Ano II
1º Encontro de Escritores em Lisboa Feira do Livro de Gotemburgo 2014 Oficina de poesia para jovens de comunidades do Rio de Janeiro
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Número 2
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Dezembro de 2013
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Sumário
Ano II Número 2 Dezembro de 2013
4 1º Encontro de Escritores Brasileiros e Portugueses em Lisboa 6 Ana Gonçalves, Fernando Alagoa, Beatriz Lima, Hugo de Oliveira, Sergio Beija Flor, Regina Correia, Rita Pea, Pedro Pinto, Rúben de Brito, Fernando Antunes, Suzete Carvalho 18 Feira do livro de Gotemburgo 20 Jô Ramos acelera no final de 2013 22 Alliance for a Safe World 24 Jornal Sem Fronteiras: Um ano de sucesso no meio cultural 26 Livro “A Mulher e Seus Direitos” 28 Oficina de poesia para jovens de comunidades do Rio de Janeiro 30 Livro Rio 450 anos 32 Movimento Defesa da Mulher Capacitação de mulheres
Tels. (21) 2256-6467 / 99968-8114 revistalapalegal@gmail.com Editora: Jô A. Ramos Editor Assistente: Thiê Rock Projeto Gráfico: Julio Lapenne
Editorial A Revista Lapa Legal Rio vai cobrir e trazer para vocês informações e o glamour de vários eventos internacionais no próximo número. Participaremos do 1º Encontro de Escritores Portugueses e Brasileiros em Lisboa, no dia 4 de janeiro de 2014, que será um marco na relação dos dois países. O encontro terá desdobramento em 2015, quando a cidade do Rio de Janeiro será palco do 2º Encontro de Escritores Brasil – Portugal. A Revista foi convidada, também, para participar da cobertura do lançamento do novo complexo esportivo da cidade de Ashgabat, em Istambul — Turkmenistan Internacional Sports Media Forum — que sediará o evento Asian Indoor and Martial Arts Games em 2017. Estamos a todo vapor neste final de 2013 e início de 2014, com grandes projetos editoriais que serão evidenciados em nosso próximo número. A Lapa Legal Rio será o órgão oficial do Stand Brasil Mágico da Feira do Livro de Gotemburgo, de 25 a 28 de setembro, onde o Brasil será homenageado e foco das atenções internacionais. Vamos mostrar Genebra, Paris, Lisboa e Estrasburgo nas festas natalinas e reveillon, trazendo a beleza destas eternas e esplendorosas cidades. Teremos matérias fantásticas sobre esses eventos. Aguardem e fiquem com a gente. Jô Ramos Editora Chefe
1º Encontro de Escritores Brasileiros e Portugueses em Lisboa Lisboa está em festa. Vamos reunir escritores de Portugal e do Brasil para reforçarmos a parceria e discutir a melhor forma de divulgação do nosso trabalho em outros países, reforçar o network e, principalmente, firmar contatos para publicação editorial dos livros nos dois países. Queremos valorizar o autor, sua obra e o diálogo literário. Este evento foi criado pela jornalista e escritora brasileira Jô Ramos, com o apoio da Revista Lapa Legal Rio, da ZL Comunicação e parceria/ organização da Pastelaria Studios Editora de Portugal que acolheu o evento de forma magnífica, na pessoa de Tereza Queiroz.
Teremos debate, filmes, exposição e venda dos livros, além da participação de dois cantores líricos e um pianista que se apresentarão durante o evento: Jaime Varela (tenor), Ana Luisa Cardoso (soprano) e o pianista Nuno Cardoso. O local do evento será o espaço maravilhoso da Fábrica Braço de Prata, local privilegiado de Lisboa.
Sejam bem-vindos os escritores portugueses e brasileiros!
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Dezembro de 2013 Edição 02
Ana
Gonçalves Um dia os malditos – desempregados, miseráveis, precários, enganados, distraídos, informados, pobres, remediados – acordaram. Bastou sentirem o chão fugir-lhes dos pés. Bastou perderem o pouco que ainda tinham: os parcos subsídios de desemprego, os salários desvalorizados, as pensões de miséria, o Estado Social imberbe. “A Era dos Malditos” conta a história de uma revolta que já há muito se anunciava. A revolta do exército de desempregados, de gente a quem lhes foi roubada qualquer ideia de futuro, que invade as ruas das principais cidades, destrói uma sociedade construída sobre alicerces demasiado débeis, desnorteia governos que há muito haviam deixado de contar com o apoio dos cidadãos. Um dia tiraram-lhes tudo, pensando que era possível viver-se com quase nada ou mesmo com nada. O resultado é invariavelmente o mesmo: a revolta. A luta dos malditos só nos pode ser familiar: a luta por uma vida com dignidade, apenas isso. A pretexto de uma crise e da condição de urgência resultante dessa crise, eliminou-se o pouco que restava aos malditos, os que já o eram antes da famigerada crise e aos que passaram a sentir na pele essa condição de “malditos”, os mesmos que não questionavam o presente e quando passaram a fazê-lo, deixaram de vislumbrar qualquer ideia de futuro. A única luz ao fundo do túnel que lhes resta está nas ruas.
Excerto “Os malditos que outrora eram aqueles que dormiam no passeio, hoje são os que vivem em apartamentos, muito bem mobilados, outros tantos bem equipados; hoje os malditos são os que se viram repentinamente sem uma ideia de futuro; os que perderam o emprego e os que sabem que vão perder o emprego; os que sabem que esta sociedade tão competitiva e ainda mais tecnológica não tem lugar para eles.” In “A Era dos Malditos” Biografia Ana Alexandra Graça Gonçalves Nasceu em Torres Vedras, em 1978. Reside no Seixal. Estudou Tradução e trabalha num escritório em Lisboa. Começou a escrever artigos de opinião para jornais. Os jornais revelaram-se insuficientes e em 2007 passou a ter também a actividade de blogger (triunfo-da-razão@ blogspot.com). A política, suja para uns, enfadonha para outros, incompreensível para tantos, esteve sempre no centro do que escrevia. Alguém lhe disse um dia que talvez se interessasse mais sobre esse assunto se existissem histórias empolgantes em seu redor. Desde então nunca mais deixou de contar essas histórias. O certo é que, amiúde, a realidade teima em se aproximar dos seus livros. Confessa que encontra em Portugal uma inesgotável fonte de inspiração, o que talvez explique, em larga medida, o facto de escrever diariamente e em qualquer local. Afinal de contas, escrever é um ato de liberdade que só pode ser interrompido quando se esgota o papel, a tinta da caneta ou a bateria do computador. A escrita permite desafiar a impossibilidade e destronar utopias. É também por esta razão que a autora de “A Era dos Malditos” fez da escrita uma actividade indissociável do seu quotidiano.
