ENTREVISTA 01
MARCELO GANDHI Entrevista realizada dia 14 de maio de 2011, em São Paulo. Laurem: Marcelo, sua graduação é em arte-educação pela UFRN. Você ainda trabalha com educação? Marcelo Gandhi: De uma maneira informal, sim. Quando cheguei a São Paulo trabalhei com programa educativo em museu. Em Natal, fui concursado em escola pública durante um ano, mas me frustrei muito. Bati de frente com um sistema barra-pesada. Percebi como a educação é realmente tratada no Brasil: algo que não é valorizado, um curral eleitoral, um instrumento de interesses políticos, não é pensado no interesse coletivo... Uma merda! Essa experiência foi horrível. Fiquei um ano, pedi demissão e vim pra São Paulo. Resolvi me dedicar ao meu trabalho poético: assim eu ganho mais dinheiro, mais satisfação e vou estar em contato com aquilo que eu realmente acredito. Não quis ficar dentro de uma instituição que não me valoriza, que não sabe nem o que fazer comigo. Recebi ameaça de morte de aluno, briguei com diretor, mudei de escola duas vezes... Foi horrível. Tiveram pontos positivos, como quando ajudei um aluno da escola a entrar no Salão de Arte de Natal. Essa experiência só me deu mais forca pra seguir com o meu trabalho pessoal. Aconteceu a criação de uma performance, chamada O Educador: um alter ego que criei, utilizando a mascara do Mickey caveira de Alexandre Herchcovitch. É uma busca irônica para tudo que a educação não tem, uma resposta, uma reação, uma forma de mastigar tudo o que vivi e transformar isso em algo potente, de modo que eu possa refletir. Não acredito na educação brasileira dessa forma, acredito no que se faz de modo menos formal e sem esse olhar detentor de poder. Ando acreditando muito mais em formas não-institucionais de educar. L: Às vezes a gente não acredita na nossa própria educação, naquela que recebemos durante a graduação na faculdade. Esse é o seu caso?
Marcelo Gandhi como O Educador, 2008.
MG: Eu acho que a própria graduação gera consequências na forma como lidamos com a educação no Brasil. Uma esta permeando e contaminando a outra. O meu curso era muito decadente, um trampolim para outras faculdades... Isso começou a mudar quando eu entrei, porque minha turma começou a fazer pressão. Mas as pessoas não queriam fazer arte-educação nos anos 90. Isso mudou com o passar do tempo: nos anos 2000, depois que me formo, fico sabendo de pessoas interessadas no curso, que vêem sentido em fazer essa graduação. Com isso, o próprio curso mudou. Uma mudança pequena, mas significativa: mudaram os paradigmas.
L: Sua graduação serviu como uma espécie de gatilho pro seu trabalho artístico? MG: Não, eu venho de um processo muito autônomo de produção pessoal com arte, independente de cursos. Eu não podia esperar isso da minha graduação. Lá era um lugar cheio de madames frustradas, meia dúzia de interessados em educação e poucos artistas latentes. Era aterrorizante, mas foi uma experiência. Eu venho da pintura, depois parto pra algo mais action, que tinha relação com o expressionismo abstrato. Vou então pra musica e monto uma banda de rock chamada Évora. Eu fui o líder, compondo e cantando. Gravamos um cd, mas a banda acabou depois de cinco anos. Foi ai, então, que o desenho entrou na minha vida. Antes disso eu era um cara que fazia faculdade e tinha uma banda; com o desenho eu entro no projeto Rumos, ganho uma bolsa e começo a ter visibilidade nacional. Para algumas pessoas o projeto pode não ter alterado em nada, mas pra mim foi um bom empurrão. Isso porque não me pegou do zero - eu já tinha um desejo, um trabalho e uma trajetória de quase dez anos. Juntamos então o útil e o agradável, o carro com a gasolina, e a coisa foi. L: Curioso esse seu caminho de começar na pintura e desembocar no