Revista Lavoura Arrozeira - 460

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Volume 61 | Nº 460 • Outubro/novembro/dezembro 2013

Irga lança a semente da

integração

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Concurso público

Relações internacionais

Manejo

Novos servidores aumentam quadro

Missões aproximam Brasil de Cuba e Nigéria

Projeto inédito testa cinco sistemas integrados

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IRGA

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A revista Lavoura Arrozeira é uma publicação do Instituto Rio Grandense do Arroz Av. Missões, 342 - Porto Alegre (RS) – Brasil CEP 90230-100 / Fone (51) 3288.0400 www.irga.rs.gov.br www.facebook.com/IrgaRS - @IrgaRS ISSN: 0023-9143

Governador do Estado: Tarso Genro Vice-governador: Beto Grill Secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio: Luiz Fernando Mainardi Presidente do Irga: Claudio Fernando Brayer Pereira Diretor Comercial: Elói José Thomas Diretor Técnico: Sérgio Gindri Lopes Diretor Administrativo: Paulo Renato Sampaio Assessoria de Comunicação: Ben-Hur Corvello (coordenador), Caroline Freitas, Marlise Mattos, Rossana Vecchio

Atendimento ao Leitor: revista@irga.rs.gov.br (51) 3288.0455 É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do veículo. 100 95 75

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Assinantes da revista Lavoura Arrozeira devem se recadastrar

edição de Lavoura Arrozeira que tens em mãos reúne as bases do futuro da orizicultura no Rio Grande do Sul. As próximas páginas detalham iniciativas que serão decisivas no êxito da produção de arroz gaúcha pelos próximos anos. Na reportagem principal, conhecerás a nova cultivar de soja que o Irga, junto com a CCGL Tec, desenvolveu nos últimos três anos. A TECIRGA 6070RR vai possibilitar ao produtor de arroz plantar a oleaginosa mesmo nos terrenos de várzea, expandindo a rotação de culturas para onde um dia foi impensável. A diversificação das fontes de renda no campo é uma das principais bandeiras do Irga, e a história de sucesso dos irmãos Santos, de Camaquã, prova que o sistema dá resultado. A integração da produção de arroz com outros produtos agropecuários é o maior escudo do produtor rural diante das crises. Ele deve ser um produtor de alimentos, e não um monocultor de arroz.

Capacitar o produtor e apoiá-lo nas suas tomadas de decisão são missões do Irga, e elas serão ainda melhor cumpridas a partir da posse dos 109 concursados do instituto que tomam posse até o final deste ano. Pela primeira vez em quatro décadas, o Irga realizou um concurso público, e com isso reforça o quadro dos Nates, suas trincheiras no interior do Estado. E, enquanto produtor e assistência técnica trabalham em solo, o Irga levanta voo e vai até outros continentes buscar mercado para o produto gaúcho. Expandir as possibilidades de exportação é o principal objetivo das missões internacionais de que o Irga participou neste ano, para Cuba e Nigéria. Também é a razão de ser do Brazilian Rice, grupo que promove aproximação com diversos mercados internacionais, e cujas ações vais conhecer com mais detalhes a seguir. Boa leitura! Claudio Pereira Presidente do Irga

Índice Exportações........................................... 4

Manejo....................................................24

Foto do leitor..........................................5

Capa.........................................................28

Curtas.........................................................6

Safra..........................................................34

Armazenagem.......................................8

Tributação.............................................36

Concurso público.............................10

Expointer...............................................38

Relações internacionais.................12

Clima........................................................40

Se você é assinante da revista Lavoura Arrozeira desde antes de 1º de agosto de 2013 e quer continuar recebendo a revista, atualize seu cadastro pelo site do Irga: http://www.irga.rs.gov.br/assine

Infraestrutura.......................................15

Artigo técnico.....................................42

Palavra do produtor.........................16

Pelos Nates...........................................50

Seminário..............................................20

Consumo...............................................52

A partir de 1º de janeiro, o banco de dados do cadastro será migrado, e os antigos assinantes que não se recadastrarem deixarão de receber as próximas edições.

Legislação.............................................21

Receita....................................................53

Mercado.................................................22

Almanaque...........................................54

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Lavoura Arrozeira

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Foto: Eduardo Rocha

Coordenação editorial: Marlise Mattos – Mtb 11378 Produção e execução: Cartola – Agência de Conteúdo Edição: Isabel Marchezan – Mtb 9.712 Reportagem: Ana Paula Rocha – Mtb 14.287 Colaboração: Carlos Fagundes, César Marques, Claudia Lange, Cleusa Amaral, Elói Thomas, Eraldo Jobim, Felipe Carmona, Glauco Freitas, João Gimino Félix, Marcelo Lima , Mário Azevedo, Paulo Sampaio, Sérgio Lopes, Vitor Hugo Kayser Projeto gráfico: Ulisses Romano (Visual Agência – Comunicação e Design) Diagramação: Ulisses Romano (Visual Agência – Comunicação e Design) e Gerson Raugust Capa: montagem com fotos de Cláudia Lange e Ana Paula Rocha Impressão: Companhia Rio-Grandense de Artes Gráficas (Corag) Tiragem: 12 mil

Olhos no futuro A


Exportações

Brazilian Rice

trabalha para ampliar mercado externo Projeto é focado em três frentes de trabalho: capacitar empresas, estudar novos mercados e promover o arroz brasileiro no exterior

C

apacitação, informação e promoção comercial são os três pilares que resumem a atuação do Brazilian Rice. O convênio foi assinado em maio de 2012, durante a Fenarroz, pela Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), pela Agência Brasileira de Promoção e Exportação de Alimentos (Apex Brasil) e pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). O gerente de projetos do Brazilian Rice, André Anele, explica que o convênio se dedica a divulgar a qualidade do arroz produzido no Brasil, chamando a atenção de mercados alvo na América do Sul, na Europa e na África, além de qualificar as indústrias para a exportação. Anele destaca também o potencial para exportação de diversos outros produtos derivados do arroz, como farinhas, massas ou bebidas feitas à base do grão. Hoje, 58% das exportações do Brasil no segmento são de arroz beneficiado. “Há espaço para ampliarmos as exportações com produtos de maior valor agregado. Buscamos viabilizar que as exportações se deem de forma direta. Atualmente, a maioria das empresas integrantes do projeto exporta por intermédio de tradings”, explica o coordenador da Câmara Setorial do Arroz do Rio Grande do Sul e assessor da presidência do Irga, César Marques. 4

Lavoura Arrozeira

Uma das principais atividades do projeto neste ano é a realização, desde fevereiro, de cursos de qualificação que vêm sendo oferecidos às 26 instituições cadastradas. Eles abordam conceitos básicos de exportação, logística para o comércio exterior e marketing internacional, entre outros. “Este foi um ano de aprendizado para as empresas compreenderem os benefícios de um projeto de exportação e como tirar melhor proveito das oportunidades que vão surgir”, observa Anele, referindo-se a eventos com repercussão mundial, como o Carnaval e a Copa do Mundo, que deverão ser aproveitados para intensificar as relações comerciais. Além dos cursos, o projeto está realizando estudos dos potenciais mercados compradores do arroz produzido no Brasil. Até fevereiro de 2014, deverão ser entregues as análises dos mercados de Angola, África do Sul, Nigéria, Jordânia, Arábia Saudita, Espanha, Cuba, Peru e Chile. A terceira frente de trabalho é a promoção comercial, que se dá com a participação em feiras, em rodadas de negócios e em ações de relacionamento com compradores. Em abril, por exemplo, durante a Expoarroz, em Pelotas, se fez contato com 11 países que importam arroz do Brasil, como Peru, Costa Rica e Estados Unidos.

Conforme André Anele, os países têm a tendência de adotar medidas para proteger a produção interna ou os tradicionais importadores. Para superar essas barreiras, o governo brasileiro deve procurar desenvolver acordos bilaterais para facilitar a exportação e buscar soluções para os entraves que ainda dificultam o escoamento do arroz. “Para se adequar à internacionalização, as empresas devem preparar as suas equipes para as novas exigências dos processos de industrialização e buscar a eficiência na logística de distribuição dos seus produtos. Com certeza, todo esse esforço resultará em benefícios na competitividade da empresa para o mercado interno e externo”, explica Anele. César Marques destaca que “o projeto vai ajudar o Brasil a ser um player consolidado e exportar, pelo menos, a mesma quantidade de arroz que importa, para que não tenhamos problemas na remuneração dos preços para produtor e indústria.” De março de 2012 a fevereiro deste ano, o Brasil exportou 1,47 milhão de toneladas de arroz beneficiado. Devido à queda dos preços praticados no mercado externo e à valorização do arroz no mercado interno, a expectativa é de que, em 2013, o país exporte 1 milhão de toneladas e importe quantia semelhante.


Foto do leitor

Imagens de Agudo e Santa Vitória do Palmar vencem

concurso cultural O

bucólico registro do trabalho de uma trator em Agudo é a primeira imagem vencedora do concurso cultural Sua Foto na Revista Lavoura Arrozeira. A partir desta edição, a revista publica as três imagens mais populares enviadas - e escolhidas - pelo público na seção Foto do Leitor. A eleição é por meio do Facebook: as fotografias mais curtidas na página do Irga (www.facebook.com/ IrgaRS) serão publicadas na próxima edição da Lavoura Arrozeira. Nesta edição, o vencedor foi Alexandre Adalberto Wilke, de Agudo. Lauren Teixeira, de Santa Vitória do Palmar, ficou com a segunda e a terceira imagens mais curtidas. Se você tem interesse em enviar suas fotos, mande um e-mail para revista@irga.rs.gov.br. O regulamento será publicado no site do Irga: http://www.irga.rs.gov.br

1º LUGAR: Foto de Alexandre Adalberto Wilke - Agudo/RS

2º LUGAR: Foto de Lauren Teixeira - Santa Vitória do Palmar/RS

3º LUGAR: Foto de Lauren Teixeira - Santa Vitória do Palmar/RS Lavoura Arrozeira

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Curtas

Pesquisa do Irga marca presença no Congresso Brasileiro do Arroz Irrigado Dez trabalhos de pesquisadores do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) foram apresentados durante o VIII Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado, em agosto, em Santa Maria. Além das apresentações em plenária, o Irga exibiu 18 painéis no evento, promovido pela Sociedade Brasileira de Arroz Irrigado (Sosbai) e pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Marcos Turra, bolsista (foto maior) e Tiago Zschornack, pesquisador (no detalhe) apresentaram pesquisas. “Os trabalhos são importantes para o Brasil no sentido de desenvolver tecnologias para dar o suporte que a

lavoura arrozeira precisa”, destacou o presidente do Irga, Claudio Pereira, na abertura do evento, dia 12 de agosto. O diretor técnico do Instituto, Sérgio Lopes, foi o moderador da conferência Oportunidades para a Pesquisa em Arroz Irrigado e para o Desenvolvimento do Setor Arrozeiro, no mesmo dia.

Claudio Pereira é homenageado em Alegrete A Associação dos Arrozeiros de Alegrete entregou ao presidente do Irga, Claudio Pereira, o troféu O Taipeiro, reconhecimento a personalidades de destaque na cadeia produtiva do arroz. A homenagem foi feita em julho, após o retorno de Pereira da Nigéria, onde esteve acompanhando missão do governo do Estado. Élio Farenzena, presidente da associação, fez a entrega do troféu. Na oportunidade, Pereira fez uma apresentação do resultado da missão ao país africano.

Irga assume presidência do Fundo Latino Americano O presidente do Irga, Claudio Pereira, foi eleito para presidir também, até março de 2014, o Fundo Latino Americano de Arroz Irrigado (Flar). A eleição aconteceu durante reunião do Fundo, em abril, em Cali (Colômbia). Pereira afirmou que as principais metas de sua gestão serão incrementar o melhoramento genético nas áreas de clima temperado e implantar práticas que aumentem a produtividade e reduzam custos na América Central e no Caribe. Também lembrou que a indicação de seu nome representa a 6

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importância do Irga para a orizicultura mundial. O Flar é composto por associações de produtores de arroz, de sementes e da área de moagem, dos setores público e privado de: Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. Também faz parte do grupo o Centro Internacional de Agricultura Tropical (Ciat). O fundo foi criado em 1995 e reúne-se duas vezes por ano.


Curtas

Expoarroz incentiva negócios internacionais Foto: Marlise Mattos

A programação da Expoarroz, realizada em Pelotas em abril, incluiu a quarta rodada de negócios do arroz, que reuniu produtores, trading companies e bolsas de mercadorias. Compradores de Guatemala, EUA, Espanha, Peru, Cuba e Antigua estiveram presentes. “O Brasil sempre foi um país importador, e estamos revertendo este quadro. Atividades como esta ajudam a impulsionar a comercialização, criar oportunidades e apresentar novos mercados para a

indústria”, comentou o presidente do Irga, Claudio Pereira. Sob a coordenação da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), a rodada de negócios é uma parceira entre Irga, Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), governo do Estado, Centro Internacional de Negócios do Rio Grande do Sul (CIN), Sistema Fiergs, Sebrae e Bolsa Continental de Mercadorias.

Rotação de culturas foi tema de palestra

Fórum teve debate sobre desafio logístico

O Fórum Internacional: O Arroz na Segurança Alimentar, presidido por Claudio Pereira, também integrou a programação da última Expoarroz. Anderson Vedelago e Rodrigo Schoenfeld, ambos pesquisadores do Instituto, palestraram sobre a importância da rotação de culturas e da integração entre lavoura e pecuária no evento realizado em Pelotas em abril. Dominar a drenagem do solo é um dos maiores desafios, tanto no uso de soja quanto de milho na rotação. “É preciso saber lidar com a falta e com o excesso de irrigação”, observou Vedelago. Já Schoenfeld ressaltou que o milho é, comparado à oleaginosa, ainda mais sensível ao excesso de água, e que, portanto, a irrigação é um dos maiores desafios nesta estratégia de rotação.

Ainda no Fórum internacional: A Arroz na Segurança Alimentar, o diretor-presidente da Macrologística, Renato Pavan, apresentou o Projeto Sul Competitivo, sobre os desafios logísticos para a produção orizícola gaúcha. “O objetivo do projeto é elaborar o planejamento estratégico da infraestrutura de transporte de cargas”, explicou Pavan. O painel, moderado pelo presidente do Irga, Claudio Pereira, teve como debatedores o vice-governador Beto Grill, o presidente da Farsul, Carlos Sperotto, o superintendente da Administração de Hidrovias do Sul do Ministério dos Transportes, José Luiz Fay de Azambuja, o diretor superintendente da Superintendência de Portos e Hidrovias, Pedro Obelar, o deputado estadual Frederico Antunes e o coordenador da Expoarroz e secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Pelotas, Fernando Estima. Lavoura Arrozeira

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Armazenagem

Irga e Emater oferecem

projetos de silos N

a safra 2011/12, um pequeno produtor de arroz da Depressão Central do Estado gastou 800 das 2,4 mil sacas de arroz que colheu - ou seja: 33% da produção - na terceirização de serviços de secagem e de armazenagem. O caso dele foi analisado em um estudo do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) feito para mensurar o quanto estas despesas representam para o produtor. Se concluiu que, se esse mesmo orizicultor tivesse uma estrutura própria para secar e armazenar os grãos, teria gasto 13% da produção com isso. Em vez do rendimento de 1,6 mil sacas, ele teria, então, vendido 2.088. Análises feitas pelo Irga mostram que essa média se repete em diversas propriedades de pequeno e médio porte por todo o Estado. Quem depende de cerealistas precisa separar 30% da sua produção em estocagem. O gerente da Estação Experimental do Arroz de Cachoeirinha, Carlos Fagundes, afirma que a falta de estrutura de secagem e de armazenagem é uma das principais dificuldades dos agricultores. “Por não dispor disso, o produtor tem deixado de ter ganhos, e perde também o domínio do processo e da sua produção”, explica. 8

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Foto: Ben-Hur Corvello

Programa de Secagem e Armazenagem visa a dar mais autonomia ao agricultor para decidir quando vender ou estocar sua produção

Silo modulado é um dos dois modelos disponíveis, e pode ter 15 tamanhos diferentes O custo é tão alto, segundo Fagundes, por incluir o transporte do arroz da lavoura até o ponto de secagem e de armazenagem e pelos descontos que os cerealistas impõem sobre o produto colhido. Na tentativa de minimizar estes gastos, o Irga e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) elaboraram uma série de medidas para ajudar os produtores a terem seus próprios silos de secagem e de armazenagem. As instituições estão disponibilizando gratuitamente, desde a última

Expointer, quando o Programa de Secagem e Armazenagem foi lançado, todos os detalhamentos técnicos necessários para a construção de dois tipos de silos: o silo modulado Irga e o silo em alvenaria da Emater. Este último é mais indicado para pequenos produtores, pois a capacidade é de 100 a 3 mil sacas. Já o silo do Irga pode ser construído em 15 tamanhos diferentes, com capacidade que vai de 1 mil e 15 mil sacas. Os produtores interessados devem buscar os escritórios do Irga ou da Emater espalhados pelo Rio Gran-


Armazenagem

Pequenos produtores podem financiar estrutura com juros de 2% ao ano A estrutura de um silo, embora represente muita economia aos produtores a cada safra, tem custo inicial alto. Porém, estudos do Irga apontam que, com a poupança que um pequeno produtor faz tendo estrutura própria de secagem e de armazenagem, consegue pagar todo o custo deste sistema em dez anos. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), tem duas linhas de financiamento para viabilizar a construção destas estruturas. Os pequenos agricultores podem usar o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf ), com limite de R$ 150 mil. As taxas de juros são de 2% ao ano. São 15 anos para pagar, dos quais até três são de carência. Volnei Meneghetti explica que, embora seja difícil mensurar o custo mínimo de um silo, já que isso depende do tipo e do tama-

de do Sul e pedir que um técnico faça uma visita à propriedade para avaliar que tipo de silo é necessário para atender a demanda. A partir disso, o orizicultor recebe o projeto de engenharia da estrutura a ser construída, além de uma estimativa do material de construção necessário. Com isso, pode economizar cerca de R$ 15 mil, custo médio de um projeto deste porte no mercado. Para arcar com os custos do material de construção e da mão-

nho do equipamento que será usado, os R$ 150 mil de limite de financiamento do Pronaf são suficientes para atender à demanda de um pequeno produtor. Para ter acesso a essa linha de financiamento, os agricultores devem procurar as duas cooperativas de crédito associadas ao BRDE: Cresol e Crehnor. Já os médios produtores podem usar o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA). Nessa linha de financiamento, não há limite preestabelecido de crédito. As taxas de juros ao ano são de 3,5%, também com 15 anos para pagar, dos quais até três são de carência. Acima de R$ 155 mil, os interessados podem fazer o financiamento diretamente com o BRDE, não sendo obrigatória a mediação de uma cooperativa de crédito. São considerados pequenos produtores aqueles com lavoura de até 25 hectares, enquanto os médios têm lavouras de 25 a 500 hectares.