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Fernando
Alagoa O acto da escrita pode ser um acto de solidão, de desespero, mas também pode ser um hino à alegria. Independentemente da amálgama de sentimentos que lhe dá origem é, na maioria das vezes, um acto solitário, carregado de muitas negativas, por vezes, brindado com algumas surpresas positivas, mas escassas, que levam à publicação. Publicar não é fácil e chegar ao grande público mais difícil ainda. É a consciência destas verdades que me leva constantemente a desafiar vários amigos para partilharem comigo as minhas iniciativas, certo de, entre todos, podermos despertar mais facilmente o interesse do público. O sentimento de isolamento ou de esquecimento dá lugar ao convívio e a interacção benéfica que daí resulta, aproveitará forçosamente a todos. É assim que nasce este evento que estou a organizar. Parte da ideia de juntar todos aqueles que me deram o prazer e a honra de participar no meu trabalho, mas estende-se a todos os amigos que comigo têm partilhado e trilhado o caminho árduo, mas não impossível, de fazer chegar ao mundo a arte de cada um de nós. Estou neste momento a envidar esforços junto de diversas entidades, no sentido de conseguir os apoios necessários para podermos concretizar o evento. Dado tratar-se de uma iniciativa sem fins lucrativos, o apoio que solicitamos é sobretudo no campo da logística: sala para a sua realização e outros materiais necessários à exposição. Nesta área, quero desde já realçar o papel importante que tem tido no lançamento destas minhas iniciativas, o Sesimbra Hotel & SPA e a Adega de Palmela, que sempre me têm demonstrado o mais caloroso apoio. Outras manifestações de colaboração, por parte de várias entidades, vão surgindo, quer para a divulgação, quer para o desenrolar deste momento de cultura que esperamos agrade. No que respeita a entidades quero também destacar o papel importante que a imprensa local – Jornal de Sesimbra e Sesimbra FM, tem desempenhado na divulgação do meu trabalho e no de outros artistas locais, claro está! Uma palavra de apreço também para a Câmara Municipal de Sesimbra e muitas outras empresas locais, sempre dispostas a colaborar com os artistas da terra. Poderia mencionar aqui o nome
de muitas empresas e amigos, mas não o farei, pois, a todos eles faço referência e dou o devido destaque no meu blogue, http://fernandoalagoa.wordpress.com/, restringindo-me assim, àqueles que participam neste evento. Além das entidades acima mencionadas, conto com a presença da poetisa Fátima Marinho e da escritora Beatriz Lima, ambas autoras dos prefácios dos meus livros; do pintor Paulo Teixeira que, no caso em concreto desempenhou a actividade de ilustrador; do pintor e escultor Nikolay Amzov que prepara uma surpresa sobre um dos personagens dos meus livros para esta exposição; e, do escultor Pedro Marques a quem desafiei para representar um dos personagens e que, prontamente aceitou o desafio. Essa peça estará patente pela primeira vez nesta exposição! Mas outros amigos que não quero deixar de anunciar, dar-me-ão também o prazer da sua presença. São eles, a poetisa Alexandrina Pereira, que dispensa apresentações; a poetisa Liliana Laranjeira; a escritora Teresa Ximenez; o ilustre pintor Luis Cohen Fusé e o Grupo Coral de Sesimbra. Conto ainda com a presença do fotógrafo amador, Simões Silva, do músico Nuno Pinhal e de muitos outros, que se nos juntarão e que, com pena minha, ainda não é possível anunciar. O evento que designei por “Cocktail Cultural”, será assim uma exposição recheada de artistas e das suas obras, onde o público poderá também encontrar uma mini feira do livro, venda e degustação de vinhos e, ser agraciado com momentos de poesia e música ao vivo. Ainda em fase de preparação, conto que a abertura do evento ocorrerá no dia 7 de Dezembro, permanecendo a exposição colectiva, aberta ao público durante 3 a 4 dias. Em princípio, o espólio será instalado no átrio do Sesimbra Hotel & SPA, cuja entrada se realiza pela Praça da Califórnia, Vila de Sesimbra, Portugal. Por fim, quero agradecer à Revista Legal Rio por esta oportunidade e pelo carinho manifestado ao projecto.
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Beatriz Lima Livraria As pessoas que passavam por nós desprezavam-nos com o olhar. Apertei com mais força a mão da avó. Ela sorriu ternamente, e afagou-me o rosto. Andámos mais alguns segundos, até que a avó parou. – O que foi, vovó? – Ela estava parada, a olhar para uma montra repleta de… cadernos? Aproximei-me mais da loja. O meu nariz tocou no vidro gelado. – Vovó, porque é que estás a olhar para cadernos? – Isto não são cadernos, Isabel. – Encostou a mão ao vidro. – São livros… – Livros? Olhei para dentro da loja com mais atenção. Era um espaço pequeno, repleto de prateleiras de madeira escura. Atrás de um balcão, também de madeira, estava uma senhora, a sorrir, enquanto ordenava alguns livros. O ambiente parecia tão quente e acolhedor. – Vovó, o que são livros? A avó sorriu. – Já está a ficar tarde, vamos embora. Em casa explico-te. – Mas, não podemos entrar? – Puxei-lhe o casaco. Aquela loja atraía-me. Como se mil aventuras me esperassem, assim que passasse por aquela porta. – Não. – Pegou-me na mão. – Vá, vamos embora. Meninas de cinco anos já deveriam estar em casa a esta hora. Voltámos para casa. Para a nossa pequeníssima casa. Só tínhamos um quarto, um de hall de entrada e uma cozinha. Muitas vezes não tínhamos luz e comíamos a sopa sob a luz mortiça das velas.
Depois do jantar, voltei a perguntar: – Vovó, então, mas… o que são livros? Ela sentou-se na cadeira de baloiço e fechou os olhos. – Sabes, minha querida… No princípio, os livros não passam de um monte de folhas em branco. E as folhas esperam… esperam pela pessoa certa. – Pela pessoa certa? – Fiz uma careta. – Sim… Esperam pela pessoa que as transformará em livro: o escritor. Um escritor é uma pessoa que constrói e imagina histórias na sua mente. Cria príncipes e princesas, castelos e palácios; imagina conversas e pensamentos; descreve gestos e emoções. – Oh!... – Murmurei. – Mas, para que estas histórias não fiquem apenas guardadas na sua mente, o escritor escreve-as. Pega numa página em branco e pinta-a com palavras. E, de repente, através daquela pena, manuseada de certa forma, pela pessoa indicada, as palavras carregam algo mais que um simples significado. Carregam lágrimas, risos, aventuras, paisagens, emoções. – Parou por um momento. - A história vai crescendo, o monte de folhas vai aumentando. Quando acaba de escrever, o escritor leva a sua história a uma pessoa que construirá uma capa, coserá todas aquelas folhas… transformando assim umas simples páginas rabiscadas, num belo livro. – Então… aquela loja… – Livraria – Corrigiu-me. – Tem milhares de livros… que contam milhares de histórias? – Sim. – Sorriu. – Sabes, os escritores têm essa maravilhosa capacidade: através das palavras, levam-nos para outros mundos!... Transformam palavras em imagens, emoções, murmúrios e sorrisos! – Podemos comprar um livro, vovó? Podemos? Eu também quero viajar e conhecer novos mundos! Os olhos inundaram-se-lhe de lágrimas. – Para isso tens que aprender a ler. – Tu sabes ler?
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Acenou com a cabeça. – Então podes ensinar-me! – Talvez um dia… – Uma lágrima deslizou-lhe pela face. – Então isso quer dizer que vamos comprar um livro? – Talvez um dia, minha filha. Talvez um dia. – Mas, vovó! – Solucei. – Boa noite, Isabel. E fui-me deitar. No dia seguinte, a história da vovó ainda dançava na minha mente. E um desejo ardente percorreu a minha alma. Queria pegar num livro, folheá-lo, lê-lo. Queria viajar, descobrir emoções que eu nunca sentira, conhecer pessoas com que nunca me tinha cruzado. Mas a avó voltou a dizer que não podíamos comprar o livro. Durante semanas, implorei por um livro. Mas a resposta era sempre a mesma: “Talvez um dia, minha filha, talvez um dia.” – Vovó – sentei-me em frente à cadeira de baloiço onde ela estava – já leste algum livro? – Um ou dois… – Podias contar-me a história, vovó! – A minha voz vibrava de alegria. Sentou-me ao seu colo. – Era uma vez… E durante várias noites, a avó contava-me histórias de livros que tinha lido. Algumas eram tristes, outras doces como chocolate, e outras, eram mágicas. – Vovó conta-me uma história! – Já não me lembro de mais nenhuma… Choraminguei. – Podemos repetir… conto-te outra vez as histórias… - Sorriu. – Podemos até alterá-las um pouco. Recontá-las. Um sorriso despontou dos meus lábios. Nos primeiros meses, alterávamos apenas alguns detalhes. Depois passámos a modificar palácios, castelos e paisagens. Mais tarde, os murmúrios passaram a frases proclamadas em voz alta, e os sorrisos a gargalhadas. Demos por nós a contar histórias… novas. A criar os nossos próprios “mundinhos”. Passaram-se anos. A avó ficou muito doente. Passei a ser eu a contar-lhe as histórias, como se… trocássemos de lugar. Lembro-me do dia em que ela morreu. Ela deu-me uma nota. – Vai à livraria e compra um livro. Não compres um qualquer! E não o julgues pela capa. Compra aquele que te atrair… aquele que te cativar. – E um ténue sorriso reapareceu nos seus lábios. – Ouve o teu coração. Corri para a livraria. Assim que passei a porta, um cheiro a chocolate e a pó invadiu-me o nariz. Olhei à minha volta. Como poderia escolher? Estavam ali milhares de aventuras por viver, milhares de beijos por roubar, milhares de pós de fadas por encantar.
