minimal art
n°1
_introdução _fundamentação teórica _metodologia
_sumário
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introdução tudo sobre o objetivo do TCC
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fundamentação teórica o que os teóricos dizem sobre o assunto
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metodologia de pesquisa o processo completo e muito mais!
Esta é uma publicação da disciplina de Análises Gráficas e Virtuais Curso de design, 6° período Aluna: Laura Paschoal Professora: Patrícia Soares Rocha Alves Coordenadora: Cristiana Fernandes 1
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_introdução
O minimalismo foi uma tendência das artes visuais que ocorreu no fim dos anos 1950 e início dos anos 1960 em Nova York, Estados Unidos. Mas acabou sendo apropriado por diversos outros meios, entre eles, a literatura, a música, e inclusive pelo design, ocorrendo entre os anos 1980 e 1990. Apesar de o minimalismo ter tido duas fases, a segunda foi a mais importante do movimento, na qual surgiu artistas como Sol Le Witt, Frank Stella, Donald Judd e Robert Smithson, cuja produção tendia ultrapassar os conceitos tradicionais sobre a necessidade do suporte: procuravam estudar as possibilidades estéticas a partir de estruturas bi ou tridimensionais As obras minimalistas possuem o mínimo de recursos e elementos. A pintura minimalista, por exemplo, usa um número limitado de cores e privilegia formas geométricas simples, repetidas simetricamente. No design, o minimalismo atuou na área de programação visual, desenho industrial e arquitetura, com Mies van der Rohe e suas obras, nas quais objetos e formas simples são sinônimos de sofisticação. A música minimalista nasceu com a série Composições 1960, criada por La Monte Young, esta pode ser cantada apenas com duas notas. Há também outros compositores que fazem parte desse estilo musical, como Phillip Glass, Steve Reich, Arvo Part e John Coolidge Adams. A literatura minimalista, que começou com o americano Ernest
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Hemingway, caracteriza-se pela economia de palavras, isto é, os autores evitam advérbios e sugerem contextos a ditar significados. Na moda, o minimalismo também teve grande influência, começando pelos países orientais como o Japão, tendo Yayoi Kusama como fonte de inspiração para estilistas como Rei Kawakubo, Yohji Yamamoto e Issey Miyak, na década de 1980. As formas geométricas, as superfícies planas e de cor neutra, a simplicidade e a literalidade, nas quais se prevê o inveterado desejo de anti-ilusionismo, compõem as características do minimalismo.
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_tema
Um livro que aborda o minimalismo dentro da área do design e de outras áreas.
_delimitação do tema
Criação de um livro que fala sobre a relação da arte minimalista com o design gráfico, design de produto e de interiores, falando sobre a arquitetura, além de relacionar o minimalismo com outras áreas como a música, a moda e a literatura na Europa e nos Estados Unidos. A estética do livro também seguirá o estilo minimalista para ser mais uma maneira de exemplificar a aplicação do estilo.
_problemas
Como criar um livro e relacionar a arte minimalista com diversas áreas dentro do design, da música, da moda e da literatura? O que vem sendo feito a respeito da aplicabilidade da estética minimalista em objetos e como isso vem obtendo sucesso
_enunciado das hipóteses
O conteúdo do livro e sua estética terão como base de pesquisa, livros que falam sobre a arte minimalista, sobre o
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design, a música, a moda e a literatura, e com isso, os assuntos serão mesclados e adaptados para o que for mais pertinente para a criação do livro. A partir de pesquisas em livros sobre design de produto, será feita uma análise para entender como os designers vem aplicando essa estética e o porquê desses produtos serem objetos de desejo do consumidor.
_objetivo
Desenvolver um livro que tem como assunto a relação da arte minimalista com o design gráfico, design de produto e de interiores e arquitetura, além de relacionar o minimalismo com outras áreas como a música, a moda e a literatura na Europa e nos Estados Unidos. Além do assunto se tratar da arte minimalista aplicada em diversas áreas, a estética do livro também será construída a partir desse estilo, retratando-o na prática
_justificativa
O design minimalista surgiu na década de 1980 e esse tipo de arte foi visto como uma “crítica pós-modernista de suas condições institucionais e discursivas” (FOSTER 1987). Contrapondo-se à grande variação cromática, formal e simbólica presente nos objetos projetados pelos movimentos artísticos, o design minimalista acaba por criar produtos baseados numa redução formal extremamente forte e no uso de cores neutras e até mesmo a ausência de cores.
