Crescendo 4ª edição

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Editor: Herminio Nhaguiombe | 4ª Edição | Trimestral

EDITORIAL O programa conjunto Sociedade Civil e Direitos da Criança realizou, no mês de Junho, a sua avaliação do meio-termo. Neste encontro foi quantificado o progresso das actividades do programa durante a primeira fase e delineadas as actividades em perspectiva para 2008. Nesta edição, o Crescendo dedica especial atenção à apresentação dos resultados do encontro e olha para as actividades, eventos ocorridos e lições aprendidas, para ilustrar as transformações que o programa está a fazer nas comunidades. Destacamos também as actividades e os resultados que algumas organizações envolvidas no programa estão a obter com a sua implementação. O Crescendo traz ainda em destaque assuntos como a promulgação, pelo Presidente da Republica, Armado Guebuza, das seguintes leis: Lei Sobre a Organização Jurisdicional de Menores, Lei Sobre a Protecção de Crianças e a Lei Sobre o Tráfico de Pessoas, em Particular Mulheres e Crianças, instrumentos importantes para que se possa melhorar o actual cenário de violação dos Direitos da Criança. No entanto, esperamos que a promulgação destas leis seja seguida do estabelecimento dos regulamentos e mecanismos apropriados para a sua implementação.

Cena ilustrada de casos de abuso sexual de menores

FEITA A AVALIACAO DO MEIO TERMO PELO PROGRAMA CONJUNTO SOCIEDADE CIVIL E DIREITOS DA CRIANÇA

ACABE

Ver na página 6

UM EXEMPLO DE TRABALHO

EM PROL DA CRIANÇA

capacita FDC

os seus parceiros Ver na página 5

O

programa conjunto Sociedade Civil e Direitos da Criança ASDI/UNICEF, realizou na terça feira, dia 24/06 de 2008, a sua avaliação de meio termo. O encontro contou com a participação de das 13 (treze) organizações parceiras directas dos UNICEF/ASDI e os seus parceiros implementadores. O encontro iniciou-se com a mensagem de Boas Vindas aos participantes feita pela Representante do UNICEF em Moçambique, a sra. Leila Pakkala. O encontro foi moderado por Ruben Cossa, do UNICEF. Constituíram assuntos fundamentais do encontro: a) Apresentação de Base do programa; b) Apresentação das leis de base sobre a protecção da Criança; c) Apresentação de um estudo de caso sobre os resultados que o programa está a ter; d) Apresentação dos resultados do programa nas áreas de Desenvolvimento de Capacidades, Advocacia e Quadro Legal e Mobilização Social. Continua na página 3


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PERFIL Crescendo | Boletim Informativo

FDC Reflecte sobre o projecto PDC A Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade - FDC realizou, no dia 30 de Abril de 2008, nas instalações do Hotel VIP em Maputo, um encontro de reflexão, no âmbito do projecto Promoção dos Direitos da Criança (PDC) e, nos dias 23 e 24 de Maio de 2008, nas instalações do Hotel Tivolí, na cidade da Beira, um encontro de balanço das actividades. Os encontros tinham como objectivos: (1) partilhar actividades realizadas até ao momento, experiências e lições aprendidas na implementação das actividades do projecto; (2) partilhar constatações gerais observadas na replicação das formações; (3) partilhar instrumentos de Monitoria e Avaliação (M&A) elaborados para o Projecto; (4) avaliar as formas de implementação e coordenação das actividades e aspectos financeiros e; (5) definir momentos chave (encontros) de partilha e troca de experiências. Participaram no encontro 52 participantes, representantes das redes parceiras da FDC no projecto, nomeadamente: Rede Regional contra o Abuso e Tráfico de Crianças (SANTAC), Fórum da Mulher Africana Educadora em Moçambique (FAWEMO) , Rede Contra Abuso de Menores (Rede CAME), Rede da Criança, Movimento Educação Para Todos (MEPT), FDC-Unidade de HIV/SIDA e organizações parceiras das redes a nível das províncias.