Passei os dedos por várias capas. O toque era suave, fazia acelerar o pensamento e perguntar: “Que história te habita?”. Li vários títulos, orgulhosa. As lições da avó tinham resultado. Inspirei fundo, absorvendo o cheiro quente e adocicado e olhei em volta. O meu olhar pousou sobre um livro de capa vermelha. Retirei-o da estante, paguei e corri até casa. – Vovó está aqui! – Gritei, mas ela já não me ouvia. A mãe veio ter comigo, as lágrimas corriam-lhe pela face. Escondi o livro dentro da mala. – A avó deixou-te isto – entregou-me um papel amarrotado. Dentro dele, estava escrita a história que a avó me tinha contado quando eu era pequenina. Só mais tarde percebi porquê. Só quando comecei a escrever… é que percebi porquê. Sorri, limpei as lágrimas e olhei para a jornalista. Os olhos brilhavam, o bloco de notas que tinha no colo estava em branco. – Ainda bem que trouxe o gravador! – Deu uma curta gargalhada, de modo a tentar evitar que as lágrimas começassem a cair. – É… maravilhoso… a sua história… a sua vida… - A rapariga tropeçava nas palavras. Ofereci-lhe um lenço. – Fantástico… Nem tenho palavras para descrever o quão bonita é a sua história de vida! – Sabe… costumo dizer que a minha carreira começou ali. Naquela livraria. Naquele momento em que o meu narizinho tocou o vidro. Uma lágrima deslizou-lhe pela face. – Tudo graças à minha avó. Foi ela que me tornou escritora. A jornalista olhou-me durante alguns segundos. Pensamentos trespassavam-lhe o olhar. – Mas… Só há uma coisa que não compreendo… Recompôs-se. – A sua avó chamava-lhe Isabel. E a senhora assina sempre os seus livros como: Sara Esteves. – Sim. – Sorri. - Era o nome da minha avó.
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Hugo de
Oliveira
Soraia Marlene, a escrava Enquanto alinhava as linhas do seu destino, Espreitava pela tela do Hotel a vida noturna do seu ermo local, Iluminada a céu aberto avistava outras mulheres, No seio daquelas ruas vulgas em sentimento e pensava, Nada mais que seres de saias desabotoadas pareciam rugir, Esfervilhavam de penteados aborrecidos, Untados por uma mácula cor fogo, sentido distinto, Com muita caspa e bandelete a condizer. Nos pés pareciam cumprir penitência, No jeito lento e doloroso com que se arrastavam, Sandálias de ligas, com os calcanhares bem rasgados, E um outro joanete latente a esbeiçar, Com clavículas raquíticas e uma série de chupões, Diria mesmo que haviam sido mordidas em noite de tempestade, Num delírio devasso num tasco escondido, Entre o centro e a periferia envolta de uma ceia recheada de cebola e pimento. Em tom alto regateavam à sua fortuna quem se aventuraria com quem. Num desespero geral todas se gladiavam por um velho, Que, no meu entender, por equívoco entrou naquela rua. E eu aqui, solitária deste meu preso sentido grito latente, Espelhada e inundada de vida, desejo servir a quem ordena, Rastejando e suplicando deveras farsas em mim, Nasci para servir, Quem outrora habitar em mim.
Dezembro de 2013 Edição 02
Sergio
Beija Flor
O voar O último voar pode ser o da morte, o do dia, o da hora, o do segundo O último voar pode ser o primeiro da morte, do dia, da hora, do segundo O último voar pode até nem existir se o tempo parar ou eu não sair, ou se o caçador não atirar...
Ironia O disfarce de herói é uma máscara que não funciona na face daqueles cujo ser é falso e mentiroso Não adianta que ninguem vai aceitar aquele boi que tens a corner quilo a quilo Eu quero ver tua alegria chegar no fim da certeza, com o resultado de que o nosso voto tem outro endereço: o remetente
18 horas Ave-Maria Onde estais ?! Acaso não vês que meu pranto está na agonia do meu eu que apenas respira teu Santo Nome? Socorra-me! Sei que podes Embala-me nos teus braços e me faz feliz urn segundo! Por favor! Deixa-me! Já estou quase na cruz, se é que posso vê1a, ou atravessar o abismo que nos separa no mesmo tempo que nos aproxima
Tua beleza Meus versos perto de ti são uma obra mal feita, um cravo perto da rosa Meus versos perto de ti são o meu limite, meu absurdo, meu nada São como urn abismo perto do morro, a minha nudez, minha transparência Perto de ti não existem versos, Só o silêncio de uma página em branco, escrito pelo que sinto
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Regina Correia NOITE ANDARILHA
POESIA
Na penumbra arquejante à boca da noite fustigados pela aragem vulcânica da clausura abriram-se dentro de mim rios andarilhos como se em cada esquina de um tempo de alerta perfilados contra o vento surgissem inquietos felinos insaciáveis nos confins da floresta prenhe de sinais.
Pelo poema viajo em roteiro de enigmas cúmplice de todas as miragens furor de estrelas estranhando o universo. Arrisco o abismo. Habito o pulsar do silêncio na escuridão das cavernas. Atravesso a sombra e solto a voz festiva palavra estampada na memória de cada verso.
