Artigo publicado na edição 43
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novembro e dezembro de 2014
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:: artigo
Roadmap da Logística Brasileira Retrospectiva e tendências Esse artigo tem como proposta responder à pergunta: Qual foi a trajetória da logística brasileira na última década? Para isso, foi construído um roadmap dos setores de tecnologia, transportes e estoques para a logística brasileira, utilizando, como referencial, a literatura científica nacional e internacional e, como matéria-prima principal, os artigos publicados pela revista MundoLogística, desde a sua criação.
Orlando Fontes Lima Junior
Professor titular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenador do Laboratório de Aprendizagem em Logística e Transportes (LALT).
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A
dícios de inovação brasileira no setor. palavra de ordem do século 21 é inovação, permeando toRETROSPECTIVA DA LOGÍSTICA das as atividades produtivas e Estamos progredindo, BRASILEIRA o dia a dia das pessoas. O conceito de Se observarmos como vem evoinovação vem fortemente se difune muito, na área de luindo a geração do valor econômico, dindo e se consolidando nas diferenlogística no Brasil. ao longo da história do homem, vetes areas do conhecimento humano. remos que se inicia na extração veÉ, atualmente, o principal diferencial getal e mineral, passa pela produção competitivo das empresas e elemende bens e fornecimento de serviços e to desejado pelas pessoas. Pode-se chega à encenação de experiências, nos filmes, jogos, espensar a inovação em termos de produtos, processos, petáculos em geral. Nessa trajetória, as posições compegestão, mercados e fornecedores e materiais. Não pretitivas passam a ser galgadas, cada vez mais, pela diferencisa fazer muito esforço, basta olhar ao lado e verá algo ciação do produto e integração das cadeias produtivas. novo, alguma mudança. Na última década, a indústria de entretenimento Voltada à inovação e nascida no início deste século, a mundial igualou-se em movimentação de dinheiro e gerevista MundoLogística foi concebida com o objetivo de ração de empregos à indústria automobilística. Para nós, ocupar a importante posição no mercado editorial braé extremamente simbólico, pois é a automobilística a insileiro e fazer a ponte entre o conhecimento e a prática dústria mãe da logística atual, a criadora do conceito de na área de logística e Supply Chain Management. Posição Supply Chain Management (SCM) e a responsável pelos difícil de ocupar, visto que a academia e a prática usam seus principais desenvolvimentos. linguagens diferentes, agem de formas diversas e têm Essas mudanças também vêm ocorrendo no Brasil, interesses e objetivos distintos, mas é nesse nicho que se nos últimos 60 anos. Saímos de uma posição, nas décaencontra o maior potencial de inovação do setor. das de 50 e 60, na qual o grande desafio era produzir Trazendo sempre benchmarks importantes da prática bens e transportá-los. Deparamos, depois, com as quesdo setor e os avanços técnicos e científicos mais relevantões do preço, qualidade e estoques, já nos anos 70 e tes, a revista MundoLogística utiliza uma linguagem de fá80. No período, deixamos a gestão do frete e passamos cil entendimento, mas com rigor científico, que permite a administrar a logística industrial. maior consistência e longevidade de suas reportagens e Nos anos 60 e 70, a grande questão foi a administraartigos. Assim, o que vem fazendo, nos últimos anos, é ção das funções transporte e estoque, e as palavras de retratar a evolução da logística brasileira e apresentar as ordem eram