C.A.B.E.A CENTRO DE ACOLHIMENTO E BEM-ESTAR ANIMAL
Universidade de Araraquara – UNIARA Arquitetura e Urbanismo Araraquara 2022
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
LAURA SILVA DE CARVALHO 06418-019
Universidade de Araraquara – UNIARA Arquitetura e Urbanismo Araraquara 2022
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
LAURA SILVA DE CARVALHO 06418-019
Trabalho Final de Graduação apresentada ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Araraquara –UNIARA. Orientadora: Beatriz Aied
Primeiramente agradeço a Deus, que me proporcionou ter conseguido chegar até aqui e nunca ter me desamparado.
A minha família, em especial aos meus pais, Nelson e Marcia, obrigada por estarem sempre ao meu lado me apoiando, incentivando e ajudando em todas as minhas dificuldades para que eu pudesse realizar meus sonhos.
A minha gata, Lolla, que desperta em mim um amor incondicional aos animais, por ser fonte de inspiração e incentivo na realização do meu trabalho.
Aos meus amigos que fiz durante a faculdade, obrigada por compartilharem comigo essa jornada, ao longo desses cinco anos, tornando-a mais leve.
E aos meus professores, que compartilharam comigo todos os ensinamentos necessários, para a minha formação académica.
Obrigada a todos vocês!
Schopenhauer“A compaixão pelos animais está intimamente ligada a bondade de caráter, e quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem”Arthur
O presente trabalho aborda questões de fundamental importância para o entendimento da relação homem e animal, como o processo da domesticação desde a pré história até os dias atuais, em que, para se ter um animal em casa, é necessário proporcionar lhe seu bem estar; mas, para isso, existem gastos que muitos tutores não estão preparados e acabam abandonando, ocasionando um aumento de animais nas ruas.
Assim, um dos objetivos da pesquisa é fazer uma análise da relação dos animais com a cidade, a fim de entender quais são os espaços destinados à saúde e ao bem-estar animal e quais os bairros mais propícios ao abandono de animais em Araraquara.
Por fim, elaborar o projeto do Centro de acolhimento e -estar animal em Araraquara, contando com uma estrutura adequada para proporcionar o bem estar, acolhendo e fornecendo um lar temporário até o momento de sua adoção.
Palavras chaves: Centro de acolhimento, animal doméstico, abandono e abrigo.
The present work addresses matter of fundamental importance for the understanding of the man and animal relationship, such as the process of domestication from prehistory, to now a days, wherin to have an animal at home is necessary provide the well-being of your pet, but for to do it there are expenses, wherein many guardians are not prepared and end up abandoned, causing an increase in animals on the streets.
One of the purpose of the research is to do an analyze of the relationship of animals with the city in order to understand which are the destined spaces for animal health and animal welfare, which neighborhoods are most likely to abandon animals in Araraquara.
Finally, elaborate the project of the animal welfare and reception Center in Araraquara, with an adequate structure to provide well being, reception and providing a temporary home until the moment of their adoption.
Key words: reception center, domestic animal, shelter and abandonment
Os animais domésticos estão sempre presentes no dia a dia das pessoas e possuem um papel de fundamental importância no nosso cotidiano, como animais de companhia, o que acaba tornando a nossa relação com eles cada vez mais íntima e, em alguns casos, são até considerados membros da família Essa relação gera grandes benefícios para a saúde e a mente, assim como ajuda pessoas em tratamentos de algumas doenças. No entanto, em contrapartida, existe a problemática com relação ao abandono de cães e gatos, fator que é recorrente na maioria das cidades brasileiras; embora existam organizações não governamentais (ONGs) que resgatam esses animais, não é possível acolher e dar suporte a todos pela grande proporção de animais abandonados que existem no Brasil.
Sendo assim, essa pesquisa aborda o tema da saúde e do abandono de animais domésticos, com o intuito de mostrar o quão importante e abrangente é o assunto relacionado ao abandono de animais Infelizmente esse é um problema que ocorre em várias cidades brasileiras, que leva os animais abandonados a passarem por desafios todos os dias, relacionados à fome, às doenças e aos maus tratos. Além do abandono ser prejudicial para o próprio animal, ele interfere diretamente na saúde pública, como o caso das zoonoses. Sendo assim, essa pesquisa tem como motivação direcionar um olhar aos animais menos favorecidos tornando o problema uma ação coletiva, que a sociedade atue como agente participante no controle de animais abandonados.
Com a intenção de melhorar a realidade do município de Araraquara e região, o presente trabalho visa criar um Centro de Acolhimento e bem estar animal, que será um equipamento público, com o intuito de atender, acolher e abrigar, todos os animais, principalmente os que se encontram em situação de vulnerabilidade ou abandono; além de também atender toda a população que queira conhecer o espaço, adotar um animal ou cuidar da saúde do seu pet, de uma maneira mais acessível economicamente, promovendo assim a saúde e bem-estar dos animais domésticos. Para isso, existe a pretensão de criar um espaço onde os tutores consigam fazer tudo em um só lugar, desde cuidados com a saúde, adotar um animal, ou comprar algo que o pet precise, como medicamentos ou ração.
A escolha de desenvolver um Centro de acolhimento e bem-estar animal, se deu através de interesses pessoais com relação aos animais, principalmente os domésticos, agregada à preocupante situação de carência de atenção, quando estes se encontram em situação de abandono, principalmente dos casos já nascem nas ruas passando fome e necessidades.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde OMS (2021), no Brasil existem 30 milhões de animais em situação de rua (abandonados), divididos entre: 20 milhões de cães e 10 milhões de gatos. Já em Araraquara existem cerca de 600 animais abandonados ou vítimas de maus-tratos na Gerência de Zoonoses e no Canil Siciliano, segundo a vereadora de Araraquara, Luna Meyer (2022), em entrevista com a autora1 , isso deixa claro o alto índice do abandono de animais no Brasil
A cidade de Araraquara foi escolhida por ser uma cidade consideravelmente grande e polo de cidades vizinhas menores; além da convivência direta na cidade possibilitando uma visão ampla dos casos de abandono. Araraquara possui algumas organizações não governamentais ONGs, porém, em sua grande maioria, não contam com um espaço adequado para acolhimento ou estão em seu limite máximo de animais abrigados.
Portanto, a justificativa da criação de um Centro de acolhimento junto de uma clínica veterinária para atender as necessidades dos animais, surge para suprir e resolver os problemas da cidade e da
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região, ao oferecer uma oportunidade de os animais serem bem tratados e estarem em um local seguro, longe das ruas e da violência. A arquitetura terá um papel de fundamental importância no local, fazendo do abrigo um local acolhedor e seguro e com grande utilização do paisagismo, tornando se assim um lar para esses animais carentes de afeto e atenção.
Gráfico 1.1: Quantidade de animais abandonados no Brasil
1 Entrevista concedida pela vereadora municipal de Araraquara, em 10 de março de 2022
Fonte: Organização Mundial da Saúde OMS (2021) Adaptado pela autora (2022)
O objetivo geral deste trabalho é desenvolver um projeto de um espaço voltado para os animais, em específico os domésticos, em condição de abandono, vulnerabilidade ou com estado de saúde fragilizado, principalmente de famílias carentes. O Centro de acolhimento e bem-estar animal será em Araraquara-SP, tendo como o principal propósito acolher os animais, cuidar deles e atender as suas necessidades, para que possam ser adotados, mudando a expectativa de vida deles e assim, contribuir para a diminuição dos casos de abandono e problemas de zoonoses na cidade.
Desenvolver uma linha de raciocínio com dados históricos que tracem a relação do homem com o animal, desde a antiguidade até os dias atuais;
Apresentar dados sobre a realidade dos animais abandonados no Brasil e a sua relação com a cidade;
Apresentar estudos de caso de Centros de acolhimento animal, para análise das referências e assim montar um programa de necessidades adequado ao projeto; Elaborar um espaço onde os animais encontrem um ambiente estruturado e afetivo, que atenda suas necessidades, tanto com relação ao seu acolhimento quanto em questões de tratamento, desde consultas até complexas cirurgias.
Para ser possível o desenvolvimento do trabalho, a metodologia de pesquisa e a busca por informações foram divididas em etapas, sendo a primeira a pesquisa de referenciais teóricos com base em monografias, leis, artigos acadêmicos, assim colaborando com o entendimento da situação do bem-estar animal, a questão do abandono e a relação do animal com o ser humano ao longo dos anos. A segunda etapa foi composta pelas referências projetuais; essas análises serviram como base para compor a proposta de projeto e entendimentos específicos sobre um centro de acolhimento animal. Por fim, a terceira etapa é referente ao levantamento da cidade e da área em que o projeto será feito com base em análise de mapas, análise das informações nos sites, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE e da Prefeitura de Araraquara.
A análise feita de Araraquara foi de fundamental importância para entender como é a situação da cidade com relação aos espaços voltados à saúde dos animais domésticos e como está o controle de animais abandonados, e, a partir desses estudos, será possível desenvolver o programa de necessidades e um projeto, abordando o máximo de conflitos em questão.
[Capture a atenção do leitor com uma ótima citação do documento ou use este espaço para enfatizar um ponto chave. Para colocar essa caixa de texto em qualquer lugar na página, basta arrastá-la.]
De acordo com a Portaria Ibama n. 93, do art. 2º, capítulo III, de 07 de julho de 1998, animais domésticos são:
“Art. 2º, III Todos aqueles animais que através de processos tradicionais e sistematizados de manejo e/ou melhoramento zootécnico tornaram se domésticas, apresentando características biológicas e comportamentais em estreita dependência do homem, podendo apresentar fenótipo variável, diferente da espécie silvestre que os originou.”
Ainda segundo a Portaria Ibama n. 93/1998, os animais domésticos não precisam de autorização de órgãos ambientais para a sua comercialização. São exemplos de animais domésticos: Cachorro, Coelho, Gato, Calopsita, Cavalo, Galinha, Ovelha, Porco, Hamster, entre outros, ou seja, animais domésticos, são aqueles que apresentam uma certa dificuldade em viver sozinhos, sendo animais habituados ao convívio humano
Como vimos anteriormente, existe uma grande variedade de animais domésticos, porém, no Centro de acolhimento e bem-estar animal, será trabalhado apenas com: cães, gatos, coelhos e hamster, que são animais mais comuns de se encontrar nos lares brasileiros, dentro do perímetro urbano.
Figura 2.1 a 2.6: Exemplos de animais domésticos
Fonte: 2.1 arquivo pessoal (2022)
Fonte: 2.2 UOL (2020)
Fonte: 2.3 Agroset (2020)
Fonte: 2.4 Pet love (?)
