Centros de Distribuição Verdes

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Centros de Distribuição Verdes Sérgio Adriano Loureiro Roberta de Barros Magalhães Santos

LALT - Laboratório de Aprendizagem em Logística e Transportes

Faculdade de Engenharia Civil - UNICAMP

Sérgio Adriano Loureiro Pesquisador do LALT desde 2005 Doutorando em Engenharia de Transportes pela FEC/ UNICAMP. Mestre em Engenharia de Transportes e Engenheiro Civil pela UNICAMP.

Quando se trata de reduzir o impacto ambiental resultante das cadeias de suprimentos, a maioria dos gestores pensa em ações direcionadas a mitigar os efeitos nocivos causados pelas operações de transporte. Hoje, o uso de veículos energeticamente mais eficientes, movidos a combustíveis menos poluentes como os biocombustíveis, é uma tendência global. Porém, poucas empresas adotam ações para reduzir o impacto ambiental provocado pelas suas instalações físicas, como fábricas, Centros de Distribuição e lojas. Dados da US Environmental Protection Agency (EPA, 2012) apontam que nos Estados Unidos as instalações prediais são responsáveis por: • 39% do total de energia utilizada; • 12% do consumo total de água; • 68% do consumo total de energia elétrica; • 38% das emissões de dióxido de carbono. No Brasil, segundo dados do Green Building Council Brasil (GBC Brasil, 2011), as instalações prediais são responsáveis por 42% do consumo de energia e 35% das emissões. Portanto, construir um Centro de Distribuição com critérios de sustentabilidade é uma grande oportunidade de negócio. Neste artigo, será discutido como implementar Centros de Distribuição sustentáveis, quais são os benefícios associados a este tipo de empreendimento e serão apresentados alguns exemplos de empresas no Brasil que investiram nesta ideia.

42 | Revista Cargo News

Roberta de Barros Magalhães Santos Logistics Projects - Mars PETCARE Mestranda em Engenharia de Transportes pela FEC / Unicamp - Engenheira Civil pela UNICAMP

O que torna um edifício verde? Edifícios verdes são projetados para reduzir o impacto do ambiente construído sobre o meio ambiente e a saúde humana, por meio de práticas como: • Uso eficiente de energia, água e outros recursos; • Redução da poluição, resíduos e degradação ambiental; • Proteção da saúde dos seus ocupantes e melhora da produtividade dos funcionários. Por isso, os edifícios verdes incorporam materiais sustentáveis em sua construção. Além disso, proporcionam ambientes saudáveis, com o mínimo de poluentes presentes, utilizam sistemas inteligentes que promovem uso eficiente de energia e água e são edifícios acessíveis e integrados ao transporte público.

Green Logistics O conceito de Green Logistics envolve as práticas e estratégias de gestão da cadeia de suprimentos que buscam reduzir o impacto ambiental na distribuição de mercadorias. Suas atividades centram-se na movimentação e armazenagem de materiais, na gestão de transportes, embalagens e resíduos. As práticas de Green Logistics incluem ações como transporte colaborativo, programas de logística reversa, emprego de veículos movidos a combustíveis alternativos, adoção de embalagens mais eficientes (de menor volume e reutilizáveis, feitas a partir de matérias primas sustentáveis) e a utilização de instalações prediais para fabricação e armazenamento de produtos que sejam ambientalmente amigáveis (Green Buildings). Green Buildings A construção verde (Green Buildings) é a prática de projetar estruturas e promover sua utilização através de processos que sejam ambientalmente responsáveis e eficientes ao longo de todo o ciclo de vida do edifício. Portanto, a construção verde é pensada desde sua concepção, construção, operação, manutenção, renovação e desconstrução. Esta prática expande e complementa as preocupações clássicas de um projeto de edifício, como sua utilidade, economia, durabilidade e conforto. A construção verde é também conhecida como um edifício de alto desempenho ou sustentável.