produtividade e informática. Já nos anos 80, principais inovações práticas e acadêmicas relacionadas. chega o desafio da integração interna e, com ela, a terEssa é a principal constatação que faço, depois de me ceirização, a comunicação e a tecnologia da informação, debruçar criticamente sobre os 30 primeiros números surgindo o Manufacturing Resource Planning (MRP), Disda Mundo Logística já publicados e consolidados em um tribution Requirements Planning (DRP), just in time (JIT), DVD, que permite ao leitor navegar, de forma rápida customer service e as palavras de ordem passaram a ser e direta, vivenciando a prazerosa viagem pela logística tempo e qualidade. brasileira dos últimos sete anos. Chegamos à fase dos serviços e da valorização das Na estrutura do trabalho, procurei atender quem marcas, momentos nos quais a logística começou a se considero o principal leitor, que é o profissional curioso destacar. Nos anos 90, iniciaram as primeiras tentativas e interessado em conhecer técnicas de logística e práde coordenação externa dos parceiros e, com ela, a ticas relevantes, e deseja um roteiro estruturado, que reestruturação organizacional, os custos baseados em permita ou potencialize seu aprendizado, durante esse atividades, o gerenciamento de riscos, a busca da alaprocesso. Nessa trajetória de passado, presente e futuro, vancagem de recursos e a globalização das operações. o leitor pode passear por elementos da evolução, do Na década de 90, tratamos, principalmente, da inteestágio atual e uma reflexão para o futuro da logística gração interna e externa dos processos logísticos, para brasileira. chegarmos, hoje, à situação na qual os diferenciais estão Posso antecipar, aqui, a principal conclusão do trabano valor agregado, durante o processo, na força dos relho: estamos progredindo, e muito, na área de logística lacionamentos entre os parceiros da cadeia produtiva e no Brasil. Passamos de uma fase típica de adoção de sona responsabilidade socioambiental em relação ao meio, luções importadas, para uma de uso seletivo e adaptado questões típicas para o SCM dos anos 2000 e 2010. por soluções importadas, e já surgem os primeiros in31
O cenário atual da logística e do Supply Chain, tanto no Brasil, quanto no mundo, passa por grande proliferação de produtos, a maior parte globalizada, por reduções nos ciclos de vida, maiores exigências de serviços (JIT, Efficient Consumer Response (ECR), Quick Response (QR)), por variada segmentação de clientes, canais e mercados e significativas mudanças tecnológicas (Radio-Frequency Identification (RFID)). Tudo isso cria uma grande complexidade operacional, só contornada graças aos avanços da tecnologia da informação, que têm como contrapartida maiores custos de operação e necessidades de maiores investimentos. O paradoxo é que os produtos caminham, cada vez
NO BRASIL
ANOS
50
ERA LOGÍSTICA
NATUREZA DO TRABALHO
NATUREZA DO PROJETO DA TAREFA
NATUREZA DOS CONFLITOS (TRADE-OFF)
PERSPECTIVAS PARA A AMPLIAÇÃO DO SISTEMA
CRITÉRIO PARA O PROJETO DO SISTEMA
GRAU DE DIFICULDADE DE IMPLANTAÇÃO
PRÉ-LOGÍSTICA
FRETE
FRETES
FRETE MÍNIMO
BAIXO
CUSTO DO TRANSPORTE
OLHANDO ALÉM DOS FRETES
MÍNIMO CUSTO TOTAL DE TRANSPORTE
BAIXO
ENFOQUE FRETE MODAL
PROJETO DO SISTEMA DE TRANSPORTE
TÉCNICO ANOS
60
ENFOQUE CUSTO MODAL
LOGÍSTICA ANOS
70
80 90
ENFOQUE DO LUCRO TOTAL
2000 ANOS
2010
MÍNIMO CUSTO TOTAL
MODERADO
CONFLITOS CUSTOSERVIÇO
OLHANDO ALÉM DO CUSTO TOTAL
MÁXIMO LUCRO TOTAL
ALTO
CONFLITOS ENTRE FIRMAS
OLHANDO ALÉM DA FIRMA
MÁXIMO LUCRO DO CANAL LOGÍSTICO
MUITO ALTO
ENFOQUE DO EMPREENDIMENTO
ENFOQUE DA RESPONSABILIDADE TOTAL
PROJETO DO SISTEMA LOGÍSTICO
GERENTE ESPECIALISTA
ENFOQUE DE CANAL LOGÍSTICO SUPPLY CHAIN
