Função logística das embalagens Ana Paula Reis Noletto Sérgio Adriano Loureiro Orlando Fontes Lima Jr. Laboratório de Aprendizagem em Logística e Transportes Faculdade de Engenharia Civil – Unicamp Ana Paula Reis Noletto
Pesquisadora Científica do Centro de Tecnologia de Embalagem – CETEA / ITAL Mestranda em Engenharia de Transportes pela FEC / Unicamp
Sérgio Adriano Loureiro
Pesquisador do LALT desde 2005 Doutorando em Engenharia de Transportes pela FEC/UNICAMP. Mestre em Engenharia de Transportes e Engenheiro Civil pela Unicamp.
As embalagens possuem duas funções essenciais: conter e proteger os produtos que nelas são acondicionados. Por outro lado, indo além, as embalagens têm um elevado potencial de desempenhar um estratégico papel logístico. Caso elas sejam desenvolvidas sob essa perspectiva, as embalagens podem ser facilitadoras das etapas de manuseio, movimentação, armazenagem e até de exposição dos produtos. De fato, as embalagens estão sendo cada vez mais reconhecidas como agentes de melhoria da logística de distribuição de bens (PEREIRA, 2007).
Orlando Fontes Lima Jr. Professor Associado e Coordenador do LALT/ Unicamp Presidente da ANPET Associação Nacional de Ensino e Pesquisa de Transportes Pesquisador do CNPq e coordenador de diversos projetos de pesquisa em parceria com universidades brasileiras e do exterior.
Nesse sentido, Lambert (1998) e Peres (2006) afirmam que as embalagens, quando dotadas das informações e das características adequadas de proteção e nível de padronização, possibilitam a redução do tempo de expedição e dos custos de movimentação, otimizando o uso de espaço nos meios de transportes. Para detalhar isso, a Tabela 1 apresenta uma série de melhorias que podem ser implementadas nas embalagens e seus efeitos decorrentes nas atividades logísticas:
Tabela 1. Melhorias na embalagem e efeitos nas atividades logísticas.
Desenvolvimento das embalagens do ponto de vista logístico O desenvolvimento de embalagens adequadas, sob a perspectiva da logística, envolve um conjunto de decisões a serem ponderadas. Elas devem ser avaliadas e definidas de forma integrada com as diversas atividades que compõem os processos logísticos aos quais a embalagem estará sujeita ao longo da cadeia de suprimentos. Normalmente, esta avaliação leva em conta sobretudo os custos versus os benefícios. A relação entre o desenvolvimento e o manuseio de embalagens e seu impacto econômico nas operações logísticas foi estudada por Hellstom (2006). Segundo ele, “no mercado de varejo da Suécia, foi estimada uma economia da ordem de 5 milhões de euros para cada segundo reduzido no tempo de manuseio de embalagens na cadeia de suprimentos, desde o Centro de Distribuição (CD) até o Ponto de Venda (PV)”. De fato, o melhor aproveitamento de espaço em veículos de carga (otimização volumétrica) e a maior agilidade em atividades como movimentação, armazenagem e carregamento (proporcionados pela embalagem) permitem melhorias no desempenho das operações logísticas, principalmente as relacionadas ao transporte. Com isso, há também reflexos positivos na circulação urbana de cargas. E as cadeias de suprimentos, quando otimizadas, proporcionam melhorias no transporte de cargas e podem contribuir para se reduzir os congestionamentos nas áreas urbanas (Victorian Freight and Logistics Council, s.d.). O impacto provocado pela embalagem no sistema de distribuição de bens levou ao surgimento do conceito de Packaging Logistics, definido como o desenvolvimento (criação) de embalagens e sistemas de embalagens em conformidade com os objetivos da logística de planejar, implementar e controlar, de maneira eficaz e eficiente, o fluxo de materiais (Johansson et al, 1997). Para cumprir suas funções, a embalagem pode ser desenvolvida de forma individualizada ou conjunta,
