Guia Museu Sesc Estação Saudade 17.06

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Presidente do Sistema Fecomércio | Sesc Senac PR Darci Piana Diretor Regional | Sesc PR Emerson Sextos Diretora de Educação, Cultura e Ação Social | Sesc PR Maristela Bruneri Gerente de Cultura Márcio Norberto Gerente Executiva | Sesc Estação Saudade Mônica Diniz de Souza Técnica de Cultura | Sesc Estação Saudade Rafaela Prestes Remeika Orientadora de Atividades - Artes Visuais | Sesc Estação Saudade Ellen Poli Biora Assistente Administrativo - SAC | Sesc Estação Saudade Larissa Marli Clausen

Projeto idealizado e desenvolvido por colaboradores Sesc Estação Saudade Capa | Projeto Gráfico | Diagramação Larissa Marli Clausen Conteúdo Textual | Fotografia Ellen Poli Biora Mônica Diniz de Souza Rafaela Prestes Remeika


APRESENTAÇÃO O compromisso com as ações culturais e com a memória histórica envolvidas no processo de restauração do Sesc Estação Saudade passa pela concepção de um espaço expositivo que reúne um acervo com peças doadas pela própria comunidade ponta-grossense e parcerias estabelecidas com instituições públicas e privadas que mantém viva a memória ferroviária. O Guia Museu apresenta como o Sesc Estação Saudade concebe este espaço e como estamos investindo na melhor forma de preservar e conservar esses itens, para tornar esse conhecimento sobre a história ferroviária que perpassa as instalações da unidade, acessível a todos os visitantes.



Palavra do Presidente do Sistema FecomĂŠrcio PR



Palavra do Diretor Regional do Sesc PR


Sumário Primeira Fase Sala Francisco Búrzio Sala Foyer Dados de Visitação

Segunda Fase Sala Francisco Búrzio Sala Foyer Corredor 1º andar Foyer Escada Bilheteria Biblioteca


11 12 16 20

23 24 26 28 30 32 34


O compromisso com as ações culturais e com a memória histórica são valores intrínsecos ao Sesc Paraná. Por isso, temos orgulho de presentear Ponta Grossa com o Sesc Estação Saudade. Inaugurada em 1899, a gare¹ se consolidou como marco histórico no desenvolvimento do estado do Paraná. Foi um dos palcos principais da industrialização paranaense por meio da Estrada de Ferro São Paulo–Rio Grande, que conectava as grandes metrópoles a uma nova concepção de municípios efervescentes da região. O estilo da edificação destaca elementos da arquitetura neoclássica e art noveau, com ornamentos em madeira nobre, como pinho e imbuia. A beleza da estação comunicava aos viajantes da época o progresso e as riquezas do estado. Preservadas na restauração do Sesc Estação Saudade, essas características guardam a memória e ressaltam os padrões estéticos da época, agregando enorme valor cultural e histórico à região. O Sesc Paraná tem a honra de convidá-lo para uma viagem pelos trilhos do tempo e entre as memórias da Estação Saudade.

¹ O termo gare tem sua origem na língua francesa com surgimento no século XVII para designar embarcadouro e desembarcadouro à margem de rios. Com a ascensão dos trens, o nome foi estendido ao embarque e desembarque nas ferrovias, alterandose apenas mais tarde para o termo mais corrente: estação.


Estação Saudade Velha Estação Saudade, que saudade de tudo quanto ali aconteceu; de tuas plataformas apinhadas de gente que chegava ou que partia; gente feliz ou triste que se despedia, rostos cheios de angustia ou ansiedade ou rostos cheios de felicidade; gente perdida simplesmente naquele burburinho, como inúmeras vezes também ali fiquei, sozinho... Grandes locomotivas reluzentes que se cruzavam, esbaforidas e resfolegantes, cansadas já dessa rotina ingente de transportar cargas e gente... Saudade de ficar olhando as luzidas paralelas dos teus trilhos sonhando em meio a tanta agitação e aqueles brilhos... Fecho os olhos e fico imaginando que fantasmas somente perambulam por tuas solitárias galerias nestas noites vazias e circulam, nostálgicos também, talvez chorando, ao se cruzarem, nessa solidão, em cada desvão!... Edmundo Schwab


Linha do Tempo






Primeira Fase Em sua Primeira Fase, a Sala Expositiva Francisco Búrzio do Sesc Estação Saudade contava com 25 peças de acervo exposto, entre documentos, obra de arte, fotografias e objetos doados pela comunidade. Também eram expostas, peças do acervo da Casa da Memória de Ponta de Grossa, e da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF). A exposição para inauguração no Sesc Estação Saudade foi elaborada em dois espaços: no primeiro andar, na Sala Francisco Búrzio e no andar térreo na Sala Foyer.