ANOS
OLHANDO ALÉM DO CUSTO DE TRANSPORTE
ANOS
CONFLITOS INTRAFUNCIONAIS
ENFOQUE DO CUSTO TOTAL
ANOS
mais, para um perfil de commodities, com margens de lucros mínimas e custos de distribuição crescentes. O resultado final foi o aumento da importância estratégica das atividades logísticas e de SCM. Porém, aonde vamos? O que vem depois do fast food, do caixa automático, do delivery e das redes sociais? Hoje, fala-se em redes cooperativas, competitividade entre cadeias produtivas e 70 % das empresas europeias e americanas têm, no seu primeiro escalão, pelo menos, um profissional envolvido com logística e SCM. Um emblemático indicador dessas mudanças foi a alteração do nome da principal associação internacional da categoria, antes Council of Logistics Management
GERENTE GENERALISTA
ADAPTAÇÃO DOS SUPPLY CHAINS COM O SISTEMA GLOBAL E A SOCIEDADE
CONFLITOS INTERFUNCIONAIS
OLHANDO ALÉM DA FUNÇÃO LOGÍSTICA
MÁXIMO LUCRO DO EMPREENDIMENTO TOTAL
MUITO ALTO
CONFLITOS NA SOCIEDADE
OLHANDO ALÉM DAS CONSI DERAÇÕES ECONÔMICAS
MÁXIMA RELAÇÃO CUSTOBENEFÍCIO
MUITO ALTO
Tabela 1: Comparação entre as Eras da logística e seus enfoques. Fonte: Adaptado de Poist (1989). 32 www.revistamundologistica.com.br
(CLM), para Council of Supply Chain Management Profissionals (CSCMP), em 2004. Encerramos a fase da logística e começamos a do Supply Chain Management, definitivamente. Portanto, o SCM é uma evolução da logística? É difícil fazer essa afirmativa, pois essas definições não são consenso no mundo. Para alguns, logística é maior que SCM, pois trata, também, de distribuição e não apenas de suprimentos, para outros, é o inverso, com a visão do SCM mais abrangente. Esse é um sintoma típico de áreas de conhecimento ainda pouco consolidadas. Para mim, logística e SCM são termos que tratam do mesmo objeto, sob enfoques diferentes. A logística é voltada para questões mais táticas e o SCM para as questões estratégicas das cadeias produtivas. Essa afirmação se baseia no fato das definições de logística passarem sempre por questões relacionadas a planejamento e operação de sistemas físicos, informação e gerenciais, necessárias para que insumos e produtos vençam condicionantes espaciais e temporais, de forma econômica. Já as definições de SCM se voltam a aspectos de integração da cadeia produtiva e relacionamento entre os atores, inclusive, buscando avaliações globais. O importante é entender que existe um conjunto de atividades de suprimento de insumos, distribuição de produtos acabados e alguns fluxos reversos relacionados aos processos produtivos, em geral, que vêm sendo tratados de forma cada vez mais ampla pelo que se está chamando de logística e SCM. Esses processos utilizam estratégias baseadas, preferencialmente, em transporte, estoque e informação. A lógica é do foco no serviço ao cliente, com base no projeto e escolha de canais de suprimentos e de distribuição adequados, e na estratégia de rede, utilizando recursos de transporte, estoque e informação, e apoiado pelas diferentes funções das organizações. Em 2011, o professor Machline (2011) publicou uma interessante análise dos últimos 50 anos da logística brasileira e concluiu que seu desenvolvimento foi semelhante ao dos Estados Unidos, com certa defasagem temporal. Iniciou com foco no transporte, nas décadas de 1950 e 1960, ampliando para a logística empresarial,
ERA 6: SUPPLY CHAIN ERA 5: LOGÍSTICA É DIFERENCIAL ERA 4: FOCO NO CLIENTE ERA 3: FUNÇÕES INTEGRADAS ERA 2: FUNÇÕES SEGMENTADAS ERA 1: DA FAZENDA AO MERCADO
0 1000 1500 1800 1890 1900 1920 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 TEMPO EM ANOS ( ESCALA LONGITUDINAL)
BRASIL
MILITAR
CIVIL
