MILHO, ESTIAGEM E PANDEMIA MILHO:
PRODUÇÃO PROTETIVA
ESPECIAL PRÓ-MILHO:
RS EM BUSCA DA AUTOSSUFICIÊNCIA
Março 2020 - 12º Edição www.forumdomilho.com.br Distribuição gratuita
• O EVENTO • A ORIGEM • AS PALESTRAS
Revista Fórum do Milho Edição 12 | Ano 2020
Expediente Realização: Instituto de Pesquisa Gianelli Martins Conselho Editorial: Odacir Klein Cíntia dos Santos Pereira Cerveira Larissa Costa Jornalista Responsável: Eduardo Malta de Oliveira MTB 18341 Fotografia: Foto Choks Projeto Gráfico: LC Soluções Gráficas Tiragem: 1.500 exemplares
Palavra da Presidente
Um ano se passou e chegamos à 12ª edição do Fórum Nacional do Milho. Neste mesmo período, o fundador do Instituto de Pesquisa Gianelli Martins nos deixou. Seguindo o pensamento de Odacir Klein, ele nos deixou no plano físico, mas permanece com sua alma. Alma esta que se encontra presente neste trabalho tão importante para o Instituto e para todas as entidades públicas ou privadas envolvidas na cadeia produtiva do milho. A produção deste conteúdo foi uma sugestão do então presidente do IPGM, Décio Gianelli Martins, que acreditava que através da produção intelectual seria possível agregar nas discussões e debates. A edição deste volume da Revista Panorama Legal traz o resultado do trabalho realizado com a condução do nosso integrante Odacir Klein, em parceria com entidades tão relevante vinculadas ao segmento, ao longo da 11ª e 12ª edições do Fórum, tradicionalmente realizado na Expodireto/Cotrijal. Desejamos uma boa leitura e que este trabalho contribua significativamente para todos.
O INSTITUTO DE PESQUISA GIANELLI MARTINS (IPGM) foi fundado com o intuito de propiciar o desenvolvimento da pesquisa e da produção intelectual em diversos eixos temáticos, qualificando profissionais, debatendo e aprofundando questões atuais e relevantes. Para tanto, promove cursos, seminários, congressos, encontros científicos e outros, voltados principalmente às áreas das ciências jurídicas, sociais, de gestão de pessoas, ambientais e do agronegócio. www.ipgm.org.br
Larissa Costa
12º Fórum Nacional do Milho
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MILHO, ESTIAGEM E PANDEMIA
Não haveria sentido em lançar uma revista alusiva ao 12º Fórum Nacional do Milho sem que houvesse aprofundada análise da conjuntura vivida daquele momento até a presente data. Quando da realização da Expodireto/Cotrijal de 2020, já era amplamente noticiada a existência de Coronavírus na China, com alguns reflexos principalmente na Europa. O Rio Grande do Sul enfrentava acentuada estiagem. Em 11 de março de 2020, em função do aumento dos casos e do número de países afetados, a Organização Mundial da Saúde passou a considerar o surto de Coronavírus como uma pandemia, a COVID-19. Naquele momento, as discussões eram a respeito dos reflexos que poderiam ocorrer em mercados internacionais; se haveria ou não diminuição da demanda por proteínas animais e insumos destinados às rações. A preocupação era saber a respeito do transporte, já que portos chineses estavam momentaneamente com restrições para operar. Havia perplexidade, mas não se tinha ideia da dimensão do que viria a ocorrer. Quanto à estiagem, já ocorria no Rio Grande do Sul por tempo expressivo. Havia preocupações com seus reflexos, mas não se tinha ideia quanto ao período que duraria.
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PANORAMA LEGAL
Discutia-se, à ocasião, sobre a ocorrência de um prolongamento de estiagem ou propriamente uma seca. Muitos não faziam distinção entre os termos e a explicação que os entendidos davam era de que a seca é uma estiagem prolongada, com efeitos mais danosos. Tanto em função de pandemia como de estiagem - ou seca – vale rememorar o que aconteceu. No caso da pandemia, os governos no mundo tomaram medidas que tiveram reflexos na atividade econômica e, no caso específico do milho, a diminuição, nos Estados Unidos, do consumo de etanol produzido com o grão causou imediatamente insegurança, pois grande volume que seria destinado ao biocombustível ficou disponível para outros fins, inclusive competindo com o milho brasileiro na oferta, no mercado para rações animais. Com o desenvolver dos acontecimentos, começou a ocorrer uma paulatina retomada das atividades econômicas. No momento em que este texto é redigido já se tem notícia de que os Estados Unidos voltam a produzir etanol de milho em maior quantidade, embora não retomando os patamares anteriores. O preço do grão no mercado internacional, em função da pandemia, não passou por modificações substanciais. Houve oscilações com altas e baixas e o preço, ressalta-se,
não é algo, neste momento, gerador de profunda preocupação para efeito de futuro, inclusive porque, para fins de segurança, o produtor que desejar já tem condições de assegurá-lo, através de vendas futuras para a próxima safra. A pandemia não resultou na diminuição do consumo de proteínas animais. Houve substituições. Algumas carnes ou alguns produtos industrializados com menor consumo no mercado interno, outros com uma busca acentuada nos mercados externos. Os frigoríficos tiveram dificuldade de funcionamento, mas um esforço gigantesco das autoridades, das entidades representativas, das próprias indústrias e dos seus colaboradores fez com que fosse mantida a circulação das proteínas animais. Com isso, não houve profundos reflexos no que diz respeito ao milho e seu mercado. Talvez na primeira hora os desentendimentos entre Rússia e Arábia Saudita, com suas decorrências no preço do petróleo, tenham preocupado mais do que neste momento preocupa, em termos de preço da produção de milho, pois naquele episódio não se sabia quais os reflexos no preço e na produção do etanol. Com relação à estiagem, a previsão de queda quando da realização da Expodireto/Cotrijal era de um percentual. Como o período da falta de chuvas se prolongou, tivemos sensível diminuição da safra no Rio Grande do Sul, embora a brasileira praticamente repita a do ano anterior. O Rio Grande do Sul, obviamente, tem problemas de abastecimento e necessidade de buscar milho em outras unidades da federação ou, se for o caso, até importar. De toda forma, sabemos que a indústria consumidora fará um grande esforço para garantir o abastecimento com segurança, em decorrência do que o produtor de milho, olhando para frente, precisa buscar a superação dessas dificuldades.
renegociações de financiamentos bancários, a liberação de novos recursos, a preocupação com a demanda futura fez com que dificuldades ocorressem.