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A partir dessas características do minimalismo, seria interessante mostrar para as pessoas, a forma como essa arte está presente na música, na literatura, no design gráfico, nos objetos e no design de interiores, e também como essa tendência atua dentro da sociedade e no modo de viver das pessoas. Atualmente, o minimalismo vem sendo visto como uma forma de ter uma melhor qualidade de vida e uma menor tendência ao consumismo, pois já existem pessoas que estão deixando para trás o exagero, os objetos supérfluos e vivendo apenas com o que realmente precisam.
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_fundamentação teórica De acordo com Daniel Marzona (2004), assim que o minimalismo começou a surgir em Nova Iorque e Los Angeles, com a criação de “uma vulgar lâmpada fluorescente aparafusada diagonalmente à parede; traves de madeira tosca ou placas de metal deitadas no chão em padrões simples, cubos e outras formas geométricas básicas de contraplacado, alumínio ou aço”, ele era chamado por vários nomes como Art ABC, Cool Art, Arte Rejectiva, Estruturas Primárias, Arte Primária, esses sendo os mais frequentes. Mas em 1965, o filósofo de arte inglês Richard Wollheim criou o termo Minimal Art com o seu ensaio de mesmo nome. Contrariamente ao termo Minimalismo, que foi utilizado para descrever tendências correspondentes na dança, música, literatura, pintura e escultura desde os primórdios da década de 1950, a designação Minimal Art está confinada às artes visuais. Foi atribuído à pintura um papel de pioneiro na Minimal Art. Uma vez que a significado do movimento assenta no argumento que diz respeito ao estatuto da abstracção no campo dos objectos tridimensionais. (MARZONA, 2004, p. 6)
Os artistas Carl Andre, Dan Flavin, Donald Judd, Sol LeWitt e Robert Morris poderiam ser considerados os únicos artistas do Minimal Art, pois seus trabalhos como esculturas, objetos e instalações possuem as características desse movimento Até agora, a maioria das tentativas para definir a Minimal Art baseou-se em primeiro lugar numa análise de características formais comuns, como por exemplo um reduzido vocábulo formal, serialismo, técnicas de composição não-relacionais, a utilização de materiais novos, produzidos industrialmente, e processos de produção industriais. (MARZONA, 2004, p. 7)
Segundo David Batchelor (2001), “quase todo trabalho geométrico, vagamente austero, mais ou menos monocromático e de aparência geral abstrata” foi ou é alguma vez rotulado de arte minimalista. E qualquer coisa que seja rotulada como minimalista, será vista da mesma forma, austera, monocromática, abstrata, não se fazendo questão de sua aparência. Definir design é uma tarefa há muito discutida, e nunca terminada. Um ponto, entretanto, de aceitação é que design é projeto. De um ponto de vista etimológico, “(...) na palavra design encontra-se o latim signum que designa indício, sinal, representação e mais a preposição de que rege, na declinação latina, o caso ablativo e quer dizer segundo, conforme, a respeito de, saído de, segundo um modelo, ou seja, designa origem; portanto ‘de-sign’ supõe um significado que ocorre com respeito a, ou conforme um sinal, um indício, uma representação”. (FERRARA, 2002)
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O design, de maneira geral, é muito visto como uma maneira de demonstrar funcionalidade, pois “design é projeto”. Há a necessidade de que esse projeto seja bem feito, seja funcional para o usuário. No entanto, essa definição deveria justamente ser a compartilhada com o design minimalista. O mestre da arquitetura moderna Mies van der Rohe disse uma frase que significava toda a funcionalidade do seu trabalho de rigorosas proporções, de uma infra-estrutura valorizada como elemento estético. “Menos é mais”, veio como o slogan do funcionalismo e, ao mesmo tempo, foi adotado ao movimento minimalista para justificar sua estética clean. O minimalismo foi e ainda é base de inovação para produtos tanto na área de desenho industrial, como nas artes visuais do design gráfico. Esse estilo também influenciou a moda e, consequen-temente, trouxe características fortes como as modelagens am-plas, retas e geométricas e formas de construções únicas. Apesar de parecer empobrecido de elementos, as experimentações e a utilização da técnica de moulage permitem que as roupas ganhem caimentos diversos, um design contemporâneo e uma modelagem fora do padrão. Já o movimento da música minimalista tem a sua criação delimitada no contexto musical norte-americano da década de 1960. De uma maneira geral, pode-se afirmar que esta escola musical surgiu juntamente com as ideias presentes no minimalismo nas artes plásticas. Para José Miguel Wisnik (1989), “o minimalismo é uma música francamente iterativa, baseada na repetição de motivos melódicos e pulsos rítmicos que passam por processos de fase e defasagem”. O termo minimalista na literatura assume um sentido ligado à idéia de redução, fragmentação e/ou economia de recursos na hora da escrita. De acordo com Andrew Haslam (2010), “o livro é a forma mais antiga de documentação; ele registra o conhecimento, as ideias e as crenças dos povos e sua história está intimamente ligada à história da humanidade (...) o livro [também é] um suporte portátil que consiste de uma série de páginas impressas e encadernadas que preserva, anuncia, expõe e transmite conhecimento ao público, ao longo do tempo e do espaço”.
