P

A

V

I

L

H

Ã

O

:

• Sala de exposição; • Sala de ar-condicionado e segurança; • Reserva Técnica; C A F É

D A

P R A Ç A

• Balcão de atendimento • Bloco de banheiros





LEGENDA 01 - BLOCO INTEGRAÇÃO 02 - Espelho d’água 03 - Praça de Exposição 04 - Anfiteatro e Área de Exposição Multimídia

02


2

01

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06

01

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02

LEGENDA 01 - Praça de exposições 02 - Área expositiva 03 - Reserva Técnica 04 - Sala de ar-condicionado e Segurança 05 - Café

03

06 - Bloco de banheiros





BLOCO CONHECIMENTO


BLOCO CONHECIMENTO

Implantado fora de uma praça, o pavilhão tem sua entrada principal acoplada à passarela e fica disposto paralelo a outro trajeto da passarela. Para permitir uma constante variação na dinâmica da fachada do edificio, foram dispostos grandes brises móveis de aço patinável ao longo do corredor que dá acesso à galeria interna, para que os visitantes brinquem e interajam com o edificio.

281,95m²

Área:

P

A

V

I

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H

Ã

O

:

• Sala de exposição (tendo a possibilidade de ser dividida ao meio) • Sala de ar-condicionado e segurança • Reserva Técnica



02

01

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04


LEGENDA 01 - Corredor dos Brises 02 - Área expositiva 03 - Reserva Técnica 04 - Sala de ar-condicionado e Segurança




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O PAV I L H Ã O P R I N C I PA L



BLOCO BRASÍLIA


B R A S Í L I A

Ele é o elemento ícone do complexo. O pavilhão principal recebeu o nome de Bloco Brasília como forma de homenagear a cidade que o recebeu. Seu um volume sólido e conciso expressa grande rigor formal, austeridade e traduz com exatidão a intenção de se anunciar como uma pausa urbana destinada à contemplação e à reflexão. 6.93 0,00m²

Área:

BLOCO DE EXPOSIÇÕES • 04 Salas de exposição • Bloco de banheiros

B L O C O

• Depósito e Salas de apoio; B L O C O

S O C I A L :

• Terraço de Contemplação • Auditório e Área técnica • Restaurante e Cozinha; • Bloco de banheiros; • Reserva Técnica



Sendo idealizado para ter um uso misto, o pavilhão possui quatro pavimentos distribuidos em dois volumes distintos, conectados entre si por uma torre de circulação vertical, elemento que garante a acessibilidade a todos pavimentos. Em resumo, são dois andares destinados à exposição, um para contemplação e um para convívio social. O bloco superior é destinado a exposições de arte contemporânea, tendo um espaço expositivo destinado apenas a artistas de Brasília. Contido numa única faixa, onde o programa se distribui em espaços e momentos espaciais distintos, o Bloco de Exposições se lança para o Lago e desvincula-se do terreno com um balanço de 30 metros, revelando-se uma peça icônica na paisagem bucólica de todo o parque. Já o bloco inferior possui um viés mais social, possuindo um restaurante aberto ao público e sendo destinado a receber palestras, concertos e festivais. Além disso, o bloco inferior se abre para uma praça de exposição e conecta o Bloco Brasília à Orla do Lago Paranoá através de um deck.



O 1º pavimento e o Térreo são destinados a abrigar exposições de esculturas, sendo que o primeiro ainda conta com o apoio de um bloco de banheiros. A passarela metálica, elemento que estrutura o complexo do parque, se conecta no pavilhão principal através do 1º Pavimento do Bloco de Exposições. Este acesso é marcado por uma marquise de concreto instalada na fachada Sul.

Logo abaixo do Térreo, temos o Terraço. Este pavimento se localiza na cobertura do Bloco Social e é um importante elemento de transição entre os dois volumes que formam o Bloco Brasília. Ele é composto basicamente por um espelho d’água e uma passarela elevada, cujo desenho foi inspirado nos traços do paisagista Burle Marx, tão marcante no cotidiano da cidade.


Esse pavimento permite um passeio sobre as águas, criando um espaço de contemplação aos usuários e integra de forma indireta o Museu com o Lago. Por último, temos o Subsolo. Nesse pavimento se encontra o restaurante, com cozinha própria, o auditório com suas salas técnicas, um bloco de banheiro e a reserva técnica do museu, lugar que recebe, documenta, restaura e armazena todas as obras que serão expostas no complexo.

Sobre a estrutura do Bloco Brasília, quatro grandes painéis de concreto são a base estrutural para ambos os volumes que o compõe. Tais painéis suportam as vigas metálicas (3m de altura) localizadas na cobertura do Bloco de Exposição. Esta solução foi adotada para possibilitar a implementação do balanço e dar ao projeto mais personalidade, deixando parte dessa estrutura imponente aparecer.

1 PAVIMENTO TÉRREO

TERRAÇO SUBSOLO


A fachada do Bloco de Exposições é revestida com placas de concreto translúcido, material escolhido para permitir uma entrada sutil de luz nos espaços internos durante o dia e transparecer o movimento dos visitantes ao entardecer, fazendo da fachada um elemento de arte em constante movimento. A circulação interna do edifício foi disposta de forma periférica exatamente para proporcionar esse efeito. Já o Bloco Social é todo revestido em concreto aparente Como forma de preservar todo o acervo exposto nos Blocos, todas as aberturas receberam um vidro apropriado para filtrar a luz solar incidente sobre o volume. Para reforçar esta proteção e ajudar a barrar os raios solares, um brise modelo asa de avião foi disposto na frente da pele de vidro, na fachada Leste. Já no pergolado metálico da abertura zenital, uma estrutura modular revestida com um tecido de tratamento de luz foi disposta logo abaixo do vidro, permitindo uma entrada de luz difusa no espaço



COBERTURA pág: 139

1 PAV • TÉRREO pág: 141


TERRAร O pรกg: 143

SUBSOLO pรกg: 145




02

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LEGENDA 01 - Foyer 02 - Banheiro Feminino

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03 - Área Expositiva 01

09

04 - Banheiro Masculino 05 - Área Expositiva 02 (A) 06 - Área Expositiva 03 (A) 07 - Área Expositiva 04 08 - Área Expositiva 02 (B) 09 - Área Expositiva 03 (B) 10 - Varanda Contemplativa 11 - Bloco de Circulação Vertical

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10


02

01


LEGENDA 01 - Foyer 02 - Mirante 03 - Passarela 04 - Pra;a de Esculturas

03

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17

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04 01

09 08 05

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LEGENDA 01 - Foyer 02 - Sala de Segurança 03 - Reserva Técnica 04 - Montagem 05 - Quarentena 06 - Inventário 07 - Controle

15 14

08 - Restauro 09 - Depósito 10 - Carga e Descarga 11 - Vestiário de funcionários

16

12 - Cozinha 13 - Restaurante 14 - Bloco de banheiros 15 - Sala de Projeção e Apoio 16 - Auditório 17 - Praça de Exposições









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DETALHES CONSTRUTIVOS










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A MAQUETE

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W

LARISSA MONTEIRO M

M U S À

C É U

A

ARQUITETURA E URBANISM O [ PROJETO DE DIPLOMAÇÃO U


M ACHADO LOCKHART

S E U

A B E R T O

ORIENTADOR: MO IGOR CAMPOS UniCEUB O ] โ ข 2ยบ | 2015


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