l.ondres 2012
Menina de ouro
O Brasil começou com pé direito a disputa por medalhas nos Jogos de Londres. O bronze de Felipe Kitadai abriu o caminho para a conquista inédita da judoca Sarah Menezes, primeira mulher a ganhar um ouro no judô feminino nacional. A modalidade continua sendo o carro-chefe da delegação brasileira, que terá hoje no tatame Erika Miranda e Leandro Cunha. Páginas 6 e 7
Superação. Nascida no Piauí, Sarah começou aos 9 anos no judô, escondida dos pais
16 anos depois ‘Mr. Olimpíada’ Seleção masculina de basquete volta a disputar os Jogos Olímpicos após longo hiato. Estreia será diante da Austrália. Página 3
O nadador Thiago Pereira surpreendeu até ele mesmo, bateu o astro Michael Phelps e ficou com a prata nos 400 m medley. Página 7
SATIRO SODRE/AGIF
PAUL SANCYA/AP PHOTO
O TEMPO · Belo Horizonte,DOMINGO, 29DEJULHO DE2012
Ginástica artística
2 •Belo Horizonte, 29 de JULHO de 2012 • LONDRES 2012
SAMUEL AGUIAR
Com a mãe por perto ¬ DANIEL OTTONI
Í
caro Silva, 8, não nega que seu cabelo chama a atenção de quem o vê em ação. Mas o alvo do pequeno é se destacar por meio de bons resultados. A evolução é acompanhada de perto pela mãe. “Ela sempre está presente e tenho certeza de que isso o motiva muito”, analisa o treinador Antônio dos Santos. “A boa percepção que ele tem na parte corporal facilita a evolução. Ele tem de tudo para crescer”, projeta o esperançoso técnico.
“Quero parabenizar o Thiago Pereira pelo excelente resultado nos 400 medley! Valeu Thiago! #VaiBrasil” Daniel Dias
nadador paralímpico, via Twitter
“Primeira vitória. Foi sofrida, mas prazerosa. Obrigada a todos e todas pela torcida e vibrações positivas mandadas pra gente. Vamos Brasil”
“Fazendo um gelo aqui no departamento médico. Que sofrimento...” Maurine Fernandes
Elasticidade. Ícaro Silva mostra toda sua destreza na execução dos exercícios na ginástica artística
jogadora da seleção de futebol, idem
Deonise Cavaleiro
atleta da seleção de handebol, idem
“Brasil é ouro!! Parabéns Sarah Menezes!! #OrgulhoDoBrasil”
EDITORIA DE ARTE
RAFAEL RIBEIRO/CBF/DIVULGAÇÃO
MEDALHAS EM LONDRES RANKING GERAL PAÍS
1º CHINA
4
-
2
2º ITÁLIA
2
2
1
5
3º ESTADOS UNIDOS
1
2
2
5
4º BRASIL
1
1
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3
1
1
1
3
1
-
-
1
CORÉIA DO SUL 6º AUSTRÁLIA
6
CAZAQUISTÃO
1
-
-
1
RÚSSIA
1
-
-
1
9º JAPÃO
-
2
1
3
10º COLÔMBIA
-
1
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1
-
1
-
1
POLÔNIA
-
1
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1
ROMÊNIA
-
1
-
1
HOLANDA
Neymar
“Saímos do treino e ficamos sabendo do ouro da Sarah Menezes. Show de bola!! Kitadai bronze no judô também! Vamos Brasil!!
jogador da seleção de futebol, idem
Tiago Splitter
jogador da seleção de basquete, idem
“Um enorme PARABÉNS pra Sarah e para o Kitadai que fizeram o Brasil brilhar. Muito emocionante” Lucas - jogador da seleção de futebol, idem
Vela
EDITORIA DE ARTE/ILUSTRAÇÕES HÉLVIO
CLASSES
TRIPULANTES
LECHNER A-390
EUROPA
FINN
MASCULINO FEMININO STAR
SOLING
CLASSE 470
FLYING DUTCHMAN
Em 2012, serão um total de 12 categorias: seis masculinas e quatro femininas, podendo ser individuais ou em duplas. Cada categoria consiste em um conjunto de regatas que, por sua vez, irão formar um campeonato disputado em várias corridas. Quem somar menos pontos no final vence a regata e ganha medalha. Os percursos são demarcados por sinais pré-estabelecidos e por bóias. O único meio de locomoção permitido é o vento. Os barcos devem seguir corretamente o percurso, sob pena de serem punidos caso desobedeçam. Quem terminar no menor tempo é o vencedor, e soma um ponto.
Após 16 anos, Brasil ressurge comocandidatoaopódio A
¬ LONDRES, GRÂ-BRETANHA.
seleção masculina precisa agradecer, e muito, ao basquete internacional por fazer hoje, às 7h15 (horário de Brasília), sua primeiraapresentaçãoemumaOlimpíada após 16 anos de ausência. A adversária é a Austrália, na Arena de Basquete. OBrasilestánogrupoB,quecontaainda com Espanha, Rússia, Grã-Bretanha e China. EoBrasilvoltaaosJogoscomocandidato a uma medalha, conforme atestam até os favoritos norte-americanos. Todas as bases desse selecionado nacional são montadas em cima de ensinamentos estrangeiros, principalmente o espanhol, o argentino e um pouco do
americano. O estilo brasileiro de jogar basquete, de correria desenfreada e contra-ataques rápidos,perdeu espaço paraa defesa sólida e disciplinada, seguida da valorização dos 24 segundos de posse de bola. Preceitos do basquete internacional ensinados na seleção em castelhano por Rubén Magnano. Com mão de ferro, o argentino recolocou o Brasil nos Jogos, atuando ao estilo de seu país, o mesmo
ALEX BRANDON/AP/16.9.2012
Basquete e handebol
LONDRES 2012 • Belo Horizonte, 29 de JULHO de 2012 • 3
que rendeu o ouro aos nossos vizinhos em Atenas-2004. Elefoiajudadopelagrande bagagem internacional do elenco. Em Londres, seisdos12jogadoresatuamforadopaís. Dois na Espanha: os armadores Raulzinho e Marcelinho Huertas. E quatro na NBA: o ala-armador Leandrinho e os pivôs Anderson Varejão, Tiago Splitter e Nenê. ComexceçãodeRaulzinho,osestrangeiros da seleção estão fora do Brasil há,
pelo menos, oito anos. Nenê, talvez o grande destaque individual dessa seleção, está há dez. Tiago Splitter, por exemplo, jamais atuouprofissionalmentenopaís.Aos15, trocou Santa Catarina pelo País Basco, na Espanha, onde se tornou ídolo local. Hoje defende o San Antonio Spurs. “Experiência é o que fica após cada situação. Sei como foi difícil chegar até aqui.Agora,temos umaidentidade.Não podemos perdê-la”, disse Magnano.