desenho, passando no meio disso tudo pela música. MG: Algumas pessoas falam que meu desenho é musical. A pintura era mesmo musical e performática, com o gesto, o traço e o corpo presentes. Consequentemente, ou fatalmente, eu caio na musica. Depois eu vou para o desenho, que aparece no momento que a banda acaba e eu entro em crise, sem saber o que fazer. Começo a desenhar do nada e me surpreendo com o resultado. Fiz um caderno de desenho e, na época do projeto Rumos, quando Lisette Lagnado e Aracy Amaral foram em minha casa para conhecer meu trabalho, elas vêem esses desenhos e acham muito bom. Eu ainda não tinha consciência do valor daquilo... Ainda considerava o desenho como algo menor. Nesse momento eu venho, então, pra São Paulo, e vejo outros artistas, vejo o circuito – tudo aquilo que eu sentia falta em Natal encontrei aqui. L: Interessante você falar sobre isso. Nós dois somos de fora do eixo Rio-São Paulo... MG: Nós somos da periferia. E eu mais ainda, do Nordeste, do estado mais setentrional do país, quase na África! L: Eu fico pensando nessa nossa situação de “periféricos” e me questiono se isso é bom ou ruim. MG: É bom e é ruim e é tudo. Mas eu tenho achado mais pontos positivos do que negativos. Aqui temos mais formação, mas também mais concorrência... No centro, tudo é maior. O resultado pode ser lindo, mas também pode ser um desastre total. Eu me considero um meio termo - nem um sucesso, nem um desastre. Estou no limbo. Mas eu acredito no trabalho, e é ele que vai ter que me abrir as portas. Não sou eu, nem a roupa que eu uso, nem o curador que eu conheço... é o próprio trabalho. Se ele tiver esse poder, ótimo. Se não, eu vou ter que pagar o preço por essa escolha. Eu acho que vim no momento certo pra São Paulo: com 32 anos. Eu não agüentaria viver aqui se tivesse vindo mais cedo. Eu vim pra cá formado, com a ajuda do projeto Rumos e uma poética definida - não totalmente completa, por que se fosse assim ela estaria no fim -, mas eu vim pra cá com uma direção. Cada um tem seu momento, e o meu foi esse. E acho que foi bom. No começo cheguei deslumbrado, querendo que as coisas acontecessem rápido... Mas não tenho mais quinze anos. Sei que, pra construir uma carreira como artista, preciso de calma, paciência e trabalho. Muito trabalho.
Série O Grande Circo.
L: Você disse que saiu de Natal e veio pra São Paulo na hora certa. A sua produção mudou depois dessa mudança? MG: Boa pergunta. Eu estou começando a perceber agora que ela está mudando. Eu vim com uma linguagem madura: o desenho já é uma coisa minha, com uma visão e uma estrutura muito particular. É uma coisa que está ganha, eu domino completamente meu desenho... Já me apropriei da minha grafia. Agora eu preciso procurar outros caminhos em que eu não me sinta tão firme. A Exposição de Bolso, que apresentei no Espaço Cultural Marcantonio Villaça em Brasília, por exemplo, é uma obra pós-SP. Nela entram questões de circulação de arte, de espaço expositivo, outra relação do desenho com a população, com a apropriação. O trabalho extrapola a grafia, e o desenho. Isso tem uma relação direta com o fato de estar morando em São Paulo e estar sob impacto, ou influência, da vida na maior metrópole da América Latina. Isso não tem como negar. O Educador vem um pouco disso, também. Esse performer-multimídia hiper cosmopolita, que canta, que propõe ações... Apresentei O Educador na Bienal Deforme, no Chile, e no festival de performance Zona de Arte Nación, na Argentina. Entrei no Viewing Program, do Drawing Center, em Nova Iorque... Isso tudo aconteceu depois de São Paulo. Meu trabalho absorveu as características da vida numa grande cidade, com todas as suas complexidades, micro-políticas, movimentos...
Exposição de Bolso, 2008.