-de-obra, os agricultores têm acesso a linhas de financiamento oficial com taxa de juros subsidiada (mais detalhes no quadro nesta página). Para o presidente do Irga, Claudio Pereira, uma estrutura própria de silos e de armazenagem dá mais autonomia aos orizicultores. “É uma questão de soberania do produtor. É dele o produto. Ele planta, cuida e colhe, mas não termina aí a colheita. Para poder de novo enfrentar o mercado, ele precisa ter domínio do

seu produto”. Ao armazenar e secar os grãos em área própria, o produtor controla quando venderá o arroz, tendo assim mais condições de segurar sacas quando julgar necessário e de negociar o preço de venda. Além dos projetos para construção de silos, os orizicultores que participam do programa recebem, também gratuitamente, um treinamento de aperfeiçoamento em secagem e armazenagem de grãos, ministrado pelos técnicos do Irga e da Emater. Cada produtor pode selecionar quantas pessoas da equipe irão receber o curso. O pesquisador do pós-colheita da Estação Experimental do Arroz, Volnei Meneghetti, diz que os principais erros dos orizicultores em relação à secagem e armazenagem estão relacionados à ventilação dos silos e à escolha da melhor hora para a secagem. Não seguir esses processos corretamente pode levar à queda da qualidade do arroz, bem como a uma menor remuneração no mercado. Por isso a importância de, além de ter silos próprios, entender como funciona todo o processo. Com a parceria entre Irga e Emater, estas iniciativas chegam a praticamente todos os municípios gaúchos, já que a Emater está presente em 495 das 496 cidades do Estado, e o Irga possui técnicos em 136, como explica João Félix, assessor da presidência do Instituto. Além disso, permite que o produtor tenha um silo adequado ao quanto colhe em sua propriedade. “Damos uma oportunidade a mais para o produtor escolher a estrutura que é mais adequada para ele. As duas instituições têm muita capilaridade, e este programa nos permite usar o conhecimento dos dois”, explica. Lavoura Arrozeira

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Concurso público

Após 40 anos, Irga terá

109 funcionários novos Autarquia, que não realizava seleção desde os anos 70, vai aumentar em 38% o quadro de colaboradores e ampliar alcance da assistência no interior do Estado

“O

Irga já está no nome”, brinca Cleo Soares, de 52 anos, ao se referir à forma como é conhecido na região de São Lourenço do Sul: Cleo do Irga. O engenheiro agrônomo atua há 17 anos no 17º Núcleo de Assistência Técnica e Extensão Rural (Nate) de São Lourenço do Sul. Apesar da longa trajetória profissional junto ao Instituto Rio Grandense do Arroz,

pela primeira vez ele terá vínculo direto com a instituição. Soares foi um dos aprovados no concurso público realizado em 26 de agosto, que ofereceu 116 vagas, das quais 109 serão preenchidas. Como o Irga passou muitos anos sem concurso público -- o último ocorreu na década de 1970 --, a necessidade de pessoal era suprida por convênios com cooperativas rurais Foto: Reprodução/Irga

em diversas cidades do Estado. A partir de 2006, porém, quando foi instituída a Fundação de Apoio e Desenvolvimento de Tecnologia do Irga, conhecida como Fundação Irga, as contratações passaram a ser feitas por meio desta instituição, de caráter privado. Cleo iniciou as atividades junto ao Instituto por meio de uma cooperativa e atualmente é funcionário da Fundação. Mesmo assim, fez questão de concorrer a uma das vagas oferecidas pelo concurso. “Sempre tive vontade de trabalhar no Irga, porque sou filho de arrozeiros, então a ligação com o arroz é muito forte. A gente sempre teve o Irga como referência”, conta. As cinco horas dedicadas ao estudo todo sábado e domingo, aliadas à dedicação noturna durante a semana, deram resultado. Cleo foi o primeiro colocado para ocupar uma das quatro vagas de técnico superior orizícola oferecidas na região da Planície Costeira Interna. Além da proximidade com o setor, Cleo explica que a carreira pública também o atraiu. “A gente sempre se preocupa com a estabilidade. Embora o salário seja um pouApós 17 anos de atuação como terceirizado, “Cleo do Irga” ingressará na carreira pública

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Concurso público

Foto: Arquivo pessoal

por falta de aprovados para uma das co menor, isso compensa. E, sendo funções, a de técnico orizícola. um técnico do Estado, sabe-se que o O diretor administrativo do compromisso é maior. Agora eu sou Irga, Paulo Sampaio, lembra que a mesmo o Cleo do Irga!”. instituição batalhou por um concurso A estabilidade também foi um público para renovar dos fatores que a equipe, desfalcada motivou o ecoao longo das últimas nomista Michel Servidores concursados décadas. “Os aprovaKelbert, de 41 dos irão se somar às anos, primeiro representam a pessoas que já estão aprovado para preservação da no Irga, que são a vaga de técprofissionais de alta nico superior memória do Irga capacitação, e vão administrativo dar mais dinamismo em economia. às ações”, avalia. Após três anos O presidente do Irga, Claudio trabalhando na Secretaria Estadual Pereira, vê na chegada dos aprovados de Planejamento e oito gerenciana perpetuação da memória do instido uma empresa própria, Michel tuto. Para ele, ter um quadro de condecidiu se dedicar totalmente aos cursados, com um plano de carreira, estudos para concursos públicos. faz com que os profissionais fiquem “Quando minha mulher soube do mais tempo na autarquia. “Não sendo concurso do Irga, ela comentou que servidor público, o indivíduo não se era mesmo ideal para mim, porque eu via agronomia como uma segunda opção”, explica. Foi a oportunidade para Michel de aliar o estudo da agronomia à sua formação prévia, principalmente no Total de vagas: 116 que diz respeito ao cultivo do arroz Inscritos: 2.675 (23 por vaga) e a outras alternativas de culturas Índice de abstenção: 23,10% pelas quais o produtor pode optar. Salários: de R$ 1,2 mil a R$ 4,3 mil Ele garante que foi com prazer que O quadro de funcionários hoje: estudou um tema até então pouco co• 95 funcionários de nível médio e nhecido por ele, que era exigido nas superior (estatutários) provas do concurso: cadeia agroin• 95 cargos em comissão (de livre dustrial do arroz. “Eu penso em nomeação e exoneração) buscar uma especialização, talvez um • 94 contratados por convênio mestrado em agronegócio”, antecipa. com a Fundação Irga Os futuros colaboradores foram aprovados na prova aplicada em Nível médio 26 de agosto. A data para que eles Técnico orizícola: 52 vagas sejam incorporados ao quadro de (7 não serão preenchidas porque funcionários da autarquia ainda denão houve quantidade suficiente pende de nomeação do governador de aprovados) do Estado, Tarso Genro. A previsão é Formação exigida: de que isso seja feito até o fim deste técnico agrícola ou técnico em ano. Foram disponibilizadas 116 vaagropecuária gas, mas sete não serão preenchidas

Michel: feliz por aliar o conhecimento de economista à agronomia projeta no futuro da instituição. Há pesquisas, por exemplo, que levam até 15 anos para serem concluídas. Vem daí a importância de termos pessoas que permaneçam por bastante tempo na casa. Este concurso projeta a instituição para as próximas décadas”, analisa Pereira.

Os números do concurso Assistente administrativo: 1 Formação exigida: ensino médio regular completo

Nível superior Técnico superior orizícola: 53 Formação: engenharia agronômica Técnico superior administrativo: 10 - uma vaga para cada um dos seguintes cursos: administração, ciências contábeis, economia, ciências jurídicas e sociais, arquivologia, jornalismo, secretariado executivo, relações internacionais, tecnologia da informação, engenharia civil ou arquitetura Obs.: também foram oferecidas algumas vagas de cadastro reserva

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Relações internacionais

Irga integra comitivas internacionais para

Nigéria e Cuba Estreitamento de relações com os países prevê troca de conhecimento e tecnologias e ampliação dos mercados compradores do arroz brasileiro

Foto: Marcos Perez

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Relações internacionais

Camponesa nigeriana trabalha em lavoura de arroz rudimentar durante visita de missão brasileira

Foto: Divulgação/Irga

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m 2013, um dos focos do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) é estreitar relações com Cuba e Nigéria. O Instituto e a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio integraram recentemente missões oficiais chefiadas pelos governos estadual e federal. O presidente do Irga, Claudio Pereira, vê a aproximação com os dois países como uma oportunidade de contribuir para o desenvolvimento das lavouras arrozeiras a partir da troca de experiências com técnicos e produtores em uma situação de clima semelhante ao do Rio Grande do Sul. O projeto também visa a ampliar o mercado comprador de arroz do Estado, assim como o Brazilian Rice, que promove a integração comercial com outros nove países: Angola, África do Sul, Nigéria, Jordânia, Arábia Saudita, Espanha, Cuba, Peru e Chile (veja reportagem na página 4). “Ao ajudarmos no melhoramento do cultivo do arroz nesses países, por meio da troca de informações e transferência de tecnologias, estaremos nos colocando como referência no mercado internacional e também movimentaremos a indústria de máquinas agrícolas gaúcha, por exemplo”, ressalta o presidente. Pereira alerta ainda sobre a necessidade de a produção de arroz do Rio Grande do Sul disputar espaço no cenário externo, o que começa com aproximações comerciais como essas. “Cuba está comprando máquinas do Vietnã, da Alemanha e da China. Não compra do Brasil por falta de acordo”. Ele também aponta o exemplo da disputa que é travada entre a China e a Tailândia pelo mercado africano.

Convênio com Instituto de Pesquisa de Grãos de Cuba permitirá troca de experiências “Cinquenta por cento do arroz comprado pela Nigéria é da Tailândia. Nós podemos vender mais para eles, temos qualidade para isso. Quem repassar tecnologia a eles em troca de (vender) arroz traz ganho aos seus produtores”, defende. De acordo com Pereira, ainda que tenha uma população do mesmo tamanho que a brasileira (que consome 12 milhões de toneladas de arroz por ano), o país africano consome 6 milhões de toneladas do grão anualmente. Ambos os países precisam importar grandes volumes de arroz para atender às demandas internas. Em 2011, por exemplo, Cuba produziu 433,8 mil toneladas de arroz em casca, mas precisou importar 820,5 mil toneladas (os dados são do departamento de agricultura dos Estados Unidos). Cuba tem sido, nos últimos anos, o segundo maior

comprador de arroz do Brasil, com volumes de até 183 mil toneladas ao ano, conforme o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Já a Nigéria é o maior importador de arroz em todo o mundo. O país colhe em média 1,3 milhão de toneladas de arroz em casca e compra 4,7 milhões por ano, conforme dados da associação de produtores de arroz local.

Cubanos receberam curso do Irga O Irga está envolvido com Cuba por meio de um projeto de 12 meses. Começou em março deste ano, quando um grupo de 10 pesquisadores e funcionários do governo e de cooperativas cubanos passou 53 dias no Estado conhecendo, entre outros

Exportações de arroz em casca do Brasil (em toneladas) Cuba

2011 61.766

2012 170.000

Nigéria

2011 467.194

2012 316.000

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)

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Relações internacionais Foto: Marcos Perez

Normas atuais impõem taxa de US$ 350 por tonelada de arroz vendida à Nigéria processos ligados à agricultura, a estrutura de cultivo do arroz gaúcho. Na época, eles receberam o curso “Capacitação de sistemas de arroz irrigado”, organizado pela autarquia.

Neste mês de novembro, outra missão de especialistas cubanos chega ao Estado para acompanhar o plantio do arroz para a safra 2013/14. Após esta visita, uma co-

mitiva do Irga irá ao país caribenho para lá implantar unidades demonstrativas de cultivo de arroz. No fim de janeiro, em uma nova visita à ilha, os técnicos do Instituto irão avaliar o desenvolvimento do arroz plantado lá. Em uma outra parceria com Cuba, o Irga firmou em setembro um convênio de cooperação técnica com o Instituto de Pesquisa de Grãos daquele país. A proposta é que o Rio Grande do Sul repasse técnicas de manejo e germoplasma (conjunto de genes disponíveis para melhoramento genético), em troca do conhecimento cubano sobre agroecologia, controle biológico de doenças e uso de biofertilizantes.

Nigéria e Brasil formalizam grupo de trabalho As relações com a Nigéria devem se intensificar a partir dos próximos meses, já que o país africano recebeu, em outubro, uma missão oficial do governo brasileiro, chefiada pelo secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ricardo Schaefer. Na ocasião, foi assinado um memorando de entendimento que cria um grupo de trabalho entre os dois países. O grupo deve se reunir duas vezes por ano. Neste mês, uma missão chefiada pelo vice-presidente nigeriano vem ao Brasil para reuniões de negócios que deverão voltar a tratar deste assunto. Uma das temáticas nesse grupo de trabalho deve ser o comércio do arroz. No encontro de outubro na Nigéria, o coordenador da Câmara Setorial do Arroz do Rio Grande do Sul e assessor da presidência do Irga, César Marques, fez uma apresentação do

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Brazilian Rice e sobre a proposta de cooperação técnico-comercial entre Brasil e Nigéria. Conforme Marques, o governo nigeriano tem como prioridade desenvolver a produção de arroz no país, já que esta evolução é estratégica para a criação de empregos e a segurança alimentar. “O Irga está disposto a ajudá-los a desenvolver a produção de arroz, e é justo que, como contrapartida, sejam criadas condições para que o arroz brasileiro possa entrar na Nigéria”. Atualmente, uma norma tributária nigeriana exige das indústrias brasileiras o pagamento de US$ 350 a cada tonelada exportada para o país, o que inviabiliza este comércio. A participação de Marques e de outros integrantes do MDIC, Apex-Brasil, BNDES e Confederação Nacional da Indústria deu continuidade às tratativas iniciadas pelo secretário da Agricultura, Pecuária e Agro-

negócio do Estado, Luiz Fernando Mainardi, e pelo presidente do Irga, Claudio Pereira, em junho deste ano durante outra missão - esta, do governo estadual - à Nigéria. Marques enfatiza que o país africano é um grande consumidor de arroz. “Tem uma população de 172 milhões de habitantes com elevada concentração de renda. O país tem a sua economia baseada na exploração do petróleo. As famílias da zona rural se deslocaram para as grandes cidades em busca da riqueza do petróleo, e o resultado disso foi o aumento da dependência da importação de alimentos. Eles querem traçar estratégias para o retorno ao campo e contam com a parceria do Brasil. O potencial de consumo de arroz é enorme e, além disso, a Nigéria é porta de entrada para os países da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental.”


Infraestrutura

Frota de veículos

é ampliada Novos tratores, caminhões, automóveis e implementos agrícolas foram adquiridos em 2013

O

Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) vem renovando e ampliando a frota de veículos usados pela instituição. Desde fevereiro deste ano, foram adquiridos 14 tratores, e ainda há seis em processo de licitação. Também foram comprados quatro novos automóveis e sete caminhões, além de cerca de cem outros equipamentos, entre implementos agrícolas (como semeadoras e pulverizadores) e outros usados em áreas administrativas. As compras foram possíveis graças a uma verba de R$ 3,7 mi-

lhões repassada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no início do ano. Segundo o diretor técnico do Irga, Sérgio Lopes, o investimento em máquinas e equipamentos fortalece a pesquisa com arroz, milho, soja e pastagens em todas as regiões orizícolas do Rio Grande do Sul. “Com isso, tornaremos as ações de pesquisa mais eficazes e precisas, atendendo de forma adequada aos 130 projetos que estão em andamento nas divisões de pesquisa”, explica. Dos 14 novos tratores, cinco são do

tipo transportadores, três são mini tratores, cinco são de médio porte e um é de grande porte. Eles serão usados nas estações experimentais. Até então, o Instituto tinha apenas quatro tratores. Os sete caminhões foram comprados entre os meses de abril e agosto. Dois são do tipo hidráulico, que carrega equipamentos de plantio - necessários para circular entre as unidades de pesquisa. Dois deles têm plataformas e são utilizados para o transporte de máquinas. Outros dois são de carroceria para transporte de insumos, e um deles tem baú para o transporte de equipamentos usados em eventos como os dias de campo. O Irga tinha apenas um caminhão. Os quatro novos carros foram adquiridos em setembro e serão usados pela direção do Irga e por assessores da presidência. Com isso, quatro veículos que eram usados pela sede da autarquia em Porto Alegre serão encaminhados para os Nates, no interior do Estado.

Foto: Eduardo Rocha

Compra de quatro novos carros permitirá envio de unidades para Núcleos de Extensão e Assistência Técnica no interior do Estado Lavoura Arrozeira

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Palavra do produtor

“O grande diferencial foi sempre manter a

rotação de culturas” Família Santos, de Camaquã, pratica a diversificação nas lavouras há três décadas e segue colhendo os resultados positivos

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Lavoura Arrozeira


Palavra do produtor Fotos: Eduardo Rocha

E

der Leomar dos Santos e Neusa Rosane dos Santos Bartes nasceram e cresceram em meio a lavouras na região conhecida como Banhado do Colégio, distrito de Camaquã (a 122 km de Porto Alegre). O pai deles, Vilmar Pereira dos Santos, ainda solteiro e sem filhos, estabeleceu-se no local nos anos 60. Chegou sozinho, após a separação dos pais, para trabalhar e ajudar no sustento da família - o caçula era um bebê de apenas três meses. Ali, começou a trabalhar na lavoura de um familiar, já que experiência no campo, tinha desde o berço. Conheceu Leonir, casou e, só em 1972, já pai de Neusa, comprou a primeira área própria para plantação: uma colônia de 17 hectares. Mesmo sem ter concluído o ensino fundamental, Santos era muito curioso e sempre percebeu a necessidade de intercalar plantios para dar mais fertilidade aos solos. Nos primeiros anos, ele cultivou apenas milho, passando, na década de 1980, a fazer a rotação entre o arroz e a soja. “O pai tinha muita visão. Ele

amava trabalhar com a terra. Acho que pelo amor que ele tinha, buscava um diferencial”, recorda Neusa. “A preocupação dele era de que a área estivesse sempre produtiva”, completa Eder. Desde 2000, quando o patriarca faleceu, é o casal de irmãos quem administra a propriedade, juntamente com o marido de Neusa, Arnei Bartes. Os três se cotizam na gerência do negócio: Eder, agrônomo e mestre em física dos solos, é responsável pelas decisões técnicas; Neusa, formada em administração de empresas e especializada em recursos humanos, cuida da administração dos negócios; Bartes é responsável pela operação da propriedade e chefia a equipe de 11 funcionários. Para a safra 2013/14, a família vai cultivar 330 hectares de soja e 400 de arroz. Sessenta por cento destas áreas são terras arrendadas. Na safra 2012/13, eles também usaram a estratégia de arrendar campo para cultivar um total de 377 hectares de arroz, que produziram 3,05 mil toneladas, e 320 hectares de soja, com colheita de 810 toneladas.