CNJ e CNCS assinam memorandum de entendimento No âmbito do Projecto “Jovens promovendo os Direitos da Criança” foi assinado no dia 11 de Julho, nas instalações do CNJ (CRAJ Centro de Recursos para Associações Juvenis) um Memorando de Entendimento entre o CNJ e ICS - Instituto de Comunicação Social. O objectivo do Memorando é garantir um espaço para que os 80 jovens das Associações Juvenis, formados nas províncias de CaboDelgado, Nampula, Zambézia,Tete, Manica, Sofala, Gaza e Maputo-Provincia, estejam integrados nas Rádios Comunitárias e Unidades Moveis a desenvolverem programas de sensibilização contra o HIV-SIDA, saúde reprodutiva e promoção dos Direitos da Criança.

Parceiros do projecto PDC realizam o seu encontro mensal

forma consenco , Sociedade Civil

sobre as 17 crianças do Triunfo

No dia 17 de Junho de 2008 as Organizações da Sociedade Civil que trabalham na área da Criança reuniram-se no escritório da Rede da Criança, com o objectivo de analisar, discutir e posicionarse sobre o caso das 17 crianças que viviam num suposto lar, no Bairro Triunfo na cidade de Maputo. No final do encontro as OSC presentes no encontro elaboraram uma carta de posicionamento dirigida às várias instituições do governo envolvidas no processo. O encontro foi realizado pela Rede da Criança em Parceria com a Save The Children Norway. FICHA TÉCNICA | Coordenador: Paula Monjane | Editor: Herminio Nhaguiombe | Design Layout: ZOWONA - Comunicação e Eventos, SA | Revisão: Machado da Graça | Tiragem 300 exemplares | Edição: Fundação para o desenvolvimento da Comunidade (FDC) | Endereço: Caixa postal4206, Maputo, Telfone:21355300, Fax: 21355355 | www.fdc.org.mz | Colaborador: Albino Francisco

Realizou-se no dia 29 de Maio do ano em curso a reunião mensal dos parceiros do UNICEF, no âmbito do Projecto Sociedade Civil Promovendo os Direitos da Criança. Constituiram objectivos do encontro a apresentação do resumo das actividades do mês, apresentação do plano de actividades para Junho e, por fim, a planificação e agenda do encontro de Revisão de Meio Termo. O encontro teve lugar na N´WETI e participaram 16 representantes das OSC.

UNICEF apoia a disseminação da Lei sobre a Protecção da Criança O UNICEF tem estado a apoiar a disseminação e advocacia da Lei sobre a Protecção da Criança no país. Para o efeito foram distribuidos, até agora, cerca de 33.000 folhetos a parceiros, durante a Quinzena da Criança. de 1 a 16 de Junho do presente ano. Entretanto está previsto o desenvolvimento de uma versão simplificada da Lei de Protecção da Criança, para as crianças.


Crescendo | Boletim Informativo DESTAQUES

Continuação

Nesta sessão houve também um espaço para apresentação e discussão dos constrangimentos e apresentação das lições aprendidas no decurso de um ano de actividades do programa. Os trabalhos em grupo tinham, por um lado, o propósito de identificar os principais constrangimentos ocorridos ao longo da implementação do programa e, por outro, e serviram para fazer as recomendações e partilhar, em grupos mais pequenos, experiencias e lições aprendidas, enfocando sobre como é que cada organização tem feito para ultrapassar as dificuldades no trabalho e como é que funcionam as ligações entre o Governo e a Sociedade Civil, a capacidade das redes parceiras na implementação das actividades e os sistemas de monitoria e avaliação. O encontro teve o seu término com a intervenção feita pela representante do UNICEF, que elogiou o trabalho da equipa e referiu que é visivel nas apresentações e participações que há um grande cometimento e dedicação por parte da equipa do programa. Ela aconselhou os implementadores do programa a não perderem o ritmo de trabalho, garantido sempre que os resultados que nos comprometemos a atingir sejam alcançados. Por fim Robert J---- , antes de pedir uma salva de palmas aos participantes, referiu que não há sombra de dúvidas que temos que nos orgulhar do trabalho que estamos a fazer. No encontro de Avaliação do Meio Termo