Fonte: 2.5 Efecadepatos (2015)
Fonte: 2.6 Catraca livre (2019)
Figura 2.07: Pintura nas cavernas
Fonte: Minuto ligado (2013)
A história da relação entre os humanos e os animais é super antiga, surgindo na pré-história A domesticação dos primeiros animais ocorreu há cerca de 12.000 anos, quando ambos perceberam que podiam se beneficiar desta relação. Os primeiros relatos dessa interação foram feitos nas pinturas das cavernas e a data se fundamenta na descoberta de um esqueleto humano junto a de um cão em um sítio arqueológico. (MAGNOBOSCO, 2006)
O início dessa relação foi com o homem caçador e os animais como caça, usadas para o homem se aquecere sealimentar. Essaconvivência entre ambos iniciou o processo da domesticação, partindo dos lobos, que se aproximaram em busca de abrigo e restos de comidas, segundo Magnobosco (2006). Essa aproximação também foi vantajosa para os homens, já que, com os lobos, eles estavam mais seguros com relação aos ataques de outros animais
Fonte:
Com o passar dos anos o homem deixa de viver da caça e começa a tornarse fixo nos locais, a partir da descoberta do fogo, passando então a explorar a agricultura e criar animais; os cães começam a trabalhar como pastores; mas, para que realmente desse certo, foi feito uma seleção genética dos animais que eram considerados bons para tal atividade.
Fonte:
De acordo com Lima, (1998 apud Magnobosco 2006, p.17) a domesticação dos gatos ocorreu no Antigo Egito há aproximadamente 2.500 anos. Durante essa época, os gatos eram tratados como objetos valiosos, divindades que aproximavam os egípcios dos deuses. Toda essa admiração aos felinos ocorreu quando descobriram o instinto natural de caça aos roedores (ratos e camundongos) e assim conseguiam proteger os silos de grãos e cereais das infestações de roedores que estavam acontecendo.
“O apogeu dos gatos ocorreu na cultura egípcia: os gatos eram tão importantes para a população egípcia, a ponto de serem encontradas diversas estatuetas e múmias de gatos, junto às de humanos, nas câmaras mortuárias e sendo guardado luto pelos donos de animais que morriam. Com a invasão romana no Egito, os gatos foram levados para a Europa, sendo um símbolo da vitória e havia leis que os protegiam”. (MAGNABOSCO. 2006. p.7)
Figura 2.10:
Fonte: G1 (2008).
Na idade média, entre os séculos V e XV, o relacionamento dos homens com os animais é um pouco diferente do conhecido atualmente; porém, a ideia de animais de estimação já existia. Ter um macaco, ovelha ou porco era considerado normal, pois, além da função de companhia, eles também serviam como alimentação e fonte de dinheiro de acordo com Hanawalt (2008).
"Entre os camponeses, eles significavam um instrumento de trabalho, e entre as classes altas, um artigo de luxo". (HANAWALT.2008. Portal G1)
A relação dos gatos muda drasticamente durante a Europa Medieval, de acordo com Magnobosco (2006): de divindades, os gatos passam a ser relacionados a bruxarias e perseguidos. Presume se que a morte dos gatos nessa época tenha forte ligação com o surgimento da peste negra (século XIV) devido a grande proliferação de ratos que teve no período.
Figura 2.11: Representação dos animais nas ruas
Fonte: Jornal destaque regional (2018).
Sabemos que o homem se adaptou e evoluiu com os animais domésticos, cada um de acordo com suas necessidades. Durante os primeiros séculos da modernidade (XVI a XVII), o número de animais domésticos, de companhia, cresceu muito: cães e gatos passaram a ser cada vez mais comum nas casas, principalmente da classe média, segundo THOMAS, (1988 apud Magnobosco 2006, p.3).
Com o crescimento desenfreado dos animais, de acordo com Oliveira; Souza; Carletto (2016) que circulavam livres pelas ruas, essa superpopulação de cães e gatos foram associadas a seres perigosos, agressivos e transmissores doenças. Com receio das zoonoses, (doenças transmitidas ao homem através dos animais) que ganharam força na era moderna, as pessoas foram motivadas a afastar os animais para fora de casa e do convívio familiar, assim eles foram condenados a viver apenas nos quintais das residências. (LIMA, 2016)
Figura 2.12: Raças “femininas” e raças “masculinas”
Fonte: Go pets (2021).
O afastamento dos animais do convívio familiar entre os séculos XVII e XVIII acabou ocasionando, durante o período contemporâneo no século XIX, a seleção de raças, para suprir as necessidades da alta sociedade, adaptando-as à convivência familiar.
“Entre os cães “inúteis”, as raças “femininas” eram as que se adequavam à vida reclusa, como a das mulheres da época, enquanto as raças “masculinas” eram aquelas adequadas a atividades externas de lazer realizadas pelos fidalgos”. (LIMA. 2016. p.56)
Segundo Lima (2016), para melhor compreendermos a evolução do homem com o animal doméstico, é necessário analisar o modo como cada parte do mundo adotou o convívio com os animais dentro de casa: enquanto na Europa os animais considerados especiais puderam se reaproximar ao convívio familiar, no Brasil, somente no final do século XX que fomos ter o costume de animais de companhia, porque até a década de 1980 os gatos ficavam para fora de casa e os cães eram para trabalho, como na época dos colonizadores, com objetivo de proporcionar maior segurança para a residência. (OLIVEIRA; SOUZA; CARLETTO, 2016).
Figura 2.13: Relação homem animal atualmente
Fonte: Ciência e cultura (2020).
Por fim, já no século XXI, a relação homem animal no Brasil se intensificou ainda mais, principalmente da forma afetiva, tanto que podemos perceber na relação homemanimal os mesmos graus de afeto e cuidado das relações pais e filhos e, comparado com os períodos anteriores aqui retratados, percebe-se que atualmente a nossa relação com os animais é muito mais do que a relação de homem-animais domésticos, hoje eles são realmente parte integrante da família.
“Se a casa brasileira é imaginada como um ambiente de amor e os animais de estimação fazem parte dessa casa simbólica, então é compreensível que sejam tratados como se fossem pessoas e membros da família.” (OSÓRIO, 2013. p.164)
Uma pesquisa que traça o perfil dos tutores de animais de estimação foi feita em 2018 pelo SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas) em parceria com a Associação brasileira da indústria de produtos para animais de estimação (Abinpet), entrevistando 14.500 tutores pelo país, trazendo assim os seguintes números:
Tablea 2.1: Perfil do dono de pet
De acordo com a pesquisa, é possível notar que os números relacionados ao segmento pet no Brasil são impressionantes, pois, cada vez mais, os animais estão presentes nos lares, independente de sexo, classe ou idade dos tutores. Dois fatores que chamam atenção nessa pesquisa são: o número de pessoas que tem se conscientizado em adotar ao invés de comprar está crescendo ano após ano, e o gasto médio com o pet, que era de R$189,71 em 2016, ou seja, 21% do salário do tutor iam para os gastos com o pet, isso supondo que o tutor ganhava um salário mínimo por mês (R$ 880,00 em 2016 de acordo com o Ministério do Trabalho e Previdência (2020)).
Além desses números apresentados do perfil dos tutores de pet, a Abinpet também apresentou o valor gasto anualmente no Brasil com os pets, sendo:
Fonte: SEBRAE (2016). Adaptado pela autora (2022)
Figura 2.14: Gastos com pets ao ano no Brasil
Fonte: SEBRAE (2016). Adaptado pela autora (2022)
O bem estar animal é um termo amplo, mas que, em linhas gerais, trata sobre a qualidade de vida dos animais, para que eles estejam em harmonia com o ambiente em que vivem A discussão sobre esse tema começou em 1964 com a publicação do livro “Máquinas-Animais”, da autora Ruth Harrison; o livro retrata como os animais da época eram tratados pela indústria: eles não eram tratados como seres vivos, mas sim como máquinas inanimadas de acordo com BROOM (2011 apud Henzel, 2014, p.10)
Um dos documentos mais importantes com relação à defesa e ao bem estar animal é a Declaração Universal dos Direitos dos Animais proclamado pela UNESCO em 1978. Essa carta reconhece o direito à vida dos seres vivos, defende o respeito para todos, dentre outros As atribuições dessa carta são de grande importância para a defesa e proteção dos animais, inclusive em território brasileiro.
Os animais, assim como os homens, se sentem ameaçados em determinadas situações, como fome, medo e frio. Embora eles não tenham a capacidade da fala, como os humanos, para se expressarem, eles conseguem demonstrar seus sentimentos através da linguagem corporal.
A seguir, serão apresentados os direitos dos animais, a começar pelo básico que são as cinco liberdades; logo em seguida serão apresentados os principais artigos da Declaração Universal dos Direitos dos Animais e, por fim, serão apresentadas as principais leis com relação à proteção dos animais na cidade de Araraquara.
O Comitê de Brambell constituiu em 1965 um documento chamado “Relatório de Brambell”, defendendo que os animais devem ter liberdade de: “levantarem se, deitarem se, virarem se para os lados, limparem se e esticarem seus membros", esses princípios, tempos depois, de acordo com Mcculloch (2013 apud Henzel, 2014, p.10), tornaram se conhecidas como as cinco liberdades, as quais defendem que o animal deve ser:
Figura 2.15: As 5 liberdades
Fonte: Mia carne suína (?). Adaptado pela autora (2022)
Art. 1º
Todos os animais nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência
1. Todo o animal tem o direito a ser respeitado.
Art. 2º
2. O homem, como espécie animal, não pode exterminar os outros animais ou explorá-los violando esse direito; tem o dever de pôr os seus conhecimentos ao serviço dos animais.
3. Todo o animal tem o direito à atenção, aos cuidados e à proteção do homem.
1. Nenhum animal será submetido nem a maus-tratos nem a atos cruéis.
Art. 3º
2. Se for necessário matar um animal, ele deve de ser morto instantaneamente, sem dor e de modo a não provocar-lhe angústia.
Art. 5º Art. 14º
1. Todo o animal pertencente a uma espécie que viva tradicionalmente no meio ambiente do homem tem o direito de viver e de crescer ao ritmo e nas condições de vida e de liberdade que são próprias da sua espécie.
2. Toda a modificação deste ritmo ou destas condições que forem impostas pelo homem com fins mercantis é contrária a este direito.
Art. 11º
Todo o ato que implique a morte de um animal sem necessidade é um biocídio, isto é um crime contra a vida.
1. Os organismos de proteção e de salvaguarda dos animais devem estar presentados a nível governamental.
2. Os direitos do animal devem ser defendidos pela lei como os direitos do homem.
A Declaração Universal dos Direitos dos Animais conta com quatorze artigos que atuam em defesa dos animais, tanto domésticos, quanto os selvagens No presente trabalho, foram apresentados alguns desses direitos, relacionados principalmente aos animais domésticos ou que pontuem em âmbito geral os direitos dos animais. A partir da análise desses artigos é possível perceber que a vida dos animais também importa e não é só porque são considerados animais irracionais que não possuem seus direitos perante a sociedade.
