Unidade vistoriada hospital são lucas (dependências do hospital da polícia militar)

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UNIDADE VISTORIADA: HOSPITAL SÃO LUCAS (DEPENDÊNCIAS DO HOSPITAL DA POLÍCIA MILITAR) (*) No dia 27 de janeiro de 2011, conforme OF. CRM-ES Nº 018/2011 – FISCALIZAÇÃO foi realizada visita/inspeção no HOSPITAL SÃO LUCAS (que está localizado, provisoriamente, nas dependências do Hospital da Polícia Militar), endereçado à Av. Joubert de Barros, 555. Bento Ferreira, Vitória - ES. A visita foi realizada pelo Dr. Antônio Mauro Bof, Adolf Zini de Souza, Gelziane Gomes Pimenta, e o Sr. Valério Nascimento, Médico Fiscal, Agente Fiscal, Assessora Fiscal e funcionário do CRM/ES, respectivamente. No local fomos recebidos pelo Dr. Mário Carvalho Calmon Júnior CRM/ES 3894, que é Diretor Clínico. O Hospital São Lucas (HSL) está funcionando nas dependências do Hospital da Polícia Militar (HPM), de forma provisória, até a finalização da ampliação da antiga estrutura sede daquele hospital. Há, à disposição do HSL, espaço físico para funcionamento do pronto socorro, quatro salas do centro cirúrgico, um Centro de Terapia Intensiva (CTI), uma unidade de terapia semi-intensiva e três enfermarias destinadas aos pacientes clínicos e cirúrgicos. Os ambientes visitados foram assim descritos: RECEPÇÃO: grande área física, com certo conforto para os pacientes. SALA DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO: Ambiente climatizado e com maca para exame dos pacientes; mesa e cadeira para equipe de enfermagem; conjunto pia, sabão líquido e papel toalha. SALA DE ESTABILIZAÇÃO: local onde ocorre o primeiro atendimento ao politraumatizado; composta por maca para exames de pacientes, materiais, equipamentos e medicamentos suficientes e adequados para a finalidade proposta. SALA VERMELHA: pacientes classificados como grave, aguardando vaga em CTI, há escala de plantonista para este setor, havia monitores cardíacos proporcionais ao número de leitos. No momento da visita havia 01 paciente internado. Presença de grande quantidade de mosquitos. Não tem enfermeiro à noite e falta médico plantonista na sexta-feira e alguns finais de semana. CONSULTÓRIOS MÉDICOS: exceto o consultório de clínica médica, que não apresentava maca para exame físico dos pacientes, todos os outros consultórios possuem condições de funcionamento. SALA DE PRESCRIÇÃO: ambiente climatizado e com computadores e sistema MV (prontuário eletrônico) disponível.


SALA LARANJA: onde pacientes menos graves aguardam estabilização do quadro clínico. Os leitos possuem pontos fixos de gases, com materiais e equipamentos básicos, além de ambiente climatizado. Presença de grande quantidade de mosquitos. SALAS DE OBSERVAÇÃO: basicamente com as mesmas características da sala descrita anteriormente; havia também equipamentos para nebulização. Presença de grande quantidade de mosquitos. REPOUSO MÉDICO: área física pequena onde 06 leitos ocupavam o espaço. Havia um banheiro com chuveiro. O citado ambiente é dividido por médicos de ambos os sexos. SALA DE PEQUENAS CIRURGIAS: possui todos os materiais necessários, há um aparelho de ultra-sonografia (antigo). Presença de grande quantidade de mosquitos. CLÍNICA CIRÚRGICA 1: apresentava 22 leitos; um carrinho de parada incompleto; apresentava oxímetro de pulso, que serve para todas as enfermarias cirúrgicas; encontramos algumas macas enferrujadas; a climatização estava deficiente – funcionários informaram que em alguns dias o calor é insuportável. Alguns pacientes estavam com ventiladores domésticos trazidos de casa. Presença de grande quantidade de mosquitos. Deficiência em local para guarda de materiais de limpeza. CLÍNICA CIRÚRGICA 2: apresentava 30 leitos. Encontramos camas enferrujadas, carrinho de medicação precário e com muita quantidade de ferrugem, não tem monitor cardíaco ou oxímetro de pulso. Não possui expurgo para a equipe de limpeza. A deficiência na climatização é a mesma da enfermaria citada anteriormente. Presença de grande quantidade de mosquitos. CLÍNICA CIRÚRGICA 3: apresentava 24 leitos. Observamos a presença dois carros de medicação completamente enferrujados. A climatização também estava deficiente; carrinho de parada incompleto. Presença de grande quantidade de mosquitos. Deficiência em salas para depósito de materiais de limpeza. CTI: com 10 leitos apresentava boas condições de funcionamento. No momento da visita o aparelho de ar condicionado não estava em funcionando; os funcionários relataram que isso acontece com certa freqüência. Durante a inspeção, que coincidiu com horário de visita, funcionários do setor e acompanhantes de pacientes abanavam-se desesperadamente. Notamos a presença de grande quantidade de mosquitos. SEMI-INTENSIVO: a unidade apresentava 09 leitos. O problema da climatização também acontecia como nos outros setores. Presença de grande quantidade de mosquitos. CENTRO CIRÚRGICO: foram destinadas 04 salas de operação para o HSL, porém apenas 02 estavam funcionando. O enfermeiro justificou que as salas estavam interditadas por defeito nos aparelhos de ar condicionado. O local