L: No momento você está trabalhando mais com que tipo de linguagem? MG: As esculturas da Louise Bourgueois surgem de um processo de ressignificação do mundo subjetivo e pessoal, da relação com a família, das frustrações com o pai, dos filhos que ela teve, da sua ida pra Nova Iorque... Então, se você olhar pra o trabalho dela, vai ver toda uma nova relação subjetiva das suas questões pessoais. A escultura deixa de ser algo físico para ir para outro nível de interpretação e significação. Isso me interessa muito: esse espaço que se abre pra poesia. Foi a partir disso que comecei a me interessar por objetos. Na minha primeira individual, que aconteceu ano passado, chamada Dick it,eu impulsionei essa linguagem do objeto. Na verdade, Dick it era tudo: objeto, desenho, performance... até O Educador estava lá. A exposição estava dividida em duas salas: uma chamada François Sagat, que é um ator pornô que conheci, e a outra Espaço Rothko. A primeira era o caos, o excesso, o consumo... a segunda era o oposto, limpa e organizada. L: Essa exposição foi resultado de uma residência que você fez, certo? MG: Sim, de um programa de residência no Ateliê do Barão, na Galeria Califórnia. Foi em um apartamento de um prédio de Niemeyer, no centro de São Paulo. Essas são imagens da Dick it.
Dick It, 2010.
L: O Mickey mais uma vez presente. Você participou de uma exposição que tratava particularmente dessa figura, que é tão recorrente na sua produção, não foi? MG: A Paixão de Mickey - Vida, Morte e Ressurreição. Eu, Monica Rizzolli e Bruno Sipavicius. O Mickey tem essa questão do universo pop, de ressignificação de elementos de Walt Disney, de histórias em quadrinhos, de memórias infantis... Mas a Dick It foi meio que o esgotamento dessa figura. Eu não o aguentava mais. Foi ai então que tive vontade de explorar a questão do objeto – mais uma vez, algo pós-SP. Surge um objeto meio pop, com uma estrutura de brinquedo, mas que não o é mais... Agora estou fazendo algo desse tipo. Tem relação com assemblage, ready-made, onde tudo já está pronto. Eu compro um boneco e guardo, compro outra coisa e guardo. Depois de algum tempo eu faço uma junção e surge algo desse tipo. Não compro pensando no trabalho final, vou acumulando em uma espécie de arquivo e, quando bate a vontade, eu os faço. Também tem acontecido uma coisa com o Facebook. Estou fazendo séries de fotos que chamo de Performance e que coloco em minha página. É um trabalho de captação de imagens do cotidiano que eu denomino performances. Já estou na quarta sequência de fotos.
Convite da exposição A Paixão de Mickey.
Objetos da exposição Dick It.
L: Então é um trabalho de fotografia, mas que você chama de performance. MG: Sim, porque a fotografia esta sempre baseada em uma ação. Em algo que, pra mim, foge do usual. Interessam-me esses deslocamentos e o meu olhar sobre. É também um trabalho pós-SP, que tem uma idéia de performatividade mas ligado a uma vivência muito particular. Tanto que você pode ver coisas que nem são performances, mas que são escolhas e questões minhas. As séries estão no Facebook porque quero que vejam, que comentem... Não quero imprimir essas fotos para colocá-las numa galeria – é ali mesmo que elas têm que ficar. As redes sociais se encaixam na idéia de fazer e mostrar algo logo em seguida, no tempo presente, aqui e agora. E é um espaço de contaminação, onde tem um trabalho junto com uma conversa com um amigo. Ali eu não devo nada a ninguém. L: Você junta duas questões que falamos antes: um trabalho que não depende necessariamente de uma galeria, como a Exposição de Bolso, e esse aglomerado de informações, como aconteceu na Dick it. A sua produção pósSP me parece muito conectada. MG: No fundo todos eles vêm de uma única origem, que é a minha jornada: a pintura, que vira desenho, que vira objeto, que vira instalação.
Fotografias retiradas do Facebook de Marcelo.