formando um sistema de embalagens. A norma NBR 9198 (2011) define os tipos de embalagem da seguinte forma: • Embalagem primária: embalagem em contato direto com o produto; • Embalagem secundária: designada para conter uma ou mais embalagens primárias, podendo não ser indicada para transporte; • Embalagem de transporte: embalagem final, que possui resistência e durabilidade compatíveis com o ambiente de distribuição. O número de embalagens utilizadas em cada sistema se relaciona diretamente às necessidades específicas de cada tipo de produto. Cada embalagem agrega uma ou mais funções, como, por exemplo, preservação das características microbiológicas do produto, proteção física contra quedas e comunicação com o consumidor ou empresa de transporte. Dependendo das características do produto, um número maior ou menor de embalagens pode ser utilizado. Os conjuntos formados por séries de embalagens primárias, secundárias ou de transporte, compondo unidades para movimentação (sobre paletes, slip sheets, roll containers e etc.), podem ser denominados “unidade de carga”, “carga unitizada” ou ainda “embalagem terciária” (ABNT, 2011; HELLSTROM, 2007). A escolha da melhor embalagem – ou sistema de embalagens – depende das características do produto e de seu ambiente de distribuição. Por isso, cada usuário de uma embalagem deve estudar qual a solução ideal para atender às suas necessidades específicas. Como exemplo disso, uma caixa de papelão ondulado, que apresenta resistência adequada para proteger um produto do fabricante A, pode ser insuficiente para proteger o mesmo produto do fabricante B, que possui uma fábrica mais distante do centro consumidor e que, por isso, tem seu produto mais exposto às solicitações mecânicas ao longo do transporte.
Tipos de embalagens, sistemas e acessórios A embalagem ideal é aquela que atende aos requisitos de proteção e comercialização do produto utilizando o mínimo de material. Dentro do universo de embalagens para transporte e de acessórios para a formação da unidade de carga, estas são algumas das opções disponíveis no mercado:
Adaptado de Lambert et al (1998) e Peres (2006).
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www.cargonews.com.br
Embalagens de transporte com vantagens funcionais • Embalagens seguras São embalagens que se preocupam em evidenciar possíveis violações. No caso de caixas de papelão ondulado, por exemplo, podemos citar as que oferecem um sistema de fechamento diferenciado, que impede sua abertura sem que a embalagem seja totalmente danificada. • Embalagens tipo display Seu diferencial é a versatilidade, o que possibilita que, além de desempenhar as funções básicas, ela possa também ser utilizada como display nas gôndolas dos pontos de vendas. Tais embalagens possuem melhor design e maior qualidade na impressão do material, de forma a torná-lo mais atraente ao consumidor. Tudo isso é feito sem abrir mão da resistência mecânica necessária para proteger o produto durante seu transporte e distribuição.
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Função logística das embalagens Ana Paula Reis Noletto Sérgio Adriano Loureiro Orlando Fontes Lima Jr. Laboratório de Aprendizagem em Logística e Transportes Faculdade de Engenharia Civil – Unicamp Ana Paula Reis Noletto
Pesquisadora Científica do Centro de Tecnologia de Embalagem – CETEA / ITAL Mestranda em Engenharia de Transportes pela FEC / Unicamp
Sérgio Adriano Loureiro
Pesquisador do LALT desde 2005 Doutorando em Engenharia de Transportes pela FEC/UNICAMP. Mestre em Engenharia de Transportes e Engenheiro Civil pela Unicamp.
As embalagens possuem duas funções essenciais: conter e proteger os produtos que nelas são acondicionados. Por outro lado, indo além, as embalagens têm um elevado potencial de desempenhar um estratégico papel logístico. Caso elas sejam desenvolvidas sob essa perspectiva, as embalagens podem ser facilitadoras das etapas de manuseio, movimentação, armazenagem e até de exposição dos produtos. De fato, as embalagens estão sendo cada vez mais reconhecidas como agentes de melhoria da logística de distribuição de bens (PEREIRA, 2007).
Orlando Fontes Lima Jr. Professor Associado e Coordenador do LALT/ Unicamp Presidente da ANPET Associação Nacional de Ensino e Pesquisa de Transportes Pesquisador do CNPq e coordenador de diversos projetos de pesquisa em parceria com universidades brasileiras e do exterior.