Ébria de abandono uma esmeralda na mão navego meu olhar verde pela verde alquimia da confluência das águas em que descansa como finíssima teia de aranha a parcela de sonho que nos une. É um lugar de exílio. De queda e de ascensão. A ilha dos afectos interditos. Regina Correia in “Noite Andarilha” (reedição), Alphabetum Editores, Lisboa 2012
Regina Correia in “Sou Mercúrio, Já Fui Água”, Alphabetum Editores, Lisboa 2012
Dezembro de 2013 Edição 02
Rita
Pea Chegas! E o sol adormece no meu olhar… É o momento, Em que partilhas a tua alma, comigo. Bebes do meu corpo Os versos da chuva Que caiem Sob os meus lábios sedentos de amor… E vives, Incessantemente, A magia do tempo em mim…
Meus versos Desenhei nos teus lábios, A chuva. E pintei com a cor da saudade, A poesia das tuas lágrimas. Sinto, Cada pedaço da tua Alma, A dançar, na minha mão E despertam-se todos os sentidos No meu frágil coração…
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Dezembro de 2013 Edição 02
Pedro
Pinto Pedro Pinto nasceu em Lisboa, a 5 de Outubro de 1976. Escrevente inveterado, porque escrever é respirar, mostra o que lhe passa pela alma, pela imaginação. Informático de profissão – nem só de bites e bytes vive o homem – é, undercover, um instigador de sensações – duras e diretas: sem pudor! – a quem tropeça nos seus escritos. Colaborou, como crítico literário, gestor do sítio e Facebook do blog Letras e Cultura | Tudo sobre, de Fevereiro até Outubro de 2013. Atualmente dedica-se às crónicas no P3 do jornal Público, como colaborador da revista eOptimismo, da revista ID’ – Identidade e à sua escrita. Obras publicadas: Amor Carnal (Editora Alfarroba, Fevereiro 2012) Participação em Colectâneas: Entre o Sono e o Sonho – Antologia de Poesia Contemporânea (Chiado Editora, Março 2013) Tecendo Nós – Antologia de Contos - Goodreads (Junho 2013) Sete Pecados Mortais – Antologia de Contos (Pastelaria Estúdios Editora, Novembro de 2013)
Dezembro de 2013 Edição 02
Rúben de
Brito
Rúben De Brito participou de duas coletâneas: PALAVRAS NOSSAS - VOLUME II Uma colectânea inovadora e renovadora. Novos temas, novas abordagens, estilos diferenciados. 20 novos poetas portugueses dão-nos a conhecer o melhor da sua poesia, até agora desconhecida: Acácio Costa, Anya Pinheiro, Arnaldo Teixeira Santos, Carlos Palhau, Isaura Moreira, Jorge Aragão Treno, Jorge Nuno, Manuel Rosa, Manuela Gomes da Silva, Maria das Dores Gomes da Silva, Maria de Lurdes Cunha, Maria Judite Coelho Cândido, Maria Luísa Silva, Maria Pombo, Maria Silvéria Mártires, Maria Teresa Almeida, Marta Limbado, Micaela Adriana Morais, Rúben De Brito, Vítor Fernandes A colectânea “Palavras Nossas”, com o primeiro volume dado à estampa em 2011 e que agora se apresenta em segundo volume, resulta de um projecto literário que procura dar primazia à novidade e à diversidade: autores que pela primeira vez nos mostram a sua poesia inédita — porque vale a pena dar voz a quem nunca teve a oportunidade de se revelar — e um amplo conjunto de temas e estilos diversificados — porque o mundo em que vivemos é feito de muitas e insuspeitas complexidades.
CONTOS DO NOSSO TEMPO Emoções intensas e diversidade de abordagens, em pequenas histórias para entreter e fazer sonhar. OS AUTORES: Álvaro Gomes • Ana Fonseca da Luz • Ana Maria Domingues • António J. de Oliveira • Carlos Almeida • Carlos Vilela • Catarina Coelho • Cecília Vilas Boas • Cristina Correia • Daniela Pereira • Emílio Miranda • Humberto “Jimmy David” Oliveira • João Carlos Silva • João Pedro Duarte • Maria Eugénia Ponte • Maria Helena Almeida Lopes • Miguel Almeida • Nanda Rocha • Rúben De Brito • Sérgio Sá Marques • Vítor Fernandes Em traços livres e desassombrados, esta colectânea alimenta-se da matriz que nos deixaram os Grandes Mestres do Conto: o fulgor narrativo e a essencialidade da linguagem. “O conto é uma forma literária encantadora”, disse Trindade Coelho, acrescentando: “E o maior assunto, ou o mais complexo, cabe no conto, pela mesma razão que nas proporções delicadas de uma miniatura pode caber, desafogado, um grande quadro.” Nesta obra, cada autor, cada história, cada conjunto de histórias, assumiu o risco da sua própria liberdade criativa, assim como o desejo de escrever pelo puro prazer de escrever e a vontade de partilhar.
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Fernando
Antunes Sereia amada
Quando tudo parece perdido Com todos os sentidos No mar doce da tua pele sorvendo o orvalho que escorre do suor quente do teu cio poro a poro me sacio no musgo da tua fonte de sal e mel.
Beija-florde-lírio Olhei-te na pele do espelho e vi-me em ti bebendo a seiva do teu ser em bruta flor. Fomos então do mais puro cristal uma redoma de amantes ao rubro incrustados em carne viva. E em mim cravaste a raiz do teu espelho.
Quando tudo parece perdido nos interstícios da matéria, uma outra coisa poética nasce e transforma-se em memória que deambula pelo espaço e pelo tempo. Será voz que irrompe da alma ou sempre o mesmo grito da realidade que explode em múltiplos territórios? De silêncio em silêncio, gota a gota, no louco pulsar de uma veia, todas as cores escrevem sons que vão e vêm. Resta o Caos ou o esplendor da linguagem no percurso imaginário da acção, sem saber onde parar, onde se esconder.
Estou entre o nada e o infinito à deriva nu extasiado beijando a fonte dos teus gemidos e terno serei o amor, sereia minha… serena estrela que no espaço-tempo me guias num brilho mais profundo que toda a escuridão à tua volta Volta a tua voz ao doce canto do mar AMOR… Que o vento a calma no mar dos teus sonhos embale … e adormece.
Flor de Alice Curva-se a Rainha Negra à beleza do teu passo. E a flor que brilha no teu umbigo é a luz que sorri na magia do teu espelho.
Dezembro de 2013 Edição 02
Suzete
Carvalho
A hora é agora Há milênios o ser humano se reconhece como animal gregário por excelência (Aristóteles dizia “animal político”), mas o espaço público nem sempre pertenceu a todas as pessoas, ou melhor, até recentemente, os espaços públicos eram privilegiados, já que seu acesso era negado – e o é, ainda, em várias partes do mundo - a grande parte da população: as chamadas minorias que, se somadas, totalizam a maioria arrasadora dos seres humanos. Hoje, em que pesem as conhecidas exclusões, homens e mulheres “ganharam” as ruas em várias partes do mundo, como locais apropriados a toda forma de expressão política. Assim, a cidadania vem ganhando progressivamente um status nunca visto, apoiada agora por caminhos jamais sonhados ou, como dizia o poeta, por “mares nunca dantes navegados” - os espaços virtuais, com suas Redes que acatam todos os clamores e ideologias, sem exceção, acabando por estabelecer um debate. É bem verdade que todas as pessoas que se dignarem ler esta crônica, sabem que esses espaços são vigiados – oh, a premonição de George Orwell que, com seu “1984” antecipou o Grande Irmão (Big Brother)! -, mas, a inteligência coletiva sempre encontrará formas de driblar o “Olho que (acredita) tudo vê” e se expandir a ponto de transformar o debate em diálogo, pressuposto necessário da liberdade. O que quero dizer é que, ainda que à revelia de fanáticos e manipuladores, a tendência mundial é a de uma democratização (e uso essa expressão à falta de uma melhor, que com certeza surgirá) sem precedentes de todos
os espaços públicos, inclusive os da grande mídia que, atordoada ante a força das vozes sociais, se vê forçada a mudar o tom, inclinando-se ainda que com certa timidez por ora, a esse novo Poder que, se bem usado, terá o condão de reverter valores distorcidos pelos sempiternos donos do Poder, seja androcêntrico ou político-ideológico, seja religioso, seja a mais perversa das dominações porque mantém a fome no mundo: o Poder de Mercado. Sim, minha experiência de mais de seis décadas de observação, me faz crer que esta é a hora e a vez dos grupos excluídos, sejam as mulheres antes confinadas ao espaço privado ou os idosos a seus aposentos (daí o nome “aposentados); sejam as pessoas cujo nível de pobreza as levaram a serem contempladas com a chamada bolsa-família – como um primeiro passo para a inclusão social – como é o caso também das cotas para indígenas e afro-descendentes; sejam, enfim, todos os homens e mulheres que não se “enquadram” nas arcaicas e pré-determinadas concepções comportamentais que lhe têm sido impostas desde sempre. Algumas pessoas, mais místicas, dirão que essa é a consciência da Nova Era. Outras, mais racionais, que isso é pura utopia, mas, como o Educador Paulo Freire, acredito que toda utopia é uma “esperança revolucionária”, aquela esperança que nos faz ir pacífica e persistentemente à luta (ou às ruas e às redes sociais), na certeza de que “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Enfim, nas palavras de mestre Eckhart Tolle: “A hora é agora. O que mais existe?”.