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~ dos participantes OPINI AO no encontro de avaliação

Penso que o en contro do Meio Termo foi de ex medida em fo trema importâ i possível perce ncia na ber que algo es programa, mes tá a ser feito a mo admitindo nível do que em algum vêm com o te as áreas os resu mpo. Mas esta ltados só mos no bom ca igualmente se minho e já é ntir que as dire possível ctrizes traçada a chegar às co s a nível do topo munidades, o tendem que é muito b meio termo de om. Ter reflect implementaçã ido sobre o do programa comparativo e dáa sensação qu e tenho é que há nos um parâmetro no que se refe uma grande di re a realizaçõe ferença s e acho que, ac encorajou a to im a de tudo, o en dos, mostrando contro que dá para co melhorando ca ntinuar a trab da vez mas o pr alhar ograma.”

Por Jaide Madeira, Coordenador do Projecto Jovens Promovendo os Direitos das Criancas

Apresentadas Leis Sobre a Protecção de Menores. O dr. Abdul Carimo iniciou a sua apresentação referindo que, sempre que se estiver numa situação de se aplicar uma lei relativa à criança temos que tomar o cuidado de olhar para o desenvolvimento da criança, para a opinião da criança, para o maior interesse da crança e, sobretudo, para a lei fundamental - a Convenção. Qualquer lei tem sentido. Sobre as leis, Abdul Carimo comentou o seguinte: “Qualquer lei só tem sentido quando a sua violação implica uma sanção. No caso da Lei de Base trata-se de uma convenção interna, pois esta Lei não aplica sanções mas dá diretrizes para proteger a criança, o que implica que, para torná-la efectiva, há ainda uma necessidade de regulamentar todas as situações.” Sobre a Lei do Tráfico, o dr. Carimo referiu que esta lei tem uma função extremamente importante na proteção de testemunhas e na obrigatoriedade de todos os cidadãos denunciarem todas as situações de tráfico, sobre pena de serem considerados como coniventes no caso. Para o dr. Carimo a Sociedade Civil tem um papel importante a desempenhar, devendo fazer um levantamento do que está regulamentado, ou precisa de ser regulamentado, na Lei Base de Proteção de Menores e advocar para que, o mais rápido possivel, o que falta seja regulamentado. Por outro lado pode jogar um papel fundamental na divulgação das leis e garantir a sua aplicabilidade, fazer um levantamento e cartas de recomendações aos vários ministérios e instituições a fim de operacionalizar a Lei Base de Proteção de Menores.

Esta avaliação foi um passo muito important e, na medida em que proporcionou-nos um tempo ou deu-nos uma oportunidade para reflectir sobre o que todos nós, parceiros, temo s vindo a fazer. Várias vezes nos questionámos se estavamos no cam inho certo e, para que tivessemos a certeza disso, era necessário e ste tempo de reflexão. Para mim, só de pensarmos numa reflexã o isso significou que estamos a trabalhar e nos preocupamos com o que fazemos. Para melhorarmos o nosso desempenho era nece ssário pararamos e ver o que foi feito, o que conseguimos e o que não conseguimos e quais foram as limitações/barreiras no nosso traj ecto. Esta avaliação foi boa pois permitiu-nos em conjunto traça r algo que servirá de orientação para atingimos osobjectvos deste grande projecto.

Luisa Banze, FORCOM

Nestas leis foram identificadas as seguintes lacunas:

• A Lei do Tráfico não indica a data da entrada em vigor; • A efectividade das leis no que concerne à situação de crianças em conflito com a lei ainda constitui um desafio.