Sala Francisco Búrzio Quantas histórias cabem na Estação Saudade? Local de encontros e despedidas de viajantes, a Estação foi palco de momentos históricos para a cidade, como a passagem do Exército Brasileiro durante a Guerra do Contestado (1912-1916) e a permanência de Getúlio Vargas em Ponta Grossa durante a Revolução de 1930. Além da história da cidade, a Estação e suas ferrovias também fizeram parte do cotidiano de inúmeras pessoas que trabalharam aqui e nas ferrovias: maquinistas, grafistas, agentes de estação, auxiliares administrativos, telegrafistas, etc. Aqui, nesta sala, você encontra itens que nos contam um pouco dessas histórias: documentos da Companhia da Estrada de Ferro São Paulo Rio Grande e da americana Brazil Railway, também revistas da Rede de Viação Paraná Santa Catarina e da Rede Ferroviária Federal S.A; além de equipamentos utilizados na comunicação entre estações e na construção das linhas férreas; fotografias que capturaram momentos históricos, desde a primeira fase de construção da Estação até a retirada dos trilhos em 4 de abril de 1990; certificados e documentos de trabalhadores cujas histórias de vida se entrelaçam com a história do prédio.


Visitação ADFPG | Francisco Búrzio


11/01/2020 | Francisco Búrzio

11/01/2020 | Francisco Búrzio



Sala Foyer Quanto tempo você demora numa viagem para outra cidade? No tempo do trem , se deslocar para outra cidade poderia demorar um dia. Para outro estado, semanas. Para outro país, eram meses! Pode parecer muito tempo, mas antes dos trens essas viagens eram feitas a cavalo ou por navio, e demoravam ainda mais. Por isso, quando a Estação Ponta Grossa foi inaugurada em 1899, seus trilhos e trens representavam o meio de transporte mais moderno da época. Aqui, neste ambiente, você encontra alguns dos itens que faziam parte das grandes estações: o carimbador de bilhetes, os bancos de espera, o banco de vagão de trem e as malas de viagem. Mas nem só de objetos se conta uma história, havia também os viajantes e os trabalhadores. Entre esses, os Agentes de Estação, os Maquinistas, os Guarda-Freios e inúmeros outros funcionários que garantiam que cada trem saísse na hora certa. Ah! Mais um modo de viajar: viajar pela história! Observe com atenção cada item desta sala. Os objetos nos contam sobre como era no tempo do trem, e cada um é testemunho dessa história.


16/12/2019 | Foyer


16/12/2019 | Foyer


16/12/2019 | Foyer

16/12/2019 | Foyer


Dados de Visitação Entre janeiro e 20 de março de 2020, o Sesc Estação Saudade atingiu cerca de 1.801 visitantes espontâneos, sem agendamento ou atendimento direto de colaboradores do Sesc. Já o serviço de Ação Educativa, atendeu no mesmo período o público de 394 pessoas, em 38 visitas mediadas para grupos da comunidade, instituições que atendem pessoas com deficiência, e grupos escolares.


Visita Guiada com Colégio Estadual Senador Corrêa.



Segunda Fase A partir do trabalho apresentado pelo Sesc Estação Saudade, e com o reconhecimento da comunidade, novas doações chegaram. Entre documentos, fotografias e objetos, surgiu a necessidade de pensarmos em novos expositores, bem como na ampliação dos espaços expositivos para expor cerca das 65 peças doadas para o Sesc. Para tornar público todo o acervo, passamos a apresentar obras também nos espaços da Biblioteca, Bilheteria, e o corredor do primeiro andar.


Sala Francisco Búrzio A nova exposição desta sala reforça as histórias presentes na Estação Saudade e na memória ferroviária de empresas e funcionários, através de novas doações como as Ações da Companhia Brasil Railway, doada pela Fecomércio PR, e novos documentos e fotografias de doadores particulares, como a Sra. Ivone de Andrade Amitrano, que nos doou uma coleção de fotografias produzidas por seu pai, o ex-ferroviário e também cliente do Sesc, José de Andrade Júnior


Viaduto Oficinas. Doação da Família Andrade.

Ações da Brazil Railway, doação Fecomércio PR.


Sala Foyer A nova exposição do Foyer ganha mais um elemento para ilustrar aos visitantes a ambientação dos tempos dos trens: uma maquete ferroviária do Viaduto Sinumbu, da Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba, doada pelo Sr. José Francisco Pavelec. Passam a compor o espaço, os retratos de ferroviários doados pela comunidade, e a obra de arte que deu nome à estação, o desenho Estação Saudade de Dorian Grisolia Júnior


Autorretrato JosĂŠ de Andrade JĂşnior.

Maquete e doador Pavelec


Corredor 1º andar Enquanto os alunos aguardam o horário das aulas, podem contemplar neste espaço as antigas Lamparinas a gás, do acervo da Casa da Memória, bem como as Bandeiras de Sinalização utilizadas pela antiga RFFSA, do acervo da ABPF, na parede próxima a sala de artes.


LampiĂŁo

Bandeira Rffsa


Foyer Escada No ambiente que antecede o Foyer, será exposto as fotografias do ferroviário José de Andrade Júnior, que registrou o cotidiano de seu trabalho capturando imagens de trens e trabalhadores.


Estação Saudade e pátio de trem


Bilheteria No maior espaço de circulação, que reúne a Loja e os testemunhos históricos recuperados na restauração do prédio, ficarão expostos as louças da RVPSC, do acervo da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, e o fogareiro doado pela Sra. Ana Josélia Faria de Oliveira, dialogando com a proximidade do Café-Escola do Senac.


