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Figura 11 - República dos Galifões, em Coimbra
República estudantil: imóvel locado para fins de moradia estudantil.
Figura 11 - República dos Galifões, em Coimbra. Fonte: Ephemera, 2016.
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4.3 O impacto da moradia estudantil para a vida do estudante
Hoje, a vida universitária é muito diversa, matérias diferentes, uma carga horária rigorosa, além das universidades oferecem uma variedade de oportunidades educacionais. Mas, o que muitos alunos parecem não perceber é que experiências aparentemente básicas, como a escolha de acomodação, podem ter um impacto tão grande em seu dia a dia.
As experiências que vivenciamos durante o período de formação define completamente quem e como seremos em nosso futuro. Sei que tudo o que vivenciei foi extremamente essencial para entender o quão importante é o ambiente em que vivemos durante o período de formação, na medida que é neste espaço de tempo que formamos nossa criticidade e sociabilidade. Eu acredito que nosso país ainda não se preocupa em estimular a implementação deste tipo de ambiente para os estudantes, talvez seja pelo fato de não ser da cultura nacional. (NONNEMACHER, 2020). A moradia estudantil tem um papel de muito impacto na vida do estudante em dois aspectos: psicológico e social. A experiência de sair de casa é percebida pelos estudantes como algo difícil, em virtude de se sentirem sozinhos, terem medo, timidez e pelas dificuldades socioeconômicas, tendo a necessidade de apoio para permanência no ensino superior, mas também como algo importante, devido à independência conquistada. Para Galland (1995), a independência residencial aparece como critério importante para a vivência da vida estudantil.
Uma pesquisa realizada por GARRIDO (2015) utilizou o uso de domínios para relatar o impacto resultante de se viver em moradia estudantil durante o período de formação do estudante universitário, sendo elas:
Domínio pessoal: mudanças relacionadas à aquisição ou ao enfraquecimento de hábitos e habilidades, de características e de processos pessoais no âmbito cognitivo, emocional, prático e financeiro.
I.1.a Aquisição, fortalecimento ou enfraquecimento de hábitos e habilidades e de características e processos pessoais, que podem ser aplicados em vários contextos da vida. I.1.b Sentimentos e (ou) percepções relativas ao próprio sujeito, à experiência de ser morador, sobre a moradia ou sobre a universidade. I.1.c Ganho ou prejuízo de recursos materiais. Domínio social: mudanças referentes à amplitude da rede social do estudante, ao seu envolvimento em atividades diversas de interação social, à sua competência nas relações sociais. I.2.a Ampliação ou restrição na composição da rede social, incluindo mudança de papel social exercido. I.2.b Envolvimento em atividades de interação social, observandose o tipo ou natureza das atividades dentro ou fora da moradia e alterações em sua frequência. I.2.c Competência social, na forma de aquisição, fortalecimento ou enfraquecimento de habilidades, atitudes, valores e comportamentos, necessários à convivência social. Domínio acadêmico: alterações relacionadas à tarefa acadêmica, as quais envolvem mudanças em conhecimento, ganho, fortalecimento ou enfraquecimento de habilidades e cumprimento de compromissos e tarefas e mudanças relacionadas ao desempenho acadêmico. I.3.a Conhecimentos relativos ao conteúdo do curso que frequenta e a outras áreas do conhecimento e alterações de conhecimento sobre o funcionamento da universidade, sobre a vida acadêmica e a formação. I.3.b Habilidades e hábitos referentes ao cumprimento de compromissos e tarefas acadêmicas. I.3.c Envolvimento acadêmico, que compreende o grau de dedicação às atividades obrigatórias e não obrigatórias, à utilização de equipamentos e de serviços disponíveis na universidade. Contempla ainda o grau de interação com professores e demais membros da comunidade acadêmica, assim como iniciativas de organização e participação em comissões e eventos acadêmicos. I.3.d Desempenho, na forma de resultados em termos de nota, ou avaliação de desempenho acadêmico que resultem em aprovação ou reprovação. (GARRIDO, 2015).
A experiência de viver em uma moradia estudantil contribui para o mmmm enriquecimento da formação do estudante da educação superior, desenvolve autonomia, responsabilidade, amadurecimento, participação em atividades extracurriculares. (GARRIDO, 2012).
As moradias estudantis representam, nos espaços urbanos, muito mais do que espaços de estadia e/ou convivência. São lugares que alcançam dimensões afetivas, psicológicas e de verdadeira identificação do indivíduo com tais localidades. (LUIZ, 2019).
4.4 Tipos de residências estudantis
Segundo Littlefield em seu livro Manual do Arquiteto, a grande maioria das acomodações para estudantes se baseia em oferecer um quarto ou apartamento do tipo quitinete para cada aluno. Segundo ele, o ideal seria que esses apartamentos possuírem tamanhos e layouts diferentes, com ambientes apropriados para estudo e também para moradia, socialização e descanso, atendendo assim as necessidades dos estudantes. (LITTLEFIELD, 2011).
No livro o autor mostra as seguintes soluções de plantas para as moradias estudantis:
Tipologia do bloco sem elevador
O edifício é dividido em blocos, cada uma com um número limitado de dormitórios em cada pavimento atendidos por uma única escada (Figura 10). Com esse modelo não há como colocar elevadores, sendo assim esse tipo de habitação dificilmente são aceitas pelas instituições devido a limitação para cadeirantes. (LITTLEFIELD, 2011).