Parceiros do Programa: FDC | AWEPA | Sociedade Aberta | Action Aid | Liga dos Direitos Humanos - LDH | MISA-Moçambique | Instituto de Comunicação Socical - ICS | Conselho Nacional da Juventude - CNJ | N’weti Comunicação para a Saúde | Grupo de Teatro do Oprimido-GTO | FORCOM | HACI | UNESCO | UNICEF | ASDI Parceiros da FDC: FAWEMO, SANTAC, MEPT, G20, GMD, Rede Came, Rede da Criança


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INSTROSPECÇÃO Crescendo | Boletim Informativo

Célia Claudina, Oficial de Projectos do MISA Moçambique

A VOZ DA CRIANCA , NA COMUNIDADE

O projecto visa a divulgação e promoção dos direitos da criança, através da produção dos programas de rádio de criança-para-criança

“A Voz da Criança na Comunidade”, é um projecto que é implementado em parceria entre o FORCOM – Fórum Nacional da Rádios Comunitárias e o UNICEF com o principal objectivo de dar o devido enquadramento à temática dos Direitos da Criança na programação das rádios comunitárias, envolvendo directamente a criança como produtora e apresentadora dos Programas da Criança. O projecto, que iniciou em 2006 visando a divulgação e promoção dos direitos da criança, através da produção dos programas de rádio de criança-para-criança envolveu, numa primeira fase, 12 rádios comunitárias. O FORCOM, ciente da dimensão da contribuição que o projecto está dando às rádios e comunidade, ao aumentar a consciência sobre a importância da observância dos mais elementares Direitos da Criança, propôs-se, dentro do seu papel, com a contribuição dos parceiros deste projecto, envolver a médio prazo todas as rádios comunitárias do país. Com efeito, em 2007 o FORCOM incluiu mais 18 rádios e, em 2008, mais 20, que passaram a produzir e difundir o programa da criança, perfazendo 50 o número de rádios integradas no projecto, o que significa, pelo menos 500 crianças produzindo e disseminando programas de

criança-para-criança nas rádios comunitárias. Cada rádio comunitária possui um grupo editorial, composto por 10 crianças, que é responsável pela produção dos programas. O projecto tem, entre outros objectivos, i) integrar 50 rádios comunitárias na rede de programas de criançapara-criança; ii) capacitar essas rádios comunitárias em termos de conhecimentos e habilidades, para advogar e promover os Direitos da Criança, dos jovens e das mulheres; iii) promover a integração e participação activa de crianças e jovens na produção e apresentação de programas e debates de rádio, focalizados nos Direitos da Criança, Violência, Abuso e Exploração, HIV/SIDA e Direitos da Mulher. Desde o início das actividades o FORCOM já realizou três seminários regionais de capacitação em desenvolvimento de conteúdos e produção de programas orientados para os coordenadores e produtores dos programas no âmbito da divulgação e promoção dos Direitos da Criança. O FORCOM faz também o devido acompanhamento através das visitas de monitoria e realização de sessões de treinamento no local, para permitir maior sensibilização, maior envolvimento das comunidades na defesa dos Direitos da Criança.


FDC capacita os seus parceiros

Crescendo | Boletim Informativo PERFIL

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A Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC) entre os dias 07 e 14 de Julho de 2008, no distrito da Namaacha, realizou um curso de Capacitação em Planificação e Gestão de Projectos e Advocacia. O curso, tinha como objectivos proporcionar às redes, e seus membros envolvidos na implementação do projecto Promoção dos Direitos da Criança (PDC) conhecimentos sólidos em planificação e gestão de projectos. O encontro contou com 30 participantes, provenientes de todas as províncias.

MISA realiza primeira Conferência Nacional de comunicadores Amigos da Criança Realizou-se nos dias 11, 12 e 13 de Junho de 2008, em Maputo, a primeira Conferência Nacional de Jornalistas/comunicadores Amigos da Criança, que tinha como objectivo fazer uma reflexão sobre o papel dos media na promoção e realização dos Direitos da Criança no âmbito do rojecto Rede de Comunicadores Amigos da Criança, implementado pelo MISAMocambique em parceria com o UNICEF, no quadro do Programa ASDI/UNICEF. Discursaram na cerimonia de abertura do evento, Patrícia Portela de Sousa, do UNICEF, e Pedro Nacuo, segundo

O Fundo de Apoio para Trabalhos Jornalísticos Sobre a Criança em Moçambique destina-se a cobrir custos logísticos de iniciativas de reportagens abrangentes e pertinentes sobre a situação da criança em Moçambique em locais de difícil acesso.