Plantio direto é uma das técnicas usadas para o melhoramento dos solos Lavoura Arrozeira

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Palavra do produtor

Fotos: Eduardo Rocha

Família de agricultores arrenda 60% dos campos cultivados com arroz e soja

Rotação e qualidade do solo garantem mais ganhos Os benefícios do histórico de cuidados com o solo se refletem a cada safra. De acordo com Eder, na última colheita, as lavouras de arroz em áreas da família renderam 9,6 toneladas por hectare, enquanto a média nas terras arrendadas (que não têm o mesmo tratamento) foi de 7,6 toneladas. “O grande diferencial foi manter sempre a rotação de culturas”, explica o agrônomo. Entretanto, ele destaca que a alta produtividade das lavouras da família está aliada também ao elevado nível de matéria orgânica do solo: cerca de 12%. Conforme o diretor técnico do Irga, Sérgio Lopes, 5% de matéria orgânica já é um índice considerado de bom a ótimo. Na lavoura própria, a família não repete na mesma área o cultivo de arroz. Eventualmente pode plantar por dois anos seguidos a soja. Quando o arroz é semeado onde na safra an18

Lavoura Arrozeira

terior havia soja, a família usa plantio direto, sem necessidade de preparo de solo: apenas organizam as taipas assim que a colheita da soja é feita. Já nas áreas arrendadas, por enquanto os proprietários optaram por usar em um ano a soja para depois cultivarem por dois anos seguidos o arroz. Nestes casos, o custo com preparo do solo é maior: é preciso aplainar a terra, fazer gradagem e incrementar a adu-

bação, inserindo mais nitrogênio no solo. Eder explica que um dos empecilhos para que nessas áreas haja 100% de rotação de cultura é o maior risco de perda de produção com a soja, devido à sensibilidade da oleaginosa tanto em situações de excesso quanto de falta de água. É também para amenizar esse tipo de problema e ampliar gradativamente as áreas com rotação de cultura que a família de produtores testa a cada safra novos tipos de cultivares de soja. Desta vez, uma das testadas será a TECIRGA 6070RR, desenvolvida pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e pela CCGL Tec - extensão de trabalho em pesquisas agrícolas da Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL). O diferencial desta cultivar é se adaptar com mas facilidade a terrenos de várzea, característicos pelo excesso hídrico (veja mais detalhes na reportagem de capa). Eder conta que o hábito de cultivar o arroz em rotação com a soja era raro na região do Banhado do Colégio, e se popularizou há cerca de três anos. Ele acredita que a adesão

Diferença de produtividade entre áreas com e sem rotação chega a 2 toneladas/ha


Palavra do produtor

Fotos: Eduardo Rocha

Eventualmente, os produtores optam por testar outros cultivos para combater doenças. No último inverno, por exemplo, em uma área arrendada de 30 hectares com altos índices de infestação por arroz vermelho, a família cultivou pela primeira vez aveia. A soja será plantada na área em novembro, por cima da aveia com raiz apodrecida, para aumentar a fertilidade daquela lavoura.

Produtores testarão Eder Leomar dos Santos, agrônomo

nesta safra a nova

Neusa Santos Bartes, administradora

cultivar TECIRGA 6070RR, desenvolvida dos produtores a essa metodologia esteja relacionada à necessidade de aumentar a fertilidade do solo, à expansão da soja transgênica (que ajuda no controle de plantas daninhas) e à valorização da oleaginosa. Invasores como o arroz vermelho, mais difícil de combater quando não é feita rotação do grão com outra cultura, prejudicaram a fertilidade de algumas terras da região ao longo dos anos. “Sempre se tem em mente que o arroz dá segurança e estabilidade da produção. Mas chegou uma hora em que ficou totalmente inviável (continuar sem rotação)”, explica. Eder avalia que um dos principais elementos para garantir uma boa safra de soja é respeitar as especificidades do cultivo da oleaginosa, assim como o arroz. “Temos que tratar a soja como cultura de soja. Aqui, por exemplo, nós temos plantadeira e pessoal para trabalhar na mesma época do cultivo do arroz”, ressalta. E diz que seguir o tempo correto de plantio da soja é essencial para que ela se desenvolva na época em que o solo está mais adequado para contribuir nesta etapa de desenvolvimento da planta.

pelo Irga e pela CCGL Tec Em 2004, os Santos-Bartes deram um passo importante para a administração da propriedade: adquiriram silos próprios para secagem e armazenagem. Embora admitam que, nos dois primeiros anos após a aquisição, tenham tido prejuízo em função dos custos com os silos, hoje

os irmãos estimam que faturem 10% a mais usando a estrutura própria. “Nunca temos segurança do preço pelo qual vamos vender o arroz”, diz Neusa. Contudo, ela analisa que o cultivo do cereal aliado ao da soja traz mais tranquilidade, pois se pode vender primeiro a soja e segurar o arroz para épocas em que o preço esteja mais atrativo. “Isto nos deu mais estabilidade no preço neste ano”, explica.

Aveia foi plantada pela primeira vez no inverno, para combater o arroz vermelho Lavoura Arrozeira

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Seminário

Arroz vermelho: fórmula antiga ainda é mais eficiente Evento internacional reuniu especialistas e mostrou que práticas conhecidas são tão importantes quando as novas tecnologias na prevenção

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Lavoura Arrozeira

pré-germinado; aplicar herbicidas na lavoura no ponto de agulha; irrigar o arroz na época certa, quando a planta tem três a quatro folhas; e controlar o escape (plantas que resistiram aos demais cuidados). “Muitos produtores usam uma ferramenta só e deixam Auditório da PUCRS recebeu 300 participantes de lado as demais, seja por dificuldade, seja por economia. Com 10 anos de uso, o Clearfield é Só lançam mão de todas quando a tecnologia mais avançada dispoestão no limite”, observa. nível no Brasil. “Mas ele isolado não Prova de que as práticas de maneresolve, entre as plantas existe resisjo devem ser executadas em contência”, ressalta Kalsing. Cultivares junto é que o Rio Grande do Sul tem transgênicas, resistentes aos herbicia maior área de arroz Clearfield do das que eliminam o arroz vermelho, mundo (aproximadamente 60% do 1 ou fruto do melhoramento genético, milhão de hectares cultivados), e ainsão objeto de muita pesquisa mais da perde quase 1 milhão de toneladas ainda não têm aplicação comercial. devido ao arroz vermelho. “Usar os O II Seminário Latino Americano controles químicos mais o manejo do Arroz Vermelho contou com o adequado é a receita do sucesso”, apoio do CNPq, do Flar, da Sosbai e afirma o pesquisador do Irga. da Sbcpd.

As cinco principais práticas de manejo: 1 2 3 4 5

Usar sementes certificadas Cultivar no sistema pré-germinado Aplicar o herbicida no ponto de agulha da lavoura Irrigar na época correta (lavoura com três a quatro folhas) Controlar o escape (as plantas que escaparam ao controle anterior)

Foto: Divulgação/Irga

A

pesar de antigas, as boas práticas no manejo do arroz para evitar a incidência do arroz vermelho ainda não são plenamente adotadas pelo produtor gaúcho. Todos os anos, a praga abrevia em 10% a safra do Rio Grande do Sul, que poderia ser cerca de 800 mil toneladas maior, e impede que circulem US$ 250 milhões na economia. Para trazer à tona o debate que nunca deixa de ser atual, o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) reeditou, nos dias 4 e 5 de julho, o Seminário Latino Americano sobre Arroz Vermelho. Na segunda edição do evento, 15 anos depois da estreia, 300 pessoas reuniram-se na PUCRS, em Porto Alegre, para ouvir 21 palestrantes - de Israel, Estados Unidos, Colômbia, Filipinas, Itália e Brasil. Muito se falou sobre avançadas tecnologias, como o arroz transgênico que a China já planta e o Brasil ainda não, mas igual espaço tiveram os princípios básicos, aquelas práticas de manejo tão fundamentais quanto conhecidas pelo produtor, mas que ainda não são aplicadas como deveriam. Augusto Kalsing, pesquisador da seção de Agronomia do Irga, lista as cinco principais práticas de manejo para combater o arroz vermelho: usar sementes certificadas; cultivar no sistema


Foto: Arquivo Irga

Legislação

Indenização ficará mais

simples

Ressarcimento de perdas na lavoura devido à incidência de granizo seguirá novas regras, e processo deve se tornar menos burocrático para o produtor

F

azer pedidos de indenização pela ocorrência de granizo na lavoura deve ficar mais fácil a partir da próxima safra. O Instituto Riograndense do Arroz (Irga) está estudando mudanças no processo de solicitação das indenizações em caso de sinistro. A partir da publicação de decreto do governador, que deve ser assinado até dezembro, o valor de referência utilizado como base para o ressarcimento vai mudar: em vez de calcular caso a caso, o valor da produção perdida será aquele estipulado pelo Irga a cada safra para todo o Estado. Ou seja, a partir do preço mínimo estabelecido pelo governo federal na safra vigente, será calculado o desconto da indenização em função do que eventualmente tenha sido colhido. O novo processo contempla um antigo anseio dos produtores por redução da burocracia envolvida na análise dos pedidos. Para o presidente do Irga, Claudio Pereira, este é o primeiro

resultado de um esforço do governo estadual e da direção do Irga para que o maior número possível de produtores prejudicados possa ter acesso às indenizações. “Queremos proteger os orizicultores de um evento climático que não está sob o controle deles”, diz. A partir de janeiro, todos os profissionais dos Núcleos de Assistên-

Valor a ser ressarcido será calculado com base no preço mínimo do governo para cada safra

cia Técnica e Extensão Rural (Nates) receberão treinamento para orientar os produtores sobre o procedimento a ser seguido para obter a indenização, afirma o diretor comercial do Irga, Elói Thomas. A mudança deve facilitar o encaminhamento do pedido em

tempo de obter a indenização antes do próximo plantio, fazendo com que o prejuízo financeiro causado pelo granizo não prejudique a safra seguinte, se tornando ainda mais grave. A demora no encaminhamento costuma ser um dos principais empecilhos para conseguir a indenização, observa. Na safra 2011/12, foram encaminhados ao Irga 77 pedidos de indenização, dos quais 19 foram pagos. Em 2012/13, foram feitos 11 pedidos. Thomas ressalta que é importante o produtor lembrar que, se a receita da colheita superar o que ele perdeu com o granizo, não há direito à indenização. Além disto, o benefício cobre a despesa da lavoura, e não o lucro que ele deixou de ter por não ter comercializado a quantia perdida. A documentação necessária para encaminhar os pedidos na próxima safra ainda está sendo definida. Os produtores devem informar-se diretamente em uma unidade do Irga quando forem solicitar a indenização. Lavoura Arrozeira

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Mercado

Estabilidade nos preços do arroz Valor da saca oscila entre R$ 30 e R$ 37; no último ano, variação foi de R$ 23 a R$ 40, conforme o Irga

A

estabilidade do preço de venda do arroz em casca ao longo do ano é uma das principais características que marcam o mercado orizícola na safra 2012/13. O preço da saca de arroz oscilou de R$ 30 a R$ 37. “Os preços permaneceram em patamar adequado, pois houve enxugamento dos estoques”, analisa o diretor comercial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Elói Thomas, referindo-se a três leilões feitos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na safra anterior, o valor de venda da saca de arroz variou de R$ 23 a R$ 40. “Havia oferta acima do que o mercado comportava. Com os meca-

nismos do governo para a exportação e a aquisição da Conab, o preço se estabilizou”, explica. O presidente do Irga, Claudio Pereira, comemora o comportamento dos preços em 2013. “Foi o primeiro ano com esta estabilidade, que deve se manter para o próximo também”, avalia. Ele lembra que o comportamento histórico do arroz é ter picos muito baixos no primeiro semestre, quando a colheita recém terminou e há muita oferta no mercado, enquanto, no segundo semestre, os picos de preço são extremamente altos. Para ele, a estabilidade está relacionada ao cultivo do arroz irrigado em rotação com a soja, o que permite ao produtor

escolher qual vender conforme o que for mais favorável. Na terceira semana de outubro, o preço médio de venda do arroz era de R$ 32,99. No ano passado, na mesma época, o valor era de R$ 37,12. Esta diferença pode estar atrelada, conforme Mario Azeredo, da política setorial do Irga, ao fato de os índices mais altos de exportação de 2012 terem estimulado a pressão sobre os preços para comercialização no País. Conforme cálculos da área de política setorial do Irga, a média do custo de produção por saca de arroz foi de R$ 31,40 (para propriedades com 100 hectares) na safra 2012/13. Para Thomas, o valor está dentro da média esperada. Mesmo assim, ele destaca que o produtor deve sempre procurar alternativas para reduzir os custos, seja trabalhando com pesquisas de mercado ou procurando alternativas de insumos mais acessíveis, já que ele não tem influência no preço da commodity. A região que vendia o grão a preços mais altos também na terceira semana de outubro era a da Planície Costeira Externa do Estado, onde a saca de arroz do tipo 1 era vendida a R$ 34,53, com 58% a 63% de grãos inteiros.

Exportações de arroz base casca (em toneladas)

Exportações

200.000

159.054

150.000 100.000

112.054 77.298

50.000

mar/13

22

Lavoura Arrozeira

abr/13

103.169 41.339

mai/13

73.134

jun/13

38.964

jul/13

ago/13

set/13


Mercado

Brasil pode chegar à terceira maior exportação Foto: Eduardo Rocha

De março a setembro deste ano, o Brasil exportou menos do que em igual período do ano passaElói Thomas do: 674,6 mil toneladas, ante 1,076 milhão de toneladas de arroz base casca em 2012. Para o coordenador da Câmara Setorial do Arroz do Rio Grande do Sul e assessor da presidência do Irga, César Marques, isto não significa, porém, que o País terá um fraco índice de exportação até o fim da safra comercial 2013/14, em fevereiro do ano que vem. Para ele, a expectativa é de chegar a 1 milhão de toneladas. “Se exportarmos esta quantidade, será o terceiro maior volume de arroz já exportado pelo Brasil”, observa. Para ele, o aumento nas exportações de arroz pelo país se deve, principalmente, ao aumento

da tecnologia, ao que se soma o trabalho que vem sendo feito para se aproximar de outros mercados no exterior. “A partir do projeto Brazilian Rice, esperamos ampliar as negociações internacionais e aumentar os volumes de exportação daqui para a frente, para que o Brasil permaneça exportando no mínimo o que importa do Mercosul”, explica. Para o diretor comercial, Elói Thomas, a baixa cotação do dólar em alguns períodos abreviou a exportação. “O ideal é que tivéssemos o dólar a R$ 2,30. Abaixo disso, prejudica a exportação”, analisa Thomas. Outro aspecto que pode ter refletido na redução da venda é o fato de a Nigéria não ter importado do Brasil devido a uma nova norma tributária do país africano que exige das indústrias brasileiras o pagamento de US$ 350 a cada tonelada exportada, o que inviabiliza este comércio. No ano passado, o Brasil exportou 316 mil toneladas para a Nigéria, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Estoques Conforme dados da Conab referentes a setembro, o estoque de arroz em casca estava em 1,9 milhão de toneladas no Brasil. Destes, cerca de 1,3 milhão pertencem ao governo. No ano passado, na mesma época, havia estoque de 2,1 milhões de toneladas do grão. Para Mario Azeredo, o número atual está dentro da média histórica, e a diferença em relação ao ano passado também está associada à realização dos leilões da Conab, feitos na tentativa de conter os preços de venda do arroz. Houve três neste ano, com vendas totais de cerca de 93 mil toneladas. Para Elói Thomas, apesar de o plantio da nova safra já ter começado, ainda pode haver produtores segurando a venda do arroz na expectativa de alta de preços. “É difícil prever uma reação do mercado, porque a indústria se queixa de que não consegue repassar o preço na ponta (para o consumidor). De certa forma, o produtor aguarda por melhorias no preço, mas como a indústria está com estoque regulado, não vem apressando a compra”, analisa Thomas.

Importações de arroz base casca (em toneladas)

Importações

140.000 120.000 100.000 80.000

94.880

114.510

114.179

122.142

60.000

72.488

70.871

jul/13

ago/13

85.624

40.000 20.000 mar/13

abr/13

mai/13

jun/13

set/13

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Manejo

Foto: Thiago Barros / UFRGS

na prática

Projeto testa sistemas integrados com pecuária Parceria do Irga com UFRGS, Embrapa e SIA para estudo inédito na América Latina testará cinco combinações em área cedida pela fazenda Corticeiras, em Cristal

O

Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) deu início neste ano à primeira ação para testar na prática sistemas integrados de produção. Trata-se do projeto “Sistemas integrados de produção agropecuária em terras baixas”, lançado oficialmente em setembro. A iniciativa vem sendo conduzida desde março em parceria com a Uni24

Lavoura Arrozeira

versidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com a Embrapa Pecuária Sul e a Embrapa Clima Temperado, e com o Serviço de Inteligência em Agronegócio (SIA). A fazenda Corticeiras, em Cristal (a 152 quilômetros de Porto Alegre), disponibilizou 18 hectares de lavoura que estavam em pousio para que fossem montados cinco sistemas diferentes de produção. São usados

pelo menos 36 terneiros, sendo que este número pode aumentar conforme a necessidade de conter a pastagem produzida. Como se trata de um trabalho científico, cada sistema tem que ser repetido três vezes. “O projeto traz conhecimento para nós, é uma ferramenta a mais que entendemos como muito importante para aumentar a produção e reduzir


custos”, explica o administrador da fazenda, Luiz Alberto Fontoura. O objetivo é apresentar, a partir do que for observado na prática, os resultados relacionados à sustentabilidade ambiental, produtiva e econômica de cada um dos sistemas. Em um deles, que servirá como referência, se cultiva apenas arroz, para ilustrar a monocultura do grão, enquanto os demais intercalam pecuária com diferentes tipos de cultivo - soja, arroz, milho e pastagens. “Vamos fazer uma comparação entre os diferentes sistemas, com foco em análises produtivas e de atributos do solo ao longo do tempo. Nosso

Foto: Thiago Barros / UFRGS

Manejo

Em um dos sistemas, se cultiva apenas arroz, para fornecer a base de comparação

Os cinco sistemas foram implantados para serem mantidos simultaneamente por quatro anos, entre 2013 – 2016 (Fase I). De todos eles, apenas um não inclui pecuária, justamente para servir de comparação com os demais. Este é o chamado sistema testemunha, ou de referência. Confira abaixo os detalhes de cada um deles:

Sistema 1 - arroz / soca

Feito para ilustrar um sistema de monocultura, sem aproveitamento do solo no inverno. O primeiro plantio do arroz ocorreu em outubro de 2013 e durante o próximo inverno, o solo permanececerá somente com a cobertura da palhada do arroz (soca). É conduzido no sistema de cultivo convencional.