Nesse sentido, Lambert (1998) e Peres (2006) afirmam que as embalagens, quando dotadas das informações e das características adequadas de proteção e nível de padronização, possibilitam a redução do tempo de expedição e dos custos de movimentação, otimizando o uso de espaço nos meios de transportes. Para detalhar isso, a Tabela 1 apresenta uma série de melhorias que podem ser implementadas nas embalagens e seus efeitos decorrentes nas atividades logísticas:
Tabela 1. Melhorias na embalagem e efeitos nas atividades logísticas.
Desenvolvimento das embalagens do ponto de vista logístico O desenvolvimento de embalagens adequadas, sob a perspectiva da logística, envolve um conjunto de decisões a serem ponderadas. Elas devem ser avaliadas e definidas de forma integrada com as diversas atividades que compõem os processos logísticos aos quais a embalagem estará sujeita ao longo da cadeia de suprimentos. Normalmente, esta avaliação leva em conta sobretudo os custos versus os benefícios. A relação entre o desenvolvimento e o manuseio de embalagens e seu impacto econômico nas operações logísticas foi estudada por Hellstom (2006). Segundo ele, “no mercado de varejo da Suécia, foi estimada uma economia da ordem de 5 milhões de euros para cada segundo reduzido no tempo de manuseio de embalagens na cadeia de suprimentos, desde o Centro de Distribuição (CD) até o Ponto de Venda (PV)”. De fato, o melhor aproveitamento de espaço em veículos de carga (otimização volumétrica) e a maior agilidade em atividades como movimentação, armazenagem e carregamento (proporcionados pela embalagem) permitem melhorias no desempenho das operações logísticas, principalmente as relacionadas ao transporte. Com isso, há também reflexos positivos na circulação urbana de cargas. E as cadeias de suprimentos, quando otimizadas, proporcionam melhorias no transporte de cargas e podem contribuir para se reduzir os congestionamentos nas áreas urbanas (Victorian Freight and Logistics Council, s.d.). O impacto provocado pela embalagem no sistema de distribuição de bens levou ao surgimento do conceito de Packaging Logistics, definido como o desenvolvimento (criação) de embalagens e sistemas de embalagens em conformidade com os objetivos da logística de planejar, implementar e controlar, de maneira eficaz e eficiente, o fluxo de materiais (Johansson et al, 1997). Para cumprir suas funções, a embalagem pode ser desenvolvida de forma individualizada ou conjunta,
formando um sistema de embalagens. A norma NBR 9198 (2011) define os tipos de embalagem da seguinte forma: • Embalagem primária: embalagem em contato direto com o produto; • Embalagem secundária: designada para conter uma ou mais embalagens primárias, podendo não ser indicada para transporte; • Embalagem de transporte: embalagem final, que possui resistência e durabilidade compatíveis com o ambiente de distribuição. O número de embalagens utilizadas em cada sistema se relaciona diretamente às necessidades específicas de cada tipo de produto. Cada embalagem agrega uma ou mais funções, como, por exemplo, preservação das características microbiológicas do produto, proteção física contra quedas e comunicação com o consumidor ou empresa de transporte. Dependendo das características do produto, um número maior ou menor de embalagens pode ser utilizado. Os conjuntos formados por séries de embalagens primárias, secundárias ou de transporte, compondo unidades para movimentação (sobre paletes, slip sheets, roll containers e etc.), podem ser denominados “unidade de carga”, “carga unitizada” ou ainda “embalagem terciária” (ABNT, 2011; HELLSTROM, 2007). A escolha da melhor embalagem – ou sistema de embalagens – depende das características do produto e de seu ambiente de distribuição. Por isso, cada usuário de uma embalagem deve estudar qual a solução ideal para atender às suas necessidades específicas. Como exemplo disso, uma caixa de papelão ondulado, que apresenta resistência adequada para proteger um produto do fabricante A, pode ser insuficiente para proteger o mesmo produto do fabricante B, que possui uma fábrica mais distante do centro consumidor e que, por isso, tem seu produto mais exposto às solicitações mecânicas ao longo do transporte.