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25 a 28 de setembro 2014 Data limite de inscrição: 15 de abril de 2014 Data limite para o pagamento: 15 de maio de 2014 Data limite em que os livros deverão estar na Suécia: 24 de agosto de 2014
Feira do livro de
Gotemburgo Suécia - 2014
A ZL Comunicação estará presente na Feira do Livro de Gotemburgo,
na Suécia, em 2014, tendo como prioridade divulgar o autor brasileiro, sua obra e nossa cultura. A Feira de Gotemburgo estará homenageando o Brasil em 2014, e convidamos os autores brasileiros para participarem desta grande festa. As coordenadoras do stand são Caroline Axelsson e Jô Ramos. O stand levará autores de Língua Portuguesa com livros em Português e/ou traduzidos para outras línguas.
Dezembro de 2013 Edição 02
Brasil em foco na Feira do Livro de Gotemburgo 2014 Em 2014, na feira do livro de Gotemburgo, o tema principal será a literatura brasileira! 25–28 Setembro de 2014. Os visitantes terão a oportunidade de mergulhar na rica e emocionante literatura e cultura de um país que atualmente se beneficia de uma época de florescimento cultural e crescimento financeiro. Ao longo dos próximos anos, os olhos do mundo estarão voltados para o Brasil – um país que, além de abrigar a Copa do mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, atualmente também é um dos mais bem sucedidos em termos de crescimento econômico. Neste contexto, será muito mais interessante destacar a cultura brasileira em geral e a literatura, em particular, durante a Feira do Livro de Gotemburgo 2014. – Brasil está explorando novas maneiras de fazer parte do mundo – através de nossas ideias, tradições e cultura. Assim como as pessoas desenvolvem novos modos de expressão e de relações com os outros, nações também criam uma imagem, uma personalidade. Se a imagem composta que está sendo projetada é atraente, ele vai servir como um farol, seduzir visitantes, investidores e visionários. Esta imagem representa os valores culturais e literários, os eventos históricos, a política externa e a autoridade moral que meu país quer transmitir, para conquistar os corações e mentes, diz Leda Lúcia Martins Camargo, a embaixadora brasileira na Suécia. Brasil, sendo o único estado de língua portuguesa na América do Sul, a língua é claramente uma parte vital da identidade nacional, mas a literatura doméstica muito caracteriza-se pela dinâmica e diversidade. É um país onde grande parte da população tem suas raízes em, por exemplo, Itália, Japão e Alemanha, bem como o continente africano, e não menos de 180 línguas minoritárias são faladas. Estamos satisfeitos e orgulhosos de apresentar o Brasil como o país em foco durante Göteborg 2014. Isto marcará a estreia do continente sul-americano como um tema, mesmo que anteriormente apresentamos escritores do Brasil e da América do Sul. Brasil está no meio de
uma evolução muito interessante no momento. Estamos ansiosos para acolher nossos visitantes para uma espiada nesta cultura vibrante e uma nação em um estado de transformação, diz Maria Källsson, diretora de Gotemburgo Feira do Livro. O tema brasileiro será evidente durante os quatro dias, através de inúmeros seminários, eventos de palco, exposições, concertos e outros eventos. CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO Editores e autores independentes, ou não, poderão se inscrever para o nosso Stand Brasil Mágico, na Feira do Livro de Gotemburgo. Para participar é só preencher o formulário que enviamos por e-mail quando solicitado pelo autor/editor. O pagamento da inscrição e o envio do material solicitado completam a inscrição. As coordenadoras do projeto e do stand são as escritoras Jô Ramos e Caroline Axelsson. NOS PROPOMOS • Expor os livros enviados e os trazidos pelos participantes • Produzir todos os instrumentos promocionais necessários, incluindo um catálogo (brochura) digital para promover os participantes que estarão somente expondo os livros e/ou que virão pessoalmente para autógrafos • Cuidar da gestão das vendas • Coordenar a presença dos autores, organizando as sessões de autógrafo e bate-papos com leitores e demais escritores AUTORES PRESENTES O stand acolherá os autores para sessões de autógrafos. Cada autor terá 1 sessão de autógrafo. A inscrição para as sessões é agendada a partir do preenchimento do formulário, do pagamento da inscrição e do envio do material. A data limite para envio do material promocional do autor para que ele seja incluído nas sessões de autógrafo será 15 maio de 2014. Inscrições e informações pelo e-mail: feiradolivrogotemburgo@gmail.com
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Jô Ramos acelera no final de 2013 e agenda lançamento de livros, palestras e encontro internacional com escritores na Europa No dia 20 de dezembro, às 19h, a escritora jornalista lança o livro A Mulher e Seus Direitos no Centre Culturel Brésilien de Genève, com palestra sobre violência contra mulheres. O evento será produzido por Angela Mota, que já apoia o Movimento Defesa da Mulher, fundado por Jô aqui no Brasil, de forma expressiva e amável. A agenda é extensa e a jornalista não cansa de dizer que todos no mundo deveriam exercer duas ou três atividades na vida. Sendo fiel aos seus preceitos, no dia 21 de dezembro recebe condecoração no evento “Laureados Madalena’s 2013”, II Edição, no Hotel Mercure Plaza na cidade de Biel, na Suíça. Madalena’s vai condecorar Homens e Mulheres de Valor, que se destacam com relevantes serviços prestados ao longo de suas carreiras dentro das atividades artísticas, intelectuais, profissionais, culturais e sociais, realizados em seus países e na Suíça. Ainda na Europa, Jô Ramos lança seu livro na Casa do Brasil de Lisboa, à convite da Embaixada Brasileira, no dia 3 de janeiro, às 19h, com palestra sobre violência contra mulheres no mundo. Jô Ramos através de sua empresa ZL Comunicação e da sua Revista Lapa Legal Rio organiza, em Lisboa, o 1º Encontro de Escritores em Lisboa, no dia 4 de janeiro, às 18h. Este encontro, também, se realizará no Brasil, em 2015, e tem como premissa estreitar os laços entre os escritores portugueses e brasileiros. Todos esses projetos vêm de muita construção e trabalho. Formada há mais de 25 anos em jornalismo, dirige a empresa ZL Comunicação coordenando projetos na área cultural em todo país e, em 2014, a meta será eventos internacionais ligados à literatura, e para coroar essas ações, acaba
de adquirir um Stand na Feira de Livros de Gotemburgo, na Suécia, que no próximo ano terá como foco o Brasil. Este evento será feito em parceria com a escritora Caroline Axelsson e as inscrições para participação de escritores/ autores, tanto para expor suas obras literárias, como para sessão de autógrafos e publicação de textos na Antologia que será lançada, pela Editora Batel no evento, podem ser feitas pelo e-mail feiradolivrogotemburgo@gmail.com.
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A Fundação Internacional do Safe World (Safe World for Women) é uma organização de advocacia premiada e um movimento global multicultural para justiça social e igualdade. Os voluntários e correspondentes de Safe World são baseados em vários países ao redor do mundo e trabalham juntos para dar uma voz a mulheres e grupos de mulheres e para promover os direitos de mulheres e crianças. Safe World tem uma parceria com grupos de comunidade (Safe World Field Partners) que estão trabalhando para melhorar a vida de mulheres e crianças, ajudando-as a levantar seu perfil globalmente. Atravês de recursos de comunidades, doadores podem apoiar diretamente os projetos individuais de parcerias do Safe World.