Não se sabe exatamente quando termina a pandemia, mas tudo indica que não haverá no mundo diminuição da demanda por alimento e, em não havendo, serão necessários insumos para a criação dos animais. Diante disso, a produção de milho também será necessária. Neste trabalho o que se pretende demonstrar é que no caso do Rio Grande do Sul há um programa governamental, o PróMilho-RS, para ensejar o estímulo ao plantio e à rotação de cultura com a soja. Também será demonstrada a importância protetiva do solo e da manutenção das águas, através dessa rotação de cultura. Temos certeza de que os produtores interagindo através de câmaras setoriais e de suas diversas entidades, com o poder público, estarão buscando saídas para este momento difícil, em consequência do que sugere-se a leitura do conteúdo específico dos resultados do 12º Fórum Nacional do Milho, ressaltando, por um lado, o interesse ao estímulo à produção e, por outro, que ela é protetiva do solo e da preservação das águas, tão necessários. Segundo dados apresentados pelo ex-minitro da Agricultura do Brasil, grande líder cooperativista mundial e do agronegócio, Roberto Rodrigues, no "Agricultural Outlook Forum" do USDA realizado em 2018, em Washington, o mundo deverá aumentar a produção de alimentos para atender ao crescimento da demanda até 2026/2027. O Brasil é o país que mais ampliará a produção, com previsão de aumento de 41% no período.
É óbvio que os produtores gaúchos passaram por muitos percalços para o planejamento da futura safra. A demora nas
USDA - PROJEÇÃO DA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS ATÉ 2026/27
7% 9%
12%
10%
15%
41% 9%
(% DO AUMENTO DA PRODUÇÃO)
O USDA projeta que o mundo deverá aumentar a produção de alimentos para atender o crescimento demanda até 2026/2027. O Brasil é o país que mais ampliará a produção, com previsão de aumento de 41% no período. Fonte: USDA, USDA Agricultural Projections to 2026. Long-term Projections Report No. OCE-2017-1. Fev. 2017.
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12º FÓRUM NACIONAL DO MILHO Por Odacir Klein
ORIGENS Para apresentar o 12º Fórum Nacional do Milho, realizado durante a Expodireto/Cotrijal de 2020, o ideal é rememorar outras duas edições: a primeira e a décima primeira, pois, na verdade, ele é uma sequência do que foi iniciado em 2009 e um complemento do evento promovido em 2019. A Associação Brasileira dos Produtores de Milho – ABRAMILHO - bem como a Associação dos Produtores de Milho do Rio Grande do Sul – APROMILHO/RS – haviam recentemente sido criadas e eu era presidente-executivo e um dos fundadores da entidade nacional. Rui Polidoro Pinto, ex-presidente da Fecoagro/RS, foi grande incentivador da criação da APROMILHO/RS. Cláudio de Jesus, o primeiro presidente da entidade. O produtor, líder e empreendedor Breno Prates procurou-me sugerindo, com toda sua experiência, que se aproveitasse a Expodireto/Cotrijal, evento que a cada ano ganhava maior destaque, para discutir as questões referentes à produção e ao mercado do milho no Brasil e no mundo. Argumentava que havia importante fato novo: a liberação do plantio de sementes transgênicas, resultado da Lei de Biossegurança, fruto de um longo movimento das entidades visando a que se pudesse utilizar a biotecnologia legalmente no nosso país e de um trabalho extraordinário na área parlamentar, com a aprovação do projeto de lei que teve como relatores, na Câmara dos Deputados, o deputado Darcísio Perondi e no Senado o senador Ney Suassuna. Essa Lei de Biossegurança estabeleceu critérios para o uso da transgenia e criou a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBIO, organismo científico, colegiado e multidisciplinar, com a finalidade de prestar apoio e assessoramento ao governo federal na formulação, atualização e implementação da Política Nacional de Biossegurança. Com a Lei de Biossegurança e a CTNBio, foram aprovadas normas estabelecendo práticas a serem adotadas.O produtor não tinha conhecimento pleno das mesmas. Era preciso divulgá-las e um Fórum do Milho transmitido nacionalmente e tendo como palco a Expodireto/Cotrijal contribuiria muito para isso.
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PANORAMA LEGAL
Pensei em promover um seminário. O presidente da Expodireto/Cotrijal, Nei César Mânica, entendeu tratar-se da necessidade de um fórum nacional. Assim foi decidido, graças ao Breno Prates – pela sugestão – e ao Nei – pela determinação quanto ao Fórum. Em sua primeira edição, tivemos como tarefa preponderante divulgar as normas aprovadas pela Resolução Normativa nº 4, da CTNBio, de 16 de agosto de 2007, regulando as distâncias mínimas entre cultivos comerciais de milho geneticamente modificado e não geneticamente modificado, visando à coexistência entre os sistemas de produção. Além dessa normatização oficial, também havia orientações das empresas produtoras de sementes sobre a implantação das áreas de refúgio para plantio do milho Bt com milho não Bt de igual porte e ciclo vegetativo. Essas orientações estabeleciam distância mínima e visavam a manter distantes as pragas sensíveis a toxinas Bt, com vistas à durabilidade da toxicologia. Os produtores não estavam devidamente orientados a respeito disso. O Fórum Nacional do Milho era o melhor local para uma ampla divulgação em nível nacional, embora as empresas e entidades estivessem promovendo divulgações regionais e locais em todo o território nacional. O 1º Fórum Nacional do Milho foi realizado em 2009. No ano seguinte, ainda a Abramilho realizou a segunda edição. Com minha saída da presidência da entidade, o presidente da Cotrijal, Nei César Mânica, pediu-me que o evento tivesse continuidade e o mesmo, a partir da terceira edição, passou a ser realizado pela Klein & Associados, empresa da qual eu participava. Houve forte presença de meu filho Fabrício José Klein na organização. Em 2019, decidimos não mais realizar o evento por meio da referida empresa, que inclusive fora dissolvida. Eu concluíra, pela terceira vez, o exercício do cargo de Secretário de Agricultura do estado do Rio Grande do Sul - ao final de 2018 - e havia me vinculado ao Instituto de Pesquisa Gianelli Martins – IPGM – destinado à pesquisa jurídica, mas que também tinha como objetivo a pesquisa econômica e social. Em conversa com Rogério Kerber, presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal – Fundesa - concluímos que seria importante realizar o Fórum, especificamente para demonstrar a necessidade da cultura por seus aspectos econômicos e agronômicos. Em uma parceria entre o IPGM e o Fundesa, com apoio institucional de diversas entidades, tratamos da formatação do evento. O fundador do IPGM, Décio Gianelli Martins, falecido meses depois, sugeriu que o fórum fosse preparado de forma dinâmica, ouvindo anteriormente as áreas interessadas para a edição de uma revista prévia, que circularia no dia do evento, embasando o que estava sendo abordado e discutido. Posteriormente, outra revista divulgaria os resultados. No fórum, adotamos um processo dinâmico de exposição, pelos representantes de entidades e empresas, a respeito do plantio do milho no Rio Grande do Sul, suas conveniências, inconveniências e as dificuldades para que houvesse aumento na área de plantio. A principal conclusão foi que, como no estado há apenas uma safra, estabelece-se competição pela área de plantio entre soja e milho e o produtor, muitas vezes em função dos riscos, dos custos de produção e até mesmo de mercado, dá preferência ao plantio da oleaginosa em detrimento do milho. Com isso, as áreas de plantio deste reduziram significativamente. SAFRA DE MILHO NA ÚLTIMA DÉCADA / RS