Figura 1: Evolução do pensamento logístico no Brasil e no mundo. Fonte: Adaptado de Rutner e Cox (2012). 33
nas décadas de 1970 e 1980, e incorporando a visão de gestão da cadeia de suprimentos, nos anos 1990. Com base em um trabalho de Poist (1989), dos anos 90, a Tabela 1 foi adaptada para organizar as fases da logística brasileira, divididas, aproximadamente, em décadas. Essa tabela apresenta como evoluímos nos conceitos e nas práticas, desde os anos 50 até hoje. Durante esse período, foi produzida extensa literatura técnica nacional. Um aspecto interessante é como as publicações também
TECNOLOGIAS
FASE 1 DA LOGÍSTICA: ATUAÇÃO SEGMENTADA
FASE 2 DA LOGÍSTICA: INTEGRAÇÃO RÍGIDA
foram se ajustando aos momentos da logística. Com base no estudo recente de Rutner e Cox (2012), que procura mapear a evolução do pensamento logístico no meio civil e militar do mundo, pode-se visualizar que a evolução do tema, no Brasil, tem uma defasagem temporal de adoção das ideias, mas com tempos cada vez menores (Figura 1). Esse é um sinal de maturidade do mercado e inteligência nacional no tema, e que sinaliza, em breve, um estágio de inovação pela frente. O Brasil,
FASE 3 DA LOGÍSTICA: INTEGRAÇÃO FLEXÍVEL
LAN
WLAN
EDI
E-COMMERCE
IDENTIFICADORES ELETRÔNICOS
CÓDIGO DE BARRAS
ARMAZENAGEM DIGITAL DE DADOS
PICKING TO LIGHT SENSORIAMENTO REMOTO
VOICE PICKING
CAMINHÕES
PRODUTOS
VAGÃO DOUBLE STACK TRANSELEVADOR AUTOMÁTICO
SOFTWARES DE TI
PALETIZADOR MANUAL
PALETIZADOR AUTOMÁTICO
CARROSSÉIS (VERTICAIS E ROTACIONAIS)
MRP
MRP II MES MIS
TQM EIS WMS
Figura 2: Roadmap da logística brasileira. 34 www.revistamundologistica.com.br
GPS
TMS
diferentemente da Índia, tem na sua cultura e história certa passividade para o desenvolvimento de tecnologia nacional, optando pela importação e pagamento de royalties, na maior parte das vezes. Como os processos logísticos têm muitos condicionantes locais, estamos, lentamente, adquirindo essa independência, principalmente no que tange à gestão de risco, na qual temos de desenvolver conhecimento nacional para administrá-la.
O ROADMAP DA LOGÍSTICA BRASILEIRA O roadmap é uma forma de visualização gráfica da evolução de mercados, produtos e tecnologias. Essa técnica permite apoiar processos de planejamento, análise histórica e alinhamento das visões sobre um dado tema. Um importante resultado da análise de um determinado roadmap é a visualização do processo de market pull e technology push de um determinado setor. A Figura 2 apresenta o roadmap da logística brasi-
TRANSPORTE
FASE 4 DA LOGÍSTICA: INTEGRAÇÃO ESTRATÉGICA (SCM)
WIMAX SOCIAL COMMERCE
E-MARKETPLACE
IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO
WITRICITY
TELEVISION COMMERCE
MOBILE COMMERCE
GEOGRAFIA RFID
QRCODE
CLOUD COMPUTING COMÉRCIO ELETRÔNICO
LEAN-LIFT
DOUBLE STACK
TECNOLOGIA DE CONTROLE VIA SENSORES (AVATAR)
ROTOMAT
SOFTWARES DE TI EM GERAL CAMINHÕES INTELIGENTES
CARROS AUTÔNOMOS
PRATELEIRAS COM LEITOR RFID
ARMAZENAMENTO
SISTEMA DE MOVIMENTAÇÃO SEM OPERADOR
SEMÁFOROS AUTÔNOMOS
CRM/SRM
VEÍCULOS ELÉTRICOS
TRANSFERÊNCIA SEM FIO
APS
SIX SIGMA
COMBUSTÍVEIS LMS
ECM FCS
ERP
EAI
SIMULADORES
OUTRAS
Legenda - Área Relacionada 35
% OCORRÊNCIAS
% ACUMULADA
LOGÍSTICA LEAN
11,01695
11,01695
OPERADOR LOGÍSTICO
11,01695
22,0339
SISTEMA PORTUÁRIO
6,779661
28,81356
TERCEIRIZAÇÃO
6,779661
35,59322
GERENCIAMENTO DE RISCO
5,932203
41,52542
CABOTAGEM
5,084746
46,61017
TRANSPORTE RODOVIÁRIO
5,084746
51,69492
LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL
5,084746
56,77966
SISTEMA APS
4,237288
61,01695
TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO
4,237288
65,25424
TEMA
Tabela 2: Principais temas abordados entre 2008 e 2014, na revista MundoLogística.