FanPage: Cargo News

Quais são os benefícios de um edifício verde? O impacto do ambiente construído sobre o meio ambiente, a saúde e a economia são enormes. Nos últimos anos temos acompanhado a escalada nos índices de poluição frente ao ritmo de consumo de recursos naturais e a limitada capacidade do planeta em recuperar-se desta demanda. Podemos afirmar que o grande desafio de nossa sociedade é conciliar o desenvolvimento econômico com o social e o ambiental. A adoção de estratégias de Green Building é parte da solução deste desafio. Os métodos de construção verde podem ser empregados em qualquer fase do ciclo de vida de um edifício, desde concepção, construção, utilização, renovação e desconstrução. No entanto, os maiores benefícios são obtidos quando as práticas são adotadas desde as fases iniciais de projeto e sua construção. Os potenciais benefícios de um edifício verde podem incluir os que são apresentadas na figura abaixo:

Potenciais Benefícios de um Edifício Verde (Fonte: Revista CREA ES, 2011)

www.cargonews.com.br

Como fazer um Centro de Distribuição verde A adoção das práticas de Green Building em um Centro de Distribuição permite impactos significativos na eficiência e no custo das operações. Os Centros de Distribuição possuem características que favorecem o emprego de diversas técnicas próprias de Green Buildings. Como exemplo, são edifícios que possuem grande área de cobertura, o que permite a captação da água de chuva e o uso de técnicas de melhor aproveitamento da iluminação natural, através de suas fachadas e de elementos zenitais. Isso reduz os gastos com energia e iluminação, que são fontes consideráveis de custos. Detalhando um pouco mais, dentre as técnicas aplicáveis aos Centros de Distribuição, podemos mencionar: • Telhados verdes: cobertos com vegetação, eles ajudam a regular a temperatura interna graças à absorção de calor e à economia de energia com sistemas de refrigeração. Tais telhados contribuem também para melhorar a qualidade do ar capturando CO2 e outros gases; • Telhados: podem receber sistemas de captação da água da chuva e pinturas especiais que ajudam a reduzir a absorção de calor, contribuindo assim para regulação da temperatura; • Sistema de iluminação: sistemas inteligentes, compostos por sensores de presença e luzes econômicas, podem ser empregados para a redução da energia despendida dentro do armazém; • Janelas e elementos zenitais: se forem estrategicamente posicionadas, janelas e claraboias podem permitir o uso de luz natural durante grandes períodos, reduzindo assim a necessidade de iluminação artificial e o consumo de energia. As janelas também contribuem para o controle da temperatura; • Portas e paredes: a segmentação de áreas do armazém através de portas e paredes facilita a manutenção e o controle da temperatura, colaborando para redução de custos com sistemas de refrigeração; • Equipamentos de movimentação: o uso de equipamentos de movimentação elétricos, além de mais eficientes, colabora para reduzir o consumo de combustíveis fósseis e reduz a necessidade de ventilação extra dentro do edifício; • Pavimentos permeáveis: o emprego de pavimentos permeáveis, como blocos de concreto, pisos intertravados em pátios de manobra e áreas externas do armazém, contribui para a melhor infiltração da água da chuva; • Paisagismo: o planejamento de áreas verdes no entorno do edifício colabora com o controle da temperatura interna, a captação de água e o bem estar dos usuários.

Revista Cargo News | 43


Centros de Distribuição Verdes Sérgio Adriano Loureiro Roberta de Barros Magalhães Santos

LALT - Laboratório de Aprendizagem em Logística e Transportes

Faculdade de Engenharia Civil - UNICAMP

Sérgio Adriano Loureiro Pesquisador do LALT desde 2005 Doutorando em Engenharia de Transportes pela FEC/ UNICAMP. Mestre em Engenharia de Transportes e Engenheiro Civil pela UNICAMP.

Quando se trata de reduzir o impacto ambiental resultante das cadeias de suprimentos, a maioria dos gestores pensa em ações direcionadas a mitigar os efeitos nocivos causados pelas operações de transporte. Hoje, o uso de veículos energeticamente mais eficientes, movidos a combustíveis menos poluentes como os biocombustíveis, é uma tendência global. Porém, poucas empresas adotam ações para reduzir o impacto ambiental provocado pelas suas instalações físicas, como fábricas, Centros de Distribuição e lojas. Dados da US Environmental Protection Agency (EPA, 2012) apontam que nos Estados Unidos as instalações prediais são responsáveis por: • 39% do total de energia utilizada; • 12% do consumo total de água; • 68% do consumo total de energia elétrica; • 38% das emissões de dióxido de carbono. No Brasil, segundo dados do Green Building Council Brasil (GBC Brasil, 2011), as instalações prediais são responsáveis por 42% do consumo de energia e 35% das emissões. Portanto, construir um Centro de Distribuição com critérios de sustentabilidade é uma grande oportunidade de negócio. Neste artigo, será discutido como implementar Centros de Distribuição sustentáveis, quais são os benefícios associados a este tipo de empreendimento e serão apresentados alguns exemplos de empresas no Brasil que investiram nesta ideia.