FIQUE DE OLHO A nova versão do Dream Team norte-americano estreia nos Jogos Olímpicos, hoje, a partir das 10h15 (horário de Brasília), contra a França. Os Jogos de Londres poderão ser os últimos com a participação de craques como Lebron James e Kobe Bryant, visto que a NBA não está mais disposta a liberá-los para disputas olímpicas, devido ao grande desgaste que esses atletas sofrem a cada temporada da liga americana. A primeira versão do Dream Team a participar de uma Olimpíada foi justamente em Barcelona, há 20 anos. CHARLES KRUPA/ASSOCIATED PRESS
Derrota feminina
DESTAQUE. Nenê comanda a seleção brasileira na estreia em Londres, hoje, contra a Austrália; time verde e amarelo estava ausente dos Jogos desde Atlanta-1996
Um desempenho ruim na segunda metade da sua partida de estreia custou à seleção brasileira feminina de basquete uma derrota por 73 a 58 para a França, nos Jogos Olímpicos, na tarde de ontem (horário de Brasília). O primeiro tempo foi muito equilibrado. As equipes se alternaram na liderança do placar até o terceiro quarto, quando as francesas começaram a abrir vantagem, aproveitando os, cada vez mais frequentes, erros brasileiros. Na próxima rodada, segundafeira, o Brasil, que faz parte do grupo B, enfrenta a Rússia, que estreou vencendo o Canadá por 58 a 53. Na chave A, o destaque ficou por conta das favoritas norte-americanas, que passaram com facilidade pela Croácia, com o placar de 81 a 56. MATTHIAS SCHRADER/AP
Vitória suada da seleção de handebol sobre a Croácia ¬
LONDRES. Em jogo com placar equilibrado durante todo o tempo, a seleção brasileira feminina de handebol venceu a Croácia por 24 a 23, ontem, na sua partida de estreia nos Jogos Olímpicos de 2012. O resultado é muito importante, pois a equipe croata – de escola iugoslava, que já foi campeã olímpica –, tem um bom time. No primeiro tempo, a Croácia ganhou por 10 a 9. Faltando cerca de 9 minutos para o apito final, o Brasil assumiu de vez a liderança da contagem por 20 a 19. Quando restava menos de 2 minutos para a conclusão da partida, o time brasi-
leiro abriu dois gols de vantagem, mas foi vazado no último instante. No entanto, foi o suficiente para a vitória brasileira. O treinador da seleção brasileira, o dinamarquês Morten Soubak, destacou a relevância do triunfo na estreia. “É muito importante começar com esses dois pontos, porque foi um jogo muito difícil, como o do último Mundial, onde ganhamos da mesma forma, só por um gol”, disse. A equipe brasileira enfrenta Montenegro, amanhã, a partir das 15h30.
Vibração. As jogadoras brasileiras de handebol comemoraram muito a vitória sobre a Croácia
Brasil jogou mal e perdeu ontem para a França
Equilíbrio. Noruega e Fran-
ça reeditaram a final do último Mundial, logo na estreia do handebol feminino, ontem, em Londres, pelo grupo B da competição. E quem se deu melhor desta vez foram as francesas, que venceram por 24 a 23. O time francês chegou a abrir boa vantagem, mas a Noruega equilibrou o jogo e valorizou o triunfo das adversárias. Na batalha nórdica, a Dinamarca derrotou a Suécia por 21 a 18. Coreia do sul e Espanha fizeram outro duelo equilibrado, com vitória das asiáticas por 31 a 27. Pelo grupo A, do qual faz parte o Brasil, a Rússia, campeã do mundo em 2009, derrotou a Angola por 30 a 27. Já a seleção de Montenegro, próxima adversária do time brasileiro, passou fácil pela GrãBretanha por 31 a 19.
4 •Belo Horizonte, 29 de JULHO de 2012 • LONDRES 2012 CÂNDIDO HENRIQUE candido.henrique@otempo.com.br
O abraço de Rosicléia
CONEXÃO LONDRES 1
U
2- Michael Phelps, cercado de jornalistas tentando explicar a frustração
1 ouro era a previsão da Confederação Brasileira de Judô e já foi alcançado
R$ 644 mi
3- Detalhe de loja da CocaCola. Parque Olímpico é o paraíso para os arquitetos.
R$ 433,7 mi
foram investidos no ciclo olímpico, entre 2008 e 2012
2
CÂNDIDO HENRIQUE SILVA
Concentrada Entrevistar Rosicleia após o ouro de Sarah foi possível só por telefone e ela já havia aterrissado. “Temos mais seis lutas e mais seis medalhas. Tenho batalhadoras ao meu lado”, comentou a técnica. Um ouro olímpico era o principal objetivo. Agora, ela volta ao tatame para guiar a melhor geração da história do judô feminino brasileiro. Boa sorte. O trabalho já está feito.
Oportunidade Assim que soube que Sarah Menezes estava na final da categoria até 48 kg, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, encaminhou-se para a arena. Ele queria aparecer na foto ao lado da campeã. Chegou ao Excel às 15h41, exatamente 29 minutos antes da maior conquista de uma judoca brasileira.
Simpatia Após conquistar a medalha de ouro nos 400 m medley, Ryan Lochte confirmou a sua fama de bom moço. Não tem resposta mal-dada, e as gafes viram miniespetáculos. Na coletiva, ele deixou o celular ligado e tocou uma música de Little Wayne. “Será que vão me tirar da sala”, disse sorrindo. Isso porque, antes da coletiva, os organizadores pediram para desligar os celulares. As duas medalhas no judô me-
Euforia
xeu com o ministro do Esporte Aldo Rebelo, que, ontem, revelou que há um plano de medalhas para 2016. Mais de 20 esportes receberão um auxílio extra do governo federal e de suas empresas para alcançar, no mínimo, o 10º lugar no quadro de medalhas.
chegaram até os atletas através da Lei de Incentivo ao Esporte
“Eu é quem tive que acalmar a Rosicléia depois do ouro. Antes, era ela quem tentava me tranquilizar. Esse ouro também é dela. Ela trabalha muito para isso
”
Sarah Menezes
Judoca brasileira
3 CÂNDIDO HENRIQUE SILVA
m abraço em mim, Rosicléia Campos? Mas por quê? Conversamos algumas vezes por telefone e outras poucas ao vivo, mas sempre com você no papel de entrevistada e eu no de jornalista chato. A verdade é que sei o motivo de seu abraço. É o mesmo do que deu nas outras dez pessoas que passaram pela sua frente até chegar ao vestiário. Você não se continha. Queria abraçar qualquer desconhecido que se mostrasse simpático à conquista. É o caminho que a euforia a leva. Se tivesse um champanhe, abriria e jogaria em todos. Não tinha. Para quem não entendeu ainda o que sentiu Rosicléia, é como se seu time do coração estivesse há anos na fila e acabara de ser campeão. Ela explodiu. Transformou sua alegria interna em explosão em público. O ouro de Sarah Menezes, ontem, na arena de Excel, em Londres, é fruto de um trabalho intenso de Rosicléia Campos, a técnica da seleção brasileira de judô. Ela queria acabar com a síndrome de vira-lata da delegação brasileira. Acabou. “É muito bom ganhar. E ainda não terminou. Vem mais por aí”. Só isso que ela falou depois do abraço. Rosicléia saiba apenas que estava ali porque sou um jornalista chato, querendo documentar as suas primeiras reações com o ouro olímpico.