leira, levando em consideração tecnologias, softwares e produtos (Albertin, Loureiro, Lima e Rutkowski, 2013), e é organizado em quatro fases: atuação segmentada, integração rígida, integração flexível e integração estratégica. A fase de atuação segmentada apresenta a valorização das funções de forma independente, com destaque ao transporte e à armazenagem. A fase da integração rígida está associada à integração dessas funções e à gestão dos trade-off entre elas. Já na fase de integração flexível, a participação de fornecedores e clientes no processo muda bastante o perfil das operações e, finalmente, na fase da integração estratégica, surge o conceito de gestão da cadeia de suprimentos em sua totalidade. As empresas brasileiras do setor de logística estão distribuídas entre esses quatro estágios, com maior incidência nos dois intermediários. O roadmap permite associar tecnologia, softwares e produtos voltados à logística a essas fases e, com isso, classificar o estágio da empresa não apenas em termos de gestão, como de ativos. As fases propostas no roadmap estão em grande sintonia com o desenvolvimento histórico da logística, tanto no mundo, quanto no Brasil. Durante a construção desse texto, a base de artigos publicados na revista MundoLogística foi de grande valia, permitindo a construção dessa visão geral da logística
TEMAS ABORDADOS PELA MUNDOLOGÍSTICA 30
25
2008 2009
20
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2014
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 1. Logística Lean 2.Operador Logístico 3. Sistema Portuário 4. Terceirização 5. Gerenciamento de Risco 6. Transporte Marítimo Cabotagem 7. Transporte Rodoviário
8. Logística Sustentável 9. Sistema APS 10. TI 11. Logística Tributária 12. Simulação 13. Indicadores Logísticos 14. E-commerce 15. Gestão de Estoques MRO
16. Transporte Aéreo 17. Balanced Scorecard 18. Ferramentas da Qualidade 19.Inventário Rotativo 20. Robótica/Automação 21. Plataforma/Polos Logístico
22. Intermodalidade 23. Frota de Transferência 24. Transporte Marítimo 25. Produtividade 26. Seis Sigma 27. Supplier Milk Run 28. Value Stream Mapping (fluxo de valor)
Figura 3:Temas abordados pela revista MundoLogística.
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29. Cargas Fracionadas 30. Crossdocking 31. Inventário Rotativo 32. Seguro e Roubo de Cargas 33. WMS - Sistema de Gerenciamento de Armazém
2008 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0
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9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
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2009 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0
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9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33
2010 4,5 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0
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9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
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2011 2,5 2 1,5 1 0,5 0
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1. Logística Lean 2.Operador Logístico 3. Sistema Portuário 4. Terceirização 5. Gerenciamento de Risco 6. Transporte Marítimo Cabotagem 7. Transporte Rodoviário
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9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
8. Logística Sustentável 9. Sistema APS 10. TI 11. Logística Tributária 12. Simulação 13. Indicadores Logísticos 14. E-commerce 15. Gestão de Estoques MRO
16. Transporte Aéreo 17. Balanced Scorecard 18. Ferramentas da Qualidade 19.Inventário Rotativo 20. Robótica/Automação 21. Plataforma/Polos Logístico
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33
22. Intermodalidade 23. Frota de Transferência 24. Transporte Marítimo 25. Produtividade 26. Seis Sigma 27. Supplier Milk Run 28. Value Stream Mapping (fluxo de valor)
29. Cargas Fracionadas 30. Crossdocking 31. Inventário Rotativo 32. Seguro e Roubo de Cargas 33. WMS - Sistema de Gerenciamento de Armazém
Figura 4: Distribuição anual dos temas na revista MundoLogística. 37
2012
4,5 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0
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9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33