SAFRA DE MILHO 2019/2020 / RS
SAFRA
ÁREA
PRODUÇÃO
SAFRA
ÁREA (ha)
PRODUTIVIDADE (kg/ha)
PRODUÇÃO (t)
2009/2010
1.151
5.593
PREVISÃO
771.578
7.710
5.948.712
2018/2019
753
5.768
DADOS ATUAIS
783.304
5.248
4.110.953
VARIAÇÃO %
+1,5
-31,9
-30,9
Área em mil hectares
Produção em mil toneladas
Houve aumento da produtividade, como decorrência do avanço tecnológico e de expansão da área irrigada. Fonte Dados: Conab
A queda na produção foi em decorrência da estiagem. Fonte Dados: Emater/RS - ASCAR
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Focamos principalmente na questão econômica e na demonstração, para a economia do estado, da importância de autossuficiência na produção do referido grão. Algumas questões afloraram, especialmente com referência à necessidade de cuidados pós-colheita. Também foi levantada a questão da armazenagem, já que milho e soja competiam pelos espaços e ambos demandavam investimentos para que a colheita pudesse ser devidamente armazenada. Uma série de questões de outras áreas foram surgindo, demonstrando que seria necessário estímulo ao plantio, bem como a desburocratização no exame dos projetos de irrigação e liberação de recursos para tal fim. Após o evento, produzimos um relatório onde destacamos a participação do professor Elmar Floss, que inclusive foi homenageado pela Câmara de Vereadores de Não-me-Toque, no mesmo dia do Fórum, recebendo o troféu Semente de Ouro, por seu destaque no setor de produção. O professor Floss, com todo o seu conhecimento e responsabilidade, afirmou que a produtividade da soja aumenta consideravelmente nas áreas em que no ano anterior é plantado milho. No Fórum, o presidente da Fecoagro, Paulo Pires, ressaltou a importância do plantio de milho para garantia de palha necessária ao sistema de plantio direto. O diretor da Emater, Alencar Rugeri , mencionou a importância do aprofundamento desta discussão e da divulgação do interesse agronômico na rotação de culturas, aspecto que chamou atenção e constou no relatório feito pelo Instituto de Pesquisa de Gianelli Martins, com base no qual procedeu-se a uma nova reunião, no dia 11 de abril, no auditório do Instituto, em que todas estas situações foram levantadas, sempre com uma presença muito forte dos representantes da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural.
REUNIÕES E EVENTOS TÉCNICOS Como desdobramento, o Instituto de Pesquisa Gianelli Martins – IPGM – esteve representado em reuniões e eventos, onde foi discutido o assunto referente ao plantio do milho e os seus reflexos agroeconômicos.
27º SEMINÁRIO DE SECRETÁRIOS MUNICIPAIS DE AGRICULTURA A Federação das Associações de Município do Rio Grande do Sul - Famurs realizou um evento, nos dias 16 e 17 de maio de 2019, em Porto Alegre, no auditório do Tribunal de Contas do estado, com todos os secretários municipais da Agricultura. Na ocasião, representei o IPGM fazendo uma exposição aos secretários sobre a importância do plantio do milho, seus benefícios agronômicos e reflexos econômicos, principalmente no estímulo à agregação de valor nas áreas da cadeia produtiva de proteínas animais. O encontro foi altamente valorizado, com expressivo interesse demonstrado pelos representantes dos municípios. Mário Nascimento, coordenador técnico da área de agricultura e meio ambiente da FAMURS, participou amplamente de toda interação havida entre a entidade e o IPGM com vistas à conclusão deste trabalho.
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PANORAMA LEGAL
1ª JORNADA DA REDE TÉCNICA COOPERATIVA – RTC Mais de trinta cooperativas do ramo agropecuário do Rio Grande do Sul integram mencionada Rede, que realizou, nos dias 05 a 07 de junho de 2019, em Gramado, sua primeira jornada, para apresentação de trabalhos, exposições, debates, com foco principalmente na busca de referência na gestão e recomendação de boas práticas agrícolas, uso econômico e sustentável de insumos e recursos naturais. A RTC é formada por técnicos da área agronômica das cooperativas filiadas à Federação das Cooperativas Agropecuárias do R io Grande do Sul – Fecoagro/RS, em interação com a Cooperativa Central Gaúcha Ltda - CCGL.
Caio Viana Presidente da Cooperativa Central Gaúcha Ltda - CCGL Crédito: Vitorya Paulo/ Imprensa RTC
O encontro foi altamente qualificado. O IPGM participou acompanhando os debates. Houve a oportunidade de constatar que a preocupação com o estímulo ao plantio do milho como rotação de cultura era muito forte e a defesa dessa prática feita com frequência nos diversos trabalhos apresentados.
1ª MISOSUL REUNIÃO TÉCNICA SUL-BRASILEIRA DE 1ª PESQUISA DE MILHO E SORGO A Associação Brasileira de Milho e Sorgo, em uma interação com a Embrapa, a Emater - através de suas representações nos três estado do Sul – universidades e outras entidades de caráter científico, promoveu a 1º Misosul – Reunião Técnica Sul-Brasileira de Pesquisa de Milho e Sorgo, na Universidade Comunitária da Região de Chapecó – Unochapecó, em Chapecó/SC. O evento teve como objetivo integrar as Reuniões Técnicas dos três estados da região Sul, enriquecendo a discussão sobre a agricultura conservacionista aplicada aos sistemas de produção de milho e sorgo. No dia 13 de agosto de 2019, às 14h, no painel “Abastecimento de Milho no RS – Desafios”, proferi palestra representando o IPGM.
A Sociedade de Agronomia do Rio Grande do Sul, através de seu presidente Ivo Lessa, participou ativamente dos encontros e debates, inclusive por sua forte participação em programas de conservação do solo. A participação da Associação das Empresas Cerealistas do Rio Grande do Sul ACERGS, que representa empresas que atuam no mercado de milho, foi muito importante em todas as discussões.
Nos debates e apresentações ficou muito clara a importância do estímulo ao plantio de milho, não apenas com vistas à autossuficiência, mas, acentuadamente, com a visão de que a rotação de cultura com soja produz efetivos resultados econômicos e agronômicos, com re lexos na qualidade do solo, no uso da água e no estímulo à sustentabilidade. Todas essas etapas foram fundamentais para os avanços obtidos junto à cadeia produtiva do milho. Roges Pagnussat
Odacir Klein
Presidente ACERGS
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REATIVAÇÃO DA CÂMARA SETORIAL DO MILHO Como as questões estavam postas e a Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural vinha participando fortemente de todos os eventos, o estado do Rio Grande do Sul foi brindado com a reativação das atividades da Câmara Setorial do Milho. No dia 26 de junho de 2019, na sede da SEAPDR em Porto Alegre, foi realizada a primeira reunião, presidida pelo secretário Covatti Filho. Como resultado, a Câmara Setorial do Milho passou a se reunir, sob a direção do diretor do Departamento de Política Agrícola, Ivan Bonetti, tendo como coordenador das Câmaras Setoriais Paulo Lipp e contando com a importante atuação de Valdomiro Haas. Créditos foto: ACERGS
Na referida Câmara foi constatada a necessidade da criação de um Programa para estimular a produção de milho no Rio Grande do Sul. Seria denominado Pró-Milho e elencaria três subprogramas: aumento da produção, qualidade do milho e comercialização, crédito e seguro rural.