L: Tentando classificar sua produção em linguagens, temos desenho, performance, música, objeto, gravura... MG: Joalheria também. Mas não existem limites, classificações. É vida. Em toda sua complexidade, todo seu peso, todos os acasos. Tudo isso me interessa. Eu vejo muita carreira sendo pasteurizada, perdendo o vigor. Sei que não estou de fora, todo mundo esta a mercê disso, mas tento fugir. L: Eu li uma reportagem sobre uma exposição que você montou em Natal, onde os funcionários da instituição ficaram indignados com o que você fez... MG: Foi uma confusão! Fiz essa exposição uma semana antes de vir pra São Paulo. Chamava-se Site especifico Lugar específico. Uma amiga estava coordenando o espaço da Galeria Newton Navarro, da Fundação Zé Augusto, e me convidou para organizar algo lá. Fiz todo um trabalho gráfico ali, pensando no local. Também fiz uma performance chamada Puta Satânica. Tudo foi muito mal interpretado. Eu me apossei de uma linguagem de rua e trouxe pra dentro da galeria, cujos valores eram muito formais... Eles ainda pensavam em pintura classicista, renascentista. A linguagem pictórica de rua não era aceita. Foi uma explosão, um choque muito grande, porque os valores se confrontaram. A grande briga não foi com apenas com o meu trabalho, mas sim com o fato de aquilo estar dentro da galeria de um espaço institucionalizado. Eles não pensavam em arte do século 21. Mas foi ótimo, válido pra discutir todas essas questões. Natal tem grandes artistas, mas ao mesmo tempo o entorno é muito pobre, carente de discussões. Acho que a exposição foi saudável nesse sentido. As pessoas foram ver o que era aquilo, o que estava sendo discutido. No dia seguinte já tinha gente querendo acabar com a exposição, limpar as paredes... A galeria fica bem na entrada da instituição, então as pessoas não tinham como desviar. Passavam lá todo dia para chegar ao trabalho.
Sequência de Sasha Grey e o Imperio do Sexo. Série 700 desenhos, 2009.
L: Essa exposição foi diferente apenas para aquelas pessoas ou pro contexto de arte de Natal como um todo? Eu queria saber mais sobre a cena artística de lá. MG: Natal tem grandes contradições. Existem pessoas que viajam pra Holanda e compram arte contemporânea; a cena de arte naïf é fortíssima e vende muito; há uma grande presença estrangeira, muita grana por conta do petróleo... Ao mesmo tempo ainda existe o coronelismo e as oligarquias políticas que detém e manipulam as informações. Existem artistas de Natal que participam da Bienal de Cuba, que são reconhecidos lá fora mas não pela própria cidade. Não ha valorização da arte contemporânea local. O potiguar não se vê. Mas isso esta mudando... Existe, hoje, uma grande cena de performance na cidade. Isso veio dos anos 80 com o grupo Oxente, que fomentou essa linguagem e teve repercussão no país e no exterior. Antes deles, J. Medeiros com o poemaprocesso, Haroldo Campos, Paulo Silva... Abrahan Palatinic, o pioneiro da arte cinética na America Latina, é natalense. A cidade tem uma tradição de literatura e poesia fortíssima, com grandes publicações independentes. Ou seja, Natal tem uma história, mas que vive constantemente na luta para não ser morta e esquecida. A Pinacoteca de Natal tem um ótimo acervo, com Tarsila do Amaral e outros grandes artistas, mas ao mesmo tempo as questões burocráticas e administrativas são horríveis. É um poço de contradições. Eu só fui ser reconhecido lá depois do Rumos – essa coisa provinciana de ter que primeiro ser visto lá fora para depois te reconhecerem. Lá tem potência, mas a cidade não se potencializa. A terra vai deixando seus filhos bastardos... Se houvesse outra postura, como há em Recife, todos ganhariam mais. Para o quê Natal está lutando, Recife já conquistou. Luta pra manter, mas tem uma grande cena com grandes nomes, saiu do clichê de cidade litorânea. Espero que, com o advento da internet e a descentralização da informação, essa potência latente de Natal apareça.