Sistema 2 - azevém / arroz

De sucessão rápida com baixa diversidade, é um sistema que pode servir como alternativa para as pequenas e médias propriedades da Depressão Central e das Planícies Costeiras Interna e Externa do Estado. O azevém cultivado neste inverno foi dessecado para o plantio do arroz. É conduzido no sistema plantio direto.

Sistema cada vez mais adotado nas seis regiões orizícolas do Rio Grande do Sul, usa a soja para melhorar a qualidade do solo, pela fixação de nitrogênio e combate ao arroz vermelho. Aqui, o cultivo de azevém também entra para retorno econômico Sistema 3 - azevém / soja / azevém / arroz com a presença de animais. Nesse caso, o azevém será dessecado imediatamente após a semeadura da soja, em meados de novembro. A expectativa é de que esse seja o segundo sistema com melhor potencial econômico por contar com a soja, que tem boa valorização no mercado. É conduzido no sistema plantio direto. De rotação lenta e com alta diversidade, tem o objetivo de atender à demanda de médias e grandes propriedades das regiões da Campanha, Fronteira Oeste e Zona Sistema 4 - azevém + trevo branco / sorgo Sul do Estado. Aqui, o arroz é cultivado apenas a cada quatro anos, prática comum forrageiro / azevém + trevo branco / soja / nas regiões citadas. O azevém e o trevo branco consorciados serão manejados azevém + trevo branco / milho / azevém + visando à manutenção de ambos no sistema, para possibilitar a ressemeadura trevo branco / arroz natural dessas espécies, com cultivo de sorgo forrageiro a partir de novembro. É conduzido no sistema plantio direto. Sistema 5 - azevém + trevo branco + cornichão / campo de sucessão / azevém + trevo branco + cornichão / campo de sucessão / azevém + trevo branco + cornichão / campo de sucessão / azevém + trevo branco + cornichão / arroz

De rotação lenta, com baixa diversidade, também é usado em médias e grandes propriedades das regiões da Campanha, Fronteira Oeste e Zona Sul. Esse é o único tratamento que terá a presença de animais por quatro anos consecutivos. Também será conduzido sob o sistema plantio direto.

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Manejo Foto: Thiago Barros / UFRGS

Sustentabilidade econômica e ambiental dos diferentes sistemas é colocada à prova anos de cada fase do estudo. A Fase I, que está em curso, encerra-se em 2016, quando será feito um apanhado detalhado de todos os dados gerados. A partir de 2017, inicia-se a Fase II. Para o diretor técnico do Irga, Sérgio Lopes, o projeto deve contribuir na transformação de todo o processo produtivo da Metade Sul, combinando agricultura e pecuária. “A integração da produção de arroz com milho, soja, pastagem e pecuária é um projeto no qual estamos investindo com visão de futuro para o produtor ter alternativas diversificadas de produção conjugando os benefícios da agricultura para a pecuária e vice-versa”, defende.

Sistema 4 deve ser o de melhor desempenho

De acordo com Carmona, o sistema 4 é o que deve obter melhores resultados em relação a diversos aspectos analisados. Confira: Melhor potencial econômico

É o menos sensível às oscilações de mercado por ser o que dá mais alternativas de produtos para vender: tem arroz, soja, milho e carne. Além disso, sua maior diversidade de atividades torna esse sistema mais tolerante a eventos climáticos desfavoráveis, tanto pelo excesso, quanto pela escassez de chuvas.

Menor potencial de emissão de gases de efeito estufa

Os sistemas 2 ao 5, por serem conduzidos sob plantio direto, já prestam importante serviço ambiental. Entretanto, os sistemas 4 e 5, que ficarão por menos tempo com o solo alagado, têm menor potencial de emissão de metano. Some-se a isso, o maior potencial de produção de biomassa do sistema 4, especialmente pela presença de sorgo e milho, o que aumenta o potencial de acúmulo de carbono no solo.

Maior produtividade do arroz

As culturas do sorgo, milho e soja demandam alto aporte de fertilizantes, sendo que boa parte ficará no solo (devido ao plantio direto). Além disso, o sistema radicular do milho e do sorgo são mais profundos, o que possibilita a “transferência” de nutrientes de camadas antes fora do alcance do arroz, para a superfície. Esses fatores somados devem se reverter em maior produtividade do arroz em 2016.

Melhor combate ao arroz vermelho

Por ter maior diversificação de culturas e maior variedade de uso de princípios ativos de herbicidas, o controle do arroz vermelho presente no sistema 4 tende a ser mais eficiente.

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Lavoura Arrozeira

Foto: Eduardo Rocha

principal objetivo é o de avaliar não apenas a sustentabilidade econômica de cada um dos sistemas, mas também a sustentabilidade ambiental, apresentando um mosaico de alternativas aos produtores de cada uma das regiões orizícolas do Estado, respeitando suas peculiaridades”, explica o pesquisador da equipe de agronomia do Irga, Felipe Carmona. Ele ressalta o caráter inovador do projeto. “São raros os trabalhos em várzea. Dá para se dizer que, na América Latina, este estudo, da maneira como foi concebido, é inédito”, comenta. Para ele, o destaque também está na grande diversidade de espécies estudadas e na duração de quatro

Lopes explica que o principal benefício à pecuária é aumentar a produção de forragem para o gado. Quando há um trabalho de manejo e de fertilização do solo adequados, o índice de acidez é ajustado, bem como os níveis de nitrogênio, fósforo, potássio, enxofre, cálcio e magnésio. Tudo isso aumenta a quantidade de forragem e, por consequência, a produtividade do gado. A pecuária, por sua vez, contribui com a agricultura porque os nutrientes absorvidos pelo gado voltam ao solo por meio dos excrementos dos animais, mantendo assim a fertilidade da lavoura. Além disso, investir em pastejo durante o inverno evita a ociosidade da terra entre os cultivos de verão. “É um ciclo virtuoso de reciclagem e aproveitamento que faz com que a gente melhore as características Sérgio Lopes químicas do


Foto: Thiago Barros / UFRGS

Manejo

Estudo é inédito na América Latina, e será aproveitado por pesquisadores e acadêmicos das instituições parceiras na iniciativa solo aproveitando essa sequência de eventos”, resume o diretor. De acordo com Carmona, a parceria com a UFRGS beneficia o projeto no sentido de envolver especialistas no assunto da área acadêmica, como os professores da faculdade de Agronomia Paulo Carvalho, Ibanor Anghinoni e Paulo Regis Ferreira

da Silva. Além disso, estudantes de graduação e de pós-graduação têm a possibilidade de se apropriar do projeto como objeto de análise de caso para seus trabalhos, como já vêm fazendo dois doutorandos e uma mestranda da UFRGS. Já a Embrapa se alia ao projeto contribuindo com conhecimento

prático de cultivo de lavoura aliado à pecuária, por meio do trabalho dos pesquisadores Danilo Sant’Anna e Jamir Luís Silva da Silva. A SIA, por sua vez, por intermédio do seu diretor executivo, zootecnista Davi Teixeira, participa com experiência técnica e na difusão das tecnologias resultantes do projeto.

Confira dicas de manejo integrado: É importante que as sementes usadas sejam de qualidade. Os fertilizantes devem ser aplicados na quantidade e na época corretas, de acordo com o resultado da análise de solo. Naqueles em que houver fertilidade natural baixa, as quantidades de fósforo e potássio podem variar de 110 kg a 130 kg por hectare para espécies como azevém, trevo branco e cornichão. A adubação de base deve ser feita ao mesmo tempo que a semeadura, em Da pastagem meados de março. Já a adubação de cobertura, com nitrogênio, deve ser dividida em pelo menos três vezes. A primeira, no início do perfilhamento do azevém. Quantidades de 120 kg a 150 kg/ha de nitrogênio, somadas de inverno à adubação correta de base, permitem cargas animais acima de 1.000 kg/ha, com ganhos de peso de cerca de 1 quilo vivo por animal por dia durante o ciclo de pastejo. A entrada dos animais ocorre com a pastagem a 25 centímetros de altura, devendo o manejo ser realizado de forma que se tenha um mosaico na pastagem, com áreas pastejadas e outras refugadas, tendo em média de 15 a 20 cm de altura no potreiro.

Do arroz

Deve-se respeitar a época de semeadura de acordo com a cultivar escolhida - no geral, o recomendado é o mês de outubro. A irrigação deve ser feita logo após a primeira cobertura de ureia (quando a planta já tem de três a quatro folhas). Diagnóstico da fertilidade do solo é necessário para a correta adubação, e deve haver combate eficiente de plantas daninhas, insetos e doenças.

Do milho

O milho é extremamente sensível ao excesso hídrico e à falta de água. Por isso, é fundamental que o produtor tenha um sistema eficiente de drenagem e de irrigação. A cultura do milho demanda oito litros de água por metro quadrado ao dia a partir da fase de endoamento. O milho também tem alta demanda nutricional. Para que se produzam em torno de dez toneladas, são necessários 500kg de adubação de base e 240kg de nitrogênio.

Da soja

A drenagem é indispensável, pois a soja não tolera excesso de água. Também por isso é importante usar cultivares com boa adaptação à área de arroz. Deve ser feita análise do solo para verificar o quanto deve ser inserido de fósforo e de potássio. O nível de acidez do solo também deve ser regulado. O ideal é que o pH seja de 6,0. A época de semeadura também deve ser respeitada, sendo realizada entre o final de outubro e a primeira quinzena de novembro.

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Capa Foto: Ana Paula Rocha

TECIRGA 6070RR chega ao campo

Comeรงa o plantio comercial das sementes da nova variedade de soja desenvolvida pelo Irga em parceria com a CCGL Tec especificamente para รกreas de vรกrzea

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Capa Foto: Ana Paula Rocha

A

safra 2013/14 começa para o empresário Daniel Lannes, da Sementes Lannes, de São Gabriel, com alta expectativa em relação a uma nova variedade que será usada pela empresa para o desenvolvimento de sementes de soja. Lannes espera colher, ao fim da safra, 50 sacas de sementes de soja a cada um dos 300 hectares onde vai plantar a cultivar de soja TECIRGA 6070RR - 25% mais do que o rendimento no restante da área (1,2 mil hectares), cultivado com uma variedade tradicional. A TECIRGA 6070RR foi lançada na última Expointer e é resultado de uma parceria entre o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e a CCGL Tec - extensão de trabalho em pesquisas agrícolas da Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL). A cultivar foi desenvolvida especialmente para a rotação de cultura com o arroz. Assim, tem alta tolerância ao excesso hídrico, comum em terrenos de várzea no Rio Grande do Sul, e ciclo de maturação médio, que favorece o cultivo do cereal na safra seguinte. Algumas empresas produtoras de sementes, como a Lannes, são parceiras no desenvolvimento, cedendo espaço de cultivo comercial para os primeiros plantios da TECIRGA 6070RR. O presidente do Irga, Claudio Pereira, explica que o desenvolvimento da semente integra uma série de ações da instituição que têm o objetivo de acabar com a monocultura do arroz, para evitar que o produtor fique muito dependente de um só produto e, portanto, suscetível a instabilidades do mercado. “É o que o Irga está fazendo na essência: transformar o nosso orizicultor em produtor de alimentos”. Para ele, o uso da nova cultivar é um elemento importante para trazer segurança técnica para produção de soja em terras baixas. Como esta é a primeira safra em

Pesquisadora Cláudia Lange destaca vantagens do ciclo médio de produção

que as sementes da TECIRGA 6070RR serão cultivadas comercialmente, elas foram cedidas a preço de custo para 84 produtores no Estado. Para o cultivo de grãos, 67 deles plantarão 1,5 mil sacas, ocupando área de 1,2 mil hectares. Já 17 produtores licenciados para desenvolvimento de sementes vão cultivar 2,145 mil sacas de 40 quilos cada, o suficiente para semear 1,7 mil hectares. Isso deve gerar 70 mil novas sacas da cultivar para a safra 2014/15. Esta quantia será suficiente para o plantio de 56 mil hectares, o que representará 18,67% da área de várzea a ser cultivada com soja na próxima safra. Daniel Lannes percebe crescimento na demanda por sementes de soja adequadas a áreas de várzea. “Hoje em dia, vem aumentando bastante a rotação de culturas, então havia a preocupação em encontrar uma cultivar que se adaptasse em áreas de arroz”, analisa.

Ciclo mais curto preserva cultivo na safra seguinte Conforme o pesquisador de melhoramento de soja da CCGL Tec Cleiton Steckling, que participou do desenvolvimento da TECIRGA 6070RR, a maior tolerância ao excesso hídrico é possível graças ao melhoramento genético. Cláudia Lange, pesquisadora da Estação Experimental do Arroz de Cachoeirinha e uma das responsáveis pelo desenvolvimento da nova variedade, explica que, além da maior resistência ao excesso de água, a TECIRGA se diferencia pelo ciclo médio de produção. Isso também dá à cultivar um diferencial de competitividade no mercado em relação às de ciclo longo. “É uma característica que não vinha sendo tratada com a devida importância”, relembra. Lavoura Arrozeira

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Capa

Foto: Cláudia Lange

Uma variedade de soja de ciclo médio, que dura cerca de 130 dias da fase de emergência à maturação, é mais vantajosa para a rotação com o arroz porque permite que a oleaginosa seja colhida em abril, no início do outono. Neste período, a incidência de chuva ainda é pequena, e o solo mais seco sofre menos danos com o trabalho das colheitadeiras. Desta forma, a ideia é que seja necessário mexer menos no terreno para o cultivo do arroz, que será plantado na primavera seguinte. Para uma alta produtividade na colheita da soja em terras de arroz, além da utilização de uma variedade desenvolvida levando em consideração as peculiaridades dos solos de terras baixas, a pesquisadora do Irga alerta os produtores sobre a necessidade de adaptar a várzea à soja, o que pode ser feito com drenagem, fertilização da terra e combate a plantas daninhas. “O excesso hídrico é um estresse muito difícil para as plantas. Ele é mais severo até do que a deficiência hídrica”, explica Cláudia Lange. A maior tolerância à abundância de água, inclusive, não isenta o produtor de investir em drenagem, como reforça a pesquisadora, mas deve servir como uma espécie de

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Lavoura Arrozeira

seguro caso haja chuva em volume muito superior ao esperado. Ela lembra o mês de dezembro de 2012, por exemplo, quando houve dias consecutivos de chuva no Estado, e as lavouras cultivadas na Estação Experimental do Arroz sofreram com a saturação de água. “Nós fizemos tudo certo em drenagem, mas ainda assim o solo estava saturado. E isso é suficiente para prejudicar muito o rendimento de grãos, e às vezes a lavoura inteira”, alerta. “A tolerância ao excesso hídrico não é a estratégia principal, mas ela é um respaldo, uma segurança”, garante. A TECIRGA também se destaca por ter uma estrutura diferenciada da maioria das demais disponíveis no mercado. A planta tem arquitetura ereta e em cone e folhas lanceoladas (em forma de lança). A maioria das plantas de soja tem folhas largas e arredondadas, o que permite a passagem de menos luminosidade à raiz. O formato esguio da planta favorece também o controle químico de doenças, como a ferrugem de soja, e a penetração de produtos como inseticidas. Estes elementos facilitam o combate a lagartas, cujo controle químico é mais difícil, como as do gênero Pseudoplusia e Helicoverpa.

Testes avaliaram resistência a doenças Durante os testes com a TECIRGA 6070RR, foi analisada a resistência da cultivar a doenças que costumam atingir as plantações de soja. Um dos destaques, conforme a pesquisadora da Estação Experimental do Arroz de Cachoeirinha Cláudia Lange, foi a boa resistência da semente à podridão radicular da fitóftora, muito comum e agressiva ao cultivo da soja. Veja os resultados em relação a outras doenças: Resistente a: cancro da haste, mancha “olho de rã” e pústula bacteriana. Moderadamente resistente: crestamento bacteriano, oídio, podridão parda da haste e podridão radicular da fitóftora. Suscetível: nematóide de galhas do tipo M.incognita e do tipo M.javanica.


Capa

Parceria agilizou lançamento da cultivar nquanto o tempo médio normalmente necessário para o desenvolvimento de uma nova cultivar é de 12 anos, a TECIRGA foi desenvolvida em três. A semente já vinha sendo estudada há seis anos pela CCGL Tec quando a parceria com o Irga foi firmada, em 2010. O pesquisador de melhoramento de soja da CCGL Tec Cleiton Steckling avalia que nenhuma das duas organizações teria como evoluir tão rapidamente para um produto como esta variedade de soja sozinha. “Foi um processo de cooperação entre os dois lados que fez o sucesso do projeto. Justamente o que faltava para nós é o que o Irga tinha. E o que faltava para o Irga é o que nós tínhamos. Isso fez desta parceria um casamento perfeito”, comemora Steckling. O Irga testou a soja em solos de arroz irrigado, avaliando o quanto ela se adaptaria a estas lavouras, enquanto a CCGL Tec forneceu o germoplasma necessário, ou seja, todo o acervo de genes que possuía em seu programa de melhoramento genético. “O Irga não tem tradição de pesquisa com soja, nem material genético, nem conhecimento técnico. A CCGL repassa tudo isso. Mas a CCGL, em contrapartida, não conhece terra baixa, produtores, nem a estrutura da lavoura do arroz. Por isso, esta união é essencial para o sucesso”, observa Claudio Pereira, adiantando que a parceria entre as instituições deve seguir para o desenvolvimento de novas cultivares.