LEI MUNICIPAL nº 4564 de 24 de outubro de 1995
Dispõe sobre o controle do número de animais e a prevenção das zoonoses no município. Em seu Art. 2º é declarado que o Centro Municipal de Controle de Zoonoses é responsável pelo controle da população de animais e controle de zoonoses em Araraquara.
LEI COMPLEMENTAR nº 827 de 10 de julho de 2012
Dispõe de políticas públicas de proteção ao animal, incluindo a guarda responsável e a identificação do animal com microchip. No Art.4º é declarado que é de responsabilidade da Coordenadoria Executiva de Bem-Estar Animal o acompanhamento e o controle da proteção dos animais.
Em seu Art. 16º, no parágrafo III, são declarados tipos de maus tratos: “Criá los, mantê los ou expô los em recintos exíguos, insalubres ou impróprios, bem como transportá los em veículos ou gaiolas inadequados ao seu bem estar ou à segurança deles e de terceiros”.
LEI MUNICIPAL nº 9282 de 4 de junho de 2018
Dispõe sobre o Plano Municipal de Políticas Públicas para os Animais, englobando o controle populacional dos animais, guarda responsável, animais em situação de abandono e maus tratos.
Em seu Cap. 1 º sobre controle populacional, é incentivada a castração dos animais com mutirões, viabilizando parcerias entre o poder público com instituições privadas, ONGs e universidades, assim como torna obrigatório doar e comercializar animais já castrados.
DECRETO MUNICIPAL nº 12.309 de 1 de julho de 2020
Ele estabelece os custos de despesas públicas em relação ao abrigo, à alimentação e à saúde dos animais resgatados e apreendidos pela Coordenadoria Executiva de Bem-Estar Animal.
Ter essas leis na cidade de Araraquara é de fundamental importância na proteção dos animais; porém, mais do que tê las, o poder público tem a obrigação de colocá las em prática e atuar em defesa dos animais, não somente deixá las no papel. Já a população também tem que ter conhecimento de tais leis e reconhecer que ter um animal em casa é trabalhoso, mas é obrigatório promover o seu bem-estar; caso contrário, estão cometendo crimes de maus tratos
Em 2018, de acordo com o Instituto Pet Brasil (2019), foi feita uma estimativa de que há 139,3 milhões de animais no país. Dentre todos esses animais domésticos o gato vem ganhando destaque. O número de felinos apresentou um crescimento preferencial com relação a compra/adoção de 8,1% nos lares brasileiros.
39,8 milhões de aves
19,1 milhões de peixes 2,3 milhões de repteis e pequenos mamíferos
Figura 2.16: Número de animais no Brasil
Fonte: Instituto Pet Brasil (2019). Figura criada pela autora (2022)
Do total de cães e gatos apresentados, segundo o Instituto Pet Brasil (2019), 5% deles estão em condição de vulnerabilidade, correspondendo a 3,9 milhões de pets. Entende-se como condição de vulnerabilidade animais cujos tutores estão abaixo da linha da pobreza ou animais que vivem nas ruas, mas tem o cuidado de pessoas que não são tidas como seus tutores, além de não terem moradia fixa.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde OMS (2021), somente no Brasil, estimasse que existem cerca de 20 milhões de
54,2 milhões de cães
23,9 milhões de gatos
cães e 10 milhões de gatos abandonados. Apesar dos números serem uma estimativa, segundo Oliveira (2021), a população tem ciência de que o número de animais abandonados é grande e é um fato cotidiano, principalmente nas grandes cidades.
O abandono de animais pode se dar por vários motivos: falta de dinheiro, falta de espaço, comportamento agressivo dos animais, ficaram idosos, dentre outras. Cada pessoa que abandona sempre vai arranjar uma desculpa para tal ato.
Foi feita uma pesquisa pelo ANDA Jusbrasil (2015) revelando alguns motivos que levam as pessoas a abandonarem seus pets:
Gráfico 2.1: Motivos do abandono
Fonte: ANDA Jusbrasil (2015). Gráfico criado pela autora (2022)
“As pessoas são motivadas pela paixão na hora de adquirir os animais, mas qualquer alteração na estrutura da família faz com que eles sejam abandonados. Afinal, para a maioria das pessoas, eles não são prioridade. O certo é: não pense mil vezes antes de ter um animal, pense dez mil vezes” (DIAS, 2015. ANDA Jusbrasil)
Normalmente quem abandona leva para longe de casa, para o animal não ter chance de voltar, seja pelo olfato ou por reconhecimento do caminho visualmente. De acordo com Augé (2008 apud Osório, 2013, p.159), locais mais propícios para as pessoas abandonarem os animais são aqueles não habitados por humanos, como espaços ao ar livre (parques e praças arborizadas), terreno baldio, estacionamento ou prédio abandonado.
No Brasil existem cerca de 370 ONGs segundo o Instituto Pet Brasil (2019); dentre elas, 169 estão na região sudeste, o que equivale a 46% do total, ou seja, quase metade das ONGs do Brasil estão localizadas nessa região; todas as 370 ONGs cuidam de aproximadamente 172 mil animais em situação de abandono.
O Instituto Pet Brasil (2019) fez um estudo com todas as ONGs do país, com base em número de animais acolhidos e a capacidade de acolhimento máximo de cada uma e chegou à seguinte conclusão: as ONGs de pequeno porte conseguem acolher até 100 animais por vez; as de médio porte conseguem acolher de 101 a 500 animais por vez; já as de grande porte conseguem acolher mais de 501 animais.
A União Internacional Protetora dos Animais - UIPA, localizada em São Paulo, é a mais antiga ONG do país. Fundada em 1895, ela foi responsável pela criação do Movimento de Proteção Animal no Brasil no século XIX (UIPA, 2016).
Com relação à proteção dos animais, Araraquara conta com o trabalho de 4 ONGs, protetores independentes e a Coordenadoria do Bem estar Animal, que veremos de uma maneira mais aprofundada no capítulo de análise urbana.
Não ter tempo para cuidar, comportamento inadequado, nacimento de um filho, gera muitos gastos
Em 2020 o mundo começou a enfrentar uma crise mundial, a pandemia, causada pelo vírus da SARS CoV 2, popularmente conhecido como Covid-19. Em março desse mesmo ano, a pandemia chegou ao Brasil, modificando a vida e a rotina de todos os brasileiros, que tiveram que se adaptar para proteger a si mesmos e ao próximo desse vírus até então desconhecido. Diversos cuidados como o isolamento social, uso de máscara e álcool em gel passaram a fazer parte da rotina da população.
Como se não bastassem todas essas mudanças por conta do surgimento desse vírus desconhecido, outros problemas de caráter social e econômico começaram a surgir, como o desemprego e problemas psicológicos, como a ansiedade e depressão. A relação do homem com o animal doméstico também mudou nesse período, tanto para o lado positivo, já que o número de adoções cresceu muito, quanto para o lado negativo, do abandono.
O número de animais domésticos adotados pelos brasileiros com o intuito de ter uma companhia em casa em tempos de isolamento cresceu em 30% de acordo com a pesquisa feita pelo Radar Pet (2021) publicada pela Comissão de Animais de Companhia (Comac).
Essa mesma pesquisa também divulgou que os gatos foram os mais procurados para adoção, com 37% de preferência, do que os cachorros, com 22% de preferência. Junto desses dados dos animais, a pesquisa apresentou o perfil das pessoas que mais procuraram um animal para adoção, destacando casais sem filhos e pessoas que moram sozinhas.
Figura 2.18: Perfil de quem mais adotou Fonte: Radar Pet (2021). Figura criada pela autora (2022)
Figura 2.19: Preferência de adoção Fonte: Radar Pet (2021). Figura criada pela autora (2022)
E os pets têm sido a companhia ideal para as pessoas em isolamento social, diminuindo assim o sentimento de solidão. Segundo o Portal Vet (2020, apoud Scheffer; Munari, 2021, p. 156) uma pesquisa feita em 2020 pelo Banfield Pet Hospital®, uma rede de hospitais veterinários norte americano, provou que ter um pet em casa ajudou 39% dos tutores que foram entrevistados a diminuir os sintomas de ansiedade que a pandemia causou, justamente por conviver, em casa, com um animal, que traz alegria, fazendo esquecer, nem que por um curto espaço de tempo, as coisas ruins que estavam acontecendo no mundo.
Figura 2.20: cão abandonado
Figura 2.21: Gato abandonado Fonte: Petiko (2020). Fonte: Petz (2020).
Quando uma família perde a sua fonte de renda e se vê obrigada a cortar os gastos domésticos, um dos primeiros a ser cortado é com os animais que, ou são doados, ou, como na maioria dos casos, são abandonados à própria sorte. Durante o período mais crítico da pandemia do Covid 19, muitas pessoas perderam o emprego, perderam sua fonte de renda, por conta disso os casos de abandono cresceram de uma maneira descontrolada
O abandono de animais domésticos cresceu em 70%, de acordo com dados da AMPARA Animal (2020). Essa alta percentagem está associada também ao medo infundado que os pets possam ser transmissores do Covid 19. Porém, segundo Albuquerque, et al. (2020 apoud Scheffer; Munari, 2021, p. 155), não existem comprovações científicas de que os animais possam ser agente transmissor do vírus da Covid-19; mesmo assim, de acordo com Scheffer; Munari (2021), existem casos de animais que contraíram o vírus, mas, em sua grande maioria, ele foi passado de uma pessoa doente para o animal.
A vida dos cães e gatos também mudou dentro de casa: a pandemia obrigou as famílias a ficarem em isolamento social, assim a convivência entre os as pessoas e os pets dentro de casa aumentou; com isso, segundo Wolf, et al. (2020 apud Scheffer; Munari, 2021, p. 158), o isolamento social trouxe uma grande complicação para algumas famílias, como o aumento da violência doméstica, principalmente para mulheres, crianças e animais, já que esses estavam passando o dia inteiro ao lado do agressor.
Em consequência do confinamento, cresceu em 10% a violência contra os animais nos lares brasileiros durante o período da Covid 19, de acordo com os dados do Conselho Regional e Medicina Veterinária de São Paulo -CRMVSP (2020).
Com a pandemia mais controlada, a criação das vacinas contra a Covid-19, a flexibilidade do isolamento social e a retomada das atividades e da nova “vida normal”, as pessoas começam a voltar a trabalhar fora de casa, começam a voltar a sair para se divertir com os amigos, e a vida dos animais com esse “novo normal” também é afetada.