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Sendo uma organização de advocacia, Safe World realça casos de violência e injustiça, e compartilha exemplos práticos de soluções locais para questões regionais e globais. Safe World toma parte em campanha para a segurança das mulheres, e especialmente para aqueles que arriscam suas vidas para promover o empoderamento de mulheres e igualdade entre gêneros – defensores de direitos humanos das mulheres. Em janeiro de 2013, Safe World for Women (Mundo Seguro para Mulheres) ganhou o Prêmio de Katerva e o Prêmio Katerva para Igualdade de Gêneros. Os prêmios foram apresentados no dia 2 de julho nas Nações Unidas em Geneva, na Revisão Anual Ministerial. Fundadora, Chris Crowstaff, dedicou o prêmio à Farida Afridi, cofundadora de SAWERA, parceira de Safe World trabalhando nas regiões tribais de Paquistão. Farida foi assassinada no dia 4 de julho em 2012, depois de várias ameaças relacionadas ao seu trabalho. Embaixador Matin Sajdik, Vice Presidente de ECOSOC (Conselho Econômico e Social das Nações Unidas), resumiu o trabalho de Safe World for Women em uma conferência, depois do ceremônio: “Safe World for Women... utiliza o potencial de tecnologia de internet para facilitar colaborações em rede ao redor do mundo através do trabalho com grupos em comunidade para promover o empoderamento de mulheres e desenvolvimento sustentável para atacar as raízes de pobreza – o tema central dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. A plataforma do Safe World for Women pode ser usada por fundações, doadores, filantropos e investidores sociais que possuem os recursos para apoiar projetos sustentáveis que podem servir como bons modelos para iniciativas do futuro. Esses e outros vencedores do prêmio Katerva são exatamente o que precisamos ver mais, para enfrentar os obstáculos nas áreas de saúde, segurança de alimento e energia, além de disponibilidade de água. Ciência, tecnologia e inovação e a criação de novas soluções serão de fundamental importância ao se referir a esses obstáculos. Também, mantendo tecnologia existente e inovação não-tecnológica.” Safe World for Women atualmente tem parcerias na África, Ásia e América do Sul.
Muitos desses grupos em si não tem um site ou instalações de doações online e pouca presença na internet. Safe World for Women os fornece com um “mini-site” dentro do site do Safe World, onde são publicadas atualizações da organização. Frequentemente, são também fornecidos com uma página no Facebook e uma conta no Twitter. Safe World for Women possui uma rede ampla de apoiadores nas redes sociais e ativamente promove parcerias. Dentro de relações estabelecidas, uma instalação online de doações é também fornecida para que o público possa doar aos recursos específicos – escolhendo qual parceria eles decidem apoiar. Os recursos podem abastecer apoio bastante necessitado quando uma crise acontece com um grupo. Por exemplo, no sábado, um pedido foi lançado em nome do Centro para Meninas Desfavorecidas no Quênia; 12 meninas que não poderiam continuar os estudos porque o Centro estava endividado. Mais de €350 foi recolhido e todas as meninas puderam voltar à escola naquela semana para fazer suas provas. A primeira parceria de Safe World foi AWARE Uganda em Kaabong, Karamoja, uma região remota no nordeste de Uganda, na fronteira com Sudão do Sul: “Quando Chris Crowstaff, fundadora da Fundação Internacional de Safe World, e Andrew Sampson me procurou, fundadora de AWARE, em 2009, e achou a nossa localização em uma área semideserta e insegura. Eu estava impressionada com Chris e Andrew pela sua coragem para chegar até Kaabong. Quando chegaram, nossa relação cresceu e a impressão positiva que ela teve – e a vontade de ajudar AWARE demonstrar seu trabalho, não encerrou na reunião. Safe World me introduziu às muitas organizações e nós compartilhamos experiências e aprendemos juntos. Safe World desde então fez que AWARE fosse reconhecido no mundo... A impressão que Chris, a fundadora, me mostrou em 2009 continua através dos projetos que ela e Safe World estão fazendo por AWARE, e pela preocupação que ela demonstrou pelas crianças e mulheres estará sempre em nossos corações e dos membros de AWARE Uganda.” Grace Lourno Fundadora, AWARE Uganda
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Jornal Sem Fronteiras: Um ano de sucesso no meio cultural O nascimento de um jornal é um marco na história dos envolvidos em sua criação, principalmente quando as sublimes expectativas das ideias vão contornadas pelas palavras, dando vida a algo que dentro de cada um é tão real. O “Jornal Sem Fronteiras”, na versão impressa e online, nasceu em janeiro de 2013, de forma bimestral e todo colorido. O novo pode significar recente, pouca idade, novidade, inovação, criação, transformação, modernidade, etc. Mas, na verdade, o “Sem Fronteiras” não é tão novo assim. Pelo menos, não em sua essência. Esse projeto nasceu de Colunas Culturais assinadas pela escritora e
jornalista Dyandreia Valverde Portugal há mais de 5 anos, nos jornais “Ponto de Vista” e “Foco Lagos”. Dyandreia, que é Editora Geral do “Sem Fronteiras”, é Pós-graduada pela UERJ/RJ. É também Artista Plástica, tendo em seu currículo diversas exposições nacionais e internacionais e a participação como coautora de mais de 80 livros. É Jornalista sob Registro ABJ1127. É detentora de inúmeras outorgas e moções Municipais e Estaduais. É também Acadêmica correspondente e honorária das mais importantes Academias do país. É Representante Municipal da FALASP, FALARJ e da REBRA e Conselheira de Honra da Literarte e ABRAHM.
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Talvez o maior paradoxo atual do meio cultural brasileiro seja o fato de não contar com uma publicação impressa específica cultural, que consiga atender verdadeiramente à maior fatia daqueles que fazem a cultura. Uma presença periódica e que seja voltada para a camada que não é reconhecida internacionalmente, que não seja famosa a ponto das grandes publicações como a “Revista Veja” ou o “Segundo Caderno” de “O Globo”, se interessarem em divulgar, comentar e questionar seus feitos. Pensando assim, o “Jornal Sem Fronteiras” nasceu sem protecionismos e conchavos e ao completar agora um ano, está de portas abertas a todos os talentosos, sejam eles iniciantes, desconhecidos ou anônimos. E com aptidão para reconhecer talentos nas suas mais diferentes formas e diversidades culturais, criando um espaço de livre manifestação, onde ideias renovadoras podem ser convenientemente disseminadas, estimulando o debate, aguçando as contradições e viabilizando a evolução qualitativa do conhecimento. As suas páginas estão fazendo uma defesa de pluralidade estética e literária. Ali existe um lugar para todos e o jornal já é um ponto de encontro daqueles que fazem acontecer, com evidente ganho para seus leitores e para a cultura. O “Jornal Sem Fronteiras” é parte integrante da “REDE MÍDIA DE COMUNICAÇÃO SEM FRONTEIRAS”, que, agora, além do Programa de TV e divulgações online, integra também um jornal impresso. O Jornal, assim como o “Programa de TV Sem Fronteiras” – que já visitou mais de 20 países – em parceria com todos os seus colaboradores, tem o compromisso de ir efetivamente além-fronteiras, colorindo o nosso amanhã com o verniz dos artistas e a caneta dos escritores que representam as cidades do Brasil e alcançam todo o mundo.