vice-presidente do MISA-Moçambique, que enalteceram o trabalho desenvolvido pelos jornalistas na advocacia pelos Direitos da Criança e chamaram atenção para os desafios. O encontro durou 3 dias e reuniu trinta e cinco jornalistas, membros da rede acima referida, provenientes de todo país, representando os mais diversificados meios de comunicação social, desde os comunitários aos convencionais, O Projecto está sendo implementado há sensivelmente ano e meio e, por ocasião da conferência, os profissionais da comunicação social presentes discutiram essencialmente questões ligadas à advocacia e protecção da criança em todas as vertentes ligadas à observação dos mais elementares Direitos Humanos. Durante os debates, os amigos da criança na comunicação, apontaram vários constrangimentos que influem bastante na sua tarefa de formar e informar o cidadão para a promoção, proteção e realização dos Direitos da Criança. Entretanto, reafirmaram o compromisso de melhorar a qualidade e quantidade de materias jornalísticas a publicar e ou difundir. A Rede conta actualmente 197 membros inscritos e, como marcos do seu desempenho, apontou a realização de três capacitações de jornalistas em matérias de Direitos da Criança e a produção de duas análises: a primeira sobre a cobertura dos medias semanários aos assuntos ligados aos Direitos Criança e a segunda sobre Água e Saneamento, em parceria com o UNICEF. A Rede mantém relações de trabalho com 75 órgãos de comunicação social em todo país. Foi igualmente desenvolvido um trabalho de produção de pautas para jornalistas, sobre as quais, directa ou indirectamente, resultou a produção de 278 artigos

jornalísticos publicados em jornais e rádios convencionais e comunitárias. Na área de apoio e incentivos aos jornalistas para a produção de mais artigos sobre a promoção dos Direitos da Criança, para além da distribuição de pautas, a Rede, em parceria com o UNICEF, lançou experimentalmente o concurso Fundo de Apoio para Trabalhos Jornalísticos Sobre a Criança em Moçambique que se destina a cobrir custos logísticos de iniciativas de reportagens abrangentes e pertinentes sobre a situação da criança em Moçambique em locais de difícil acesso. A conferência teve também uma componente formativa, proporcionando aos membros a oportunidade de aumentar os seus conhecimento em matérias de proteção da criança e colher experiências de organizações como a Agência de Informação da Infância, representada por Carlos Ely; a Agencia AIDS, representada por Roselli Tardelli; a Rede de Jornalistas Africanos Contra a Malária, representada por Leonel Muchano. Na reflexão sobre o funcionamento da Rede, ao apontarse que o tempo de vida do projecto termina em 2009, os participantes concluíram que, por haver ainda muito por fazer em prol da protecção da criança, reafirmaram a sua disponibilidade e entrega abnegada em contribuir para a realização dos Direitos da Criança, transformando a Rede de Comunicadores Amigos da Criança em organização não-governamental cuja missão será: "Advogar pela realização dos Direitos da Criança em Moçambique através dos mass Media, promover debates públicos sobre questões ligadas aos direitos e valorização da criança, com vista a colocá-la na agenda de desenvolvimento do pais, influenciando os poderes de decisão.


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CASOS Crescendo | Boletim Informativo