Foto: Ana Paula Rocha

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Irga fez uma parceria com a Industrial KF para desenvolver microcamalhoneira usada no plantio Lavoura Arrozeira

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Capa

“Produtor é vítima da monocultura”

O

cultivo de soja em rotação com o arroz irrigado na Metade Sul do Estado já gerou muita resistência por parte de produtores gaúchos. Os principais motivos costumavam ser a dificuldade de adaptar a oleaginosa aos terrenos alagados, ou então o combate às pragas que se espalhavam pelo campo - o excesso de água favorece o surgimento de fungos, por exemplo. Por isso, o desenvolvimento desta cultivar é encarado no Irga como mais uma etapa de um projeto maior da instituição, que visa a ampliar a área de atuação dos produtores orizícolas, para que estes tenham outras opções de renda quando há perdas da lavoura por questões climáticas. “Se a origem da crise do arroz está na monocultura, o produtor não é culpado pela monocultura, ele é vítima da monocultura”, define o presidente do Irga, Claudio Pereira. Tendo 32

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outros produtos para comercializar, os orizicultores não precisam ofertar o arroz no início da colheita, comportamento que costuma fazer com que os preços baixem. O diretor técnico do Irga, Sérgio Lopes, explica que o desenvolvimento da TECIRGA 6070RR marca uma nova fase no cultivo da soja em áreas de várzea no Estado e se soma a outras duas etapas pelas quais o setor passou nos últimos anos que ajudaram a acabar com resistências de agricultores a este cultivo. A primeira delas foi o plantio, a partir de 2001, da soja transgênica, que permitiu maior controle de plantas daninhas, especialmente o arroz vermelho, A outra fase começou em 2011, com o plantio da soja em microcamalhão: sulcos feitos ao longo da lavoura para facilitar o escoamento da água e diminuir os transtornos de se plantar soja em

Foto: Marlise Mattos

Foto: Vilmar Rosa

Técnicos fizeram demonstração da nova variedade em Dia de Campo Estadual

terreno com excesso hídrico. Lopes destaca o aumento na área de produção de soja no Estado como prova da maior adesão de orizicultores ao cultivo da oleaginosa. Na safra 2010/11, foram 66.468 hectares. Na 2011/12, 148.386, seguidos de 272.048 na safra de 2012/13. Na próxima, estima-se que este número passará dos 300 mil hectares. Além de contribuir na estabilidade financeira dos produtores rurais, a rotação de culturas traz benefícios ao solo, que tende a apresentar melhores índices de produtividade. O fato de o arroz e a soja serem de famílias botânicas diferentes faz com que formem naturalmente um esquema de rotação benéfico para o solo, pois isso diminui a ocorrência de plantas daninhas, como o arroz vermelho, e aumenta a fertilidade da terra. Outro benefício é que a soja fixa nitrogênio no solo, o que ajuda no cultivo do arroz. “Se comprovou que há produtores que cultivaram soja dois anos e, no terceiro, entraram com arroz e chegaram a ter um adicional de 17 a 20 sacas a mais com o mesmo manejo”, afirma o coordenador da Divisão de Assistência Técnica e Extensão Rural do Irga, Eraldo Jobim. Conforme ele, o plantio de soja nas áreas de arroz pode aumentar a produtividade do cereal em até 17%.

Pereira: em defesa da diversificação


Capa

Rotação com milho é próximo desafio dos pesquisadores porém, que os resultados em lavouras comerciais e de pesquisa sempre são diferentes, já que no segundo caso é possível acompanhar em detalhes o desenvolvimento das plantas. De acordo com o diretor técnico do Irga, Sérgio Lopes, o resultado satisfatório só foi possível graças a um conjunto de medidas semelhantes às tomadas no cultivo da soja, já que

Produção em rotação com arroz deve atrair indústrias de aves, suínos e leite

o milho é mais sensível do que a oleaginosa tanto em relação ao excesso quanto à falta de água. Foram usados milho transgênico, microcamalhão no sistema de plantio e estrutura de drenagem e de irrigação para controlar os níveis de água no solo. O milho em rotação com o arroz também contribui na fertilidade do solo e no controle de pragas e doenças, como o

arroz vermelho. “O que está acontecendo com o milho é o que aconteceu com a soja há cerca de três anos. É a segunda etapa de um processo de rotação”, explica Lopes. Ele projeta que o aumento na produção de milho no Estado, com o passar dos anos, pode incentivar também a presença de empresas da cadeia produtiva ligada a aves e suínos, importantes compradoras de milho para produção de ração. Hoje o Rio Grande do Sul precisa importar grande parte do milho necessário para essas indústrias. Tal potencial também é destacado por Claudio Pereira, para quem a ampliação dos milharais na Metade Sul pode representar mais oportunidades de negócio na região: “com o milho, tu podes ir para outras indústrias correlatas, como a cadeia produtiva do leite, e implantação de cadeias produtivas de suínos e aves naquela região”. Hoje, estas indústrias não se instalam nessa área por falta de matéria prima, observa ele. “É a possibilidade, com a rotação de culturas, de o Rio Grande do Sul ocupar a última fronteira agrícola que ele tem”, defende.

Foto: Sérgio Lopes

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próxima fronteira da pesquisa do Irga no sentido de reduzir a dependência do produtor em relação ao arroz é a rotação com o milho. Do ponto de vista econômico, é mais uma alternativa de renda para o produtor. “Não estamos dizendo que o arroz nunca mais terá crise de preço. O que nós não queremos é que o produtor tenha crise”, defende o presidente do Irga, Claudio Pereira. Ele explica que se um agricultor tem, por exemplo carne, soja, milho e arroz, mesmo que um dos produtos esteja em um mau momento, a propriedade não entrará em dificuldades. A cultura ainda é incipiente na Metade Sul do Estado - são cerca de 800 hectares plantados em rotação em áreas de várzea. No ano passado, em um estudo para avaliar o rendimento do milho em solo com excesso hídrico, o Irga cultivou o grão em três cidades entre setembro e novembro: Cachoeirinha, Santa Vitória do Palmar e Cachoeira do Sul. Foram colhidas dez toneladas de milho a cada hectare cultivado, enquanto a média de lavouras comerciais em áreas de coxilha é de 4,5 toneladas por hectare. É importante ressaltar,

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Safra

Plantio de soja em áreas de arroz irrigado cresce 9% na temporada Produção do cereal deve ser 6,25% maior do que na última colheita, enquanto área total plantada deve crescer 2,66%, conforme projeções Foto: Eraldo Jobim

Projeção aponta uma produção total de 888 mil toneladas de soja em áreas de rotação com o arroz no Rio Grande do Sul

A

consolidação da rotação da cultura do arroz irrigado com a soja é a característica que deve marcar a safra 2013/14, de acordo com o presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Claudio Pereira. A estimativa é de que sejam plantados, no Estado, 1.107.542 hectares, ou 2,66% mais do que na safra 2012/13 (1.078.833 hectares), e colhidas 8,5 milhões de toneladas de arroz, contra 8 milhões na safra 2012/13. O plantio de soja em áreas de arroz irrigado, por sua vez, au34

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mentou 9%: deve ser de 296,4 mil hectares, contra 272 mil na safra anterior, com produção total de 888 mil toneladas. “O arroz não cedeu área para a soja, o que mostra que os produtores têm segurança no cereal. Na soja, eles veem uma nova oportunidade que se integra à produção tradicional do arroz”. Pereira explica que os produtores passaram a usar a soja como alternativa de renda quando a venda do arroz não é vantajosa. A colheita das duas safras de verão, no Rio Grande do Sul, coincide com a entressafra da soja nos

Estados Unidos e na Ásia. Por isso, é época de alta na comercialização da oleaginosa para os produtores gaúchos, e o arroz colhido pode ser comercializado nos meses seguintes, quando há menos oferta no mercado e o preço não está tão desvalorizado. “Isso nos faz projetar não só as áreas, mas a questão do mercado futuro. Nós não teremos mais pico de preços, porque os produtores têm como se defender do mercado, principalmente no período da colheita, com a soja”, explica Pereira. Ele lembra que a safra de arroz 2011/12 foi vendida a preços que


Safra

Foto: Robespierre Giuliani

Abertura oficial do plantio de arroz foi celebrada no dia 5 de outubro, em Mostardas

partiram dos R$ 23 e chegaram aos R$ 40 a saca. Já a produção de 2012/13 teve preço mais estável, entre R$ 30 e R$ 37. O presidente do Irga projeta que esta estabilidade se mantenha na próxima safra.

Clima deve beneficiar cultivo As perspectivas climáticas para a temporada também são otimistas, conforme o coordenador da Divisão de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater) do Irga, Eraldo Jobim. “Os boletins meteorológicos indicam que será um período de neutralidade, sem seca e sem expectativa de chuvas intensas”. Jobim também destaca que, no último ano, houve avanço da Funda-

ção Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) no sentido de agilizar as licenças de que os produtores precisam para fazer uso de mananciais no sistema de irrigação. Ele observa que, desde o ano passado, as licenças concedidas têm validade de quatro anos - até então, era necessário fazer um novo pedido a cada ano. Agora, o produtor fica responsável por apresentar anualmente um laudo emitido por um agrônomo que indique se houve mudança na área de lavoura a ser cultivada ou na quantidade de água necessária para irrigação da mesma. A maior agilidade na obtenção das licenças facilita a obtenção de crédito, que os bancos costumam negar quando os documentos não estão em dia. “Diversos estudos

Safra 2012/13

Safra 2013/14 (previsão)

Área plantada

1.078.833 ha

1.107.542 ha

Produtividade média

7.497 kg/ha

7.700 kg/ha

Produção total no RS

8.069.903 toneladas 8,5 milhões de toneladas

Evolução da semeadura de arroz na safra 2013/14 (em 1/11/2013, por região orizícola) • Fronteira Oeste – 85,2% • Campanha – 67,6% • Zona Sul – 60,8% • Depressão Central – 52,2% • Planície Costeira Interna – 36,3% • Planície Costeira Externa – 24,4% • Média no RS: 60,3%

mostram que o período mais favorável para o plantio do arroz vai de 15 de setembro a 10 de novembro. Se o produtor tem acesso ao crédito a tempo de fazer o plantio nesse período, ele planta no tempo certo e permite que a planta passe pela fase reprodutiva entre 21 de dezembro e 15 de fevereiro, quando há mais intensidade de luminosidade, essencial para este período”, explica Jobim. Outro aspecto que facilita o início do plantio são os mananciais 100% cheios em cinco das seis regiões de cultivo de arroz do Estado já na primeira quinzena de outubro. Lavoura Arrozeira

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Foto: Marlise Mattos

Tributação

Indústria e produtores comemoram o aumento do crédito presumido no

ICMS do arroz Medida incentiva beneficiadoras a processar localmente o grão produzido no Rio Grande do Sul, aumentando a arrecadação e beneficiando quem produz

O

s seis primeiros meses de vigência do novo crédito presumido sobre o ICMS do arroz foram considerados um sucesso pela cadeia produtiva. O aumento do crédito presumido de 3,5% para 7% incentivou a indústria a beneficiar localmente o arroz produzido no Rio Grande do Sul. O crédito presumido representa um desconto aplicado sobre os impostos que seriam pagos. Para ter direito a este crédito, beneficiadoras de arroz não podem utilizar mais de 10% de cereal importado de outros países no processo produtivo. Pelo menos 95% das indústrias do segmento no Estado aderiram à medida, de acordo com a Receita Estadual. De maio a setembro deste ano, a arrecadação junto às indústrias beneficiadoras cresceu 3,5% em relação a igual período do ano passado. 36

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Os números positivos justificaram a movimentação de instituições ligadas à indústria e cooperativas para que a medida seja prorrogada por mais pelo menos três meses. O subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira, explica que a medida reflete um trabalho feito pela Receita em conjunto com os setores de indústria e produção de arroz no Rio Grande do Sul. De acordo com ele, havia temor de uma invasão do arroz vindo de outros países do Mercosul, devido à edição da resolução nº 13 do Senado Federal, em abril de 2012. A resolução 13 veio para contornar os problemas da “guerra dos portos” e, por um erro de avaliação, acabou prejudicando a competitividade do arroz produzido no Rio Grande do Sul. “O crédito presumido de 7%, ao ser atribuído para quem industrializa 90% do

arroz gaúcho, acaba beneficiando também o produtor”, complementa o coordenador da Câmara Setorial do Arroz do Rio Grande do Sul e assessor da presidência do Irga, César Marques. Outro objetivo foi coibir uma prática de algumas indústrias - a de enviar o arroz a unidades da mesma empresa em outros Estados para driblar o pagamento de impostos. O decreto prevê que os produtores, ao venderem arroz a estas empresas,


Tributação

Pelo menos 95% das indústrias beneficiadoras gaúchas aderiram à medida editada em maio deste ano, conforme a Receita Estadual

paguem ICMS. “Com isso, garantimos que a maior parte da produção seja beneficiada no Rio Grande do Sul, gerando emprego e valor agregado no Estado”, defende Marques. “Esperamos, com estas ações, fortalecer a competitividade da produção primária e do setor industrial frente ao arroz produzido em outros Estados ou importado. Eram demandas históricas do setor, que constavam das reivindicações desde a reinstalação da Câmara

Setorial do Arroz em fevereiro de 2011. Esta medida é boa para todos, governo, indústria e produtor”, ressalta o secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi. Para o presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Claudio Pereira, a nova regra tributária coloca a cadeia produtiva gaúcha em outro patamar de competitividade frente aos demais Estados. “Essa medida fortalece

a indústria gaúcha e permite que outras se instalem no Rio Grande do Sul”, comemora. O Irga vem participando das caravanas de interiorização do governo estadual onde tem destacado a importância da nova política tributária, como aconteceu na empresa Camil Alimentos no dia 19 de setembro em Camaquã. “Os produtores, a cadeia e o governo estão satisfeitos com os desdobramentos programa”, resume Pereira. Lavoura Arrozeira

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Expointer

Esteio, 2013: palco de debates, lançamentos e acordos para incentivar a produção gaúcha

O

(confira mais detalhes na reportagem de capa). Outro momento importante foi a divulgação da nova política tributária do governo do Estado para o arroz, que foi tema de reunião aberta do Conselho Deliberativo do Irga no dia 27 de agosto. “Essa medida deve melhorar a competitividade do grão plantado no Rio Grande do Sul, especialmente nos negócios com Sudeste e Nordeste, frente ao arroz importado ou produzido por outras regiões”, observou Pereira (veja a reportagem na página 36). O secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Rio Grande do Sul, Luiz Fernando Mainardi, destaca o fato de o arroz ter integrado rodadas internacionais de negócios durante toda a feira. “O Irga firmou novas parcerias, lançou novas cultivares, promoveu palestras, discutiu o futuro da lavoura, buscou soluções

Foto: Ben-Hur Corvello

último Dia do Arroz (26 de agosto) foi comemorado pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) em parceria com o Canal Rural, do Grupo RBS, durante a Expointer. Dois debates foram promovidos, sobre rotação de culturas e armazenagem de grãos. Claudio Pereira, presidente do Irga, destacou que os eventos foram transmitidos ao vivo, ampliando o alcance de informações de extrema importância para os produtores rurais. “O aprofundamento deste debate é importante, tanto do ponto de vista político quanto do técnico”. Entre as atividades do Instituto durante a feira, o lançamento da cultivar de soja TECIRGA 6070RR foi um ponto alto. Desenvolvida especificamente para o plantio em áreas de várzea, a nova variedade aumenta as opções dos produtores para implantar a rotação de culturas

Dois debates em parceria com o Canal Rural marcaram o Dia do Arroz no Parque Assis Brasil 38

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e apontou caminhos. Cobramos, do ministro da Agricultura, Antônio Andrade, uma nova política de preços mínimos para o arroz. Por tudo isso, a Expointer foi um sucesso”, declarou.

Cooperação em prol do Arroio Duro O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, esteve presente à assinatura do termo de cooperação técnica para o desenvolvimento sustentável do perímetro de irrigação do Arroio Duro e região, que abrange os municípios de Arambaré, Camaquã e Cristal. A cooperação envolve o Irga, a Embrapa Clima Temperado e a Associação dos Usuários do Perímetro de Irrigação do Arroio Duro (AUD), e prevê transferência de tecnologia, capacitação, validação e disponibilização de soluções inovadoras para a diversificação da matriz produtiva. A solenidade aconteceu dia 30 de agosto, na casa do Ministério da Agricultura no Parque Assis Brasil.


Expointer

Carreteiro alimentou 600 visitantes O Irga distribuiu cerca de 600 pratos de arroz carreteiro aos visitantes da Expointer. A ação faz parte do Programa de Incentivo ao Consumo do Arroz. O produto foi doado pela Cooperativa de Palmares do Sul. “Essa iniciativa é um dos meios de divulgar o cereal gaúcho”, destaca Alfredo Batana, coordenador de eventos do Irga. Foto: Luiz Ávila / Palácio Piratini

Encontro discute soluções para armazenagem Pesquisadores do Irga recebem prêmio “O Futuro da Terra”

Claúdia Lange e Anderson Vedelago, pesquisadores do Irga, receberam o prêmio “O Futuro da Terra”, concedido pelo Jornal do Comércio em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs). O prêmio, que chegou à 17ª edição, foi entregue em 26 de agosto. Cláudia foi premiada na categoria “Tecnologia Rural”, com o projeto “Cultivares de soja para a várzea”. Já Vedelago venceu na categoria “Novas tecnologias agrícolas”, com o projeto “Diversificação de sistemas de produção na várzea”. Os selecionados são indicados pelo Comitê de Ciências Agrárias da Fapergs. Os integrantes podem indicar nomes que dedicam sua vida à busca de inovações e aplicações, contribuindo para a eficiência da cadeia produtiva. Foto: Anotnio Paz/JC

Em 29 de agosto, durante reunião que também debateu o Plano Safra, autoridades discutiram soluções para a armazenagem de milho e de arroz. O secretário adjunto de Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Cláudio Fioreze, afirmou que o governo estadual busca a diversificação dos plantios no Estado, principalmente nas regiões produtoras de tabaco. Ele destacou que atualmente são plantados 70 mil hectares de milho safrinha, enquanto o potencial do Estado é de 300 mil hectares. O secretário afirmou que o governo busca interligar o modal ferroviário com o rodoviário entre Porto Alegre, Capão do Leão e Pelotas para diminuir as perdas decorrentes da falta de armazenagem. O gerente da Estação Experimental do Arroz de Cachoeirinha, Carlos Fagundes, mostrou que a terceirização da secagem e da amazenagem do arroz representa um gasto de 33% do que foi produzido. No caso do milho, o índice vai de 12% a 26%. O coordenador do BNDES, Nelson Torteza, destacou que o programa Cerealistas financia até 100% dos equipamentos de armazenagem para pequenos produtores com taxas de de 3,5% ao ano.