Tipos de embalagens, sistemas e acessórios A embalagem ideal é aquela que atende aos requisitos de proteção e comercialização do produto utilizando o mínimo de material. Dentro do universo de embalagens para transporte e de acessórios para a formação da unidade de carga, estas são algumas das opções disponíveis no mercado:
Adaptado de Lambert et al (1998) e Peres (2006).
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Embalagens de transporte com vantagens funcionais • Embalagens seguras São embalagens que se preocupam em evidenciar possíveis violações. No caso de caixas de papelão ondulado, por exemplo, podemos citar as que oferecem um sistema de fechamento diferenciado, que impede sua abertura sem que a embalagem seja totalmente danificada. • Embalagens tipo display Seu diferencial é a versatilidade, o que possibilita que, além de desempenhar as funções básicas, ela possa também ser utilizada como display nas gôndolas dos pontos de vendas. Tais embalagens possuem melhor design e maior qualidade na impressão do material, de forma a torná-lo mais atraente ao consumidor. Tudo isso é feito sem abrir mão da resistência mecânica necessária para proteger o produto durante seu transporte e distribuição.
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Embalagens de transporte para grandes volumes As embalagens voltadas para o transporte de grandes volumes atendem a uma vasta gama de produtos, podendo acondicionar desde alimentos e produtos químicos a peças automotivas. Elas podem ser fabricadas com cartão, papelão ondulado, plástico e/ou metal. As principais são as embalagens do tipo bulk e as bag in box; • Embalagens tipo bulk Estas são utilizadas para acondicionamento de produtos embalados, líquidos ou a granel, possuindo várias opções de embalagens IBC (Intermediate Bulk Container). Dentre elas, há desde os hard bulks, de papelão ondulado ou cartão, com possibilidade de serem desmontados e reutilizados, aos IBC para produtos perigosos, confeccionados com grades de aço, contêiner plástico com tampa e válvula e palete integrado. Suas inovações em geral se apresentam na sofisticação das válvulas, formatos e no aumento da resistência;
Figura 1. Unidade de transporte que agrega as funções de transportar e...
Entre os acessórios mais comuns das embalagens de transporte, podemos citar os filmes de stretch ou shrink utilizados para envolver as unidades de carga. Os avanços tecnológicos têm permitido que, cada vez mais, sejam utilizados filmes mais finos e com resistência à perfuração igual ou superior às mais antigas. As cintas de amarração das unidades de carga também têm apresentado evolução em seu desenvolvimento, e no mercado não é difícil obter-se dispositivos que facilitam a sua colocação.
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• Embalagens do tipo bag in box Estas são utilizadas para acondicionamento de produtos líquidos ou pastosos, contendo uma embalagem plástica em seu interior, que recebe o produto a ser acondicionado. O tipo de filme usado na fabricação da embalagem plástica é determinado em função das necessidades de proteção do produto, sendo encontrado no mercado desde estruturas simples de PEBD (polietileno de baixa densidade) até estruturas laminadas, tendo como exemplo as laminações com PET (poliéster) metalizado (NOLETTO, 2010). Sistemas e acessórios No mercado podem ser encontradas unidades de transporte que apresentam conceitos inovadores, reunindo funções múltiplas para se atender segmentos específicos. Esses dispositivos são formados, em geral, por várias peças e permitem melhor aproveitamento de espaço no retorno à empresa. Os exemplos ilustrados nas Figuras 1 e 2 mostram a fixação de etiquetas de RFID à estrutura, que permite que o produto seja rastreado ao longo da cadeia (MARTÍNEZ-SALA et al, 2009).