um exemplo de trabalho Associação ACABE

em prol da Criança Vulnerável

A ACABE-Associação dos Amigos da Criança Boa Esperança, é uma organização que trabalha em prol da criança em situação difícil na província do Niassa. Foi criada em 14 de Março de 2002 numa assembleia constituinte, reconhecida pelo Governo Provincial do Niassa no dia 20 de Maio de 2003. A ACABE, durante os 6 (Seis) anos de sua actuação, tem participado e feito campanha contra o abuso da rapariga, dentro e fora da escola, abuso sexual de menores e divulgação dos Direitos da Criança nas escolas, entre outras actividades. De acordo com os nossos programas e a vulnerabilidade da nossa província em conhecimentos sobre a matéria do género, tem realizado muitas actividades de sensibilização ao público por varias vias como: música e dança tradicional, teatro, poesia, canto coral, seminários, palestras, debates e encontros com os Lideres Comunitários, Professores, Pais e Encarregados de Educação. Sendo um dos desafios da ACABE, desenvolver acções que visem a melhoria das condições de vida da criança para o seu bem-estar e integrá-la na sociedade, a ACABE, desenvolveu actividades e projectos de promoção do Direito à Cidadania em parceria com a Rede da Criança que contou com o financeamento da TROCAIRE e do Ministério da Justiça, no distrito de Maúa. O projecto tinha como objectivos registar e atribuir cédulas pessoais a todas as crianças que vivem em situação de vulnerabilidade. Assim sendo, conseguiu registar 33.600 crianças, abrangendo as zonas mais reconditas, que distam 90Kms da Vila Sede, nomeadamente os postos administrativos de Maiaca, Mugoma, Muapula, Muhoco e comunidades de Mpunhala, Conhomali, Mora, Muhumbua, Namarica, Quarea 1, Neruculo, Necuto, Muandesse, Paia, Ntepia, Nlapa, Muloloa, Xapalango, Uayeva e Hamela. De salientar que este projecto teve início em Julho de 2007 e que veio a terminar em Fevereiro de 2008. O outro projecto levado a cabo em 2007 era intitulado OS NOSSOS AVÓS e tinha como objectivo construir duas residências: uma para beneficiar uma viúva vivendo com 8 crianças e a outra para um idoso que vivia em condições precárias de habitabilidade. Neste projecto contámos com o Financiamento do INAS- Instituto Nacional de Acção Social, uma instituição governamental que opera na área social e braço direito da Acção Social. Fez-se

entrega oficial das mesmas no dia 12 de Fevereiro do ano em curso com o Exmo Sr. Director Provincial da Mulher e Acção Social do Niassa. A ACABE, como uma Organização Cultural e Educativa, tem participado em vários eventos culturais, desportivos e recreativos. Para a participação em actividades culturais a ACABE tem um grupo cultural denominado BOA ESPERANÇA, criado com o objectivo de desenvolver a Cultura na provincia do Niassa, através da Musica (tradicional e moderna), da Dança, do Teatro, da Poesia e do Canto Coral. Este grupo, é composto por crianças vulneráveis fazedoras de programas da ACABE. Através desta Banda, nasceu um Centro Cultural Infantil Boa Esperança onde são desenvolvidas actividades culturais com crianças talentosas artisticamente. Este Centro Cultural Infantil Boa Esperança trabalha com 64 crianças dos 8 aos 18 anos de idade. Dentre eles, alguns são Músicos, Actores, Bailarinos, Poetas, Jogadores e Artesões. No final do trimestre, a ACABE organizou um seminário de capacitação a 30 Organizações/Instituições que lidam com crianças em matéria dos Direitos da Criança, no

âmbito do programa Sociedade Civil e Direitos da Criança. Participaram no seminário organizações da Provincia do Niassa, 6 representantes dos Serviços de Saúde, Mulher, Criança e Acção Social dos distritos, como Mandimba, Muembe, Ngauma, Cuamba e Majune e a Rede da Criança, FDC e Save the Children . Na implementação das suas actividades a Associação ACABE tem deparado com as seguintes dificuldades: i) Falta de espaço para o seu funcionamento; ii) Insuficiência de recursos humanos capacitados; iii) Insuficiência de recursos financeiros; iv) Insuficiência de doadores directos; v) Falta de instrumentos musicais; vi) Falta de material desportivo; Contudo constituem perspectivas da ACABE para os próximos anos a angariação de mais parceiros, divulgação dos Direitos da Criança, promoção de seminários sobre Direitos da Criança, construção de uma sede própria, abertura duma biblioteca infantil, projecto de sustentabilidade para a associação, registo de nascimentos, gravação de um disco e aquisição de instrumentos musicais;

Em Moçambique há pessoas que penhoram os seus filhos nos curandeiros por causa das dívidas que têm para com esses curandeiros? Em Moçambique, 55 crianças morrem diariamente e milhões sofrem devido às más condições da água.