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Roberta de Barros Magalhães Santos Logistics Projects - Mars PETCARE Mestranda em Engenharia de Transportes pela FEC / Unicamp - Engenheira Civil pela UNICAMP

O que torna um edifício verde? Edifícios verdes são projetados para reduzir o impacto do ambiente construído sobre o meio ambiente e a saúde humana, por meio de práticas como: • Uso eficiente de energia, água e outros recursos; • Redução da poluição, resíduos e degradação ambiental; • Proteção da saúde dos seus ocupantes e melhora da produtividade dos funcionários. Por isso, os edifícios verdes incorporam materiais sustentáveis em sua construção. Além disso, proporcionam ambientes saudáveis, com o mínimo de poluentes presentes, utilizam sistemas inteligentes que promovem uso eficiente de energia e água e são edifícios acessíveis e integrados ao transporte público.

Green Logistics O conceito de Green Logistics envolve as práticas e estratégias de gestão da cadeia de suprimentos que buscam reduzir o impacto ambiental na distribuição de mercadorias. Suas atividades centram-se na movimentação e armazenagem de materiais, na gestão de transportes, embalagens e resíduos. As práticas de Green Logistics incluem ações como transporte colaborativo, programas de logística reversa, emprego de veículos movidos a combustíveis alternativos, adoção de embalagens mais eficientes (de menor volume e reutilizáveis, feitas a partir de matérias primas sustentáveis) e a utilização de instalações prediais para fabricação e armazenamento de produtos que sejam ambientalmente amigáveis (Green Buildings). Green Buildings A construção verde (Green Buildings) é a prática de projetar estruturas e promover sua utilização através de processos que sejam ambientalmente responsáveis e eficientes ao longo de todo o ciclo de vida do edifício. Portanto, a construção verde é pensada desde sua concepção, construção, operação, manutenção, renovação e desconstrução. Esta prática expande e complementa as preocupações clássicas de um projeto de edifício, como sua utilidade, economia, durabilidade e conforto. A construção verde é também conhecida como um edifício de alto desempenho ou sustentável.

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Quais são os benefícios de um edifício verde? O impacto do ambiente construído sobre o meio ambiente, a saúde e a economia são enormes. Nos últimos anos temos acompanhado a escalada nos índices de poluição frente ao ritmo de consumo de recursos naturais e a limitada capacidade do planeta em recuperar-se desta demanda. Podemos afirmar que o grande desafio de nossa sociedade é conciliar o desenvolvimento econômico com o social e o ambiental. A adoção de estratégias de Green Building é parte da solução deste desafio. Os métodos de construção verde podem ser empregados em qualquer fase do ciclo de vida de um edifício, desde concepção, construção, utilização, renovação e desconstrução. No entanto, os maiores benefícios são obtidos quando as práticas são adotadas desde as fases iniciais de projeto e sua construção. Os potenciais benefícios de um edifício verde podem incluir os que são apresentadas na figura abaixo:

Potenciais Benefícios de um Edifício Verde (Fonte: Revista CREA ES, 2011)