No exemplo ilustrado na Figura 3, um equipamento lança uma alça mecânica que envolve o palete e contém a cinta de amarração. O dispositivo ainda auxilia o operador a cortar e a selar a cinta. Por sua vez, os calços utilizados dentro das embalagens e dos contêineres vêm apresentando inovações nos materiais e nas formas como são confeccionados. Por fim, bons exemplos de acessórios interessantes podem ser encontrados nos separadores. Confeccionados, em geral, com papelão ou plástico, a Figura 4 ilustra um separador para paletes de bobinas produzido com polpa moldada. Conclusões Para finalizar, constata-se que a diversidade de embalagens e acessórios oferecidos no mercado permite uma boa flexibilidade para a escolha da embalagem mais conveniente, conforme a demanda do mercado. Isso facilita as operações, minimiza as perdas de produto e possibilita aspectos visuais mais atraentes e diferenciados para os consumidores. Considerando também o impacto que as embalagens têm sobre as atividades de transporte e distribuição de bens de consumo, torna-se imprescindível, como foi ressaltado, a realização de estudos de mensuração da eficiência das mesmas dentro das cadeias logísticas. Esses estudos poderão auxiliar os envolvidos na cadeia (fabricante, transportador, varejista, etc.) a trabalhar de forma conjunta na tomada de decisões que contribuirão para a elaboração de especificações de embalagens mais adequadas, econômicas e rentáveis, com efeitos diretos em toda a cadeia de distribuição de produtos e no sistema de distribuição de mercadorias.
Figura 4. Separador de bobinas fabricado com polpa moldada (Empresa ErinPulp). Referências bibliográficas: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9198: Embalagem e acondicionamento. Rio de Janeiro, 2011. 16 p. HELLSTROM, D.; SAGHIR, M. Packaging and logistics interactions in retail supply chains. Packaging Technology and Science, v. 20, n. 3, p. 197-216, 2007. JOHANSSON, K.; KARLSSON, A. L.; OLSMATS, C.; TILIANDER, L. (1997) Packaging logistics. Kista, Sweden: Packforsk, 86 p. LAMBERT, Douglas M.; STOCK, James R.; VANTINE, José Geraldo S. Administração estratégica da logística. São Paulo: Vantine Consultoria, 1998. 912 p. MARTÍNEZ-SALA, A.S.; EGEA-LÓPEZ, E., GARCÍA-SANCHEZ; F.; GARCÍA-HARO, J. Tracking of Returnable Packaging and Transport Units with active RFID in the grocery supply chain. Computers in Industry. v. 60, p.161-171, 2009. NOLETTO, A. P. R. (Coord.). Embalagens de papelão ondulado: propriedades e avaliação da qualidade. Campinas: ITAL/CETEA, 2010. 187 p. PEREIRA, G. R.. Aplicação da gestão baseada em atividades à distribuição urbana de bebidas. 2007. 230 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Transportes) – Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2007. PERES, Cassiano R. G. Análise do método de custeio baseado em atividades aplicado à logística de distribuição. 2006. 202 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção)--Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2006.
Figura 2. ...expor o produto (Empresa Ecomovistand).
Figura 3. Equipamento que facilita a fixação da cinta de amarração (Empresa ErgoPack).
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Embalagens de transporte para grandes volumes As embalagens voltadas para o transporte de grandes volumes atendem a uma vasta gama de produtos, podendo acondicionar desde alimentos e produtos químicos a peças automotivas. Elas podem ser fabricadas com cartão, papelão ondulado, plástico e/ou metal. As principais são as embalagens do tipo bulk e as bag in box; • Embalagens tipo bulk Estas são utilizadas para acondicionamento de produtos embalados, líquidos ou a granel, possuindo várias opções de embalagens IBC (Intermediate Bulk Container). Dentre elas, há desde os hard bulks, de papelão ondulado ou cartão, com possibilidade de serem desmontados e reutilizados, aos IBC para produtos perigosos, confeccionados com grades de aço, contêiner plástico com tampa e válvula e palete integrado. Suas inovações em geral se apresentam na sofisticação das válvulas, formatos e no aumento da resistência;
Figura 1. Unidade de transporte que agrega as funções de transportar e...
Entre os acessórios mais comuns das embalagens de transporte, podemos citar os filmes de stretch ou shrink utilizados para envolver as unidades de carga. Os avanços tecnológicos têm permitido que, cada vez mais, sejam utilizados filmes mais finos e com resistência à perfuração igual ou superior às mais antigas. As cintas de amarração das unidades de carga também têm apresentado evolução em seu desenvolvimento, e no mercado não é difícil obter-se dispositivos que facilitam a sua colocação.