2013 4,5 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0
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2014 2,5 2 1,5 1 0,5 0
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1. Logística Lean 2.Operador Logístico 3. Sistema Portuário 4. Terceirização 5. Gerenciamento de Risco 6. Transporte Marítimo Cabotagem 7. Transporte Rodoviário
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8. Logística Sustentável 9. Sistema APS 10. TI 11. Logística Tributária 12. Simulação 13. Indicadores Logísticos 14. E-commerce 15. Gestão de Estoques MRO
16. Transporte Aéreo 17. Balanced Scorecard 18. Ferramentas da Qualidade 19.Inventário Rotativo 20. Robótica/Automação 21. Plataforma/Polos Logístico
no Brasil. Da análise quantitativa dos artigos da MundoLogística, pôde-se, também, obter alguns resultados bem interessantes. Na Tabela 2, percebe-se que os dez principais temas abordados como artigos principais das revistas correspondem a 65% dos assuntos tratados. Um segundo grupo de assuntos corresponde a mais de 20% do conteúdo e trata de temas relevantes e atuais, 38 www.revistamundologistica.com.br
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22. Intermodalidade 23. Frota de Transferência 24. Transporte Marítimo 25. Produtividade 26. Seis Sigma 27. Supplier Milk Run 28. Value Stream Mapping (fluxo de valor)
29. Cargas Fracionadas 30. Crossdocking 31. Inventário Rotativo 32. Seguro e Roubo de Cargas 33. WMS - Sistema de Gerenciamento de Armazém
como logística tributária, indicadores de desempenho, automação e robótica, e plataformas logísticas. A distribuição temporal da publicação desses temas pode ser visualizada nas Figuras 3 e 4. No caso de transportes, o principal tema discutido foi a navegação, se considerarmos os artigos sobre o sistema portuário e o transporte marítimo e de cabo-
tagem, com 12,7% do total dos principais artigos. Essas publicações apresentam o tema cabotagem crescendo em importância nos dois últimos anos e o sistema portuário nos anos de 2009, 2010 e 2011. O tema logística Lean, sozinho, representa 11% do total dos artigos relevantes e o tema operador logístico também tem o mesmo índice. Se aos artigos sobre operadores logísticos adicionarmos os de terceirização, tema muito correlato, a participação desses dois temas representa 17,8% do total, tornando-se o tema mais importante da revista. Esse indicador reflete bem o período dos últimos sete anos, no qual os processos de terceirização e de contratação de operadores aconteceram intensamente no Brasil, acompanhando os altos índices de crescimento da economia e da entrada das classes mais baixas com maior força. Temas importantes também foram destaques, como é o caso do gerenciamento de risco (5,9%), sustentabilidade (5,1%) e logística tributária (3,4%). Aproximadamente, metade (46,8%) dos artigos relevantes da revista MundoLogística está voltada aos aspectos funcionais da logística (10,1% sobre estoques, 15,5% sobre tecnologia da informação e 21,2% sobre transportes). A outra metade distribui-se sobre temáticas relacionadas à gestão da cadeia de suprimentos, com destaque ao tema Lean, operador logístico e terceirização, que representa 28,8% do total. C
TENDÊNCIAS PARA A LOGÍSTICA
M
Y
SUSTENTABILIDADE COMO PARTE DA ESTRATÉGIA
CM
MY
CY
CULTURA ORGANIZACIONAL, CIDADANIA, VALORES E ÉTICA
CMY
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GESTÃO DE RISCO, PLANOS DE CONTINGÊNCIA E REDUÇÃO DE DISRUPTURA DEMAND CHAIN MANAGEMENT LOGÍSTICA HUMANITÁRIA AUTOMAÇÃO E ROBÓTICA SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA DA MACROLOGÍSTICA REDES SOCIAIS LOGÍSTICA URBANA INTERNET DAS COISAS GOVERNANÇA DO SCM E DOS STAKEHOLDERS Tabela 3:Tendências para a logística. 39