ALAOR FILHO/COB
1- Rosicléia Campos, treinadora do judô feminino, que não conteve a euforia do ouro
Seleção enfrenta “gigantes” no confronto com Bielorrússia
EDUARDO NICOLAU/AE
Futebol
LONDRES 2012 • Belo Horizonte, 29 de JULHO de 2012 • 5
¬ LONDRES, GRÃ-BRETANHA
ano Menezes pode acrescentar mais uma à sua já extensa lista de preocupações. A seleção brasileira enfrenta hoje, às 11h (horário de Brasília), a equipe mais alta do torneio masculino de futebol. O rival em questão é a Bielorrússia, cujos 18 jogadores inscritos na Olimpíada têm, em média, 1,86 m. Só há dois atletas no elenco com menos de 1,80 m – e ambos têm 1,79 m. Se vencer hoje em Manchester, no mítico estádio Old Trafford, o Brasil praticamente assegura sua classificação para as quartas de final. A Bielorrússia também venceu na estreia, fez 1 a 0 na Nova Zelândia, rival da seleção na quarta-feira (dia 1º) pela última rodada da fase de grupos. O confronto contra os gigantes bielorrussos ocorre no momento em que a seleção brasileira encolhe. Em relação à era Dunga, o porte físico deixou de ser importante. As esperanças do time nacional agora são Neymar (1,74 m), Marcelo (1,73 m) e Oscar (1,79 m). A equipe titular de Dunga na Copa da África media 1,83 m em média. A seleção atual tem média de 2 cm a menos. “Nossa característica determinante sempre foi a qualidade técnica”, justificou Mano Menezes. Além do tamanho dos adversários, o treinador tem outras preocu-
M
pações para o jogo contra a Bielorrússia. Na estreia diante do Egito, o Brasil venceu por 3 a 2, mas exibiu grandes defeitos, sobretudo no segundo tempo, com e sem a bola. Não foram poucas as vezes em que Rafael e Marcelo tiveram de voltar correndo à defesa, desesperados para tapar buracos às suas costas. “Existe hora para apoiar e hora para ficar”, disse Mano, numa bronca pública a seus laterais. “O apoio só se justifica se houver um benefício no fim da jogada. Senão, é porque tem algo errado”. O zagueiro Thiago Silva admitiu que o time fica exposto às vezes. “Os nossos laterais são muito ofensivos, precisamos acertar isso com os volantes”, disse o capitão. O posicionamento de Sandro e Rômulo também tira o sono do técnico. “Nossos volantes jogaram abertos, e você precisa ter volantes centrais. Tomamos o segundo gol por falta de alguém ali”. Sem tempo para treinar entre os jogos, Mano Menezes recorreu à conversa para tentar corrigir os erros que o time apresentou na estreia do torneio olímpico. “Ele falou muito e vai falar ainda mais com a gente”, disse o lateral Rafael. Ontem, o time só fez um rachão no campo de uma escola de Manchester. Antes, Mano reuniu os jogadores para um longo puxão de orelha.
Boa vizinhança Em Manchester, o Brasil tem dividido hotel com o adversário de hoje e também com Egito e Nova Zelândia, as outras equipes do Grupo C. Segundo o centroavante Leandro Damião, a convivência tem sido boa, com direito a pingue-pongue entre os atletas e tietagem dos adversários com jogadores como Neymar e Lucas, solicitados para sessões de fotos. Correções. Neymar durante o treino da seleção, realizado ontem na escola Manchester Grammar School
2 medalhas de prata e duas de bronze tem a seleção masculina em Olimpíadas. O ouro é inédito.
LUCA BRUNO/AP PHOTO
Definições
Vitória feminina garante vaga nas quartas de final ¬ CARDIFF, GRÃ-BRETANHA. A seleção
feminina de futebol ficou próxima das quartas de final da Olimpíada ao vencer a Nova Zelândia por 1 a 0, em Cardiff, ontem, pela segunda rodada do Grupo E. O gol da vitória foi marcado por Cristiane nos minutos finais da partida. Com o resultado, o Brasil chega a seis pontos e duas vitórias consecutivas. Já a Nova Zelândia amarga a sua segunda derrota nos Jogos Olímpicos de Londres. O início foi complicado para o Brasil, que encontrou dificuldades para entrar na defesa da equipe neozelandesa. No ataque, a dupla
Cristiane e Marta não funcionou como na partida de estreia contra Camarões, com vitória da seleção. No segundo tempo, o técnico Jorge Barcellos resolveu arriscar e tirou a meio-campista Francielle aos 12 min, apostando na atacante Thaisinha, titular na estreia. O Brasil passou a atacar mais e, aos 40 min, após cobrança de falta, a goleira Bindon saiu mal e Cristiane deu um toque por cobertura, garantindo a vitória brasileira. O Brasil volta a campo contra a Grã-Bretanha nesta terça (31), com grandes chances de já estar classificado para a fase eliminatória.
Pela segunda rodada do futebol feminino, ontem, a Grã-Bretanha venceu a seleção de Camarões por 3 a 0, se igualando ao Brasil, com seis pontos. Com isso, a liderança do Grupo E será decidida na próxima terça-feira, quando os dois times se enfrentam no Estádio de Wembley, em Londres. Já os Estados Unidos venceram a Colômbia por 3 a O, garantindo a liderança do Grupo G e uma vaga nas quartas de final. Pelo mesmo placar, o Canadá venceu a África do Sul, também ontem, e agora se prepara para enfrentar na próxima terça a Suécia, líder do Grupo F, que empatou com o Japão por 0 a 0. Duelo. A atacante Cristiane disputa a bola com Betsy Hassett, da equipe neozelandesa, no jogo de ontem
Judô
6 •Belo Horizonte, 29 de JULHO de 2012 • LONDRES 2012
Arevoluçãode
CÂNDIDO HENRIQUE ENVIADO ESPECIAL A LONDRES
¬ LONDRES, GRÃ-BRETANHA.