Paulo Lipp
PRÓ-MILHO/RS Depois de aprofundadas discussões, foi encaminhada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural a minuta de decreto que o governador Eduardo Leite assinou durante a Abertura Oficial da Colheita do Milho, no município de Chiapetta, em evento promovido pela APROMILHO do Rio Grande do Sul, lançando definitivamente o Pró-Milho. Houve um acerto entre o IPGM, a Secretaria de Agricultura - com grande participação do secretário Covatti Filho - e a APROMILHO/RS, através de seu presidente Ricardo Meneghetti, para que o referido Programa fosse amplamente divulgado no 12° Fórum Nacional do Milho, realizado na Expodireto/Cotrijal. Abertura da colheita do milho e lançamento do PRÓ-MILHO/RS Foto: Itamar Aguiar/ Palácio Piratini
Foto: Itamar Aguiar/ Palácio Piratini
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PANORAMA LEGAL
Na formatação do Fórum entendeu-se como ideal a exposição do Programa Pró-Milho, por parte da SEAPDR, imediatamente após a abertura do evento, consistindo assim no primeiro painel. O segundo teria abordagem técnica, a respeito das questões agronômicas e da necessidade da rotação de culturas, considerando que o plantio do milho é fundamental numa alternância com a soja. Com esse objetivo é que foi realizado o 12º fórum Nacional do Milho, que passa a ser apresentado nesta revista.
Foto: Itamar Aguiar/ Palácio Piratini
Luiz Noronha - BRDE
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Ernani Polo - Presidente AL
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Odacir Klein
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Covatti Filho - Secretário da Agricultura
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William Weber - Syngenta
EVENTO PRESENCIAL
ERNANI POLO
PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
A abertura do 12° Fórum Nacional do Milho contou com a presença do presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado estadual Ernani Polo, que já esteve à frente da Secretaria da Agricultura do Estado, entre 2015 e 2018. Agricultor, Polo trouxe para os participantes do evento a visão de quem está no poder público, mas também a de quem conhece o setor. Citou a importância da representação de entidades que estavam presentes no evento, composta por vários segmentos, como de proteína animal, de sementes, além de instituições como a EMBRAPA e a EMATER que, de acordo com ele, são fundamentais para desenvolver a agropecuária gaúcha.
“Acredito que estamos caminhando na direção correta, mas não é fácil criar mecanismos que resolvam todos os problemas. É uma caminhada longa. O seguro de renda é fundamental para que possamos ampliar a produção do milho, e o Pró-Milho é um avanço, já que estamos em um cenário de evolução do status sanitário do Rio Grande do Sul para zona livre de febre a tosa sem vacinação, um trabalho que vem sendo realizado ao longo dos últimos 20 anos e que abrirá novos horizontes para nosso Estado, tornando o grão ainda mais importante em nossa economia”. Ernani Polo.
Destacou que a cultura do milho é uma das mais importantes para o Rio Grande do Sul, em especial para o setor de proteína animal, porém é uma cultura de alto risco, se comparada a outras tantas que estão presentes nas lavouras gaúchas. Conhecedor da importância, mas também dos desafios enfrentados pelos agricultores que investem no plantio de milho, o presidente da Assembleia Legislativa falou sobre os dois grandes objetivos da cultura, sendo o primeiro deles o grão, que atende o setor de proteína animal, já que é base na fabricação de ração, além de ser importante na alimentação humana. O segundo é o solo, pois “quando incluído na rotação de culturas, o milho melhora a matéria orgânica e atua na descompactação do solo, permitindo maior infiltração de água e aumentando a produtividade de cultura posterior.” “Expandir a cultura do milho é fundamental”, encerrou Ernani Polo.
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PRÓ-MILHO:
RS EM BUSCA DA AUTOSSUFICIÊNCIA O milho é uma das mais importantes commodities da cadeia produtiva, afinal, além da alimentação humana ele é fundamental para a produção de proteína animal, sendo base das rações para aves, suínos, bovinos, dentre outras. O Rio Grande do Sul, mesmo sendo um grande produtor, ainda não é autossuficiente, apresentando um déficit de 1,5 milhão de toneladas e uma evasão de divisas de R$300 milhões por ano, levando-se em consideração que o estado precisa comprar o grão de outras unidades da federação. Na tentativa de solucionar esta questão, a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural – SEAPDR lançou o Programa Estadual de Produção e Qualidade do Milho - Pró-Milho/RS. Como foi criado através de decreto do governador do Estado do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o Pró-Milho deverá ser uma política de Estado e não apenas de governo.
Covatti Filho Secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural – SEAPDR
“A maior demanda que recebemos dentro da Câmara Setorial foi tornar o Rio Grande do Sul autossuficiente na produção de milho. O Departamento de Política Agrícola da Secretaria, criado na nossa gestão, tem todos os demais departamentos à disposição e total autonomia para elaborar programas”. Covatti Filho
Durante o 12° Fórum Nacional do Milho, realizado no dia 02 de março de 2020, durante a Expodireto/Cotrijal, o secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, e o diretor de Política Agrícola da Secretaria, Ivan Bonetti, apresentaram o histórico da formatação do Programa e as questões técnicas que embasaram a sua criação. Na abertura, Covatti Filho, mencionou que a necessidade da criação de um Programa voltado para o grão surgiu dentro da Câmara Setorial do Milho, que é coordenada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural – SEAPDR - e composta por diferentes entidades da cadeia produtiva. De acordo com o diretor do Departamento de Política Agrícola da SEAPDR, Ivan Bonetti, “o desenvolvimento do programa teve início em junho de 2019. O pleito do setor foi encaminhado ao governo do estado através da Câmara Setorial do Milho, composta por 52 entidades”. A partir da demanda, a Câmara Setorial foi dividida em três grupos de trabalho, divididos por assuntos: aumento da produção e da produtividade; qualidade do milho produzido e armazenado; comercialização, crédito e seguro. Os objetivos do programa Pró-Milho são: aumentar a produção, buscando maior produtividade, melhorar a qualidade do milho em algumas regiões do estado, ampliar o uso de irrigação, aumentar o número de secadores de grãos, melhorando os processos de recebimento, limpeza e secagem.
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Consta ainda do escopo do Programa fomentar a armazenagem, intensificar ações de assistência técnica, facilitar a utilização de crédito e operacionalização do seguro rural, estimular a pesquisa e qualificar o Programa Troca-Troca de Sementes de milho, que é responsável por 20% das lavouras do grão no Estado.
OS SUBPROGRAMAS O Programa Estadual de Produção e Qualidade do Milho - Pró-Milho/RS apresentou subprogramas, que seguem um plano de ações.