“O animal não é um objeto, ele precisa de cuidados e atenção e, quando isso se tornou um peso, a solução foi devolver ao abrigo de animais ou soltar nas ruas. Os animais necessitam de cuidados diários e atenção, devem receber alimentação adequada,seremlevadosaoveterinário,receberemvacinação anual e castração. O planejamento deve incluir tempo para socializar com o animal, brincar, passear e ensinar. Os custos podem ser adaptados à situação financeira do tutor.” (DELLOVA, Jornal USP, 2021)
Aquele entusiasmo em adotar um animal para companhia no início da pandemia não fez as pessoas pensarem a longo prazo, que o animal gera despesa e precisa de cuidados com a alimentação e a higiene, os quais pesam nos gastos familiar. Assim aquele aumento no número de adoções teve o movimento inverso segundo Gebara (2021), gerente de projetos da AMPARA Animal; houve um aumento em 61% no abandono quando a flexibilização do isolamento aumentou.
Figura 2.22: Violência contra os animais
Fonte: Experto animal (2019)
A cidade de Araraquara está localizada na Região Administrativa Central no estado de São Paulo, região essa que conta com vários municípios, principalmente os de pequeno porte, com até 40.000 habitantes, como analisado no mapa 3.1.
Os municípios da região, principalmente os de pequeno porte, em sua maioria, não contam com abrigos ou clínicas veterinárias com estrutura adequada para atender os animais, ou, caso tenham, estão em situação precária. Como pode se perceber no mapa, somente 5 cidades da região contam com abrigo municipal, e a grande maioria das cidades, com até 20.000 habitantes conta somente com o serviço de vigilância sanitária, que não cuida dos animais, mas sim das zoonoses.
Por conta disso, a maioria dos casos vão para as grandes cidades da região, como Araraquara, São Carlos e Matão, com mais de 80.000 habitantes, que dispõem de pelo menos uma ONG ou um abrigo e algumas clínicas veterinárias.
Essas grandes cidades da região já tem de lidar com vários problemas de abandono e maus tratos do próprio município, que, infelizmente, não são poucos. Juntando esses problemas com os animais das cidades vizinhas menores que são transferidos em busca de abrigo ou tratamento, acaba por sobrecarregar os abrigos e instituições que cuidam dos animais de Araraquara, Matão e São Carlos.
Mapa 3.1: Mapa de análise regional
Fonte: SPBR PDF (2019) Adaptado pela autora (2022)
Embora o Centro não negue atendimento medico veterinário a nenhum animal da macrorregião de Araraquara, com relação ao abrigo, será priorizado acolher animais principalmente Araraquara, e da microrregião, como de Américo Brasiliense, Santa Lúcia, Rincão, Gavião Peixoto, Nova Europa, Boa Esperança do Sul e Trabiju.
Relacionando essas informações da região de Araraquara, a proposta de criar um Centro de Acolhimento e bem-estar animal, para atender a cidade e região se torna válida e pertinente.
Embora o Centro não negue atendimento medico veterinário a nenhum animal da macrorregião de Araraquara, com relação ao abrigo, será priorizado acolher animais principalmente Araraquara, e da microrregião, como de Américo Brasiliense, Santa Lúcia, Rincão, Gavião Peixoto, Nova Europa, Boa Esperança do Sul e Trabiju
Agora, trabalhando mais especificamente com algumas cidades que englobam a macrorregião de Araraquara, a fim de mostrar seus equipamentos e suas carências com relação ao bem-estar animal, temos:
A primeira é São Carlos, uma importante cidade da macrorregião, assim como Araraquara, que segue os mesmos parâmetros de equipamentos destinados a saúde animal, elaconta com um abrigomunicipal que, de acordo com a Prefeitura Municipal, tem aproximadamente 200 cães e 150 gatos abrigados. Além desse serviço municipal, São Carlos também conta com o apoio de algumas ONGs que atuam na proteção dos animais, tais como: a ONG Grupo Proanimal, que atua desde 2017 na cidade resgatando e acolhendo animais vulneráveis para depois realizar a adoção responsável, além de trabalharem em projetos de conscientização da população a respeito do bem estar animal. Outras ONGs, como a A.S.A (Amigos Salvando Amigos) e a ASF (Amigos de São Francisco), também atuam na causa animal em São Carlos, acolhendo e tratando dos animais com ajuda de campanhas e doações.
Já a segunda cidade é Matão, uma cidade pouco menor que Araraquara, mas também tem sua importância na macrorregião Ela está localizada a 37Km de Araraquara, e conta com alguns serviços voltados para os animais, como um canil e gatil público que, em 2020, segundo a Prefeitura Municipal, contava com 150 cães e 60 gatos. Junto do serviço público, Matão também conta com algumas ONGs relacionadas à causa animal, como a Amor sem raça e a Amigos da Mulekada que cuidam e acolhem animais abandonados.
Figura 3.2: Logo da ONG Grupo Proanimal Fonte: Facebook oficial da ONG (2019)
Figura 3.3: Logo da ONG A.S.A Fonte: Site oficial da ONG (?)
Por fim, trabalhando com Américo Brasiliense, município vizinho de Araraquara à 11,2 Km de distância, que será uma das cidades da região com prioridade a ser atendida pelo Centro. Ela conta com um canil da Associação Ameriliense de Proteção aos Animais (Aapa), que acolhe 163 animais segundo o Olhar Animal (2017); porém o abrigo se encontra em situação precária e sem uma infraestrutura adequada para acolhimento desses animais; além do mais, a cidade conta com apenas uma clínica veterinária.
Figura 3.1: Logo da ONG Amor sem raça Fonte: Facebook oficial da ONG (2018)
Figura 3.4: Situação dos animais no canil municipal de Américo Brasiliense Fonte: Portal G1 São Carlos e Araraquara (2017)
A cidade escolhida para o Centro de Acolhimento e bem-estar animal é Araraquara, município localizado no interior de São Paulo, a uma distância de 275Km da capital, e perto de importantes cidades da região como Ribeirão Preto, a 91Km, e São Carlos, a 44Km. Com uma população estimada de 240.542 habitantes e uma densidade demográfica de 207,90 hab./Km², segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2021), a cidade está localizada entre os biomas cerrado e mata atlântica e, em âmbito territorial, a cidade apresenta uma área de 1.003,625Km² de acordo com dados do IBGE (2020). Ademais, Araraquara é considerada a sede da Região Administrativa Central.
O agronegócio é a principal base econômica da cidade, segundo a Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto ABAGRP (2002), pincipalmente na produção de cana-de-açúcar e laranja. Um outro potencial econômico provém do setor industrial, levando em conta a sua localização estratégica no estado, o que proporciona um deslocamento de mercadoria mais fácil; dentre as principais industriais instaladas em Araraquara, podemos destacar a Cutrale, como uma grande produtora e exportadora de sucos cítricos, e a Usina Raízen do setor sucroalcooleiro, produtora de etanol e açúcar. Com esses dados, a cidade apresenta o terceiro maior PIB da região de acordo com os dados do IBGE (2019).
Figura 3.6: Localização de Araraquara no estado de São Paulo.
Fonte: IBGE Araraquara. (2021) Adaptado pela autora (2022)
Figura 3. 5: Vista de Araraquara
Fonte: G1 São Carlos e Araraquara. (2021)
Figura 3.7: Cidade de Araraquara.
Fonte: Ache tudo e região, (2019). Adaptado pela autora (2022)
Considerada como uma das melhores cidades do estado, Araraquara tinha em 2019, de acordo com pesquisas realizadas pelo IBGE (2019), 85.793 pessoas trabalhando nesse ano, ou seja, 36,3% da população araraquarense.
Além da questão econômica, Araraquara também se destaca em termos de qualidade de vida da população, como por exemplo, de acordo com o IBGE (2010), em 2010, a cidade estava entre as 150 primeiras cidades do estado com melhor Taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade.
Gráfico 3.1: Gráfico da média salarial do araraquarense
Fonte: IGBE (2010), gráfico criado pela Autor (2022)
Figura 3.8: Representação de uma mão segurando dinheiro.
Fonte: PNGWing (?)
A partir dos dados do gráfico 3.1, retirados do IBGE (2010), que mostra a situação dos araraquarenses quanto a sua classe social, pode-se concluir que a maior parte dos cidadãos se encaixam na classe E pessoas cuja fonte de renda é de até dois salários mínimos; portanto, a criação do Centro de acolhimento e bem estar animal como um espaço público, com consultas gratuitas, é justamente para priorizar essa grande faixa da população que, em sua grande maioria, tem animais domésticos, e, caso o pet precise ir ao médico veterinário, o tutor precisa desembolsar uma boa quantia de dinheiro, já que as clínicas veterinárias da cidade são, em sua maioria, particulares e caras.
Mapa 3 2: Mapa de análise temática de Araraquara
• Região 1: Valle Verde;
• Região 2: São Rafael;
• Região 3: Parque São Paulo;
• Região 4: Hortências;
• Região 5: Cruzeiro do Sul;
• Região 6: CECAP.
Fonte: Prefeitura de Araraquara Mapa 13 PDF (2019) Adaptado pela autora (2022)
O mapa 3.2, tem o intuito de analisar e apresentar os equipamentos destinados aos animais domésticos, já existentes na cidade, correlacionando com os bairros mais propícios de se abandonar os pets junto das regiões com maior taxa de vulnerabilidade, chegando às conclusões apresentadas nos próximos parágrafos, importantes para direcionar alguns caminhos do projeto.
Iniciando com a análise de mapa das clínicas veterinárias e petshops em Araraquara, a grande maioria delas estão localizadas nos principais bairros da cidade, como: Vila Harmonia, Centro, Carmo e Vila Xavier Além dessa localização em bairros importantes da cidade, percebe-se que elas estão inseridas também perto das principais vias de fluxo rápido como a Av. Francisco Vaz Filho, Av. Bento de Abreu, Av. Maria Antônia Camargo De Oliveira, Av. Sete De Setembro Juntando essas duas informações é possível chegar à conclusão que a maioria dos petshops e clínicas veterinárias de Araraquara, são para classe média-alta.
Com relação aos casos de abandono, que acontecem mais em bairros periféricos, percebe-se
percebe-se a grande ausência de clínicas veterinárias, tanto para atender esses casos de abandono, quanto para os tutores com pets, principalmente na região norte da cidade, onde a propensão de ter animais abandonados é maior. Um único ponto positivo que podemos destacar nessa região é a presença de uma ONG na Chácara Flora, que pode ajudar na questão do resgate de animais
Na região sul da cidade, o problema se assemelha em partes com a região norte, porém a propensão de abandonar animais nessa região é menor e existem algumas clínicas veterinária.
Correlacionando essas informações com as regiões com maior taxa de vulnerabilidade, temos que, a grande maioria não conta com equipamentos destinados a saúde dos animais, somente na região 3 que tem um equipamento. Porém, é justamente nessas regiões que existe maior número de animais em condições de vulnerabilidade, precisando de cuidados com a alimentação e com a saúde.