www.cargonews.com.br

Como fazer um Centro de Distribuição verde A adoção das práticas de Green Building em um Centro de Distribuição permite impactos significativos na eficiência e no custo das operações. Os Centros de Distribuição possuem características que favorecem o emprego de diversas técnicas próprias de Green Buildings. Como exemplo, são edifícios que possuem grande área de cobertura, o que permite a captação da água de chuva e o uso de técnicas de melhor aproveitamento da iluminação natural, através de suas fachadas e de elementos zenitais. Isso reduz os gastos com energia e iluminação, que são fontes consideráveis de custos. Detalhando um pouco mais, dentre as técnicas aplicáveis aos Centros de Distribuição, podemos mencionar: • Telhados verdes: cobertos com vegetação, eles ajudam a regular a temperatura interna graças à absorção de calor e à economia de energia com sistemas de refrigeração. Tais telhados contribuem também para melhorar a qualidade do ar capturando CO2 e outros gases; • Telhados: podem receber sistemas de captação da água da chuva e pinturas especiais que ajudam a reduzir a absorção de calor, contribuindo assim para regulação da temperatura; • Sistema de iluminação: sistemas inteligentes, compostos por sensores de presença e luzes econômicas, podem ser empregados para a redução da energia despendida dentro do armazém; • Janelas e elementos zenitais: se forem estrategicamente posicionadas, janelas e claraboias podem permitir o uso de luz natural durante grandes períodos, reduzindo assim a necessidade de iluminação artificial e o consumo de energia. As janelas também contribuem para o controle da temperatura; • Portas e paredes: a segmentação de áreas do armazém através de portas e paredes facilita a manutenção e o controle da temperatura, colaborando para redução de custos com sistemas de refrigeração; • Equipamentos de movimentação: o uso de equipamentos de movimentação elétricos, além de mais eficientes, colabora para reduzir o consumo de combustíveis fósseis e reduz a necessidade de ventilação extra dentro do edifício; • Pavimentos permeáveis: o emprego de pavimentos permeáveis, como blocos de concreto, pisos intertravados em pátios de manobra e áreas externas do armazém, contribui para a melhor infiltração da água da chuva; • Paisagismo: o planejamento de áreas verdes no entorno do edifício colabora com o controle da temperatura interna, a captação de água e o bem estar dos usuários.

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Procter & Gamble O Centro de Distribuição da Procter & Gamble, localizado em Itatiaia (RJ), possui características próprias dos edifícios verdes. Ele foi concebido prevendo a utilização de luz e de ventilação naturais – reduzindo assim o consumo de energia elétrica –, adotou ferramentas de gestão de resíduos da construção e utilizou madeira certificada. Dessa forma, o CD obteve a certificação Leadership in Energy and Environmental Design (Leed) na categoria Gold, concedida pelo United States Green Building Council (USGBC).

Esquema de Centro de Distribuição Verde (Fonte: Blog Logística Sustentável, 2011)

Bons exemplos CDs verdes no Brasil: Grupo Pão de Açúcar No início de 2010, o Grupo Pão de Açúcar inaugurou seu primeiro Centro de Distribuição verde, localizado em Brasília. Nesse CD, o grupo aplicou práticas eficazes para racionalizar o uso da água e da energia elétrica. Mas a preocupação e os princípios de sustentabilidade foram também empregados durante a fase de construção. No CD, foi aplicada uma pintura ecológica com tintas e vernizes a base de água ou com baixa emissão de compostos. Por sua vez, a madeira empregada na construção foi toda reutilizada. Além disso, a edificação privilegiou a ventilação natural, incorporou cobertura vegetal nas áreas não edificadas e foram aplicados revestimentos de piso e paredes laváveis. O edifício conta com diversos sistemas de conservação de água. A água da chuva, captada através do telhado, é empregada na limpeza das áreas externas. Os vasos sanitários e as torneiras possuem um sistema que racionaliza seu uso. A água utilizada na lavagem das máquinas de movimentação é tratada, e o óleo proveniente dessa limpeza é separado antes do descarte da água. O terreno do Centro de Distribuição é calçado com bloquetes que permitem a infiltração de águas pluviais. Há também o reaproveitamento da água no degelo das câmaras frias. Para economizar energia elétrica, o prédio conta com controlador de demanda, telhas translúcidas que permitem a iluminação natural e dispensa o uso de lâmpadas elétricas, e um sistema de desligamento automático de luminárias de acordo com a luminosidade do ambiente. O sistema de captação de energia solar aquece a água utilizada na cozinha.