1. AUMENTO DA PRODUÇÃO Tem como base as seguintes ações: Ÿ Intensificar a assistência técnica, visando a aumentar a produtividade, especialmente em regiões com menores níveis tecnológicos; Ÿ Capacitar técnicos e produtores; Ÿ Ampliar a área irrigada de milho no RS, aumentando a produtividade e garantindo maior segurança ao produtor; Ÿ Realizar eventos como dias de campo, seminários, excursões, reuniões técnicas, unidades demonstrativas etc.; Ÿ Promover ações de pesquisa com ensaios às cultivares disponíveis no mercado, nas diferentes condições de clima e solo do RS;
Ÿ Intensificar o uso de milho em sistemas de cultivo de rotação de culturas, melhorando características físicas, químicas e biológicas do solo, consequentemente melhorando a capacidade produtiva das propriedades rurais; Ÿ Incentivar o desenvolvimento de cultivares de milho com maior tolerância ao frio e de menor c i c l o p r o d u t i v o e /o u h i p e r p r e c o c e s , proporcionando viabilizar duas safras de verão ou plantio da soja safrinha na mesma área de cultivo do milho em regiões onde as condições climáticas permitam esse tipo de manejo. Fonte: SEAPDR
2. QUALIDADE DO MILHO Ações: Ÿ Garantir assistência técnica para o manejo eficiente na colheita, no transporte, na secagem e na armazenagem, visando a manter a qualidade do grão; Ÿ Desenvolver e incentivar a pesquisa e ensaios de cultivares com maior resistência genética a microtoxinas; Ÿ Fomentar a utilização das linhas de crédito para investimento em secadores e armazéns (capacidade estática) de milho;
Ÿ Incentivar a realização de análises laboratoriais para avaliação da qualidade do milho; Ÿ Controlar as contaminações por microtoxinas nos grãos, presentes principalmente em grãos quebrados, ardidos e leves; Ÿ Treinar responsáveis pelas unidades armazenadoras através de cursos de qualificação e padronização. Fonte: SEAPDR
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3. COMERCIALIZAÇÃO, CRÉDITO E SEGURO RURAL Ações: Ÿ Estimular a comercialização antecipada e a utilização de mecanismos de travamento de preços, como contrato a termo, mercado futuro e contrato de opções; Ÿ Promover a agilização das contratações dos financiamentos, como, por exemplo, o custeio de milho pré-aprovado; Ÿ Buscar parcerias com agentes financeiros, públicos e privados, bem como os bancos de fábrica para financiamentos de equipamentos de irrigação, secadores e armazéns;
Ÿ Estimular a cultura do milho irrigado, articulando com os bancos a possibilidade da utilização de mecanismos diferenciados de crédito e seguro rural; Ÿ Realizar estudos e proposições e campanha sobre a viabilidade e importância do Seguro Rural para a cultura do milho; Ÿ Buscar financiamentos e custeio diferenciados para produtores de milho. Fonte: SEAPDR
Ivan Bonetti ressaltou que a qualidade o milho é algo que deve ser tratado de forma especial pelo Programa, levando em consideração que algumas regiões do estado ainda produzem o grão com qualidade abaixo do esperado. “Este programa é uma demanda do próprio setor. Temos certeza de que teremos êxito no objetivo de tornar o Rio Grande do Sul autossuficiente na produção de milho”, afirmou. Complementou dizendo que o Pró-Milho será coordenado por um comitê gestor indicado pela Câmara Setorial do Milho, que terá a responsabilidade de guiar os rumos da cadeia produtiva. Ao final do painel de apresentação do Programa PróMilho, Rogério Kerber, presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (FUNDESA), afirmou:
Ivan Bonetti Diretor do Departamento de Política Agrícola da SEAPDR
“O setor de proteína animal tem certeza de que esse Programa é um dos mais importantes para o Rio Grande do Sul. Em 2020, vamos importar 2,4 milhões de toneladas de milho, remetendo para fora do estado mais de R$ 600 milhões, dinheiro que poderia ficar aqui”.
A rede de apoiadores do Programa conta com as seguintes entidades: APROMILHO, EMATER, Ministério da Agricultura, CONAB, FARSUL, FETAGRS, SIPS, ASGAV, FUNDESA, SINDILAT, FECOAGRO, ACERGS, FAMURS, EMBRAPA, ACSURS, SIMERS, IPGM, Banrisul, Banco do Brasil, Sicredi, Badesul, BRDE, agroindústrias, universidades, sementeiras e empresas de irrigação. Ivan Bonetti - Alencar Rugeri - Valdomiro Haas - Roger Frederico Strauss - Paulo Lipp
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O agronegócio se renova e avança com o apoio do BRDE De forma crescente, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – BRDE financia empreendimentos de todos os portes que empregam novas tecnologias para proporcionar ganhos de qualidade e de produtividade no campo. Como instituição pública de fomento com atuação nos três estados da Região Sul, o BRDE está atento também à emergência de startups com foco no agronegócio. Nas edições mais recentes dos dois maiores eventos do setor no Rio Grande do Sul – a Expointer e a Expodireto – os processos de transformação digital no ambiente rural foram temas que se destacaram nas programações e mobilizaram as atenções de produtores, cooperativas e entidades de classe. Em 2020, com a pandemia de Covid-19, tornou-se ainda maior a necessidade de acelerar processos de digitalização e de dotar o campo de mais instrumentos de inclusão digital e conectividade, num cenário que impõe grandes desafios a todas as cadeias produtivas. Como criar soluções para a reconstrução da economia após o pico da doença? A resposta pode estar nos ecossistemas de inovação e nas startups, que nascem com o propósito de desenvolver e testar novos produtos e modelos de negócios em ambientes de instabilidade e extrema incerteza. Com essa percepção, foi criado o BRDE Labs, um programa de apoio não creditício que seleciona startups capazes de oferecer soluções inovadoras para o cenário atual e pós-Covid, em especial nas áreas de atuação dos clientes do BRDE: Agronegócio; Saúde; Indústria 4.0; Internet das Coisas (IoT); Tecnologia da Informação; Energia; Educação; Logística e Meio Ambiente. "O BRDE já atua fortemente no fomento à inovação por meio de financiamento direto ou participação em fundos de investimento. Essas iniciativas, porém, se destinam a empresas mais consolidadas. Com o BRDE Labs, pretendemos alcançar empreendedores em estágio inicial, que ainda não estão maduros para receber aportes de um fundo ou mesmo um financiamento de longo prazo", esclarece o superintendente do BRDE no Rio Grande do Sul, Mauricio Mocelin. "Outros aspectos importantes do programa são a oferta de mentoria dos técnicos do banco na área administrativo-financeira, por exemplo, e a aproximação dos empreendedores com clientes que têm interesse nos produtos ou serviços que serão desenvolvidos ao longo do programa. Dessa forma, acreditamos que o BRDE dará mais uma importante contribuição para o fomento à inovação e ao empreendedorismo”, destaca Mocelin. Após avaliação criteriosa das empresas inscritas, com entrevistas e desafios online, serão selecionadas 10 startups para participar do processo de aceleração conduzido pela empresa VENTIUR durante quatro meses, de agosto a novembro de 2020. Dentre as atividades, haverá eventos online para análise do comportamento de produtores e consumidores no cenário pós-pandemia, novas necessidades, demandas e problemas a serem resolvidos no novo contexto. A expectativa é de que algumas atividades se realizem de forma presencial, em Porto Alegre. Para tanto, as equipes do interior do Rio Grande do Sul receberão ajuda de custo para deslocamento, estadia e alimentação. Ao final, as três startups que apresentarem o melhor desempenho nas atividades propostas receberão premiação em dinheiro, além da possibilidade de aporte adicional pela rede de investidores da aceleradora, bem como de fundos apoiados pelo BRDE. Mais informações sobre o Programa BRDE Labs em www.ventiur.net/brdelabs
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PANORAMA LEGAL
MILHO: PRODUÇÃO PROTETIVA Para fazer a mediação do Painel Milho Produção Protetiva, que teve a participação de especialistas no assunto, o 12º Fórum Nacional o Milho contou com a participação do presidente da APROMILHO-RS, Ricardo Meneghetti. Meneghetti ressaltou a importância que o milho tem na cadeia produtiva e seu papel fundamental na conservação do solo. O grão é considerado pelos especialistas como vital para outras culturas.