Sua versão impressa, percorreu em seu primeiro ano, quase todo o Brasil. Além disso, ele foi distribuído em eventos culturais nos EUA e em diversos países da América do Sul e Europa. Já na versão online, ele foi distribuído literalmente sem fronteiras. Foi para todos os cantos do mundo, devido ao repasse dos leitores entre seus contatos. Os assuntos em suas pautas delatam a preocupação de estreitar diversos universos estéticos e literários. Absolutamente cultural, mas com abordagem específica em Arte e Literatura, as colunas possuem compromisso constante em divulgar: exposições de artes, lançamentos literários, cobertura de eventos culturais, apresentações de projetos, livros, crônicas de convidados, entre outros espaços especiais. Além disso, o jornal já possui representações nos principais estados brasileiros, com correspondentes de peso no meio cultural de suas regiões, como os colunistas colaboradores: Beatriz Dutra, Betty Silberstein, Isis Berlinck Renault, Izabelle Valladares, JC Bridon, Jô Mendonça Alcoforado, José Gonzaga, Larissa Loretti, Maria Araújo, Maria Emília Genovesi, Paco de Assis, Sandra Hasmann e Solange Diniz. Uma de suas importantes propostas é estreitar laços entre as Academias de Letras e Artes, Associações, Fundações, Grupos Literários, Ateliês de Arte, Bibliotecas e Pontos de Cultura de um modo geral. E o melhor, os apaixonados ou não pela cultura, possuem a oportunidade de estar bem informados de graça, pois o jornal é distribuído gratuitamente em vários pontos culturais. Nas fotos, vemos Dyandreia Portugal fazendo chegar o jornal às mãos de renomados escritores. Solicite você também o seu exemplar gratuitamente em: contato@redesemfronteiras.com.br e confira esse grande sucesso.
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Release do livro
Book release:
A Mulher e Seus Diretos
Women and Their Rights
Este livro é uma tentativa de popularizar leis, decretos e documentos que reafirmam os direitos das mulheres. Escolhi este tema depois de muitas palestras realizadas por mim em várias comunidades do país e conferir que a desinformação sobre os direitos da mulher é total. A indiferença das autoridades em divulgar os direitos alcançados pelas mulheres chega a ser indecente em um país onde a cada 2 horas uma mulher é assassinada. O livro é dedicado à paquistanesa Malala Yousafzai, que luta pelo direito das meninas de seu país a frequentar a escola. Abro este livro com a Carta das Mulheres que considero o documento mais importante na luta pelos direitos da mulher no Congresso, redigida por mulheres de todo o país e organizada pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher criado em agosto de 1985. A Carta das Mulheres Brasileiras aos Constituintes foi entregue em 1987 ao deputado Ulisses Guimarães, Presidente do Congresso Nacional. Nela estavam várias reivindicações do movimento feminista brasileiro e os mais expressivos eram: a proposta dos direitos para os trabalhadores domésticos, o aumento da licença maternidade para quatro meses, o direito das mulheres que se encontravam nas prisões poderem amamentar seus filhos, o direito à titularidade da terra para a mulher rural (independente do seu estado civil) e a denúncia da discriminação da mulher no mercado de trabalho. O livro presta uma homenagem às pioneiras na luta pelos direitos das mulheres negras como Maria Firmina dos Reis (1825-1917), maranhense, que publicou o livro “Úrsula”, o qual é considerado o primeiro livro abolicionista escrito por uma mulher brasileira, e Antonieta de Barros (1901-1952) jornalista, educadora, escritora, negra e primeira mulher eleita para a Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Muita coisa mudou durante os anos, mas ainda não temos o que festejar. Estamos em posições desconfortáveis perante a violência, o mercado de trabalho e os nossos direitos, nem sempre respeitados. Ainda somos invisíveis para o Estado. Não há melhor frase para definir a luta pelos direitos dos indivíduos no mundo que “Direitos são adquiridos”. Não se ganham, luta-se para tê-los.
This book is an attempt to make more well-known the laws, decrees, and documents that affirm and uphold the rights of women. I have chosen this topic after giving many lectures in a number of communities through the country and having witnessed that misinformation about women’s rights is still widespread. The authorities’ indifference in publicizing the rights that women have achieved is simply an outrage in a country in which once every two hours, a woman is murdered. This book is dedicated to Malala Yousafzai, a woman who has fought for the right of girls to attend school in her country, Pakistan. I begin this book with the Carta das Mulheres, which I consider to be the most important document in the struggle for women’s rights at a Congressional level. This document was drafted by women from across the nation and was organized by the National Council for Women’s Rights, which was created in August 1985. This letter from the Women of Brazil addressed to the Legislative Body was delivered to the President of the Congress, Ulisses Guimarães, in 1987. The document contains a number of demands formed by the Brazilian feminist movement, the most salient of which are: the proposal for rights for domestic workers, the increase of maternity leave to four months, the right for women in prison to breastfeed their babies, the right for land ownership in rural territory for women, independent of their marital status, and the active denouncement of gender discrimination in the workplace. The book pays homage to pioneers in the struggle for black women’s right such as Maria Firmina dos Reis (18251917) from the state of Maranhão, who published “Úrsula”, considered to be the first abolitionist book published by a Brazilian women, and Antonieta de Barros (1901-1952), a black journalist, educator, and writer, and the first woman elected to the Legislative Assembly of Santa Catarina. Much has improved with the march of time, but we still have nothing to celebrate. We remain in an uncomfortable position face to face with violence, rights in the workplace, and our own personal rights, which are not always respected. We remain invisible to the State. There is no better phrase to define the struggle for individual rights around the world than “Rights must be acquired”. One does not receive them, but must fight to gain them.
Autora: Jô Ramos www.defesadamulher.com.br Twitter: @womenhelp E-mail: defesadamulher8@gmail.com
Author: Jô Ramos www.defesadamulher.com.br Twitter: @womenhelp E-mail: defesadamulher8@gmail.com
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Oficina de poesia
para jovens de comunidades do Rio de Janeiro
A Revista Lapa Legal Rio, a ZL Comunicação e o Movimento Defesa da Mulher estão juntos na criação do projeto Oficina de Poesia para Jovens que será aplicado na periferia do Brasil visando jovens em situação de risco. A última Pesquisa sobre o hábito da leitura mostrou que 18% dos entrevistados não gostam de ler, 34% não leem com frequência e 16% leem apenas de vez em quando. Equivale a dizer que, somados, 50% não tem o hábito de ler. Enquanto a média nacional é de 4,7 livros ano/habitante. O estudo aponta que dos 4,7 livros lidos por ano, 3,4 obras são indicadas pela escola e apenas 1,3 é uma escolha espontânea. O universo da pesquisa foi de 172,7 milhões de pessoas, das quais 95,6 milhões foram consideradas leitoras, o que significa ter lido pelo menos um livro nos últimos três meses. Desse total, 54% deles são estudantes que lêem as obras indicadas pela escola. A pesquisa mostrou que depois da fase escolar há um distanciamento da leitura. A escola precisa trabalhar um pouco mais na tarefa de criar leitores que gostem de ler e que continuem a ler depois que saem da escola. As crianças apontam o prazer como o principal significado da leitura. Mas para a maioria dos entrevistados, o livro é uma fonte de conhecimento (42%). Só 8% citam a atividade como prazerosa ou interessante. As mães são indicadas como as maiores incentivadoras do hábito, ficando à frente dos professores.
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Dos leitores que declararam gostar da atividade e realizá-la com frequência, 79% têm formação superior, 78% têm renda familiar acima de 10 salários-mínimos e 69% são moradores de regiões metropolitanas. Hoje, o índice de escolaridade é muito maior do que nas décadas anteriores, então a expectativa é que os índices de leitores continuem subindo. A pesquisa dá uma grande mensagem: houve avanços importantes nesse período, mas precisamos continuar caminhando para chegar lá. A IMPORTÂNCIA DA POESIA Para garantir que o livro não saia da vida do brasileiro após a fase escolar, esse projeto pretende incentivar a leitura através da poesia.