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• Embalagens do tipo bag in box Estas são utilizadas para acondicionamento de produtos líquidos ou pastosos, contendo uma embalagem plástica em seu interior, que recebe o produto a ser acondicionado. O tipo de filme usado na fabricação da embalagem plástica é determinado em função das necessidades de proteção do produto, sendo encontrado no mercado desde estruturas simples de PEBD (polietileno de baixa densidade) até estruturas laminadas, tendo como exemplo as laminações com PET (poliéster) metalizado (NOLETTO, 2010). Sistemas e acessórios No mercado podem ser encontradas unidades de transporte que apresentam conceitos inovadores, reunindo funções múltiplas para se atender segmentos específicos. Esses dispositivos são formados, em geral, por várias peças e permitem melhor aproveitamento de espaço no retorno à empresa. Os exemplos ilustrados nas Figuras 1 e 2 mostram a fixação de etiquetas de RFID à estrutura, que permite que o produto seja rastreado ao longo da cadeia (MARTÍNEZ-SALA et al, 2009).
No exemplo ilustrado na Figura 3, um equipamento lança uma alça mecânica que envolve o palete e contém a cinta de amarração. O dispositivo ainda auxilia o operador a cortar e a selar a cinta. Por sua vez, os calços utilizados dentro das embalagens e dos contêineres vêm apresentando inovações nos materiais e nas formas como são confeccionados. Por fim, bons exemplos de acessórios interessantes podem ser encontrados nos separadores. Confeccionados, em geral, com papelão ou plástico, a Figura 4 ilustra um separador para paletes de bobinas produzido com polpa moldada. Conclusões Para finalizar, constata-se que a diversidade de embalagens e acessórios oferecidos no mercado permite uma boa flexibilidade para a escolha da embalagem mais conveniente, conforme a demanda do mercado. Isso facilita as operações, minimiza as perdas de produto e possibilita aspectos visuais mais atraentes e diferenciados para os consumidores. Considerando também o impacto que as embalagens têm sobre as atividades de transporte e distribuição de bens de consumo, torna-se imprescindível, como foi ressaltado, a realização de estudos de mensuração da eficiência das mesmas dentro das cadeias logísticas. Esses estudos poderão auxiliar os envolvidos na cadeia (fabricante, transportador, varejista, etc.) a trabalhar de forma conjunta na tomada de decisões que contribuirão para a elaboração de especificações de embalagens mais adequadas, econômicas e rentáveis, com efeitos diretos em toda a cadeia de distribuição de produtos e no sistema de distribuição de mercadorias.
Figura 4. Separador de bobinas fabricado com polpa moldada (Empresa ErinPulp). Referências bibliográficas: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9198: Embalagem e acondicionamento. Rio de Janeiro, 2011. 16 p. HELLSTROM, D.; SAGHIR, M. Packaging and logistics interactions in retail supply chains. Packaging Technology and Science, v. 20, n. 3, p. 197-216, 2007. JOHANSSON, K.; KARLSSON, A. L.; OLSMATS, C.; TILIANDER, L. (1997) Packaging logistics. Kista, Sweden: Packforsk, 86 p. LAMBERT, Douglas M.; STOCK, James R.; VANTINE, José Geraldo S. Administração estratégica da logística. São Paulo: Vantine Consultoria, 1998. 912 p. MARTÍNEZ-SALA, A.S.; EGEA-LÓPEZ, E., GARCÍA-SANCHEZ; F.; GARCÍA-HARO, J. Tracking of Returnable Packaging and Transport Units with active RFID in the grocery supply chain. Computers in Industry. v. 60, p.161-171, 2009. NOLETTO, A. P. R. (Coord.). Embalagens de papelão ondulado: propriedades e avaliação da qualidade. Campinas: ITAL/CETEA, 2010. 187 p. PEREIRA, G. R.. Aplicação da gestão baseada em atividades à distribuição urbana de bebidas. 2007. 230 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Transportes) – Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2007. PERES, Cassiano R. G. Análise do método de custeio baseado em atividades aplicado à logística de distribuição. 2006. 202 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção)--Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2006.
Figura 2. ...expor o produto (Empresa Ecomovistand).
Figura 3. Equipamento que facilita a fixação da cinta de amarração (Empresa ErgoPack).
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