Portanto, essa análise é de fundamental importância para entendimento da cidade e suas
suas carências, assim a escolha do local do Centro de acolhimento tem o intuito de ajudar a resolver esses problemas que se concentram principalmente entre a região norte e nordeste da cidade.
Figura 3.10:
Segundo a vereadora de Araraquara, Luna Meyer, em entrevista com a autora1, em Araraquara existem quatro principais organizações não governamentais – ONG – oficializadas com CNPJ, destinadas à proteção dos animais: SOS Melhor Amigo, Abraça Vidas, Bichos e Caprichos e a Associação Araraquarense de Proteção aos Animais (AAPA Pinheirinho) que praticam várias ações de acolhimento dos animais, castração, exames, consultas veterinárias, tudo custeado através de arrecadações financeiras, como doações e bazares. Em Araraquara também existem grupos de protetores independentes (trabalham de forma independente sem oficialização do CNPJ), que são: Gipama, Casa dos Gatos e o Grupo de Proteção dos Gatos de rua. A cidade também conta com a Clínica Siciliano, uma instituição privada que presta serviços à prefeitura de Araraquara, oferecendo serviço de castração a baixo custo; esse procedimento é feito na AAPA Pinheirinho. Para tutores que comprovam baixa renda, essa cirurgia é gratuita, sendo cobrado a parte medicamentos que o animal precise durante ou após a castração.
Em parceria com o trabalho das ONGs, Araraquara também conta com a Coordenadoria do Bem-Estar Animal, que trabalha verificando as condições de criação dos animais, se o tutor está cuidado bem do animal ou não, isso de acordo com a questão tratada aqui anteriormente, no capitulo do Bem-Estar animal: as cinco liberdades do Relatório de Brambell.
Porém, as ONGs da cidade estão sempre em seu limite máximo de animais abrigados. Com isso a escolha de um Centro de acolhimento e bem-estar animal se deu para complementar e dar suporte ao trabalho das ONGs e trazer um novo espaço público com uma infraestrutura mais adequada de acolhimento animal para a cidade.
1 Entrevista concedida pela vereadora municipal de Araraquara, em 10 de março de 2022
2
Essa ONG atua na causa dos gatos, recolhendo gatinhos filhotes de todos os tipos, saudáveis ou com algum tipo de doença, como a FeLV que é a leucemia felina, e que pode ser transmitida por meio de saliva, fezes ou urina. Além de recolher os gatos, essa ONG conta com sede própria.
Figura 3.11: Logo da ONG Abraça Vidas Fonte: Facebook oficial da ONG Abraça vidas (2021)
É uma ONG pequena, conta com poucos colaboradores; o estilo de trabalho dela é voltado mais para as arrecadações monetárias e bazares; com relação ao trabalho de ajuda dos animais são mais em causas pontuais, eles não possuem um trabalho muito abrangente nem contam com sede própria.
Figura 3.12: Logo da ONG SOS Melhor Amigo Fonte: Site oficial da ONG SOS Melhor Amigo (?)
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O intuito dessa ONG é cuidar de aproximadamente 200 animais de uma protetora de animais que faleceu e eles estavam sem cuidados com a alimentação e saúde e, assim como a Abraça Vidas, ela também conta com sede própria.
Figura 3.13: Logo da ONG Bichos e Caprichos
Fonte: Facebook oficial da ONG Bichos e Caprichos (2019)
É a maior ONG da cidade. Está há 32 anos atuando na causa animal; além de acolher os animais, ela oferece serviços de castração a baixo custo e consultas gratuitas. Porém, um dos problemas dessa ONG, é a sua sede, localizada no Parque do Pinheirinho, o qual a maior parte da população conhece como Centro de Zoonoses; é um espaço pequeno e, em consequência disso, os atendimentos diários feitos no ambulatório não atendem as expectativas; ademais, é um espaço que precisa ser reformado, pois o Ministério Público entrou com um termo de adequação para que fosse construído um novo espaço para a ONG
Na cidade, segundo Meyer (2022), existem aproximadamente 600 animais resgatados pela prefeitura por motivos de abandono ou maustratos; esses animais estão divididos entre a AAPA Pinheirinho, onde ficam os animais mais velhos ou que não tem muitas possibilidades de adoção, por serem agressivos ou que já foram muitas vezes recusados, e no canil da Clínica Siciliano, onde ficam os filhotes ou animais com maior probabilidade de adoção.
Quem abandona normalmente leva para longe de casa, para o animal não ter chance de conseguir voltar, por isso, de acordo com Meyer (2022), os locais com maior probabilidade de se abandonar animais são a periferia da cidade, como nos bairros do Vale Verde, Selmi Dey, Jardim Maria Luiza, Vale do Sol e Chácara Flora (situação apresentada no mapa 3.2: mapa de análise temática). Além da questão do abandono, Araraquara também sofre com as colônias felinas, que surgem quando os gatos se juntam em uma determinada região, a maioria não castrados, e vão se reproduzindo o que aumenta o número de gatos nas ruas. Não existe uma estimativa de número de animais abandonados e de colônias felinas na cidade, tornando se um fator preocupante principalmente nos bairros periféricos, já que esses animais podem prejudicar a questão da saúde pública.
Figura 3.14: Logo da ONG AAPA Pinheirinho
Fonte: Facebook oficial da ONG AAPA - Pinheirinho (2015)
A indústria de produtos pets, Dura Pets, está localizada em Araraquara, local escolhido para a implantação do Centro de acolhimento. Inserida no mercado pet desde 2018, ela conta com um portfólio de produtos que vai desde brinquedos à caixa de transporte e fontes de água para cães e gatos
Sua localização em Araraquara é de extrema vantagem para a cidade, desempenhando um importante papel na geração de empregos, na economia e no comércio local, pois a venda dos produtos da fábrica na cidade, ajuda tanto no desenvolvimento da indústria, como a girar a economia da cidade.
Pela questão de cuidados com a saúde e bem-estar animal em Araraquara, ser bem fortes, de acordo com a quantidade de petshops e clínicas veterinárias espalhadas na cidade, como visto anteriormente no mapa 3.2 A implantação da fábrica na cidade demonstra ainda mais o quão relevante é o assunto pet na cidade, colocando Araraquara como foco no segmento que cresce ano após ano no Brasil, o segmento pet
Para o Centro de acolhimento, principalmente no setor do abrigo, ter essa indústria é muito vantajoso, principalmente se for estabelecido uma parceria da indústria com o Centro.
Ou seja, ao mesmo tempo que ela fornece produtos como brinquedos, e caminhas para os pets lá abrigados, a fim de proporcionar maior conforto e diversão a esses animais, a Dura Pets também pode expor e vender seus produtos no petshop do Centro, dando uma maior visibilidade aos seus produtos e fazendo com que mais tutores os conheçam, aumentando assim a produção e o lucro da empresa.
Mapa 3.03: Mapa de localização da Durapets
Fonte: Prefeitura de Araraquara Mapa 13 PDF (2019) Adaptado pela autora (2022)
Figura 3.15: Logo da Durapets
Fonte: Site oficial da indústria (?)
Arquiteto: Swatt / Miers Architects Ano: 2012
Localização: Palm Springs, Califórnia, Estados
Unidos
Área: 21.000m2
Status: concluída
A escolha do Palm Springs Animal Shelter se deu primeiramente por ser um abrigo municipal que acolhe e cuida dos animais da cidade de Palm Springs e ser um espaço muito semelhante ao objeto de estudo do trabalho; além das soluções arquitetônicas adotadas no projeto, ele trabalha com cores e variações de inclinações de telhado, o que acaba chamando atenção pela sua forma, e a arquitetura deixou o espaço do abrigo um ambiente mais leve e alegre.
Figura 4.1 (Folha esquerda) Fachada em perspectiva do abrigo.
Fonte: ArchDaily - Palm Springs Animal Shelter (2012)
Figura 4.2 (Folha direita) Fachada frontal do abrigo.
Fonte: ArchDaily Palm Springs Animal Shelter (2012) Adaptado pela autora (2022)
Em um levantamento com o entorno do edifício, observase que ele está inserido em um local estratégico da cidade, perto do Demuth parque, em um espaço de uso misto do solo predominandotantoousoresidencialmaisàesquerdado Palm Springs Animal Shelter, e o uso comercial mais à direita dele. Outro ponto importante no entorno é o vazio urbano ao lado do PS Animal Shelter, pois o fato de não ter construções ao lado evita que os ruídos causados pelos animais perturbem os vizinhos.
O abrigo mantém a mesma linguagem da paisagem local; por estar inserido em um lote grande, ele conta com grandes recuos e está construído em um pavimento só.
DELIMITANDO VAGAS PARA FUNCIONÁRIOS NA PARTE INTERNA E VAGAS PARA VISITANTES, NA PARTE EXTERNA
A situação do edifício dentro da quadra é um lote de esquina, o que favorece a visibilidade de ambos os lados da rua, além de ter como vizinho um parque que se torna um ponto de referência para localização do abrigo; por não ter muro e estar implantado no centro do lote, toda a área em volta se caracteriza como um espaço público, com paisagismo e esculturas, que fazem do local um espaço mais alegre e convidativo para quem está passeando por perto.
Figura 4.8: Implantação e setorização do Palm Springs Animal Shelter
Fonte: ArchDaily Palm Springs Animal Shelter (2012) Adaptado pela autora (2022)
O abrigo organiza seu programa de necessidades dividindo o prédio em três áreas diferentes: a área dos cachorros, que engloba os canis e o espaço de quarentena; a área dos gatos, que engloba o gatil e o espaço de quarentena; e, por último, a área de apoio, que engloba a administração, salas de aula e a parte de suporte aos animais, como a clínica veterinária, primeiros cuidados e o espaço de adoção.
Figura 4.9: Implantação do abrigo com acesso e fluxo Fonte: ArchDaily - Palm Springs Animal Shelter (2012). Adaptado pela autora (2022)
Os acessos ao prédio pelo público se dão por quatro locais diferentes. Os fluxos internos foram pensados para que visitantes e tutores que levam seus animais para passar por consulta seja diferente do de funcionários, desde o acesso até a circulação interna, principalmente a área de cirurgia, por ser separada das demais.
O Palm Springs Animal Shelter possui apenas um pavimento com uma planta totalmente assimétrica e os canis estão voltados para um jardim interno aberto que, segundo o Archidaily (2012), além de proporcionar iluminação e ventilação nas baias, o projeto é todo organizado em torno desse jardim dos canis.
Figura 4.10: Planta do abrigo com eixo de simetria
Fonte: ArchDaily Palm Springs Animal Shelter (2012) Adaptado pela autora (2022)
Figura 4.11: Direção do sol com relação ao abrigo
Fonte: Google Earth Palm Springs Animal Shelter Adaptado pela autora (2022)
A volumetria do abrigo contacomdiferentesinclinações nos telhados dos volumes, trazendo um ar mais dinâmico na composição; a fachada frontal conta com uma grande laje em balanço projetada junto com os pilares que se confundem com as palmeiras; o sistema estrutural menos robusto e a vegetação em volta trazem leveza para o partido arquitetônico.