PAUL SANCYA/AP PHOTO
Sarah Menezesjá começou S
arah Menezes, 22, conta a sua vida para os brasileiros como se não fosse dela a primeira medalha de ouro do país no judô feminino. “Lá, no Piauí, não passamos fome. Venho de uma família de classe média, nem pobre nem rica”, comentou a judoca, após o feito histórico. A nossa primeira campeã olímpica em Londres parece não ser nossa. Nasceu no Piauí, mora em Teresina, e não aceita sair de lá. “Para quê? Acredito no meu potencial, no meu técnico e tenho uma boa estrutura. O resultado de hoje (ontem) mostra isso”, disse a judoca, que gosta de quebrar paradigmas. Ela é beneficiada pela bolsa-atleta, recebe um salário que daria para viver só do judô, mas, no entanto, há um pacto com seus pais: formar-se como educadora física. Sarah é utópica. Com o ouro, ela busca a revolução. Quer a descentralização do esporte no Brasil. Dos 259 brasileiros convocados para Londres, apenas dois vieram do Piauí. REFERÊNCIA.
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, acompanhou a última luta de Sarah e destacou que a piauiense é beneficiada pela bolsa-atleta. “Mas é evidente que não teve a mesma infraestrutura dos outros judocas. Tudo é fruto de sua disciplina e força. Esse ouro tem uma marca própria e profunda de Sarah”. No Piauí, Sarah já propicia uma onda da prática esportiva. “Lá, muitas crianças procuram o esporte. Em agosto, vou inaugurar um centro para ajudar a todos. Não quero ajuda só para mim”, garante a nova campeã olímpica, que já está fazendo sua revolução.
ALAOR FILHO/AGIF/COB
3
‘Zebra’ cazaque
medalhas conquistou o Brasil, ontem, em Londres: ouro, prata e bronze
Paixão nacional no Reino Unido, a disputa do ciclismo atraiu uma multidão para torcer pelo vencedor da última etapa da Volta da França, o inglês Mark Cavendish. Mas o público britânico viu o cazaque Alexandr Vinokourov levar o ouro para o seu país.
Bronze com sangue FIQUE DE OLHO Hoje, os judocas brasileiros Leandro Cunha, na categoria até 66 kg, e Erika Miranda, na até 52 kg, tentam manter o bom início do judô brasileiro nestes Jogos Olímpicos de Londres. Ambos estreiam na competição a partir das 5h10 (horário de Brasília). Os dois atletas têm resultados que os credenciam à conquista de medalhas em suas categorias. (CHS)
CHRISTOPHE ENA/ AP PHOTO
O ouro de Sarah Menezes veio acompanhado do bronze de Felipe Kitadai na categoria até 60 kg. Um início promissor para o judô brasileiro. Eufórico, o judoca ganhou um presente de aniversário ontem, quando completou 23 anos. “Escrevi meu nome na história das Olimpíadas. Eu nem estou acreditando”, disse Kitadai. Quando foi ouro no Pan de Guadalajara, ele teve uma indigestão e acabou sujando o quimono de forma escatológica. Ontem, no entanto, o sujo era outro. “Isso é sangue”, disse o judoca, que trincou um dos dentes na disputa pelo bronze. (CHS)
Con
A chine primei de Lon China Wang M peso, e ley, co Emocionado. Felipe Kitadai mal acreditou na conquista e caiu em lágrimas
Reviravolta. Vitória veio com arrancada no fim da prova
Mira 1º o
LONDRES 2012 • Belo Horizonte, 29 de JULHO de 2012 • 7
“O mais difícil foi entrar na semifinal, vendo a japonesa tomando. Eu lutei e me dei muito bem. Eu vi que tinha uma grande chance de ganhar”. Sarah Menezes
“Eu me emocionava luta por luta. Por isso chorei depois da semifinal. Eu precisava desabafar. Foi ótimo porque fui tranquila para a decisão”. Sarah Menezes
“Quando cheguei na final, não tinha mais emoção nenhuma. Estava a Sarah normal, como se tivesse treinando. Eu me senti muito bem.” Sarah Menezes
Indiscutível. Sarah Menezes bateu a então campeã olímpica, a romena Alina Dumitru
T. Pereira surpreende, bate Phelps e leva prata compete, e afirmou que pensou go Pereira apostava em pó- em sequer disputar a prova. “É dio na sua participação nos 400 muito cansativa. Eu tinha até dam medley nos Jogos Olímpicos do entrevistas antes dizendo de Londres, prova que o nadador que eu iria até tirar da minha brasileiro chegou a pensar em programação. No meio da pronão nadar, para se poupar para va, me vi em segundo e não acreos 200 m medley, sua especiali- ditei”, reconheceu o brasileiro. dade. Pereira arrancou elogios até A disputa parecia do astro norteconcentrada entre os americano. O norte-americanos brasileiro saiu Ryan Lochte e Michael do quinto lugar Phelps, donos das mena parcial do peilhores marcas na proto, assumiu o seva. O primeiro cumgundo e não deipriu seu papel e conxou que ninquistou o ouro com faguém roubasse a cilidade, mas Phelps sua medalha de decepcionou e acabou prata. “Eu me surpreendido pelo brasenti estranho sileiro, que ficou com nos primeiros a prata, e pelo japonês 200m e vi ThiaKosuke Haginoas, tergo crescendo. ceiro lugar. Ele estava mais A reação de Pereira bem preparado” após a conquista mos- Thiago Pereira admitiu, Mitra que até ele ficou chael Phelps. surpreso com sua performance. “Esperei até ao finalzinho para FRANÇA FORA DA FINAL. A primeira ter certeza”, afirmou o brasileiro decepção da natação também à Rede Record. Ele disse que es- veio ontem. O nadador brasileitava “travando” no final da pro- ro Felipe França, campeão dos va. “Foi a última vez que nadei 50 m peito no Mundial de Xanesta prova. Quem viu viu, quem gai, em 2011, e um dos candidanão viu não vê mais”, afirmou tos a medalha nos Jogos OlímpiPereira, que conquistou sua pri- cos de Londres, acabou ficando meira medalha olímpica. fora da final dos 100 m peito. Thiago Pereira agradeceu ao Corinthians, clube pelo qual
7
LONDRES. Nem o próprio Thia-
“Estou muito feliz. Venho batalhando há muito tempo pelo pódio olímpico. Duas Olimpíadas se passaram e, finalmente, conquistei.”