L: Dia desses assisti no youtube um vídeo do Reféns do Bege. Você comentou antes que trabalhou com música, mas não citou essa experiência. MG: Também pós-SP. Fiz uma oficina com Mixing It, um duo de art-music que já trabalhou com vários artistas conhecidos – Sophie Calle, por exemplo. O Reféns do Bege surgiu dessa oficina. Eu e Felippe Moraes começamos a compor, e surgiu a oportunidade de apresentar uma performance musical na exposição Ateliê 397. Foi bem interessante. Fizemos A Parada da Luz Elétrica, Mickey Mouse... Costuramos várias influências: tropicalismo, cultura pop, favela, funk carioca... Foi um momento. Queria até que tivesse rendido mais, mas acabei brigando com Felippe e a coisa acabou. O que é normal, porque nos dois temos uma forte veia autoral. L: E a banda que você comentou antes, a Évora? MG: Évora era uma banda de rock e eu era o mentor e criador. Durou cinco anos. Nos apresentamos no Festival Nacional de Musica e gravamos um cd. É um rock alternativo, experimental, eletrônico, etc. Coincidiu com a chegada da MTV em Natal. Quando vi Björk, eu pensei: “Quero cantar também!”. E começou assim. Eu tinha pintado muitos quadros e não vendi nada, então botei fogo nas telas. Montei um estúdio em casa e comecei a gravar algumas músicas. Hoje eu ainda trabalho com música, mas de outra maneira. Em O Educador, por exemplo, eu canto. Na última performance que fiz, apresentei uma espécie de mini-concerto, com alguns mash-ups inusitados. O mundo pop e essa coisa do rockstar me atraem muito.
Último show da banda Évora.
L: Existe algum outro projeto atual que você queira falar sobre? MG: Em julho vou expor na Jogos de Guerra, uma coletiva com curadoria de Daniela Name, na Caixa Econômica do Rio de Janeiro. Serão 50 artistas: nomes consagrados como Cildo Meireles e Regina Silveira, e gente nova, como eu. Vou apresentar um trabalho chamado Desenho Pinball, que são dez desenhos que usam como suporte jogos de pinball de mão – eu tiro a cartela original do jogo e coloco ali o meu desenho. Assim eu subverto a idéia do jogo: não tem ganhador nem perdedor, não tem pontuação nenhuma... Vira uma ação poética, contemplativa. Você pode jogar, mas não tem aquela objetividade anterior. Estou feliz porque gosto desse trabalho, vai ser um bom momento para apresentá-lo.
Série Desenho Pinball, 2011.
Também estou com um projeto de exposição chamado Reino dos Bichos e dos Animais é meu Nome. É um trabalho em que discuto a identidade, utilizando animais como metáfora para isso. São objetos, assemblages, uma série de desenhos com sangue de carrapato... Esse título veio de um poema de Estela do Patrocínio. Eu já tinha todos os objetos e os desenhos, mas não sabia o que fazer com aquilo.
Quando eu li o poema, consegui unir tudo – ele juntou tudo que eu tinha dentro de uma narrativa. Daí pude ver a lógica que existia entre aqueles trabalhos. A série com sangue de carrapato são quinze monotipias feitas com os carrapatos que tirei da minha cachorra. Os objetos eu fiz juntando partes diversas que coisas que eu já tinha. Mas não pensei em nada a priori, não elaborei uma unidade entre esses trabalhos. Fui fazendo... É um processo meio infantil, pareço uma criança brincando. A elaboração racional vem depois.
Objetos da série Reino dos Bichos e Animais é meu Nome, 2011.
L: Depois de pesquisar e ler sobre você, das coisas que conversamos, acho que consigo perceber um caminho que a sua produção vem tomando. MG: Sou muito instável, mas tenho me forçado a ter disciplina. A produção só surge com muito trabalho e total entrega. Afinal, eu escolhi isso pra minha vida. Não gosto de usar essa palavra, mas acho que estou ficando maduro.
L: E quem você indica para a próxima entrevista? MG: Meu amigo Gabriel Nunes, performer que nasceu em Sergipe mas que hoje mora em São Paulo.