Figura 4.12: Fachada externa com a parede do gatil
Fonte: ArchDaily - Palm Springs Animal Shelter (2012)
Figura 4.13: Detalhe das janelas e cores da parede externa do gatil
Fonte: ArchDaily Palm Springs Animal Shelter (2012)
Figura 4.15: Entrada principal e materialidade
Fonte: ArchDaily Palm Springs Animal Shelter (2012)
Adaptado pela autora (2022)
ESTRUTURA METÁLICA APARENTE E TETO PINTADO DE PRETO, DIMUINDO A SENSAÇÃO DO PÉ DIREITO ALTO DO AMBIENTE
PAREDE EM DRY-WALL COM CORES VIBRANTES
De acordo com o Archdaily (2012), a escolha dos materiais paracada área se deu através da intensidade do uso do espaço; portanto, em áreas públicas internas, foram usados tanto blocos de concreto como dry wall pintados.
Figura 4.16: Recepção, gatil e materialidade
Fonte:
De acordo com o Archdaily (2012), nos canis o piso e a parede receberam revestimento em epóxi, pois essa área recebe limpeza duas vezes ao dia, portanto tem de ser um material resistente à água e aos cães.
Já o gatil está no espaço interno do abrigo; vários gatos compartilham o mesmo gatil e todos que passam, seja do lado externo ou interno do abrigo, conseguem ter contato com eles, um ponto interessante que desperta a curiosidade e o interesse das pessoas em conhecer o abrigo.
O abrigo possui o certificado LEED Silver que foi concebido a ele, segundo o Archdaily (2012), por reutilizar água, que passa por um processo de “reciclagem” e limpeza para depois ser usada novamente na irrigação do jardim e principalmente na limpeza dos canis. O projeto também conta com um sistema fotovoltáico que ajuda na economia com os gastos de energia do local.
Figura 4.17: certificado Leed Silver
Fonte: GBC Brasil (?)
Figura 4.18: Área do canil e circulação
Fonte: ArchDaily Palm Springs Animal Shelter (2012)
Adaptado pela autora (2022)
Arquiteto: We Architeture
Ano: 2018
Localização: Moscou, Russia
Área interna: 1.430m2 Área externa: 1.550 m2
Status: Projeto
A escolha desse projeto se deu pelo seu partido arquitetônico, que tem um caráter de pavilhão. Diferente dos abrigos tradicionais e dos aqui analisados, o Dog Shelter tem uma arquitetura e uma implantação marcante pela sua conexão com o entorno, a floresta ao redor. Outro ponto marcante para a escolha desse projeto é que o programa de necessidades é todo resolvido voltado para o pátio interno, desde a recepção até o canil, sendo a comunicação entre os setores do abrigo feita a partir desse pátio.
O projeto do Dog Shelter é fruto de um concurso de arquitetura. Seu conceito de projeto, de acordo com We architeture (2018 apudComberg,2018,Archdaily),étransmitir a sensação de estar em um “ambiente saudável e inspirador”, tanto para as pessoas que ali frequentam quanto para os animais, relacionando-se com retirar a ideia tradicional de abrigo um local impessoal, para ser um local mais agradável e acolhedor.
Figura 4.19 (Folha esquerda) Área externa do abrigo
Fonte: ArchDaily Dogchitecture: WE Architecture projeta um centro que desafia os tradicionais abrigos de animais (2018)
Figura 4.20 (Folha direita) Pátio interno do abrigo
Fonte: ArchDaily - Dogchitecture: WE Architecture projeta um centro que desafia os tradicionais abrigos de animais (2018) Adaptado pela autora (2022)
Fonte: ArchDaily Dogchitecture: WE Architecture projeta um centro que desafia os tradicionais abrigos de animais (2018) Adaptado pela autora (2022)
Figura 4.22: Acessos, circulação e eixo de simetria do Dog Shelter
Fonte: ArchDaily - Dogchitecture: WE Architecture projeta um centro que desafia os tradicionais abrigos de animais (2018) Adaptado pela autora (2022)
O programa de necessidades oferece espaços e serviços fundamentais para um abrigo: canis, salas de quarentena, clínicas veterinárias, serviços administrativos e limpeza, além de um auditório para cursos e palestras e um café que tem o intuito de servir tanto quem esta no Dog Shelter quanto ser um espaço que a população local possa frequentar, para tomar
O abrigo conta com dois acessos públicos principais, um acesso de veículos e alguns acessos secundários para os funcionários O eixo de circulação principal acontece pelos pátios, seguindo o conceito do projeto de conectar todas as atividades do abrigo de uma maneira fácil e rápida. Assim como o Palm Springs Animal Shelter, ele possui uma planta totalmente assimétrica. . um café e se interessar em conhecer a abrigo. Um ponto interessante na implantação do programa de necessidades é que os canis não estão concentrados em um único local, eles estão divididos em três grupos e cada “grupo” de canis conta com um pátio central e pelo menos duas áreas técnicas
O início do estudo da volumetria começa com uma forma quadrada que conta com a parte interna livre; a ideia de pátio central já fazia parte do partido arquitetônico desde o início dos estudos; após modificações, como recuos e recortes da sua forma inicial, é apresentado como resultado final uma volumetria desconstruída, com a formação de vários pátios entre os recortes.
Volumetria inicial estipulada para o abrigo era quadrada, já com o objetivo do pátio central.
Volumetria final do abrigo, com a evolução do quadrado inicial e os pátios servindo como fonte de iluminação natural.
Figura 4.24 e 4.25: Evolução da volumetria do Dog Shelter
Fonte: ArchDaily - Dogchitecture: WE Architecture projeta um centro que desafia os tradicionais abrigos de animais (2018)
Adaptado pela autora (2022)
A estrutura do abrigo é aparente, remetendo á ideia de estar dentro de um pavilhão; ela é trabalhada com pilares e vigas em perfis de aço, de acordo com Comberg (2018).
A estrutura usada para sustentar o telhado em madeira aparente permite que o telhado seja fino, dando uma sensação de leveza e, junto dos grandes planos de vidro de fechamento acaba rompendo de uma maneira sutil os limites entre interno e externo do abrigo.
O uso da madeira aparente no teto e em alguns pontos dos ambientes, como na placa de identificação dos cães nos canis e nosbancos,deixaoambientemais aconchegante.
Assim como o vasto uso de plantas, principalmente as trepadeiras, que rementem ao espaço externo do abrigo, mas, ao mesmo tempo, trazem a sensação de o abrigo ter a sua própria floresta, bastando-se por si só.
A relação dos animais com o espaço externo é feita através de material transparente, vidro ou acrílico, seeguindooconceitodoprojeto de ser livre de gradis, que rementem à prisão, de acordo com Comberg (2018).
Épossívelperceberclaramentetodo o conceito do projeto nessa imagem: todas as atividades do abrigo conectadas ao pátio central, sem isolar os animais de nada, além de ter um espaço seguro a prática de atividade física deles, sem ter a chance de um cão escapar ou fugir.
Arquiteto: Fantin & Siqueira arquitetura Ano: 2013
Localização: Blumenau, Santa Catarina, Brasil Área: 1.200m2
Status: concluída
A escolha do Hospital Veterinário Santa Catarina, se deu por ser uma obra brasileira de grande reconhecimento e também pelas soluções usadas pelos arquitetos para deixar o hospital veterinário mais humanizado e assim tirar o ar frio e impessoal de um hospital.
Oprojetoapresentagrandes aberturas para a entrada de luz natural, conectando o espaço interno com o que está acontecendo do lado de fora, além do uso de paisagismo praticamente dentro do hospital, proporcionando um ambiente mais agradável.
Figura 4.28 (Folha esquerda) Fachada frontal do hospital veterinário
Fonte: Galeria da Arquitetura Hospital veterinário Santa Catarina (2013?)
Figura 4.29 (Folha direita) Fachada em perspectiva do hospital veterinário
Fonte: Viva Decora Hospital veterinário (2013?)
com uso do
No levantamento com o entorno do edifício, observa-se que ele está inserido em uma área de uso misto do solo, assim como o Palm Springs Animal Shelte. Nesse caso existe uma predominância de comércio nas avenidas principais, à direita e à esquerda do hospital veterinário; nas vias secundarias há maior predominância de residências e prédios residenciais.
Um destaque no entorno do hospital é a indústria situada em uma das avenidas principais, tornando se um ponto de referência na localização dele. Por estar perto do centro da cidade, o acesso de veículos e pedestres é facilitado.
Diferente do Palm Springs Animal Shelter, por não apresentar muitos recuos, somente um maior frontal, usado com estacionamento, o hospital veterinário não conta com áreas públicas onde os tutores podem ir passear com os seus animais, por exemplo.
A situação do edifício dentro da quadra é um lote de meio de quadra, construído em 2 pavimentos seguindo o skyline da paisagem local.
Figura 4.33: Skyline dos edifícios ao redor
Fonte: Google Earth Hospital veterinário Santa Catarina (2022)
Figura 4.32: Fachada com estacionamento do Hospital Veterinário
Fonte: Google Earth - Hospital veterinário Santa Catarina (2022)
Pelo hospital veterinário contar com um grande recuo na frente, por conta do estacionamento, existe uma sensação de que ele “some” na paisagem; além de os prédios próximos a ele serem de dois pavimentos também, e estarem mais próximos à calçada.
Figura 4.34 e 4.35: Plantas baixas do Hospital veterinário Santa Catarina Fonte: Fantin & Siqueira arquitetura. Adaptado pela autora (2022)
Figura 4.36: Acessos do Hospital veterinário Santa Catarina
Fonte: Fantin & Siqueira arquitetura. Adaptado pela autora (2022)
O programa de necessidades está dividido entre setor de atendimento, diagnóstico, internação, exames e recepção no térreo. Já no segundo pavimento há o espaço de apoio aos funcionários, como dormitório para os funcionários de plantão, copa e um espaço de descompressão, além da parte administrativa do hospital.
Para garantir a iluminação natural do corredor central, essa parte do jardim é toda em vidro.
O acesso social ocorre pela recepção, para atendimentos mais cotidianos, consultas check-ups. O acesso para atendimento de emergência ocorre pela lateral do prédio; já o acesso de serviço ocorre pelos fundos do prédio.
Existem três circulações verticais no hospital, dispersas uma das outras, contando com duas escadas e um elevador bem ao centro do prédio.
Observa se que, ao contrário dos outros dois projetos analisados anteriormente, o hospital é um projeto simétrico; com relação a sua implantação, é possível traçar dois eixos de simetria nele.
Embora o projeto esteja dividido em função de um corredor central, há uma clara delimitação entre o que é acesso público e de funcionários.