Ricardo Meneghetti Presidente da Associação dos Produtores de Milho do Rio Grande do Sul - APROMILHO/RS
“Acredito que só não expressamos o potencial produtivo de novas variedades de soja, pois nos falta milho na cultura antecessora. Além das grandes atribuições que o grão possui, ele ainda é protetor de solo, e não à toa tivemos um Painel chamado “Milho - Produção Protetiva”, nesta edição do Fórum Nacional do Milho.” Ricardo Meneghetti
Para o presidente da APROMILHO-RS, a cadeia produtiva do milho estava carente de aproximação entre os seus elos e o Programa Pró-Milho terá este como um dos seus maiores legados. “Era algo que há muito tempo nós procurávamos e não tínhamos respaldo ou alguém que nos orientasse no sentido de como fazer e quando fazer. O produtor de milho produz para ganhar dinheiro, assim como todo e qualquer empresário. Precisamos fazer com que essa cadeia seja rentável e que tenha estabilidade. É o que todos nós queremos”, destacou Meneghetti.
12º Fórum Nacional do Milho
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PALESTRAS
O 12° Fórum Nacional do Milho levou até a Expodireto/Cotrijal especialistas no assunto para participar do Painel Produção Protetiva. Jorge Lemainski, Chefe Adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Trigo; José Ruedel, renomado pesquisador e consultor e William Weber, representante da área de milho e soja da Syngenta palestraram para os participantes do evento, expondo seus conhecimentos técnicos e suas experiências ao longo das suas trajetórias. No entendimento dos palestrantes, o milho é uma das culturas mais importantes para a agricultura, no Rio Grande do Sul e no Brasil, além de ser vital para a produção de proteína animal. Para os leigos, o milho pode ser apenas mais uma das tantas culturas que estão presentes nas lavouras brasileiras. No entanto, seu potencial agrícola vai muito além.
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PANORAMA LEGAL
JOSÉ RUEDELL Segundo José Ruedell, o Plantio Direto é a maior revolução agrícola já realizada pelo fato de dispensar a tradição milenar de arar a terra. No entanto, trata-se de um sistema de produção muito dependente da palha, que tem a função de proteger o solo e, além disso, ao se decompor, qualificá-lo, principalmente nas suas condições físicas e biológicas. Por isso, o sucesso do Plantio Direto requer um sistema de rotação de culturas, que além de grãos, produza grandes quantidades de palha. Neste sentido, ele afirmou que a cultura do milho atende bem essa exigência, ao deixar entre 10 a 12 toneladas de massa seca. Infelizmente essa condição não vem sendo observada em muitas regiões, mais precisamente no RS, tendo em vista que a sua área tem decrescido e está numa proporção de 7,5 vezes menor do que a da soja. Como consequência, não são raras as propriedades em que se observa sinais de erosão.
José Ruedell Eng° Agrônomo, Pesquisador e Consultor
Ruedell tratou de desmistificar o conceito de que o milho é pouco eficiente no uso da água. Por exemplo, para cada quilo de soja são necessários 2.160 litros de água, enquanto que para o milho, essa quantia cai para apenas 1.220 litros. O que causa confusão é o valor comercial dos respectivos produtos, disse ele, que no caso da soja é em média 2,5 vezes maior. Ainda de acordo com o pesquisador, num sistema de produção, as culturas não podem ser avaliadas de forma isolada, mas também pelos efeitos positivos que produzem para as demais. Neste sentido, para que o milho possa ajudar outras culturas, também é preciso auxiliá-lo com a semeadura de plantas chamadas de cobertura antes de seu cultivo, preferen cialm ente consorcia das e com presen ça de leguminosas. Para exemplificar, citou o consórcio de aveia com ervilhaca, no qual a aveia protege melhor o solo, permitindo a infiltração e o armazenamento da água da chuva que o milho tanto precisa, e a ervilhaca fornece o Nitrogênio numa proporção de 30 kg por tonelada de massa seca. Como a ervilhaca pode produzir 3 a 4 toneladas de massa seca/ha, se terá o equivalente a 150 a 200 kg de ureia, o que pode ser poupado no milho com significativa redução do seu custo. Ruedell relatou que num experimento no qual o milho rotacionou com soja numa proporção de 1:3, e no qual havia no inverno azevém, aveia, ervilhaca e trigo em rotação, que o milho, pelo fato de sua colheita ocorrer entre janeiro e fevereiro, permitiu o uso das culturas no outono, como, milheto, capim sudão e nabo forrageiro, garantindo ainda mais a proteção e melhoria do solo. Observou ainda que o cultivo do nabo
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forrageiro após o milho e antes do trigo, em 6 anos de avaliação, permitiu um acréscimo médio de 10% no rendimento do trigo. Comentou também, que o azevém, nesse sistema de rotação, é uma excelente opção de cobertura de inverno ou como pastagem, mas para que ele não se torne invasora para o trigo, fazse necessário o milho nesse esquema. Isso acontece por que os tratos culturais que são utilizados no milho, não permitem que o azevém se multiplique, ao contrário, é devidamente controlado, permitindo que o cultivo do trigo em sequência esteja livre do azevém.
Isso prova que se o milho for incluído num sistema de rotação, no qual é antecipado com culturas recicladoras, mesmo em condições sem irrigação, ao longo dos anos se produzirá uma melhoria tão importante no solo, que se terá essa excelente resposta da cultura. Também foi possível constatar o significativo efeito positivo que o milho exerceu sobre a soja em todos os anos. Especificamente no último triênio, a soja produziu 3.740 kg/ha na área sem rotação (R in). Já na área rotacionada, a produtividade no primeiro ano após o milho atingiu 4.547 kg/ha (R1), superior em 21,6%, e mesmo no segundo anos após o milho, o rendimento ainda foi de 4.223 kg/ha (R2), superior em 12,9%. Portanto, em base dessa pesquisa, concluiu, que o milho é tão importante para a soja, que se somados esses ganhos, a cada 6 ou 7 anos, o agricultor poderá ter uma produção extra de soja.