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REDE DA CRIANÇA EXPOE ARTIGOS FEITOS POR CRIANÇAS Crescendo | Boletim Informativo Espaço Infantil

A Rede da Criança inaugurou no dia 11 de Junho corrente uma exposição de obras feitas pelas crianças. A exposição decorreu na Associação Moçambicana de Fotografia e durou 5 dias. Segundo Amélia Fernanda, Coordenadora da Rede da Criança, a exposição esteve enquadrada nas actividades da Quinzena da Criança e tinha como objectivo divulgar o trabalho feito pelas organizações em apoio às crianças em situação difícil, mostrando os mecanismos usados por estas organizações para garantir a participação da criança no processo de desenvolvimento. Participaram na exposição 8 (oito) organizações que trabalham com crianças, nomeadamente, Centro Dom Bosco, Centro Dia Mães de Mavalane, Cesvitem, ADPP Cidadela das crianças, Cruz Vermelha de Moçambique, Kindlimuka, Centro Juvenil Ingrid Chawner e Renascer.

ESCREVEU? QUEM NOS

palavra. iguinhos têm a am os ss no s o Neste espaço, a sua Idalécio deram o e a an l A Desta vez, a de menores. áfico e o abuso tr o re ob s o ã i opin

io Idaléc

Alana

O 1 de Junho é um dia muito importante para nós as crianças. Este é sempre um dia alegre, a apesar de existirem crianças que, pela pobreza, não o comemoram com a mesma alegria.

Sou uma menina de 9 anos. Somos muitas, umas mais novas, outras da minha idade e ainda outras mais velhas.

Neste ano, cada escola organizou uma festa para as crianças que lá estudam. Já em casa, os meus pais ofereceram-nos presentes e levaram-nos a passear.

A minha tia diz que s’ao coisas que devo saber e que vou poder entendê-las melhor depois de crescida.

Fala-se de nossos direitos, como crianças, e de leis e outras coisas que não entendemos.

O dia 16 de Junho foi diferente, no caso da minha escola. Principalmente na minha turma, não se comemorou nem se falou desta data. Ouvimos apenas pela televisão.

Enquanto crescemos, quero pedir para os tios não nos deixarem passar fome, nem sede. Para nos levarem a escola, deixarem-nos brincar e nos proteger para vivermos sem medo de sequestro e maus-tratos.

EU acho que deveriamos comemorar a data porque somos crianças africanas.

Viva o noso dia! Viva 1 de Junho! Viva o dia 16 de Junho, dia da criança africana! Viva aos nossos direitos! Alana

Idalécio Tomás Machava


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Espaço Infantil Crescendo | Boletim Informativo

Ciência Júnior

acontece com a moeda O que tu achas que

se puxarmos o pedaço de cartolina?

RESPOSTA:

- Tarám!! A moedinha cai bem dentro do copo.

Sabes porque?

Não é magia. É por causa de uma lei da Física, chamada de "inércia". Ela explica que os corpos (pessoas ou coisas) sempre tendem a ficar como estão, parados ou em movimento. Por isso, por exemplo, quando um carro, como o machibombo, arranca para frente, os passageiros vão todos para trás. Mas, quando o machibombo está na maior velocidade e trava de repente... aí os passageiros vão para frente, como se quisessem continuar! É ou não é? Então... O mesmo acontece quando você puxa a cartolina que está embaixo da moeda, ela fica no mesmo lugar e acaba caindo dentro do copo!

Vamos la Fazer. Para esta experiência vamos precisar de uma moeda, uma cartolina ou cartão e um copo com água. Terás de estar sentado a uma mesa. Pode ser na tua sala de jantar. Então, vamos lá?

Coloca um pedaço de papel grosso (cartolina ou cartão) em cima de um copo com um pouco de água, e por cima dele, uma moeda.

Puxa bem rápido o cartão, segurando o copo em cima da mesa. Ou então, pede que um adulto faça o teste para tu veres.

Viste? A moeda caiu direitinho no fundo do copo. Muito boa experiência, não achas? Diverte-te junto dos teus amiguinhos com esta experiência. Eles vão gostar!


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