FIQUE DE OLHO Um dos favoritos nos 50 m livre, cuja disputa acontece na quinta-feira, Cesar Cielo costuma atrair todas as atenções. E, hoje, o brasileiro já deve cair na piscina. O melhor nadador do país não disputará a eliminatória do 4 x 100 m livre, às 7h56 (de Brasília). Mas, se o time avançar à final, estará em seus ombros o peso de levar o revezamento ao pódio (a final acontece às 17h). “Pelo que ele tem feito nos treinos, está se sentido veloz. E, quando ele se sente veloz, se sente poderoso”, declarou o treinador do brasileiro, Alberto Silva, o Albertinho. DMITRY LOVETSKY/ AP PHOTO
SATIRO SODRE/AGIF
Festa italiana A Itália derrotou os Estados Unidos na final por equipes do tiro com arco masculino e ficou com o ouro. Os italianos ainda conquistaram o lugar mais alto do pódio com Elisa di Francesa, na esgrima feminina, categoria florete individual. Fera. A italiana Elisa di Francesca comemora vitória olímpica DARRON CUMMINGS/ AP PHOTO
nquista chinesa
esa Siling Yi conquistou a 1ª ira medalha de ouro dos Jogos ndres, na carabina de ar 10 m. A ainda somou mais dois ouros: Mingjuan, no levantamento de e Shiwen Ye, nos 400 m medom direito a recorde mundial.
a. Atiradora chinesa levou ouro dos Jogos de Londres
Enfim, no pódio. Thiago Pereira bateu na trave nas suas duas últimas participações em Olimpíadas, mas, desta vez, conquistou a tão sonhada medalha e ainda pode comemorar o fato de ter superado Michael Phelps
Vôlei
8 •Belo Horizonte, 29 de JULHO de 2012 • LONDRES 2012
CÂNDIDO HENRIQUE ENVIADO ESPECIAL A LONDRES
¬ LONDRES, GRÃ BRETANHA. s últimos dois anos foram duros para a seleção brasileira masculina de vôlei. O terceiro lugar na Copa do Mundo de 2011, no Japão, e a sexta colocação na Liga Mundial, neste ano, abalaram o favoritismo da equipe e trouxeram muitas interrogações. Até mesmo o comando do técnico Bernardinho, antes incontestável, foi abalado. Hoje, às 18h (horário de Brasília), os brasileiros estreiam nos Jogos Olímpicos de Londres e querem dar início a um processo de retomada. O primeiro adversário é a Tunísia, a seleção mais fraca do grupo B, que ainda tem Rússia, atual campeã da Copa do Mundo, Estados Unidos, donos do último ouro olímpico, Sérvia e Alemanha. “O nos-
so grupo, realmente, é muito difícil. Mas, no fim, é até bom já começar jogando contra grandes equipes. Já entramos no ritmo de competição e, mesmo com dificuldade, vamos estar mais preparados para a segunda fase”, comentou o meio de rede Rodrigão. O ponteiro Giba, dúvida até o início da semana para os Jogos Olímpicos, gosta de inverter momentos como esse. Ele se lembra que, nos últimos 12 anos, a seleção brasileira não disputou
ANDRE PENNER/AP
O
Seleção em busca da paz de espírito as semifinais da Liga Mundial em apenas duas vezes: neste ano e em 2008. “E o que aconteceu em Pequim? Chegamos à final. Em ano olímpico, é preciso priorizar uma das competições. Sabemos da importância de uma medalha de ouro em Jogos Olímpicos para o Brasil”, comentou o capitão da equipe. MUDANÇAS. Do elenco que foi convoca-
do para os Jogos de Pequim, para o
deste ano, seis mudanças aconteceram. Apenas Giba, Dante, Rodrigão, Escadinha, Murilo e Bruninho estiveram no grupo há quatro anos. As novidades são Wallace, Sidão, Vissotto, Lucão, Thiago Alves e Ricardinho, que foi campeão olímpico em 2004 e retornou. “Agora, o nosso grupo está mais alto. Quando fui campeão, em Atenas, o time era mais rápido. O nosso jogo, em Londres, será de mais cadência”, analisou Ricardinho.
“Tivemos uma preparação de duas semanas para a Liga Mundial. Isso mostra que nosso foco sempre foi os Jogos Olímpicos. Vamos fortes e em busca de medalha.” Giba ponteiro e capitão brasileiro
Sem crise entre os levantadores Dois meses antes do início dos Jogos Olímpicos, o levantador Ricardinho viveu outro momento de instabilidade. Depois de iniciar a Liga Mundial como titular, ele voltou para a reserva e até pensou em desistir da seleção. Acalmado pelo técnico Bernardinho, o jogador continua na reserva, mas a aceita. “Nas últimas três semanas, eu tive uma evolução grande. As críticas me ajudaram. Eu ouvi, e as aceitei. Minha velocidade está voltando e estou feliz”, explicou. O titular é Bruninho, que ocupou esse posto nos últimos quatro anos, mas, depois de uma Superliga irregular, parecia que perderia o lugar no time. Ricardinho garante que não há problemas entre eles. “Eu aprendo bastante com ele. Posso melhorar minha defesa, com bloqueios, que o Bruninho faz muito bem”, destacou. (CHS)
6º lugar Grupo forte. Brasil terá adversários difíceis na primeira fase dos Jogos
na Liga Mundial deste ano abalou a seleção brasileira
JEFF ROBERSON/AP
Vôlei de praia
Com erros, Brasil estreia com vitória sofrida sobre a Turquia ¬
LONDRES. A seleção brasileira passou sufoco para vencer a Turquia, no tie-break, em sua estreia nos Jogos de Londres. O jogo terminou 3 sets a 2 (parciais de 25/18, 23/25, 25/19, 25/27 e 15/12). As turcas, comandadas pelo técnico brasileiro Marco Aurélio Motta, extreinador da seleção brasileira, não facilitaram. A seleção brasileira começou o jogo com Fabi, Jaqueline, Sheila, Fernandinha, Fabiana e Thaísa. Mas, durante a partida, o técnico José Roberto Guimarães fez várias mudanças, colocando Tandara, Fernanda Garay e Dani Lins no jogo. O
Brasil começou melhor e venceu o primeiro set com facilidade. Mas a Turquia melhorou no segundo e aproveitou os erros brasileiros para fechar o set. A equipe brasileira voltou a jogar melhor na terceira etapa, mas caiu de produção no quarto set e, após um bloqueio em cima de Sheila e um ataque para fora de Jaqueline, viu a Turquia vencer de virada. No quinto set, o Brasil errou menos que as adversárias e venceu com um saque para fora da Turquia. O próximo jogo do Brasil será na segunda-feira, contra os Estados Unidos.
No aperto. Thaísa e Jaqueline comemoram muito a vitória da seleção brasileira em cima da Turquia
Não poderia ter sido mais tranquila a estreia olímpica de Juliana. Junto à sua parceira Larissa, a brasileira atropelou a dupla Rigobert e Li Yuk Lo, das Ilhas Maurício, por 2 sets a 0 (21/5 e 21/10) em apenas 42 minutos de partida. Amanhã, as brasileiras vão enfrentar as alemãs Holtwick e Semmler, às 11h30 (de Brasília), que também venceram na primeira rodada. No masculino, a dupla Ricardo e Pedro Cunha derrotaram os os norugueses Skarlund e Spinnangr por 2 sets a 0 (parciais de 21 /14 e 21/18). Os brasileiros voltam à quadra também amanhã, para enfrentar os britânicos GarciaThompson e Grotowski, que perderam na estreia.