44 | Revista Cargo News

E para evitar desperdícios, as tubulações hidráulicas e elétricas são aparentes, facilitando os reparos e a manutenção e reduzindo a geração de resíduos de alvenaria. Iveco O Centro de Operações de Peças Iveco (COPI) tem 10 mil m² de área construída e 100 mil m³ para o armazenamento de peças. Movimenta hoje aproximadamente 37 mil part numbers e seu complexo industrial foi projetado segundo o conceito de edifício verde. Dentre as ações de projeto, destacam-se o uso de blocos de concreto que permitem a absorção de chuva, ao contrário do asfalto, que é um material que impermeabiliza o solo e cria o efeito de ilha de calor. Além disso, foi construído um sistema que recupera as águas da chuva para uso em vasos sanitários, jardinagem e no sistema anti-incêndio, diminuindo em 30% a necessidade de água. O teto do depósito foi feito de material translúcido, o que diminui a necessidade de energia elétrica em até 15%. Dentre os benefícios alcançados com o Centro de Distribuição sustentável da Iveco, podem ser citados os seguintes: - Redução da utilização de energia elétrica; - Captação de água da chuva para uso na irrigação e nos processos de limpeza; - Economia no uso de água potável; - Redução na emissão de gases CO2; - Melhoria na qualidade de trabalho; - Utilização de materiais e recursos sustentáveis; - Melhor qualidade dos ambientes internos; - Respeito pelas pessoas.

FanPage: Cargo News

Os números que resumem seus benefícios são os seguintes: • 38,9% de redução no consumo de energia; • 67% de economia com iluminação interna; • 10,9% de economia com ar-condicionado; • 100% dos resíduos gerados em obra desviados dos aterros sanitários; • 30% dos materiais utilizados foram extraídos, manufaturados e armazenados próximos do empreendimento; • 100% dos ambientes permanentemente ocupados com monitores de CO2.

Conclusões É crescente a necessidade de se investir em Centros de Distribuição sustentáveis, pois são grandes os benefícios ambientais, sociais e econômicos que esses empreendimentos oferecem. Apesar dos exemplos no Brasil ainda serem recentes, eles se tornam cada dia mais frequentes, e acreditamos que seja esta a tendência. O índice de certificação de edifícios sustentáveis cresce a taxas anuais de dois dígitos nos últimos anos. Optamos por não focar o artigo neste aspecto, não por considerá-lo menos importante, mas devido ao intuito de chamar a atenção do leitor para o que consideramos fundamental: a adoção das práticas de Green Building pelas empresas. Dessa forma, foram apresentados exemplos concretos da aplicabilidade dessas práticas em Centros de Distribuição, seja qual for a fase do ciclo de vida da edificação. REFERÊNCIAS: Relatório Anual do World GBC 2011. (2011). Fonte: Green Building Council Brasil: http://www.gbcbrasil.org.br - U.S. Environmental Protection Agency - EPA (2012) Green Building. http://www. epa.gov/greenbuilding - Casado, M. (2011) Green Building, Antes Tarde do que Nunca. Revista CREA ES, Junho 2011. - Logística Sustentável (2011) Esquema de um Centro de Distribuição verde. http://logisticasustentavel. wordpress.com


Procter & Gamble O Centro de Distribuição da Procter & Gamble, localizado em Itatiaia (RJ), possui características próprias dos edifícios verdes. Ele foi concebido prevendo a utilização de luz e de ventilação naturais – reduzindo assim o consumo de energia elétrica –, adotou ferramentas de gestão de resíduos da construção e utilizou madeira certificada. Dessa forma, o CD obteve a certificação Leadership in Energy and Environmental Design (Leed) na categoria Gold, concedida pelo United States Green Building Council (USGBC).

Esquema de Centro de Distribuição Verde (Fonte: Blog Logística Sustentável, 2011)