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A palavra “book” deriva-se de uma velha palavra inglesa bok oriunda de “beech tree” (faia, tipo de árvore). Em português a palavra livro deriva-se do latim líber. Os saxões e os germânicos usavam as tábuas de faia para escrever, sendo a definição literal de um livro “tábua para escrita”. O termo códex, usado para se referir aos livros ancestrais, como, por exemplo, os manuscritos bíblicos têm origens similares. O termo caudex, é a versão em latim para “tronco de árvore”, de onde se tiravam as tábuas que serviram como superfície de escrita. Quando nos referimos às folhas de um livro, estas nos remetem ao material orgânico da superfície de escrita usada pelos antigos estudiosos egípcios - as largas folhas planas das palmeiras egípcias eram usadas para esse fim. Mais tarde, com o advento do papiro, seus talos foram triturados, entrelaçados e secos, formando uma superfície adequada à escrita, portanto, apta a receber tinta. (HASLAM, 2010, p. 6)
Para Haslam, “o livro impresso é um produto resultante de um processo colaborativo (...) e o designer [precisa ter] um conhecimento básico das funções dentro da indústria editorial”, pois isso facilitará o seu trabalho. Os principais itens que devem ser levados em consideração na hora da impressão do livro para a indústria editorial são:
• Autor; • Agentes literários e bancos de imagem; • Editor; • Escritórios de produção editorial; • Editor de aquisições; • Editor de textos; • Revisor de provas; • Consultor técnico; • Revisor técnico; • Diretor de arte; • Designer; • Pesquisador de imagens; • Gerente de licenciamento; • Ilustradores, fotógrafos e cartógrafos; • Gerente de direitos autorais;
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• Gerente de marketing; • Gerente de produção editorial; • Impressor; • Empresas de acabamento gráfico; • Encadernadora; • Gerente de distribuição; • Divulgadores; • Varejistas (HASLAM, 2010). Baseando-se nessa pesquisa sobre o tema do projeto e sobre o livro, é que será realizado o processo de criação de um livro sobre estética minimalista, o design, a música e a literatura, levando em conta também, a estética do livro.
_metodologia de pesquisa Para o começo da criação do conteúdo do projeto, será realizada uma pesquisa sobre o minimalismo, onde surgiu, quais países tiveram mais foco nessa arte, suas maiores influências, quem foram os artistas principais, as obras e depois de buscar todo o conteúdo voltado para esse movimento artístico, a pesquisa terá foco em várias áreas como: • Design gráfico: pesquisa sobre pôsteres minimalistas de filmes, peças gráficas para campanhas de marcas famosas que utilizam essa estética, como essa arte é vista no mercado gráfico; • Design de produto: objetos de consumo que foram conceituados com a estética minimalista, como isso vem sendo usado pelos designers de produto; • Design de interiores e arquitetura: casas que possuem a estética minimalista, tendo o objetivo de ter o espaço, o simples como foco principal; • Design de moda: como a arte minimalista vai dos museus para a passarela do ponto de vista dos estilistas; • Música e literatura: como inserir o minimalismo na música e na literatura e como isso não é notado pelas pessoas.
A segunda fase do projeto será a construção do livro e pesquisas para encontrar o melhor tipo de papel par a produção. A capa do livro será de um couché com gramatura maior do que o do miolo. O tipo de couché utilizado será o brilhoso para toda a composição do livro. O tamanho da lombada do livro será feita de acordo com a quantidade de páginas que o livro terá, pois depende além do número de páginas, da gramatura do papel. A ideia inicial para a encadernação do livro é de que ela será feita com brochuras, também conhecida como lombada quadrada, no qual os cadernos são costurados na lombada em forma de acabamento, e colados a uma capa mole normalmente com papel grosso, ou apenas colados e fresados (sem costura). Como foi dito anteriormente, o livro, além de falar sobre o minimalismo e suas aplicações no design, moda, música e literatura, ele também terá a estética minimalista, para mostrar que um livro também pode ser feito a partir desse movimento cultural dos anos 1960. A pesquisa será feita de modo qualitativo, pois não haverá nenhum dado com gráficos e porcentagem para a criação do livro.
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