Rendimento de milho (kg ha-1)
Por outro lado, o milho é também uma boa forma de combater pragas, afirmou Ruedell, nomeando entre elas o tamanduá da soja, responsável pelos efeitos desastrosos que quase culminaram com o fim do Plantio Direto, anos atrás, uma vez que o milho impede a sua multiplicação, fazendo com que abandone a lavoura ou acabe m o r r e n d o . E c o m p l e m e n to u d i z e n d o , q u e infelizmente com a diminuição da área do milho no RS, observa-se o retorno desse inseto nas lavouras d e s o j a , q u e a l é m d e p r ovo c a r p e r d a s n o rendimento, aumenta os custos de controle. Ruedell ainda apresentou um estudo iniciado há 35 anos, no qual se avalia diferentes sistemas de rotação de culturas, entre as quais se tem o milho e soja numa proporção 1:3 em comparação com a área da soja sem rotação com o milho. O primeiro importante resultado observado foi a significativa evolução do rendimento do milho, que na primeira década estava em 5.880 kg/ha, chegando em 12.614 kg/ha no último triênio, ou seja, 114,5% maior, no qual ainda ocorreu o teto de 13.143 kg/ha.
6000
R in = Rotação Inverno
14000
+114,5%
12000
12614 9081
8000 6000
5880
4000 2000 0
Década Inicial
Década Final
Triênio Final
Fonte: Ruedell, Fiorin e Fernandes, 2019.
R1 = Soja 1º ano
R2 = Soja 2º ano
Rendimento de milho (kg ha-1)
3320 2648
+15,9% +13,8%
3012
3540 3054
+8,3%
4223
3740
3308
2000 1000 0
R in
R1
R2
Década Inicial
R in
R1
R2
Década Final
Efeito da rotação do milho sobre a soja Fonte: Ruedell, Fiorin e Fernandes, 2019.
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+12,9%
4547 +25,4%
PANORAMA LEGAL
Máximo
Evolução do rendimento do milho
+21,6%
3000
13143
+54,4%
10000
5000 4000
+123,5%
R in
R1
R2
Triênio Final
JORGE LEMAINSKI Assim como a água é essencial em todos os aspectos da vida, o milho é fundamental para o manejo do solo e à economia do Rio Grande do Sul.
Jorge Lemainski, Chefe Adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Trigo, é formado em agronomia pela Universidade de Passo Fundo, com mestrado em Ciências Agrárias –Área de Gestão do Solo e Água, e aluno especial do doutorado em Política e Gestão Ambiental, ambos na Universidade de Brasília. Apresentou importantes argumentos. Segundo ele, doze Unidades da Embrapa, em onze estados brasileiros, diagnosticaram o mesmo problema: compactação e adensamento do solo que colocam em risco a estabilidade e a produção de grãos das lavouras – “em anos com chuva abaixo da normal, quebras acentuadas de safra, e, em anos com boa chuva safras melhores poderiam acontecer – solo compactado tem menos água disponível para as plantas”.
“Água: o melhor adubo” Jorge Lemainski Chefe Adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Trigo
O problema da compactação e adensamento do solo (física do solo), tem origem na insuficiente oferta de raiz e de palha para alimentar os microrganismos do solo (biologia do solo) e no manejo tecnicamente deficiente do calcário e do potássio (química do solo), decorrentes da matriz produtiva exercitada no Brasil. Isto impacta na estrutura do solo, responsável pelos fluxos de água e de ar: “Quando chove, a água não infiltra, não passa da camada compactada e adensada cheia de microporos e criptoros, resultando na enxurrada, água e adubo perdidos; quando dá a estiagem, a água armazenada no interior do solo não sobe até a superfície porque fica trancada na camada compactada, em prejuízo da planta – a água é o melhor adubo”, destacou. Afirmou que nos períodos de estiagem - como o que o Rio Grande do Sul está vivendo na safra atual - onde as perdas já superam a marca de 1,5 milhão de toneladas, de acordo com a Emater - com o solo sem as condições adequadas, a água que está depositada no solo - 20 centímetros abaixo – não passa a camada compactada para dar de comer e de beber as raízes superficiais das plantas, o que aumenta os riscos de quebra de safra. Lemainski alega que o problema pode ser resolvido rompendo-se a camada compactada, usando uma haste sulcadora profunda, ou "facão", pois ao viabilizar-se o fluxo comum da água, ela descerá e, em sendo necessário, também subirá em fluxo ascendente e descendente, juntamente com o
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ar – as plantas e os microrganismos respiram – o solo é vivo. Milho: fundamental no manejo do solo e na matriz produtiva do Estado Apresentou estudo feito pela Embrapa, no ano de 2017, mostrando o efeito de um solo propositalmente compactado para receber o plantio de soja e de milho. O resultado foi uma produtividade de 30 sacas de soja e 62 sacas de milho por hectare. Após a uso da haste sulcadora, a mesma área registrou 50 sacas de soja e 90 sacas de milho por hectare. Com a descompactação total, a produtividade saltou para 67 sacas de soja e 154 sacas de milho por hectare. No total, o efeito da compactação constatado foi de 125% na soja e 149% no milho. Segundo Lemainski, um quilo de solo fértil chega a ter 500 bilhões de bactérias, um bilhão de fungos e mil quilômetros de filamentos de fungos, responsáveis por digerir o material orgânico e gerando os agregados do solo – reservatório de água e de ar para as plantas. Em sua opinião, o solo é uma combinação de biologia, que digere a raiz; física, que estrutura o solo; e química, a nutrição na proporção para os melhores resultados. Das três propriedades, hoje, a f ísica do solo é a mais limitante, está em maior desordem, expressa pela compactação e o adensamento do solo – “o maior desafio a ser resolvido na agricultura brasileira”. O especialista completou: “Se não há solo poroso com fluxo de água e de ar adequado, não há estabilidade de produção, o que em anos de chuva abaixo do normal quebra a safra, o agricultor, a cooperativa e a economia do Estado. Já em anos bons, os cul tivares não entregam os resultados que poderiam produzir”.
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“Segure a água onde ela cai, pois ela será necessária para a planta e para a estabilidade da produção. Não a tire fazendo plantio morro acima e morro abaixo”. Com essas palavras, Lemainski apresentou resultados que comprovam que o uso de um solo preparado de forma correta pode gerar resultados, mesmo em anos em que a chuva fique abaixo do esperado, apresentando uma quebra menor. Na safra de soja 2013/2014, em Sarandi, Fazenda que adota princípios da agricultura conservacionista desde 1997 – diversificação com plantas vivas e plantas mortas permanentemente na lavoura, semeadura em contorno, terraceamento – a partir de novembro houveram 30 dias de sol, chuva de 7 milímetros e depois, mais 45 dias de solo até a colheita, com resultado de 57 sacas de soja por hectare, enquanto lavouras do entorno não ultrapassaram as 25 scs/ha.