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Clima

Meteorologia: mais do que aliada, uma ciência indispensável na agricultura Condições de temperatura, chuvas e radiação são elementos fundamentais no planejamento da safra e para guiar ações operacionais na lavoura

Glauco Freitas Meteorologista do Irga/Fepagro

A

s ferramentas hoje utilizadas pelos meteorologistas para prever o clima e o tempo na agricultura são cada vez mais confiáveis. As informações geradas pelos prognósticos são importantes não só para reduzir os prejuízos, mas para aumentar os lucros diminuindo os custos. O meteorologista tem que prote-

ger o produtor tanto em condições climáticas desfavoráveis, precavendo-o de uma eventual seca ou de muita umidade, quanto em condições favoráveis, que costumam resul tar em supersafras e conseqüente queda de preços que pode gerar prejuízos ao agricultor. Para melhor aproveitar as informações da meteorologia, o produtor precisa diferenciar previsão climática e previsão do tempo. A previsão climática é fundamental para

ajudar a decidir sobre o aumento ou redução de área a ser plantada, definir a melhor época de plantio e escolher a cultivar mais adequada às condições previstas. A previsão do tempo, que é de curto prazo, serve para guiar ações operacionais, como aplicação de nitrogênio, defensivos e irrigação. A regularidade e a distribuição das precipitações e também a radiação solar devem ser incluídas nas previsões, pois, dependendo da

Mapas mostram como chuvas de setembro elevaram a média e beneficiaram a região litorânea, onde reservas ficaram cheias 40

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Clima

fase de desenvolvimento, a planta precisa mais de radiação do que de chuva. Portanto, a previsão de maior radiação deveria coincidir com a fase reprodutiva para aumentar a produtividade - como no caso do arroz, que é mais exigente.

2013: ano de bom volume de chuvas O mês de setembro registrou dois altos volumes de chuva – um no extremo Sul, região de Santa Vitoria do Palmar, e o outro, entre Planalto, Litoral Norte e Serra. Naquele mês, a precipitação superou a média histórica nestas regiões. A média mensal de setembro em Santa Vitoria do Palmar, que é de 133 milímetros (mm), foi superada: choveu 269 mm. Isto contribuiu para que os reservatórios de uma parte das regionais enchessem rapidamente, atingindo 90% a 100% de sua capacidade. Os mapas da página ao lado mostram a distribuição da chuva em porcentagem de janeiro a agosto e de janeiro a setembro. Os locais que estão abaixo da média para regiões arrozeiras estão entre Santa Maria, Bagé e Pelotas, com volumes que variam entre 80% e 90%. As regiões que já atingiram ou mesmo superaram os volumes ficam em toda a faixa litorânea, incluindo a Região Metropolitana e arredores e também parte do Oeste. Os modelos apontam para uma possível neutralidade climática neste final de ano. Na figura 2, observa-se que a temperatura da superfície do mar (TSM) no Oceano Pacífico junto à costa do Peru até o centro da América do Sul está dentro da normalidade, entre -0,5ºC e -0,25°C.

Temperatura na superfície do mar na costa do Pacífico está dentro da normalidade

Chuvas As análises das condições da atmosfera para novembro e dezembro indicam chuva dentro da média nas regiões próximas do Uruguai e abaixo da média nas regiões mais ao Norte do Estado. Apesar da previsão de um período mais seco do que o normal em boa parte do Rio Grande do Sul, não se pode descartar eventos extremos, ou seja, um alto volume de chuva concentrado em poucas horas especialmente na região da Campanha. Cabe lembrar que esses meses são conhecidos pelo aumento da incidência de temporais com ventania e granizo. Portanto, as condições climáticas indicam redução dos volumes de chuva na primavera e no início do verão.

Temperaturas O frio começa a diminuir devido à menor frequência de atividades

das massas polares e, principalmente, pela maior cobertura de nuvens, que não deixam as temperaturas baixarem e nem subirem muito. É claro que, durante os próximos meses, pode haver ondas de frio mais intenso - principalmente em novembro - e também mais frequência de ondas de calor, como é característico da nossa região no mês de dezembro.

Radiação Com a previsão de uma primavera mais seca do que o normal, a tendência é de haver radiação de onda curta, acima da média histórica para a estação. No verão, o pico da radiação mais intensa deve ocorrer no mês de janeiro, quando se prevê um período mais seco e com pouca nebulosidade. Somente no Litoral Sul é que a radiação não deve ser tão intensa, se comparada à das demais regiões. Lavoura Arrozeira

41


Artigo técnico

Balanço da safra: a produção de arroz no RS em 2012/13 Pesquisadores do Irga detalham os resultados da última colheita de verão; município de Dona Francisca foi o mais produtivo do Estado

Mário Sérgio de Lima Azeredo Eng. Agr. M. Sc. Convênio Fundação IRGA Victor Hugo Kayser Eng. Agr. M. Sc. Chefe da Seção de Política Setorial/IRGA

O

s produtores de arroz do Rio Grande do Sul colheram uma safra de 8.069.903 toneladas (161.398.070 sacos) para uma área colhida de 1.076.472 hectares (havendo uma área perdida de 2.361 hectares) e a produtividade atingida foi de 7.497 kg.ha-1 (150 sacos.ha-1). Dados de área, produção e a produtividade segundo as Coordenadorias Regionais do IRGA no Rio Grande do Sul são apresentadas na Tabela 1. A maior área semeada, no Es-

Figura 1 - Coordenadorias Regionais: distribuição percentual de área colhida – safra 2012/13.

tado, é da Coordenadoria Regional da Fronteira Oeste (CRFO), com 330.112 hectares, dos quais 1.278 hectares foram perdidos (0,4% da área semeada) e a produção foi de 2.487.795 toneladas. A distribuição das áreas colhidas segundo as Coordenadorias Regionais é apresentada na Figura 1, onde a Coordenadoria Regional da Fronteira Oeste lidera com 30% da área colhida, seguida da Coordenadoria Regional da Zona Sul com 16%. As Coordenadorias Regionais da Campanha e da Depressão Central ocupam 14% seguida das Coordenadorias Regionais das Planícies Costeiras Interna e Externa com 13% da área colhida.

13%

16%

13%

30%

14% 14% Fronteira Oeste Campanha Depressão Central Pl. Cost. Interna Pl. Cost. Externa Zona Sul

Tabela 1 - Produção de arroz no Rio Grande do Sul segundo as Coordenadorias Regionais Coord. Regionais

Área (ha) Semeada

Produtividade

Perdida

Colhida

Produção

Kg.ha-1

t

sacos

1 – Fronteira Oeste

330.112

1.278

328.834

7.566

2.487.795

49.755.907

2 - Campanha

148.127

0

148.127

7.802

1.155.696

23.113.919

3 – Depressão Central

149.113

1.023

148.091

7.351

1.088.673

21.773.460

4 – Pl. Cost. Interna

141.211

60

141.151

7.185

1.014.155

20.283.101

5 – Pl. Cost. Externa

137.968

0

137.968

7.098

979.347

19.586.931

6 – Zona Sul

172.302

0

172.302

7.802

1.344.238

26.884.752

1.078.833

2.361

1.076.472

7.497

8.069.903

161.398.070

Rio Grande do Sul

42

Lavoura Arrozeira


Artigo técnico

A maior produção de arroz foi verificada na Coordenadoria Regional da Fronteira Oeste, com 31% da produção, seguida da Coordenadoria Regional da Zona Sul, com 17%. A Coordenadoria Regional da Campanha teve 14%, e as Coordenadorias Depressão Central e da Planície Costeira Interna representam cada uma 13% da produção, seguidas da Coordenadoria Regional da Planície Costeira Externa com participação de 12% (Figura 2). A maior produtividade foi verificada nas Coordenadorias da Regional da Zona Sul e da Campanha, com 7.802 kg.ha-1, seguidas pela Coordenadoria Regional da Fronteira Oeste com 7.566 kg.ha-1. A produtividade das demais Coordenadorias Regionais pode ser verificada na Figura 3. No universo dos 143 municípios situados na região arrozeira do Estado, 132 municípios produziram arroz na safra 2012/13. A maior produtividade foi verificada no município de Dona Francisca, com 9.098 kg.ha-1 (182 sacos.ha-1), uma expressiva produtividade, obtida numa área de 2.343 hectares e uma produção de 21.317 toneladas (426.332 sacos). O segundo município com maior produtividade foi Esteio, com 9.000 kg.ha-1 (180 sacos.ha-1), porém, sua área colhida é de 450 hectares, alcançando uma produção de 4.050 toneladas (81.000 sacos). A menor produtividade foi verificada no município de Dom Feliciano, com 4.500 kg.ha-1 (90 sacos. ha-1), em uma lavoura de 20 hectares de produção de grão curto. A produtividade variou 4.598 kg.ha-1 (92 sacos.ha-1), ou seja: 102%. Porém, se desconsiderarmos o município de Dom Feliciano, que ficou 1.418 kg.ha-1 aquém do penúltimo município de menor produtividade (São Martinho da Serra, com

Figura 2 - Coordenadorias Regionais: distribuição percentual na produção de arroz - safra 2012/13.

17% 31% 12%

Fronteira oeste Campanha Depressão central Pl. Cost. Interna Pl. Cost. Externa Zona Sul

13%

14% 13%

Figura 3 - Produtividades verificadas nas Coordenadorias Regionais - safra 2012/13. 8.000

7.400

7.802

7.802

7.800

7.566

7.497 7.351

7.200

7.185

7.000

7.098

6.800 6.600

1

2

Fronteira oeste Campanha

3 Depressão Central

5.918 kg.ha-1) a variação é de 3.180 kg.ha-1 (63,6 sacos.ha-1) e a variação será de 53,7%. A Tabela 2 demonstra o ranking dos 20 municípios de maior produtividade na safra 2012/13 no Rio Grande do Sul, cuja produtividade média (165,6 sacos. ha-1) é 10,5% superior à produtividade média estadual. Os 20 municípios de maior produtividade do Estado perfazem 14,6% da produção e, em termos de área colhida, representam 13,2% do total, com uma produtividade

4

Pl. Cost. Interna

5

6

Pl. Cost. Externa

Zona Sul

RS Rio Grande do Sul

média de 8.281 kg.ha-1 (165,6 sacos. ha-1), com uma variação de 1.078 kg.ha-1 (21,6 sacos.ha-1) ou seja: 13,4%. O desvio padrão foi de 334,5 kg.ha-1, representando um coeficiente de variação de 0,04. Analisando pela produção – Tabela 3 –, verifica-se que 20 municípios respondem por 68% da produção estadual, destacando-se os municípios de Uruguaiana, Itaqui, Santa Vitória do Palmar, Alegrete e São Borja, que respondem por mais de 32% da produção estadual. Lavoura Arrozeira

43


Artigo técnico

Tabela 2 - Ranking dos 20 municípios com maior produtividade na safra 2012/13 no RS Municípios

Produtividade Kg.ha

Área (ha)

Sacos

-1

Produção

Colhida

t

sacos

1

Dona Francisca

9.098

182,0

2.343

21.317

2

Esteio

9.000

180,0

450

4.050

81.000

3

Vitória das Missões

8.900

178,0

70

623

12.460

426.332

4

Turuçu

8.790

175,8

1.503

13.211

264.227

5

Rio Grande

8.530

170,6

19.350

165.056

3.301.110

6

Caraá

8.524

170,5

167

1.423

28.470

7

Faxinal do Soturno

8.500

170,0

1.991

16.924

338.470

8

Canguçú

8.384

167,7

775

6.498

129.952

9

Triunfo

8.371

167,4

7.063

59.124

1.182.487 6.825.290

10

Dom Pedrito

8.350

167,0

40.870

341.265

11

São João do Polesine

8.350

167,0

2.033

16.976

339.511

12

Cruzeiro do Sul

8.285

165,7

771

6.388

127.755

13

Agudo

8.196

163,9

9.184

75.272

1.505.441

14

Barra do Quaraí

8.119

162,4

21.560

175.048

3.500.962

15

Vale do Sol

8.111

162,2

1.068

8.663

173.251

16

Bagé

8.082

161,6

9.332

75.421

1.508.424

17

Taquari

8.071

161,4

2.756

22.244

444.874

18

Capão do Leão

8.059

161,2

7.392

59.572

1.191.443

19

Nova Palma

8.021

160,4

167

1.340

26.790

20

Santo Antônio da Patrulha

8.020

160,4

13.155

105.503

2.110.062

8.281

165,6

1.175.916

23.518.311

Produtividade média, área e produção dos 20 municípios

142.000

Tabela 3 - Ranking dos 20 maiores municípios produtores de arroz na safra 2012/13 no RS Municípios 1

Uruguaiana

Produção t

Produtivid. sacos

640.487

12.809.742

Part. na produção (%) Municipal

Kg.ha-1 7.867

Acum. 8,0

8,0

2

Itaqui

605.660

12.113.195

7.442

7,5

15,5

3

Sta. Vitória do Palmar

545.019

10.900.375

7.750

6,8

22,3

4

Alegrete

425.955

8.519.100

7.300

5,3

27,6

5

São Borja

380.948

7.618.968

7.560

4,7

32,3

6

Dom Pedrito

331.265

6.825.290

8.350

4,2

36,5

7

Arroio Grande

272.057

5.441.144

7.600

3,4

39,9

8

Mostardas

258.305

5.166.102

6.836

3,2

43,1

9

Cachoeira do Sul

236.778

4.735.556

7.252

2,9

46,0

10

Camaquã

231.789

4.635.774

7.145

2,9

48,9

11

Viamão

187.390

3.747.806

7.100

2,3

51,2

12

Barra do Quaraí

175.048

3.500.962

8.119

2,2

53,4

13

São Gabriel

173.882

3.477.632

7.877

2,2

55,6

14

Rio Grande

165.056

3.301.110

8.530

2,0

57,6

15

Palmares do Sul

159.108

3.182.155

6.852

2,0

59,6

16

Jaguarão

152.593

3.051.858

7.648

1,9

61,5

17

Rosário do Sul

150.144

3.002.880

7.820

1,9

63,4

18

São Sepé

121.537

2.430.734

7.218

1,5

64,9

19

Maçambará

119.600

2.391.995

7.818

1,5

66,4

20

Restinga Seca

114.235

2.284.692

7.083

1,4

67,8

5.456.853

109.137.068

7.564

67,8

67,8

Produção, produtividade, participação na produção

44

Lavoura Arrozeira


Artigo técnico

Tabela 4 - Área perdida na safra 2012/13

Estes municípios produziram 5.456.853 toneladas (109.137.068 sacos) de arroz em casca na safra 2012/13, ou seja: 67,8% da produção estadual. A produtividade média destes municípios foi de 7.564 kg.ha-1 (151,3 sacos.ha-1), com um desvio padrão de 469,2 kg.ha-1, representando um coeficiente de variação de 0,06. A produtividade variou de 8.530 kg.ha-1 (170,6 sacos.ha-1), em Rio Grande, até 6.836 kg.ha-1 (136,7 sacos.ha-1), em Mostardas: uma variação de 1.694 kg.ha-1 (33,9 sacos. ha-1), ou seja de 24,8%, neste estrato de municípios de maior produção. Nesta safra, 11 municípios registraram perda de área (Tabela 4), totalizando 2.361 hectares ou 0,2% da área semeada no Estado (1.078.833 hectares). A perda de área em relação aos 11 municípios representou 1,2% da área semeada. Considerando a produtividade média destes municípios (7.318 kg.ha-1, ou 146,4 sacos. ha-1), a perda pode ser estimada em R$ 11.067.713,00 (considerando o preço médio de comercialização de março a junho de 2013, para o arroz do tipo 1, com renda de 58%, de R$ 32,02 por saco) para uma estimativa de 345.650 sacos que se

Área (ha)

Municípios

Semeada

% Perda

Perdida

Colhida

Municipal

1

Itaqui

82.252

868

81.384

1,1

2

Restinga Seca

16.628

500

16.128

3,0

3

Maçambará

15.629

331

15.298

2,1

4

Cachoeira do Sul

32.950

300

32.650

0,9

5

Dilermando de Aguiar

2.844

87

2.757

3,1

6

Quaraí

11.279

79

11.200

0,7

7

Guaíba

3.990

60

3.930

1,5

8

Rio Pardo

9.814

45

9.769

0,5

9

Formigueiro

8.465

43

8.422

0,5

10

Santa Maria

8.513

40

8.473

0,5

11

Caçapava do Sul

3.402

8

3.395

0,2

195.766

2.361

Soma

deixou de colher. Considerando a produtividade média verificada nas diferentes regiões do Estado, podemos estratificar em 6 faixas de produtividade – Tabela 5. A produção na safra 2012/13 se concentrou na faixa de 7.000 até 8.000 kg.ha-1, com 72,56%, que representou 72,67% da área colhida e 80 municípios (60,6%). A produtividade média nesta faixa foi de 7.486 kg.ha-1 (11 kg inferior à média estadual). A faixa de 8.000 a 9.000 kg.ha-1 concentrou 14,31% da produção e 12,97% da área colhida na safra

193.406

1,2

2012/13 e 19 municípios (14,4%), com uma produtividade média de 8.267 kg.ha-1 (770 kg superior à média estadual, de 15,4 sacos). Na faixa de 6.000 a 7.000 kg.ha-1 temos 30 municípios, com média de produtividade de 6.822 kg.ha-1 (136,4 sacos.ha-1), 675 kg (13,5 sacos) inferior à produtividade média do Estado. Estes municípios representam 14% da área colhida e 13% da produção da atual safra no Estado. Na Tabela 7 são apresentados os dados de área, produção e de produtividade por Coordenadoria Regional, Nate e município.