Fonte: Fantin & Siqueira arquitetura. Adaptado pela autora (2022)
A implantação do projeto é basicamente em um prisma retangular, com alguns destaques em pele de vidro, em uma face, sendo a escada e o jardim interno, e nas duas faces menores, elas são mais abauladas, quebrando um pouco o paredão reto que se formaria, principalmente para a fachada principal.
O hospital é todo revestido na cor branca na parte externa.
Duas peles de vidro na face leste, o que ajuda na entrada de iluminação natural no interior do hospital, sendo uma da escada da secretaria e outra do jardim interno.
Destaque na fachada frontal na cor verde, onde fica a entrada dos visitantes; nessa fachada também foi utilizado o paisagismo, para deixar a fachada do hospital mais humanizada
Eixo de circulação interna todo de vidro, em contato com o paisagismo do jardim, projetado na parte interna da pele de vidro.
Figura 4.41: Sala de atendimento da fisioterapia
Fonte: Galeria da Arquitetura Hospital
PAREDE DE ESCALADA PARA OS GATOS SE SENTIREM MAIS À VONTADE
UTILIZAÇÃO DE CORES NAS PAREDES E NO PISO DEIXA O AMBIENTE MAIS HUMANIZADO E AGRADÁVEL
UTILIZAÇÃO DE GRANDES ABERTURAS PARA ENTRADA DE ILUMINAÇÃO NATURAL
CORES CLARAS TANTO NAS PAREDES COMO NO PISO, FACILITANDO A LIMPEZA
VÁRIAS TÉCNICAS DE TRATAMENTO PARA MELHOR ATENDER A NECESSIDADE DE CADA ANIMAL
A escolha dos materiais foi feita de maneira estratégica; enquanto a sala de fisioterapia foi trabalhada com cores claras, para o animal relaxar, o consultório dos felinos, foi trabalhado com o verde, que é uma cor vibrante e alguns brinquedos para chamar atenção dos gatos.
Figura 4.42: Sala de consulta felina
Fonte: Hovetsc Hospital veterinário Santa Catarina (2013?)
Animais vítimas de abandono ou maus tratos serão abrigados até todos os cuidados com a saúde serem concluídos, para depois serem encaminhados para a adoção.
Animais domésticos que precisem de consulta ou tratamento médico, sendo inclusas todas as raças, portes e idades de cães e gatos, além de pequenos animais domésticos, como coelhos e hamsters.
No setor clínico, serão atendidos animais de tutores de todas as classes sociais; o atendimento de famílias com até dois salários mínimos (classe E maior parte dos araraquarenses, como visto anteriormente no capítulo de análise urbana) não será cobrado; para os demais, será cobrada uma taxa de consulta, a qual será revertida para as despesas do Centro.
ONGs também serão bem-vindas e o atendimento delas também não será cobrado.
Através de conversas informais com dois estabelecimentos médicos veterinários da cidade, mostrados na tabela 5.1, foi possível traçar uma média da quantidade de atendimentos e cirurgias, que o Centro de acolhimento e bem estar animal realizará semanalmente.
Com relação ao número de cães e gatos abrigados, a relação surgiu a partir da entrevista com Meyer (2022)1 e a partir de pesquisas feitas no capítulo 2.4 “Abandono e as ONGs” em que é apresentada a relação número de animais e o tamanho das ONGs, chegando assim ao número médio de 244 animais abrigados.
Portanto, espera se que o Centro de acolhimento e bem estar animal, trabalhe com uma média semanal de:
1.- Setor clínico:75 animais (média de 15 animais por dia)
2. Setor cirúrgico: 25 animais (média de 5 cirurgias por dia)
3. Setor internação: 16 cachorros e 12 gatos (considerando animais que fiquem internados por 24 horas para observação, pós cirurgia e casos mais graves de animais que precisem ficar em UTI por mais de dois dias)
4. Além de conseguir comportar 184 cães e 60 gatos abrigados.
autora (2022)
1 Entrevista concedida pela vereadora municipal de Araraquara, em 10 de março de 2022
O programa de necessidades foi estabelecido de modo a atender confortavelmente todos que frequentem o Centro de acolhimento e bem estar animal, desde os animais aos funcionários e tutores. Para isso, os ambientes propostos apresentam condições ideais para todos os usuários realizarem suas devidas atividades confortavelmente. Para ajudar no desenvolvimento do programa de necessidades, foram feitas leituras de projeto de estabelecimentos com ideias próximas ao proposto no trabalho. Acrescentando as leituras de projeto, foram consultadas as seguintes premissas: CFMV resolução n. º 1015 de 09 de novembro de 2019 que impõe condições de funcionamento para estabelecimentos médico veterinários; o decreto 40.400, de 24 de outubro de 1995, que são normas relativas à criação de estabelecimentos veterinários e a FUNASA, com a Portaria nº 52, de 27 de fevereiro de 2002, que concede normas para projetos de centros de zoonoses. Foram usadas também a CFMV resolução n. º 2455 de 28 de julho de 2015 e a resolução RDC50 de21 de fevereiro de 2002 para o cálculo de áreas.
Acrescenta 25% no final de corredores em cada Administração
AMBIENTES N.º DE AMBIENTES
ÁREAS UNITÁRIA TOTAL
Almoxarifado 1 9,71m2 9,71m2
Tesouraria 1 25,33m2 25,33m2
Sala de reunião 1 16,27 m2 16,27 m2
Sanitário PNE 1 3,40 m2 3,40 m2
Sala da diretoria com sanitário anexo 1 26,27m2 26,27m2
Área total 80,98m2
Área de circulação e parede (30%) 24,29m2
Área total a ser construída 105,27m2
Tabela 5 2: Programa de necessidades setor administração
Fonte: Tabela produzida pela autora (2022)
AMBIENTES N.º DE AMBIENTES ÁREAS UNITÁRIA TOTAL
Recepção 1 52,00m2 52,00m2
Sala de espera 2 *várias* 48,18m2
Sala de espera individual 2 6,80m2 6,80m2
Pet shop 1 60,05m2 60,05m2 Sala de adoção 2 14,09m2 28,18m2 Sanitário PNE 1 3,40m2 3,40m2 Sanitários 2 9,22m2 18,44m2
Área total 217,05m2
Área de circulação e parede (30%) 65,11m2
Área total a ser construída 282,16m2
Tabela 5 3: Programa de necessidades setor atendimento
Fonte: Tabela produzida pela autora (2022)
Tabela 5.4: Programa de necessidades setor centro médico
Consultório veterinário cães 2 14,98m2 29,96m2
Consultório veterinário gatos 1 14,98m2 14,98m2
Consultório emergencial 1 15,23m2 15,23m2 Raio X 1 26,06m2 26,06m2 Fisioterapia 1 27,50m2 27,50m2
Tabela 5.4: Programa de necessidades setor centro médico
Ultrassonografia 1 11,73m2 11,73m2
Laboratório 1 26,60m2 26,60m2 Eletrocardiograma 1 11,07m2 11,07m2
Área total 113,73m2
Área de circulação e parede (30%) 34,12m2
Área total a ser construída 147,85m2
Fonte: Tabela produzida pela autora (2022)
DML 1 2,25m2 2,25m2 Sanitários 3 *várias* 9,32m2 Área total 60,97m2
Área de circulação e parede (30%) 18,30m2
Área total a ser construída 79,26m2
Fonte: Tabela produzida pela autora (2022)
Tabela 5.5: Programa de necessidades setor cirúrgico
Sala de cirurgia 2 14,00m2 28,00m2
Antecâmara assepsia 1 9,26m2 9,26m2 Pré-operatório 2 5,65m2 11,30m2
UTI Neonatal 1 11,90m2 11,90m2
Cirúrgico
UTI mista 1 28,95m2 28,95m2
DML 1 2,32m2 2,32m2
Vestiário 2 10,83m2 21,66m2
Vestiário acessível 1 3,40m2 3,40m2
10 separação lixo hospitalar 1 7,45m2 7,45m2 Central de material esterilizado 1 7,70m2 7,70m2
Área total 131,94m2
Área de circulação e parede (30%) 39,52m2
Área total a ser construída 171,52m2
Fonte: Tabela produzida pela autora (2022)
Tabela 5 6: Programa de necessidades setor internação
Eutanásia 1 15,75m2 15,75m2
Internação
Necrotério 1 15,90m2 15,90m2 Internação cães 1 40,65m2 40,65m2 Internação gatos 1 25,90m2 25,90m2
Internação doenças infectocontagiosa 1 12,15m2 12,15m2
Enfermaria 1 10,55m2 10,55m2
DML 1 2,00m2 2,00m2 Sanitários 2 2,25m2 4,50m2
Área total 127,40m2
Área de circulação e parede (30%) 38,22m2
Área total a ser construída 165,62m2
Fonte: Tabela produzida pela autora (2022)
Tabela 5 7: Programa de necessidades setor sustentação
Lavanderia 1 15,33m2 15,33m2
Tabela 5.8: Programa de necessidades setor apoio
Depósito de ração 2 4,82m2 9,64m2
Vestiário 2 16,85m2 33,70m2
Vestiário acessível 1 5,52m2 5,52m2
Descanso plantonista 1 21,60m2 21,60m2
Banheiro plantonista 1 4,07m2 4,07m2
Descompressão 1 48,63m2 48,63m2
Farmácia 1 10,47m2 10,47m2
Preparo de alimentos 1 12,81m2 12,81m2
Deposito de lixo 2 *várias* 13,52m2
Área total 165,65m2
Área de circulação e parede (30%) 49,69m2
Área total a ser construída 215,34m2
Fonte: Tabela produzida pela autora (2022)
Quarentena cães 1 33,20m2 33,20m2
Quarentena gatos 1 25,45m2 25,45m2 DML 1 3,00m2 3,00m2 Sanitários 2 3,40m2 6,80m2
Ambulatório 1 21,40m2 21,40m2
Banho e tosa 1 21,40m2 21,40m2
Depósito de jardinagem 1 6,20m2 6,20m2
Área total 127,09m2
Área de circulação e parede (30%) 38,12m2
Área total a ser construída 165,21m2
Fonte: Tabela produzida pela autora (2022)
Baia individual com solário 10 6,10m2 61,00m2
Baia coletiva (10 gatos) com solário 5 31,73m2 158,65m2
Depósito de ração e DML 1 21,91m2 21,91m2
Área total 241,56m2
Área de circulação e parede (30%) 72,46m2
Área total a ser construída 314,02m2
Can il
Baia individual com solário 20 10,50m2 210,00m2
Baia coletiva (4 cães) com solário 41 23,68m2 970,88m2 Pátio de soltura 1 201,75m2 201,75m2 Depósito de ração e DML 2 *várias* 36,23m2
Sanitários 4 3,40m2 13,60m2
Tabela 5.10: Programa de necessidades setor canil
Área total 1.432,46m2
Área de circulação e parede (30%) 429,73m2
Área total a ser construída 1.862,19m2
AMBIENTES
-Bairro: Águas do Paiol
Endereço: Estrada Municipal São Paulo
-Zoneamento: ZOEMI AIU ACOP(Zona mista)
Área do terreno: 14.029,48m²
Legislação - Lei complementar n°858
Índice de ocupação: 60% Índice de aproveitamento: 1,5 Índice de cobertura vegetal: 10% Índice Permeabilidade: 20%
A primeira opção de terreno está localizada na Estrada Municipal São Paulo, na Zona Norte da cidade, local com maior incidência de abandono de animais, principalmente, por ser uma área sem muita fiscalização. O amplo local se situa afastado do meio urbano, o que oferece a vantagem de os ruídos causados pelo Centro de acolhimento não atrapalharem a população ao redor.