“Precisamos resgatar os princípios da agricultura conservacionista, que precisa ser incorporada no agronegócio brasileiro. Não há saída para estabilidade e competência competitiva do estado, na produção de unidade de carne, de leite, de ovos, se não tivermos o milho no sistema de produção de verão. Com 2/3 de soja e um 1/3 de milho, vamos reestabelecer as condições de luxo de água e ar para as plantas deixarem de quebrar safras em anos com pouca chuva e termos ganhos de safra em anos melhores”.
WILLIAM WEBER Diretor da área de milho e soja da Syngenta, Willian Weber disse conhecer o tamanho do desafio que o Rio Grande do Sul tem pela frente: aumentar a produtividade de milho, o que é i m p o r t a n te d ev i d o a o o b j e t i vo g a ú ch o d e to rn a r- s e a u to s s u fi c i e n te n a c u l t u r a d o g r ã o. E n te n d e q u e a autossuficiência para o país também é fundamental, pois nos últimos dois anos a exportação do milho brasileiro ganhou representatividade. Weber destacou que, para aumentar a produção, não apenas de milho, mas de outras cultivares, é preciso também implantar a rotação de culturas, manejando de forma correta o solo. Dados da FAO, apresentados pelo representante da Syngenta, mostraram que o mundo perde anualmente cerca de 12 milhões de hectares cultiváveis, até mesmo o Brasil, que é um país privilegiado por ter água, conhecimento a ser aplicado e incentivo dos órgãos públicos, sendo o Pró-Milho um exemplo.
“Como indústria, nosso compromisso é trazer mais tecnologia para que o agricultor possa superar momentos difíceis. Nos próximos cinco anos, vamos investir US$ 2 bilhões em novas moléculas e trazer produtos que agreguem muito para a agricultura. Vamos reduzir em 50% a emissão de carbono em nossas operações visando a que tenhamos mais sustentabilidade na produção agrícola. Além disso, no mesmo período, novas tecnologias na área de sementes ajudarão os produtores a melhorar suas produtividades, tais como a marca Artesian, com seu novo trait dentro do milho, que deverá tolerar mais a seca, e a marca Enogen, que ajudará na conversão do amido, produzindo mais leite e carne."
“Estamos passando por um momento de estiagem, que talvez venha para nos desafiar a voltar a fazer agricultura da forma como devemos fazer: manejando o sistema”, encerrou.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS O 12° Fórum Nacional do Milho foi um sucesso. Os palestrantes agregaram muito conhecimento aos participantes, ao tempo em que transmitiram uma responsabilidade: aumentar a produção de cultura fundamental para toda a cadeia que é base para a produção da ração que alimenta bovinos, suínos, aves e outros.
Como bem destacou para esta revista o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul, Valdecir Folador, o milho representa, em média, 67% da composição da ração suína, sendo o restante composto por farelo de soja, vitaminas, minerais e aminoácidos.
Valdecir Folador Presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul - ACSURS
No caso da ração destinada à avicultura, segundo dados da Associação Gaúcha de Avicultura - ASGAV, o milho corresponde a 60%; 30% são farelo de soja e 10% são suplementações com vitaminas, informou o diretor-executivo José Eduardo dos Santos. É importante lembrar também que o milho é consumido em rações para bovinos e outros animais. Essas fórmulas altamente compostas pelo grão garantem o balanceamento nutricional para que o animal tenha um bom desenvolvimento em todas as fases da sua vida. Mesmo que outros insumos, como o trigo e a cevada, possam ser utilizados em substituição do milho, o cultivo do grão está nas características do estado.
José Eduardo dos Santos Diretor-executivo da Associação Gaúcha de Avicultura - ASGAV
Quando o Rio Grande do Sul não consegue produzir o suficiente, a alternativa dos criadores é buscar milho em outros locais, principalmente na região Centro-Oeste do Brasil. O milho não é uma cultura que rentabiliza o produtor apenas pelo valor de sua venda. É cultivado também como forma de recuperar o solo e as pastagens degradadas, por se adaptar mais facilmente em áreas com baixa fertilidade. Torna-se ainda melhor quando combinado com o capim, formando assim uma junção que protege o solo de erosões. O seu cultivo antes de outras culturas se torna um método mais barato e que traz resultados em menos tempo quando se comparado a outras formas de recuperação do solo. De acordo com estudos da Embrapa, em cerca de três anos de plantio de milho, o solo já apresenta sinais de melhora e de aumento de produção. Isso se deve ao fato de que o milho é produtor de uma quantidade considerável de resíduos vegetais, que são
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fundamentais na reciclagem de nutrientes, tornando-se fonte de alimento dos micro-organismos do solo que dão origem à matéria orgânica tão importante para garantir infiltração de água e sua melhor distribuição no solo, diminuindo a perda de nutrientes e a consequente erosão. Como se tudo isso não fosse suficiente, os palestrantes ressaltaram o que já era sabido: estimular o plantio do milho e incluí-lo na rotação de culturas é uma ótima maneira de atingir melhores resultados em outras culturas, tais como a soja, principal produto agrícola do Brasil. Isto só é possível graças ao potencial que o milho possui de tratar o solo, permitindo melhor infiltração de água e de nutrientes vitais para o desenvolvimento das plantas. O milho também está nas nossas mesas. Faz parte do cardápio para uma dieta rica e balanceada. Com ele, muitas delícias da nossa culinária são preparadas. O ser humano também precisa do milho para sobreviver. Em que pesem as referências no sentido de sua importância, estamos vendo que as lavouras de milho no Rio Grande do Sul estão diminuindo, em lugar de aumentarem. É preciso louvar o esforço que o governo do estado, em parceria com as entidades da cadeia produtiva, está desenvolvendo por meio do Pró-Milho, um programa que tem como propósito tornar o Rio Grande do Sul autossuficiente na produção do grão, deixando de importar de outros estados e fazendo com que os valores altíssimos que são gastos para comprá-lo de fora permaneçam aqui, fazendo girar a economia gaúcha.
Oferta e demanda de milho no RS 7.000.000 6.000.000 5.000.000 4.000.000 3.000.000 2.000.000 1.000.000 0
0
9/1
200
Produção (t)
1
0/1
201
2
1/1
201
3
2/1
201
Consumo (t)
4
3/1
201
5
4/1
201
6
5/1
201
7
6/1
201
8
7/1
201
9
8/1
201
0*
9/2
201
* Queda na produção resultante da estigaem Fonte: Conab
É imprescindível salientar sempre: a rotação de cultura, com plantio de milho, é protetiva do solo e da água. Esperamos que todo o conhecimento obtido durante o 12° Fórum Nacional do Milho, de fato, agregue ao potencial agrícola do estado do Rio Grande do Sul. Produzir mais e melhor é a forma de atingir maiores resultados.
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Instituto de Pesquisa Gianelli Martins O Instituto de Pesquisa Gianelli Martins (IPGM) tem como finalidade a qualificação de profissionais nas quais diversas áreas, em especial na área jurídica e de gestão de pessoas. Para tanto, busca fomentar a produção intelectual através de grupos de estudo e pesquisa, publicações, eventos, encontros científicos e consultoria acadêmica. Conheça um pouco do trabalho desenvolvido pelo Instituto.
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