Tabela 5 - Faixas de produtividade média - Safra 2012/13 Faixas Kg.ha-1 ≤6.000

Municípios Arrozeiros Nº

Produtividade média

%

Kg.ha-1

Sacos.ha-1

Área colhida ha

Produção

%

T

sacos

%

2

1,5

5.554

111,0

78

0,01

433

8.665

0,01

De 6.000 a ≤7.000

30

22,7

6.822

136,4

152.155

14,13

1.038.075

20.761.494

12,86

De 7.000 a ≤8.000

80

60,6

7.486

149,7

782.239

72,67

5.855.480

117.109.600

72,56

De 8.000 a ≤9.000

19

14,4

8.267

165,3

139.657

12,97

1.154.599

23.091.979

14,31

1

0,8

9.098

181,9

2.343

0,22

21.317

426.332

0,26

132

100,0

7.497

149,9

1.076.472

100,00

8.069.903

161.398.070

100,00

>9.000 Soma, média

Lavoura Arrozeira

45


Artigo técnico

Tabela 6 - Municípios com produtividade superior a 6.000 e menor ou igual a 7.000 kg.ha-1 Municípios

Produtividade

Área (ha)

Kg.ha

Colhida

-1

Produção t

Sacos

1

Manoel Viana

6.386

3.470

22.519

433.188

2

Vera Cruz

6.400

1.036

6.630

132.608

3

Morrinhos do Sul

6.422

1.400

8.991

179.816

4

São Jerônimo

6.444

1.883

12.134

242.681

5

Campo Bom

6.450

37

239

4.773

6

Santiago

6.500

140

910

18.200

7

Butiá

6.547

478

3.129

62.589

8

São José do Norte

6.597

1.576

10.397

207.934

9

Barão do Triunfo

6.600

184

1.214

24.288

10

Cerro Grande do Sul

6.600

741

4.891

97.812

11

Vale Verde

6.648

1.096

7.286

145.724

12

Sentinela do Sul

6.650

2.600

17.290

345.800

13

Novo Cabrais

6.652

1.864

12.399

247.987 1.498.560

14

Quaraí

6.690

11.279

74.928

15

São Pedro do Sul

7.721

3.670

24.666

493.321

16

Cidreira

6.755

1.082

7.309

146.180

17

Cacequi

6.830

15.500

105.865

2.117.300

18

Mostardas

6.836

37.786

25.305

5.166.102 3.182.155

19

Palmares do Sul

6.852

23.221

159.108

20

General Câmara

6.888

1.778

12.247

244.937

21

Eldorado do Sul

6.939

11.260

78.133

1.562.663

22

Xangrilá

6.949

297

20.64

41.276

23

Cristal

6.950

5.593

38.870

777.396

24

Mariana Pimentel

6.950

780

5.421

108.420

25

Tapes

6.950

15.461

107.454

2.149.079

26

Nova Santa Rita

6.977

3.900

27.210

544.206

27

Sertão Santana

6.981

1.415

9.878

197.562

28

Tavares

6.999

2.252

15.762

315.235

29

Portão

7.000

180

1.260

25.200

30

Porto Alegre

Produtividade, soma

7.000

275

1.925

38.500

6.823

152.234

1.038.075

20.761.494

Tabela 7 - Área, produção e produtividade - safra 2012/13

46

Regionais

Nates

Nates

Municípios

Semeada

Área (ha) Perdida

Colhida

Produtividade kg.ha-¹

T

Produção Sacos

1- Fronteira Oeste

Total Regional - FO

330.112

1.278

328.834

7.566

2.487.795

49.755.907

Alegrete-9º

Total Nate

61.820

0

61.820

7.249

448.114

8.962.288

Alegrete-9º

Alegrete

58.350

0

58.350

7.300

425.955

8.519.100

Alegrete-9º

Manoel Viana

3.470

0

3.470

6.386

22.159

443.188

Itaquí-19º

Total Nate

97.881

1.199

96.682

7.501

725.259

14.505.190 12.113.195

Itaquí-19º

Itaqui

82.252

868

81.384

7.442

605.660

Itaquí-19º

Maçambará

15.629

331

15.298

7.818

119.600

2.391.995

Quaraí-29º

Total Nate

11.279

79

11.200

6.690

74.928

1.498.560

Quaraí-29º

Quaraí

11.279

79

11.200

6.690

74.928

1.498.560

Santo Antonio das Missões-40º

Total Nate

5.100

0

5.100

7.436

37.924

758.480

Santo Antonio das Missões-40º

Bossoroca

0

0

0

0

0

0

Santo Antonio das Missões-40º

Caibaté

0

0

0

0

0

0

Santo Antonio das Missões-40º

Dezesseis de Novembro

0

0

0

0

0

0

Santo Antonio das Missões-40º

Garruchos

880

0

880

7.250

6.380

127.600

Santo Antonio das Missões-40º

Santiago

140

0

140

6.500

910

18.200

Lavoura Arrozeira


Artigo técnico

Santo Antonio das Missões-40º

Santo Antônio das Missões

3.850

0

3.850

7.500

28.875

577.500

Santo Antonio das Missões-40º

São Luiz Gonzaga

160

0

160

7.100

1.136

22.720

Santo Antonio das Missões-40º

São Miguel das Missões

0

0

0

0

0

0

Santo Antonio das Missões-40º

São Nicolau

0

0

0

0

0

0

Santo Antonio das Missões-40º

Vitória das Missões

70

0

70

8.900

623

12.460

Santo Antonio das Missões-40º

Unistalda

0

0

0

0

0

0

São Borja-8º

Total Nate

51.057

0

51.057

7.561

386.034

7.720.686

São Borja-8º

Itacurubi

667

0

667

7.625

5.086

101.718

São Borja-8º

São Borja

50.390

0

50.390

7.560

380.948

7.618.968

Uruguaiana-12º

Total Nate

102.975

0

102.975

7.920

815.535

16.310.703

Uruguaiana-12º

Barra do Quaraí

21.560

0

21.560

8.119

175.048

3.500.962

Uruguaiana-12º

Uruguaiana

81.414

0

81.414

7.867

640.487

12.809.742

2- Campanha

Total Regional - CA

148.127

0

148.127

7.802

1.155.696

23.113.919

Bagé-24º

Total Nate

19.815

0

19.815

7.801

154.585

3.091.692

Bagé-24º

Aceguá

8.735

0

8.735

7.624

66.596

1.331.913

Bagé-24º

Bagé

9.332

0

9.332

8.082

75.421

1.508.424

Bagé-24º

Candiota

753

0

753

7.117

5.359

107.180

Bagé-24º

Hulha Negra

995

0

995

7.245

7.209

144.176

Cacequí-26º

Total Nate

15.500

0

15.500

6.830

105.865

2.117.300

Cacequí-26º

Cacequi

15.500

0

15.500

6.830

105.865

2.117.300

Total Nate

43.560

0

43.560

8.269

360.202

7.204.042

Dom Pedrito-20º

Dom Pedrito

40.870

0

40.870

8.350

341.265

6.825.290

Dom Pedrito-20º

Lavras do Sul (parte oeste)

2.690

0

2.690

7.040

18.938

378.752

Rosário do Sul-22º

Total Nate

19.200

0

19.200

7.820

150.144

3.002.880

Rosário do Sul-22º

Dom Pedrito-20º

Rosário do Sul

19.200

0

19.200

7.820

150.144

3.002.880

Santana do Livramento-30º

Total Nate

8.583

0

8.583

7.533

64.656

1.293.115

Santana do Livramento-30º

Santana do Livramento

8.583

0

8.583

7.533

64.656

1.293.115

São Francisco de Assis-38º

Total Nate

3.171

0

3.171

7.820

24.797

495.944

São Francisco de Assis

3.171

0

3.171

7.820

24.797

495.944

São Gabriel-1º

Total Nate

26.388

0

26.388

7.868

207.632

4.152.649

São Gabriel-1º

Santa Margarida do Sul

4.314

0

4.314

7.824

33.751

675.017

São Gabriel-1º

São Gabriel

22.074

0

22.074

7.877

173.882

3.477.632

São Vicente do Sul-14º

São Francisco de Assis-38º

Total Nate

11.910

0

11.910

7.373

87.815

1.756.297

São Vicente do Sul-14º

Jaguarí

2.205

0

2.205

7.429

16.381

327.619

São Vicente do Sul-14º

Nova Esperança do Sul

240

0

240

7.539

1.809

36.187

São Vicente do Sul-14º

São Vicente do Sul

9.465

0

9.465

7.356

69.625

1.392.491

3- Depressão Central

Total Regional - DC

149.113

1.023

148.091

7.351

1.088.673

21.773.460

Agudo-37º

Total Nate

15.646

0

15.646

8.179

127.975

2.559.505

Agudo-37º

Agudo

9.184

0

9.184

8.196

75.272

1.505.441

Agudo-37º

Dona Francisca

2.343

0

2.343

9.098

21.317

426.332

Agudo-37º

Nova Palma

167

0

167

8.021

1.340

26.790

Agudo-37º

Paraíso do Sul

3.952

0

3.952

7.603

30.047

600.941

Caçapava do Sul-31º

Total Nate

4.345

8

4.338

7.693

33.370

667.399

Caçapava do Sul-31º

Caçapava do Sul

3.402

8

3.395

7.686

26.090

521.803

Caçapava do Sul-31º

Lavras do Sul (parte leste)

0

0

0

0

0

0

Caçapava do Sul-31º

Pinheiro Machado

0

0

0

0

0

0

Caçapava do Sul-31º

Piratiní

618

0

618

7.918

4.893

97.866

Caçapava do Sul-31º

Santana da Boa Vista

325

0

325

7.343

2.386

47.730

Cachoeira do Sul-4º

Total Nate

32.950

300

32.650

7.252

236.778

4.735.556

Cachoeira do Sul-4º

Cachoeira do Sul

32.950

300

32.650

7.252

236.778

4.735.556

Total Regional - DC

149.113

1.023

148.091

7.351

1.088.673

21.773.460

Candelária-27º

Total Nate

17.486

0

17.486

7.403

129.454

2.589.076

Candelária-27º

Candelária

8.546

0

8.546

7.389

63.146

1.262.928

Candelária-27º

Cerro Branco

937

0

937

7.363

6.899

137.983

Candelária-27º

Cruzeiro do Sul

771

0

771

8.285

6.388

127.755

3- Depressão Central

Candelária-27º

Novo Cabrais

1.864

0

1.864

6.652

12.399

247.987

Candelária-27º

Santa Cruz do Sul

1.616

0

1.616

7.772

12.560

251.191

Candelária-27º

Vale do Sol

1.068

0

1.068

8.111

8.663

173.251

Candelária-27º

Venâncio Aires

1.648

0

1.648

7.748

12.769

255.374

Candelária-27º

Vera Cruz

1.036

0

1.036

6.400

6.630

132.608

Formigueiro-36º

Total Nate

8.465

43

8.422

7.039

59.282

1.185.649

Formigueiro-36º

Formigueiro

8.465

43

8.422

7.039

59.282

1.185.649

Lavoura Arrozeira

47


Artigo técnico Regionais

Nates

Nates

Municípios

3- Depressão Central

Produtividade

Perdida

Colhida

Produção

kg.ha-¹

T

Sacos

Total Regional - DC

149.113

1.023

148.091

7.351

1.088.673

21.773.460

Restinga Seca-18º

Total Nate

20.652

500

20.152

7.351

148.134

2.962.673

Restinga Seca-18º

Faxinal do Soturno

1.991

0

1.991

8.500

16.924

338.470

Restinga Seca-18º

Restinga Seca

16.628

500

16.128

7.083

114.235

2.284.692

Restinga Seca-18º

São João do Polesine

2.033

0

2.033

8.350

16.976

339.511

Rio Pardo-5º

Total Nate

15.388

45

15.343

7.067

108.423

2.168.468

Rio Pardo-5º

Encruzilhada do Sul (parte norte)

100

0

100

6.975

698

13.950

Rio Pardo-5º

Pantano Grande

4.674

0

4.674

7.152

33.428

668.569

Rio Pardo-5º

Passo do Sobrado

800

0

800

7.100

5.680

113.600

Rio Pardo-5º

Rio Pardo

9.814

45

9.769

7.024

68.617

1.372.349

Santa Maria-6º

Total Nate

11.415

127

11.288

7.315

82.574

1.651.478

Santa Maria-6º

Dilermando de Aguiar

2.844

87

2.757

7.170

19.768

395.354

Santa Maria-6º

Santa Maria

8.513

40

8.473

7.372

62.463

1.249.259

Santa Maria-6º

São Martinho da Serra

58

0

58

5.918

343

6.865

Total Nate

5.590

0

5.590

6.927

38.723

774.460

São Pedro do Sul-35º São Pedro do Sul-35º

Mata

1.650

0

1.650

7.305

12.053

241.065

São Pedro do Sul-35º

São Pedro do Sul

3.670

0

3.670

6.721

24.666

493.321

São Pedro do Sul-35º

Toropi

270

0

270

7.421

2.004

40.073

Total Nate

17.176

0

17.176

7.217

123.960

2.479.196

São Sepé-23º

São Sepé

16.838

0

16.838

7.218

121.537

2.430.734

São Sepé-23º

Vila Nova do Sul

338

0

338

7.169

2.423

48.462

Total Regional - Pci

141.211

60

141.151

7.185

1.014.155

20.283.101

Camaquã-3º

Total Nate

50.571

0

50.571

7.153

361.725

7.234.504

Camaquã-3º

Amaral Ferrador

315

0

315

7.324

2.307

46.144

Camaquã-3º

Arambaré (direita A. Velhaco)

12.052

0

12.052

7.279

87.727

1.754.530

São Sepé-23º

4- Pl. Cost. Interna

Camaquã-3º

Camaquã

32.442

0

32.442

7.145

231.789

4.635.774

Camaquã-3º

Cristal (parte norte)

4.150

0

4.150

6.612

27.440

548.796

Camaquã-3º

Dom Feliciano

20

0

20

4.500

90

1.800

Camaquã-3º

Encruzilhada do Sul (parte sul)

1.592

0

1.592

7.772

12.373

247.460

General Câmara-28º

Total Nate

18.725

0

18.725

7.644

143.138

2.862.755

General Câmara-28º

Arroio dos Ratos

0

0

0

0

0

0

General Câmara-28º

Butiá

478

0

478

6.547

3.129

62.589

General Câmara-28º

Charqueadas (parte leste)

373

0

373

7.098

2.648

52.951

General Câmara-28º

General Câmara

1.778

0

1.778

6.888

12.247

244.937

General Câmara-28º

Minas do Leão

2.854

0

2.854

7.399

21.117

422.335

General Câmara-28º

Montenegro

444

0

444

7.227

3.209

64.176

General Câmara-28º

Paverama

0

0

0

0

0

0

General Câmara-28º

São Jerônimo

1.883

0

1.883

6.444

12.134

242.681

General Câmara-28º

Taquari

2.756

0

2.756

8.071

22.244

444.874

General Câmara-28º

Triunfo

7.063

0

7.063

8.371

59.124

1.182.487

General Câmara-28º

Vale Verde

1.096

0

1.096

6.648

7.286

145.724

Guaíba-13º

Total Nate

39.760

60

39.700

7.121

282.702

5.654.032

Guaíba-13º

Barra do Ribeiro

12.360

0

12.360

7.218

89.214

1.784.290

Guaíba-13º

Capela de Santana

1.707

0

1.707

7.770

13.263

265.268

Guaíba-13º

Charqueadas (parte oeste)

4.168

0

4.168

7.315

30.489

609.778

Guaíba-13º

Eldorado do Sul

11.260

0

11.260

6.939

78.133

1.562.663

Guaíba-13º

Guaíba

3.990

60

3.930

7.082

27.832

556.645

Guaíba-13º

Mariana Pimentel

780

0

780

6.950

5.421

108.420

Guaíba-13º

Nova Santa Rita

3.900

0

3.900

6.977

27.210

544.206

Guaíba-13º

Portão

180

0

180

7.000

1.260

25.200

Guaíba-13º

Sertão Santana

1.415

0

1.415

6.981

9.878

197.562

São Lourenço do Sul-17º

48

Área (ha) Semeada

Total Nate

11.848

0

11.848

7.306

86.561

1.731.212

São Lourenço do Sul-17º

Canguçú

775

0

775

8.384

6.498

129.952

São Lourenço do Sul-17º

Cristal (parte sul)

1.443

0

1.443

7.921

11.430

228.600

São Lourenço do Sul-17º

São Lourenço do Sul

9.630

0

9.630

7.127

68.633

1.372.660

Tapes-10º

Total Nate

20.307

0

20.307

6.896

140.030

2.800.598

Tapes-10º

Arambaré (esquerda A. Velhaco)