Giro
LONDRES 2012 • Belo Horizonte, 29 de JULHO de 2012 • 9
Pela terceira
medalha de ouro ¬ WEYMOUTH, GRÃ-BRETANHA avorito ao ouro, o velejador Robert Scheidt entra hoje na água em busca de um recorde olímpico nacional. Se subir no ponto mais alto do pódio na sexta-feira, o paulista será o primeiro brasileiro a colecionar três medalhas de ouro. Onze vezes campeão do mundo e dono de quatro medalhas olímpicas, Scheidt tem a chance de superar ícones do esporte nacional, como Adhemar Ferreira da Silva, do atletismo, Torben Grael e Marcelo Ferreira, da vela, além de Giovane e Maurício, do vôlei. Todos são bicampeões olímpicos. “Não me preocupo em quebrar recorde, mas atingir essa façanha seria maravilhoso, uma consagração”, afirma. “Porém, em Olimpía-
F
da, é preciso pensar regata a regata”, completa o velejador, que vai competir ao lado de Bruno Prada na classe star. Scheidt ganhou seus dois ouros, nos Jogos de Atlanta, em 1996, e Atenas, em 2004, competindo em outro barco. Ele venceu esses dois torneios olímpicos na classe laser. Scheidt ainda tem duas medalhas de prata; uma da Olimpíada de Sydney, em 2000, e outra conquistada em 2008, em Pequim. A primeira regata da classe star está agendada para as 9h35 (horário de Brasília) e, a segunda, para as 10h50. Além de Scheidt e Prada nas regatas de star, o Brasil terá outro representante hoje no esporte. Jorginho Zarif compete na classe finn. A equipe brasileira tenta manter a tradição de medalhas na vela, com nove velejadores.
FRANCOIS MORI/AP
Vela. Robert Scheidt busca, ao lado do companheiro Bruno Prada, sua terceira medalha dourada em Londres; ele já venceu em Atlanta (1996) e Atenas (2004) MATT DUNHAM/AP
Remo
Zanetti e Sasaki vão às finais; Diego Hypolito cai e decepciona ¬
LONDRES. Estreante em Jogos Olímpicos, o ginasta Sergio Sasaki não se abateu com o nervosismo e surpreendeu na qualificatória do individual geral com 89.132 pontos, terminando na 11ª colocação, ontem, na Arena de North Greenwich. Com boas notas nos seis aparelhos – solo, salto, argolas, cavalo com alças, paralelas e barra fixa – o brasileiro vai disputar medalha no individual geral. Favorito à medalha nas argolas, Arthur Zanetti fez uma série quase impecável no aparelho, marcou 15.616 pontos e garantiu a vaga na final, com a quarta melhor nota.
Já o bicampeão mundial e um dos favoritos no solo, Diego Hypolito decepcionou novamente e caiu durante sua apresentação. Como a queda foi na prova classificatória, o ginasta fez apenas 13. 766 pontos e não chegou nem à final do aparelho. Repetiu-se assim o que ocorreu em Pequim-2008 quando o atleta também foi desclassificado por uma queda. Só que, naquela ocasião, isso ocorreu na final, quando ele era favorito ao ouro. Hoje, é a vez das meninas da ginástica tentarem vagas nas finais por aparelho. A competição começa às 5h30 (horário de Brasília).
A remadora brasileira Kissya Costa conquistou uma vaga nas quartas de final da classe single skiff, ontem. Kissya ficou com o quarto lugar na eliminatória, com o tempo de 8min07s75, mas na classificação geral foi apenas a 20ª, último posto entre as classificadas na prova. A líder da chave da brasileira, a neozelandesa Emma Twigg, fez o tempo de 7min40s24. As quartas de final feminina serão na próxima terça-feira, às 15h40 (horário de Brasília). Entre os homens, Anderson Nocetti ficou com o quarto lugar na mesma categoria e assegurou vaga na repescagem, que acontece hoje, às 13h50 (horário de Brasília).
Individual geral. Com apenas 20 anos, o estreante em Olimpíada, Sergio Sasaki, vai à final na ginástica
Esgrima
O baiano Robenílson Vieira de Jesus venceu sua primeira luta, ontem, na categoria 56kg, contra Orzubek Shaiimov, do Uzbequistão. Ele enfrenta agora o russo Sergei Vodopiianov na próxima quarta. Hoje, mais dois brasileiros entram no ringue. Robson Conceição luta na categoria 60kg, contra o britânico Josh Taylor, e Myke Ribeiro de Carvalho, da categoria 69 kg, enfrenta o norte-americano Errol Spence.
Hugo Hoyama foi eliminado na primeira rodada do tênis de mesa simples pelo polonês Zengyi Wang. O brasileiro abriu uma vantagem de 3 sets a 1, mas foi surpreendido pela virada do polonês, que fechou o jogo em 4 sets a 3. Também foram eliminadas as brasileiras Caroline Kumahara, que perdeu por 4 sets a 0 da britânica Joanna Parkerm, e Lígia Silva, derrotada pela australiana Jiang Fang Lay por 4 sets a 1. O Brasil só volta Adeus. Experiente, Hugo a competir em equipes, na sexta-feira, às 18h30, Hoyama foi eliminado oncontra a Coreia do Sul. tem na primeira rodada
Pé direito. Robenílson de Jesus estreou com vitória na Olimpíada de Londres
JAVIER GALENO/AP
Tênis de mesa PATRICK SEMANSKY/AP
Boxe
Esgrimista mais experiente da equipe brasileira, com presenças em Atenas-2004 e Pequim-2008, o paulistano Renzo Agresta estreia hoje em Londres no sabre. Em 17º lugar no ranking mundial, ele enfrenta o alemão Benedikt Wagner, que está uma posição acima do brasileiro. Athos Schwantes, da espada, inicia a competição na terçafeira e Guilherme Toldo, do florete, na quarta. Ambos são estreantes em Olimpíadas.
10 •Belo Horizonte, 29 de JULHO de 2012 • LONDRES 2012 CHICO MAIA chicomaia@otempo.com.br
FOTOS CHICO MAIA
Luto pela morte de Domingos Costa e alegria pelo nosso ouro omeço esta coluna lamentando muito a morte do Domingos Costa, dono da Vilma Alimentos; seu vice-presidente na empresa, Cezar Tavares e demais funcionários e pilotos que estavam com eles, no acidente aéreo ontem em Juiz de Fora. Grande figura humana, Domingos era conselheiro do Cruzeiro e, por pouco, não sucedeu a Zezé Perrella na presidência do clube. Amigo do Dr. Gilvan de Pinho Tavares, aplaudiu e apoiou a sua postulação ao comando do clube. Infelizmente, como dizia o ex-atacante Dirceu, também morto precocemente em acidente, porém, de carro, no Rio de Janeiro, “vida que segue!”. A tragédia com Domingos deixou todos os mineiros da imprensa chateados, aqui, em Londres, mas, pelo menos, tivemos uma notícia positiva no esporte, com a surpreendente conquista da medalha de ouro no judô, pela Sarah Menezes, categoria 48 kg. Essa vitória tem um valor maior aindaporque é fruto do trabalho pessoal dela, na cidade natal, Teresina; fora de todas as listas defavoritas da imprensa brasileira, que só vê chances de medalhas em atletas da região sudeste, especialmente de São Paulo.