Louรงa RVPSC

Fogareiro


Biblioteca No ambiente da biblioteca será exposto um segundo exemplar de carimbador de bilhetes, esse doado pelo Sr. José Francisco Paveleke, como convite para o público visitar o Museu Ferroviário.


Carimbador



Expografia Atual


Boné da empresa FERROPAR Boné da empresa FERROESTE Boné da empresa Ferrovia Sul Atlântico S.A. Doação de Marcos Elias Milléo Acervo Sesc Estação Saudade

Quepe de Agente de Estação da RFFSA Doação de Marco Antonio Chaves Acervo Sesc Estação Saudade


Quepe de Auxiliar de Agente de Estação da RFFSA Doação de Marcos Elias Milléo Acervo Sesc Estação Saudade

Quepe de Fiscal de Finanças da RVPSC Doação de Adriele Fátima Montes Guimarães Acervo Sesc Estação Saudade


Quepe de Maquinista da Locomotiva da Rede Ferroviária Federal S.A. Acervo Casa da Memória

Os uniformes dos ferroviários conferiam prestígio social aos trabalhadores e distinguiam a função do funcionário. Neste conjunto com exemplares de diferentes períodos e empresas, o quepe vermelho identificava o Agente da Estação. Já o Fiscal de Finanças, usava um quepe verde. O Auxiliar de Agente da Estação era identificado pelo quepe azul, assim como os maquinistas. Fazem parte da história recente, os bonés das empresas Ferropar, Ferroeste e da Ferrovia Sul Atlântico S.A.


Apólice da Companhia Brazil Railway Cupons da Apólice da Companhia Brazil Railway Doação FECOMÉRCIOPR Acervo Sesc Estação Saudade

Documento original referente à ação preferencial no valor de 100 doláres emitida pela Brazil Railway Company em 28 de maio de 1910, para ser amortizada em 100 parcelas mensais de um dólar, das quais foram quitadas 40 parcelas. O capital autorizado a ser integralizado pela empresa era de U$ 40.000.000 (quarenta milhões de dólares) A Brasil Railway Company operou de 1906 a 1917, concentrando 47% das ferrovias brasileiras.


Telégrafo Acervo Casa da Memória

O telégrafo era um aparelho utilizado para a comunicação entre as estações ferroviárias, essencial para segurança e controle de tráfego nos trilhos, impedindo que eles colidissem. Antes da invenção de meios mais modernos de comunicação, toda a liberação era feita pelo telégrafo, que funcionava através da eletricidade e enviava mensagens criptografadas por código Morse.


JOSÉ DE ANDRADE JÚNIOR Viaduto de Oficinas Fotografia Doação da Família de José de Andrade Júnior Acervo Sesc Estação Saudade

Esta fotografia realizada por José de Andrade Junior, ferroviário e fotógrafo amador, registrou o exato momento do encontro dos trens no Viaduto de Oficinas. Uma foto guarda muito mais que um momento, aqui nesse caso, registra a persistência e dedicação de um amante da fotografia, que ficou uma semana com a câmera fotográfica, aguardando o momento perfeito para registrar a imagem de dentro do trem.


DORIAN GRISOLIA JÚNIOR Estação Saudade Desenho Doação do artista Acervo Sesc Estação Saudade

O desenho de Dorian Grisolia Júnior foi selecionado em 1993 para a Exposição Coletiva de Artes Plásticas do Banco do Brasil - 75 anos, organizada pela Prefeitura Municipal de Ponta Grossa. Destacando a arquitetura de estilo eclético, o desenho recebeu o nome de Estação Saudade, reforçando como o local era popularmente conhecido. Em 1997, através da Lei nº 5811, a antiga estação passou a ser reconhecida oficialmente como Estação Saudade.


Maquete do Viaduto Sinimbú da Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba Doação de José Francisco Pavelec Acervo Sesc Estação Saudade

O Viaduto Sinimbú, representado nesta maquete, faz parte da Estrada de Ferro Paranaguá - Curitiba. Sua construção, com aço importado da Bélgica, teve início em 1880 e cobre um vão de 62,28 metros. O viaduto foi inaugurado junto a Estrada de Ferro em 1885.


Teodolito Acervo Associação Brasileira de Preservação Ferroviária

Instrumento de precisão óptica para medir ângulos verticais e horizontais. Criado por Ignazio Porro em 1835 é um instrumento usado para determinar as medidas e formas da Terra, campo gravitacional, locação de pontos fixos e sistemas de coordenadas ou de uma parte da sua superfície. Utilizado para desenvolvimento da criação das linhas férreas.


Carimbador de bilhetes Alesso Acervo Casa da Memória

Antes da criação de formas mais modernas de impressão, o Carimbador de Bilhetes, datado do século XX, era o instrumento utilizado para carimbar os bilhetes de trem com a data e hora do embarque. Com funcionamento semelhante ao carimbo, o funcionário ajustava as informações na máquina e carimbava o bilhete do passageiro.



Aguarde cenas dos prĂłximos vagĂľes...



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