1.321

0

1.321

6.950

9.181

183.619

Tapes-10º

Barão do Triunfo

184

0

184

6.600

1.214

24.288

Tapes-10º

Cerro Grande do Sul

741

0

741

6.600

4.891

97.812

Lavoura Arrozeira


Artigo técnico Tapes-10º

Sentinela do Sul

2.600

0

2.600

6.650

17.290

345.800

Tapes-10º

Tapes

15.461

0

15.461

6.950

107.454

2.149.079

5- Pl. Cost. Externa

Total Regional - PCE

137.968

0

137.968

7.098

979.347

19.586.931

Mostardas-34º

Total Nate

41.614

0

41.614

6.836

284.464

5.689.271

Mostardas-34º

Mostardas

37.786

0

37.786

6.836

258.305

5.166.102

Mostardas-34º

São José do Norte

1.576

0

1.576

6.597

10.397

207.934

Mostardas-34º

Tavares

2.252

0

2.252

6.999

15.762

315.235

Capivari do Sul-32º

Total Nate

16.738

0

16.738

7.080

118.505

2.370.098

Capivari do Sul-32º

Capivari do Sul

15.243

0

15.243

7.098

108.201

2.164.012

Capivari do Sul-32º

Cidreira

1.082

0

1.082

6.755

7.309

146.180

Capivari do Sul-32º

Pinhal

413

0

413

7.252

2.995

59.905

Total Nate

23.221

0

23.221

6.852

159.108

3.182.155

Palmares do Sul-21º Palmares do Sul-21º Santo Antonio da Patrulha-7º

Palmares do Sul

23.221

0

23.221

6.852

159.108

3.182.155

Total Nate

21.538

0

21.538

7.797

167.931

3.358.620 4.773

Santo Antonio da Patrulha-7º

Campo Bom

37

0

37

6.450

239

Santo Antonio da Patrulha-7º

Capão da Canoa

0

0

0

0

0

0

Santo Antonio da Patrulha-7º

Caraá

167

0

167

8.524

1.423

28.470 297.373

Santo Antonio da Patrulha-7º

Glórinha

1.890

0

1.890

7.867

14.869

Santo Antonio da Patrulha-7º

Maquiné

350

0

350

7.250

2.538

50.750

Santo Antonio da Patrulha-7º

Osório

4.220

0

4.220

7.225

30.490

609.790

Santo Antonio da Patrulha-7º

Parobé

0

0

0

0

0

0

Santo Antonio da Patrulha-7º

Rolante

160

0

160

7.875

1.260

25.200 2.110.062

Santo Antonio da Patrulha-7º

Santo Antônio da Patrulha

13.155

0

13.155

8.020

105.503

Santo Antonio da Patrulha-7º

Sapiranga

90

0

90

7.550

680

13.590

Santo Antonio da Patrulha-7º

Taquara

780

0

780

7.683

5.993

119.855

Santo Antonio da Patrulha-7º

Terra de Areia

80

0

80

7.850

628

12.560

Santo Antonio da Patrulha-7º

Tramandaí

312

0

312

7.199

2.246

44.922

Santo Antonio da Patrulha-7º

Xangrilá

297

0

297

6.949

2.064

41.276

Torres-39º

Total Nate

6.679

0

6.679

7.171

47.895

957.906

Torres-39º

Dom Pedro de Alcântara

226

0

226

7.509

1.697

33.941

Torres-39º

Mampituba

1.060

0

1.060

7.598

8.054

161.078

Torres-39º

Morrinhos do Sul

1.400

0

1.400

6.422

8.991

179.816

Torres-39º

Torres

3.526

0

3.526

7.253

25.574

511.482

Torres-39º

Três Cachoeiras

467

0

467

7.665

3.580

71.590

Total Nate

28.178

0

28.178

7.149

201.444

4.028.881 19.575

Viamão-15º Viamão-15º

Alvorada

135

0

135

7.250

979

Viamão-15º

Cachoeirinha

25

0

25

8.000

200

4.000

Viamão-15º

Canoas

400

0

400

8.000

3.200

64.000

Viamão-15º

Esteio

450

0

450

9.000

4.050

81.000

Viamão-15º

Gravataí

500

0

500

7.400

3.700

74.000

Viamão-15º

Porto Alegre

275

0

275

7.000

1.925

38.500

Viamão-15º

Viamão

26.393

0

26.393

7.100

187.390

3.747.806

TOTAL REGIONAL - ZS

172.302

0

172.302

7.802

1.344.238

26.884.752

Arroio Grande-11º

6-ZONA SUL

Total Nate

38.057

0

38.057

7.570

288.103

5.762.064

Arroio Grande-11º

Arroio Grande

35.797

0

35.797

7.600

272.057

5.441.144

Arroio Grande-11º

Herval

500

0

500

7.100

3.550

71.000

Arroio Grande-11º

Pedras Altas

1.760

0

1.760

7.100

12.496

249.920

Jaguarão-25º

Total Nate

19.952

0

19.952

7.648

152.593

3.051.858

Jaguarão-25º

Jaguarão

19.952

0

19.952

7.648

152.593

3.051.858

Pelotas-2º

Total Nate

21.457

0

21.457

7.967

170.945

3.418.902

Pelotas-2º

Capão do Leão

7.392

0

7.392

8.059

59.572

1.191.443

Pelotas-2º

Cerrito

935

0

935

7.410

6.928

138.567

Pelotas-2º

Pedro Osório

3.855

0

3.855

7.719

29.757

595.135

Pelotas-2º

Pelotas

7.772

0

7.772

7.910

61.477

1.229.530

Turuçu

1.503

0

1.503

8.790

13.211

264.227

Rio Grande-33º

Pelotas-2º

Total Nate

19.350

0

19.350

8.530

165.056

3.301.110

Rio Grande-33º

Rio Grande

19.350

0

19.350

8.530

165.056

3.301.110

Santa Vitória do Palmar-16º

Total Nate

73.486

0

73.486

7.723

567.541

11.350.818

Santa Vitória do Palmar-16º

Chuí

3.161

0

3.161

7.125

22.522

450.443

Santa Vitória do Palmar-16º

Santa Vitória do Palmar

70.325

0

70.325

7.750

545.019

10.900.375

TOTAL GERAL

RIO GRANDE DO SUL

1.078.833

2.361

1.076.472

7.497

8.069.903

161.398.070

Lavoura Arrozeira

49


Pelos Nates

O que é destaque nos Núcleos de Assistência Técnica e Extensão Rural

O 9º Nate, de Alegrete, realizou em setembro a implantação dos parcelões de arroz desta safra, na Agropecuária Neli Parcianello e Filhos. Os parcelões são unidades demonstrativas onde serão testadas e avaliadas diferentes cultivares, sob diferentes características de manejo. Por exemplo: em uma parcela, serão plantadas cultivares tradicionais; em outra, plantas resistentes a herbicidas; outra terá sementes tratadas; outras terão quantidades diferentes de água, entre diversos testes. Ao final da colheita, os resultados de

Foto: Divulgação/IRGA

Alegrete implementa os parcelões desta safra

cada parcela serão analisados e depois compartilhados com os produtores em um evento promovido pelo Irga. O engenheiro agrônomo Leonardo Acosta explica que os parcelões são uma atividade anual que tem por

Livramento discute construção de nova sede Foto: Marlise Mattos

50

Lavoura Arrozeira

objetivo difundir conhecimento e tecnologias entre os produtores. O Nate de Alegrete, que pertence à coordenadoria Regional Fronteira Oeste e atende também o município de Manoel Viana, realiza os parcelões há pelo menos oito anos.

Em Santana do Livramento, o 30º Nate deu mais um passo em direção à construção da Casa do Arrozeiro. O presidente do Irga, Claudio Pereira, participou de uma reunião com o prefeito da cidade, Glauber Lima, os secretários municipais da Agricultura, Carlos Xavier, e da Administração, Fabrício Lopes, o vice-prefeito, Eduardo Oliveira, e a chefe do Nate, Danieli Righi. A administração municipal cederá o terreno onde o Irga vai construir a sede de Livramento, que responde à Coordenadoria Regional da Campanha. O local ainda não foi definido. A Casa do Arrozeiro será a sede do 30º Nate, e vai abrigar cursos, reuniões, eventos e todo o atendimento aos produtores do município. Hoje, o Núcleo funciona em um espaço alugado.


Pelos Nates

Fórum discute integração entre lavoura e pecuária em Arroio Grande Foto: Marlise Mattos

A rotação de culturas foi o tema do III Fórum Integração Lavoura Pecuária, promovido pelo 11º Nate, de Arroio Grande (coordenadoria regional Zona Sul), durante a Expofeira local. Na ocasião, o presidente do Irga, Claudio Pereira, voltou a defender o fim da monocultura de arroz. “Por muitos anos, o foco dos órgãos estatais de pesquisa foi a produtividade, mas isto não resolve o cerne da crise”,

Foto: Divulgação/IRGA

Pré-germinado é tema de eventos técnicos em Paraíso do Sul

O 37º Nate, de Paraíso do Sul, teve programação técnica em setembro. Junto com a Dow Agrociences, o escritório do Irga de Agudo e o Escritório Rincão Planejamento, realizaram uma palestra sobre o manejo do arroz pré-germinado. O mesmo tema motivou um roteiro técnico em três propriedades, detalhando o preparo

da área, a utilização de herbicidas pré-emergentes, o manejo de plantas daninhas e de pragas iniciais. A região atendida pelo 37º Nate – Dona Francisca, Nova Palma e Paraíso do Sul –, pertencente à coordenadoria regional da Depressão Central, iniciou em setembro a semeadura no sistema pré-germinado.

destacou. A nova cultivar TECIRGA 6070RR foi apresentada pela pesquisadora Cláudia Lange Já o administrador da Estância Tamanca, de Santa Vitória do Palmar, Luciano Augusto Sperotto Terra, mostrou os resultados da integração lavoura-pecuária praticada na propriedade. Após o Fórum, uma paella campeira foi oferecida aos participantes.

37º Nate conta com apoio de produtores para difusão de tecnologias O trabalho em áreas demonstrativas, essencial para a difusão de conhecimento e tecnologia entre produtores e técnicos, é um dos focos do trabalho do Nate de Paraíso do Sul, que conta com o apoio de produtores locais. Na propriedade da família Becker, o manejo de plantas daninhas resistentes ao grupo ALS foi objeto de uma unidade demonstrativa. O trabalho teve apoio do agrônomo Augusto Kalsing, da Estação Experimental de Cachoeirinha. Já em Agudo, na localidade de Picada do Rio, o produtor Jair Buske cedeu espaço para o projeto Rotação e sucessão de culturas, que vem sendo conduzido há seis safras.

Lavoura Arrozeira

51


Consumo Foto: Arquivo pessoal

Merendeira também é

educadora Oficinas pelo Interior ensinam as qualidades do arroz e como melhor aproveitá-las Carla Dias Villa exibe certificado

A

merendeira Carla Vanez Dias Vila, 31 anos, trabalha há cinco como merendeira da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Ulisséa Lima Barbosa, em Itaqui (a 665 quilômetros de Porto Alegre). Desde que a nutricionista do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Cleo Amaral, ministrou uma oficina na cidade, em julho, Carla passou a preparar o tradicional arroz de leite com choco-

late. A receita também ganhou leite condensado caseiro, feito com leite em pó, já que o produto industrializado não é distribuído na escola. “Eles adoram doce!”, ri satisfeita a merendeira. São 380 crianças que se alimentam na escola no turno da tarde, quando ela trabalha. Do início do ano até 18 de outubro, 344 pessoas participaram das oficinas ministradas por Cleo. São geralmente encontros em escolas, es-

Conheça um pouco mais sobre alguns tipos de arroz Integral

• Grãos intactos, dos quais é removida apenas a casca. Ficam a película e o gérmen, onde está a maior parte dos nutrientes. • A película possui fibras insolúveis que estimulam o sistema gastrointestinal e aumentam o período de saciedade. Contém vitamina B1, que é quase ausente nos alimentos refinados. • Tipos: cateto (arroz carreteiro), agulha (longo) e vermelho. A diferença está no formato e na cor.

Polido ou branco

• É o mais consumido no Brasil. Obtido pelo polimento do grão integral com máquinas que provocam o atrito dos grãos. Esse processo ainda resulta na obtenção de subprodutos como a quirera, usada na fabricação de cerveja e na alimentação animal.

52

Lavoura Arrozeira

Arroz preto

• De grão curto e um pouco arredondado, textura macia, sabor e aroma acastanhados e coloração preta. A película que envolve o grão do arroz integral preto é rica em hidratos de carbono, óleos, proteínas, compostos fenólicos, fibras, cobalto, vitaminas A, B1, B2, B6, B12, niacina, ácido nicotínico, ácido pantotênico, pró-vitaminas C e E. • O arroz preto possui 20% mais proteínas e 30% mais fibras do que o arroz integral, além de ser riquíssimo em ferro, possuir menos gordura e menor valor calórico.

Farinha de arroz

• Alimento sem glúten, recomendado para pessoas portadoras de doença celíaca.

Fonte: Cleo Amaral, nutricionista do Irga

taduais e municipais, por todo o Estado. As oficinas integram o Programa de Incentivo ao Consumo do Arroz e Derivados. Além de ensinar receitas, Cleo fala sobre os valores nutricionais do arroz e como aproveitar melhor as qualidades do grão. “Nós aprendemos muito, principalmente a produzir alimentos com farinha de arroz, o que proporciona uma dieta com mais minerais e vitaminas, especialmente importantes no desenvolvimento e crescimento das crianças”, conta Carla. Embora os cursos sejam abertos a toda a comunidade, as merendeiras são o público alvo. Para Cleo, a participação delas é fundamental. “Entendo que a merendeira é uma educadora alimentar. Quando a criança chega na escola e não está em um dia muito bom, quem ela procura? A merendeira. Há um vínculo afetivo. Eu sempre enfatizo que elas educam as crianças na questão alimentar”, explica Cleo. Os encontros também são a oportunidade de mostrar a importância de refeições à base de produtos naturais - e simples, como arroz e feijão. “Essa combinação tem todos os componentes de aminoácidos de que a gente necessita. É um casamento perfeito. Um prato de arroz e feijão mantém a criança bem alimentada”, defende Cleo.


Receita

R

Dicas extras • Para fazer a gemada, bata de duas a três claras. Depois, misture com duas gemas cruas. A cada clara usada, coloque duas a três colheres das de sopa de açúcar refinado. • Na falta de leite condensado industrializado, faça um caseiro batendo os seguintes ingredientes no liquidificador, por cerca de cinco minutos: • duas xícaras de leite em pó • meia xícara de água morna • uma xícara de açúcar cristal

Releitura do

arroz de leite leva suco de uva

Fotos: Eduardo Rocha

eceita trazida ao Brasil pelos alemães, o arroz de leite é sobremesa tradicional nas refeições de muitas famílias do Rio Grande do Sul. A nutricionista do Irga, Cleo Amaral, conta que a receita original era consumida como um mingau e levava apenas arroz, leite, canela em pó e açúcar. Conforme foi caindo no gosto dos brasileiros, o doce ganhou adaptações, até chegar à forma em que é consumida na maioria dos casos: com uma quantidade maior de leite, para deixá-la mais líquida, e com gemada ou com leite condensado, que dão mais cremosidade. Cleo resolveu inovar trocando o leite por suco de fruta. “É uma releitura que faço. Gosto de brincar com sabores, e deu certo”. A versão que ela ensina nesta edição leva suco de uva, mas Cleo incentiva que as pessoas a preparem com o suco da fruta à qual tiverem mais acesso, ou que estejam mais disponíveis em cada estação. Os únicos sabores que não são indicados são os cítricos - exceto a laranja, que teve bom resultado nos testes da nutricionista.

Ingredientes: • 1,5 litro de suco de uva integral • 200 gramas de arroz branco, parboilizado ou integral • 2 cravos • 400 gramas de leite condensado

1

Modo de preparo: 1 Deixe o arroz de molho em 200 ml de suco entre cinco e dez minutos para que ele hidrate. 2 Coloque o arroz, com o suco, em uma panela que dê espaço para mexer bem o conteúdo. Você precisará mexer o arroz durante todo o preparo do prato. Deixe em fogo médio. 3 Assim que o arroz já estiver com a cor do suco, acrescente os cravos. 4 Quando começar a cozinhar, acrescente mais um copo de suco. 5 Os próximos copos devem ser adicionados gradualmente, conforme o arroz começar a secar. A ideia é deixar o arroz sempre aguado. 6 Quando o arroz estiver quase cozido, coloque uma lata de leite condensado (ou gemada na mesma medida) e deixe cozinhar por mais três minutos. 7 Sirva gelado! A receita rende de 30 a 40 porções e fica pronta em cerca de 25 minutos.

2

6

7

Lavoura Arrozeira

53


Almanaque

Há 50 anos,

na Revista Lavoura Arrozeira Outubro A aquisição, pelo Irga, de um estereocartógrafo motivou a publicação de uma matéria sobre fotogrametria aérea na edição nº 199 da Lavoura Arrozeira. Os dois termos, tão técnicos quanto pouco conhecidos, estão relacionados à atividade do engenheiro cartógrafo, diretamente ligada ao desenvolvimento de mapas das cidades, estados e países que habitamos. O estereocartógrafo era um aparelho usado para restituir fotografias aéreas em folhas topográficas. As fotografias aéreas, por

sua vez, eram possíveis por meio da técnica conhecida como fotogrametria aérea. “Para executar um levantamento cadastral, topográfico ou geográfico pelo processo de fotogrametria aérea, necessita-se de um avião, uma câmara fotográfica própria e um aparelho restituidor, para transformar as fotografias em plantas desenhadas”, explica o texto. O engenheiro agrônomo e gerente da Divisão de Assistência Técnica e Extensão Rural do Irga (Dater), Assis Pimentel de Morais, conta que no fim da década de 1980 o estereocartógrafo já era obsoleto. “Hoje, com

a cartografia digital e com o uso de imagens orbitais, este equipamento poderia constar em um museu de engenharia ou da topografia”.

Novembro Na edição nº 200 da revista, a coluna “Em seu lar: Lavoura Arrozeira”, que no geral trazia dicas de receitas, ensinava os leitores a fazer sabão em casa. Os ingredientes básicos sugeridos eram 4kg de torresmo sem sal, cinco litros de água e uma lata de um produto que era conhecido como preparado para fazer sabão. O preparo exigia que o

torresmo ficasse de molho de um dia para o outro. A coluna ainda indicava ingredientes alternativos, como 3kg de graxa no lugar do torresmo, por exemplo. Ou então era possível acrescentar 4kg de ovos de avestruz! Se o leitor quisesse fazer sabonete, deveria, quando o torresmo estivesse fervendo, acrescentar leite ao invés de água, além de água de colônia.

Dezembro A capa da edição nº 201 da Lavoura Arrozeira exibia um cenário bem conhecido dos porto-alegrenses: o lago Guaíba, na época ainda chamado de rio. “Dos municípios banhados pelas margens do rio, três são produtores de arroz e se utilizam da sua água para irrigar as lavouras de arroz. São êles, Barra do Ribeiro, Guaíba e Pôrto Alegre. 54

Lavoura Arrozeira

(...) Assim, o rio Guaíba que aparece na capa da Revista, além de proporcionar a produção de bens de consumo, contribui também para o escoamento e distribuição desta produção, pelo transporte fluvial”, dizia editorial explicando a escolha da foto. *A transcrição de trechos da revista mantém a ortografia da época.



Com uma política industrial que fortalece o campo, cultivamos um Rio Grande cada vez maior.

Gerar desenvolvimento diminuindo desigualdades: investir no campo faz parte da nossa política. O Governo do Rio Grande do Sul incentiva o desenvolvimento do agronegócio através da Política Industrial, na qual o setor de aves e suínos é prioritário. Por isso, oferece instrumentos como o Novo Fundopem, Integrar/RS, Sala do Investidor e Programa Gaúcho de Alimentos Premium, além de financiamentos e ações nas áreas tributária, de sanidade e tecnológica, para garantir maior competitividade à produção local. Assim, o setor e o Rio Grande do Sul crescem juntos.

Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento

Mais informações: www.sdpi.rs.gov.br e www.agdi.rs.gov.br


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