Bons exemplos CDs verdes no Brasil: Grupo Pão de Açúcar No início de 2010, o Grupo Pão de Açúcar inaugurou seu primeiro Centro de Distribuição verde, localizado em Brasília. Nesse CD, o grupo aplicou práticas eficazes para racionalizar o uso da água e da energia elétrica. Mas a preocupação e os princípios de sustentabilidade foram também empregados durante a fase de construção. No CD, foi aplicada uma pintura ecológica com tintas e vernizes a base de água ou com baixa emissão de compostos. Por sua vez, a madeira empregada na construção foi toda reutilizada. Além disso, a edificação privilegiou a ventilação natural, incorporou cobertura vegetal nas áreas não edificadas e foram aplicados revestimentos de piso e paredes laváveis. O edifício conta com diversos sistemas de conservação de água. A água da chuva, captada através do telhado, é empregada na limpeza das áreas externas. Os vasos sanitários e as torneiras possuem um sistema que racionaliza seu uso. A água utilizada na lavagem das máquinas de movimentação é tratada, e o óleo proveniente dessa limpeza é separado antes do descarte da água. O terreno do Centro de Distribuição é calçado com bloquetes que permitem a infiltração de águas pluviais. Há também o reaproveitamento da água no degelo das câmaras frias. Para economizar energia elétrica, o prédio conta com controlador de demanda, telhas translúcidas que permitem a iluminação natural e dispensa o uso de lâmpadas elétricas, e um sistema de desligamento automático de luminárias de acordo com a luminosidade do ambiente. O sistema de captação de energia solar aquece a água utilizada na cozinha.

44 | Revista Cargo News

E para evitar desperdícios, as tubulações hidráulicas e elétricas são aparentes, facilitando os reparos e a manutenção e reduzindo a geração de resíduos de alvenaria. Iveco O Centro de Operações de Peças Iveco (COPI) tem 10 mil m² de área construída e 100 mil m³ para o armazenamento de peças. Movimenta hoje aproximadamente 37 mil part numbers e seu complexo industrial foi projetado segundo o conceito de edifício verde. Dentre as ações de projeto, destacam-se o uso de blocos de concreto que permitem a absorção de chuva, ao contrário do asfalto, que é um material que impermeabiliza o solo e cria o efeito de ilha de calor. Além disso, foi construído um sistema que recupera as águas da chuva para uso em vasos sanitários, jardinagem e no sistema anti-incêndio, diminuindo em 30% a necessidade de água. O teto do depósito foi feito de material translúcido, o que diminui a necessidade de energia elétrica em até 15%. Dentre os benefícios alcançados com o Centro de Distribuição sustentável da Iveco, podem ser citados os seguintes: - Redução da utilização de energia elétrica; - Captação de água da chuva para uso na irrigação e nos processos de limpeza; - Economia no uso de água potável; - Redução na emissão de gases CO2; - Melhoria na qualidade de trabalho; - Utilização de materiais e recursos sustentáveis; - Melhor qualidade dos ambientes internos; - Respeito pelas pessoas.

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Os números que resumem seus benefícios são os seguintes: • 38,9% de redução no consumo de energia; • 67% de economia com iluminação interna; • 10,9% de economia com ar-condicionado; • 100% dos resíduos gerados em obra desviados dos aterros sanitários; • 30% dos materiais utilizados foram extraídos, manufaturados e armazenados próximos do empreendimento; • 100% dos ambientes permanentemente ocupados com monitores de CO2.

Conclusões É crescente a necessidade de se investir em Centros de Distribuição sustentáveis, pois são grandes os benefícios ambientais, sociais e econômicos que esses empreendimentos oferecem. Apesar dos exemplos no Brasil ainda serem recentes, eles se tornam cada dia mais frequentes, e acreditamos que seja esta a tendência. O índice de certificação de edifícios sustentáveis cresce a taxas anuais de dois dígitos nos últimos anos. Optamos por não focar o artigo neste aspecto, não por considerá-lo menos importante, mas devido ao intuito de chamar a atenção do leitor para o que consideramos fundamental: a adoção das práticas de Green Building pelas empresas. Dessa forma, foram apresentados exemplos concretos da aplicabilidade dessas práticas em Centros de Distribuição, seja qual for a fase do ciclo de vida da edificação. REFERÊNCIAS: Relatório Anual do World GBC 2011. (2011). Fonte: Green Building Council Brasil: http://www.gbcbrasil.org.br - U.S. Environmental Protection Agency - EPA (2012) Green Building. http://www. epa.gov/greenbuilding - Casado, M. (2011) Green Building, Antes Tarde do que Nunca. Revista CREA ES, Junho 2011. - Logística Sustentável (2011) Esquema de um Centro de Distribuição verde. http://logisticasustentavel. wordpress.com


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