C
Guerreira
Sarah Gabrielle Cabral de Menezes não tem nenhum patrocinador público e recebe uma mixaria do bolsa-atleta, do Ministério do Esporte. Os maiores recursos para a sua manutenção e treinos, na Associação de Judô Expedito Falcão, do Piauí, são dos apoios oriundos da Sadia, Samsung, Embratel e Newland, com presença no Ceará, Piauí e Distrito Federal. Fico imaginando quantas “Sarahs Menezes” poderíamos ter em muitas outras modalidades no Brasil, caso o investimento na formação e preparação de atletas, do governo e entidades do esporte, fosse significativo.
Inversão No prédio da Casa Brasil acontece exposição em homenagem aos 50 anos dos Rolling Stones
Ciclo vicioso
Vivemos uma inversão de valores perversa na sociedade brasileira, e o esporte é um dos carros-chefes disso. A maioria absoluta dos dirigentes que assumem o comando quer se perpetuar no cargo de qualquer forma. Tornam-se ditadores dos seus feudos e curtem as mordomias e outras benesses desses cargos, distribuindo “pentes e espelhos” a apoiadores. Muitos entram pobres ou quebrados e ficam ricos. É assim nas ligas amadoras, nos clubes profissionais e principalmente das federações e confederações nacionais.
Cerveja é proibida nos estádios brasileiros, mas são muito consumidas nos estádios dos Jogos Olímpicos
E pensar que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) gasta R$ 23 milhões entre aluguel, montagem e manutenção só com uma “Casa Brasil”, durante o período de realização dos Jogos Olímpicos. Instalada na antiga sede da marinha britânica, às margens do Rio Tâmisa, numa das regiões mais nobres da capital britânica, sob o pretexto de divulgar as coisas do Brasil e servir de palco para as entrevistas de atletas e dirigentes. Tudo bem, mas não poderia ter um custo bem menor?
Jogo do poder
Primeira classe
No mesmo voo que me trouxe de Lisboa a Londres, vieram exemplos clássicos desse tipo de gente e situação que estou relatando. Presidentes de federações de futebol que ajudaram José Maria Marin a se firmar no cargo, que era ocupadopor Ricardo Teixeira, vieram como convidados do novo donoda CBF. Com suas acompanhantes, em primeira classe, falando alto, contando vantagens, rindo dos colegas de federações que ficaram “chupando o dedo” no Brasil e que não foram convidados porque não “ajudaram o homem” a se sentar na cadeira do antecessor.
A entrada principal da Casa Brasil, de frente para o Rio Tâmisa, área das mais caras de Londres
Só mesmo a vaidade e a ânsia de se manter no poder dos dirigentes para poder explicar custos tão altos em empreitadas, que poderiam ser evitadas ou custar muito menos. O ideal seria privilegiar a formação de atletas que, além de inclusão social, tira jovens da zona de risco social em países com tantos problemas como o nosso. Mostrar opulência só atende aos interesses pessoais dos dirigentes. Esta semana, por exemplo, o presidente do COB, Carlos Nuzman, foi eleito membro honorário do Comitê Olímpico Internacional.
ELISE AMENDOLA/AP
Brasileiros vencem na estreia
8h começa a prova feminina de ciclismo. O Brasil conta com Clemilda Fernandes, Janildes Fernandes e Fernanda Souza.
Suor. Roger Federer teve dificuldades, mas derrotou o colombiano Alejandro Fala, número 51 do mundo, por 2 sets a 1 (6/3, 5/7, 6/3). No segundo set, o suíço perdeu três match points e foi derrotado, mas conseguiu se recuperar.
Os tenistas brasileiros Bruno Soares e Marcelo Mello venceram os norte-americanos Andy Roddick (ex-número 1 do mundo) e John Isner por 2 a 0 (6/2 e 6/4) na estreia de chave de duplas do torneio olímpico de tênis. Também em sua estreia, os brasileiros Thomaz Bellucci e André Sá perderam dos norte-americanos Mike e Bob Bryan. Convidados, Bellucci e Sá caíram diante dos vice-líderes do ranking por 7/6 (5), 6/7 (5) e 6/3.
Bastidores
LONDRES 2012 • Belo Horizonte, 29 de JULHO de 2012 • 11
Casados
na Vila CÂNDIDO HENRIQUE ENVIADO ESPECIAL A LONDRES
¬ LONDRES, GRÃ-BRETANHA. omados os anos de namoro e de casamento, os atletas de vôlei Murilo e Jaqueline estão juntos há 13 anos. Isso, no entanto, não garante regalias ao casal na Vila Olímpica. Eles estão alojados no mesmo prédio, mas não dormem no mesmo quarto, e os encontros são escassos e breves. O principal contato entre eles é feito através do computador. “Utilizamos muito o Skype (programa de comunicação via webcam). Apesar de estarmos só um andar distantes, é assim que nos falamos. É o respeito não só pelos companheiros, mas também pela comissão técnica”, comentou o ponteiro Murilo. A vontade de estar juntos existe, mas eles são cientes da necessidade de se concentrar para a disputa de uma competição tão importante. “Eu e ele queremos o ouro. São só 15 dias, e não pensamos nisso (de estar longe)”, comentou Jaqueline. A concentração é quebrada por alguns minutos, mas na área de interação da Vila Olímpica. “Claro que vamos ao refeitório juntos, mas tudo muito natural”, explicou Jaqueline. Ela sabe, no entanto, que, à medida que os jogos decisivos forem chegando, esses encontros serão mais escassos. “Os horários não batem, e as refeições são feitas com a equipe. A gente acaba se encontrando pelo caminho, conversa um pouquinho. Depois do jantar, a gente conversa cinco minutos antes de ir para o quarto descansar”, destacou Murilo.
EDU SARAIVA/FRAME/AE - 21.7.2012
S
Consciente. O casal abre mão de estar junto, pela busca do ouro
Nem pela televisão ¬ LONDRES. Se a seleção masculina de vôlei che-
gar à final olímpica, há o risco de que Jaqueline não acompanhe o jogo do marido nem pela televisão. Isso porque a decisão feminina será no dia 11 de agosto, e a passagem de volta já está comprada para o dia 12, data da final dos homens.
“Eu até perguntei a hora do voo, e ela não soube dizer. Então, há o risco de ela não acompanhar a final. Mas isso é algo lá na frente. Temos que chegar à final primeiro”, comentou Murilo, que, em 2008, não viu a esposa ser campeã olímpica no ginásio.