O terreno conta com fácil acesso tanto pela Av. Orlando Schitini, do bairro Maria Luiza, quanto pela Av. Dep. Federal Mario Eugênio, de quem vem pelo bairro do Vale do Sol e dos Condomínios Damha. O seu entorno imediato não possui construções permitindo que a iluminação e ventilação tenham maior incidência no abrigo
Dois pontos negativos que se pode citar são: uma parte do acesso ao terreno tanto pela Av. Orlando Schitini quanto pela Av. Dep. Federal Mario Eugênio são feitas por estrada de terra e o outro é que o terreno é de propriedade particular.
Mapa 6.2: Mapa de análise de uso do solo do terreno 01
Fonte: Google Earth (2021). Adaptado pela autora (2022)
-Bairro: Jardim São Rafael II
Endereço: Rua Lazaro Mendes Ferreira
-Zoneamento: ZOPRE AEIS
Área do terreno: 12.538,50m²
Legislação - Lei complementar n°858
Índice de ocupação: 60% Índice de aproveitamento: 1 Índice de cobertura vegetal: 20% Índice Permeabilidade: 10%
A segunda opção de terreno também está inserida na Zona Norte da cidade. A sua principal testada está voltada para uma via de fluxo rápido, a Rua Lazaro Mendes Ferreira, que liga Araraquara a Américo Brasiliense; porém ele está situado mais próximo à área residencial que o terreno anterior, assim os ruídos causados pelos animais podem acabar incomodando os vizinhos. Analisando pela expansão urbana, o local é propício para atender a população de Araraquara e região, principalmente de Américo Brasiliense, que já se encontra conurbado a Araraquara.
Dentre os pontos negativos desse terreno, assim como o anterior, é que o terreno é de propriedade particular, o que dificulta a possível construção do Centro de acolhimento e bem estar animal; e o outro é que, ao lado do terreno, existe um prédio residencial e, nos vazios urbanos ao seu redor, existe a probabilidade de serem construídos mais prédios residenciais.
Mapa 6.3: Mapa de análise de uso do solo do terreno 02
Bairro: Jardim Zavanella
Endereço: Av. Dr. Mario Ferreira Setubal
-Zoneamento: ZOEMI- AIU - ACOP(Zona mista)
Área do terreno: 13.338,82 m²
Legislação - Lei complementar n°858 Índice de ocupação: 60% Índice de aproveitamento: 1,5 Índice de cobertura vegetal: 10% Índice Permeabilidade: 20%
O terceiro terreno analisado tem sua localização com relação á cidade muito boa; está na Zona Nordeste, perto de onde é mais propício abandonar animais na cidade, facilitando o deslocamento em busca deles. O terreno está localizado perto de uma via de fluxo rápido, a Av. Manoel de Abreu, que liga Araraquara a Américo Brasiliense, ou seja, é de fácil acesso para quem é de Araraquara assim como para quem é da região
Esse terreno é da prefeitura, o que facilitaria na possível construção do Centro de acolhimento e bem estar animal; além do mais, por ser a última quadra da rua e na parte de trás dele ser a linha de trem e a Av. Estrada de ferro Araraquara, a quantidade de vizinhos é bem baixa, principalmente os residenciais, fazendo com que os ruídos do Centro não atrapalhem quem mora ao redor.
Pode se dizer, com relação a parte negativa do terreno, é que uma parte do acesso ao terreno é feita por rua de terra e na sua esquina há um poço artesiano do DAAE
Mapa 6.4: Mapa de análise de uso do solo do terreno 03
A partir da análise feita nos três terrenos anteriores, chegou se à conclusão de que o melhor espaço para implantar o Centro de acolhimento e bem estar animal é o terreno de número três.
Ele está situado na Zona Nordeste da cidade, em uma área de fácil acesso com a Zona Norte e com a Zona Central, através de vias de fluxo rápido, como a Av. Manoel de Abreu. A área escolhida está no bairro Jardim Zavanella, atendendo todas as premissas da autora, de ser um terreno da prefeitura, o que facilitaria na possível construção do Centro de acolhimento e bem estar animal, estar ligado à zona norte, local com maior carência de equipamentos voltados à saúde animal e com grande taxa de animais abandonados nas ruas, além de, estar próximo a uma via de fluxo rápido, garantindo o fácil acesso e uma boa visibilidade, pois de nada adianta a implantação do Centro em um local afastado com pouca visibilidade, não garantindo a participação ativa da população neste abrigo.
6.2
6.4
6.3 6.5
Figura 6.1: Curvas de níveis do terreno 3
Fonte: Prefeitura de Araraquara Mapa 13 PDF (2019) Adaptado pela autora (2022)
Com uma área total de 13.338,82m2, que foi estipulada a partir de um recorte feito no terreno total, para acomodar a implantação do Centro, ele está localizado entre a Av. Dr. Mario Ferreira Setubal e a Av. Angelina Ferrari Zavanella
Com relação a sua topografia, o terreno apresenta cinco curvas de níveis, com um metro de desnível cada, com seu ponto mais alto na Av. Dr. Clodomiro Lemos e uma declividade acentuada em direção a Av. Angelina Ferrari Zavanella.
Ele possuiu uma grande massa verde na sua parte de trás, que segundo a Prefeitura de Araraquara no Mapa 8 do Plano Diretor, essa área é considerada um maciço vegetal, ou seja, é proibido construir ali, assim o Centro de acolhimento sempre vai ter esse maciço vegetal, ajudando na formação de uma barreira acústica, evitando que os ruídos do Centro atrapalhem os vizinhos.
Além de haver uma ferrovia inativa, e a Av. Estrada de ferro Araraquara, passando na parte esquerda do lote, ou seja, a quantidade de vizinhos é bem baixa, principalmente os residenciais, fazendo com que os ruídos do Centro não atrapalhem quem mora ao redor.
Por não ter tantas construções no seu entorno, favorece a entrada de iluminação e ventilação natural no Centro com maior abundância e facilidade.
Figura 6.2: Foto 1 do terreno
Fonte: Foto tirada pela autora (2022)
Figura 6.3: Foto 2 do terreno
Fonte: Foto tirada pela autora (2022)
Figura 6.4: Foto 3 do terreno
Fonte: Foto tirada pela autora (2022)
Figura 6.5: Foto 4 do terreno
Fonte: Foto tirada pela autora (2022)
Como analisado anteriormente, o terreno está dentro do zoneamento ZOEMI- AIU - ACOP, ou seja, está em uma área de uso misto do solo, portanto é válida a implantação do Centro de acolhimento no local.
Analisando o mapa ao lado, é possível perceber que a maior parte dos usos do solo se dá para uso residencial, mais voltadas para chácaras, tanto de cunho residencial como para lazer (mais usadas em finais de semana). O local também apresenta vários vazios urbanos que se concentram nas quadras posteriores à Av. Manoel de Abreu. Já lotes institucionais, de serviço e espaços de eventos se concentram na Av. Manoel de Abreu, com a intenção de ter maior visibilidade do público.
Em seu entorno mais geral, pode se notar que não existe um padrão de uso de solo nessa região, variando entre comércio e serviços, além do Parque do Pinheirinho, perto de uma avenida de fluxo rápido.
6.5: Mapa de análise de uso do solo
O mapa ao lado refere se ao gabarito de altura dos edifícios ao redor Contando com predomínio de edificações térreas, poucos lotes dessa região contam com edificações de dois pavimentos e não existe nenhuma construção com três ou mais pavimentos, tanto de caráter residencial como de comércio ou serviços.
A partir da análise do mapa, é possível perceber que os poucos lotes com construções de dois pavimentos se concentram mais na Av. Manoel de Abreu, sendo a maioria de uso comercial ou de serviço e o condomínio de classe média alta, com casas que seguem o padrão de dois andares. Já a maioria das casas ou chácaras da região são de um pavimento só
O bairro não conta com barreiras visuais, resultando em uma homogeneidade visual, com um skyline baixo
De acordo com o mapa ao lado é possível notar que podemos classificar as vias da região como vias locais e vias de fluxo rápido, sendo a Av. Manoel de Abreu e a Av. Estrada de ferro Araraquara as vias de fluxo rápido Responsáveis por ligar Araraquara, a partir da sua zona central a Américo Brasiliense, essas vias contam com fluxo intenso, principalmente em horário de pico das 6:00 às 8:00 e das 17:30 às 19:00
Já as vias locais são mais direcionantes e mais usadas pelos moradores do próprio bairro, a fim de escapar do trânsito das vias de fluxo rápido.
Existem três pontos de ónibus na via de fluxo rápido, Av. Manoel de Abreu, sendo dois deles localizados próximos a via local do terreno, facilitando assim o transporte de quem trabalha no Centro de acolhimento ou tutores tanto da cidade quanto regional, que precisem trazer seus pets ao Centro.
Com relação ao sol, as duas principais testadas do terreno estão voltadas a oeste e a Noroeste, ou seja, a incidência do sol no terreno, principalmente na parte da tarde, é bem alta, o que provavelmente vai obrigar a trabalhar com o brises nessas fachadas, para deixar o ambiente interno mais confortável termicamente. Já a face leste do terreno conta com um maciço vegetal, o qual, dependendo da hora do dia ou da estação do ano, pode causar sombra no período da manhã no Centro de Acolhimento.
Mapa 6.7: Mapa de análise de vias e indicação solar
Fonte: Google Earth (2021). Adaptado pela autora (2022)
Linha do trem Terreno
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ARARAQUARA.Lei complementar n.827,de 10 de julho de2012. Institui a políticamunicipaldeproteçãoaosanimais,queincluiaguardaresponsável por parte do tutor, do cuidador ou do criador; a obrigatoriedade de identificação eletrônica (microchip) de todos os animais domésticos, disciplina as respectivas infrações no Município de Araraquara e dá outras providências. Disponível em: https://legislacaodigital.com.br/AraraquaraSP/LeisComplementares/827 Acessoem:20mar.2022.
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