pela revista e correspondem a 22% O FUTURO DA LOGÍSTICA NO do total dos artigos relevantes publiBRASIL Um dos desafios cados desde 2008. O outro desafio de análises de de análises de Conclui-se, pela análise desses maroadmap é sinalizar as oportunidateriais, que alguns temas deverão ter des para o futuro da logística. Nos roadmap é sinalizar a importância aumentada, nos próxiestudos de cenários para o setor de as oportunidades mos anos, apresentados na Tabela 3. logística e SCM, alguns aspectos são convergentes. A DHL, em um estudo para o futuro da CONCLUSÕES de previsões para 2050, identifica cinlogística. Conclui-se, Revisitar a logística do Brasil, da co cenários: economia em crise com última década, pelas mãos da revista pela análise desses iminente colapso, megaeficiência em MundoLogística, foi uma experiência megacidades, estilo de vida persona- materiais, que alguns muito proveitosa. O acervo construílizado, protecionismo paralisando os temas deverão do pela revista permite um bom remercados e resiliência global com trato do que se passou, em termos adaptação local. ter a importância técnico-científicos, no setor. Para os Já a PricewaterhouseCoopers aumentada, nos técnicos, esse acervo pode ser uma (PwC), em um Delphi Survey, identiboa ferramenta de apoio ao dia a dia, próximos anos. ficou quatro aspectos relevantes: a pois permite conhecer novas tecnoregulamentação define os cenários logias e serviços de aplicação imediapara o investimento e crescimento, ta. Para os acadêmicos, esse acervo retrata o estado da os novos corredores de transporte abrangem todo o arte da logística brasileira. globo (Brasil, China, Índia, México, Rússia, África do Sul e Turquia), a consolidação industrial acelerada, exigindo Referências melhora nos níveis de serviço, e a concorrência feroz ALBERTIN,Y. C.; LOUREIRO, S. A.; LIMA, O. F.; RUTKOWISKI, E. local e global. O papel das tecnologias nas plataformas logísticas inteligentes. Craig, Dale e Rogers (2008) apresentam elementos Congresso PIBIC Campinas 2013. que estão crescendo em importância para a logística e CARTER, Craig R.; ROGERS, Dale S. A framework of sustainable o Supply Chain, nos últimos tempos, destacando a gestão Supply Chain Management: moving toward new theory, Internade risco, a sustentabilidade, a governança dos stakeholtional Journal of Physical Distribution & Logistics Management, ders e as diferenças culturais. Esses aspectos estão fora Vol. 38 Iss 5 pp. 360 – 387, 2008. da agenda dos executivos do setor de logística e SCM DHL. Delivering tomorrow logistics 2050 a scenario study. no Brasil, mas passam a ter grande importância nos ceDisponível em: <http://www.dpdhl.com/en/media_relations/ press_releases/2012/the_world_in_2050.html>. Acessado em: nários futuros. Os artigos publicados na MundoLogística 10 de outubro de 2014. já sinalizam essas tendências. Entre os dez principais asMACHLINE, C. Cinco décadas de logística empresarial e admisuntos tratados nas revistas, dois deles estão nessa lista, nistração da cadeia de suprimentos no Brasil. ERA, São Paulo, v. que são a gestão de risco e a logística sustentável. 51, n. 3, maio/jun. 2011, 227-231, w 227ISSN. Nessa mesma linha, o material handling and logistics POIST, R. F. Evolution of conceptual approaches to the design (US Roadmap) identifica dez tópicos para o futuro da of logistics systems: a sequel.Transportation Journal, v. 28, n. 3 logística: crescimento do e-commerce, competição com 1989, pp. 35-39. baixa rentabilidade, personalização em massa, urbanizaPRICEWATERHOUSECOOPERS.Transportation & logistics 2030. ção, computação em nuvem e móvel, robótica e autoEBS Business School Supply Chain Management Institute, v. 3: Emerging Markets – New hubs, new spokes, new industry mação, sensores e internet das coisas, big data e análises leaders preditivas, mudança da força de trabalho e sustentabiliRUSSELL, S. H. Supply Chain Management: more than integradade. ted logistics. Air Force Journal of Logistics, v. XXXI, n. 2. Conforme destaca Russel, um tema bem atual e RUTNER, M. Stephen; AVILES, Maria; COX, Scott. Logistics evoluimportante para a logística é o pensamento enxuto tion: a comparison of military and commercial logistics thought. (Lean Manufacture e Lean Logistics), seguido de alianças The International Journal of Logistics Management, v. 23, Iss 1, estratégicas, tecnologia da informação e integração de pp. 96-118, 2012. processos. Nas revistas MundoLogística, pude enconUS Roadmap. Material handling and logistics. Disponível em: trar essas temáticas de diferentes formas. O Lean e os <http://www.mhlroadmap.org/>. Acessado em: 10 de outubro de operadores logísticos são os dois temas mais publicados 2014. 40 www.revistamundologistica.com.br