13 ARQUIVO AP
Menina com menina As atletas holandesas Maartje Paumen e Carlien Dirkse fazem parte de uma minoria que se declara gay nos Jogos Olímpicos. Musas do esporte, as duas jogadoras são namoradas e fazem parte da seleção de seu país no hóquei na grama. Elas têm um relacionamento sério e mantêm a seriedade dentro da concentração, dormindo em quartos diferentes. “Esses são os momentos mais difíceis, porque agimos como se não fôssemos um casal”, explicou Dirkse. Paumen disse que elas têm liberdade para andar de mãos dadas na Vila Olímpica, mas preferem não fazer. “Estamos aqui concentradas. Vamos fazer isso em outra hora”, destacou. (CHS)
“Em Pequim, a gente viu pela televisão. Quando elas chegaram à Vila, a gente desceu para parabenizá-las. Elas comemoraram, e a gente teve que ir para o quarto dormir. É bem complicado a nossa relação na Vila”, comentou o atleta. (CHS)
anos os atletas Murilo e Jaqueline, do vôlei brasileiro, estão juntos
Murilo Endres ponteiro da seleção
Há quem se rebele à decisão ¬ LONDRES. Nem todos os atletas enten-
Namoradas. Atletas do hóquei, Maartje e Carlien dormem em quartos separados
“A gente acaba se encontrando pelo caminho, conversa um pouquinho. Depois do jantar, a gente conversa cinco minutos antes de ir para o quarto descansar. Mas a maior parte da comunicação é feita por computador mesmo”
dem as regras de suas comissões técnicas. Destaque do basquete brasileiro, a ala Iziane foi cortada da seleção após levar seu namorado para o quarto durante a concentração. Outro caso é o do atirador australiano Russel Mark. Ele mandou uma reclamação formal ao comitê olímpico de seu
pais por não poder dormir com a sua mulher, Lauryn, que também disputa a competição de tiro nos Jogos Olímpicos. O australiano disse que pegaria o mesmo caminho de Iziane e que “daria uma escapadinha durante a noite para o quarto de sua esposa”. Ele foi repreendido pelo comitê olímpico, mas não foi punido por causa da declaração. (CHS)
12 •Belo Horizonte, 29 de JULHO de 2012 • LONDRES 2012
EDITORIA DE ARTE
PROGRAMAÇÃO FORNECIDA PELAS EMISSORAS, SUJEITA A ALTERAÇÕES
MARK J.TERRILL/AP
Acompanhe os torneios dos principais esportes coletivos
1 2 3 4 5 6
Phelps. Tudo bem que
Montenegro Rússia Brasil Croácia Angola Grã-Bretanha DATA
MATT DUNHAM/AP
1ª RODADA
ele não era favorito ao ouro, mas o quarto lugar nos 400 m medley foi demais. Ou melhor, de menos.
PONTOS
2 2 2 0 0 0
TORNEIO MASCULINO
1ª RODADA
1 2 3 4 5 6
EQUIPE
Austrália Brasil China Espanha Grã-Bretanha Rússia
1 2 3 4 5 6
7h15 12h45 16h
JOGO
30/7 Franca x Australia Brasil x Russia Canada x Grã-Bretanha
PONTOS
3 3 0 0 HORÁRIO
8h 11h GRUPO E PONTOS
6 6 0 0
DATA
JOGO
HORÁRIO
31/7
Brasil Nova x Zelândia Grã Bretanha x Camarões
15h30 15h30
TORNEIO MASCULINO 1 2 3 4 5 6
HORÁRIO
DATA
Brasil Grã-Bretanha Nova Zelândia Camarões
POS
JOGO
Austrália França Rússia Canadá Brasil Grã-Bretanha
EQUIPE
1 2 3 4
0 0 0 0 0 0
Brasil x Austrália Espanha x China Rússia x Grã-Bretanha
EQUIPE
Egito x Nova Zelândia Brasil x Bielorrussia
POS
PONTOS
Hoje
TORNEIO FEMININO
JOGO
Hoje
GRUPO C
VÔLEI GRUPO B
DATA
POS
DATA
TORNEIO FEMININO
HORÁRIO
5h30 10h30 15h30
Brasil Bielorrussia Egito Nova Zelândia
2ª RODADA
GRUPO A
BASQUETE
1ª RODADA
O inglês, atual campeão da Volta da França, era o favorito ao primeiro lugar, mas após cinco horas de pedaladas, o ouro foi parar no Cazaquistão.
JOGO
30/7 Croácia x Angola Russia x Gra-Bretanhal Brasil x Montenegro
POS
Cavendish.
EQUIPE
EQUIPE
1 2 3 4
2ª RODADA
POS
Ele teve a chance de sacudir a poeira e dar a volta por cima depois de quatro anos. Caiu de novo, reconheceu a queda e desanimou.
TORNEIO MASCULINO
GRUPO B
1ª RODADA
TORNEIO FEMININO
Hypolito.
FUTEBOL
POS
HANDEBOL
SERGEY PONOMAREV/AP
7h Vôlei de praia: Alison/Emanuel x Doppler/Horst SporTV 4 7h15 Basquete masculino: Brasil x Austrália SporTV 2, BandSports e ESPN Brasil 8h Olimpíada: hipismo SporTV 4 10h30 Basquete masculino: Estados Unidos x França SporTV 4 e ESPN Internacional 10h45 Ginástica artística feminina SporTV 3 11h Futebol masculino: Brasil x Bielorrússia Record,SporTV, BandSports e ESPN Brasil 12h Judô (finais) SporTV 2 13h Vôlei masculino: Estados Unidos x Sérvia SporTV e ESPN Internacional 14h Thomaz Bellucci (BRA) x Jo-Wilfried Tsonga (FRA) SporTV 4, ESPN BRASIL 15h30 Natação: finais SporTV, BandSports e ESPN Brasil 16h Vôlei de praia: Talita/Maria Elisa x Meppelink/Van Gestel SporTV 4 e ESPN Internacional 18h Vôlei masculino: Brasil x Tunísia SporTV, BandSports e ESPN Brasil
TABELAS OLÍMPICAS
PONTOS
0 0 0 0 0 0
JOGO
HORÁRIO
Hoje
Rússia x Alemanha Estados Unidos x Sérvia Brasil x Tunísia
7h30 12h45 18h
TORNEIO FEMININO
2 2 2 1 1 1
1 2 3 4 5 6
10h30 12h45 16h
GRUPO B
DATA
POS
HORÁRIO
EQUIPE
Brasil Alemanha Rússia Sérvia Tunísia Estados Unidos
PONTOS
1ª RODADA
Top 3 Tropeços
o que ver na TV Jogos Olímpicos
EQUIPE
China Estados Unidos Brasil Turquia Coreia do Sul Sérvia DATA
JOGO
30/7 China x Turquia Servia x Coreia do Sul Brasil x Estados Unidos
GRUPO B PONTOS
3 3 2 1 0 0 HORÁRIO
5h30 7h30 12h45