Não se vê mais o ensino da poesia na escola, os professores esquecem que através desse tipo de atividade em sala de aula pode-se estar alimentando o hábito pela leitura. O trabalho com a leitura deve ser lúdico, prazeroso e agradável. Nesta Oficina, o discurso poético é entendido como um marginalizado discurso do conhecimento e como uma prática de cidadania: um trabalho de intervenção sobre a linguagem do senso-comum, e uma responsabilidade de interferir na ordem do mundo, sobretudo daqueles que nunca foram expostos ao discurso poético. Deste entendimento resultam as leituras públicas e o interesse pela exploração de outras linguagens do saber.
Workshop of poetry for youth The magazine Lapa Legal, ZL Communication and the Women’s Defense Movement are banding together to create the project Poetry Workshop for Youth, which will be applied in the borders of Brazil, aiming for youth in situations of risk.” The last study done about reading habits showed that 18% of the those interviewed do not enjoy reading, 34% do not often read and 16% read only once in a while. That means, added up, 50% of people do not frequently read, while the national average is of 4.7 books per year/person. The study shows that of the 4.7 books read in a year, 3.4 of them are obligated by schools and only 1.3 are read through free will. The research was conducted with 172.7 million people, of which 95.6 million were considered “frequent readers”, which means they have read at least one book in the last three months. Of this total, 54% of them were students that read books obligated by schools. The study also showed that following graduation, a detachment occurs from reading. Schools have to work harder at creating readers that enjoy reading and continue doing so after they graduate from school. Children confess that pleasure is the main importance of reading. However, for more than half of the interviewed responses, books are sources of knowledge (42%). Only 8% say that it is an interesting and pleasurable experience. Mothers are indicated as the most encouraging factor, even more so than teachers.
Of those that declared that they enjoy the activity and do so often, 79% have some degree of higher education, 78% have a family income of more than ten minimum wages and 69% are city dwellers. Today, the index of schooling is much higher than that of past decades, so the expectation is that the index of readers continue to rise. The study portrayed a big message: there have been important advances in this period, but we must continue forward to get there. The Importance of Poetry To guarantee that books don’t exit the lives of Brazilians after graduation, this project intends to encourage reading through poetry. Poetry is not taught often in school, as the teachers forget that through this type of activity in class, they will be nourishing the habit of reading. Working with literature should be fun, pleasurable and pleasant. In this Workshop, the poetic discourse is understood as a marginalized discourse of knowledge and as an experience of citizenship: an intervention about the language of common sense, and a responsibility of interfering in the order of the world, especially in the order of the world of those not exposed to poetic discourse. Through this, public reading and the interest of searching through other sources of knowledge, will be the results.
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Rio 450 Anos
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O livro Rio 450 Anos é de autoria da jornalista e escritora Jô Ramos. Textos e fotografias sobre o Rio de Janeiro expõem e mostram a evolução urbana da cidade, notadamente a partir do período de sua primeira expansão, no início do século XX, com o governo do Prefeito Pereira Passos, culminando com as recentes transformações da cidade, propostas pelo prefeito Eduardo Paes, como a maior intervenção urbana desde Pereira Passos. O acervo fotográfico pretende mostrar a cidade desde o início do século passado, com as grandes modificações até as mais recentes ora em andamento. Vamos mostrar os movimentos de renovação da área portuária na sua busca pela revalorização desse espaço central. Nele se acumulam equipamentos industriais desativados, estruturas remanescentes de equipamentos de transporte ferroviário, de serviços portuários de carga e terminais de passageiros, ao lado do vasto legado de patrimônio histórico e cultural. Esse acervo de patrimônio urbano ganha expressão e importância numa nova etapa, em que a cidade e seu downtown buscam recuperar a centralidade histórica, em pleno século XXI.
O objetivo central do projeto é apresentar a evolução da cidade do Rio de Janeiro, antes uma cidade que se caracterizava somente por suas belezas naturais, aliada a uma renovação estética urbana com a política urbanística de dois prefeitos ao longo de sua história, com impactos sociais e culturais. O projeto do Porto Maravilha, que está sendo implementado, abrange uma área com cerca de cinco milhões de metros quadrados. Vamos mostrar sua evolução acompanhando a mudança que a cidade do Rio de Janeiro passa neste momento de importância vital para a metrópole. Em 2015, o Rio de Janeiro completará 450 anos de sua fundação. No âmbito da série de comemorações que se iniciam no próximo ano, este projeto se insere como uma contribuição para o entendimento dessa cidade, considerada uma das mais belas do mundo e que, graças a uma série de intervenções arquitetônicas, urbanas e estéticas, pode alcançar o seu esplendor, integrando o homem moderno à sua natureza. Trata-se do social e o cultural se aliando ao meio ambiente. Durante vários séculos, os portos marítimos foram os locais, por excelência, das trocas comerciais e portais de entrada dos imigrantes. Tornaram-se zonas de intensa atividade não só mercantil, mas de convergência e confronto de diversas culturas. Esses bairros tradicionais, que compõem as zonas portuárias, guardam, até hoje, fortes referências dessa identidade pretérita. Agora, tentam se adaptar às novas demandas econômicas e urbanísticas, com a oferta de novas unidades residenciais, hoteleiras, comerciais e corporativas. Para viabilizar essa nova ocupação, além da já existente, tornam-se indispensáveis, no entanto, infraestrutura e serviços públicos de qualidade, novos padrões de mobilidade, de ambiência urbana e de sustentabilidade.
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Movimento Defesa da Mulher Capacitação de mulheres O Movimento Defesa da Mulher está comprometido com a divulgação de todo tipo de violência praticada contra mulheres e com ações de prevenção. Seu novo projeto consiste em formar mulheres brasileiras com a intenção de desmistificar as leis, incluindo a Lei Maria da Penha e de capacitá-las para sua disseminação. O curso com duração de 4 meses tem como objetivo principal a capacitação de mulheres de qualquer formação e classe social para a defesa dos seus direitos a partir do seu cotidiano e de sua comunidade. Para isso, serão realizadas aulas teóricas, oficinas de direito e visitas às instituições que oferecem atendimento às vítimas de violência. Debates e seminários complementares acontecerão durante o curso buscando fortalecer as campanhas contra a impunidade. Disciplinas: Violência Doméstica, Relação Racial, Relação de Gênero, Lei Maria da Penha, Direitos do Cidadão, Segurança Urbana, Estatuto do Idoso, Direitos Humanos e Política. A ideia é capacitar lideranças da comunidade, boa parte de baixa renda e escolaridade para trabalhar com a questão da violência contra a mulher.
Women Defense is a movement that is committed to the dissemination of all types of violence against women and prevention actions. The number of rapes in the country has increased considerably. The Rio de Janeiro area recorded in 2011, 5000 complaints from women. In the first three months of 2013 there were 1,033 rapes registered. In the first half of 2012 the number 180, which meets reporting violence, recorded 388,900 calls in the country. From 1980 until today, 100 000 women have been brutally murdered in Brazil, according to a survey conducted by the Institute Avante Brazil. According to the report from the Institute of Public Security in Rio de Janeiro, at least 15 women were raped per day last year, statewide. Train Brazilian women with the intention of demystifying the laws, including the Maria da Penha Law, and empower them for their dissemination. The course, lasting four months, mainly aims at the empowerment of women of any social class, training them to protect their rights in their daily lives and in their communities. Lectures will be held, workshops and visits to law institutions offering assistance to victims of violence. Debates and additional seminars will take place during the course, seeking to strengthen campaigns against impunity. Disciplines: Domestic Violence, Racial Relations, Gender Relations, Maria da Penha Law, Citizen Rights, Urban Safety, Elderly Statute, Human Rights. The idea is to train community leaders, most low-income and schooling to work with the issue of violence against women.
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Livro ViolĂŞncia Contra Mulheres. DĂŞ um Basta!
R$
40,00
Livro A Mulher e Seus Direitos
R$
48,00
Vendas: defesadamulher8@gmail.com