apresenta condições satisfatórias de funcionamento. A sala de recuperação pósoperatória (RPA) também apresentava boas condições de funcionamento. Porém, o fato que chamou à atenção foi a presença de grande quantidade de mosquitos e telas protetoras nas saídas da refrigeração. Em algumas tomadas observamos aparelhos com repelentes químicos e raquetes com dispositivos para dar choque em mosquitos sendo carregados. O enfermeiro disse que no período da manhã há um mutirão, em todas as salas, para matar a maior quantidade de mosquitos possíveis antes de se iniciarem as cirurgias. Algumas destas, já foram suspensas devido a grande quantidade de insetos. Encontramos uma mosca sobre material cirúrgico esterilizado.

O Diretor Clínico informou que o sistema de estagiários voluntários de enfermagem continua acontecendo no hospital, e reforçou que há déficit de funcionários dessa categoria e que alguns leitos do hospital estão fechados por deficiência de recursos humanos. As cooperativas de algumas especialidades continuam atuando no hospital São Lucas, sem, no entanto, causar problemas no tocante ao atendimento aos pacientes. NOTA: os corredores do hospital seguem a velha rotina de superlotação, com pacientes aguardando melhora do quadro ou transferência para outros locais. Dr. ANTONIO MAURO BOF Médico-fiscal do CRM/ES


COMENTÁRIOS 1. O Hospital São Lucas – referência no atendimento ao politraumatizado, está funcionando, desde o dia 10/06/2010, nas dependências do Hospital da Polícia Militar (HPM). O objetivo desta mudança, que é temporária, é a continuidade da assistência médica à população durante o período de reformas da sua edificação original; 2. O Hospital São Lucas tem à sua disposição um espaço físico onde foram organizados os seguintes setores: pronto socorro, centro cirúrgico, três enfermarias, um centro de terapia intensiva e uma unidade de terapia semi-intensiva; 3. De forma geral, o local destinado ao funcionamento do Hospital São Lucas apresenta bom espaço físico, parede limpas, sem infiltrações, mofos ou rachaduras em paredes, pisos ou tetos. Porém algumas carências em relação a materiais, equipamentos e problemas administrativos foram observadas; 4. O Hospital São Lucas, para o seu melhor funcionamento, deverá providenciar: a. Carrinho de parada (completo) para todas as enfermarias, além de monitores cardíacos, oxímetro de pulso; b. Carro de medicamentos novos, ou pelo menos, em melhor estado de conservação; c. Cama para os pacientes em melhor estado de conservação; além de cabeceira para guarda de utensílios; d. Adequação de uma das enfermarias no sentido de providenciar sala específica para depósito de materiais de limpeza; e. Lixeira para todos os banheiros e setores; f. Melhor higiene em alguns setores, principalmente nos banheiros dos pacientes; g. Maca para exame físico para o consultório de clínica médica; h. Reposição dos recursos humanos; 5. O Hospital São Lucas deve providenciar climatização adequada em todos ambientes, assim como prover meios para erradicar, ou diminuir, ao ponto salutar, a quantidade de mosquitos – e outros insetos, nos setores, uma vez que é sabida a situação do risco de transmissão de doenças por esses agentes. 6. A Central de Regulação de Leitos deve atuar de forma mais eficaz; assim como os gestores proverem meios de melhor assistência aos pacientes internados, quer seja pela aquisição de leitos privados, em caráter emergencial, ou pela estruturação de toda grade assistencial, no sentido de otimizar o fluxo de pacientes. Vitória, 07 de fevereiro de 2011


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